painel - edição 254 - mai.2016

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painel AEAARP PARA EVITAR TRAGÉDIAS, USE A TÉCNICA TECNOLOGIA Cresce uso do drywall no Brasil NEGÓCIOS Agrishow demonstra vitalidade, na visão de agrônomos HOBBY Arquiteto cria personagem e faz arte nas horas vagas O acidente na ciclovia Tim Maia, no Rio de Janeiro (RJ), colocou, mais uma vez, a Engenharia em cheque; especialistas falam que falta respeito às normas ABNT Ano IX nº 254 maio/ 2016 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

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Veículo de divulgação oficial da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (AEAARP).

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Page 1: Painel - edição 254 - mai.2016

painel

A E A A R P

PARA EVITAR TRAGÉDIAS,USE A TÉCNICA

TECNOLOGIACresce uso do drywall no Brasil

NEGÓCIOSAgrishow demonstra vitalidade, na visão de agrônomos

HOBBYArquiteto cria personagem e faz arte nas horas vagas

O acidente na ciclovia Tim Maia, no Rio de Janeiro (RJ), colocou,mais uma vez, a Engenharia em cheque; especialistas falam que

falta respeito às normas ABNT

Ano IX nº 254 maio/ 2016Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão PretoAssociação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

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Eng. civil Carlos Alencastre

pala

vra

dopr

esid

ente

Osetor tecnológico passa por momentos difíceis. Oritmo da economia reduziu o volume de investimen-tos e consequentemente o volume de negócios e

de empregos.Na economia, engenheiros, por exemplo, já voltam a consi-

derar as carreiras administrativas, de gestão, onde estiverampor várias décadas antes desse último período de númerospositivos, quando, paradoxalmente, faltaram engenheiros ca-pacitados que dessem conta do desafio. Na política, grandesconstrutoras estiveram envolvidas em denúncias que resulta-ramna prisão de seus executivos e em lamentáveismanchetessobre o modo de operação que adotavam. Na técnica, obrasvieram abaixo, com laudos que apontam falhas em projetos.Este cenário coloca sobrenós uma luz turva. Cabeunicamente

a nósmudar essa coloração edemonstrar à sociedadeoquantoa técnica, ahonestidade, oespírito cívico, o caráter e, sobretudo,a capacidade de mudança fazem parte do nosso DNA.Nesse sentido, a AEAARP tem promovido palestras temáti-

cas com foco em gestão de carreiras, empreendedorismo eorganização que proporcionam aos engenheiros, arquitetos eagrônomos espírito crítico e capacidade de reflexão. Tambémna AEAARP acontecem as semanas técnicas, que oferecemconhecimento.Para alterar o cenário exposto no segundo parágrafo, deve-

mos estar cientes de que os erros cometidos por profissionaisdo nosso campo de atuação podem ser irreversíveis. E é porisso que devemos aprimorar a técnica, aprofundar na honesti-dade de nossos atos e diversificar o conhecimento. A AEAARPoferece essas ferramentas. Você que é associado, no próximoevento, traga um colega seu e o convide para se associar a nós.A robustez da nossa instituição é que nos fortalece.

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índi

ce ESPECIAL 05Norma técnica é escudo contra a negligência

GESTÃO 11Os desafios do profissional empreendedor

TECNOLOGIA 12Cresce o uso de drywall no Brasil

NEGÓCIOS 14O fôlego da Agrishow

MERCADO 16Seguro de obras civis

CARREIRA 18Maio do Engenheiro Cartográfico,do Geógrafo e do Geólogo

CREA-SP 21Para cada contrato uma ART

OPINIÃO 22Desenvolvendo a região metropolitana de Ribeirão

PESQUISA 23Uso do hidrogel na agricultura

PAINEL ELEIÇÕES 24Conselhos X Câmaras

HOBBY 25O Arquiteto de muitas cores

NOTAS E CURSOS 26

DIRETORIA OPERACIONALDiretor Administrativo: eng. agr. Callil João FilhoDiretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria FilhoDiretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis AntonioBagatinDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civilHirilandes AlvesDiretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite

DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes AraújoDiretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo PurrenesPeixotoDiretor Social: arq. e urb. Marta Benedini VecchiDiretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina MontanheiroPaolino

DIRETORIA TÉCNICAAgronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge LuizPereira RosaArquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona FernandesSantosEngenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 - Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastrePresidente

Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho1º Vice-presidente 2º Vice-presidente

CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: eng.º civil Wilson Luiz Laguna

Conselheiros TitularesEng.º agr.º Dilson Rodrigues CáceresEng.º civil Edgard CuryEng.º civil Elpidio Faria JuniorArquiteta e eng.ª seg.ª do trab.º Fabiana Freire GrelletEng.º agr.º Geraldo Geraldi JrEng.º agr.º Gilberto Marques SoaresEng.ºmec.º Giulio Roberto Azevedo PradoEng.º elet.ª Hideo KumasakaEng.º civil João Paulo de Souza Campos FigueiredoEng.º civil Jose Aníbal LagunaArquiteto Luiz Eduardo Siena MedeirosArq.ª e urb.ªMaria Teresa Pereira LimaEng.º civil Ricardo Aparecido Debiagi

Conselheiros SuplentesEng.º agr.º Alexandre Garcia TazinaffoArq.º e urb.ª Celso Oliveira dos SantosEng.º agr.º Denizart BolonheziEng.º civil Fernando Brant da Silva CarvalhoEng.º agr.º José Roberto ScarpelliniEng.º agr.º Ronaldo Posella Zaccaro

REVISTA PAINELConselho Editorial: eng. civil Arlindo Sicchieri, arq. urb. CelsoOliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado eeng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - [email protected]

Conselheiros Titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP:eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves eeng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci

Coordenação Editorial: Texto & Cia ComunicaçãoRua Galileu Galilei 1800/4, Jd. Canadá,Ribeirão Preto SP, CEP 14020-620www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | [email protected]

Editora: Daniela Antunes –MTb 25679

Colaboração: Bruna Zanuto –MTb 73044

Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719Angela Soares - [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718Editoração eletrônica:Mariana Mendonça NaderImpressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.Horário de funcionamento

AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17hCREA - das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

painel A s s o c i A ç ã ode engenhAriAArquiteturA eAgronomiA deribeirão Preto

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

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AEAARP5

NORMA TÉCNICA É ESCUDOCONTRA A NEGLIGÊNCIA

Engenheiros falam que tragédias em obras de engenhariapoderiam ser evitadas com o uso de Normas Técnicas,

editadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas

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Revista Painel6

Em 2012 o desabamento do edifícioLiberdade, no centro do Rio de Janeiro(RJ), fez técnicos e autoridades se apres-sarem em definir, por meio da ediçãode uma Norma Técnica, as regras parareformas em condomínios. As causasda queda são atribuídas às alteraçõesfeitas no prédio, comprovadas pormeiode registros fotográficos da fachadae das laterais. A norma que surgiu apartir desse episódio foi a ABNT NBR16.280:2014, da Associação Brasileirade Normas Técnicas (ABNT). Apesar deoportuna, não é a tragédia que motivaa edição de uma Norma. Ao contrário:é o descumprimento dessas regras queresultam em tragédias.“Existe norma técnica para tudo”, fala

o engenheiro civil Caio Avancine, queatua em perícias judiciais. O processode elaboração dessas regras é longo,porém o uso nem sempre é eficiente ourespeitado.Essa é, na opinião de Avancine, a ori-

gem dos problemas que ocasionaramos acidentes recentes, como a quedada ciclovia Tim Maia também no Riode Janeiro no mês de abril deste ano. Oedifício Liberdade recebeu o habite-se72 anos antes de cair, em setembro de1940. A ciclovia foi inaugurada três me-ses antes de ruir em razão, ao que tudoindica, de erros no projeto. A estruturanão teria suportado o forte impacto dasondas do mar.

Em 1940, ano que o edifício Liberda-de recebeu o habite-se, foi tambémo ano de criação da ABNT, que surgiucom o objetivo de elaborar norma-lizações técnicas no país. A primeiranorma do setor da Construção Civilfoi a NB1, hoje conhecida comoABNT NBR 6118 - Projeto de estru-turas de concreto— Procedimento.Foi publicada no mesmo ano da fun-dação da ABNT, mas já vinha sendoestudada desde 1938.

O padrão da engenharia brasileira,“excelente”, na classificaçãodeAvancine,escorrega no cumprimento das NormasTécnicas, razãoprincipal dos acidentes. OLiberdade, por exemplo, resistiu durantemuitas décadas, e foi erguido quandonão existiam normas. Entretanto, du-rante seu uso, a aplicação da Normatambém foi negligenciada. Neste caso,a de inspeção.

FiscalizaçãoAvancine fala que um dos gargalos

da Engenharia é o serviço público, queautoriza a execução da obra, exige aemissão da ART, emite as documenta-ções necessárias depois de concluída enunca mais a fiscaliza. Um exemplo sãoas pontes e viadutos, que “de vez emquando pintam”. Outro são cinemas etemplos, que “de vez emquando caem”.O desabamento do edifício Palace II

em1998, tambémnoRio de Janeiro, ilus-

engenhariaESPECIAL normas união

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AEAARP7

tra esta questão. A Sersan Engenharia, doex-deputado SérgioNaia, foi inicialmenteacusada de usar areia de praia na cons-trução. A perícia apurou, entretanto,que houve erro no cálculo do projeto. Oengenheiro José Roberto Chendes foi ocalculista e acabou condenado àpena deprestação de serviços comunitários pordois anos e suspensão do exercício pro-fissional por igual período. Oito pessoasmorreram e 122 ficaram desabrigadas.Erro de projeto é uma constante nos

relatos das causas de tragédias envolven-do a Engenharia. É a provável causa daqueda da ciclovia TimMaia. O engenhei-ro Araken Mutran, gerente da unidaderegional do CREA-SP em Ribeirão Preto,explica que a pressão sofrida pelo pro-fissional para a entrega da obra, alémda capacidade técnica para executá-la,influenciam no resultado final.Foi o que aconteceu com uma obra de

Oscar Niemeyer, que desabou em 1970.Mais de 60 operáriosmorreramemuitosficaram feridos. Caiu sobre eles uma lajedo Expominas, em Belo Horizonte (MG).De acordo com reportagens da época,os profissionais responsáveis pela obraforam pressionados a concluí-la rapida-mente, o que teria provocado a retiradadas estacas de sustentação da laje antesde o concreto ter atingido o estágio dematuração necessário para garantir asegurança no local.Mutran argumenta que as universi-

dades não ensinam “os problemas daengenharia”, e aí estaria o grandedesafiodo jovem profissional no mercado.Os acidentes ocorridos com obras de

Engenharia, somados às investigações daPolícia Federal que culminaramnaOpera-ção Lava Jato, levando àprisãoengenhei-ros e diretores de grandes construtorasdo país, influenciam na visão da opiniãopública a respeito desta atividade.Mutran pondera que existem proble-

mas em todas as áreas. “O erro médicoafeta a imagemdomédico”, exemplifica.Em sua visão, investimento em tecnolo-gia, em conhecimento e legislação podecolaborar namudança dessa percepção.Para o engenheiro Fernando Antônio

Cauchick Carlucci, conselheiro do CREA--SP, os projetos de engenharia devemseguir critérios de avaliação em todasas fases. Para ele, por exemplo, a quedada laje do pavilhão de Belo Horizonteocorreu pelo fato de terem subestimadoo material utilizado. No Rio de Janeiro,no episódio da ciclovia, o projeto nãolevou em consideração o “efeito mar” eos cálculos foram feitos no limite, o queé convertido em economia de material.

Araken Mutran, gerente regional do CREA-SP, opina que os profissionais devempreservar a visão crítica em relação ao trabalho dos seus colegas e ter visão cívicade sua atividade. Ele estimula a participação em entidades de classe, como aAEAARP, e em fóruns de discussão sobre a legislação que rege a Engenharia.

TragédiasO engenheiro Mauricio Ferraz de

Paiva, presidente do Instituto Tecnoló-gico de Estudos para a Normalização eAvaliações de Conformidade (ITENAC),opina que “o Brasil perde a oportuni-dade de usar a Norma em defesa docidadão”. Ele concorda com Avancine:a inobservância de normas técnicas éa causa dos acidentes que envolvemprojetos de engenharia. “Problema deprojeto é problema de norma”, argu-menta Paiva.Nas 400 páginas do livro Tragédias,

crimes e práticas infrativas decorrentesda não observância de normas técnicasbrasileiras, cuja segunda edição foi lan-çada em 2015, Paiva relata fatos quepoderiam ter sido evitados caso as regrasda ABNT tivessem sido respeitadas.Umdeles,quesuscitouoendurecimen-

to de regras do Corpo de Bombeiros, é oincêndio da boate Kiss, em Santa Maria(RS). Ele lista quatro normas que foramdesrespeitadas naquele local: a ABNTNBR 9.077:2001, que trata das saídas deemergência, a ABNT NBR 14.276:2006,sobre brigada de incêndio, a ABNT NBR

ENGENHARIAespecial normas união

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Revista Painel8

10.898:1999, sobre iluminação de emer-gência, e aABNTNBR10.897:1990, sobrea proteção contra incêndio por meio dechuveiros automáticos. Além dessas, háainda a ABNT NBR ISO/IEC 31.010:2012que trata da gestão de riscos. “Se tivesseseguido umadessas, ninguémtinhamor-rido”, diz, contra um saldo de 242 óbitose 680 feridos.Ele argumenta que acidentes são

passíveis de acontecerem. Quando anorma técnica não é seguida, o queacontece é negligência. E, neste caso, aresponsabilidade é solidária: do empre-sário, do gestor do empreendimento,do dono do imóvel, da construtora, doprojetista e do setor público. Para ele,

GESTÃO E TÉCNICAA AEAARP intensificou a agendade eventos técnicos. Além dassemanas de Tecnologia da Cons-trução, Meio Ambiente, Agrono-mia, Arquitetura e Engenharia, aentidade também promove pa-lestras temáticas todos os meses.O engenheiro Carlos Alencastre,presidente da entidade, afirmaque esta agenda tem o objetivode fortalecer a atuação profissio-nal, tanto do ponto de vista técni-co quanto da gestão de carreira.

Quando a pressa é inimiga da téc-nica, como aconteceu no projetodo Expominas, em Belo Horizon-te, nos anos de 1970, o inciso VIIIdo artigo 39 do Código de Defesado Consumidor protege a atuaçãodo profissional:

VIII - colocar, no mercado deconsumo, qualquer produto ouserviço em desacordo com as nor-mas expedidas pelos órgãos ofi-ciais competentes ou, se normasespecíficas não existirem, pelaAssociação Brasileira de NormasTécnicas ou outra entidade cre-denciada pelo Conselho Nacionalde Metrologia, Normalização eQualidade Industrial (Conmetro).

engenhariaespecial uniãoNORMAS

tudo começa no projeto, justamenteonde os técnicos especulam que exis-tam problemas em relação à cicloviado Rio de Janeiro.Paiva afirma que as normas da ABNT

são bem feitas e que o critério de elabo-ração, tripartite, oferece transparência eeficiência. Há, em suaopinião, interessescomerciais que abalam a prática. “A ges-tão da ABNT diz que a norma é faculta-tiva”, diz. Entretanto, a observância dasregras épreponderante para a segurançado usuário do serviço.

COMO PARTICIPAR DA ELABORAÇÃO DE UMA NORMA TÉCNICA NA ABNTA participação no processo de normalização é aberta a qualquer parte interessa-da e pode ser feita de diversas formas:

• Solicitação – Qualquer pessoa pode demandar uma nova norma. Paraisto deve encaminhar o pedido à diretoria da ABNT por meio do endereç[email protected].

• Participação – Os representantes das partes interessadas no assunto po-dem participar das reuniões das Comissões de Estudo (ABNT/CE) da ABNTresponsável pela elaboração ou revisão da norma. Os trabalhos destasABNT/CE podem ser acompanhados pelo ABNT Livelink (https://isolutions.iso.org).

• Votação – Quando a ABNT/CE termina a proposta, o texto é disponibilizadoem Consulta Nacional. Nesta fase qualquer pessoa pode votar pela aprova-ção, desaprovação ou sugerir modificações. A Consulta Nacional pode seracessada pelo endereço www.abnt.org.br/consultanacional.

• Revisão – Ao completar cinco anos, as Normas Brasileiras são analisadasno processo chamado de Análise Sistemática. É aberta uma Consulta Na-cional à sociedade para avaliar a necessidade da revisão, o que tambémpode definir se serão mantidas ou canceladas. O endereço desta consulta éwww.abnt.org.br/consultanacional.

Fonte: ABNT

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AEAARP9

CONHEÇA O MERCADOE SUAS EXIGÊNCIAS

ANTES DE EMPREENDERNa 7ª Semana de Tecnologia da Construção,

palestrantes falaram sobre o mercado da construção,as possibilidades de negócios e suas exigências

engenhariaespecial normas UNIÃO

Em 2014, a cadeia da construção civilmovimentou R$ 470,3 bilhões, o que re-presentou 8,5%do Produto Interno Bru-to (PIB) daquele ano, segundoMariana

RossattiMolina, consultora do SEBRAE.O empreendedorismo é uma das voca-ções desse setor. O Brasil, segundo ela,tem mais de 230 mil estabelecimentos

dessa natureza.A busca pela independência financeira

ou o desemprego são algumas das ra-zões que levam o profissional a investir

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Revista Painel10

RESÍDUOS SÓLIDOSO conceito de desenvolvimentosustentável será substituído,na próxima década, pelaresponsabilidade ambiental,segundo a geógrafa ReginaHelena Tonelli, que tambémpalestrou na Semana deTecnologia da Construção. Osprofissionais da construçãocivil, são agentes ativos natransformação do ambiente.Por este motivo devemtambém responder às açõesque empreendem. Legalmente,o gerador do resíduo éresponsável pela destinaçãoe deposição. “O gerador épagador”, fala. Ela alerta paraa questão dos resíduos sólidosem Ribeirão Preto: a destinaçãoerrada significa perda dematerial no canteiro de obras,uma vez que quase tudo épassível de reutilização.

engenhariaespecial normas UNIÃO

Caio Avancine

Os requisitos da norma de desempenho (NBR 15.575/2013) são exigidos nosempreendimentos cujos projetos foram aprovados pelos órgãos competentes a partirda adoção da regra (abril de 2013).

Regina Helena Tonelli

no próprio negócio. Molina alerta quea realidade difere da idealização. Oempreendedor não tem as mesmasgarantias do funcionário – décimo ter-ceiro salário, férias, horário de entradae saída do trabalho. E acumula respon-sabilidades, que podem ser controladascom planejamento e gestão. A cada 100empresas que começam a atividade, 27fecham as portas após 12meses, muitaspor falhas na gestão e no planejamento.Os negócios que envolvem a enge-

nharia, a arquitetura e a agronomia sãoúnicos e complexos. Na 7ª Semana deTecnologia da Construção, promovidapela AEAARP emabril, o engenheiro civilCaio Luiz Avancine, do Instituto Brasilei-ro de Avaliações e Perícias de Engenha-ria de São Paulo (IBAPE), falou sobrea NBR 15.575, elaborada pela ABNT eque está em vigor desde 2013. A Normaestabelece regras de desempenho dasconstruções e, dentre outras coisas,estabelece critérios para amanutençãodo empreendimento.

Segundo Avancine, as normas técni-cas são de caráter voluntário, mas sãoconsideradas pelo poder judiciário.Deriva disso sua importância para omercado. Esta Norma mexeu principal-mente como cotidiano de condomínios,que são obrigados a exigir a presençade profissionais habilitados para a exe-cução de serviços de manutenção emunidades habitacionais. “Toda altera-ção no edifício tem de ter responsáveltécnico. Isso não é exigido para inter-venções que não representam riscode segurança, como pintura e troca depiso”, explicou.As exigências para o exercício pro-

fissional, seja no modelo empresarialou como funcionário, são relevantes,sobretudo, para garantir a qualidade doserviço prestado. Avancine avalia que éesta uma das consequências da Normade desempenho, que estabelece níveisde exigência demateriais, manutenção,dentre outras regras.

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AEAARP11

Os desafios doprofissional

empreendedor

GESTÃO

Há quem aventure-se no mun-do dos negócios porque vislum-brou uma oportunidade ainda nãoaproveitada pelo mercado. Existeaquele que quer realizar um sonhoou quer continuar a exercer umaatividade após a aposentadoria. Hátambém quem se arrisque porquenão temoutra escolha, precisa em-preender para sobreviver. Seja qual

for a motivação do nosso futuro empresário, uma coisa é certa:ele irá precisar muito mais do que persistência e boa vontadepara sobreviver no mercado.Não basta ser bom no que faz, não basta ser um excelente

engenheiro, agrônomo ou arquiteto. É preciso gerir esta novaempresa, planejar e inovar. Fazer comque omercado perceba ovalor doprodutoou serviçooferecido. Senão, veremosmais umasituação de profissional que usa sua empresa muito mais comoumautoemprego doque realmente umgestor e empreendedor.O empreendedor é a pessoa que estabelece estratégias para

atingir seus objetivos e sonhos. Não desiste no primeiro obs-táculo, é comprometido com os resultados e não terceiriza aculpa, semprebuscandomelhorar o queestá sob sua influência econtrole. É proativo, visualiza as oportunidades e analisa o riscoe retorno dessas oportunidades, correndo um risco calculado.Nem todo empresário éumempreendedor e essa diferença serárefletida nos resultados.Para quem está pensando em abrir sua empresa, um bom

primeiro passo pode ser verificar se possui essas característi-cas (ou se precisa desenvolve-las) e se é isso o que realmentequer. Outras perguntas são: qual é o seu público-alvo? Qual é otamanho deste mercado? Qual o valor que o seu cliente vê emsua solução e que ganhos ou alívio de dores ela traz? Qual é oinvestimentonecessário para começar o seunegócio? Emquantotempo terá o retorno deste investimento? Quais os riscos deste

negócio e como pensa em mitiga-los ou contingencia-los? Paratanto, pode-se lançarmãodeconceitos e técnicasdoplanejamen-to estratégico. Defina objetivos de curto, médio e longo prazo!Implante indicadores de desempenho! Avalie os resultados!Lógicoquenãoexisteumaformulasecreta.Mas,aprendendocom

as empresas que tiveram sucesso, e também as que não tiveram,selecionamos algumas dicas para a sua empresa ser competitiva:- Valide e inove em seumodelo de negócio (será que estou usandoosmelhorescanaisparaatingirmeucliente,comapropostadevaloradequada e com os recursos adequados? Será que eu preciso real-mentetestarrecursosparameuclientevervaloremminhasolução?);- Tenha um diferencial (já se perguntou o porquê alguém vaicomprar de você e não de seu concorrente?);- Desenvolva o seu comportamento empreendedor (empreen-dedor nenhumnasce pronto, mas você irá precisar desenvolveresses comportamentos, habilidades e atitudes);- Inovar é preciso!;- Umolho nonegócio e outro nomercado (fique de olho em seusconcorrentes, analise omercado e as mudanças no cenário. É oprimeiro passo para um bom planejamento estratégico);- Foco no cliente (nas necessidades que, às vezes, nem ele sabeque tem);- Gerencie o seunegócio (que tal utilizar ferramentaspara facilitaro seugerenciamentoe tomardecisõesusandodados confiáveis?);- Desenvolva sua equipe (ninguém consegue chegar lá sozinho,porquenão terumaequipe trabalhandoemsinergiae comvocê?)- Seja eficiente (melhore seus processos e utilize melhor seusrecursos, afinal, são limitados).- Reinvista na sua empresa (mesmo que sua empresa estejatendo ótimos resultados, você vai precisar reinvestir. Sucesso éum estado temporário, não definitivo).Nas próximas edições da Painel aprofundaremos a reflexão

sobre estas e outras discussões sobre administração e em-preendedorismo, para que o profissional se torne, também,empreendedor.

Mariana Rosseti Molina,consultora do SEBRAE

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Revista Painel12

tecnologia

CRESCE USO DO

Setor conquista Comitê Brasileiro deDrywall para discutir normas na ABNT

DRYWALL NO BRASIL

A criação do Comitê Brasileiro deDrywall (CB-217), na Associação Brasi-leira de Normas Técnicas (ABNT), emnovembro de 2015, é considerado omais recente avanço no mercado dedrywall no Brasil. A partir dele, as nor-mas técnicas relacionadas à tecnologiaserão de responsabilidade exclusiva donovo comitê, que é formado por mem-bros do setor e tem sede na AssociaçãoBrasileira do Drywall. “Esse comitê seráresponsável por revisar todas as normastécnicas do drywall e elaborar normascomplementares”, explica Allen Dupré,da Associação Drywall. Antes, essasnormas estavam vinculadas ao ComitêBrasileiro da Construção Civil (CB-02).O mercado de drywall conquistou ou-

tros avanços na área técnica nos últimosanos como, por exemplo, a participaçãodireta na elaboração das Instruções Téc-nicas do Corpo de Bombeiros do Estadode São Paulo relativas à proteção ao fogoemparedes internas e forros, a criaçãodemanuais sobreacústica, fixaçãodecargas,pintura e coleta e destinação de resíduose a participação direta na reformulaçãoda Resolução 307 do Conselho Nacionaldo Meio Ambiente (Conama), visando areclassificaçãodos resíduosdegessoparaacategoriademateriais comsoluções téc-nicas eeconômicasde reaproveitamento.

Os resíduos gerados com autilização de drywall são 100%recicláveis. A Associação Drywallpublicou o manual “Resíduos degesso na construção civil – coleta,armazenagem e reciclagem”.

Veja na área de Notícias da página daAEAARP o atalho para este material.

www.aeaarp.org.br

ConsumoO drywall é utilizado predominante-

mente no setor comercial, que respondepor aproximadamente 80% do consumono Brasil. Nesse segmento, paredes eforros são os principais usos. Já o seg-mento residencial vem crescendo deforma gradativa, principalmente nosgrandes centros urbanos, respondendopelos 20% restantes e comgrandepoten-cial de expansão, segundo Dupré. Nãoexiste uma nova tecnologia no mercadode drywall, o material continua sendoutilizado em aplicações tradicionais:paredes internas, forros, revestimentose mobiliário fixo.De acordo comos fabricantes do setor,

hoje, o consumo é superior a 70milhõesdemetros quadrados anuais. E os núme-

A utilização de lã mineral nointerior das paredes melhora odesempenho acústico destas.

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AEAARP13

TecnologiaA partir de 1995, três empresas europeias introduziram no Brasil tecnologias de drywallcom sistemas formados pelos seguintes componentes:▪ chapas de gesso de três tipos – standard para uso geral, resistente à umidade paraáreas molháveis e resistente ao fogo para áreas em que se exige maior proteção emcaso de incêndio▪ perfis estruturais de aço galvanizado▪ parafusos▪ massas e fitas para tratamento de juntas▪ banda acústica (fita de elastômero autoadesiva, colada em todo o perímetro da estru-tura de aço para absorver ruídos)Posteriormente, outros tipos de chapa para drywall foram introduzidos no mercado,incluindo chapas acústicas (em especial para forros), chapas com alta resistência (paraáreas de grande circulação) e chapasmais delgadas para obtenção de superfícies curvas.Também foram lançados acessórios especiais como tampas de inspeção, permitindoacesso ao interior do sistema em paredes, forros e revestimentos.

ros referentes ao ano de 2015 serão pu-blicados em junho deste ano, segundo aAssociação. Jápara o anode 2016, Dupréavalia que o crescimento será discreto,em razão da crise que atingiu o setor daconstrução civil. Porém, “o desempenhodo segmento de drywall tem sido su-perior ao da construção civil em geral etambémdosdemaismateriais e sistemasconstrutivos em uso no país”, afirma.Segundo ele, o drywall vem substituindogradativamente a alvenaria tradicional.

HistóriaOdrywall chegouaoBrasil no início dos

anos 1970, quando omédico Roberto deCampos Guimarães, após uma viagemaos Estados Unidos, decidiu construirno país a primeira fábrica de chapas degesso para drywall, a GypsumdoNordes-te. A fábrica foi implantada em Petrolina(PE), por causa da proximidade com aChapada do Araripe, local rico em gipsi-ta –minério do qual é extraído o gesso.Apartir daí, o sistemadrywall começou

a ser utilizadoemestrutura compostaporperfis de madeira e era usado quase ex-clusivamenteemparedesdivisórias inter-nas. A obra que se destaca nessa fase é oconjuntohabitacional ZezinhoMagalhãesPrado, em Guarulhos (SP), assinado portrês expoentes da arquitetura brasileira:João Batista Vilanova Artigas, Fábio Pen-teado e Paulo Mendes da Rocha.O sistema não teve o sucesso espera-

do, pois suas principais vantagens paraos construtores – leveza e execuçãorápida e limpa – não eram relevantesna época. As construções usavam ve-dações convencionais de alvenaria e avelocidade de execução das obras nãoera a grande preocupação. Por outrolado, a aparente fragilidade do materialtornou-se um obstáculo cultural parasua disseminação, o que acarretou em

uma crise enfrentada pela Gypsum doNordeste, em 1995, e na sua venda parao grupo francês Lafarge, que já atuava nosetor de drywall na Europa. Em 1999, aempresa chilena BPB Placo e, em 2000,a alemã Knauf implantaram fábricas noBrasil nas cidades de Mogi das Cruzes(SP) eQueimados (RJ), respectivamente.

Fábricas no BrasilHoje, o Brasil conta com seis fábricas

de chapas para drywall em operação: aKnauf do Brasil tem uma emQueimados(RJ) e outra em Camaçari (BA), a PlacotemumaemMogi das Cruzes (SP) e outraem Feira de Santana (BA), a Gypsum temumaemoperaçãoemPetrolina (PE) e ou-tra em construção em Santa Cruz (RJ) e aTrevo do Nordeste em Juazeiro do Norte(CE). Essas fábricas têmcapacidade paraatender 100% da demanda brasileira,produzindo alémdas chapas todos os de-mais componentes do sistema. Quanto

aos perfis estruturais de aço galvanizadoexistem cerca de 10 outros fabricantes.Já os parafusos e fitas específicos para odrywall são importados pelos fabricantesdas chapas, porém representam menosde 2% do custo de execução do sistema.

Na área de Notícias da página daAEAARP tem a lista das normasque regulamentam o setor.

www.aeaarp.org.br

As chapas são instaladas em um dos ladosda estrutura metálica e, após a colocação de

todas as instalações (elétricas, hidráulicas e oselementos de isolamento térmico e acústico)

no interior da parede, são fixadas as chapas dooutro lado. É um procedimento simples, que evita

o tradicional “quebra-quebra” adotado para acolocação de condutores elétricos e tubulações

hidráulicas em paredes de alvenaria de blocos deconcreto ou cerâmicos.

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Revista Painel14

negócios

O FÔLEGO DAAGRISHOW

Na 23ª edição do evento foi lançada a VitrineTecnológica Sustentável, que ocupará a área estática

da feira nos meses em que ela não acontece

Durante a Agrishow 2016 um produtorarrematou 200 tratores, sendo uma cen-tena de cada marca. O engenheiro agrô-nomoGeraldoGeraldi Júniorpresenciouacena que, revertida em números, integraobalançooficial da23ªFeira InternacionaldeTecnologiaAgrícola. De acordo comosorganizadores, a feiramovimentou negó-ciosque somamR$1,95bilhão.Obalançooficial, publicado na página da Agrishowna internet, alerta para o fato de quemuitos negócios são concretizados emmédio e longo prazos, depois do evento.Os mais de vinte anos da feira, nascida

emRibeirão Preto comoespelho da FarmShow, dos Estados Unidos, não esgota-ram seu potencial de inovação, tanto doponto de vista tecnológico quanto denegócios. Esta é a conclusão de Geraldi,

que é diretor regional do Departamentode Sementes e Mudas da Coordenadoriade Assistência Técnica Integral (CATI), edo engenheiro agrônomo José RobertoScarpellini, diretor do Polo Regionalde Desenvolvimento Tecnológico dosAgronegócios do Centro Leste (APTA). Osdois são ligados à Secretaria Estadual daAgricultura e Abastecimento do governodo estado de São Paulo.Para Scarpellini, a concepção original

da feira, “de ser vitrine de lançamentostecnológicos”, estámantida. “É diferentede ir a uma revenda”, observa. Esta cons-tatação corrobora a opinião de Geraldi,para quem a diversidade de oportunida-des denegócios emumsó lugar garante ooxigênio para a sobrevivência do evento.Para Geraldi, a Agrishow é versátil

Mais de 150 mil pessoas estiveram na Agrishow 2016

pelo fato de apresentar tanto opções dealta tecnologia quanto soluções para aagricultura familiar, apesar de não ser oprincipal foco do evento. Ele ainda res-salta a relevância para o município, quesofre impactos positivos em diferentessetores da economia em razão do turis-mo de negócios.

VitrineOengenheiro agrônomoPauloPeixoto,

diretor da AEAARP, considera que a feiraoferece oportunidade de conhecer aevolução tecnológica dos equipamentosusados no campo. “É também a opor-tunidade de travar o primeiro contatoentre novas tecnologias que precisamser adaptadas para as condições tropi-cais, entre os que as estão importando

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AEAARP15

e os potenciais consumidores destastecnologias”, observa. Durante a feira,a APTA e a Embrapa apresentaram aVitrine Tecnológica Sustentável, projetoque, inicialmente, deverá ocupar 44hectares da Fazenda Experimental e cujofoco éodesenvolvimento e transferênciade tecnologia em pecuária de corte erecuperação de áreas degradadas, pormeio do uso da integração lavoura-pe-cuária-floresta. O projeto deverá ocuparo espaço da Agrishow até 2028 e seráde responsabilidade da APTA, por meiode seus polos regionais e do Institutode Zootecnia (IZ), e da Embrapa MeioAmbiente. O investimento é estimadoemR$3milhões e os dois órgãos buscamparcerias com instituições privadas paraa execução dos trabalhos.O objetivo é gerar, consolidar e pro-

mover tecnologias para a produção debovinos de corte. A expectativa é que naárea sejam apresentadas oportunidadesde uso eficiente do solo, considerandoa recuperação de áreas degradadas ouem degradação e a renovação de áreascanavieiras. A ideia é também mostrar

Deusa CeresO engenheiro agrônomo JoséWalter Figueiredo, associado à AEAARP, recebeu amedalha Fernando Costa, da categoria Ação Ambiental do prêmio Deusa Ceres,realizado anualmente pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de SãoPaulo. Outros nove profissionais foram homenageados na cerimônia realizada durantea Agrishow.

Homenageados de 2016Troféu Deusa Ceres Aldir Alves TeixeiraEngenheiro agrônomo do anoMedalha Fernando CostaAção ambiental JoséWalter Figueiredo SilvaAssistência técnica e extensão rural Antônio José TorresCooperativismo Ismael Perina JúniorDefesa agropecuária Paulo Fernando de BritoEnsino Glauco Eduardo Pereira CortezIniciativa privada José Carlos FernandesPesquisa Orivaldo BruniniMedalha Joaquim Eugênio de Lima Maria Esmeralda Soares Payão DemattêComunicação rural José Luiz Tejon Megido

aos produtores rurais a importância deincluir culturas anuais ou de ciclo longoem áreas exclusivas para pastagem.

Outros eventosPara Scarpellini, a Vitrine Tecnológica

Sustentável é a oportunidade de fazervoltar à pauta uma antiga questão: autilização da área estática da feira forado período de preparação, realizaçãoe desmontagem do evento. Ele conta

que o lugar fica vulnerável a acidentes,invasões, dentre outras ocorrências, nosnove meses do ano que as equipes daAgrishow não estão no local.Segundo ele, o contrato de 30 anos

firmado entre o Estado e as associaçõesque realizam o evento, assinado em2011, prevê a realização de quatro fei-ras, todas com temática do campo. Só aAgrishow, no entanto, ainda é realizadaali. Há ainda impasses na cessão doespaço para eventos que não estejamligados aos organizadores da Agrishow,uma vez que as estruturas em alvenariasno terreno são de propriedade das en-tidades que realizam a feira e por essemotivo não poderiam ser usadas emoutras oportunidades.O “juntado tecnológico”, na semântica

de Geraldi, e a “vitrine de lançamentos”,na explicação de Scarpellini, são, entre-tanto, características que valorizam ejustificam a realização do evento, queem 2016 atraiu mais de 150 mil pessoaspara a exposição demais de 800marcasnacionais e internacionais que participa-ramde rodadasdenegócios e expuseramseus produtos. “A feira não dá mostrasde cansaço”, finaliza Geraldi.

Comitiva da AEAARP visitou a feira

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Revista Painel16

mercado

SEGURO DE

Crise política e econômica é responsável peladiminuição na contratação de seguros

OBRAS CIVIS

O boom do mercado segurador deobras civis aconteceu há aproximada-mente cinco anos, quando a economiabrasileira crescia em torno de 5%ao ano,de acordo com o engenheiro civil SidneyCezarino, diretor de uma corretora de se-guros de Ribeirão Preto (SP). O aumentofoi ocasionado também pela divulgaçãodas coberturas dos seguros e seus bene-fícios, explica o administrador AnselmoBuosi, sócio-diretor de uma corretorade seguros também de Ribeirão Preto.Coma crise política e econômica que o

país enfrenta desde 2015, o crescimentodo setor não se sustentou.Outros fatoresque contribuem para a queda no mer-cado são a falta de conhecimento sobreessas possibilidades e a preocupaçãode encarecer a obra. Eventos como aCopa do Mundo e as Olímpiadas, quemovimentaram um pouco mais o setorda construção civil, têm influenciado omercado de seguros, explica Buosi.

Períodos de contrataçãoExistem seguros específicos para cada

fase da obra, os principais são:

▪ Fase pré-obra:Garantia de Obrigação Contratual

(garantir a execução da obra), trans-portes de equipamentos e materiaisdestinados à obra, ResponsabilidadeCivil Geral Profissional (garantir eventualresponsabilidade por falha profissionaldos projetistas).

▪ Fase pré-obra:RiscosdeEngenharia (referenteaosaci-

dentes deorigemsúbita e imprevista quepossam atingir a obra), Riscos DiversosEquipamentos (em uso na execução daobra), ALOP/DSU (possível perda de lucroesperado em consequência de atraso naentrega da obra por acidente cobertoem riscos de engenharia), Responsabili-dade Civil Geral Obras (danos causadosa terceiros em decorrência de acidentesenvolvendo a obra), ResponsabilidadeCivil Geral Empregador (morte e invalidezpermanente de funcionário da obra).

▪ Fase pós-obra:Manutenção (quando contratado o

seguro de Riscos de Engenharia é pos-sível incluir cobertura para o período demanutenção, desde que seja previsto nocontrato da obra).

Riscos de EngenhariaSegundo dados da Superintendên-cia de Seguros Privados (Susep) –autarquia vinculada ao Ministérioda Fazenda, responsável pelocontrole e fiscalização domercadode seguro no Brasil – a carteira deRisco de Engenharia movimentouR$ 577,9 milhões, em 2014, e R$504,0 milhões, em 2015, apresen-tando queda nominal de 12,8%.

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AEAARP17

Segundo Cezarino, os seguros de Ga-rantia eRiscos de Engenharia são sempreosmais procurados devido às exigênciasdos agentes financiadores da obra. Essasmodalidades garantem a proteção con-tra todos os riscos que afetam a obracivil como erro de execução, prejuízoscausados a terceiros, roubo e furto qua-lificados, incêndio, danos decorrentes devendaval, erro de projeto, equipamentos

móveis e estacionários utilizadosnaobra,ferramentas de pequenoemédio portes,responsabilidade civil empregador, entreoutros, explica Buosi.

CustosO valor da contratação de seguro

depende de vários fatores: cobertura,custo, tipo, localização e duração da obraeda exposiçãodesta a possíveis danos danatureza. Cezarino informa que o customédio do seguro é inferior a 0,50% dovalor da obra. Buosi conta que já segurouobras de alta complexidade e expressivovalor em risco e o custo representoumenos de 0,15% do valor total do em-preendimento. O administrador alertaque, apesar de as construções teremtamanhos diferentes, não existe obraque sofra mais riscos que outra, porém“énecessário colocar empráticamedidasde seguranças paramitigar os riscos, taiscomoprevençãode incêndio e acidentes,manutenção preventiva, treinamento deempregados, uso obrigatório de equi-pamentos de proteção individual, entreoutras medidas”.Com a obra segurada, o investimento

é protegido, reduzindo as chances depossíveis prejuízos financeiros inerentesaos projetos e às intempéries. A procurapor esse serviço é feita principalmentepor construtoras e empreiteiras. Porém,a apólice também pode ser emitida nonome de uma pessoa física, desde que aobra seja assistida por profissional regis-

Seguro deResponsabilidade CivilProfissional – Parceriacom a MútuaEste seguro é um produto criado emparceria com a Caixa de Assistênciados Profissionais dos CREAs (Mútua)– oferecido e avalizado pelo SistemaConfea/Crea eMútua – e é destinadoaos profissionais registrados nos Con-selhos de Engenharia, Arquitetura eAgronomia e também no Conselhode Arquitetura e Urbanismo. O ser-viço oferece cobertura aos danoscausados a terceiros, decorrentes defalhas e/ou omissões profissionais.Com apenas uma apólice anual, épossível proteger obras, projetose serviços executados, garantindoproteção e segurança à atividadepro-fissional desenvolvida nas áreas daArquitetura, Engenharia, Agronomia,Técnicas e todas as demais profissõesregistradas nestes Conselhos e sujei-tas a falhas e equívocos involuntários.

Informações - Central de Relacio-namento da Mútua 0800 61 0003,opção 1.

tradonoCREAenoCAU. Cezarino explicaque o período ideal para a contrataçãodo seguro é antes do início da obra.

Documentos x contrataçãoAntes de fechar o contrato com o se-

gurado, a empresa de seguros analisa osprojetos, o memorial descritivo, o localda construção, as datas de cada faseda obra, os estudos de fundações e ocronogramafísico-financeiro. É realizadatambém uma visita técnica no futurocanteiro de obra para avaliar os possíveisdanos ambientais. Buosi explica que apóstodas as exigências legais, o contrato doseguro passa a vigorar em uma semana.“Os serviços das seguradoras se dife-renciam principalmente na coberturaoferecida e no valor total aceito em umrisco a ser segurado”, diz o administrador.Antes de contratar um seguro de obracivil, é necessário pesquisar no site daSusep se a empresa ou o corretor sãocertificados pelo órgão.

O mercado segurador tambémconta a Escola Nacional de Se-guros, fundada em 1971, quetemamissão de difundir o ensi-no, a pesquisa e o conhecimen-to emseguros. Conheçaaescolaem www.funenseg.org.br.

Toda a legislação que regula omercado segurador no Brasil estádisponível em Notícias na página

da AEAARP na internet.

www.aeaarp.org.br

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Revista Painel18

Maio é o mês dos profissionais queestudam a superfície terrestre e a rela-ção entre o homem e a terra. Neste mêssão comemorados o Dia do EngenheiroCartógrafo (dia 6), Dia do Geógrafo (dia29) e Dia doGeólogo (dia 30). E tudo nãopassa de uma grande coincidência.O Dia do Engenheiro Cartógrafo foi

criadopela SociedadeBrasileira deCarto-grafia, por causa domais antigo trabalhocartográfico registrado no Brasil: umdocumentoquedeterminoua latitudedaBaía de Cabrália (atual Porto Seguro-BA)e escrito por um astrônomo da frota dePedro Álvares Cabral. Este documentofoi entregue à corte portuguesa junto àCarta de Pero Vaz de Caminha, no dia de6 de maio de 1500 (veja box), de acordocom o Calendário Gregoriano. Já o Diado Geógrafo é comemorado no mesmodia da fundação do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE): 29 demaiode 1936. E oDia doGeólogo foi escolhidocombase na data do Projeto de Lei 2.028

carreira

Saiba mais sobre as atribuições destes profissionaise como anda o mercado de trabalho

MAIO DO ENGENHEIRO CARTÓGRAFO,DO GEÓGRAFO E DO GEÓLOGO

de 30 de maio de 1960, que deu origemà Lei 4.076, legislação que regulamentaesta profissão.No Brasil, existem hoje 1.551 enge-

nheiros cartógrafos, 6.298 geógrafos e10.501 geólogos registrados no Conse-lho Federal de Engenharia e Agronomia(CONFEA). Veja no quadro abaixo adivisão desses profissionais por região.

No calendário utilizado na época, oJuliano, o registro mais antigo carto-gráfico aconteceu em 27 de abril de1500. Porém no Calendário Grego-riano – de origem europeia e usadooficialmente pela maioria dos países- o registro aconteceu em 6 de maio.

*Sistema CONFEA

Número de profissionais por regiãoEngenheirocartográfico

Centro-Oeste 37 672 1180Nordeste 113 940 2122Norte 19 449 995Sudeste 895 3023 4498Sul 487 1214 1706Brasil 1551 6298 10501

Regiões Geógrafo Geólogo

Geólogo Eder Luiz Santo coletandosedimentos para análise química

AtribuiçõesprofissionaisDe acordo comaResolução 197/1970,

as principais atribuições do engenheirocartógrafo são: planejamento e projetoreferente à cartografia, compreendendoa topografia, geodésia e astronomia decampo, a elaboração e preparação decartas, ensino e pesquisa referentes àcartografia e vistorias, perícias e ava-liações referentes aos itens anteriores.

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AEAARP19

É da competência do geógrafo, segun-do o Decreto n° 85.138/1980, o levanta-mento físico-geográfico, biogeográfico,antropogeográfico e geoeconômico,delimitação e caracterização de regiõese sub-regiões geográficas naturais ezonas geoeconômicas, para fins de pla-nejamento e organização físico-espacial,interpretação das condições hidrológicasdas bacias fluviais, caracterização ecoló-gica e etológica da paisagem geográfica,migração interna, imigração e coloniza-ção de regiões novas ou de revalorizaçãode regiões de velho povoamento, alémdo aproveitamento, desenvolvimento epreservação dos recursos naturais.Já a profissão do geólogo é regulamen-

tada pela Resolução 120/1959 e atribuia estes profissionais os trabalhos topo-gráficos, os levantamentos geológicos egeofísicos, estudos de geologia econô-mica e pesquisas de riquezas minerais,prospecção e pesquisas para a cubaçãode jazidas e determinação de seu valoreconômico e perícias relacionadas a suaárea de atuação.

Mercado de trabalhoEm entrevista ao portal do CREA-SP,

o engenheiro cartógrafo João FernandoCustódio da Silva disse que há boa em-

Onde estudarDiversas universidades públicas ou privadas do país oferecem cursos degraduação para estas áreas, destacando-se:

Engenharia Cartográfica:Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp),Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do RioGrande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Federalde Viçosa (UFV), Universidade Federal da Bahia (UFBA), UniversidadeFederal do Piauí (UFPI) e Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Geografia:Centro Universitário Fundação Santo André (FSA), PontifíciaUniversidade Católica (PUC), Universidade Estadual Paulista Júlio deMesquita Filho (Unesp), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),Centro Universitário de Votuporanga (Unifev), Universidade de Taubaté(Unitau), Universidade do Vale do Paraíba (Univap) e Universidade deSão Paulo (USP).

Geologia:Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Ceará(UFC), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), UniversidadeFederal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Mato Grosso(UFMT), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federalde Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Rio Grande do Sul(UFRGS), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), UniversidadeFederal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Estadual PaulistaJúlio de Mesquita Filho (UNESP), Universidade de São Paulo (USP),Universidade Federal de Roraima (UFRR), Universidade Federal de SantaCatarina (UFSC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e UniversidadeFederal do Pará (UFPA).

Geógrafo Elias Antonio Vieira monitorando a recuperação florestal de uma área quecumprirá exigência de processo de licenciamento ambiental, em Cravinhos/SP. O local iráreceber resíduos de construção e demolição caracterizados como classe “A” ou inertes

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Revista Painel20

Geógrafo Elias Antonio Vieirademonstrando detalhes do traçado viáriode um loteamento. “Seja em papel ou meiodigital (imagens de satélite, por exemplo) éuma das principais ferramentas de trabalhodo geógrafo”, explica Vieira

pregabilidade no setor, com vagas distri-buídas entre os setores público e privadoem proporções iguais. De acordo com oengenheiro, o setor de Engenharia Carto-gráfica deve crescer no país, em virtudedas características do território. “O Brasiléoquintomaiorpaísdomundoemsuper-fície geográfica com áreas ainda por ma-pear”. Alémdisso, Silva destaca que tudoo que já foi mapeado requer constanteatualização. A AEAARP não tem nenhumengenheiro cartógrafo associado.Elias Antonio Vieira é um dos dois

geógrafos associados da AEAARP, eleformou-se em 1995 em LicenciaturaPlena para Docência, na Faculdade deEducação São Luís (Jaboticabal-SP), eemDoutor emGeografia eGeógrafo, em2006, pela UNESP (Rio Claro-SP). Hoje,ele atua em consultoria urbanística am-biental, regularização fundiária e gestãode resíduos e rejeitos urbanos. O geógra-fo diz que o grande desafio da profissãoé “a busca por capacitação contínua paraampliar o relacionamento profissional eaplicar as ferramentas oferecidas pelaGeografia, para proporcionar serviços dequalidade e custo benefício positivo aos

contratantes do geógrafo”.De acordo com Vieira, o mercado de

trabalho temdemanda crescente para osprofissionais comprometidos. “As vagasexistem, principalmente, no segmentoda arquitetura urbana, engenharia civil eambiental e, às vezes, na biologia vegetale animal em que se aplica a biogeogra-fia”. O piso salarial é fixado pelo CREA eo geógrafo explica que a remuneraçãodo profissional depende também dograu de competência, da complexidadee responsabilidade da tarefa, do núme-ro de horas técnicas empregadas e dafidelidade do cliente. Em entrevista aoportal do CREA-MG, o geógrafo AndréSalgado, coordenador do Programa dePós-graduação em Geografia da UFMG,disse que muitas profissionais optampelas duas formações: bacharelado elicenciatura para ampliar as oportunida-des de trabalho.A AEAARP conta com 10 geólogos

associados, um deles é Eder Luiz Santo,formado pela UNESP (Rio Claro-SP), em1992. A sua principal área de atuação éo licenciamento ambiental. “Eu faço odiagnóstico do local que irá comportar

umamineradora, coleto amostra de solo,água e rocha, analiso características quí-micas, a qualidade da água, etc.”. A partirdisso, Santo faz um estudo de impactoambiental e levantamento do custo paraa implantação da mineradora. Ele avaliaseo solo já temcontaminaçãopormercú-rio, caso a área já tenha sido garimpada,e faz um projeto do que será feito nesseespaço, depois que a mineração acabar.“Não são muitos os geólogos que

atuam na área de meio ambiente”, dizSanto, a maioria trabalha com pesquisamineral, área que ele considera ter ogrande desafio de abdicar do convíviosocial, ficarmuito tempo longe da famíliae instalado em locais inóspitos. Segundoo geólogo, a crise tem atrapalhado osrecém-formados, realidade bemdiferen-te de 2011. “Neste ano, não encontravageólogo nomercado. As empresas finan-ciavam bolsas de estudos e recrutavamalunos do quarto ou quinto ano parafazer estágio e quando estes concluíamo curso eram efetivados”. Em contra-partida, Santo ressalta que a profissãooferece um leque grande de atribuiçõese acredita no futuro promissor do setor.

Geólogo Eder Luiz Santo coletando águae medindo o pH em campo

carreira

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AEAARP21

UMA ARTPARA CADA CONTRATO

A Anotação de Responsabilidade Téc-nica (ART) deve ser emitida por todosos profissionais de engenharia, agrono-mia, tecnólogos e técnicos. A Resolução1.025/2009 classifica a ART em trêscategorias: de obra ou serviço, múltiplae de cargo ou função.Araken Mutran, gerente regional do

CREA-SP em Ribeirão Preto, esclareceque no primeiro caso refere-se ao regis-tro da execução de obras ou prestaçãode serviços. A ART múltipla abrangevários contratos ou serviços prestadosem determinado período. Por fim, a decargo e função é relativa ao vínculo doprofissional comoutras empresas para odesempenho de função técnica.Para cada contratode trabalhodeve ser

emitidaumaART.Mutranesclarecequesehouveralteraçãonoserviço–mudançademetragemdaobra, alteraçãonas caracte-rísticasdoserviçoetc–outraART, comple-mentar, deve ser emitida. “Isso acontecese houver outro contrato. Se for feito pormeiodeumaditivo, deve ser emitidaumaART complementar”, esclarece.A ART complementar é prevista na Re-

solução 1.025/2009, do CONFEA/CREA, evaletambémparacorreçãododocumento.“Casoocorraalgumequívoconopreenchi-mento, o profissional pode substituir estedocumento por uma ART complementarcorrigindo a informação”, explica.

crea-sp

Resolução 1.025/2009

Art. 10. Quanto à forma de regis-tro, a ART pode ser classificadaem:

I – ART complementar, anotaçãode responsabilidade técnica domesmo profissional que, vincu-lada a uma ART inicial, comple-menta os dados anotados nosseguintes casos:a) for realizada alteração contra-tual que ampliar o objeto, o valordo contrato ou a atividade técnicacontratada, ou prorrogar o prazode execução; oub) houver a necessidade de deta-lhar as atividades técnicas, desdeque não impliquemamodificaçãoda caracterização do objeto ou daatividade técnica contratada.

II – ART de substituição, anotaçãode responsabilidade técnica domesmo profissional que, vincula-da a uma ART inicial, substitui osdados anotadosnos casos emque:a) houver a necessidade de cor-rigir dados que impliquem amodificação da caracterizaçãodo objeto ou da atividade técnicacontratada; oub) houver a necessidade de corri-gir erro de preenchimento deART.

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Revista Painel22

Integração, inclusão, segurança, sustentabilidadesão itens essenciais para o debate e – mais ainda– para a prática de quem quer discutir o temaRegião Metropolitana. Vejamos: a Região Metro-politana de Santiago no Chile disponibiliza todosos documentos sobre as estratégias regionais dedesenvolvimento que estabelecem as diretrizespara a melhora na qualidade de vida dos habitantes daquelaregião. O documento chamado “La Estrategia Regional de De-sarrollo”, por exemplo, formulado em parceria com a Programadas Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), organismode desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU),possui todas as informações orientativas para a realização deatividades entre os anos 2012 e 2021 que objetivem uma re-gião integrada, inclusiva, equitativa, segura, limpa, sustentável,inovadora e competitiva.Dia 14 de março, tivemos a primeira audiência pública para a

criação da Região Metropolitana (RM) de Ribeirão Preto. Com-posta por 34 municípios a ideia da RM busca, principalmente,por novos caminhos ao desenvolvimento regional.Isoladamente qualquer das cidades envolvidas não possui os

mesmos recursos e capacidade para alcançar um crescimentosocial, econômico, políticoou cultural comoquando comparadascom a força e imponência como grupo regional.Analisando desde um prisma nacional, a possível criação da

RM fortalece as ferramentas necessárias para que as cidadesalcancem em conjunto os recursos financeiros, técnicos e hu-manísticos indispensáveis na busca por melhores condições devida para população.

Já sobre o prisma internacional, pormeio dacooperação descentralizada, por exemplo, serápossível realizar inúmeras atividades e colocarem práticas os projetos de desenvolvimentolocal. Semdúvida, a possibilidade da criação daRMdeRibeirãoPreto torna a regiãomuitomaisatrativa para os organismos internacionais,

organizações, empresas e Governos.Entretanto, importante observar que para se alcançar tais

benefícios serão indispensáveis algumas pequenas adequaçõesna condução dos problemas sociais. O principal instrumentopara o desenvolvimento regional passa a ser a elaboração porescrito de políticas públicas e estratégias de desenvolvimento.As políticas públicas devem seguir uma ordemde preparação

desde a identificação do problema público até a avaliação finalde seus resultados. Neste sentido será de extrema importânciaque os governos locais desenvolvam novos modelos de cres-cimentos e elaborem as estratégias de desenvolvimento comqualidade. O resultado final dependerá diretamente disso.Sem dúvida, os caminhos para o desenvolvimento regional

estão sendo traçados. As políticas públicas interferirão dire-tamente em nossa realidade, por isso não podemos deixar deacompanhar, promover, cobrar e fiscalizar nossosmunicípios. Acriação da RegiãoMetropolitana de Ribeirão Preto impulsionaráo progresso e incentivará o avanço.

Maria Eugênia Biffi é advogada e mestre em Políticas Públicaspara o Desenvolvimento e Cooperação Internacional pelo

Instituto Ortega y Gasset em Madrid - Espanha

opinião!

REGIÃO METROPOLITANA DE RIBEIRÃODESENVOLVENDO A

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AEAARP23

pesquisa

Pesquisadores do Instituto deQuímicade São Carlos (IQSC) da Universidade deSãoPaulo (USP) desenvolveramhidrogeisatóxicos para aplicação na agricultura.Quando secos, eles se assemelham apequenos pedaços de plásticos cortados.Em contato com a água, aumentam devolume como se fossem esponjas. Oprojeto já foi submetido a um pedido depatente pela professoraAgnieszkaMaulee seu orientandoRodrigo César Sabadini.“A ideiaémisturar oshidrogeis secosna

terra onde está a planta e depois colocarágua. O hidrogel absorve o excesso deágua e libera o líquido aos poucos, con-forme a terra seca”, explica a professora.Já existem produtos semelhantes nomercado, mas eles são fabricados com

polímeros sintéticos.Ograndediferencialdos hidrogeis desenvolvidos no IQSC éque as matérias-primas são polímerosnaturais biodegradáveis: a goma gelana(produzida por bactérias que vivem naraiz de uma planta aquática, mas quejá é disponível por meio de culturas delaboratório) e a quitosana (obtida apartirde quitina, substância extraída da cascade crustáceos). Isso faz dos hidrogeis umprodutobiodegradável. “Ele tambémser-ve de nutriente para osmicroorganismosque estão no ar e na terra”, contaMaule.Para a professora, as principais vanta-

gens são a otimização do uso de água, adiminuiçãodousode fertilizantes eo fatode ser biodegradável. “Oprincipal focodeutilização dos hidrogeis seriamas regiões

USO DO HIDROGEL NA AGRICULTURAA otimização do uso da água e o fato de ser biodegradável

são as principais vantagens dessa pesquisa

áridas,masnada impededeutilizá-los emqualquer outro local”, destaca Sabadini.Os pesquisadores realizaram expe-

rimento com sementes de alface emfrascosde terra.Noprimeiro grupo foramcolocadas apenas as sementes e semhidrogeis; no segundo, sementes comhidrogeis; e no terceiro, sementes comhidrogeis e fertilizantes. Os três tipos deamostras receberam amesma quantida-dedeáguaapenasumaúnica vez.Aofinalde duas semanas, os frascos contendoapenas as sementes não germinaram.As sementes com hidrogel germinarame tiveram bom crescimento; e os com hi-drogel e fertilizantes alémdegerminaremtiveram um crescimento ainda melhor.

Fonte: Agência USP

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Revista Painel24

Paineleleições

A criação da Região Metropolitana prevê a implantação deconselhos que implica em novas correlações de forças, mas

sem impacto direto no processo deleitoral

CONSELHOSX CÂMARAS

AcriaçãodaRegiãoMetropolitana, quetramita no âmbito do governo de SãoPaulo, incita questionamentos sobre oimpactodo resultadodas eleições.Osde-tentores demandatos legislativoeexecu-tivo participam das decisões, porém nãohá impactodiretodo resultadodaeleição.As decisões são tomadas pelos conselhosde Deselvolvimento e Consultivo.O professor Pytágoras Daronchi, do

Centro Universitário Moura Lacerda,especialista no tema, explica que osprefeitos dos municípios que integrarãoaRegião são automaticamentemembrosdo conselho, usualmente presidido peloprefeito do município-sede. O prefeitopode ou não convidar um representantedo legislativoparaparticipardoConselho.Segundo a Empresa Paulista de Plane-

jamento Metropolitano S/A (Emplasa),

além dos prefeitos, representantes doGoverno do Estado também integrarãoo Conselho. O órgão esclarece que oobjetivo da organização é promover oplanejamento regional para o desen-volvimento socioeconômico “medianteplanejamento integrado e execução dasfunções públicas que apresentem inte-resse regional e não local”.O sistema de governança prevê, além

do Conselho de Desenvolvimento, quetem caráter normativo e deliberativo,o Conselho Consultivo, composto porrepresentantes dos poderes legislativo eexecutivo dos municípios que integrama Região Metropolitana e do governode São Paulo. Câmaras temáticas terãoa função de desenvolver as atividadesdefinidas pelo Conselho.“Assim, os vereadores, comomembros

do Poder Legislativo dosMunicípios, porsi ou por representantes que indicarem,farão parte do Conselho Consultivo que,entre outras funções, deve elaborarpropostas à deliberação do Conselho deDesenvolvimento, propor a constituiçãodas câmaras temáticas e opinar, porsolicitação do Conselho de Desenvolvi-mento, sobre questões de interesse daregião”, explica Luiz José Pedretti, vice--presidente da Emplasa.Tomando comoexemplo a experiência

com as outras regiões metropolitanas jáconsolidadas no estado, Daronchi falaque não há sobreposição de poderes dosconselhos com as câmaras dos municí-pios. Ele esclarece que o foco édiferente,e reside aí a relevância da organizaçãoregional, que deverá pautar-se no inte-resse das 34 cidades que irão compô-la.

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AEAARP25

hobby

O ARQUITETODE MUITAS CORES

Ele cria personagens e contahistórias com seus quadros

Eduardo Figueiredo se define comoarquiteto de obra. Quando está no tra-balho, no cotidiano de sua atividade, étomado pelas preocupações e responsa-bilidades dos projetos que desenvolve.Sempre gostou de desenhar e cultiva asartes plásticas como hobby.Confessa que a ânsia pelo resultado

final da obra o faz preterir a tinta aóleo, caracterizada pela secagem lenta,e eleger o giz pastel, o de cera e o lápisde cor como ferramentas. Os efeitos dascores, faz com os dedos, misturando econferindo nuances onde é necessário.Em algumas obras, usou a textura do gizem favor do desenho.É o caso, por exemplo, da série de qua-

drosqueretratamocotidianodeumapro-priedade rural de sua família. As paredes,rústicas, eram revestidas com cal, efeitoque o giz pastel conferiu com exatidão.Feitos em 1988, os quadros servem a eletambémpara preservar amemória do lu-

gar.Acasapegou fogoháalgunsanos,masasgravuraseternizaramalgunsmomentosda juventude e da infância.Figueiredo tem uma personagem,

Maria da Roça, que criou quando viviaem São Paulo, inspirado na cultura dointerior, onde nasceu e viveu. Ele usavaopapel da embalagemde camisas novas,que é mais poroso e rústico e conferemais aderência ao giz pastel, para fazerMaria da Roça, que exibe sempre oslábios vermelhos e os olhos de ressaca,como os de Capitu.

Maria é brejeira, com certo primitivis-mo. Os quadros que protagoniza contamhistórias, como a de um casamento, quefoi presenteado à irmã de Figueiredo.Um dos quadros de Maria da Roça foipremiado pela prefeitura de Taboão daSerra (SP) quando esteve exposto no IIISalão de Artes Plásticas daquela cidade,em 1982.Figueiredo não vende os quadros, no

máximo presenteia amigos, parentesou clientes. Desenha por prazer e parabuscar tranquilidade.

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Revista Painel26

UNACEN

AUnião das Associações de Engenharia, Arquitetura e Agronomia doCentro Norte do Estado de São Paulo (UNACEN) foi criada há maisde uma década para regionalizar as discussões acerca da valorizaçãoda atividade profissional feita no âmbito da FAEASP, a federação dasassociações criada naAEAARP. O engenheiroMauroAugustoDemar-zo é o dirigente da entidade, que se reúne a cada dois meses. Emabril o encontro aconteceu na AEAARP e contou com palestra sobregeorreferenciamento. Dermazo explica que adotou esse modelode reunião para proporcionar conhecimento aos participantes, quepodem replicá-lo em suas próprias entidades.

Carlos Alencastre e Marcelo Canellas

novos associadosRodrigo Villas BoasEngenheiro civil

Jose Carlos CastelliEngenheiro mecânico

Jose Carlos RodriguesEngenheiro eletricista

Pedro Eduardo Vieira AndradeEngenheiro de segurança do trabalho

Fernanda Menegari QueridoArquiteta

João BocalonTécnico em mecânica

Ayla Bernardes Diniz GuimarãesEstudante de Arquitetura e Urbanismo

Giovanna Velludo BorgesEstudante de Arquitetura e Urbanismo

notas e cursosC

ON

SEL

HO

#eumudoribeirão

OrepórterMarcelo Canellas, daRedeGlobo, falou sobresua carreira e profissão na palestra que ministrou naAEAARP como parte da programação do aniversáriode 30 anos da Revista Revide. A entidade é parceirada publicação na campanha Eu Mudo Ribeirão quepromove eventos para debater temas como dengue,infraestrutura urbana, dentre outros.

Agenda de reuniões da Unacen25 de junho Descalvado12 de agosto Jaboticabal29 de outubro Sertãozinho

Os eleitos na renovação de

1/3 do Conselho Deliberativo

da AEAARP tomaram posse

durante reunião conjunta com

a diretoria. O engenheiro civil

João Paulo Figueiredo é o

novo presidente.

Dirigentes de associaçõesde engenharia reunidos

na AEAARPCalendário esportivo das associações de engenharia10 de setembro Campeonato de futebol da Unacen em Araraquara3 de dezembro Campeonato de futebol da Faeasp em Arujá

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