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ÍNDICE

Revista “Ciência & Prática”Ano 7 - N.º 24Janeiro/Fevereiro/Março - 2007Órgão de informação, publicado sob a respon-sabilidade do Grupo Técnico de Assistência eConsultoria em CitrusAv. Sérgio Sessa Stamato, 64, Centro,Bebedouro - SP,CEP: 14.700.170Fone: (17) 3343-1717

Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Décio Joaquim (Coordenador),Aparecido Tadeu Pavani, Josimar Vicente Ducatti,Leandro Aparecido Fukuda, Ramiro de Souza LimaNeto, Roberto Aparecido Salva e Sílvio Gil Rodrigues.Editor e JornalistaEditor e JornalistaEditor e JornalistaEditor e JornalistaEditor e Jornalista Responsável:Responsável:Responsável:Responsável:Responsável:Luis Otávio Martins - MTB: 20.538Impressão:Impressão:Impressão:Impressão:Impressão: Gráfica Santa TerezinhaPPPPPeriodicidade:eriodicidade:eriodicidade:eriodicidade:eriodicidade: TrimestralDistribuição:Distribuição:Distribuição:Distribuição:Distribuição: GratuitaTiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem: 6.000 exemplares

Capa: Pivô central irrigando pomar de GoiásCréditoCréditoCréditoCréditoCrédito: Fernanda Valéria Majewski

e x p e d i e n t e

Para receber Ciência & PráticaCiência & PráticaCiência & PráticaCiência & PráticaCiência & Práticagratuitamente, acesse o site:

wwwwwwwwwwwwwww.gtacc.com.br.gtacc.com.br.gtacc.com.br.gtacc.com.br.gtacc.com.br

Pág. 14Conheça os rumosda pujante citriculturade GoiásGoiásGoiásGoiásGoiás

Índi

cePág. 10Estrelinha: aprenda amanejar essa doençacom sucesso

Pág. 20Os principais ácarostetraniquídeos e seu danoem citros

Pág. 24Segurança e higiene noabastecimento dospulverizadores

Pág. 4 Editorial/A todos cabe uma parteA todos cabe uma parteA todos cabe uma parteA todos cabe uma parteA todos cabe uma parte

Pág. 4 Agenda

Pág. 5 Página Laranja/Entrevista com Cícero Augusto MassariCícero Augusto MassariCícero Augusto MassariCícero Augusto MassariCícero Augusto Massari

Pág. 7 Irrigação/OOOOO meio ambientemeio ambientemeio ambientemeio ambientemeio ambiente e o armazenamento de água

Pág.22 Manutenção/Cuidados com a barra de herbicidabarra de herbicidabarra de herbicidabarra de herbicidabarra de herbicida em citros

Pág.28 Prática/Os exemplos deixados por Seiey KanashiroSeiey KanashiroSeiey KanashiroSeiey KanashiroSeiey Kanashiro

Fern

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Décio Joaquim Gravena Ltda Aparecido Tadeu Pavani

FitossanidadeFitossanidade

3Janeiro / Fevereiro / Março Revista Ciência & Prática

Citricultura nacional

Logística

Citricultura nacional

LogísticaManejo de pragasManejo de pragas

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A citricultura recebe um novo desafio naluta contra o GreeningGreeningGreeningGreeningGreening, doença que estáprovocando grandes estragos nas pro-

priedades dos locais onde penetrou. É umperigo iminente que se alastra por toda acitricultura.

A mudança na legislação, passando aocitricultor a obrigação das vistorias e erradi-cações, exigem do mesmo uma responsabi-lidade ainda maior perante todas as que elejá tem. Mas nossos produtores têm capaci-dade para enfrentar grandes desafios, o queé provado pela história da citricultura.

O GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC tem como meta divulgar infor-mações aos citricultores para que nosso sis-tema de produção tenha capacidade de semanter o mais saudável possível. Assim, nos-sa revista e nossos eventos no ano de 2007serão voltados para o manejo de doenças.

O nosso Workshop, que ocorrerá no dia17 de maio17 de maio17 de maio17 de maio17 de maio, terá como tema “manejo de“manejo de“manejo de“manejo de“manejo dedoenças de difícil controle”doenças de difícil controle”doenças de difícil controle”doenças de difícil controle”doenças de difícil controle” e levará aosprodutores palestras e experiências práticasde condução das principais doenças que afe-tam a citricultura.

A revista Ciência & PráticaCiência & PráticaCiência & PráticaCiência & PráticaCiência & Prática tem comoobjetivo estabelecer contato e levar informa-ções ao campo com sua linguagem prática eobjetiva, atingindo assim a todos os produ-tores. A informação levada dessa forma tem

A todos cabe uma parteEDITORIAL

Leandro Aparecido FLeandro Aparecido FLeandro Aparecido FLeandro Aparecido FLeandro Aparecido Fukudaukudaukudaukudaukuda Presidente do GTACC

[email protected]

TACC

que ser nossa maior característica, uma vezque somente desse modo, atingiremos ameta do GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC com a citricultura servindocomo fonte de informação para citriculto-res, administradores, técnicos, agrônomos edemais envolvidos com a cadeia citrícola.

A visita de nossa revista à citricultura decitricultura decitricultura decitricultura decitricultura deGoiásGoiásGoiásGoiásGoiás é uma maneira de conhecermos no-vos pólos e estabelecermos contato comnovas áreas de produção. A citricultura deGoiás tem grande parte de sua produçãovoltada para frutos de mesa. Este novo pólode citricultura, pelo que já conhecemos, temtecnologia semelhante a nossa do estado deSão Paulo, particularmente agora, com aadoção recente da produção de mudas tela-das.

Perto do início da nova colheita estamostambém muito próximos das negociações denovos contratos e nossa expectativa é de queteremos melhoras consideráveis nos preçose nas formas de negociações. Caso isso ocor-ra, acreditamos que estaremos dando umpasso na diminuição das perdas de áreas decitros para a cana-de-açúcar, o que para asnossas regiões afeta um número considerá-vel de pessoas, causando um agradável im-pacto social.

Devemos cumprir cada um o seu papel ecomo podemos observar ao longo do tem-

4 Janeiro / Fevereiro / MarçoRevista Ciência & Prática

po, o citricultor tem feito isto com muito lou-vor. A cada exigência do mercado o produ-tor tem se adaptado, o que podemos facil-mente observar na mudança de tecnologianos últimos anos.

É chegado o momento das outras partesdo setor cumprir o seu papel com relação àdistribuição de lucro para toda a cadeia, asargumentações de ineficiência do produtorchegaram praticamente ao fim, bem comoos baixos preços internacionais do suco. So-mente com a mudança de atitude da indús-tria o produtor poderá voltar novamente aconfiar no setor e acelerar o ritmo dos seusinvestimentos no pomar.

Pomar que, às vezes, tem saúde compro-metida e, em especial em relação à doençascomo GreeningGreeningGreeningGreeningGreening, depende diretamente dacondição financeira do produtor, sendo pri-oritário lembrar que no caso das inspeçõesnão haverá proteção isolada, nem de pro-priedades e muito menos de regiões. A to-A to-A to-A to-A to-dos cabe uma partedos cabe uma partedos cabe uma partedos cabe uma partedos cabe uma parte.

E R R AE R R AE R R AE R R AE R R A TTTTT AAAAA

O texto abaixo completa a matériaO texto abaixo completa a matériaO texto abaixo completa a matériaO texto abaixo completa a matériaO texto abaixo completa a matéria“O momento em que se define a pro-“O momento em que se define a pro-“O momento em que se define a pro-“O momento em que se define a pro-“O momento em que se define a pro-dução” (C&Pdução” (C&Pdução” (C&Pdução” (C&Pdução” (C&P, nº23, 4º trimestre de, nº23, 4º trimestre de, nº23, 4º trimestre de, nº23, 4º trimestre de, nº23, 4º trimestre de2006, págs.14/15):2006, págs.14/15):2006, págs.14/15):2006, págs.14/15):2006, págs.14/15):

...com o momento de indução que,poderia, em determinados anos acon-tecer mais cedo, em abril ou maio, porexemplo ?Por tudo isso e mesmo considerando afalta de chuva, cada vez mais sentidaem São Paulo, e o desconhecimento docorreto instante da ocorrência da in-dução, fica a recomendação para queos produtores procurem explorar me-lhor a situação, fazendo com que ascondições nutricionais dos pomaresestejam equilibradas, notadamenteentre os meses de março e junho, par-ticularmente no que diz respeito à ni-trogênio e fósforo, procurando imitaros produtores japoneses, que disponi-bilizam através da fertirrigação 20% dadose anual de nitrogênio antes do re-pouso invernal. Pensem nisso.

Janeiro26 – Assembléia Geral Ordinária do GTACC,onde foram discutidos os seguintes assun-tos: eleição da diretoria e conselho fiscal;recolhimento da anuidade; programaçãodas atividades para o ano de 2007 e apre-sentação dos relatórios referentes ao ano2006, tais como: presenças, financeiro, si-tuação das parcerias e revista Ciência e Prá-tica.– Bededouro / SP.30 de Janeiro a 01 de Fevereiro – Cursosobre tratos culturais e fitossanitários dacultura de citros, na fazenda Agroreservase Coopertinga – Unaí – MG, coordenadopelo consultor Aparecido Tadeu Pavani.

Fevereiro09 – Reunião técnica entre o GTACC e aBasf - Bebedouro / SP.

Março03 – Palestra: “Tecnologia de poda”, mi-nistrada pelos consultores Sérgio Luiz Fa-cio e Leandro Aparecido Fukuda (Cooper-

citrus e Kamaq), Pirassununga / SP.09 – Reunião técnica entre o GTACC e oFundecitrus – Bebedouro / SP.09 - Reunião técnica entre o GTACC e aDuPont – Bebedouro / SP.13 – Palestra: “Aspectos econômicos doadensamento do plantio de citros”, minis-trada pelo consultor Marco Valério Ribeiro,na Expo Paranavaí / PR.15 – Palestra: “Greening: o novo desafio”,ministrada pelo consultor Marco ValérioRibeiro, na Expo Paranavaí / PR.15 – Palestra: “Produção de mudas cítricasem ambiente protegido”, ministrada peloconsultor Roberto Aparecido Salva – Holam-bra II - Município de Paranapanema / SP.23 – Reunião Sebrae “Clorose Variegada deCitros – CVC (Produção Integrada de Citrosno Paraná), participação do consultor Mar-co Valério Ribeiro – Maringá / PR.24 – Reunião com Associação dos Colhe-dores de Laranja de Santa Maria, participa-ção do consultor Marco Valério Ribeiro –Auto Paraná / PR.

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"Responsabilidade compartilhada com o produtor"PÁGINA LARANJA

5Janeiro / Fevereiro / Março Revista Ciência & Prática

Cícero Augusto MassariEngenheiro agrônomo e Gerente Técnico do

Fundecitrus - Fundo de Defesa da Citricultura

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Qua i s as impl icações que aQuais as impl icações que aQuais as impl icações que aQuais as impl icações que aQuais as impl icações que aInstrução Normativa (IN) nº 32, doInstrução Normativa (IN) nº 32, doInstrução Normativa (IN) nº 32, doInstrução Normativa (IN) nº 32, doInstrução Normativa (IN) nº 32, doMapa - Ministério da Agricultura,Mapa - Ministério da Agricultura,Mapa - Ministério da Agricultura,Mapa - Ministério da Agricultura,Mapa - Ministério da Agricultura,trouxe para o produtor ?trouxe para o produtor ?trouxe para o produtor ?trouxe para o produtor ?trouxe para o produtor ?

A IN nº 32 foi publicada em outubro de2006, em substituição à IN nº 10, de marçode 2005. Aquela primeira legislação sobreGreening dizia da obrigatoriedade doprodutor erradicar plantas com a doença,enquanto, paralelamente, o órgão de DefesaFitossanitária do Estado se responsabilizariapela inspeção dos pomares. A alteração dalegislação do Greening, ocorrida em outubro

último, com a publicação da IN nº 32 prevêque o citricultor, e não mais as instituiçõesde defesa fitossanitária, seja responsável pelainspeção e pela erradicação das plantasdoentes.

Como deverão ser fe i tas asComo deverão ser fe i tas asComo deverão ser fe i tas asComo deverão ser fe i tas asComo deverão ser fe i tas asinspeções ?inspeções ?inspeções ?inspeções ?inspeções ?

A nova legislação determina que oprodutor é responsável por fazer as inspeçõesno seu pomar. O produtor deverá inspecionarsua propriedade, no mínimo, duas vezes por

ano e comunicar os resultados à Secretariade Agricultura do Estado. Nas propriedadeslocalizadas em áreas contaminadas, a vistoriadeve ser feita a 100%, ou seja, todas asárvores devem ser inspecionadas, pelos doislados, começando dos ramos mais altos. Emáreas em que a presença da doença não estáconfirmada, o citricultor pode fazer umainspeção a 20%, olhando os dois lados dasplantas de uma rua, pulando quatro ruas eentrando novamente na quinta rua. Eletambém deve ser responsável pelaerradicação das plantas doentes, como já erafeito anteriormente.

11111

Formado em engenharia agronômica, no ano de

1985, pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veteri-

nárias de Jaboticabal, da Unesp - Universidade Pau-

lista Júlio de Mesquita Filho, Cícero Augusto Massa-

ri, completou 20 anos de trabalho junto ao Fundeci-

trus - Fundo de Defesa da Citricultura, sempre atu-

ando com Cancro Cítrico, quer seja prestando servi-

ços de orientação ao produtor, quer seja coorde-

nando rotinas de inspeção e de erradicação de plan-

tas. Atualmente coordena 1.700 inspetores, ligados

a 54 escritórios. Cícero coordena todo o serviço das

equipes de inspeção de Cancro Cítrico. Além disso,

é o responsável por um grupo de 80 pessoas direta-

mente na fiscalização de propriedades com Gree-

ning. Nesse tempo no Fundecitrus atuou também

na montagem, treinamento e execução de inspe-

ções de CVC e de Morte Súbita dos Citros. Mais re-

centemente, em 2005, chegou a se responsabilizar

pelo trabalho de 800 inspetores no trabalho de iden-

tificação de plantas com Greening.

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PÁGINA LARANJA

6 Janeiro / Fevereiro / MarçoRevista Ciência & Prática

De que forma deverá ser feita aDe que forma deverá ser feita aDe que forma deverá ser feita aDe que forma deverá ser feita aDe que forma deverá ser feita acomunicação dos resultados?comunicação dos resultados?comunicação dos resultados?comunicação dos resultados?comunicação dos resultados?

O relatório da inspeção deverá serassinado pelo produtor, em formuláriopróprio que está disponível no site da CDA -Coordenadoria de Defesa Agropecuária(www.cda.sp.gov.br), inserido no linkProgramas/Sanidade Vegetal/Huanglongbing(formulário PHLB-2). As inspeções devem serfeitas, obrigatoriamente, duas vezes por ano,mas é recomendável uma inspeção a cadatrês meses. A legislação determina ainda queos resultados das vistorias devem ser enviadosà Secretaria de Agricultura, através daunidade da Coordenadoria de DefesaAgropecuária (para o Estado de São Paulo),na qual está localizada a propriedade, noprazo máximo de 15 dias após o término dainspeção e eliminação das plantas comsintomas, quando for o caso. O produtor tematé o dia 31 de julho de 2007 para entregaro relatório da primeira inspeção.

Qual a intenção do Ministério daQual a intenção do Ministério daQual a intenção do Ministério daQual a intenção do Ministério daQual a intenção do Ministério daAgricultura com essa mudança?Agricultura com essa mudança?Agricultura com essa mudança?Agricultura com essa mudança?Agricultura com essa mudança?

A intenção do Ministério da Agricultura,autor da nova norma, é aumentar asinspeções do Greening, inserindo-as nomanejo do pomar, como ocorre com osácaros, a CVC - Clorose Variegada dos Citros,ou a Pinta Preta, tornando o controle dadoenças mais eficaz. A decisão do Ministérioconfirma que o citricultor é a pessoa maisindicada para enfrentar o Greening e que éo olho dele que manterá seu pomar livre dadoença.

Como o FComo o FComo o FComo o FComo o Fundecitrus pode ajudar oundecitrus pode ajudar oundecitrus pode ajudar oundecitrus pode ajudar oundecitrus pode ajudar oprodutor?produtor?produtor?produtor?produtor?

Para auxiliar o citricultor no trabalho deinspeção, o Fundecitrus faz treinamentosgratuitos de grupos de inspeção em sua sede,em sindicatos e em propriedades, mostrandoquais são os sintomas, como eles podem seridentificados e a metodologia de inspeção.A equipe do Fundecitrus, que iniciou ostrabalhos em janeiro de 2006 com 4agrônomos, agora tem 11, além de 2técnicos agropecuários. Eles ficarão sediadosnos Centros de Apoio do Fundecitrus deAraraquara, Araras, Casa Branca, Itápolis,Matão, Mogi Mirim, Taquaritinga e SãoManuel. A equipe também é responsável porpalestras e visitas de orientação àspropriedades citrícolas. O contato pode serfeito pelo telefone 0800-112155. Ocitricultor também pode solicitar a visita daequipe de agrônomos do Fundecitrus da suaregião.

33333 Haverá alguma fiscalização sobre asHaverá alguma fiscalização sobre asHaverá alguma fiscalização sobre asHaverá alguma fiscalização sobre asHaverá alguma fiscalização sobre asvistorias de responsabilidade dovistorias de responsabilidade dovistorias de responsabilidade dovistorias de responsabilidade dovistorias de responsabilidade doprodutor? Haverá multas paraprodutor? Haverá multas paraprodutor? Haverá multas paraprodutor? Haverá multas paraprodutor? Haverá multas paraquem não cumprir a legislação?quem não cumprir a legislação?quem não cumprir a legislação?quem não cumprir a legislação?quem não cumprir a legislação?

O Fundecitrus montou uma equipe de800 inspetores que, por amostragem iráfiscalizar o resultado das vistorias. Depois dedefinida a propriedade, nela serão sorteados3 talhões para conferência. O materialsuspeito será encaminhado para análiseatravés de coleta feita pela Secretaria deAgricultura. Em caso de identificação dadoença, o proprietário será notificado pelaCDA a inspecionar todo o pomar e eliminaras plantas sintomáticas. O citricultor que nãocumprir a notificação será penalizadoconforme a legislação e terá que arcar comos custos da erradicação que poderá ser feitapela CDA ou outro órgão autorizado por ela.

Qual a atual situação do CancroQual a atual situação do CancroQual a atual situação do CancroQual a atual situação do CancroQual a atual situação do CancroCítrico no estado de São PCítrico no estado de São PCítrico no estado de São PCítrico no estado de São PCítrico no estado de São Paulo?aulo?aulo?aulo?aulo?

Estamos para iniciar o levantamentoamostral de 2007. No ano passado tivemosum ligeiro aumento na incidência da doen-ça em relação ao ano anterior (0,19% con-tra 0,11% de talhões contaminados). A do-ença regrediu em duas regiões (centro e no-roeste), apareceu em duas outras onde emlevantamentos anteriores não estava presen-te (norte e sul) e aumentou na região oeste.Preocupa o fato da região sul haver apre-sentado um foco de Cancro Cítrico pela pri-meira vez desde a criação do levantamento,em 1999. Foi no município de Botucatu. Já aregião norte, que também não registravafocos desde o primeiro levantamento, apre-sentou 5 focos da doença, tornando-se aregião mais problemática do levantamento,com 0,28% de contaminação. Os focos es-tavam localizados nos municípios de Colina,Barretos e Palestina.

Os focos de Cancro Cítrico encon-Os focos de Cancro Cítrico encon-Os focos de Cancro Cítrico encon-Os focos de Cancro Cítrico encon-Os focos de Cancro Cítrico encon-trados em viveiros podem ter con-trados em viveiros podem ter con-trados em viveiros podem ter con-trados em viveiros podem ter con-trados em viveiros podem ter con-tribuído para esse aumento?tribuído para esse aumento?tribuído para esse aumento?tribuído para esse aumento?tribuído para esse aumento?

Nenhum dos focos encontrados ocorreuem propriedades que tinham comprado mu-das de viveiros contaminados. As causas pro-váveis para o aumento da contaminação fo-ram as condições climáticas favoráveis para adisseminação da doença, a falta de varreduranos últimos anos em algumas regiões e o des-locamento de inspetores para o trabalho deGreening no ano passado. Por isso, o Fundeci-trus está estudando estratégias de varredurastambém em áreas que não apresentam focosdurante o levantamento. O fato da doença nãoaparecer no levantamento em algumas regi-ões, não indica que não exista nesses locais.

Além dos trabalhos que envolvemAlém dos trabalhos que envolvemAlém dos trabalhos que envolvemAlém dos trabalhos que envolvemAlém dos trabalhos que envolvemo Greening e o Cancro Cítrico, oo Greening e o Cancro Cítrico, oo Greening e o Cancro Cítrico, oo Greening e o Cancro Cítrico, oo Greening e o Cancro Cítrico, oDepartamento Técnico desenvolveDepartamento Técnico desenvolveDepartamento Técnico desenvolveDepartamento Técnico desenvolveDepartamento Técnico desenvolveserviços em relação a outras doen-serviços em relação a outras doen-serviços em relação a outras doen-serviços em relação a outras doen-serviços em relação a outras doen-ças?ças?ças?ças?ças?

Todos os levantamentos referentes àMSC - Morte Súbita dos Citros, foram feitospelo Departamento Técnico. A diferença éque o nosso envolvimento nesse caso é tem-porário. Apenas pelo tempo que durar o le-vantamento. Da mesma forma em relação àCVC (feito pelo Departamento Técnico, massem a presença de inspetores, apenas agrô-nomos). Sobre a Morte Súbita, é importantesalientar que apesar da doença não haver seexpandido em termos do número de muni-cípios contaminados, epidemiologicamenteela progrediu naqueles municípios onde jáestava presente. A MSC ainda está restrita aregião norte, mas não se pode "abaixar aguarda".

Em quais municípios a MSC já foiEm quais municípios a MSC já foiEm quais municípios a MSC já foiEm quais municípios a MSC já foiEm quais municípios a MSC já foiencontrada?encontrada?encontrada?encontrada?encontrada?

No estado de São Paulo, 19 municípiosjá apresentaram casos de Morte Súbita, to-dos na região norte: Altair, Bálsamo, Barre-tos, Bebedouro, Cajobi, Colômbia, Cosmo-rama, Embaúba, Guaraci, Ibirá, Ipiguá, Mon-te Azul Paulista, Nova Granada, Olímpia,Onda Verde, Orindiúva, Paulo de Faria, Rio-lândia e Tanabi. Em Minas Gerais à MSC éum problema em Campo Florido, Comenda-dor Gomes, Conceição das Alagoas, Frontei-ra, Frutal, Ituiutaba, Monte Alegre de Minas,Planura, Prata, São Francisco de Sales, Ube-raba e Uberlândia.

Alguma outra mensagem?Alguma outra mensagem?Alguma outra mensagem?Alguma outra mensagem?Alguma outra mensagem?

A mais importante mensagem é paralembrar que o Greening não vai embora.Tudo nos leva a crer que não será como aMorte Súbita. O produtor terá que se enga-jar. Todos teremos que nos engajar. Produ-tores, pesquisadores, extensionistas, consul-tores, industriais. O Greening é uma verda-deira batalha a cada dia. Para conseguirmosmanter os bons índices de produtividade demuitos pomares, a palavra de ordem não serámais apenas produtividade. Produtor efici-ente tem que pensar em destruir as plantascom Greening. A inspeção dos pomares e aeliminação de árvores contaminadas deter-minarão o rumo que nossa citricultura deve-rá tomar. Em relação ao Cancro Cítrico, faz50 anos que começou o trabalho de erradi-cação, e se, até agora, não extirpamos o pro-blema, é graças a esse serviço que mante-mos um nível baixo de contaminação.

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O meio ambiente e o armazenamento de águaA preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável devem serincentivados através de legislação pertinente que considere sua importância

IRRIGAÇÃO

Segundo a ANA - Agencia Nacional deÁguas, a irrigação é responsável por 69%do gasto com água doce no Brasil. Exis-

te previsão de falta d´água para as próximasdécadas, o aquecimento global está causan-do desequilíbrio ambiental com influênciadireta no clima do planeta e contribuindopara a escassez de água.

Observamos em nossa região que nosúltimos anos o regime das chuvas vem apre-sentando alterações, sendo que as médiasanuais das precipitações se mantêm “cons-tantes”, mas apresentam grande variação dedistribuição proporcionando altas concentra-ções das chuvas nos períodos das águas eprolongamento dos meses de estiagem combaixas precipitações.

O aumento do período de estiagem, ali-ado à diminuição das precipitações prejudi-ca muito a agricultura e conseqüentementea produção de alimentos, principalmentepara as culturas de ciclos médio e longo,havendo a necessidade iminente de suple-mento de água via irrigação.

Os córregos e rios nas proximidades dasáreas agrícolas estão no li-mite de suas disponibilida-des hídricas, restando pou-ca água superficial para ouso via irrigação e tornan-do necessário cada vez maisusarmos recursos técnicospara garantir ou aumentara disponibilidade do abas-tecimento d´água para irri-gação nas propriedades ru-rais. Uma alternativa muitoutilizada atualmente é a per-furação de poços profun-dos. Esta técnica não podeser adotada como regra ge-ral, porque nem todo localtem aqüífero que permitesua exploração para irriga-ção, apresentando muitasvezes limitações das vazõescaptadas, baixo volume doaqüífero, baixa capacidadede recarga e alto investi-mento.

Outra importante alter-nativa técnica e que tam-bém é recomendada peloDAEE - Departamento deÁguas e Energia do Estadode São Paulo, é a constru-ção de represas para arma-

7Janeiro / Fevereiro / Março7 Revista Ciência & Prática

zenamento superficial de água. Esta opçãoé pouco utilizada apesar de apresentar umasérie de benefícios, pois o valor do investi-mento é baixo quando comparada com asdemais e disponibiliza água para irrigaçãoprincipalmente no período das secas quan-do a necessidade é maior.

O problema encontrado para o armaze-namento superficial e construção das repre-sas é a necessidade de “interferência” na faixadestinada às APPs - Áreas de PreservaçãoPermanente, as quais abrigam as matas cili-ares dos mananciais hídricos naturais, difi-cultando ou proibindo esta técnica confor-me determinam os aspectos ambientais téc-nicos e legais adotados pelo Estado.

A necessidade da intervenção na APP paraconstrução de reservatório, faz-se da neces-sidade da recomposição de uma nova mataciliar, sem que haja prejuízo na recomposi-ção da vegetação arbórea, podendo apre-sentar impacto ambiental negativo sobre otocante ao tempo de recomposição destanova vegetação e em alguns casos interferirno desenvolvimento dos peixes.

A intervenção na APP apresenta impactoambiental negativo, sendo este o ponto deimpedimento ou não autorização para cons-trução dos reservatórios, adotado pelo IBA-MA - Instituto Brasileiro do Meio Ambientee dos Recursos Naturais Renováveis e DEPRN- Departamento Estadual de Proteção dosRecursos Naturais, como procedimento ad-ministrativo embasado na legislação ambi-ental.

A legislação ambiental aponta o concei-to da APP como um dos fatores primordiaisou prioritários no processo de preservaçãoe/ou recuperação da vegetação natural, proi-bindo ou dificultando qualquer intervençãonesta, inclusive a construção dos reservató-rios, sem avaliar condizentemente os impac-tos positivos e os benefícios diretos.

É importante termos consciência de al-guns conceitos ambientais que passam de-sapercebidos ou não apresentam a devidaimportância em nossa legislação e que tam-bém são primordiais ou prioritários para pre-servação do meio ambiente.

O conceito ambiental específico sobre a

A disponibilidade de águas superficiais para uso em irrigação está cada vez menor

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IRRIGAÇÃO

Danilo José FDanilo José FDanilo José FDanilo José FDanilo José Fanelli Luchiarianelli Luchiarianelli Luchiarianelli Luchiarianelli Luchiari GTACC/Brasil Ambiental

[email protected]

GTA

CC

8 Janeiro / Fevereiro / MarçoRevista Ciência & Prática

intervenção nas APP’s para construção derepresas, está sendo interpretado atualmen-te sobre um aspecto único e pontual restritoa supressão da vegetação arbórea, sem con-siderar os benefícios diretos e demais aspec-tos ambientais positivos como um todo paraa promoção da preservação do meio ambi-ente.

Para visualizar melhor esta questão am-biental gostaria de enfatizar alguns impor-tantes conceitos e fundamentos, os quaisdeveriam ter maior cobrança ou prioridadena legislação ambiental e administração pú-blica na ótica de preservação do meio ambi-ente.

Este conceito de preservação das APP’sjá considerado como prioritário pela legisla-ção apresenta como fundamentos: a redu-ção das erosões pluviais e transportes de se-dimentos ocasionados diminuindo o assore-amento dos mananciais hídricos superficiaise reservatórios, atenuando o efeito das en-chentes, aumentando a recarga dos aqüífe-ros e promovendo a preservação da flora efauna. A recomposição da vegetação arbó-rea das APP’s desde seu estágio inicial de-manda de décadas e até mesmo séculos.

Um conceito ambiental muito importan-te e ainda “não interpretado e especificado”pela legislação é a preservação dos solosagrícolas durante as atividades de explora-

ção, quanto à necessidade ou obrigatorie-dade de adoção das práticas conservacionis-tas. Apresenta como principais fundamen-tos: a preservação integral da camada agri-culturável do solo, evitando sua perda porerosões e conseqüente empobrecimento dosnutrientes e matéria orgânica, reduz o asso-reamento dos córregos, rios e represas, re-duz o potencial de enchentes, aumenta ainfiltração de água no solo e reposição dosaqüíferos proporcionando maior vazão noscórregos e rios durante as estiagens, alémde auxiliar na recuperação mais rápida dasAPP’s devido ao maior volume de água ar-mazenada no solo. Para recuperar cada cen-tímetro de solo castigado pela erosão é ne-cessário de meio século até milênios.

Outro aspecto ambiental com influênciadireta sobre o assunto em questão é o cicloda água, essencial para preservação da vidano planeta está sofrendo pelo desequilíbrioambiental e apresenta tendência da reduçãoda produtividade agrícola devido à escassezde água. O armazenamento de água super-ficial representa uma alternativa ambientalmuito importante dentro deste contexto,uma vez que a água armazenada ajuda naprodução de alimentos, ameniza o efeito dassecas, aumenta a evaporação atmosférica,evapotranspiração das plantas, recarga dosaqüíferos, a umidade do ar e indiretamente

as precipitações. Este processo não apresen-ta resultados diretos e imediatos e nem tem-po estimado para constatação de seus be-nefícios, mas com certeza contribui positiva-mente para a preservação do meio ambien-te e reduz seus impactos ambientais negati-vos.

Portanto a construção de reservatóriosrespeitando a recomposição das APP’s e pro-teção da fauna apresenta vários aspectosambientais positivos devendo este procedi-mento técnico ser adotado como regra peloórgão licenciador e não tratado como exce-ção.

Ecologicamente cada reservatório cons-truído é tão importante quanto o plantio devárias árvores nativas nas APP’s e reservaslegais. Necessitamos preservar o meio ambi-ente e promover o desenvolvimento susten-tável, sendo importante considerar em nos-sa legislação da importância dos aspectosambientais abordados.

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9Outubro / Novembro / Dezembro Revista Ciência & Prática

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FITOSSANIDADE

Não tenha medo da EstrelinhaNa última florada a doença causou prejuízos em muitos municípios de São Paulo,

sendo citada de Norte a Sul do Brasil. Aprenda a manejá-la com eficiência

A PFC – PPFC – PPFC – PPFC – PPFC – Podridão Floral dos Citrosodridão Floral dos Citrosodridão Floral dos Citrosodridão Floral dos Citrosodridão Floral dos Citros, cau-sa o abortamento dos chumbinhos e fazcom que, em certas situações, sua pre-

sença se torne limitante à obtenção de boasproduções. Conhecida pelo seu mais carac-terístico sintoma, a doença retém na plantaos cálices dos frutos caídos (“estrelinhas”),sendo responsável por prejuízos que podemrepresentar a diminuição de, até, 90% daprodução estimada, dependendo de algumasvariáveis.

Sua ocorrência se agrava em função dacoincidência de períodos chuvosos no mo-mento da florada, sendo necessário algumconhecimento técnico e certa experiênciaprática para que se possa efetuar um bomcontrole.

Inicialmente, por volta de meados dosanos 90 do século passado, quando dasconstatações iniciais da doença, a PFC PFC PFC PFC PFC foicaracterizada como um problema atrelado àcitricultura das regiões sul e sudoeste do es-tado de São Paulo. Isso ocorreu devido à in-tenção de associar a doença às condições dealta umidade, que são mais freqüentes porlá. Na verdade, essa associação gerou umafalsa interpretação por parte dos citriculto-res de que a enfermidade não pudesse vir aser danosa aos pomares localizados fora da-quele cinturão. Convencionou-se dizer que“era um problema dos pomares do sul”.

Com o passar do tempo e a possibilida-de de se conhecer melhor os muitos aspec-tos que caracterizam a PFCPFCPFCPFCPFC, pôde-se perce-

ber que o fungo causador da doença temuma fácil adaptação a uma ampla faixa detemperatura, possibilitando en-contrar relatos de danos tantono frio do clima gaúcho, quan-to no calor da citricultura sergi-pana.

Dessa maneira, como a tem-peratura não detém a dissemi-nação da doença, o fungo estáaos poucos, se espalhando portodas as regiões produtoras decitros do Estado. Chega aos po-mares normalmente infectandoos talhões das “baixadas” ouaqueles irrigados. Daí a fazerestrago na propriedade toda “éum pulo”. Basta ter uma maiorumidade relativa do ar por oca-sião da florada para o prejuízoaparecer.

Sabendo disso, percebendoo aumento no número de mu-nicípios paulistas que se depa-ram com o mal e consciente dosprejuízos econômicos causadospela enfermidade na florada de2006, é que considerei interes-sante contar minha experiên-cia profissional no manejo dadoença, obtendo índices exce-lentes de controle mesmo em si-tuações de muito inóculo pre-sente.

TTTTTrês condiçõesrês condiçõesrês condiçõesrês condiçõesrês condições

Não poderá ocorrer qualquer doença, emqualquer cultura, se não houver, ao mesmotempo, a presença de três condições funda-mentais:• o hospedeiro, ou seja, a cultura – um po-um po-um po-um po-um po-mar de citrosmar de citrosmar de citrosmar de citrosmar de citros, no nosso caso;• o agente causador da doença – o fungoo fungoo fungoo fungoo fungoda Estrelinhada Estrelinhada Estrelinhada Estrelinhada Estrelinha; e• condições ambientais – para a PFCPFCPFCPFCPFC, a águaa águaa águaa águaa águaou alta umidade relativaou alta umidade relativaou alta umidade relativaou alta umidade relativaou alta umidade relativa.

Assim, desde que aquelas três condiçõesestejam acontecendo concomitantemente, aPPPPPodridão Floral ou Estrelinhaodridão Floral ou Estrelinhaodridão Floral ou Estrelinhaodridão Floral ou Estrelinhaodridão Floral ou Estrelinha, como é maisconhecida entre os produtores, não escolhelocal para ocorrer.

No que diz respeito às condições ambi-entais, muito mais preponderantes do que atemperatura, as condições de umidade é quevão determinar o grau de progressão da do-

ença dentro de uma área qualquer, quer sejauma quadra de um pomar ou uma região

citrícola como um todo.É evidente que o ponto inicial do proble-

ma está na introdução da doença na área decultivo. Pode ocorrer de maneira natural, mastambém pode ser introduzida através demudas (uma vez que a doença não mostrasintoma sobre folhas ou ramos) ou de qual-quer material contaminado com o fungo.

O maior indicativo da presença da doen-ça no pomar são as “estrelinhas”. É muitoimportante que o citricultor procure por elasa cada safra. Não as encontrar significa queuma daquelas três condições não está pre-sente e, portanto, não haverá doença.

A EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha não tem uma disseminaçãorápida no seu primeiro ano no pomar. Situa-ções inesperadas de prejuízos estão sempreassociadas ao fato do citricultor não saberque a doença já estava instalada nas plantashavia tempo. Portanto, daqui retiramos nos-sa primeira dica para o correto manejo dadoença.

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“Estrelinhas”“Estrelinhas”“Estrelinhas”“Estrelinhas”“Estrelinhas”

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11Janeiro / Fevereiro / Março Revista Ciência & Prática

FITOSSANIDADE

Experiências vividasExperiências vividasExperiências vividasExperiências vividasExperiências vividas

Trabalhando em Itapetininga, sudoestede SP, desde 1989 e convivendo com a do-ença a cada florada na maioria absoluta dostalhões da região, eu, hoje posso relatar vá-rias características da EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha.

Do ponto de vista técnico, já não consi-dero uma doença difícil de controlar. Porém,sem dúvida, em função das condições de

cada ano e das peculiaridades de cada qua-dra/talhão, seu manejo pode tornar-se caroe do ponto de vista operacional, no mínimo,complicado. Por outro lado, quando bemexecutado, é muito grande e vantajosa a re-lação custo/benefício do tratamento aquipreconizado para seu controle.

Na medida em que a doença, na(s)safra(s) anterior(es), já tenha sido responsá-vel por qualquer prejuízo, a tomada de deci-são para seu controle independe da locali-zação geográfica do pomar ou da condiçãoambiental. Deve ser feita de maneira preven-tiva. Esse ponto, com certeza, gera um ques-tionamento sobre a possibilidade de se fa-zer controle apenas no momento em quechover sobre a florada. Respeito esse pensa-mento e baseado na minha convivência coma doença elaborei o quadro 1quadro 1quadro 1quadro 1quadro 1.

Outra questão muito delicada diz respei-to ao momento em que se devem iniciar asaplicações. Não se discute que a primeira

aplicação deva acontecer antes da doençacomeçar a mostrar sintomas de sua presen-ça. Dessa maneira, o início do controle serádefinido em função do tamanho do pomare da quantidade de pulverizadores que setem para executar o serviço.

Nosso ponto de referência será o botãofloral mais externo dos ramos com váriosbotões (ou seja, a primeira flor dos “cachos”).Como é o primeiro a abrir, será tomado comoreferência. Deve-se iniciar o controle quan-

do aquele botão estiver pare-cendo com uma “cabeça de al-finete”, passando da cor verdepara a branca. A decisão de co-meçar será tomada quando namaioria das árvores do talhão jáexistam botões na condiçãodescrita. Esse momento não écalculado numericamente. Nãose deve ficar esperando queuma determinada quantidadeatinja aquele ponto.

Quantas aplicaçõesQuantas aplicaçõesQuantas aplicaçõesQuantas aplicaçõesQuantas aplicaçõesfazer?fazer?fazer?fazer?fazer?

É ingenuidade imaginar quese possa controlar a Estrelinhaapenas com uma pulverização.Explico. Durante toda a fase deflorada a partir do momento emque o botão floral atinge o es-tágio de “cabeça de alfinete”,até a queda de todas as pétalase, em algumas situações (quedependem da quantidade deinóculo do fungo no pomar),até os chumbinhos, a doençatem possibilidade de infestar osórgãos florais. Assim, depen-dendo das condições climáticas,

um botão, individualmente, pode surgir, de-senvolver-se, abrir suas pétalas e perdê-las,num prazo de tempo que pode ser desdeuma semana (no verão), até dois meses emeio (no inverno).

É fato que se as condições climáticas nãoforem muito extremas durante a florada prin-cipal, ela deverá durar, em média, um mês.Nessas condições, uma aplicação em “cabe-ça de alfinete” e outra em estágio de “coto-nete”, serão suficientes para o controle.

Mas nesse item são duas as dicas impor-tantes. Não podemos esquecer que a partirdo momento em que a primeira pulveriza-ção foi realizada, enquanto a florada estiverpassando pelo período crítico não devemosmais parar de fazê-las, sob o risco da doen-ça “entrar” e, além de tudo, perder as apli-cações já feitas.Essa consideração é muito importante parao sucesso do controle e se cruza com outra:todos os produtos indicados para o controleda Estrelinha, não exercem nenhuma ativi-dade após, no máximo, 15 dias de sua apli-cação. Esse deve ser o tempo máximo entreuma aplicação e outra.

E o que fazer em relação à chuva ?Sob a chuva, a eficiência de todos os pro-

dutos (sistêmicos ou de contato) cai acentu-adamente. Isso se deve, em grande parte,porque aumenta a potencialidade do fun-go. A recomendação é a seguinte: se a chu-va vier até 5 dias após a pulverização, eladeve ser repetida. Além desse prazo, deve-se antecipar a aplicação seguinte, modifican-do a recomendação inicial de 15, para 10ou 13 dias.

Controle químicoControle químicoControle químicoControle químicoControle químico

É evidente que outros fatores dificultamo controle, como por exemplo, as múltiplas

Sintomas nas pétalasSintomas nas pétalasSintomas nas pétalasSintomas nas pétalasSintomas nas pétalas

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12 Janeiro / Fevereiro / MarçoRevista Ciência & Prática

FITOSSANIDADE

O produtor tem de saberO produtor tem de saberO produtor tem de saberO produtor tem de saberO produtor tem de saberse tem “estrelinhas” nose tem “estrelinhas” nose tem “estrelinhas” nose tem “estrelinhas” nose tem “estrelinhas” nopomarpomarpomarpomarpomar.....

Em geral, as pulveriza-Em geral, as pulveriza-Em geral, as pulveriza-Em geral, as pulveriza-Em geral, as pulveriza-ções devem ser preventi-ções devem ser preventi-ções devem ser preventi-ções devem ser preventi-ções devem ser preventi-vas.vas.vas.vas.vas.

Pulverizar antes que sePulverizar antes que sePulverizar antes que sePulverizar antes que sePulverizar antes que sevejam sintomas. Começarvejam sintomas. Começarvejam sintomas. Começarvejam sintomas. Começarvejam sintomas. Começarcedo, na "cabeça decedo, na "cabeça decedo, na "cabeça decedo, na "cabeça decedo, na "cabeça dealfinete", na mudança daalfinete", na mudança daalfinete", na mudança daalfinete", na mudança daalfinete", na mudança dacorcorcorcorcor, de verde para branco., de verde para branco., de verde para branco., de verde para branco., de verde para branco.

Não se deve esperar queNão se deve esperar queNão se deve esperar queNão se deve esperar queNão se deve esperar queuma certa quantidade deuma certa quantidade deuma certa quantidade deuma certa quantidade deuma certa quantidade debotões atinja aquelebotões atinja aquelebotões atinja aquelebotões atinja aquelebotões atinja aqueleestágio. Deve-se iniciarestágio. Deve-se iniciarestágio. Deve-se iniciarestágio. Deve-se iniciarestágio. Deve-se iniciarquando perceber que naquando perceber que naquando perceber que naquando perceber que naquando perceber que namaioria das árvores domaioria das árvores domaioria das árvores domaioria das árvores domaioria das árvores dotalhão existam botõestalhão existam botõestalhão existam botõestalhão existam botõestalhão existam botõesnaquela condição.naquela condição.naquela condição.naquela condição.naquela condição.

Após começarem asApós começarem asApós começarem asApós começarem asApós começarem asaplicações, as pulveriza-aplicações, as pulveriza-aplicações, as pulveriza-aplicações, as pulveriza-aplicações, as pulveriza-ções não poderão pararções não poderão pararções não poderão pararções não poderão pararções não poderão parar,,,,,até depois da queda dasaté depois da queda dasaté depois da queda dasaté depois da queda dasaté depois da queda daspétalas, sob risco de sepétalas, sob risco de sepétalas, sob risco de sepétalas, sob risco de sepétalas, sob risco de seperder o que já foi feito.perder o que já foi feito.perder o que já foi feito.perder o que já foi feito.perder o que já foi feito.

Os produtos funcionamOs produtos funcionamOs produtos funcionamOs produtos funcionamOs produtos funcionamapenas por 15 dias e esseapenas por 15 dias e esseapenas por 15 dias e esseapenas por 15 dias e esseapenas por 15 dias e essedeverá ser o tempo máxi-deverá ser o tempo máxi-deverá ser o tempo máxi-deverá ser o tempo máxi-deverá ser o tempo máxi-mo entre uma pulveriza-mo entre uma pulveriza-mo entre uma pulveriza-mo entre uma pulveriza-mo entre uma pulveriza-ção e a seguinte.ção e a seguinte.ção e a seguinte.ção e a seguinte.ção e a seguinte.

Se choverSe choverSe choverSe choverSe chover, a pulverização, a pulverização, a pulverização, a pulverização, a pulverizaçãodeverá ser repetida ou adeverá ser repetida ou adeverá ser repetida ou adeverá ser repetida ou adeverá ser repetida ou aseguinte antecipada.seguinte antecipada.seguinte antecipada.seguinte antecipada.seguinte antecipada.

Nunca utilize sub-dosa-Nunca utilize sub-dosa-Nunca utilize sub-dosa-Nunca utilize sub-dosa-Nunca utilize sub-dosa-gens.gens.gens.gens.gens.

Em talhões que já tiveramEm talhões que já tiveramEm talhões que já tiveramEm talhões que já tiveramEm talhões que já tiveramprejuízos com a doença, oprejuízos com a doença, oprejuízos com a doença, oprejuízos com a doença, oprejuízos com a doença, ocontrole deve-se estendercontrole deve-se estendercontrole deve-se estendercontrole deve-se estendercontrole deve-se estenderaté o início da fase deaté o início da fase deaté o início da fase deaté o início da fase deaté o início da fase dechumbinho.chumbinho.chumbinho.chumbinho.chumbinho.

Dicas para o controleda Podridrão Floral

dos Citros1

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floradas ao longo do ano ou ainda, talhõesem que ramos das árvores florescem em pe-ríodos variados, prolongando as floradasnuma mesma quadra. A irrigação, ao meuver, tem a grande vantagem de, na prática,uniformizar as floradas, o que torna-se umganho significativo no controle da doença.

Sobre os produtos químicos empregadospara a Estrelinha, deve-se registrar outra dica:nunca utilize sub-dosagens. Misturando di-ferentes princípios ativos, use-os nas dosesrecomendadas individualmente.

Atente sempre para a qualidade da águautilizada nas pulverizações. Procure conhe-cer seu pH, adequando-o se for o caso. Ovolume de calda a ser empregado por plan-ta para o controle da Estrelinha não precisaser grande. Existem várias citações de bonsresultados empregando pulverizações a bai-xo volume em pomares adultos. Esse deta-lhe favorece o rendimento da aplicação, oque é fundamental para poder retornar aomesmo talhão no tempo máximo de 15 dias.

Os produtos recomendados para o con-trole, desde que empregados da forma ex-plicitada neste artigo, oferecem ótimos índi-ces em condições normais. São usuais: Car-bendazin, Folpet, Tiofanato Metílico, Piraclos-trobin, Azoxistrobin, Difenoconazol, Tebuco-nazol.

MuMuMuMuMumificação dos frutosmificação dos frutosmificação dos frutosmificação dos frutosmificação dos frutos

Nas condições do Sudoeste/Sul de SãoDécio JoaquimDécio JoaquimDécio JoaquimDécio JoaquimDécio Joaquim

Consultor Campo/[email protected]

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Paulo, tem-se observado a mumificação defrutos, que, de acordo com especialistas,também pode ser sintoma de PodridrãoFloral dos Citros, através de uma especializa-ção do fungo. O certo é que se verifica issoem pomares com muita Estrelinha, variandoo tamanho do fruto atingido, o que gera dú-vidas em relação a saber se o fungo pene-trou na estrutura vegetal enquanto ainda eraflor ou o fez tardiamente já em tamanho maisavançado, no chumbinho. De qualquermodo, percebe-se uma redução de frutosmumificados quando o controle se estendealém da queda das pétalas.

Outra observação, diz respeito à retiradadas “estrelinhas” de plantas afetadas, na ex-pectativa de que na florada seguinte a do-ença regrida. Comprovadamente, em poma-res com alta concentração de inóculo, issonão ocorre. Por haver a disseminação do fun-go por todas as partes da planta, torna-sesem significado a proposição acima.

Por fim, antes de listar as dicas elabora-das, torna-se importante ressaltar que o con-trole da Podridão Floral dos Citros exige docitricultor um bom acompanhamento dascondições da florada, diferente daquelasdoenças que tinham suas pulverizações di-tadas por um calendário fixo.

FFFFFase de “Cabeça de alfinete”ase de “Cabeça de alfinete”ase de “Cabeça de alfinete”ase de “Cabeça de alfinete”ase de “Cabeça de alfinete”

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14 Janeiro / Fevereiro / MarçoRevista Ciência & Prática

CITRICULTURA NACIONAL

Goiás: realidade dourada no Centro-OesteJovem e promissora. Essa pode ser a legenda que melhor representa a citricultura goiana.Caracterizado por produzir frutas para o mercado interno, Goiás destaca-se pela qualidade

Além de ser uma alternativa agrícola de boa remuneração, a citricultura tem o forte apelo de fornecer emprego e de

valorizar as terras por onde se instala. Comessa visão, no início dos anos 80 do séculopassado, é que começou a expansão da cul-tura no estado de Goiás.

Hoje, a produção de citros está partici-pando com destaque do quadro geral de fa-turamento agropecuário de mais de 70 mu-nicípios, alcançando em 2006 cerca de 8 milhectares de área plantada, de acordo comdados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística, ordenados pela Gerênciade Estatística Socioeconômica da Seplan –Secretaria de Planejamento, de Goiás.

A maior representatividade vem da pro-dução de laranja (aproximadamente 120 miltoneladas) que provém de quase 6,5 mil hec-tares, de municípios como Água Fria de Goi-ás, Itaberaí, Rio Verde, Inhumas, Silvânia,Buriti Alegre, que representam os seis prin-cipais em termos de área plantada. O Estadoconta com cerca de 900 hectares de planti-os de tangerinas e outros 600 hectares comlimas/limões.

Recentemente foi definida uma comissão(informalmente chamada de “força-tarefa”)para conceber um programa de produçãode mudas cítricas para o Estado. O secretá-rio de Agricultura, Odilon Claro de Lima, dizque “o momento é oportuno para instituirum projeto que garanta a produção de mu-das de qualidade e que possa inibir o comér-cio de mudas de origem duvidosa”. A co-missão é formada por representantes da Se-Se-Se-Se-Se-agroagroagroagroagro – Secretaria de Agricultura, Pecuária eAbastecimento, AgrodefesaAgrodefesaAgrodefesaAgrodefesaAgrodefesa – Gerência deSanidade Vegetal, AgenciaruralAgenciaruralAgenciaruralAgenciaruralAgenciarural – AgênciaGoiana de Desenvolvimento Rural e Fundiá-rio, Comissão de Sementes e MudasComissão de Sementes e MudasComissão de Sementes e MudasComissão de Sementes e MudasComissão de Sementes e Mudas, Su-perintendência Federal de Agricultura emGoiás do Mapa – Mapa – Mapa – Mapa – Mapa – Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento, Escritório de Ne-gócios de Goiânia da EmbrapaEmbrapaEmbrapaEmbrapaEmbrapa – Transferên-cia de Tecnologia, Comissão de Sementes eComissão de Sementes eComissão de Sementes eComissão de Sementes eComissão de Sementes eMudasMudasMudasMudasMudas da Federação da Agricultura do Es-tado de Goiás, UFGUFGUFGUFGUFG - Universidade Federalde Goiás e Associação de Floricultores eAssociação de Floricultores eAssociação de Floricultores eAssociação de Floricultores eAssociação de Floricultores eViveiristasViveiristasViveiristasViveiristasViveiristas de Goiás.

A comissão tem por objetivo elaborar oprograma estadual de produção de mudascítricas para Goiás, em conformidade com aInstrução Normativa nº 008, da Agenciaru-ral, de 5 de dezembro de 2003, que estabe-leceu critérios para a substituição do siste-ma de produção a “céu aberto” pela produ-

ção em viveiros telados no Estado de Goiás.Além da importância fitossanitária, a consti-tuição da comissão também tem um caráterimportante do ponto de vista político/admi-nistrativo. “A intenção”, segundo o Superin-tendente de Desenvolvimento Rural da Sea-gro, Juscelino Borges Carneiro, “é, mais doque nunca, estabelecer diretrizes para a or-ganização da citricultura no Estado, come-çando pela política para atender aos viveiris-tas, inclusive no que diz respeito a questãode crédito rural, além de ações específicasvoltadas para a assistência a agricultores fa-miliares produtores de mudas”.

Para o viveirista Marcelo Ferreira da Sil-va, membro da comissão, “importante se-rão as ações voltadas à fiscalização da sani-dade da muda produzida, envolvendo des-de aspectos do registro dos viveiros, o co-mércio, o trânsito e a ampliação do bancode material genético e das borbulheiras.

De acordo com Marcelo, que possui umaestrutura telada para a produção de 200 milmudas, “os resultados de todo esse trabalhojá serão palpáveis em dois anos. A criaçãode um programa específico cria uma expec-

tativa de que serão minimizados os atuaisproblemas referentes à falta de borbulhas,sugerindo uma melhora substancial na mudaproduzida pelo Estado, melhorando a pro-dutividade, aumentando a vida útil dos po-mares e estimulando o crescimento do setorcomo um todo”, declara otimista o viveirista.

Um pouco de históriaUm pouco de históriaUm pouco de históriaUm pouco de históriaUm pouco de história

Ronnie de Assis Côrtes, engenheiro agrô-nomo e consultor de vários citricultores, alémdo produtor Paulo Roberto Majewski, pro-prietário de pomares em Itaberaí e no muni-cípio de Goiás, lembram “o esforço desen-cadeado pelo empresário e deputado fede-ral Roberto Egídio Balestra na implantaçãoda Centrosuco, entre 1986 e 1994”. Segun-do eles, “a Centrosuco foi um projeto único,inovador para sua época e que fomentou odesenvolvimento da citricultura em Goiás. Oobjetivo principal, que seria aglutinar umadeterminada quantidade de produtores emtorno de uma fábrica de suco, continua vivoe almejado por muitos”. Interessante lem-brar também, que o projeto Centrosuco, que

Paulo Roberto Majewski: com irrigação e produtividade, fazendo parte da história da citricultura goiana

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15Janeiro / Fevereiro / Março Revista Ciência & Prática

produzia e financiava mudas para produto-res interessados, que as pagariam com a pró-pria produção, foi copiado e serviu de basepara outros programas semelhantes em vá-rias regiões do País.

O agrônomo Assis Côrtes faz uma men-ção ao trabalho de dois outros engenheirosagrônomos, Felisberto e Edgar Rabelo Jáco-mo, dos quais ele foi estagiário na Centrosu-co, na produção de cerca de 2 milhões deplantas cítricas que foram fomentadas den-tro de um raio de 250 km da cidade de Inhu-mas, sede do projeto. “Na época, incentivá-vamos o plantio dentro desse raio e num es-paçamento 7 m x 5 m. Em média, eram 10mil plantas por produtor. Hoje, mais aden-sados, sabemos que muitos pomares se es-tendem por até 350 km de Inhumas, che-gando próximos à Brasília”. Outra constata-ção feita por Côrtes, “é de que, talvez, 30%daquelas áreas iniciais tenham sido abando-nadas”.

O próprio Roberto Balestra é que conta:“estudando em São Paulo na minha adoles-cência, verifiquei a prosperidade de amigoscujos pais eram citricultores. Assim que pudeplantei minhas primeiras 15 mil laranjeiras.Mas faltava-me a técnica. De qualquer modo,sempre tive para mim que citricultura é umexcelente negócio. Iniciei a Centrosuco coma idéia de montar uma fábrica e percebo queminha contribuição para a citricultura de

Goiás foi muito grande, uma vez que a áreaplantada aumentou e, hoje, aquele que estáplantando não o faz simplesmente porquerecebe a muda, como antigamente. Vendoisso fico com a certeza de que mais do quemudas, plantei uma idéia. Atualmente asmudas são melhores, os plantios são maistécnicos, irrigados, com um maior conheci-mento e, por sua vez, maior resultado finan-ceiro”, conclui.

Diante do crescimento da citricultura emGoiás, Balestra anima-se com a perspectivada fábrica: “o mercado de laranja in naturaé limitado. Satura. A fábrica é modular. Mi-

nha idéia é a de comercializar suco, mesmoque não venha a exportá-lo. Usando algumainfraestrutura de minhas próprias instalaçõesda usina de cana-de-açúcar, consigo diluirbem o preço de uma unidade para citros”.Sobre o crescimento da cana, Balestra quetrabalha com as duas culturas afirma que“isso não tira meu entusiasmo de citricultor.Conheço os dois lados. Já tirei cana de umafazenda para plantar laranja. A cana é umbom negócio, com ótimas perspectivas, masjá vendemos o litro de álcool por R$ 0,19,quando seu custo era de R$ 0,35”, recordacuidadoso.

FFFFFalando como produtoralando como produtoralando como produtoralando como produtoralando como produtor

Entusiasta da citricultura, Balestra contacom mais uma aliada na sua empreitada: suafilha. Teresa Jácomo Balestra, engenheiraagrônoma formada pela Esalq – Escola Su-perior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Uni-versidade de São Paulo, é quem administrao pomar da família. Ela diz: “nossa intençãoé chegar a ter 400 mil plantas apenas volta-das à fruta para o mercado interno. Temosencontrado valores comerciais que satisfa-zem nossas projeções, vendendo a produ-ção para todas as regiões brasileiras. Alémda Ceasa de Goiás, vendemos para Brasília,São Paulo, Paraná, Norte e Nordeste, sãotodos mercados praticados com relativa se-

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O entusiasmo de Balestra e a CentrosucoA

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16 Revista Ciência & Prática

gurança, o que nos dá margem a pensar emampliações” , revela a agrônoma.

Em relação ao pomar, os Balestra sãoadeptos da irrigação. “Temos a terra e o sol,mas muitas vezes nos falta a água. Penso quea irrigação deva ser implantada logo após oplantio”, prefere Roberto. “Chegamos a con-clusão de que não se consegue tratar bemum pomar, se o produtor não tiver espíritoempresarial. Não existe pomar de laranja quecuste barato. O retorno vem, desde que oinvestimento seja feito adequadamente e deforma racional”, sentencia Roberto Balestra.

As altas temperaturas do Centro-Oestetambém são motivos de preocupação, umavez que mesmo a irrigação não pode com-pensar o excesso de temperatura que provo-ca abortamento dos chumbinhos. Por isso,Roberto declara preferir a microaspersão, queaumenta a umidade relativa do ar. Teresa lem-bra os extremos: “mas o que mais tem nosdado problema nas floradas ultimamente, éo Colletothricum, é a Estrelinha. Por mais am-bivalente que possa parecer, a maior umida-de do ar na época das flores, se atenua ocalor, agrava as perdas por Antracnose”.

De qualquer modo a opção pela laranjaPêra também leva em consideração a maiorpossibilidade de contar com floradas tem-porãs, que são boas para reposição de per-das da florada principal e também são as quealcançam maiores valores monetários.

Uso do pivô centralUso do pivô centralUso do pivô centralUso do pivô centralUso do pivô central

Para o jornalista goiano, especializado emagricultura, Paulo Lício, “o crescimento daprodução de frutas, segmento que precisaavançar a cada dia em quantidade e quali-dade para atender as demandas do merca-do interno e externo, só será possível com autilização de tecnologias capazes de garan-

tir o melhor desempenho dos cultivos, deforma sustentável. Nesse contexto, a irriga-ção surge como aliada importante. Emboraseu custo seja elevado, principalmente nafase de instalação, o retorno que pode pro-porcionar é compensador”, afirma o jorna-lista.

Pensando assim é que os citricultores deGoiás estão começando a investir em irriga-ção, adotando a tecnologia tanto em poma-res em produção quanto em novos plantios.Apesar da maior parte da área citrícola ain-da ser em sequeiro, há quem já esteja inves-tindo na irrigação havia mais tempo.

Incentivado por Roberto Balestra havia 18anos, Paulo Roberto Majewski começou semmuito conhecimento técnico e detém hoje,em 115 mil plantas (55 mil em produção)uma das melhores médias produtivas do se-tor no Estado. “Atualmente planto 7 m x 3,8m porque acredito na experiência que fuiadquirindo ao longo do tempo. Utilizo pivôjá faz 9 anos e minhas colheitas chegam a 6caixas de 40,8 kg por planta”, comemora

Majewski.Proprietário das Fazendas Sítio do Cam-

po e Maria Alves, em Itaberaí, e da FazendaLapinha, município de Goiás, Paulo Robertoé um dos pioneiros da citricultura irrigadano Estado. Irriga desde 1991. “Comecei coma irrigação quando ninguém sabia nada. Nemeu. De lá para cá aprendi muito e estouaprendendo, mas os resultados são positi-vos”, afirma o produtor que irriga 129 hec-tares com dois pivôs centrais.

Para Teresa Balestra, em se tratando deirrigação, “o maior problema, no entanto, éa falta de pesquisas sobre o uso adequadodos equipamentos e da tecnologia. As pes-soas devem ter muito cuidado com irrigaçãoem citros. Não basta apenas molhar as plan-tas. Se houver erro no momento da irriga-ção, o prejuízo pode ser maior”, argumentaTeresa. Ela diz que ainda está na fase deaprendizado e que novos investimentos sóserão feitos após melhores avaliações técni-cas e econômicas do processo.

Quem incentiva a irrigação através de

Goiás tende a crescer no mercado interno

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Com a divulgação, aumenta a irrigação e a produtividade da citricultura de Goiás

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Incentivador da citricultura local: Almir Bastos

Dias de Campo e de constantes Seminários éo empresário e engenheiro agrônomo AlmirCavalcante Bastos Filho, proprietário da Ati-va Agropecuária. Segundo Almir, “a meta épropor aos produtores de citros e pessoasinteressadas pela atividade uma discussãomais aprofundada sobre a importância e aviabilidade econômica da adoção de siste-mas de irrigação na citricultura, como formade impulsionar ainda mais a produção emGoiás”. De acordo com ele, “muitos produ-tores têm interesse na irrigação e alguns che-gam a adotá-la, mas quase sempre de ma-neira incorreta, o que significa perdas de tem-po e de dinheiro”.

Quando fala da citricultura local, AlmirCavalcante se entusiasma. Afinal, ele faz partediretamente do seu crescimento. Esse méri-to é reconhecido por todos, uma vez que ointeresse de Almir pelo setor não é exclusi-vamente comercial. Conhecido promotor deencontros técnicos, Almir é o responsávelpela criação do Seminário Técnico de Citri-cultura (o primeiro transcorreu em 1996, coma presença de 64 produtores), que vem acon-tecendo em setembro de cada ano, já trans-formado em tradicional ponto de encontrodo citricultor goiano.

CITRICULTURA NACIONAL

Assistência e pesquisaAssistência e pesquisaAssistência e pesquisaAssistência e pesquisaAssistência e pesquisa

Consultor especialista em citricultura, oagrônomo Ronnie de Assis Côrtes assiste cer-ca de 35 propriedades em vários municípiosda área citrícola do Estado.

Ele nos dá uma idéia do valor da produ-ção. “No início da última safra a laranja es-tava sendo comercializada a R$ 14,00/40,8kg. Chegou a R$ 23,00 e está terminando asafra valendo R$ 18,00, simplesmente pelaaproximação da safra paulista. O custo emcima do caminhão (já que o frete é por con-ta do comprador), chega a R$ 14,00”.

A entrada de laranja de outros estadostêm provocado certa concorrência que temprejudicado um pouco o mercado vendedorlocal. Está se tornando comum encontrar naCeasa de Goiânia laranja de Sergipe e do

Pará, além daquela que habitualmente vemde São Paulo.

Ronnie relata que a situação fitossanitá-ria dos pomares é mais amena do que quan-do comparada à São Paulo. “Temos ocorrên-cia de CVC numa escala menor de incidên-cia. Leprose e Ferrugem são comuns a todosos pomares. A Rubelose também tem preo-cupado os produtores de Goiás. Ultimamen-te, a coincidência de floradas com chuvas têmaumentada a ocorrência de Estrelinha noEstado”.

O consultor faz uma interessante obser-vação a respeito do desenvolvimento da ci-tricultura local: “diferente de Minas Gerais,onde a citricultura cresceu graças ao produ-tor paulista, em Goiás o crescimento acon-tece devido ao envolvimento do agricultorgoiano. Por isso, é uma citricultura que cres-

A citricultura goiana sempre foi tocada pelo agricultor de Goiás

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18 Janeiro / Fevereiro / MarçoRevista Ciência & Prática

ce lentamente, mas de forma organizada esadia. O que estava faltando eram as nor-mas para produção e comercialização demudas, que virão em breve. A citriculturaaqui, cresce de dentro para fora”, asseguraRonnie Côrtes, de modo tranqüilo.

Em relação à pesquisa, João Luiz PalmaMeneguci, engenheiro agrônomo e pesqui-sador do Escritório de Negócios de Goiânia,do SNT - Serviço de Negócios para Transfe-rência de Tecnologia, da Embrapa, é umareferência no que diz respeito à citriculturagoiana.

Para ele, a fórmula do sucesso baseia-seem “fortalecer o que já existe, interagindocom a pesquisa desenvolvida em outros cen-tros, em especial, em São Paulo”. O pesqui-sador enaltece o programa de mudas a ser

estabelecido em Goiás. “Poderemos formarum bloco de matrizes em Inhumas, além depreservar, melhorar e revitalizar o que temosem Anápolis. Precisamos de ação. Vislum-brarmos mudanças. Deveremos nos espelharem Cordeirópolis e em Bebedouro, para aformação de um Centro de Citricultura; Fun-decitrus, GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC, são exemplos a ser segui-dos se quisermos crescer”, aconselha JoãoMeneguci.

Para o pesquisador da Embrapa, “a evo-lução caminhará com as mudanças que vi-rão. O ambiente telado para a produção demudas obrigará a melhorar a prospecção ge-nética, o programa nutricional, os tratamen-tos fitossanitários etc. É só vantagem”, afir-ma feliz.

Meneguci lista uma série de itens queconsidera primordiais para justificar as reaispossibilidades de Goiás na citricultura:• Área e potencial climático;• Viabilidade econômica e demanda;

• Mudas boas;• Conhecimento técnico adquirido;• Instituições técnicas interessadas;• Entusiasmo e vontade política.

De acordo com João Palma, “precisamosaproveitar os exemplos que a citricultura deSão Paulo nos tem dado. Não são apenasnos bons momentos que se aprende. Vamoslembrar que cuidando nas fases boas é queguardamos para pagar as contas nas fasesruins. Se não, a terra é que vai embora, nãoapenas as laranjeiras”.

Defesa fitossanitáriaDefesa fitossanitáriaDefesa fitossanitáriaDefesa fitossanitáriaDefesa fitossanitária

Carlos Alberto L. de Barros, Coordenadorde Emergências Fitossanitárias, e Carla Ales-sandra Póvoa Lemes, Coordenadora do Pro-grama de Prevenção e Controle de Pragas emCitros, ambos engenheiros agrônomos daAgrodefesa, são unânimes em afirmar que“após a Normativa 008 aumentou a possibi-lidade de mantermos a sanidade no Estado”.

João Meneguci e a pesquisa em Goiás

Sérgio Luiz FSérgio Luiz FSérgio Luiz FSérgio Luiz FSérgio Luiz FacioacioacioacioacioConsultor FARM/GTACC

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Carlos Alberto Barros, coordenador da Agrodefesa

“Nosso poder atual nos permite a destrui-ção das mudas que encontrarmos sem qua-lidade e sem permissão de comercialização.Mudas de fora do Estado apenas poderãoentrar e/ou ser comercializadas em Goiás,com consulta prévia e permissão da Agrode-fesa”, lembra Barros.

Segundo a agrônoma Póvoa Lemes, “sãoquatro os viveiros telados no Estado. A Nor-mativa 008 forneceu um tempo hábil paratodos se enquadrarem nas novas determi-nações, uma vez que é de 2003. O setor nãoatentou para isso e o tempo de adaptaçãoacabou. Agora, apenas são permitidos os vi-veiros telados. Recentemente, 30 mil cavali-nhos foram destruídos e mais de 10 milmudas apreendidas e queimadas”, contou acoordenadora.

A Agrodefesa vai intensificar as ações defiscalização e produzir material técnico paradistribuição aos viveiristas. Para o secretáriode Agricultura, “em matéria de sanidade nãohá meio termo. É 0% ou 100%. Ou a mudatem qualidade ou não tem”. Odilon Claro deLima argumenta que “a discussão é pertinen-te devido ao potencial de Goiás para a pro-dução de citros”. Ele considera que “a situa-ção no Estado é relativamente boa, visto queos pomares goianos ainda estão livres depragas como o Greening, Cancro Cítrico, Pin-ta Preta, Mosca Negra, Mosca da Carambolae Morte Súbita dos Cítricos, que têm altopoder destrutivo”. Mas acentua a necessida-de de “manter vigilância constante contraessas pragas”.

Carla: a severidade da lei beneficiará Goiás

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20 Janeiro / Fevereiro / MarçoRevista Ciência & Prática

MANEJO DE PRAGAS

Ácaros tetraniquídeos: como realizar o manejo?Cada vez mais presentes em nossa citricultura, os ácaros tetraniquídeos exigem

monitoramento e atenção por parte do produtor

Um pequeno roteiro sobre os ácaros te-traniquídeos:

1 - Os ácaros

Os danos destes ácaros aparecem emfolhas semi-maduras e maduras na forma deamarelecimento geral; em frutos ocorrempontuações esbranquiçadas características,nos locais onde os ácaros inserem os estile-tes bucais para sugar a seiva. Uma impor-tante diferença entre os ácaros é que o Texa-no e o Purpúreo não tecem teia, no local dacolônia, enquanto que, o Mexicano apresen-ta teia em abundância onde ovos, larvas, nin-fas e adultos ficam abrigados ou suspensos.O Purpúreo ou Vermelho, Panonychus citri,é mais comum e ocorre em todo o mundo,onde há citros plantado. O Texano, Eute-tranychus banksi, originou-se no Texas e oMexicano, Tetranychus mexicanus, recebeueste nome por ter sido descrito pela primei-ra vez no México.

2 - Os surtos e danos

Em pomares de citros, as infestaçõesdestes ácaros estão muito altas, causandocolapso do mesófilo e elevada queda de fo-lhas nas plantas atacadas. Estão em todas asregiões citrícolas, tanto no norte como nosul e também na região central do estado deS. Paulo. Os motivos para esta ocorrência são:A. Uso excessivo de piretróides para contro-

le de pragas como Bicho-Furão, Ortézia,Cigarrinhas da C.V.C, Psilídeos do Gree-ning (HLB) e outras;

B. Uso excessivo de neonicotinóides paramanejo de pragas nos pomares em for-mação;

C. Condições climáticas de baixa umidade eseca.

3 - Manejo ecológico

Normalmente os ácaros tetraniquíde-os são considerados pragas secundárias noMEP - Manejo Ecológico de Pragas. Mas, paracasos de surtos generalizados, estamos re-comendando inspeção em 1% das plantasdo talhão em zig-zag, avaliando 3 folhassemi-maduras ou maduras por planta e con-siderando infestada a folha que apresentar5 ou mais ácaros tetraniquídeos, de qualquer

uma das 3 espécies, presentes. A recomen-dação de pulverização é para quando atin-gir o nível de 30% de folhas infestadas.

4 - Os inimigos naturais

Os principais inimigos naturais dos ácarostetraníquideos são: o fungo benéfico Neo-gysites spp. em condições de alta umidade;os ácaros predadores Euseius sp. (pêra), Iphi-seiodes zuluagai (maça), Stigmaeidae sp.(morango); e a micro joaninha Stethorusspp..

5 - Manejo em sistemasconvencionais

Ao atingir o nível de 30% de folhasinfestadas, deve-se proceder com o controleda praga. Os mesmos acaricidas utilizadospara o manejo do ácaro da leprose apresen-tam bom controle sobre ácaros tetraniquí-deos (Vermelho, Texano e Mexicano), sendorecomendados os seguintes produtos técni-cos: Azociclotin, Cyhexatin, Dicofol, Óxido deFenbutatin, Propargite e Spirodiclofen. Tam-

Sintomas característicos provocados pelo danode ácaros tetraniquídeos em frutos e folhas

bém Abamectin + Óleo Mineral ou Vegetalquando usado sobre Larva Minadora e Áca-ro Branco, em doses de registro, apresentambom controle dos ácaros tetraníquideos.

6 - Manejo em sistemas orgânicos

Para os sistemas orgânicos, produtosa base de Enxofre, Calda Sulfocálcica e Óle-os Minerais ou Vegetais são opções a seremutilizadas, com boa eficiência de controlesobre ácaros tetraníquideos. A irrigação poraspersão reduz sensivelmente as populaçõesde ácaros pela ação direta e aumento da umi-dade relativa do ar.

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Fêmeas achatadas e arredondadas, machos afilados e pernas de tamanho maior que o corpo

Sobre folhas a coloração é pardacenta; sobre frutos, avermelhado. Difere, por formar teia

O Purpúreo é mais comum e ocorre em todo o mundo, onde há citros plantado

José Luiz SilvaJosé Luiz SilvaJosé Luiz SilvaJosé Luiz SilvaJosé Luiz SilvaConsultor Gravena/GTACC

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22 Janeiro / Fevereiro / MarçoRevista Ciência & Prática

MANUTENÇÃO

Cuidados com a barra de herbicida em citrosUm verdadeiro check-list para ajudar no desempenho deste importante equipamento

no controle de mato das propriedades de citros

Com essa matéria, voltamos a um assun-to muito solicitado pelos companheirosde campo que trabalham nos pomares

de laranja. A manutenção dos equipamen-tos agrícolas, que podem ser preventivas oucorretivas, mas que sempre garantem a boaqualidade nas aplicações.

A aplicação de herbicida é uma práticautilizada para controlar plantas daninhas quenascem próximas às laranjeiras, influencian-do nas produções dessas árvores. Também éconhecida como controle químico do matoe consiste na aplicação de produtos deno-minados herbicidas, apresentando dois tiposde ações: controle antes do mato germinar,ou seja, pré-emergentepré-emergentepré-emergentepré-emergentepré-emergente; ou após o matogerminar, chamado pós-emergentepós-emergentepós-emergentepós-emergentepós-emergente. Em ci-tros nos dois casos, o equipamento utiliza-do para aplicação é a barra de herbicida oubarra Bentley como era conhecida devido aoseu inventor.

Na barra encapada que desliza sobre doispatins estão fixados os tubos e mangueirasonde são presos os bicos aplicadores, alémde uma cortina ou saia móvel - na parte pos-terior da barra, que protege as folhas da saiadas laranjeiras da deriva de gotas. Sua alturae movimento são controlados por pistão hi-dráulico e por um conjunto de molas e cor-rentes estabilizadoras.

Mas não é somente a barra que tem queser descrita. Existe uma série de componen-tes que devem ser conhecidos. E conhecê-los apenas, não é suficiente. Precisamos tam-bém verificar diariamente seu correto funci-onamento.

Existem dois tipos de tanques para trans-portar a calda (mistura do herbicida com aágua); os de levantamento hidráulico ouaqueles tracionados sobre rodas.

Tanto num caso como no outro, esses tan-ques são acoplados sobre o chassi, que sãoestruturas normalmente de metal forte e re-sistente, onde são fixados vários componen-tes do equipamento.

Os tanques são depósitos fabricados comfibra de vidro, polietileno assoprado ou inox(devido aos herbicidas serem produtos de altacorrosão) e podem ter a capacidade de 400,500 ou 2.000 litros, presos por parafusos oucintas parafusadas ao chassi. Os tanques tam-bém têm um medidor ou marcador de nível,que mostra a quantidade de calda dentro domesmo. No interior do tanque tem, ainda,um agitador que pode ser de pás ou de héli-ces, ou mesmo de injeção de calda com ve-locidade, para manter a mistura homogêneadurante todo o processo.

A pressurização do sistema é mantida poruma bomba acionada pela tomada de forçado trator, que tem a função de sugar a caldado tanque e enviá-la até os bicos pelas tubu-lações, normalmente menores do que as dosatomizadores, pois as pressões de trabalhona aplicação de herbicida normalmente sãomenores (ao redor de 60 a 80 lbs/pol²).

Para manter o sistema todo limpo, itemmuito importante na aplicação de herbici-da, pois os bicos são muito finos, precisa-mos de um sistema de limpeza que é com-posto por um filtro de sucção e um filtro delinha, com a finalidade de impedir que im-purezas ou partículas maiores existentes nacalda passem pelas tubulações e cheguem aentupir os bicos.

Conta também com um registro que con-trola a saída do produto podendo liberar ofluxo e pôr os bicos em funcionamento ou,ainda, fechar o fluxo e manter o sistema fun-cionando sem a aplicação da calda, usadopara interromper a aplicação no fim das ruasou nas replantas. Possui também um regula-dor de pressão, componente muito impor-tante, pois ele regula a pressão de serviço(deve ser verificada com manômetro diaria-mente), fornecendo a vazão para cada tipode trabalho. Também é constituído por man-

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23Janeiro / Fevereiro / Março Revista Ciência & Prática

MANUTENÇÃO

gueiras que interligam os componentes euma ponteira móvel de material flexível liga-da a uma mola, com a função de alertar aotratorista do campo de trabalho quando tocaem alguma coisa, já que faz barulho, semque force toda barra.

• Manutenção preventivaManutenção preventivaManutenção preventivaManutenção preventivaManutenção preventiva sempre é feitasem paralisar a rotina de serviços e podeser melhor planejada. Assim máquina re-visada e lubrificada corretamente dificil-mente trará transtorno para o operador, oque contribuirá para o aumento do rendi-mento operacional;• TTTTToda oda oda oda oda a manutenção deve ser feita com amáquina parada e motor desligado;• Engraxar diariamenteEngraxar diariamenteEngraxar diariamenteEngraxar diariamenteEngraxar diariamente: cardam, engatedo tanque, mancal dianteiro e traseiro, me-xedor e macaco quando houver;• Observar diariamenteObservar diariamenteObservar diariamenteObservar diariamenteObservar diariamente o chassi (trincase fixação dos parafusos);• Diariamente colocar águaDiariamente colocar águaDiariamente colocar águaDiariamente colocar águaDiariamente colocar água no tanqueapós o término da aplicação, retirar os bi-cos e filtros e funcionar a máquina até es-gotar a água;• Sempre usar o “coador”,Sempre usar o “coador”,Sempre usar o “coador”,Sempre usar o “coador”,Sempre usar o “coador”, na boca deabastecimento do tanque, para reter im-purezas no enchimento do mesmo (subs-tituir a tela sempre que se romper);• O intervalo entre as limpezasO intervalo entre as limpezasO intervalo entre as limpezasO intervalo entre as limpezasO intervalo entre as limpezas periódi-cas do filtro depende da qualidade daágua, mas recomendamos que a cadaabastecimento sejam feitas uma checageme uma lavagem, quando estiver muito sujo,usar escova com cerdas de náilon ou arcomprimido;• Substituir os anéis de vedaçãoSubstituir os anéis de vedaçãoSubstituir os anéis de vedaçãoSubstituir os anéis de vedaçãoSubstituir os anéis de vedação dos fil-tros, caso apresentem vazamentos;• Diariamente verificar o nível de óleoDiariamente verificar o nível de óleoDiariamente verificar o nível de óleoDiariamente verificar o nível de óleoDiariamente verificar o nível de óleoda bomba, completando caso necessário.

O óleo deve estar sempre limpo e sem mis-tura de água ou calda. Substituir também,imediatamente, os retentores, caso apresen-tem vazamentos;• TTTTTrocar o óleorocar o óleorocar o óleorocar o óleorocar o óleo da bomba a cada 100 horasutilizando óleo multiviscoso SAE 30;• Substituir os reparosSubstituir os reparosSubstituir os reparosSubstituir os reparosSubstituir os reparos todo o fim de safraou a cada 500 horas;• Limpar os filtros de linhaLimpar os filtros de linhaLimpar os filtros de linhaLimpar os filtros de linhaLimpar os filtros de linha a cada abaste-cimento; usando em casos mais extremos dequalidade de água, uma escova com cerdasde náilon ou ar comprimido;• Registros, comando de distribuição e re-gulador de pressão, nunca podem trabalharquando apresentarem vazamentos. Assim,desmontá-los ao fim de cada safradesmontá-los ao fim de cada safradesmontá-los ao fim de cada safradesmontá-los ao fim de cada safradesmontá-los ao fim de cada safra, verifi-cando se apresentam desgastes principal-mente de válvulas e sede de válvulas, e subs-tituir quando esse desgaste for constatado.Os anéis devem ser lubrificados com vaseli-na, nunca use graxa ou derivados de óleo,pois podem danificar as borrachas. Quandofor guardar esse equipamento fechar o re-gistro e soltar toda a pressão de trabalho paraque a mola não perca sua elasticidade;• VVVVVerificação diária das mangueiraserificação diária das mangueiraserificação diária das mangueiraserificação diária das mangueiraserificação diária das mangueiras, quenão podem estar torcidas ou bloqueadas enão devem roçar ou tocar em parte alguma,exceto as abraçadeiras apropriadas. Em casode algum vazamento, substituir imediata-mente;• AsAsAsAsAs condições da barra, do sistema hi-condições da barra, do sistema hi-condições da barra, do sistema hi-condições da barra, do sistema hi-condições da barra, do sistema hi-dráulico e das molas devem ser verifica-dráulico e das molas devem ser verifica-dráulico e das molas devem ser verifica-dráulico e das molas devem ser verifica-dráulico e das molas devem ser verifica-

Dicas de ManutençãoDicas de ManutençãoDicas de ManutençãoDicas de ManutençãoDicas de Manutenção

dasdasdasdasdas diariamentediariamentediariamentediariamentediariamente e substituídos ou repa-rados caso alguma anormalidade seja en-contrada;• OsOsOsOsOs bicos devem ser limpos diariamentebicos devem ser limpos diariamentebicos devem ser limpos diariamentebicos devem ser limpos diariamentebicos devem ser limpos diariamenteou sempre que houver um entupimento,utilizando água limpa, detergente neutro,escova de cerdas de náilon ou ar compri-mido. Quando estiverem vazando 10% amais do que quando novos, devem sersubstituídos. Nunca utilize arame, grave-tos ou canivete para limpar, pois danifi-cam os bicos.

Ramiro de Souza Lima NetoRamiro de Souza Lima NetoRamiro de Souza Lima NetoRamiro de Souza Lima NetoRamiro de Souza Lima Neto Consultor FARM/GTACC

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24 Janeiro / Fevereiro / MarçoRevista Ciência & Prática

O abastecimento dos pulverizadoresQuase sempre relegado a um segundo plano, o trabalho adequado de abastecimento

dos pulverizadores faz parte da logística e é o início de uma pulverização perfeita

Toda prática agrícola, para que seja exe-cutada com qualidade e eficiência, requer organização, conhecimento, con-organização, conhecimento, con-organização, conhecimento, con-organização, conhecimento, con-organização, conhecimento, con-

trole e segurançatrole e segurançatrole e segurançatrole e segurançatrole e segurança. E é no âmbito desses fa-tores que estaremos discorrendo neste arti-go sobre a operação de abastecimento depulverizadores.

Para iniciar a pulverização, teremos quedispor os produtos e equipamentos neces-sários para a aplicação, a fim de que nãoocorram contratempos que nos façam per-der rendimento. Nesse momento, deveremosobservar os seguintes itens:

• Utilização dos produtosUtilização dos produtosUtilização dos produtosUtilização dos produtosUtilização dos produtos - Deve-se fa-zer um cálculo das quantidades de produtosque serão utilizados durante o dia ou du-rante um determinado período de trabalho.Por exemplo, o número de bombas (tanquesde 2 mil litros) que serão aplicadas e, de acor-

do com as doses de cada produto, definirsuas quantidades que serão retiradas do es-toque.

• Apoio para osApoio para osApoio para osApoio para osApoio para os produtos eprodutos eprodutos eprodutos eprodutos e equipamen-equipamen-equipamen-equipamen-equipamen-tostostostostos - Normalmente se usa uma carreta agrí-cola em boas condições de manutenção paratransportar e servir de bancada para os pro-dutos e equipamentos. A carreta deve sercolocada num local plano e com trava nasrodas. Se não for esse o caso, pode ser feitouma bancada de madeira no local de abas-tecimento, para depositar alguns dos uten-sílios de modo a não ficarem em contato como chão ou com o mato. Serve também parafacilitar as anotações, não se atrapalhar comas dosagens, manusear tambores ou bom-bonas com registros etc. Pode-se ainda utili-zar estrados (pallets) no chão. Evitar locaisde abastecimento aonde se formem poças

de água e barro. Dos equipamentos, po-dem fazer parte: 5 a 6 baldes plásticos de 20litros para pré-mistura dos produtos, pá demadeira para usar nos baldes, copos gradu-ados para dosagens ou vasilhas com medi-das específicas, por exemplo 1 L, 2 L, 4 kg, 5kg etc. Não apenas isso, mas também lonapara cobrir os produtos em caso de chuva,sabão para limpeza das mãos, caixa de fer-ramentas e peças para reparos rápidos emtratores e pulverizadores.

Na maioria das vezes, é o próprio trato-rista ou operador do conjunto trator/pulve-rizador, tanque ou caminhão reabastecedor,que faz o preparo da calda para pulveriza-ção e o próprio abastecimento do tanque.Quando há um número grande de operado-res num mesmo ponto de abastecimento,define-se uma pessoa que ficará responsá-

LOGÍSTICAA

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26 Janeiro / Fevereiro / MarçoRevista Ciência & Prática

vel especificamente por esse trabalho. Dequalquer forma, ele deve ser orientado (trei-nado) para isso. Ter agilidade para não dei-xar outros operadores esperando e perden-do tempo, conhecer alguns detalhes dos pro-dutos com os quais está trabalhando e a res-peito de misturas, saber a ordem de coloca-ção dos defensivos no tanque, além de sa-ber ler e escrever, são condições desejáveis.

A fim de facilitar o controle da opera-ção, deve-se dispor os baldes na ordem depreparo e abastecimento das pré-misturas,sendo que pode haver uma marcação nes-ses baldes com os nomes dos produtos. Tam-bém deve-se ter uma prancheta, com plani-lha própria para anotação do número debombas aplicadas, produtos que foram usa-dos, número do talhão, data, operadores epulverizadores que trabalharam, observaçõesa respeito do clima (chuva, vento etc).

Segurança e higieneSegurança e higieneSegurança e higieneSegurança e higieneSegurança e higiene

Para estacionar no local de abastecimen-to, o tratorista deve colocar o trator de modoque saia direto para o local de pulverizaçãosem precisar ficar fazendo manobras com otanque cheio. Deve-se começar a colocar osprodutos no tanque do pulverizador quan-do o mesmo tiver pelo menos um quarto deágua. O pulverizador pode estar com o “agi-

LOGÍSTICA

tador” ligado para fa-zer a homogeneizaçãoda calda. Procurar dei-xar um espaço de 10cm sem calda para quenão haja transborda-mento do produtopela boca do pulveri-zador, o que pode fa-zer perder produto e contaminar o local. Usaras plataformas de abastecimento do pulve-rizador para facilitar despejar a pré-misturano tanque com segurança.

A segurança, a higiene e a limpeza sãoimportantes nessa operação. No manuseiodos produtos, não deixar tampas, anéis detrava das tampas e embalagens jogadas pelochão. Aliás, esse material, juntamente comas embalagens (após realização da tríplicelavagem) devem ser colocados nas caixas, deboca para baixo para facilitar o escorrimen-to de algum líquido que ainda contenham edepois serem perfurados, inutilizando-os.Outros tipos de embalagens também deve-rão ser colocados em local apropriado paradepois serem removidos.

Vale lembrar as Normas Técnicas paraProdução Integrada de Citros, no item 10.4,que discorre sobre preparo e aplicação depreparo e aplicação depreparo e aplicação depreparo e aplicação depreparo e aplicação deagroquímicosagroquímicosagroquímicosagroquímicosagroquímicos (mesmo para quem ainda nãofaz parte desse programa de produção):

Aparecido TAparecido TAparecido TAparecido TAparecido Tadeu Padeu Padeu Padeu Padeu PavaniavaniavaniavaniavaniConsultor GTACC

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• Itens obrigatórios: obedecer as reco-mendações técnicas sobre manipulação deagroquímicos, conforme legislação vigente;preparar e manipular agroquímicos em lo-cais específicos e construídos para esta fina-lidade; operadores devem utilizar EPI – Equi-pamentos de Proteção Individual.

• Itens proibidos: Manipular e aplicaragroquímicos na presença de crianças, pes-soas alheias à atividade e animais; utilizarrecursos humanos sem capacitação técnica;descartar restos de agroquímicos e lavar equi-pamentos em fontes de água, riachos e la-gos, conforme legislação vigente.

O responsável peloabastecimento deveter agilidade ecompreender aimportância daordem de colocaçãodos produtos notanque

Na falta de pontosde abastecimentoum caminhãopode melhoraro rendimento

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PRÁTICA

Uma vida dedicada à citriculturaSeiey KSeiey KSeiey KSeiey KSeiey Kanashiroanashiroanashiroanashiroanashiro foi um exemplo para os que o conheceram. Exemplo de sucesso conseguido através

do trabalho, numa demonstração contínua de respeito consigo, com a natureza e com a sua comunidade

O sucesso não se mede apenas pelaprodução. Alcança sucesso aqueleque tem dedicação, que exerce com

alegria seus afazeres, que acredita em seulabor, que oferece emprego, que se dispõe aajudar as pessoas através de sua atividade,que respeita o meio ambiente, que não ofen-de, que é amigo, que participa. Será esse olegado a ser herdado por seus familiares.

Seiey Kanashiro faleceu no dia 25 de ja-neiro de 2007. Era um citricultor muito par-ticipativo e sempre dedicado, comparecen-do a todos os eventos da área citrícola. Re-cepcionava muito bem e era muito atencio-so com os visitantes que recebia em sua pro-priedade. Sempre que estava a seu alcanceauxiliava os pesquisadores e consultores emseus trabalhos de pesquisa, fornecendo áreae equipamentos agrícolas para instalação econdução dos mesmos.

O GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC pôde testemunhar a calorosarecepção que os integrantes do grupo rece-beram em DATA, quando lá estiveram juntodos companheiros da Ihara para a execuçãode um trabalho de campo. Seiey e dona Es-ter nos encantaram com uma série de mi-mos, de quitutes e de sucos feitos por ela,como os de tamarindo e de amora. Nos en-cantaram, além do mais, por sua participa-ção no evento técnico, por sua simplicidadee sabedoria.

A trajetória de Seiey na área agrícola ini-ciou-se na década de cinqüenta do séculopassado, quando junto com seus pais e ir-mãos arrendou terras para plantios de cul-turas anuais nas regiões paulistas de Olím-pia e Catanduva. Com o passar dos anos,

depois de muito trabalho de sol a sol, a fa-mília conseguiu adquirir sua propriedade nomunicípio de Olímpia, onde continuou aplantar culturas anuais e no final dos anossessenta, começou a investir nos plantios delaranja, pois essa cultura estava em francodesenvolvimento na região. Durante muitosanos os Kanashiro produziram frutos de mesapara o mercado e, mais recentemente, comointegrantes do grupo Montecitrus, passarama comercializar toda sua produção para pro-dução de suco concentrado.

Com muito trabalho e dedicação os ir-mãos Kanashiro tornaram-se citricultores res-

peitados pelas altasprodutividades, boaqualidade dos frutose introdução de no-vas tecnologias nacultura. Seiey traba-lhava diariamente naFazenda Santa Ernes-tina em Olímpia,onde formava novospomares em plantiosadensados, pratican-do uma mescla entreos manejos de pragase de solo convencio-nais e o orgânico, ob-tendo excelentes re-sultados e produtivi-dades. Mesmo comtodas as dificuldades

do setor agrícola, todo ano ainda fazia plan-tio de culturas anuais intercaladas aos plan-tios de citros, sendo o milho a sua favorita.

Tinha uma excelente relação com seusfuncionários, com os pesquisadores, consul-tores e amigos, pois respeitava e auxiliava noque fosse possível. Estava sempre acompa-nhado por dona Ester, sua esposa e compa-nheira, sempre muito prestativa e atenciosacom todas as visitas que compareciam à suapropriedade, como pudemos sentir.

Fica o exemplo de ser humano, é eviden-te, mas também é muito importante lembrare enaltecer a compreensão que tinha paracom a experimentação agrícola. Seiey Ka-nashiro foi um incentivador na busca de re-sultados. Ele não se acomodava e não acei-tava a resposta: “é assim mesmo”. Estavasempre buscando alternativas e incentivan-do mudanças. Dizia: “tudo pode ser melho-rado”.

Para finalizar, este é um artigo para ho-menagear o excelente citricultor e amigoSeiey Kanashiro, um homem de bem, comidéias e pensamentos a frente de sua época,que sempre repetia a máxima: “para produ-zir agricultura não se deve lutar contra a na-tureza; deve-se respeitá-la, conhecer, obser-var e interagir com o meio ambiente onde setrabalha, pois somente assim, com os equilí-brios biológico e ecológico, consegue-se con-trolar as pragas”.

Seiey Kanashiro e dona Ester

Seiey Kanashiro sempre participou ativamente das reuniões técnicas