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64 TÉCHNE 188 | NOVEMBRO DE 2012 SISTEMAS CONSTRUTIVOS Painéis monolíticos de concreto Descrição do sistema O sistema de painéis monolíticos de concreto Monoforte para edificações tem função estrutural e de fechamento e é constituído por placas de poliestireno expan- dido (EPS) revestidas com micro- concreto armado com telas metá- licas. As placas de EPS têm faces planas e paralelas de 1.150 mm de largura, 2.700 mm de altura e 50 mm ou 80 mm de espessura. São estruturadas com telas de aço baixo carbono, com fios galva- nizados de 2,1 mm de diâmetro e malha 50 mm x 50 mm ou 150 mm x 50 mm, posicionadas em suas duas faces (de acordo com projeto estrutural). As placas são inter- ligadas entre si por conectores de aço médio carbono galvanizados com 2,76 mm de diâmetro, eletrossoldados às telas. Rece- bem, em cada uma de suas faces, uma camada de microconcreto de f ck = 25 MPa com espessura mínima de 3,5 cm. Características técnicas As placas de EPS têm largura de 1.150 mm, altura de 2.700 mm e es- pessuras de 50 mm ou 80 mm. As ca- racterísticas técnicas das placas de EPS, informadas pela empresa, são apresentadas na tabela 1. As telas são de aço CA-60, ele- trossoldadas e galvanizadas. Para aplicações estruturais, é utilizado microconcreto. Constituído por areia média, pó de pedra e pedrisco, cimento CP-II-F-32, fibra de poli- propileno, aditivo plastificante e re- dutor de água. A empresa recomen- da que o fator água–cimento não seja superior a 0,55 (com adição de fibras de polipropileno). Execução Preparação do terreno A preparação do terreno é feita antes do início da obra e compreende os serviços de limpeza, como capina, escavação e aterro. A cota final do topo do radier é de 18 cm acima da cota do terreno. Locação da obra É feita de acordo com os projetos de urbanização e arquitetura, com gabari- tos posicionados 50 cm acima do nível do terreno e a uma distância de 100 cm das futuras paredes, nivelados e fixados para suportar a tensão dos fios de ali- nhamento. A verificação do recuo mí- nimo e do alinhamento geral, antes do início da construção das paredes, é de responsabilidade da construtora. Infraestrutura A fundação geralmente é do tipo ra- dier, executado com concreto f ck = 20 MPa, com espessura de 18 cm, obedecendo as especificações de projeto, assentado sobre lastro drenante de 5 cm de brita n o 1, impermeabilizada com manta de PAD de 200 g/m². A resistência caracte- rística do concreto é definida em razão dos aspectos de durabilidade e resistên- cia estrutural, conforme NBR 6.118. De- pendendo do tipo de terreno, podem ser adotados outros tipos de fundação. A armadura do radier é geralmente consti- tuída por tela de aço CA-60 soldada com malha de 10 cm x 10 cm. Pode ser sim- ples ou dupla, dependendo do projeto estrutural, que considera as tensões atuantes e as condições do solo no local de implantação da obra. Os sistemas hi- drossanitários, elétricos, de comunica- ção, segurança e outros, que venham a interferir no radier, são posicionados antes de sua concretagem. Armação do radier e tubulações elétricas e hidráulicas Fotos: divulgação Termotécnica

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64 Téchne 188 | nOVeMBRO de 2012

sistemas construtivos

Painéis monolíticos de concretoDescrição do sistemaO sistema de painéis monolíticos de concreto Monoforte para edificações tem função estrutural e de fechamento e é constituído por placas de poliestireno expan­dido (EPS) revestidas com micro­con creto armado com telas metá­licas. As placas de EPS têm faces planas e paralelas de 1.150 mm de lar gura, 2.700 mm de altura e 50 mm ou 80 mm de espessura. São estruturadas com telas de aço baixo carbono, com fios galva­nizados de 2,1 mm de diâmetro e malha 50 mm x 50 mm ou 150 mm x 50 mm, posicionadas em suas duas faces (de acordo com projeto estrutural). As placas são inter­ligadas entre si por conec tores de aço médio carbono galvanizados com 2,76 mm de diâmetro, eletros soldados às telas. Rece­bem, em cada uma de suas faces, uma ca mada de micro concreto de fck = 25 MPa com espessura mínima de 3,5 cm.

Características técnicasAs placas de EPS têm largura de

1.150 mm, altura de 2.700 mm e es-pessuras de 50 mm ou 80 mm. As ca-racterísticas técnicas das placas de EPS, informadas pela empresa, são apresentadas na tabela 1.

As telas são de aço CA-60, ele-trossoldadas e galvanizadas. Para aplicações estruturais, é utilizado microconcreto. Constituído por areia média, pó de pedra e pedrisco, cimento CP-II-F-32, fibra de poli-propileno, aditivo plastificante e re-dutor de água. A empresa recomen-

da que o fator água–cimento não seja superior a 0,55 (com adição de fibras de polipropileno).

ExecuçãoPreparação do terreno

A preparação do terreno é feita antes do início da obra e compreende os serviços de limpeza, como capina, escavação e aterro. A cota final do topo do radier é de 18 cm acima da cota do terreno.

Locação da obraÉ feita de acordo com os projetos de

urbanização e arquitetura, com gabari-tos posicionados 50 cm acima do nível do terreno e a uma distância de 100 cm das futuras paredes, nivelados e fixados para suportar a tensão dos fios de ali-nhamento. A verificação do recuo mí-nimo e do alinhamento geral, antes do início da construção das paredes, é de responsabilidade da construtora.

InfraestruturaA fundação geralmente é do tipo ra-

dier, executado com concreto fck = 20 MPa, com espessura de 18 cm, obedecendo as especificações de projeto, assentado sobre lastro drenante de 5 cm de brita no 1, impermeabilizada com manta de PAD de 200 g/m². A resistência caracte-rística do concreto é definida em razão dos aspectos de durabilidade e resistên-cia estrutural, conforme NBR 6.118. De-pendendo do tipo de terreno, podem ser adotados outros tipos de fundação. A armadura do radier é geralmente consti-tuída por tela de aço CA-60 soldada com malha de 10 cm x 10 cm. Pode ser sim-ples ou dupla, dependendo do projeto estrutural, que considera as tensões a tuantes e as condições do solo no local de implantação da obra. Os sistemas hi-drossanitários, elétricos, de comunica-ção, segurança e outros, que venham a interferir no radier, são posicionados antes de sua concretagem.

Armação do radier e tubulações elétricas e hidráulicas

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Montagem dos painéisOs painéis são fixados à fundação

pela sua base, com três barras de aço CA-50 de 8 mm de diâmetro, posiciona-das a 15 cm das laterais, e uma no centro de cada painel, com engastamento na fundação de no mínimo 10 cm e ancora-gem mínima de 50 cm nos painéis. Essas barras de aço podem ser posicionadas juntamente com a armadura da funda-ção ou colocadas posteriormente, perfu-rando a fundação e fixando-as com graute ou produto equivalente, confor-me a locação e as definições do projeto.

Os painéis são amarrados entre si por meio das abas de transpasse, com arame recozido no 18, torcido, e reforçados com peças de telas estru-turais tipo L, tipo U e tipo Lisa, de acordo com a especificação do pro-jeto estrutural.

Em todo o perímetro interno das aberturas (portas, janelas, passagem de ar-condicionado, etc.) são colocadas ar-maduras de reforço com peças tipo U, fixadas com arame recozido. Nos cantos de todas as aberturas, nas duas faces dos painéis, são aplicados outros reforços com armaduras tipo Lisa 30 cm x 60 cm, dispostas diagonalmente.

Para possibilitar a fixação das portas e janelas, são executados chumbadores a partir de nichos obti-dos com a retirada do EPS e preenchi-mento com concreto. No encontro entre paredes, cantos ou paredes em T, são aplicados reforços com arma-dura tipo L e Lisa tanto na face inter-na, quanto na face externa, na altura total do pé-direito, com fixação feita em arame recozido.

As interfaces de paredes com lajes têm armaduras de arranque predefi-nidas antes da concretagem, de acor-do com o projeto estrutural. Os siste-

TAbElA 1 – CARACTERíSTiCAS TéCniCAS dAS PlACAS dE EPSPropriedades Método de ensaio Unidade Tipo IDensidade aparente nominal NBR 11.949 kg/m³ 10,0Densidade aparente mínima NBR 11.949 kg/m³ 9,0Condutividade térmica máxima a 23°C NBR 12.094 W/(mK) –Tensão por compressão com deformação de 10% NBR 8.082 kPa ≥ 35Resistência mínima à flexão ASTM C-203 kPa ≥ 50Resistência mínima ao cisalhamento EN 12.090 kPa ≥ 50Flamabilidade NBR 11.948 – Material retardante à chama

Concretagem do radierRadier pronto com as tubulações elétricas e hidráulicas

Arranques dos painéis Preenchimento dos furos com graute

mas hidrossanitários, elétricos, de comunicação e outros são posiciona-dos antes dos revestimentos dos pai-néis (paredes).

Revestimento dos painéisNas paredes externas e internas,

em ambas as faces, são aplicadas ca-madas de microconcreto, fck = 25 MPa, com espessura mínima de 3,5 cm em

cada face. Nas paredes externas são aplicadas duas demãos de tinta acríli-ca. Nas paredes internas, em geral, o acabamento é feito com massa corrida e pintura. As lajes são nervuradas com elementos de EPS, como enchimento, e nervuras de concreto armado. A face inferior das lajes é revestida com arga-massa pré-fabricada, com espessura mínima de 1,5 cm.

2.700±10mm

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1.150±10mm50

Placas de EPS estruturadas com telas metálicas

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S i S T E M A S C O n S T R u T i v O S

n Preparação da superfícieA superfície dos painéis deve ser ru-

gosa, absorvente e limpa, isenta de manchas e de materiais que possam di-minuir a aderência do microconcreto. O traço do chapisco é de 1:3 (cimento e areia, em volume) com água de amassa-mento na relação de 15:1, sendo 15 li-tros de água para um litro de cola à base de PVA. A aplicação pode ser manual ou por projeção mecânica.

Montagem dos painéis

n Execução de mestras ou taliscamento

As mestras ou o taliscamento ser-vem para demarcar as áreas de proje-ção, delimitando a espessura final do microconcreto, e como apoio para a régua utilizada no sarrafeamento. As mestras devem estar alinhadas e aprumadas para garantir o acaba-mento da camada de microconcreto e sua espessura mínima.

n Projeção do microconcreto sobre os painéis

O microconcreto é projetado no es-paço definido pelas mestras ou pelo ta-liscamento. A projeção deve começar sempre de baixo para cima, entre as mes-tras ou taliscamentos, em quantidade suficiente para o preenchimento, sem excesso e de forma a evitar o retrabalho. A espessura de 3,5 cm do microconcreto é obtida por camadas. Cada camada de

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Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4

Descrição

Serviços preliminaresInfraestrutura – fundaçõesPainéis monolíticos – térreo1a demão de revestimento sobre painel do térreo2a demão de revestimento do painel do térreoLaje de piso do 1o pavimentoLaje da escadaPainéis monolíticos do 1o pavimento1a demão de revestimento sobre painel do 1o pavimento2a demão de revestimento do painel do 1o pavimentoLaje de forro do 1o pavimentoPainéis monolíticos do oitão1a demão de revestimento sobre painel do oitão2a demão de revestimento do painel do oitãoCoberturaFachadaPeitoris e soleirasRufos e calhasVitrôs e janelasPisos e revestimentos cerâmicosLouças e acessóriosMarcenariaPintura geral

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TABELA 2 – CRONOGRAMA PARA EDIFICAÇÃO COM TÉRREO MAIS UM PAVIMENTO

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projeção deve ter espessura de no míni-mo 0,5 cm e no máximo 2,0 cm. n Sarrafeamento

Após a projeção, é feito o sarrafea-mento com régua de alumínio tipo H, no sentido vertical e de baixo para cima, evitando que o microconcreto excedente caia no chão. Esse primeiro sarrafeamento tem como objetivo principal retirar o excesso de material projetado na parede e promover uma regularização inicial. Se for verificada a existência de falhas na aplicação do microconcreto após o sarrafeamento, deve-se refazer a projeção, corrigindo tais irregularidades.n Cura

A cura úmida é realizada por no mínimo três dias, com uso de man-gueira com projeção da água em forma de chuveiro.

Revestimento cerâmicoAs paredes de banheiros, cozinhas

e áreas de serviço recebem revestimen-to cerâmico até o teto.

O revestimento cerâmico é as-sentado com argamassa colante, aplicada com desempenadeira den-teada. A empresa informa que, para ambientes internos, recomenda-se a aplicação de argamassa colante tipo AC-I, e para ambientes molhados, sujeitos à variação de temperaturas, ou externos, AC-II ou AC-III. As juntas deverão ser alinhadas e rejun-tadas nas cores compatíveis com os azulejos utilizados.

Revestimento cerâmico do pisoO assentamento das placas cerâmi-

cas de piso é feito com argamassa co-lante, seguindo as mesmas recomenda-ções de argamassa informadas para re-vestimento cerâmico para paredes de banheiros, cozinhas e áreas de serviço, aqui considerados ambientes molha-dos. São utilizadas placas cerâmicas es-maltadas com resistência ao desgaste superficial PEI 3 e assentadas conforme detalhamento arquitetônico de cada ambiente da unidade habitacional. As placas cerâmicas utilizadas na entrada e em áreas comuns têm resistência à abrasão superficial PEI 4. As soleiras das entradas são em granito.

Reforço tipo Lisa nos cantos das aberturas

Reforço tipo L nos encontros de paredes de canto ou em T

Instalação elétrica Instalação hidráulica

Projeção de microconcreto Execução da laje

Amarração da tela de transpasse com arame recozido torcido

Reforço tipo U no perímetro interno das aberturas

Coberturan Madeiramento

A estrutura do telhado é executa-da com madeira tipo Garapeira ou Cambará. As bitolas do madeira-mento, suas dimensões e seus espaça-mentos, são executados de acordo com as plantas de detalhes do projeto arquitetônico e estrutural.

n Telhas e cumeeirasA cobertura é executada com te-

lhas cerâmicas com cumeeira de mesmo material, fixada com argamas-sa de cimento, cal e areia.

Instalações elétricas e hidráulicasA empresa informa que as instala-

ções elétricas ficam embutidas. As tubu-

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S i S T E M A S C O n S T R u T i v O S

lações hidráulicas também podem ser embutidas, mas recomenda-se o uso de PEX. A empresa informa que o diâmetro dos tubos embutidos nas paredes não pode ser maior que a espessura interna do EPS. Por exemplo, no caso do sistema Monoforte de 120 mm, a espessura do tubo não pode ser maior que 100 mm. A utilização de shafts é recomendada em projetos multipavimentos, pois facilita o acesso e a manutenção dos sistemas elé-trico e hidráulico.

PinturaNas paredes externas, é aplicada

tinta acrílica, nas internas e nos tetos, é aplicada tinta PVA em pelo menos duas demãos sobre seladora.

Indicadores de prazoOs prazos de execução são apre-

sentados no cronograma da tabela 2.

Ferramentas e equipamentos necessários para a execução do serviçon Acoplamentos para mangueiras e compressoresn Andaimen Aramen Balden Betoneiran Carrinho de mãon Cavaleten Colher de pedreiron Compressor de arn Cortadorn Desempenadeiran Desempenadeira com feltron Esmerilhadeiran Extensão elétrican Fio de prumon Fio para marcaçãon Furadeiran Mangueira de pressão de arn Nível de bolhan Nível de mangueiran Pán Rebocadora manualn Rebocadora projetáveln Serroten Soprador de ar quenten Tambor de 200 ln Torquês

Segurança O início dos serviços deve ser pre-

cedido das proteções, evitando, dessa forma, a queda de pessoas ou mate-riais. Em qualquer situação de trans-porte vertical, a carga máxima supor-tada pelo equipamento tem de ser res-peitada, além de serem tomadas todas as cautelas necessárias para que não haja queda de materiais.

Relação dos equipamentos de pro-teção coletiva necessários à execução do serviço:n Bandeja inferiorn Cancelas para bloqueio de circulaçãon Tela de proteção para fachadas (quan-do necessária)n Telas de proteção do andar

Relação dos EPIs necessários à exe-cução do serviço:n Bota de segurança com bico de açon Capacete de segurançan Cinto de segurança com trava-que-das (preso em cabo de aço ou corda de segurança auxiliar) em trabalhos reali-zados a alturas superiores a 2 mn Luva de proteção (vinílica ou raspa)n Óculos de segurançan Protetor auricular

Controle da qualidadeSegundo a empresa, os itens a serem

verificados são a montagem dos painéis (prumo e alinhamento), a espessura do microconcreto sobre o painel (garantia do cobrimento da tela com pelo menos 2 cm ou 2,5 cm, dependendo da atmos-fera onde será construída a edificação), a promoção da hidratação do micro-concreto em climas secos e quentes, molhando as paredes nas idades iniciais para reduzir potenciais fissurações, e a garantia da instalação correta das telas de reforço adicional nos cantos das aberturas para evitar fissuras.

Avaliações técnicasA empresa não forneceu dados de

avaliações técnicas, mas informou que o sistema está em fase de avaliação. Portanto, o leitor deve se informar di-retamente com a Termotécnica.

Durabilidade e manutenção

ManutençãoEm geral, observando-se o cobri-

mento de concreto e com o emprego de tela de aço galvanizado, a vida útil é pre-

Concretagem da lajeBarras de aço CA-50 para montagem das paredes do 1o pavimento

Sarrafeamento inicialSequência do sarrafeamento e regularização das espessuras

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EMPRESA

TermotécnicaRua Albano Schmidt, 2.750 – Boa VistaCEP 89206-001Joinville – SCTel.: (47) 3451-2726Site: www.termotecnica.com.br

TAbElA 3 – vidA úTil dE PROjETO E PRAzOS dE gARAnTiA

Elemento construtivoVUP (anos) Prazos de garantia (anos)

Mínimo Superior Mínimo SuperiorVedação externa ≥ 40 ≥ 60 5 7,5Vedação interna ≥ 20 ≥ 30 Segurança e integridade

Nota: para o nível superior, o prazo de garantia foi acrescido de 50% em relação ao mínimo.

servada, não sendo esperada corrosão das armaduras. Entretanto, se houver algum ponto de exposição ou de corro-são da armadura, há necessidade de pe-quena intervenção para repará-la.

Pequenas aberturas nas paredes podem ser feitas normalmente, para manutenção da própria parede ou das instalações. O reparo é feito adicio-nando-se uma tela, igual à empregada originalmente, com transpasse de no mínimo uma malha, fixada com arame galvanizado antes de recobrir com microconcreto. Nos painéis es-truturais, qualquer modificação ou abertura de maior proporção somente pode ser feita se houver prévia consul-ta e autorização da Termotécnica.

No caso de pintura, os procedimen-tos são os usualmente adotados para outros sistemas construtivos, como al-venaria de blocos de concreto ou cerâ-micos revestida com argamassa.

Durabilidade – vida útil de projeto e garantia

Conforme a NBR 15.575-1:2012, a vida útil é uma indicação do tempo de vida ou da durabilidade de um edifício e suas partes. A vida útil de projeto (VUP) é definida no projeto do edifí-cio e de suas partes, como uma aproxi-mação da durabilidade desejada pelo usuário, representando uma expressão de caráter econômico de uma exigên-cia do usuário, contemplando custos iniciais, custos de operação e de ma-nutenção ao longo do tempo.

A vida útil de projeto (VUP) é de-finida considerando-se o efeito de eventuais falhas no desempenho do edifício. A categoria de vida útil é defi-nida para partes do edifício, ou seja, o nível e a possibilidade de sua substitui-ção e manutenção, e o custo de manu-tenção e reposição previsto ao longo da vida útil.

No Brasil, para os edifícios habita-

cionais, foi adotado, em caráter infor-mativo, o período de 40 anos como vida útil de projeto mínima (VUPmínima) e o período de 60 anos como vida útil de projeto superior (VUPsuperior), sendo que a escolha de um ou outro período cabe aos intervenientes no processo de cons-trução. Para que a vida útil de projeto seja atingida, é necessário o emprego de produtos com qualidade compatível, a adoção de processos e técnicas que pos-sibilitem a obtenção da VUP, e o cumpri-mento, por parte do usuário e do condo-mínio, dos programas de manutenção e das condições de uso previstas. Os as-pectos fundamentais de uso e manuten-ção do edifício e de suas partes normal-mente são informados no manual de uso, operação e manutenção do edifício, ou em manuais de fabricantes, sendo que a NBR 5.674 é uma referência para definição e realização de programas de manutenção nos edifícios.

Associado à VUP, está o prazo de garantia, contado a partir da expedi-ção do “Auto de Conclusão” ou “Habi-te-se” do edifício.

Considerando-se, portanto, os prazos de vida útil mínimo e superior para o edifício habitacional, de 40 e 60 anos, respectivamente, a NBR 15.575-1 traz, em caráter informativo, os pra-zos de VUP e de garantia para paredes, apontados na tabela 3.

Tais períodos de VUP dependem dos serviços de manutenção a serem realizados pelo usuário ao longo do tempo. É fundamental a proteção das paredes por meio de manutenções pe-riódicas dos revestimentos.

Indicadores ambientais n Classificação do resíduo: conforme as resoluções 307, de 05 de julho de 2002, e 431, de 24 de maio de 2011, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), os resíduos podem ser considerados de classe A (concreto),

classe B (metais) e classe D (EPS).n Destinação do resíduo: os itens de classe A são destinados a aterros de re-síduos da construção civil ou recicla-dos como agregados, enquanto que os de classe B são recicláveis. Os resíduos de classe D são resíduos perigosos, re-sultantes do processo de construção, e deverão ser armazenados, transporta-dos e destinados de acordo com as normas técnicas específicas.

Indicadores de preços e formas de comercialização

A Termotécnica adota a venda direta. A empresa faz a análise do projeto do cliente, calcula os quan-titativos, define as modulações e fornece a proposta ao cliente. Após o fechamento do negócio, a empre-sa envia um engenheiro para treinar a equipe de obra do cliente. O for-necimento engloba, portanto, o projeto com adequações ao sistema construtivo, o fornecimento de pro-dutos em obra e o treinamento. A empresa fornece a modulação dos projetos, os acessórios para reforço das paredes e aberturas – telas em U, em L e telas planas – e os painéis (EPS e armaduras). A aquisição dos materiais para projeção do micro-concreto é de responsabilidade da empresa contratante.

O custo de uma obra realizada com o sistema construtivo varia em função do tipo de projeto. Depende ainda de ser um projeto habitacional ou industrial. Geralmente, as obras têm um custo final entre R$ 750,00 e R$ 1.000,00 por metro quadrado acabado. O custo dos painéis varia em função dos projetos, variando de R$ 50,00/m² a R$ 80,00/m² (valores data-base outubro de 2012).

Fernando Benigno da Silva