padronizaÇÃo e disseminaÇÃo do volt: o caso …§ão mestrado... · praticados pelo inmetro na...

158
CENTRO TECNOLÓGICO ESCOLA DE ENGENHARIA MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO LUIZ CARLOS GOMES DOS SANTOS PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO BRASILEIRO NITERÓI 1999

Upload: haanh

Post on 09-Feb-2019

216 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

CENTRO TECNOLÓGICO

ESCOLA DE ENGENHARIA

MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

LUIZ CARLOS GOMES DOS SANTOS

PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO

VOLT:

O CASO BRASILEIRO

NITERÓI

1999

Page 2: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

LUIZ CARLOS GOMES DOS SANTOS

PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT:

O CASO BRASILEIRO

Dissertação apresentada no Curso de Pós-

graduação em Engenharia de Produção da

Universidade Federal Fluminense, como

requisito parcial para obtenção do Grau de

Mestre. Área de concentração: Tecnologia,

Qualidade e Produtividade.

Orientadora: Profª. Drª. Léa Contier de Freitas

NITERÓI

1999

Page 3: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha
Page 4: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha
Page 5: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

DEDICATÓRIA

À minha família (esposa e filhos), pelo

tempo deles roubado para o

desenvolvimento deste trabalho.

À meus pais, pelos exemplos de luta e

perseverança e pela dedicação, carinho e

ensinamentos que foram fundamentais na

minha formação.

Page 6: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

AGRADECIMENTOS

À Dr.ª Léa, minha orientadora e companheira de luta pela causa da Metrologia,

pelo incentivo e apoio e pelas reflexões críticas e competentes.

À Rita, pela dedicação, paciência e pelas importantes contribuições.

Aos colegas da DIELE/DIMCI/INMETRO, em particular à equipe do LATCE pelo

apoio e colaboração.

Ao Dr. Maurício Frota, Presidente da Sociedade Brasileira de Metrologia, meu

diretor durante quase todo o transcurso deste trabalho, pelo apoio e incentivo.

Ao INMETRO, por me proporcionar a chance de um grande desenvolvimento

pessoal e profissional.

Aos professores do Departamento de Pós Graduação em Engenharia de

Produção da Universidade Federal Fluminense, à seus funcionários e em

particular aos professores Vinicius Arienti, Waldimir Longo, Helder Costa e

Rubens Gutierrez, pelos ensinamentos que me permitiram realizar este trabalho.

Page 7: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

EPÍGRAFE

“É possível supor que a metrologia seja

tão fundamental nas nossas vidas quanto

é o ar que respiramos, pois, em ambos os

casos, somente percebemos sua

verdadeira importância, quando nos falta”.

(Prof. Giorgio Moscati, palestra proferida

em 24/05/94 na Escola de Engenharia da

UFF)

Page 8: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo principal desenvolver um método

que proporcionasse maior eficiência nos processos de transferência, manutenção

e disseminação do volt, realizados no INMETRO, acompanhado da avaliação das

contribuições de incertezas. A partir deste método foi possível, em um primeiro

momento, reduzir-se a incerteza relativa final associada à calibração dos padrões

dos laboratórios credenciados de 2 ppm para 0,5 ppm, aproximadamente. Com

a recente implantação do sistema de padronização primária de tensão baseado

no efeito Josephson, os dados iniciais demonstram que será possível reduzir esta

incerteza para valores abaixo de 0,1 ppm, atendendo desta forma à grande

demanda existente no país por níveis de incerteza menores do que aqueles

praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão

baseados no diodo zener (“pilha eletrônica”). Foram analisados dados relativos à

calibração do padrão de transferência do INMETRO no BIPM, em novembro de

97, assim como a utilização deste mesmo padrão em uma intercomparação entre

o Sistema Josephson do INMETRO e do NIST (EUA), realizada em

setembro/outubro de 99. São também apresentados os resultados das

manutenções do volt realizadas nos últimos dois anos e as calibrações de

padrões (pilha padrão, pilha eletrônica 732 A e pilha eletrônica 732 B) de clientes

nos últimos anos para evidenciar a diminuição da incerteza e o aperfeiçoamento

das informações prestadas. O trabalho apresenta, ainda, a contextualização

histórica que culminou com a assinatura da Convenção do Metro e a evolução da

padronização do volt. Apresenta a estrutura metrológica mundial e brasileira, os

conceitos metrológicos mais relevantes e a hierarquia da disseminação do volt.

Palavras-chave: Metrologia. Padronização e Disseminação do volt. Inmetro.

Page 9: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

ABSTRACT

The present work aimed at developing a method with which it would be

possible to achieve better performance on the transfer, maintenance and

dissemination of the volt, the SI unit for electric potential difference accomplished

by INMETRO, accompanied by the evaluation of the uncertainty contributions.

Using this method it was possible to reduce the final relative uncertainty

associated with the calibration of standards from accredited laboratories, from ±2

ppm to ±0,5 ppm, approximately. Upon the recent implementation of the primary

voltage standard system based on the Josephson effect, initial data show that it

will be possible to reduce uncertainty to values below 0,1 ppm, thus meeting the

great existing demand in our country for smaller uncertainty levels than those

practiced by INMETRO in the calibration of the Standards Cells and of Zener

diodes (electronics cells). Data obtained in the calibration of INMETRO’S Transfer

Standard in BIPM, in November 1997, were analyzed. The same Transfer

Standard was used in a comparison with the Josephson effect system at NIST

(USA), in September/October 1999. The results of maintenance of the volt

accomplished in the last two years and calibration of standards (standard cell,

electronic cell 732A, electronics cell 732 B) belonging to customers over the part

three or four year are presented. This work also presents the historical process

that culminated with the signature of the Convention of the Meter and the

evolution of the volt standard. It present metrological structures in the world and

Brazil also, besides the most important metrological concepts and the hierarchy of

the volt dissemination.

Keywords: Metrology. Volt-standardization and dissemination. Inmetro.

Page 10: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ............................................................................... 18 1.1 – APRESENTAÇÃO ...................................................................... 18 1.2 – OBJETIVO .................................................................................. 19 2 – CONTEXTO HISTÓRICO .............................................................. 20 2.1 – CONTEXTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO ............................ 20 2.2 – A CONVENÇÃO DO METRO ..................................................... 21 2.3 – A ESCOLHA DE UM PADRÃO DE TENSÃO ELÉTRICA .......... 22 2.3.1 – A PILHA PADRÃO ................................................................... 22 2.3.2 – O EFEITO JOSEPHSON ......................................................... 25 2.4 –O SURGIMENTO DA METROLOGIA NO BRASIL ...................... 29 3 – ORGANIZAÇÃO DA METROLOGIA ............................................. 33 3.1 – ESTRUTURA METROLÓGICA MUNDIAL ................................. 33 3.1.1 – A CONFERÊNCIA GERAL DE PESOS E MEDIDAS -

CGPM .................................................................................................. 33 3.1.2 –- O COMITÊ INTERNACIONAL DE PESOS E MEDIDAS -

CIPM .................................................................................................... 33 3.1.3 – OS COMITÊS CONSULTIVOS ............................................... 35 3.1.4 – O BUREAU INTERNACIONAL DE PESOS E MEDIDAS -

BIPM .................................................................................................... 36 3.2 – ESTRUTURA METROLÓGICA BRASILEIRA ............................ 37 3.2.1 – O INMETRO ............................................................................ 39 3.2.2 – O LNM ..................................................................................... 41 3.2.3 – A RBC E A RBLE ..................................................................... 42 3.2.4 – A MATRIZ LABORATORIAL BRASILEIRA ............................. 43 3.3 – O SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES ......................... 44 3.3.1 – AS DUAS CLASSES DE UNIDADES ...................................... 45 3.3.2 – OS PREFIXOS SI .................................................................... 49 4 – CONCEITOS METROLÓGICOS RELEVANTES .......................... 50 4.1 – RASTREABILIDADE .................................................................. 50 4.1.1 – CADEIA DE RASTREABILIDADE ........................................... 50 4.2 – PADRONIZAÇÃO ....................................................................... 52 5 – O VOLT ......................................................................................... 54 5.1 – DEFINIÇÃO ................................................................................ 54 5.2 – REALIZAÇÃO – BALANÇA DE TENSÃO ................................... 54 5.3 – REPRODUÇÃO – EFEITO JOSEPHSON .................................. 56 5.4 – MANUTENÇÃO E DISSEMINAÇÃO .......................................... 59 5.4.1 – PILHA PADRÃO ...................................................................... 59 5.4.2 – PILHA ELETRÔNICA (DIODO ZENER) .................................. 61 5.4.3 – A TRANSFERÊNCIA AC / DC ................................................. 62 6 – MÉTODO DE MEDIÇÃO DE PILHA PADRÃO - DESCRIÇÃO

DOS PROCEDIMENTOS IMPLEMENTADOS .................................... 65 6.1 – DETERMINAÇÃO DE P1, P2, P3 E P4 EM FUNÇÃO DE Pe........ 67 6.2 – DETERMINAÇÃO DOS VALORES DAS PILHAS EM

FUNÇÃO DA MÉDIA ........................................................................... 69 7 – RESULTADOS OBTIDOS – ANÁLISE DOS DADOS .................... 72

Page 11: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

7.1 - TRANSFERÊNCIA DO VOLT INTERNACIONAL DO BIPM

PARA O INMETRO .............................................................................. 72 7.2 - MANUTENÇÃO DO VOLT NO INMETRO .................................. 75 7.2.1 – A PARTIR DO VOLT INTERNACIONAL ................................. 75 7.2.2 – A PARTIR DO VOLT QUÂNTICO BRASILEIRO ..................... 78 7.3 – DISSEMINAÇÃO DO VOLT PARA OS LABORATÓRIOS

CREDENCIADOS ................................................................................ 81 7.3.1 – CALIBRAÇÃO DA PILHA PADRÃO DO CLIENTE ALFA ........ 81 7.3.2 – CALIBRAÇÃO DA PILHA ELETRÔNICA 732A DO

CLIENTE BETA ................................................................................... 84 7.3.3 – CALIBRAÇÃO DA PILHA ELETRÔNICA DO CLIENTE

GAMA .................................................................................................. 87 8 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................ 90 8.1 - CONCLUSÕES ........................................................................... 90 8.2 – RECOMENDAÇÕES .................................................................. 91 9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 93 10 – APÊNDICES ................................................................................ 95 10.1 – APÊNDICE 1: DETERMINAÇÃO DO VALOR DE CADA

PILHA DO BANCO EM FUNÇÃO DA PILHA ELETRÔNICA. .............. 96 10.2 – APÊNDICE 2: DEMONSTRAÇÃO DO CÁLCULO DE P .......... 98 10.3 – APÊNDICE 3:OBTENÇÃO DE P1, P2, P3,P4 E Pe

ESTIMADOS ........................................................................................ 99 10.4 – APÊNDICE 4: MEMÓRIA DE CÁLCULO DA

TRANSFERÊNCIA DO VOLT DO BIPM PARA O INMETRO .............. 101 10.5 – APÊNDICE 5: MEMÓRIA DE CÁLCULO DA MANUTENÇÃO

DO VOLT NO INMETRO (DETERMINAÇÃO DO VALOR DE CADA

PILHA DO BANCO E DA PILHA ELETRÔNICA E SUAS

INCERTEZAS TIPO A NO DIA 18/02/99) ............................................ 105 10.6 – APÊNDICE 6: MEMÓRIA DE CÁLCULO DA CALIBRAÇÃO

DA PILHA PADRÃO DO CLIENTE ALFA ............................................ 107 10.7 – APÊNDICE 7: MEMÓRIA DE CÁLCULO DA CALIBRAÇÃO

DA PILHA ELETRÔNICA 732A DO CLIENTE BETA .......................... 110 10.8 – APÊNDICE 8: MEMÓRIA DE CÁLCULO DA CALIBRAÇÃO

DA PILHA ELETRÔNICA 732B DO CLIENTE GAMA ......................... 112 10.9 – APÊNDICE 9: DIAGRAMAS DE RASTREABILIDADE DA

PADRONIZAÇÃO DE TENSÃO DC NO INMETRO ............................ 114

11 - ANEXOS.........................................................................................117 11.1 - ANEXO A: TERMINOLOGIA ..................................................... 118 11.2 – ANEXO B : CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO DA PILHA

ELETRÔNICA DO INMETRO NO BIPM .............................................. 125 11.3 – ANEXO C : CERTIFICADOS DE CALIBRAÇÃO DA PILHA

PADRÃO DO CLIENTE ALFA ............................................................. 128 11.4 – ANEXO D: CERTIFICADOS DE CALIBRAÇÃO DA PILHA

ELETRÔNICA 732A DO CLIENTE BETA ........................................... 135 11.5 – ANEXO E: CERTIFICADOS DE CALIBRAÇÃO DA PILHA

ELETRÔNICA 732B DO CLIENTE GAMA .......................................... 146

Page 12: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1 - Estrutura Metrológica Mundial.................................................

34

Figura 3.2 - Estrutura Funcional do SINMETRO........................................

38

Figura 3.3 - Estrutura Organizacional do INMETRO...................................

40

Figura 4.1 - Cadeia de Rastreabilidade.....................................................

51

Figura 5.1 - Princípio da balança de tensão para a realização do Volt.......

54

Figura 5.2 - Arranjo de medição comparando-se a tensão obtida através da balança de tensão e do efeito Josephson.........................

55

Figura 5.3 - Na figura “a” uma tensão DC é aplicada e o voltímetro indica tensão zero. Na figura “b” a barra é dividida e as partes são separadas de uma distância de 1 cm, o voltímetro indica a tensão da bateria e o amperímetro indica zero...................

56

Figura 5.4 - A figura “a” mostra o efeito Josephson DC e a figura “b” o efeito Josephson AC..............................................................

57

Figura 5.5 - Visão frontal da junção Josephson, onde pode ser visto os materiais supercondutores de NIÓBIO, separados por uma fine camada de aproximadamente 2nm de óxido de alumínio, utilizado como isolante............................................

58

Figura 5.6 - Arranjo típico de um circuito integrado para um conjunto de junções Josephson................................................................

59

Figura 5.7 - Diagrama de uma pilha de cádmio (Weston)........................

59

Figura 5.8 - Circuito usando um diodo de silício, para fornecer uma tensão de referência ...............................................................

61

Figura 5.9 - Característica tensão-corrente DC, de um diodo de silício, mostrando a tensão Zener...................................................

62

Figura 5.10 - Geração de uma onda senoidal.............................................

63

Figura 6.1 - Medição da diferença entre as pilhas P1 e P2.........................

65

Figura 6.2 - Circuito de medição com as duas possibilidades de ligações.

66

Figura 6.3 - Arranjo das medições............................................................. 66

Page 13: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 - Unidades de Base.................................................................

47

Tabela 3.2 - Unidades elétricas ou utilizadas na área elétrica......................

48

Tabela 3.3 - Múltiplos e Submúltiplos.........................................................

49

Tabela 7.1 - Valores obtidos durante o processo de transferência do volt do BIPM para o INMETRO.........................................................

74

Tabela 7.2 - Valores estimados de cada uma das quatro pilhas, da média e suas respectivas incertezas do tipo A...................................

74

Tabela 7.3 - Incerteza obtida na transferência do volt do BIPM para o INMETRO.................

75

Tabela 7.4 - Valores das diferenças medidas [(Pi-Pe) e (Pe-Pi)] durante a manutenção do volt no período compreendido entre dezembro de 1997 à junho de 1999................................

76

Tabela 7.5 - Valores estimados de cada uma das quatro pilhas do banco e da pilha eletrônica.......................................................................

77

Tabela 7.6 - Incerteza final repassada para a pilha eletrônica no dia 18/02/99...........................................................................

78

Tabela 7.7 - Medição da pilha eletrônica utilizando-se o Sistema Josephson do INMETRO, no período de 30/08 à 08/10/99............................

78

Tabela 7.8 - Medição da pilha eletrônica utilizando-se o Sistema Josephson do NIST, no período de 13/09 à 24/09/99....................................

79

Tabela 7.9 - Medição da pilha eletrônica utilizando-se o Sistema Josephson do NIST, no período de 27/09 à 08/10/99...............................

80

Tabela 7.10 Incerteza total da pilha eletrônica no dia 08/10/99...................

80

Tabela 7.11 Valores obtidos na calibração do banco de pilhas padrão do cliente Alfa, em 28/11/96, 28/01/98 e 15/03/99......................

81

Tabela 7.12 Valores obtidos durante a calibração da caixa de pilhas padrão do cliente Alfa.......................................................

82

Tabela 7.13 Valores estimados do banco de pilhas padrão do cliente A..........

83

Page 14: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

Tabela 7.14 Incerteza final repassada para o cliente Alfa na calibração de uma pilha padrão realizada de 01 a 15 de março de 1999...........

84

Tabela 7.15 Valores obtidos na calibração da pilha eletrônica 732A do cliente Beta em 03/05/96, 10/03/97, 23/03/98 e 15/03/99.......................

85

Tabela 7.16 Valores obtidos na calibração da pilha eletrônica 732A do cliente Beta no período entre 01 e 15/03/99..........................................

86

Tabela 7.17 Incerteza final repassada para o cliente Beta na calibração da pilha eletrônica 732A, realizada de 01 a 15 de março de 1999.....

86

Tabela 7.18 Valores obtidos na calibração da pilha eletrônica 732B do cliente Gama em 08/11/96, 16/12/97, 23/11/98 e 19/10/99................

87

Tabela 7.19 Valores obtidos na calibração da pilha eletrônica 732B do cliente Gama no período entre 04 e 19/10/99...................................

88

Tabela 7.20 Incerteza final repassada para o cliente Gama na calibração de uma pilha eletrônica 732B, realizada de 04 a 19 de outubro de 1999

88

Page 15: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ALCA – Associação de Livre Comércio das Américas

BIPM – Bureau internacional de Pesos e Medidas

BPL – Boas Práticas Laboratoriais

CBC – Comitê Brasileiro de Certificação

CBM – Comitê Brasileiro de Metrologia

CCAB – Comitê Codex Alimentarius do Brasil

CCAUV – Comitê Consultivo de Acústica Ultra-som e Vibrações

CCBT – Comitê de Coordenação de Barreiras Técnicas

CCE – Comitê Consultivo de Eletricidade

CCEM – Comitê Consultivo de Eletricidade e Magnetismo

CCL – Comitê Consultivo de Comprimento

CCM – Comitê Consultivo de Massas e Grandezas

Correlacionadas

CCPR – Comitê Consultivo de Fotometria e Radiometria

CCQM – Comitê Consultivo de Quantidade de Matéria

CCRI – Comitê Consultivo de Radiações Ionizantes

CCT – Comitê Consultivo de Termometria

CCTF – Comitê Consultivo de Tempo e Frequência

CCU – Comitê Consultivo de Unidades

CGPM – Conferência Geral de Pesos e Medidas

CIPM – Comitê Internacional de Pesos e Medidas

CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear

CNI – Confederação Nacional de Indústria

CNN – Comitê Nacional de Normalização

CODEX ALIMENTARIUS – Organismo da ONU para a Qualidade de Alimentos

CONACRE – Comitê Nacional de Credenciamento

CONMETRO – Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

DIAVI – Divisão de Metrologia Acústica e de Vibrações

Page 16: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

DICLA – Divisão de Credenciamento de Laboratórios de

Calibração

DICRE – Divisão de Credenciamento de Laboratórios de

Ensaios

DIELE – Divisão de Metrologia Elétrica

DIMCI – Diretoria de Metrologia Científica e Industrial

DIMEC – Divisão de Metrologia Mecânica

DIOPT – Divisão de Metrologia Óptica

DITER – Divisão de Metrologia Térmica

DSHO – Departamento do Serviço da Hora

FEM – Força Elétromotriz

IAAC – Interamerican Accreditation Cooperation

IAF – International Accreditation Forum

IATCA – International and Training Certification Association

IDEC – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor

IEC – International Electrotechinal Comission

ILAC – International Laboratory Accreditation Cooporation

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e

Qualidade Industrial

INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial

INPM – Instituto Nacional de Pesos e Medidas

INT – Instituto Nacional de Tecnologia

IPEM – Instituto de Pesos e Medidas

IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas

IRD – Instituto de Radioproteção e Dosimetria

ISO – International Organisation for Standardization

LACIN – Laboratório de Capacitância e Indutância

LAPET – Laboratório de Potência, Energia e Transformadores

LARES – Laboratório de Resistência

LAREN – Laboratório Detentor de Referência Metrológica

Nacional

LATCE – Laboratório de Tensão e Corrente Elétrica

LNM – Laboratório Nacional de Metrologia

Page 17: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

LMRI – Laboratório de Metrologia das Radiações Ionizantes

MERCOSUL – Mercado Comum do Sul

MIC – Ministério da Indústria e do Comércio

MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

NIST – National Institute of Standards and Technology, EUA

OIML – Organização Internacional de Metrologia Legal

OMC – Organização Mundial do Comércio

OMS – Organização Mundial de Saúde

ON – Observatório Nacional

PTB – Physikalisch – Technische Bundesanstalt, Alemanha

RBC – Rede Brasileira de Calibração

RBLE – Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios

RNML – Rede Nacional de Metrologia Legal

SI – Sistema International de Unidades

SIM – Sistema Interamericano de Metrologia

SINMETRO – Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

STI – Secretaria de Tecnologia Industrial

Page 18: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

18

1 – INTRODUÇÃO

1.1 – APRESENTAÇÃO

A Metrologia desempenha papel muito importante em todos os campos

da atividade humana, desde pequenas transações comerciais até o mais

sofisticado exame para diagnóstico médico, que poderá salvar uma vida,

necessitará da medição de algum parâmetro, e, portanto, exigirá algum tipo de

controle metrológico. Embora pareça algo simples, a garantia de medições

confiáveis exige grandes investimentos de nações e empresas e bastante

dedicação dos profissionais desta área.

As células eletroquímicas, cujo desempenho como padrão de tensão é

objeto deste trabalho, vem sendo utilizadas para este fim, desde 1836. A despeito

da utilização de efeitos quânticos, ainda são utilizadas nos principais laboratórios

de todo o mundo, inclusive no nosso país.

O Brasil possui já há algum tempo uma sistemática eficiente para

obtenção/transferência, manutenção e disseminação da unidade de tensão

elétrica, o volt. Esta sistemática consiste na garantia da rastreabilidade do padrão

de referência do INMETRO ao padrão internacional do “Bureau International des

Poids et Mesures” (BIPM), a manutenção e o posterior repasse do seu valor. Com

a recente implementação no INMETRO (outubro de 99) da padronização primária

do volt baseada no Efeito Josephson, esta sistemática até então adotada, sofreu

uma significativa alteração, uma vez que não mais será necessário buscar

rastreabilidade no BIPM e, sim, participar de programas de intercomparação com

os países possuidores de Sistema Josephson, o que além de garantir incertezas

menores coloca o INMETRO no mesmo nível metrológico em medição de tensão

elétrica dos principais laboratórios do mundo. A transferência, manutenção e

disseminação do volt continuará sendo feita da mesma forma, porém com níveis

de incerteza consideravelmente menores.

A manutenção do volt, no Brasil, é feita por intermédio de um conjunto de

28 células saturadas, mais conhecidas como “pilhas padrão” que, mantidas sob

condições ambientais (temperatura e umidade) controladas, funcionam como um

padrão de referência de tensão elétrica. Periodicamente, estas pilhas são

comparadas por intermédio de um padrão de transferência com o volt primário,

que até hoje era representado pelo padrão do BIPM e que agora passa a ser

Page 19: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

19

representado pelo Sistema Josephson do próprio INMETRO. Este conjunto de

pilhas então, calibram o padrão de trabalho (“pilha eletrônica”), que, é utilizado

como referência para a calibração dos padrões de tensão dos laboratórios

secundários, pertencentes à Rede Brasileira de Calibração (RBC).

Se a existência de uma sistemática eficiente para a transferência,

manutenção e disseminação já era importante, com a implantação do Sistema

Josephson ela tornou-se indispensável para que este sistema possa ser utilizado

em toda a sua plenitude.

1.2 – OBJETIVO

O trabalho descrito na presente dissertação teve como objetivo principal

desenvolver um método que proporcionasse maior eficiência no processo de

transferência do valor do volt do BIPM para o sistema metrológico brasileiro,

reduzindo-se em um primeiro momento, a incerteza até então praticada de

2ppm, para algo em torno de 0,5ppm, mostra também, que com a recente

implantação do sistema de padronização primária de tensão baseado no Efeito

Josephson esta incerteza poderá ser ainda mais reduzida. Além disso, o trabalho

apresenta detalhadamente a avaliação das principais componentes de incertezas

envolvidas no processo, visando a redução da incerteza final associada à

calibração dos padrões dos laboratórios secundários, o que permite maior

confiabilidade nas informações contidas nos certificados de calibração emitidos

pelo INMETRO e maior credibilidade no trabalho realizado por este Instituto.

Page 20: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

20

2 – CONTEXTO HISTÓRICO

2.1 – CONTEXTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO

Nos séculos XVI e XVII, ocorreu a Revolução Científica, tendo à frente

gênios como Copérnico, Galileo, Kepler, Descartes, Newton e outros. Como

resultado emergiu a mecânica clássica, a primeira a ser erigida em moldes

modernos. Mais do que isso, ela incutiu em alguns círculos importantes o espírito

do pensamento científico. Esse espírito esteve presente, embora de modo

subjacente, na concretização da Revolução Industrial na segunda metade do

século XVIII. Esse evento histórico, de profundas conseqüências na atividade

humana, foi em grande medida resultado do aperfeiçoamento técnico de vários

séculos. A evolução observada, ao redor, do século XV, nas técnicas de

navegação, mineração, metalurgia e fiação acelerou-se para atingir um alto grau

técnico, simbolizado pela máquina a vapor.

Não menos importante foi a atuação desse espírito no terreno ideológico.

Certos de que o ideário capitalista era mais racional e científico do que o feudal,

homens como D’Alembert, Voltaire e outros gestaram as bases ideológicas da

Revolução Francesa no crepúsculo do século XVIII. Ao mesmo tempo, os dados

científicos cresciam assustadoramente, seja no terreno da termodinâmica ou da

química, associados ao desenvolvimento industrial, seja no campo biológico ou

geofísico em função das expedições científicas resultantes da exploração

colonial. A técnica, por sua vez, saltava para um novo patamar em função da

passagem do trabalho manual para a máquina-ferramenta.

A Revolução Industrial, que muitos historiadores chamam

apropriadamente de Revolução Tecnológica, foi caracterizada pela introdução

das máquinas no processo produtivo, pela organização do trabalho de forma

intensiva e pela ampliação do sistema de crédito.

A Revolução Tecnológica tem sido dividida em duas fases, segundo as

fontes de energia e indústrias básicas propulsoras das transformações, a saber: a

“revolução do carvão e do ferro,” que vai de 1780 a 1850, e a “revolução do aço e

da eletricidade,” de 1850 a 1914.

Até a Revolução o homem havia, paulatinamente, aperfeiçoado

instrumentos que amplificavam a sua força muscular ou ampliavam suas

habilidades. A introdução da máquina, porém, permitiu não somente a realização

Page 21: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

21

do trabalho em escala e velocidade muito maiores, como a substituição do

homem no trabalho físico direto. Em conseqüência, a máquina passou a ser o

elemento central na técnica do processo econômico e produtivo.

Na realidade, ao longo dos tempos a ciência preocupou-se em responder

inicialmente às questões representadas pelos fenômenos da natureza, passando

gradativamente, a explicar também as indagações das máquinas, processos e

produtos criados pelo homem. Somente em fins do século XIX, a tecnologia

começou a fazer uso significativo da ciência, quando principalmente a indústria

química e os usos da energia elétrica se apoiaram em descobertas científicas. A

partir de então, e crescentemente, máquinas, processos e produtos começam a

surgir a partir dos avanços do conhecimento científico, invertendo-se

cronologicamente a cadeia de ligação entre ciência e tecnologia. A ciência passa

a suprir a tecnologia não só de descobertas específicas, como também com o

uso cada vez mais amplo do método científico de investigação, suas técnicas

laboratoriais e a certeza da importância da pesquisa na solução de problemas do

setor produtivo [Ver referências 17, 18 e 19].

2.2 – A CONVENÇÃO DO METRO

O progresso da ciência, vista no item anterior, particularmente aquela que

se utilizava de métodos experimentais, exigia o uso de uma linguagem comum

que propiciasse o intercâmbio de resultados e descobertas. Por outro lado,

embora fossem evidentes as dificuldades que a falta da uniformização das

medidas causavam nas relações comerciais, a população em geral e os próprios

comerciantes e senhores feudais em particular, resistiam a todas as tentativas de

mudanças das regras feitas pelos governos.

Ao final do século XVIII, após a Revolução Francesa, começa a ocorrer

uma forte pressão para se unificar os pesos e as medidas na França. Fatos como

o fim dos privilégios e rendas feudais e os sistemas de pesos e medidas a eles

associados em 1789 ou a determinação do comprimento da décima milionésima

parte do quarto de meridiano terrestre a partir da medição do arco de meridiano

de Dunquerque até Barcelona feitas pêlos astrônomos franceses Jean Baptiste

Delambre e Pierre Méchain possibilitando a construção do “metro padrão” em

1799, dentre outros, foram fundamentais para organizar o sistema métrico

decimal. O início do século seguinte é marcado pelas tentativas governamentais

Page 22: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

22

em quebrar a resistência da população em adotar o sistema até a edição da lei de

4 de Julho de 1837 que determinou o uso compulsório e exclusivo do sistema

métrico na França.

A estabilidade política na Europa e na América a partir do fim da primeira

metade do século XIX permitiram o desenvolvimento de várias ações no sentido

da internacionalização do sistema métrico. Em 1869 cientistas russos da

Academia de São Petersburgo propuseram à Academia de Paris a organização

de uma conferência internacional, sendo criada então, com a participação de 24

países, a primeira Comissão Internacional do Metro, em 1872. Definiu-se que o

material do novo metro padrão deveria ser uma liga de 90% de platina e 10% de

irídio em barras de 102 cm com seção em forma de X, sendo utilizada a mesma

liga de platina iridiada também para a confecção do novo padrão de massa. A

Comissão propôs ainda a criação de um Bureau Internacional de Pesos e

Medidas. Em 1º de março de 1875 instalou-se em Paris, a Conferência

Diplomática do Metro, presidida pelo duque de Decazes, ministro dos negócios

estrangeiros da França, tendo comparecido como representante do Brasil o

visconde de Itajubá, sendo então aprovada a criação do Bureau, com sede em

Paris e sendo supervisionado por um Comitê Internacional, subordinado à

Convenção do Metro. O Comitê Internacional de Pesos e Medidas foi formado por

14 membros de países distintos, sendo estabelecido o prazo máximo de seis

anos para as convocações posteriores da Convenção, sob a forma de

Conferências Gerais. A Convenção do Metro foi assinada em 20 de maio de

1875. O Brasil, embora tenha assinado a Convenção, não a ratificou ao final do

mesmo ano, fato que trouxe alguns problemas, como veremos mais tarde [Ver

referências 03 e 05].

2.3 – A ESCOLHA DE UM PADRÃO DE TENSÃO ELÉTRICA

2.3.1 – A PILHA PADRÃO

Os estágios iniciais do conhecimento sobre a eletricidade foram

marcados, como era de se esperar, pelas observações de fenômenos

qualitativos. Somente mais tarde, à medida que a natureza das ações ia sendo

mais bem compreendida, é que as relações quantitativas puderam ser deduzidas.

As primeiras observações foram feitas na eletrização por atrito, conduzindo ao

estudo dos efeitos das cargas elétricas em repouso, normalmente apresentados

Page 23: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

23

como eletricidade “estática”. Daí,chegou-se ao primeiro resultado quantitativo,

expressando-se a força exercida entre duas cargas na fórmula conhecida como

“lei de Coulomb”.

A produção de um fluxo permanente de corrente elétrica tornou-se

possível como resultado da descoberta, em 1800, da pilha voltaica, por Volta. Os

anos que se sucederam mostraram grande atividade no uso da corrente elétrica

de diversas maneiras incluindo-se ensaios eletroquímicos, a produção de arcos

elétricos e os efeitos magnéticos. O estudo quantitativo dos circuitos elétricos

começou em 1827, quando Ohm tornou conhecida a relação ou “lei” que leva o

seu nome. Ohm expressou o fato de que o valor da corrente que flui em um

circuito depende diretamente da força elétrica (f.e.m.) e inversamente de uma

propriedade do circuito conhecida como resistência. Obviamente, contudo, ele

não tinha unidades no nível das nossas atuais – o ampère, o volt e o ohm – para

medir aquelas grandezas. Valores relativos das correntes podiam ser

determinados por meio de uma bússola e uma bobina (em outras palavras, um

galvanômetro de tangente), mas a proporcionalidade constante de um tal

instrumento depende da sua construção. Portanto, não se poderia esperar que

existisse no momento, algo que satisfizesse a diferentes laboratórios. Uma

“unidade” de resistência naqueles dias consistia, usualmente, em um

comprimento arbitrário de fio de cobre ou de ferro, do tamanho que o

experimentador tivesse ocasionalmente disponível.

Logo tornou-se evidente ser necessário um sistema universal de

unidades, a fim de permitir o intercâmbio de informações entre diferentes

experimentadores. Também era evidente que as unidades elétricas não poderiam

ser relacionadas às leis entre elas apenas, mas deveriam sê-lo também às

unidades mecânicas de comprimento, energia e outras. Gauss deu o primeiro

passo nessa direção, em 1832, quando mediu o componente horizontal do campo

magnético terrestre em termos de comprimento, massa e tempo. Kohlraush, em

1849, mediu a resistência elétrica em termos de unidades mecânicas. Weber fez

uma importante contribuição, em 1851, com a proposta de um sistema completo

de unidades elétricas baseado em unidades mecânicas. Seus princípios

constituem a base do nosso sistema atual.

Page 24: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

24

Em 1861, a Associação Britânica para Desenvolvimento das Ciências

nomeou uma comissão para estabelecer padrões de resistência. Esta comissão é

notável não somente pelo trabalho pioneiro que executou, como também pela

plêiade de homens famosos que inclui Maxwell, Joule, Kelvin, Thomson e

Wheatstone, para citar apenas alguns.

Um padrão de trabalho de f.e.m. logo fez-se necessário, por isso, os

experimentadores voltaram-se, naturalmente, para a idéia de uma pilha voltaica

servir de referência. Sabia-se que a f.e.m. de uma pilha depende dos materiais

que compõem o eletrólito e os eletrodos, donde, a dedução natural que uma

determinada combinação de materiais podia conduzir, certamente, a um valor

definido da f.e.m. A pilha de Daniel, consistindo em eletrodos de zinco e cobre,

com soluções de sulfato de zinco e sulfato de cobre, foi usada por algum tempo,

mas estava longe do ideal: a f.e.m. não era constante e tinha vida curta.

Há várias propriedades que uma pilha deve ter para ser um bom padrão

de f.e.m., destacando-se vida longa, efeito pequeno da temperatura e

reprodutibilidade. Em 1872, Latimer Clark inventou uma pilha que era bem melhor

que a de Daniel. Após alguns aperfeiçoamentos, ela consistia em eletrodos de

mercúrio e amálgama de zinco, solução saturada de sulfato de zinco, tudo selado

em um invólucro de vidro, a fim de evitar a evaporação do eletrólito. Possuía boa

reprodutibilidade porém um coeficiente bastante elevado de temperatura e tinha

problemas de rachaduras no vidro, onde os fios de platina eram selados, devido à

formação de liga entre a platina e o amálgama de zinco.

Edward Weston produziu, em 1892, a pilha de cádmio. Ela foi adotada,

em 1908, pelo Congresso Internacional de Eletrotécnica de Londres, com o valor

de 1,0184 volts internacionais (mudado, em 1910 para 1,0183). O volt

internacional, como um padrão de trabalho, foi definido em 1910 como 1/1,0183

da f.e.m. da pilha Weston Normal (saturada), a 20º C. A pilha Weston foi utilizada

como padrão de referência desde esse tempo e, como tal, teve e ainda tem um

papel muito importante nas medições elétricas. Ela tem preenchido as exigências

de um padrão de tensão elétrica de modo altamente satisfatório [Ver referências

06 e 25].

Page 25: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

25

2.3.2 – O EFEITO JOSEPHSON

Em 1962, Brian D. Josephson, um jovem estudante de graduação em

física, da Universidade de Cambridge, fez uma descoberta baseada em uma

análise puramente teórica do fenômeno da supercondutividade. Josephson

chegou à conclusão que em princípio, uma supercorrente, consistindo de pares

de elétrons correlacionados poderia conseguir atravessar uma barreira isolante

entre dois materiais supercondutores, desde que esta barreira fosse bastante

pequena (2nm). Ele mais tarde sugeriu que este “tunelamento” de pares de

elétrons através de um isolante poderia ter duas formas, o que veio a ser

conhecido como o efeito Josephson AC e DC.

Após a descoberta e a verificação experimental do efeito Josephson

vários experimentos foram realizados para checar a validade da relação, entre

freqüência e tensão de Josephson:

(2.1)2

he

fnUn

onde, Un é a tensão de Josephson, n um número inteiro, f a freqüência de

microondas, e a carga do elétron e h a constante de Planck.

Em 1968 mostrou-se que os valores obtidos para a relação 2e/h, também

conhecida como constante de Josephson (Kj), no chumbo, no estanho e no índio

são os mesmos dentro de 1 parte em 108, e em 1969 achava-se que este valor

seria independente do tipo e da geometria da junção Josephson, do campo

magnético e da potência de microonda. Mais adiante experimentos com melhor

exatidão confirmaram a validade geral da equação:

(2.2) Kjf

nUn

e a investigação teórica também indicou que correções da equação, caso

houvesse, seriam extremamente pequenas.

O primeiro padrão de tensão Josephson que se tem notícia, foi construído

em 1968 e tinha uma única junção, podendo produzir até 5 mV de tensão. Para

comparar esta tensão com aquelas das células padrão Weston, de

aproximadamente 1,018 V, era necessário usar divisores de tensão, que

aumentavam a incerteza de medição e eram de difícil construção e manuseio.

Page 26: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

26

Com o objetivo de melhorar a exatidão dos padrões Josephson de uma

junção, a idéia de conectar várias junções em série foi crescendo. Imaginou-se

que grandes tensões Josephson simplificariam o arranjo dos circuitos e a

calibração de divisores de tensão, assim como seria reduzida a influência da

deriva devido às tensões térmicas causadas pelo transporte de tensão Josephson

dos 4,2 K para a temperatura ambiente. As dificuldades para obter-se estas

séries de conecções eram grandes porém não intransponíveis.

Na década seguinte os laboratórios mais avançados desenvolveram

pesquisas no sentido de conseguir tal intento. Assim é que no início da década de

80 conseguia-se arranjos em cadeia (“array”) com 100 junções que produziam

tensões estáveis de 27 mV sob irradiação com freqüência de 20 GHz ou de 34

mV com um “array” de 54 junções irradiado com 70 GHz de microondas, por

exemplo. Em 1985 o PTB (Alemanha) e o NIST (EUA) produziram padrões

práticos de tensão Josephson trabalhando no nível de 1 V. O PTB usou 1440

junções túnel de Pb In Au/óxido de Pb/Pb Au e o NIST 1484 junções de Nb/Nb2

O5/Pb In Au. As junções de liga de chumbo mostraram pouca durabilidade e em

1987 o ETL no Japão começou a produzir padrões de 1 V com junções de Nb/Al2

O3/Nb. Adicionalmente à durabilidade a longo prazo, estas junções conseguem

uma maior amplidão de corrente e uma menor dispersão dos parâmetros, sendo

utilizadas cada vez mais por todos os laboratórios que produzem “array” de

tensão Josephson.

Em 1987 o NIST apresentou o primeiro “array” Josephson de 10V,

contendo 14.184 junções de Nb/Nb2 O5/Pb In Au. Este chip tornou possível a

calibração direta do padrão de referência Zener e testou a linearidade dos

voltímetros digitais a partir da obtenção de tensões entre –12 V e +12 V. O 1º chip

de 10 V com mais de 20.000 junções de Nb/Al2 O3/Nb foi fabricado dois anos

mais tarde pelo PTB.

Sempre preocupado com a uniformidade das medições na área elétrica o

Comitê Consultivo de Eletricidade (CCE) em seu 13º encontro, em 1972, sugeriu

que os laboratórios nacionais que possuíssem padrões Josephson adotassem o

valor de 483594,0 GHz/V como valor convencional da constante de Josephson

(Kj=2e/h) para uso na realização e manutenção de representações estáveis

nacionais do volt através do efeito Josephson. Enquanto a maioria dos

Page 27: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

27

laboratórios nacionais de fato adotaram este valor, três não o fizeram. Os EUA,

França e Rússia adotaram valores de Kj que eram, respectivamente, (1-1,210-6),

(1+1,3210-6), e (1+4,5010-6) vezes o valor fixado pelo CCE em 1972. Como

conseqüência, as representações nacionais do volt destes países diferiram -1,20

V, +1,32 V e +4,50 V, respectivamente, das representações nacionais

daqueles países que usaram o valor de 1972. Além disso, mais adiante tornou-se

evidente que o valor de 1972 era em torno de (1 - 810-6) vezes o valor SI,

implicando que as representações nacionais do volt daqueles países que tinham

adotado o valor fixado pelo CCE estava em torno de 8 V menor que o da

unidade SI. Para EUA, França e Rússia, a diferença do SI era em torno de -9,2 V,

-6,7 V e -3,5 V, respectivamente.

Para tratar do problema da não uniformidade das representações

nacionais de tensão e suas inconsistência com o SI, o CCE em seu 17º encontro

realizado em Setembro de 1986 estabeleceu, através da declaração E1(1986),

“concernente ao efeito Josephson para manter a representação do volt”, o grupo

de trabalho, do CCE, do efeito Josephson. O CCE encarregou o grupo de

trabalho de propor um novo valor da constante de Josephson consistente com o

valor SI baseado em todos os dados relevantes que estivessem disponíveis até

15 de Junho de 1988.

O CCE, reuniu-se em setembro de 1988 e examinou o relatório do grupo

de trabalho especial sobre o efeito Josephson que apresentou resultados de 10

das mais recentes determinações de alta exatidão do 2e/h na unidade do SI. O

CCE concordou com o valor de Kj = 483.597,9 GHz/V. Então, em 1º de Janeiro

de 1990, foi atribuído este valor à constante de Josephson que deve ser tomado

como um valor exato. A partir desta data os laboratórios nacionais que

utilizassem o efeito Josephson deveriam baseá-lo no Kj-90, onde o subscrito 90

deriva do fato de que a nova representação do volt foi colocado como tendo efeito

a partir de 1º de janeiro de 1990.

Nestas discussões direcionadas pela declaração E1(1986), o CCE

concluiu que embora a uniformidade das medições em todo mundo pode

somente ser assegurado através do SI, em particular na área de tensão,

requisitos científicos, comerciais e industriais de reprodutibilidade de longo prazo

superam a exatidão com que esta unidade SI pode ser realizada. Para atender

Page 28: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

28

estas demandas, o CCE acreditou ser necessário que representações do volt

fossem estabelecidas tendo uma reprodutibilidade e constância de longo prazo

superior que a realização direta presente desta unidade do SI.

Embora o valor recomendado para a constante Josephson em que a nova

representação do volt foi baseado seja acreditado como sendo consistente com

os valores SI dentro das suas incertezas atribuídas, é reconhecido que no futuro,

medições mais exatas mostrarão provavelmente que os novos valores

recomendados diferem dos valores do SI em algumas pequenas quantidades. De

acordo com o ponto de vista do CCE, é previsto que no caso de tal situação

ocorrer, o CCE pode simplesmente registrar a diferença entre o volt e sua nova

representação. Isto seria útil para aqueles trabalhos (a maioria das vezes nas

áreas de realização das unidades elétricas e determinação das constantes

fundamentais da física) para quem pequenas diferenças pode ser significante.

Uma vez que é esperado que qualquer destas diferenças seja suficientemente

pequena para não afetar as medições práticas em eletricidade, acredita-se

fortemente que o novo valor recomendado não precisará ser alterado em um

futuro previsível.

Entretanto, esta última declaração não deve ser interpretada como

significando que o aperfeiçoamento do volt seja agora desnecessário. Por causa

da exata representação do volt ser importante para a ciência, comércio e

indústria, é importante para os laboratórios continuarem seus esforços para

realizar o volt com grande exatidão direta ou indiretamente através de medições

de constantes fundamentais relevantes. Isto poderia resultar uma significante

redução das incertezas determinadas da nova representação.

O propósito da representação do novo volt é melhorar a uniformização

em todo o mundo das representações nacionais do volt e suas consistências com

o SI. A questão que surgiu então, foi como proceder para ser seguido por aqueles

laboratórios que não baseavam suas representações do volt no efeito Josephson.

De acordo com o ponto de vista expresso pelo CCE durante suas discussões em

conecção com a declaração E1 (1986), foi recomendado que em 1º de Janeiro de

1990 tais laboratórios ajustassem os valores das suas representações do volt de

tal forma que eles ficassem consistentes com a nova representação. Além disso,

esta consistência deveria ser mantida por padrões transferíveis de tensão

Page 29: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

29

periodicamente calibrados por um laboratório que baseasse sua representação

do volt no efeito Josephson, por exemplo o BIPM [Ver referências 16, 22 e 26].

2.4 –O SURGIMENTO DA METROLOGIA NO BRASIL

A lei imperial n.º 1157 de D. Pedro II em 26 de Junho de 1862,

determinou a adoção do sistema métrico no Brasil. A Lei além de autorizar o

governo a adquirir padrões na França, obrigava o ensino do sistema métrico nas

escolas e dava um prazo de dez anos para a efetiva implantação do novo

sistema, porém, somente em 1872 saiu um regulamento que definia como prazo

final para a adoção das novas medidas o dia 1º de julho de 1873. Após este

prazo, as mercadorias para consumo teriam de ter suas quantidades expressas

em metros, litros e quilogramas. O Brasil participaria dois anos depois da

Convenção do Metro, tendo recebido no início da década seguinte um metro

padrão que foi guardado no Arquivo Público Imperial.

A intermitência da relação do Brasil com o BIPM marcaram as décadas

seguintes, ora pagando as contribuições anuais que lhe davam a condição de

adepto da Convenção do Metro, ora se tornando inadimplente. Por outro lado,

faltava ao país ter um órgão dedicado a metrologia, fato que começaria a ser

resolvido com a criação, em 1934, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do

estado de São Paulo (IPT), com uma seção de metrologia, e do Instituto Nacional

de Tecnologia (INT) no Rio de Janeiro, que, entretanto, só teve em 1946 criada

uma Divisão de Metrologia. Em 1938 é promulgado o Decreto-lei número 592 que

cria a Comissão de Metrologia, dá ao INT as atribuições de um Instituto Nacional

de Padrões e estabelece como sistema legal de medidas no Brasil aquele

definido pelas Conferências Gerais de Pesos e Medidas.

O decreto-lei definia, pela primeira vez, uma tipologia para os padrões de

pesos e medidas. Três níveis eram estabelecidos: padrões primários nacionais

(mantidos no INT), padrões secundários (nacionais e estaduais, calibrados pêlos

padrões nacionais e mantidos no INT ou nos institutos estaduais) e padrões

terciários (nacionais, estaduais ou municipais, calibrados pêlos padrões

secundários, e conservados no INT e nos órgãos metrológicos estaduais e

municipais).

Até o fim da primeira metade do século XX, apesar de todos os esforços,

não se tinha um sistema metrológico vigorando eficientemente, uma vez que o

Page 30: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

30

INT continuava sem dispor dos padrões primários, calibrados no BIPM, contando

apenas com a coleção de padrões oferecida pelo Bureau of Standards norte-

americano durante a Segunda Guerra Mundial. No Brasil, apenas o IPT dispunha

de um metro e de um quilograma padrão de acordo com os padrões

internacionais, conferidos pelo BIPM e adquiridos em 1934.

O pedido de reintegração do Brasil à Convenção do Metro foi

apresentado na sessão de 9 de outubro de 1952, sendo então mencionado que,

apesar de signatário da Convenção, a não ratificação do acordo e o abandono

dos pagamentos tinham retirado do país o “status” de co-proprietário dos bens do

Bureau. Na sessão de 29 de agosto de 1954, foi lido o relatório do triênio 1952-

54, já constando os termos da adesão do país à Convenção do Metro, no ano de

1953, com a efetivação do pagamento da contribuição de 23.318 francos-ouro.

O INT não era uma instituição estritamente metrológica, tendo dentre

suas atribuições diversas outras atividades que limitavam sua atuação na área da

metrologia. Em 29 de dezembro de 1961, a lei n.º 4048, além de outras medidas,

cria o Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM), vinculado ao Ministério da

Industria e Comércio, com a finalidade de promover a execução da legislação

metrológica, ficando extintas a Comissão de Metrologia e a Divisão de Metrologia

do INT. O Decreto-lei número 240 de 28 de fevereiro de 1967 definia uma Política

Nacional de Metrologia, confirmava o uso exclusivo no país das unidades do

recém criado Sistema Internacional de Unidades, previa a adesão do Brasil à

Organização Internacional de Metrologia Legal e a participação de técnicos

brasileiros nas Conferências Gerais de Pesos e Medidas e determinava a

obediência do país à estas Conferências.

Na década de 70 o Brasil vivia a época do “milagre econômico”, a política

industrial brasileira era baseada na teoria da substituição de importações, a

política da garantia da qualidade começava a mostrar bons resultados em outros

países, tal como o Japão. No âmbito da recém-criada Secretaria de Tecnologia

Industrial (STI) vinculada ao Ministério da Indústria e do Comércio (MIC),

juntando-se ao Instituto Nacional de Tecnologia (INT) são criados o Instituto

Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e o Instituto Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). A lei n.º 5966, 11 de dezembro

de 1973, instituiu o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

Page 31: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

31

Industrial (SINMETRO), com a finalidade de formular e executar a política

nacional de metrologia, normalização e certificação da qualidade de produtos

industriais, o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

Industrial - CONMETRO, órgão normativo do SINMETRO, e como órgão

executivo central o INMETRO, juntando a metrologia, a normalização e a

certificação da qualidade em uma só organização. Buscava-se assim a

estruturação definitiva da metrologia científica no país com a criação de um

laboratório de alto nível, com capacidade efetiva de realizar pesquisa científica,

além de manter os padrões de medida, propiciar infra-estrutura para treinamento

de pessoal e disseminar as unidades de medida do Sistema Internacional.

A efetiva implementação do INMETRO e a conclusão das obras do

campus laboratorial de Xerém somente ocorreria, porém, na década seguinte,

com a inauguração dos laboratórios da Divisão de Acústica e Vibrações (1984),

dos laboratórios da Divisão de Mecânica (1987), dos laboratórios da Divisão de

Eletricidade (1988) e finalmente dos laboratórios das Divisões de Óptica e

Térmica (1995), que junto com o Observatório Nacional, o Instituto de

Radioproteção e Dosimetria e os laboratórios que compõem a Rede Brasileira de

Calibração (RBC), garantem a rastreabilidade das medições necessárias ao setor

produtivo nacional.

Com a mudança do processo de substituição de importação pelo modelo

de inserção competitiva, adotado com a abertura comercial no Brasil no início dos

anos 90, e seguido pelo decisivo processo de privatização, o modelo do

SINMETRO originalmente concebido requereu, para sua atualização, um

criterioso trabalho de reestruturação fundamentado na tese da descentralização

operacional do sistema e preservação da centralização da estratégia. Assim, em

1992, o CONMETRO aprovou os novos modelos de certificação e de

normalização e fortaleceu o sistema de credenciamento de organismos de

certificação e de laboratórios de calibração e de ensaios. Em 1995, endossou o

Plano de Modernização do INMETRO, referendou o Plano Diretor de Metrologia

Científica e Industrial e a Fase 1 do Programa RH-Metrologia e, no biênio 1997-

98, desenvolveu, em ampla articulação com representantes dos diferentes

segmentos da sociedade brasileira, o Planejamento Estratégico do SINMETRO e

do INMETRO e finalmente encarregou o Comitê Brasileiro de Metrologia – CBM,

Page 32: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

32

de elaborar o Plano Nacional de Metrologia, tendo sido tal plano aprovado pelo

CONMETRO em novembro de 1998, estando atualmente sendo desdobrado em

programas e/ou projetos [Ver referências 03, 12 e 21].

Page 33: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

33

3 – ORGANIZAÇÃO DA METROLOGIA

3.1 – ESTRUTURA METROLÓGICA MUNDIAL

3.1.1 – A CONFERÊNCIA GERAL DE PESOS E MEDIDAS - CGPM

A Conferência Geral é formada de delegados de todos os Estados-

membros da Convenção do Metro e reúne-se, atualmente, de quatro em quatro

anos. Ela recebe em cada uma de suas sessões o Relatório do Comitê

Internacional sobre os trabalhos executados, e tem por missão:

discutir e aprovar as medidas necessárias para assegurar a propagação e

aperfeiçoamento do Sistema Internacional de Unidades (SI);

sancionar os resultados das novas determinações metrológicos

fundamentais e as diversas resoluções científicas de cunho internacional e

adotar as decisões importantes concernentes à finança, organização e

desenvolvimento do BIPM.

3.1.2 –- O COMITÊ INTERNACIONAL DE PESOS E MEDIDAS - CIPM

O Comitê Internacional é composto de 18 membros pertencentes a

Estados diferentes: ele se reúne, atualmente, uma vez por ano. A mesa dirigente

deste Comitê envia aos governos dos Estados-membros da Convenção do Metro

um Relatório Anual sobre a situação administrativa e financeira do BIPM. A

principal tarefa do CIPM é garantir a uniformidade das unidades de medida em

todo o mundo. Ele faz isto diretamente ou submetendo proposta a CGPM.

Page 34: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

34

FIG. 3.1: Estrutura Metrológica Mundial

DIPLOMÁTICO

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TÉCNICO

COMITÊS CONSULTIVOS

CONVENÇÃO DO METRO (20 DE MAIO DE 1875)

C G P M

C I P M

B I P M

INSTITUTOS NACIONAIS DE METROLOGIA

Page 35: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

35

3.1.3 – OS COMITÊS CONSULTIVOS

Diante da extensão das tarefas confiadas ao BIPM, o Comitê

Internacional instituiu desde 1927, sob o nome de Comitês Consultivos, órgãos

destinados a esclarecer questões que são submetidas a seu exame. Os Comitês

Consultivos, que podem criar “grupos de trabalho” temporários ou permanentes

para o estudo de assuntos particulares, são encarregados de coordenar os

trabalhos internacionais efetuados nos seus domínios respectivos, e de propor as

recomendações concernentes às modificações a introduzir nas definições e nos

valores das unidades, tendo em vista as decisões que o Comitê Internacional é

levado a tomar diretamente ou a submeter à sanção da Conferência Geral, para

assegurar a unificação mundial das unidades de medida.

Os Comitês Consultivos têm um regulamento comum. Cada Comitê

Consultivo, cuja presidência é geralmente confiada a um membro do Comitê

Internacional, é composto por um delegado dos grandes Laboratórios de

Metrologia e dos Institutos Especializados, cuja lista é estabelecida pelo Comitê

Internacional, bem como por membros individuais designados igualmente pelo

Comitê Internacional e por um representante do Bureau Internacional. Estes

Comitês têm suas sessões com intervalos regulares e são, atualmente, em

número de dez:

1. Comitê Consultivo de Comprimento (CCL).

2. Comitê Consultivo de Massa e Grandezas Relacionadas (CCM).

3. Comitê Consultivo de Tempo e Freqüência (CCTF).

4. Comitê Consultivo de Eletricidade e Magnetismo (CCEM).

5. Comitê Consultivo de Termometria (CCT).

6. Comitê Consultivo de Fotometria e Radiometria (CCPR).

7. Comitê Consultivo de Radiações Ionizantes (CCRI).

8. Comitê Consultivo de Quantidade de Matéria (CCQM).

9. Comitê Consultivo de Acústica, Ultrasom e Vibrações (CCAUV).

10. Comitê Consultivo de Unidades (CCU).

Page 36: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

36

3.1.4 – O BUREAU INTERNACIONAL DE PESOS E MEDIDAS -BIPM

O BIPM, criado em 1875 pela Convenção do Metro, é o centro

internacional da metrologia científica e tem por objetivo assegurar a unificação

mundial das medidas físicas, está situado no parque de Saint Cloud, em Sévres,

na periferia de Paris, tendo sua manutenção quanto as despesas asseguradas

pelos Estados-membros da Convenção do Metro. Atua nas áreas de massa e

grandezas relacionadas, tempo e freqüência, comprimento, eletricidade,

fotometria, radiometria, temperatura, pressão e radiações ionizantes, sendo

encarregado de:

estabelecer padrões fundamentais e as escalas para a medição das

principais grandezas físicas e manter os protótipos internacionais;

realizar comparações de padrões nacionais e internacionais;

assegurar a coordenação das técnicas de medição correspondentes;

realizar e coordenar a determinação das constantes físicas fundamentais

relevantes para as atividades envolvidas nas áreas acima citadas.

Limitados inicialmente às medidas de comprimento e de massa e aos

estudos metrológicos relacionados com estas grandezas, as atividades do BIPM

foram estendidas aos padrões de medidas elétricas (1927), fotométricas e

radiométricas (1937), radiações ionizantes (1960) e as escalas de tempo (1988).

Para este fim, os laboratórios originais, construídos em 1876-78, foram ampliados

em 1929; novos prédios foram construídos em 1963-64 para os laboratórios de

radiações ionizantes e em 1988 um novo prédio para a biblioteca e escritórios

foram inaugurados.

Aproximadamente quarenta e cinco físicos e técnicos trabalham nos

laboratórios do BIPM. Eles desenvolvem, principalmente, pesquisas metrológicas,

comparações internacionais das realizações das unidades e calibrações de

padrões. Um relatório anual, publicado no Procès-Verbaux des Séances du

Comité International des Poids et Mesures, dá detalhes dos trabalhos em

andamento.

Os Anais da Conferência Geral, do Comitê Internacional e dos Comitês

Consultivos são publicados pelo BIPM nas seguintes coleções ou séries:

Comptes Rendus des Séances de la Conférence Générale des Poids et

Mesures (CR);

Page 37: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

37

Procès-Verbaux des Séances du Comité International des Poids et Mesures

(PV);

Sessions des Comités Consultatitifs.

O Bureau também pública monografias de assuntos metrológicos

especiais e, sob o título O Sistema Internacional de Unidades, uma brochura,

periodicamente atualizada, aonde são coletadas todas as decisões e

recomendações a respeito das unidades.

O trabalho científico do BIPM é publicado em literatura científica livre e

uma lista anual de publicações aparece no Procès-Verbaux do CIPM.

Desde 1965, o periódico internacional Metrologia, editado sob os

auspícios do CIPM, publica artigos sobre os principais trabalhos de metrologia

científica efetuados no mundo, sobre melhoramento dos métodos de medição e

dos padrões, sobre as unidades, etc., assim como informações sobre atividades,

decisões e recomendações dos orgãos da Convenção do Metro.

Em dezembro de 1997, 48 Estados eram membros desta Convenção:

África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Bulgária,

Camarões, Canada, Chile, China, Coréia (República da), Coréia (República

Popular Democrática da), Dinamarca, Dominicana (República), Egito, Eslováquia,

Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Hungria, Índia, Indonésia,

Irã, Irlanda, Israel, Itália, Japão, México, Noruega, Nova Zelândia, Paquistão,

Polônia, Portugal, Reino Unido, Romênia, Rússia, Singapura, Suécia, Suíça,

Tailândia, Tchéca (República), Turquia, Uruguai, Venezuela [Ver referências 01,

09 e 10].

3.2 – ESTRUTURA METROLÓGICA BRASILEIRA

Criado, como já visto no capítulo anterior, em 1973 pela lei n.º 5966, o

Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial -

SINMETRO, buscou integrar diversas funções interdependentes da infra-estrutura

de serviços tecnológicos orientados para a qualidade e para a competitividade,

que são a metrologia, a normalização técnica e a avaliação de conformidade.

Page 38: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

38

FIG. 3.2: Estrutura Funcional do SINMETRO

O SINMETRO é supervisionado pelo Conselho Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO), o seu órgão normativo, que

tem como principal competência formular, coordenar e supervisionar a política

Page 39: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

39

nacional de metrologia, normalização industrial e avaliação de conformidade.

Participam do CONMETRO oito Ministros de Estado, a Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT), o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC)

e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), sendo presidido pelo Ministro da

Indústria, Comércio e Turismo e secretariado pelo Presidente do INMETRO. O

CONMETRO, por sua vez, é assessorado por comitês com representação dos

principais agentes econômicos, públicos e privados envolvidos especificadamente

com as questões de normalização (CNN), certificação (CBC), credenciamento de

laboratórios e organismos de inspeção (CONACRE), metrologia (CBM),

normalização alimentícia (CODEX) e barreiras técnicas no comércio (CBTC).

Compete ao CONMETRO, por meio do Comitê Brasileiro de Metrologia (CBM), a

formulação da política metrológica brasileira.

3.2.1 – O INMETRO

O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial -

INMETRO, cujo diagrama organizacional é ilustrado a seguir, é a principal

instituição brasileira nesses campos e, nos instantes iniciais do SINMETRO, foi

formalmente encarregado de implementar o modelo, o que lhe valeu mandato de

enorme envergadura. O INMETRO é uma autarquia federal (agência executiva),

vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

(MDIC).

Page 40: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

40

FIG. 3.3: Estrutura Organizacional do INMETRO

Page 41: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

41

As funções de responsabilidade do INMETRO abrangem as atividades

relacionadas à metrologia científica e industrial, à metrologia legal e à avaliação

de conformidade. Atuando nas áreas da indústria, do comércio, das

universidades, dos órgãos governamentais, da defesa do consumidor, das

associações técnico - científicas, dos centros de pesquisas e entidades de classe,

dentre suas competências destacam-se:

gerenciar o Sistema Brasileiro de Certificação da Qualidade;

coordenar a Rede Brasileira de Laboratórios de Calibração (RBC), a Rede

Brasileira de Laboratórios de Ensaios (RBLE) e a Rede Nacional de

Metrologia Legal (RNML);

secretariar o CONMETRO e seus comitês técnicos;

desenvolver atividades de pesquisa básica e aplicada, em áreas críticas da

metrologia;

supervisionar a emissão de regulamentos técnicos no âmbito

governamental;

prover o país de padrões metrológicos primários e assegurar rastreabilidade

dos padrões metrológicos das redes brasileiras de laboratórios

credenciados.

Mais ainda, estar presente no cenário internacional, em fóruns tais como

ISO, IAF, ILAC, IATCA, IAAC, SIM, CODEX, estando ainda amplamente

integrado nos fóruns técnicos do MERCOSUL e ALCA.

3.2.2 – O LNM

O Laboratório Nacional de Metrologia - LNM, sob a responsabilidade

gerencial do INMETRO, é o responsável pela realização, manutenção e

disseminação do Sistema Internacional de Unidades (SI) no País, provendo a

base para a rastreabilidade para as redes de laboratórios credenciados.

Até recentemente faziam parte do LNM os laboratórios da Diretoria de

Metrologia Científica e Industrial - DIMCI do INMETRO em Xerém (Divisão de

Metrologia Mecânica - DIMEC, Divisão de Metrologia Ótica - DIOPT, Divisão de

Metrologia Térmica - DITER, Divisão de Metrologia Elétrica - DIELE e Divisão de

Metrologia Acústica e de Vibrações - DIAVI), os laboratórios do Departamento do

Serviço da Hora - DSHO - do Observatório Nacional - ON - e ainda o Laboratório

Page 42: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

42

Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes - LNMRI - do Instituto de

Radioproteção e Dosimetria - IRD - da Comissão Nacional de Energia Nuclear.

O LNM durante muitos anos cumpriu dois papéis necessários aos

esforços de constituição do SINMETRO mas em princípio conflitantes: o de

responsabilidade pela realização/reprodução, e disseminação das unidades do SI

e a prestação de serviços de calibração à indústria, fazendo-o competir com a

própria rede de calibração que na década de 80 começa a se formar.

Aliado a isso registre-se o custo de implantar a metrologia em nível

primário fazendo com que o INMETRO delegasse a terceiros (ON/DSHO e

IRD/LMRI) o desempenho de atividades no campo do Tempo e Freqüência e

Radiações Ionizantes.

Em 1994 chegou-se à conclusão de que o LNM pode valer-se

transitoriamente de laboratórios secundários credenciados na Rede Brasileira de

Calibração Rede Brasileira de Calibração - RBC para disseminar as unidades

com os melhores padrões disponíveis no País em áreas não cobertas pelo

INMETRO. Convencionou-se chamar esses potenciais parceiros como

integrantes de um Sistema Brasileiro de Referências Metrológicas.

No presente momento, como resultado do amplo processo de debates

técnicos que precederam à formulação do PNM concluiu-se que o Brasil deve

dispor de um único ente metrológico nacional e este é o LNM, composto somente

dos laboratórios do INMETRO; conceitualmente todos os demais parceiros que

podem transitoriamente responder pela disseminação das unidades com os

melhores padrões disponíveis no País são laboratórios detentores de referência

metrológica nacional, os LAREN.

Juntos, o LNM e os LAREN compõem o Sistema Brasileiro de

Referências Metrológicas que irá operar em articulação com as redes de

laboratórios credenciados.

3.2.3 – A RBC E A RBLE

Com o objetivo de disponibilizar ao País uma infra-estrutura de serviços

básicos para a qualidade e competitividade, em atendimento à crescente

demanda dos diferentes setores usuários de metrologia, foram criadas pelo

INMETRO a Rede Brasileira de Calibração (RBC) e a Rede Brasileira de

Laboratórios de Ensaios (RBLE), congregando competências técnicas e

Page 43: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

43

capacitações laboratoriais vinculadas à indústria, universidades e institutos de

pesquisa tecnológica envolvidos com a prestação de serviços técnicos

especializados de calibração de padrões, sistemas de medição, instrumentos e

medidas materializadas e com a realização de ensaios especializados para

atender necessidades dos diferentes setores demandantes, em particular para a

certificação de conformidade de produtos.

Em ambos os casos, o credenciamento denota, com base em critérios e

exigências, a comprovação da competência técnica, credibilidade e capacidade

operacional dos laboratórios que integram esta infra-estrutura de serviços

existentes no país. A concessão do credenciamento atribuído pelo INMETRO por

intermédio de suas divisões de credenciamento DICLA (para laboratórios de

calibração) e DICRE (para laboratórios de ensaios) efetua-se em conformidade

com procedimentos baseados na ABNT ISO/IEC - Guia 25 e, nos casos

pertinentes à prestação de serviços, nos critérios da ABNT ISO 9002, além

daqueles específicos para os laboratórios de análises clínicas e toxicologia

baseados nas Boas Práticas Laboratoriais - BPL.

De forma mais ampla, os laboratórios credenciados junto à RBC e à

RBLE atuam na calibração de padrões/instrumentos de laboratórios metrológicos

e/ou da indústria e na realização de ensaios que asseguram o provimento dos

serviços metrológicos que estabelecem as salvaguardas da defesa do

consumidor, da construção da cidadania, da saúde, da proteção e preservação

do meio ambiente. Utilizando padrões rastreáveis a referências metrológicas

mundiais de mais alta exatidão, esses laboratórios credenciados estabelecem o

vínculo com as unidades do Système International d’Unités (SI), constituindo a

base técnica necessária ao desenvolvimento do livre comércio entre as diferentes

áreas econômicas dos mercados globalizados.

3.2.4 – A MATRIZ LABORATORIAL BRASILEIRA

Embora contando com um conjunto de laboratórios quantitativamente

relevante, em Centros Tecnológicos, nos Institutos de Pesquisa e

Desenvolvimento e nas empresas industriais, sem contar com um número

relativamente grande de laboratórios de ensino. sabe-se que a matriz laboratorial

brasileira cobre apenas as principais grandezas físicas, carecendo de importantes

especialidades da metrologia e ainda exibindo vazios tecnológicos em algumas

Page 44: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

44

áreas críticas de calibrações e ensaios, tais como a biologia e análises clínicas e

a metrologia química, demonstrando a necessidade de algumas ações, não só

pontuais mas, principalmente, integradas e sistêmicas, para fazer frente à

crescente procura de serviços técnicos especializados.

Mais recentemente, diversos estados da Federação sentiram-se

legitimamente estimulados a implantar redes metrológicas estaduais que atuam

na disseminação da cultura metrológica e no apoio aos laboratórios de suas

respectivas regiões na busca do credenciamento ao INMETRO [Ver referências

12 e 21].

3.3 – O SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES

A nona CGPM (1948) através de sua resolução 6, encarregou o CIPM de:

estudar o estabelecimento de uma regulamentação completa das unidades

de medida;.

proceder, com esse intuito, a um inquérito oficial sobre a opinião dos meios

científicos, técnicos e pedagógicos de todos os países;

emitir recomendações atinentes ao estabelecimento de um sistema prático

de unidades de medidas, suscetível de ser adotado por todos os países

signatários da Convenção do Metro.

A mesma Conferência Geral adotou também a Resolução 7 que fixou

princípios gerais para os símbolos de unidades e forneceu uma lista de unidades

com nomes especiais.

A décima (1954), por meio de sua resolução 6, e a décima quarta (1971)

em sua resolução 3, adotou como unidades de base deste sistema prático de

unidades, as unidades das sete grandezas seguintes: comprimento, massa,

tempo, intensidade de corrente elétrica, temperatura termodinâmica, quantidade

de matéria e intensidade luminosa.

A décima primeira (1960), por intermédio de sua Resolução 12, adotou

finalmente o nome Sistema Internacional de Unidades, com abreviação

internacional SI, para este sistema prático de unidades de medida, e instituiu

regras para os prefixos, unidades derivadas e a formação de unidades

suplementares, alem de outras questões; deste modo, estabeleceu-se uma

especificação compreensiva para as unidades de medida. Desde então

sucessivas reuniões da CGPM e do CIPM tem acrescentado, e modificado

Page 45: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

45

quando necessário, a estrutura original do SI acompanhando os avanços

científicos e as necessidades dos usuários.

3.3.1 – AS DUAS CLASSES DE UNIDADES

As Unidades SI são divididas em duas classes:

unidades de base;

unidades derivadas.

Do ponto de vista científico a divisão das unidades SI nestas duas

classes é até certo ponto arbitrária, uma vez que, não é essencialmente uma

imposição unívoca da física. Entretanto, a CGPM, levando em consideração as

vantagens em se adotar um sistema único e prático, para ser utilizado

mundialmente nas relações internacionais, no ensino e no trabalho científico,

decidiu basear o SI escolhendo sete unidades bem definidas que por convenção

são consideradas independentes sob o ponto de vista dimensional: o metro, o

quilograma, o segundo, o ampère, o kelvin, o mole e a candela, conforme

apresentado na tabela 3.1 . Estas unidades SI são chamadas de unidades de

base.

A segunda classe de unidades SI abrange as unidades derivadas, isto é,

as unidades que podem ser formadas combinando-se unidades de base segundo

relações algébricas que interligam as grandezas correspondentes. Diversas

destas expressões algébricas, em função de unidades de base, podem ser

substituídas por nomes e símbolos especiais, o que permite sua utilização na

formação de outras unidades derivadas.

As unidades SI destas duas classes constituem um conjunto coerente, na

acepção dada habitualmente à expressão “sistema coerente de unidades”, isto é,

sistema de unidades ligadas pelas regras de multiplicação e divisão, sem

qualquer fator numérico.

Seguindo a recomendação 1 (1969) do CIPM, as unidades desse

conjunto coerente de unidades são designadas sob o nome de unidades SI.

É importante acentuar que cada grandeza física tem uma só unidade SI,

mesmo que esta unidade possa ser expressa sob diferentes formas, porém o

inverso não é verdadeiro: a mesma unidade SI pode corresponder a várias

grandezas diferentes.

Page 46: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

46

No campo da eletricidade, a unidade de base é o ampère, enquanto o

volt, o objeto desta dissertação é uma unidade derivada.

Page 47: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

47

TABELA 3.1 – UNIDADES DE BASE

GRANDEZAS

UNIDADES

NOME SÍMBOLO DEFINIÇÃO OBSERVAÇÕES

Comprimento

metro

m

metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante um intervalo

de tempo de 1/299 792 458 de segundo

Unidade de Base - definição adotada pela 17a

Conferência Geral de Pesos e Medidas de 1983.

Massa

quilograma

kg

massa do protótipo internacional do quilograma.

1)Unidade de base – definição ratificada pela 3a

CGPM/1901. 2)Esse protótipo é

conservado no BIPM em Sèvres na França.

Tempo

segundo

s

segundo é a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação

correspondente à transição entre os dois níveis hiperfinos

do estado fundamental do átomo de césio 133.

Unidade de Base – definição ratificada pela 13a

CGPM/1967. Em 1997 o CIPM esclareceu que esta

definição refere-se ao átomo de césio em seu estado

fundamental na temperatura de zero kelvin.

Corrente

elétrica

ampère

A

ampère é a corrente elétrica invariável que mantida em dois condutores retilíneos, paralelos, de comprimento infinito e de área de seção transversal desprezível e

situados no vácuo a 1metro de distância um do outro,

produz entre esses condutores uma força igual a 2 x 10 -7 newton por metro de

comprimento desses condutores.

1)Unidade de base – definição ratificada pela 9a

CGPM/1948. 2)O ampére é também

unidade de força magnetomotriz; nesses

casos, se houver possibilidade de confusão,

poderá ser chamado ampére - espira, porém sem alterar o

símbolo A.

Temperatura

Termodinâmica

kelvin

K

kelvin é a fração 1/273,16 da temperatura Termodinâmica

do ponto tríplice da água

1)kelvin é unidade de base – definição ratificada pela 13a

CGPM/1967. 2)kelvin e grau Celsius são

também unidades de intervalo de temperaturas.

3)t (em grau Celsius) =T (em kelvins) –273,15

Temperatura

Celsius

grau

Celsius

ºC

grau Celsius é o intervalo de temperatura unitário igual a 1

kelvin , numa escala de temperaturas em que o ponto 0 coincide com 273,15 kelvins.

Quantidade de

matéria

mole

mol

mole é a quantidade de matéria de um sistema que

contém tantas entidades elementares quantos são os átomos contidos em 0,012 quilograma de carbono 12.

1)Unidade de base –definição ratificada pela 14a

CGPM/1971. 2)Quando se utiliza o mole, as entidades elementares devem ser especificadas,

podendo ser átomos, moléculas, íons, elétrons ou outras partículas, bem como agrupamentos especificados

de tais partículas.

Intensidade

luminosa

candela

cd

candela é a intensidade luminosa, numa direção dada, de uma fonte que emite uma radiação monocromática de

freqüência 540x 10 12 hertz e cuja intensidade energética naquela direção é 1/683watt

por esterradiano.

Unidade de base – definição ratificada pela 16a

CGPM/1979.

Page 48: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

48

A tabela 3.2 apresenta as unidades elétricas ou aquelas que embora não

sejam da área elétricas, são utilizadas neste área.

TABELA 3.2 – UNIDADES DERIVADAS, ELÉTRICAS OU UTILIZADAS NA

ÁREA ELÉTRICA

GRANDEZAS

UNIDADES

NOME SÍMBOLO DEFINIÇÃO EXPRESSÃO

EM UNIDADES

SI DE BASE

Carga elétrica (quantidade de

eletricidade)

coulomb

C

Carga elétrica que atravessa em 1 segundo, uma seção transversal de

um condutor percorrido por uma corrente invariável de 1 ampère.

s.A

Tensão elétrica, diferença de

potencial, força eletromotriz

volt

V

Tensão elétrica entre os terminais de um elemento passivo de circuito,

que dissipa a potência de 1 watt quando percorrido por uma corrente

invariável de 1 ampère.

m2.kg.s-3.A-1

Resistência elétrica *

ohm

Resistência elétrica de um elemento passivo de circuito que é

percorrido por uma corrente invariável de 1 ampère, quando

uma tensão elétrica constante de 1volt é aplicada aos seus terminais.

m2.kg.s-3. A-2

Potência, Fluxo de energia

watt

w

Potência desenvolvida quando se realiza, de maneira contínua e

uniforme, o trabalho de 1 joule em 1 segundo.

m2.kg.s-3

Capacitância

farad

F

Capacitância de um elemento passivo de circuito entre cujos

terminais a tensão elétrica varia uniformemente à razão de 1 volt por segundo , quando percorrido por uma corrente invariável de 1

ampère.

m-2.kg-1.s4.A2

Indutância

henry

H

Indutância de um elemento passivo de circuito, entre cujos terminais se induz uma tensão constante de 1 volt, quando percorrido por uma

corrente que varia uniformemente à razão de 1 ampère por segundo.

m2.kg.s-2.A-2

Potência Aparente

volt-ampére

VA

Potência aparente de um circuito percorrido por uma corrente

alternada senoidal com valor eficaz de 1 ampère, sob uma tensão

elétrica com valor eficaz de 1 volt.

m2.kg.s-3

Potência Relativa

var

var

Potência reativa de um circuito percorrido por uma corrente

alternada senoidal com valor eficaz de 1 ampère, sob uma tensão

elétrica com valor eficaz de 1 volt,

defasada de /2 radianos em relação à corrente

m2. kg. s-3

O ohm é também unidade de impedância e de reatância em elementos

de circuito percorrido por corrente alternada.

Page 49: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

49

3.3.2 – OS PREFIXOS SI

A décima primeira CGPM (1960) em sua Resolução 12, adotou uma

primeira série de nomes e símbolos de prefixos para formar os múltiplos e

submúltiplos decimais das unidades SI na faixa de 1012 a 10-12. Os prefixos para

10-15 e 10-18 foram acrescentados pela décima segunda CGPM (1964) em sua

Resolução 8, os prefixos para 1015 e 1018 , pela décima quinta CGPM (1975) em

sua Resolução 10, e os prefixos 1021, 1024, 10-21 e 10-24 , pela décima nona

CGPM (1991) em sua Resolução 4. A tabela 3.2 apresenta todos os prefixos e

símbolos aprovados. De acordo com a Recomendação 1 (1969) do CIPM o

conjunto desses prefixos é designado pelo nome de prefixos SI.

TABELA 3.3 – MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS MÚLTIPLO SUBMÚLTIPLO

Nome Símbolo Fator Nome Símbolo Fator

Yotta Y 1024 deci D 10-1

Zetta Z 1021 centi C 10-2

Exa E 1018 mili M 10-3

Peta P 1015 micro 10-6

Tera T 1012 nano N 10-9

Giga G 109 pico P 10-12

Mega M 106 femto F 10-15

Quilo k 103 atto a 10-18

Hecto h 102 zepto z 10-21

Deca da 101 yocto y 10-24

[Ver referências 01, 09 e 10].

Page 50: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

50

4 – CONCEITOS METROLÓGICOS RELEVANTES

4.1 – RASTREABILIDADE

Para que se possa garantir que um determinado instrumento está

medindo corretamente é necessário que conheçamos que instrumento serviu-lhe

como referência, que por sua vez também já deverá ter sido referenciado a um

outro instrumento, e este a outro, e assim sucessivamente até que tenhamos

chegado ao "padrão primário". Daí vem o conceito de rastreabilidade: propriedade

do resultado de uma medição ou do valor de um padrão estar relacionado a

referências estabelecidas, geralmente padrões nacionais ou internacionais,

através de uma cadeia contínua de comparações, todas tendo incertezas

estabelecidas.

Por exemplo: uma indústria utiliza na sua linha de produção um voltímetro

analógico. O operador deste instrumento pode assegurar que as medidas

realizadas são confiáveis porque este foi calibrado por uma fonte de tensão

calibrada. Esta fonte por sua vez deverá já ter sido calibrada por um instrumento

de melhor exatidão (sistema potenciométrico, voltímetro de alta exatidão, etc.).

Este instrumento também deverá ter suas medições rastreadas a um padrão

primário.

4.1.1 – CADEIA DE RASTREABILIDADE

A figura 4.1, mostra o caminho desde a definição da unidade até o

usuário final, apresentando as operações experimentais básicas. O esquema

mostra, ainda, uma alternativa para a realização direta da definição, qual seja, a

reprodução, que pode ser considerada como a realização indireta de uma

unidade.

Page 51: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

51

FIG. 4.1: Cadeia de Rastreabilidade

Uma definição no SI é uma afirmação exata sobre o que é uma unidade.

Uma unidade é realizada por um objeto físico de quem se observa atributos que

estão de acordo com a definição. Por exemplo, a unidade SI de tempo é o

segundo, definido como a duração de um número de ciclos de radiação emitida

por um átomo de césio-133. O laboratório que tem tempo, dinheiro, especialistas

e equipamentos pode fazer um relógio atômico que produz radiação que vai de

encontro à definição que o SI dá para o segundo. Note que o relógio atômico não

é a realização do segundo: a radiação que ele produz, é que o é.

O volt SI é uma unidade essencial à metrologia elétrica DC e de baixa

frequência e é definido como potência dividida por corrente. Sua definição é

realizada por experiência que compara potência elétrica com potência mecânica

através de uma balança. O resultado destas experiências é usado para

determinar valores de tensão elétrica produzidos por equipamentos estáveis,

baratos e de fácil reprodução e manutenção, tais como pilhas padrão

eletroquímicas ou padrões de tensão eletrônicos (Zener).

Page 52: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

52

Estes aparelhos reproduzem, melhor que realizam, o volt SI porque seus

princípios de operação não envolvem uma comparação contínua de potência

elétrica com a potência produzida pela realização das unidades SI da mecânica.

A melhor reprodução do volt SI é obtido a partir das junções Josephson.

A tensão produzida por este equipamento é uma função da frequência de micro-

onda irradiada e da constante de Josephson, uma grandeza universal

independente de variações experimentais. Realizações experimentais do volt têm

sido usadas para determinar e fixar o valor desta constante.

Enquanto a definição é exata, a realização e a reprodução da unidade

têm incerteza nos seus valores. Em nível nacional existe um esforço constante

para reduzir as incertezas pela condução de experimentos cada vez mais exatos

para realizar a definição da unidade e pelo desenvolvimento de métodos para

transferir o valor realizado para o valor reproduzido.

Os valores das reproduções nacionais das unidades do SI são

transferidos ou disseminados para reproduções das unidades feitas em

laboratórios locais. Os equipamentos ou artefatos que mantêm tais reproduções,

nacionais ou locais, são convencionalmente chamados de padrões. Os melhores

padrões de um determinado local são chamados padrões de referência.

Todas as unidades elétricas são coerentemente definidas no SI. Quando

corretamente realizado e reproduzido, o uso das unidades do SI assegura que

aqueles valores numéricos obtidos por medições feitas por uma pessoa são

compatíveis com uma medição similar feita por outra [Ver referências 11, 14, 15

e 25].

4.2 – PADRONIZAÇÃO

Procurando-se em um dicionário o significado da palavra padrão, pode-se

encontrar dentre outras, a seguinte definição: "Aquilo que serve de base ou

norma para a avaliação de qualidade ou quantidade". Esta definição demonstra

bem a importância da padronização nas relações comerciais, fato que sempre

alavancou as tentativas de uniformização das unidades de medida.

Na metrologia científica e industrial define-se padrão como "medida

materializada, instrumento de medição, material de referência ou sistema de

medição destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade ou um

ou mais valores de uma grandeza para servir como referência". Sem

Page 53: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

53

padronização seria impossível, ou bastante mais complicado, comparar

resultados dos estudos científicos realizados em diversas partes do mundo. Por

outro lado, a indústria necessita produzir peças intercambiáveis com tolerâncias

cada vez menores.

Assim, ao longo do tempo, desenvolveu-se padrões cada vez melhores,

no sentido de atender às necessidades do comércio, da indústria e da pesquisa

científica, dentro, é claro, de um sistema de unidades coerente.

Um outro ponto importante que deve ser considerado é a diferença

existente entre a unidade, conforme definida teoricamente, e um padrão usado

com o propósito de medidas reais. As unidades definidas começam com a

grandeza que parece mais conveniente no estabelecimento de um sistema lógico

e completo. Por outro lado, as medidas estão sujeitas principalmente à existência

de padrões concretos que podem ser usados no laboratório para determinar as

grandezas comumente usadas nos trabalhos práticos. É natural que uma

seqüência diferente possa ser seguida nos dois casos. Assim é que, embora a

corrente elétrica seja a unidade de base do Sistema Internacional de Unidades

(SI) na área de eletricidade, na prática, padroniza-se a tensão e a resistência

elétricas e obtem-se a corrente da relação entre as duas (I=V/R) [Ver referências

11, 14 e 25].

Page 54: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

54

5 – O VOLT

5.1 – DEFINIÇÃO

A unidade SI volt é definido como sendo a tensão elétrica entre os

terminais de um elemento passivo de circuito, que dissipa a potência de um watt

quando percorrido por uma corrente invariável de um ampère.

5.2 – REALIZAÇÃO – BALANÇA DE TENSÃO

O volt SI é realizado através da balança de tensão e a medição de

grandezas mecânicas.

O princípio da balança de tensão está ilustrada na figura 5.1. Quando

uma tensão constante U é aplicada nos eletrodos do capacitor cilíndrico, estes se

atraem como uma conseqüência da força eletrostática Fe, que é medida

comparando-a com a força Fm devido a aceleração da gravidade g na massa m

por meio da balança.

FIG. 5.1: Princípio da balança de tensão para a realização do Volt.

Page 55: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

55

A relação entre tensão e força pode ser obtida pela investigação da

variação da energia do capacitor. Se um eletrodo é movido de S, a variação da

energia mecânica Wm é

1)(5. . SmgWm

Ao mesmo tempo a capacitância varia C e a energia elétrica We, varia

portanto:

2)(5. .C2 U2

1 We

Estas energias, a elétrica e a mecânica, são comparadas através da

balança de tensão, e como We+Wm=0 (conservação da energia) a seguinte

equação para a tensão U é obtida:

(5.3) 2C

SmgU

O valor de U é determinado pela medição da força mecânica Fm =mg, e

uma medição separada de S/C, um fator que descreve a geometria do

capacitor.

Com m=0,002kg, S=50nm e C=20pF a balança mede uma tensão de

aproximadamente 10kV, que é reduzida proporcionalmente, através de divisores

de tensão, para 10V e ajustado para a tensão de referência Zener de 10V (fig.

5.2), podendo assim ser comparado com um padrão Josephson de 10V.

mg S/C t Kj-90 n f

FIG. 5.2: Arranjo de medição que compara a tensão obtida através da balança de tensão e do efeito Josephson.

balança de

tensão

10.000V

padrão de

transferência

10V

padrão de tensão

Josephson 10V

divisor

de tensão

1:100

Page 56: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

56

No presente momento a constante de Josephson Kj e a tensão SI podem

ser comparadas com uma incerteza relativa de 4x10-7, embora a reprodutibilidade

da tensão Josephson seja melhor que 5x10-9. Isto ocorre devido à incerteza da

referência Zener e dos instrumentos utilizados nestas medições [Ver referências

22 e 23].

5.3 – REPRODUÇÃO – EFEITO JOSEPHSON

A natureza do efeito Josephson pode ser entendida de uma forma geral,

considerando o que acontece quando uma corrente elétrica flui em um

supercondutor.

Fazendo-se circular uma corrente contínua em uma barra constituída de

um material supercondutor, um voltímetro conectado nas extremidades desta

barra indicará que a tensão na barra é zero; portanto, a barra não tem resistência

e é dita no estado de supercondutividade (fig. 5.3a).

Se a barra é agora dividida em duas e as partes são separados de uma

distância de, por exemplo, um centímetro, nenhuma corrente irá fluir no circuito

aberto, e o voltímetro irá indicar uma tensão igual a da bateria (fig. 5.3b).

FIG. 5.3: Na figura “a” uma tensão DC é aplicada e o voltímetro indica tensão zero. Na figura “b” a barra é dividida e as partes são separadas de uma distância

de 1cm, o voltímetro indica a tensão da bateria e o amperímetro indica zero

Page 57: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

57

Se a distância entre as partes é reduzida para aproximadamente 2nm,

entretanto, uma de duas coisas podem acontecer. A primeira é que o voltímetro

não mostre nenhuma tensão entre as duas partes de supercondutor, mas uma

corrente contínua é observada fluindo no circuito mesmo estando as duas partes

separadas fisicamente (figura 5.4a). Em outras palavras, a corrente pode fluir

sem resistência não somente através das duas partes de supercondutor, mas

também através do espaçamento entre eles. Este fenômeno é chamado de efeito

Josephson DC.

FIG. 5.4: A figura “a” mostra o efeito Josephson DC e a figura “b” o efeito

Josephson AC.

A segunda coisa que pode acontecer é que uma corrente contínua flua no

circuito, mas o voltímetro indica uma tensão. Simultaneamente uma radiação

eletromagnética de alta frequência é emanada do espaçamento, indicando a

presença de uma corrente alternada de alta freqüência neste espaçamento

(figura 5.4b). Este fenômeno é chamado de efeito Josephson AC. Como o efeito

DC, o efeito AC é uma conseqüência direta da natureza única do estado de

supercondutividade.

Page 58: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

58

A investigação dos dois efeitos contribuiu grandemente para o

entendimento sobre supercondutividade, tendo tido diversas aplicações úteis em

novas tecnologias, incluindo aparelhos para geração de radiação eletromagnética

de comprimento de ondas extremamente pequenas, para medição de campos

magnéticos muito pequenos e para prover referência de tensão bastante exatas.

A referência de tensão baseada no efeito Josephson consiste na

utilização das chamadas junções Josephson, que caracterizam-se por dois

materiais supercondutores separados por uma fina camada de isolante de

aproximadamente 2nm de espessura, conforme mostrado na figura 5.5.

FIG. 5.5: Visão frontal de uma típica junção Josephson, onde pode ser visto os

materiais supercondutores de NIÓBIO, separados por uma fina camada de aproximadamente 2nm de óxido de alumínio, utilizado como isolante.

O Padrão de tensão Josephson de 1V consiste em um circuito integrado

supercondutor montado em um chip de 10x20mm que é soldado às conexões dc

do bloco de um guia de onda do tipo WR-12. Quando resfriado a 4,2K ou menos

e irradiado com uma onda de aproximadamente 5mW a 75GHz, gera degraus

quânticos de tensão que é base para a representação do volt no SI. Um padrão

de tensão com base em uma série de junções Josephson necessita de um chip

com um design de circuito capaz de distribuir uniformemente a fonte de

microondas para algumas milhares de junções, cerca de 3.600 para o chip de 1V

e cerca de 20.000 para o de 10V, todas conectadas em série. Um layout típico de

um circuito integrado com milhares destas junções é mostrado na figura 5.6.

Page 59: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

59

É importante salientar que poucos laboratórios tiveram recursos, tanto financeiro

quanto humano, para reproduzir esses dispositivos. Segundo Pöpel [22] somente

o NIST (HYPRESS), o PTB (PRIMA) e o ETL (SEIKO) conseguiram sucesso até

o momento.

FIG. 5.6: Arranjo típico de um circuito integrado para um conjunto de junções

Josephson.

[Ver referências 16, 22 e 26].

5.4 – MANUTENÇÃO E DISSEMINAÇÃO

5.4.1 – PILHA PADRÃO

Utilizada com bastante sucesso, desde o início do século, como padrão

de tensão, devido a sua estabilidade, exatidão e longo tempo de vida, a pilha

padrão é até hoje a referência de tensão de diversos laboratórios em todo o

mundo, inclusive no Brasil.

FIG. 5.7: Diagrama de uma pilha de cádmio ( Weston )

Page 60: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

60

A pilha de cádmio é construída com um depósito de vidro, em forma de H,

conforme mostra a Fig. 5.7. O eletrodo positivo é de mercúrio, com sulfato

mercuroso servindo de despolarizante. O terminal negativo é de amálgama de

mercúrio, e a solução é de sulfato de cádmio. Há duas formas de pilhas: na

primeira, a solução é saturada e um excesso de cristais de CdSO4 é colocado

dentro da pilha para manter a saturação; na segunda, a solução é não-saturada

nas temperaturas ordinárias. Essas duas formas tem usos e propriedades

diferentes.

As pilhas são fabricadas com materiais altamente purificados, obtendo-se

assim um elevado grau de uniformidade; as do tipo saturada são normalmente

comercializadas dentro de caixas lacradas e com temperatura controlada e

constante (variação de 0,01ºC) formando grupos (ou bancos). Os bancos são

comumente compostos por grupos de 3, 4, 6, ou 12 pilhas, desta forma seus

valores se mantêm estáveis por um longo período de tempo, tendo diferenças,

em geral, de uns poucos microvolts entre si e em relação à média do grupo.

Deve-se evitar, também, qualquer tipo de abalo devido a pancadas ou

quedas, necessitando, mesmo com todos esses cuidados, mantê-las em repouso

após o seu transporte, por um período de aproximadamente 30 dias, antes de

usá-las como referência.

Outro cuidado importante é com relação à medição da pilha, que deve ser

feita de tal forma que não drene nenhuma ou praticamente nenhuma corrente.

Isto é conseguido utilizando-se para sua medição potenciômetros e voltímetros de

alta impedância interna e ainda tomando o cuidado de não medir uma pilha

diretamente, e sim a diferença dela em relação a outra.

A pilha não-saturada é semelhante em construção à pilha saturada,

exceto que não contém cristais de Cd SO4 e a solução é preparada de tal modo

que satura a 4ºC, não saturando-se, portanto, nas temperaturas normais do

ambiente. Além disso, uma peça separadora é usada sobre cada eletrodo para

manter o material no seu lugar durante a movimentação normal, tornando, pois, a

pilha portátil. No entanto não são tão estáveis quanto as saturadas.

Page 61: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

61

5.4.2 – PILHA ELETRÔNICA (DIODO ZENER)

Sabe-se que os diodos de silício, originalmente idealizados como um

dispositivo de retificação, quando preparados apropriadamente, têm curvas

tensão-corrente análogas a da figura 5.9, as quais se caracterizam por terem uma

corrente inversa bem pequena até o ponto em que um crescimento abrupto se

opera. É o que se chama "tensão zener". O processo é, algumas vezes, referido

como uma "ruptura" do diodo, mas o termo é falso, porque a ação não leva à

ruptura, a menos que os limites de segurança de aquecimento e de corrente

sejam excedidos. Respeitando-se os valores de segurança, o processo é

reversível e repetitivo com um alto grau de regularidade, daí a tensão poder ser

usada como um padrão confiável. O valor de tensão crítica pode ser controlado

dentro de uma faixa bem ampla pelo processo de fabricação do diodo.

A figura 5.8 mostra o circuito básico da fonte Zener de referência de

tensão, onde E é muito mais alta que a tensão de referência desejada e R

também é uma resistência alta. Então, se E variar por alguma razão, a maior

parte da variação de E é consumida como queda de tensão em R (para uma

pequena variação na corrente do diodo), e a tensão de referência permanece

praticamente a mesma. A regulagem é boa enquanto a resistência do diodo zener

for bastante pequena em comparação com R.

FIG. 5.8: Circuito usando um diodo de silício, para fornecer uma tensão de

referência.

Page 62: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

62

FIG. 5.9: Característica tensão-corrente DC, de um diodo de silício, mostrando a tensão Zener.

Vantagens principais da utilização do Zener:

Não necessita de estabilização após o transporte,

São mais robustos,

São mais baratos,

São protegidos contra curto-circuito.

5.4.3 – A TRANSFERÊNCIA AC / DC

A amplitude e a polaridade de saída de um padrão ideal de tensão DC é

constante em todos os instantes ao longo do tempo no qual o valor desejado está

presente. Ao contrário disso, tensões alternadas periodicamente trocam suas

polaridades e suas amplitudes instantâneas geralmente não são constantes

durante esta inversão.

Tensões e correntes DC e AC são equivalentes quando produzem uma

mesma média de potência em uma resistência pura. A média da potência é

dissipada como calor que por sua vez é geralmente medido por sensores cujas

entradas respondem diretamente à temperatura e cujas saídas são providas de

uma tensão DC proporcional a esse calor. Esse tipo de sensor é chamado de

dispositivo eletrotérmico.

O principal foco da metrologia AC/DC concerne ao uso de dispositivos

eletrotérmicos para medir a média da potência produzida em uma resistência

Page 63: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

63

pura por uma tensão AC a fim de determinar esse valor que é igual para uma

tensão DC que produz a mesma potência no mesmo resistor.

Quando uma tensão é aplicada através de uma resistência pura, sua

força eletromotriz (fem) causará uma potência a ser dissipada na resistência, em

cada instante de tempo, de acordo com a relação bem conhecida:

W = E2 / R

onde:

W - é a potência em watts,

E - é a fem em volts,

R - é a resistência em ohms.

A potência instantânea produzida em um resistor ideal por uma tensão

padrão é constante com o tempo. Ao contrário, a potência produzida por uma

tensão AC que é aplicada no mesmo resistor ideal, geralmente irá ser diferente

para cada instante de tempo. O gráfico de amplitude de uma tensão instantânea

plotado no tempo produz uma curva contínua chamada forma de onda.

Enquanto a forma de onda para uma tensão DC é uma linha reta, existe

uma infinidade de formas de onda para uma tensão AC. A forma de onda mais

comum para uma tensão AC é a do tipo senoidal pura, como mostra a figura 5.10.

A metrologia AC/DC é primariamente relacionada ao uso de padrões de

transferência AC/DC para medir a média da potência produzida em um resistor

por uma onda senoidal pura e compará-la com a média da potência produzida por

uma tensão DC no mesmo resistor.

FIG. 5.10: Geração de uma onda senoidal.

A lei de Joule afirma que um resistor dissipa a potência produzida nele

por uma tensão ou corrente em forma de calor. O calor é produzido em proporção

Page 64: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

64

direta com a potência, e o resistor tenta dissipá-lo dentro do meio ambiente.

Quando o calor é gerado numa relação maior do que sua dissipação, a

temperatura no resistor aumenta até que a relação de produção de calor se

iguala com a relação de dissipação. Sob essas condições, a temperatura do

resistor é estabilizada.

Quando um valor DC é aplicado em um resistor, ocorre uma demora

entre o tempo em que o valor é aplicado e o tempo que a temperatura no resistor

se estabiliza. O intervalo é em função da constante de tempo térmica do resistor.

Quando uma corrente AC flui em um resistor, o calor é produzido em

proporção à potência instantânea em ciclo, indo do zero ao pico duas vezes

durante um ciclo de corrente. Se no tempo do ciclo a produção de calor é mais

rápida do que a relação de dissipação, a temperatura no resistor irá aumentar até

se estabilizar. Sob essa condição, sua temperatura será proporcional a sua

potência média.

Quando a temperatura do resistor aquecido por uma corrente contínua for

a mesma, quando este é aquecido pela potência média de uma corrente

alternada, os valores AC RMS e DC são iguais. Um dispositivo que contém um

resistor cuja temperatura é uma função de uma entrada AC ou DC, e fornece uma

saída DC proporcional para a temperatura, é chamado conversor térmico [Ver

referências 06 e 25].

Page 65: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

65

6 – MÉTODO DE MEDIÇÃO DE PILHA PADRÃO - DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS IMPLEMENTADOS A técnica conhecida como “série-oposição” é a maneira recomendada

para se proceder a medição do valor da tensão elétrica fornecida pela pilha

padrão, doravante denominada valor da pilha. Nesta técnica, o nanovoltímetro

mede a diferença entre duas pilhas (valores na ordem de poucos microvolts) e

não diretamente o valor da pilha (em torno de 1 volt), o que além de evitar danos

às mesmas, permitirá, como será visto adiante, resultados muito mais confiáveis.

FIG. 6.1: Medição da diferença entre as pilhas P1 E P2

O circuito apresentado na Figura 6.1 não mostra a presença de forças

eletromotrizes (FEMs) de origem termoelétricas nos contatos dos fios de ligação

entre as pilhas e o medidor, fato que na realidade ocorre, representando uma das

principais fontes de erro.

Para minimizar este inconveniente, além da utilização de cabos especiais,

deve-se proceder à medição conforme mostrado na Figura 6.2, onde são

medidas duas diferenças no nanovoltímetro, uma com as chaves colocadas na

posição A, chamada de D12 ,e a outra com as chaves colocadas na posição B,

chamada de D21.

P2 P1

NANOVOLTÍMETRO

Page 66: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

66

FIG. 6.2: Circuito de medição com duas possibilidades de ligações.

Do circuito pode-se extrair duas equações:

P1 - P2 + ET = D12 (6.1)

P2 - P1 + ET = D21 (6.2)

Calculando agora a diferença entre as equações, encontra-se:

P1 - P2 = 1/2 (D12 - D21) (6.3)

Tomando-se agora um grupo com 4 pilhas e comparando-as com, por

exemplo, um padrão de tensão eletrônico também conhecido como “Pilha

Eletrônica”, tem-se o arranjo mostrado na Figura 6.3.

FIG. 6.3: Arranjo das Medições

Page 67: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

67

De onde, pode-se extrair o seguinte sistema de equações:

Pode-se, agora, considerar duas situações: ou conhece-se o valor de Pe e

quer-se determinar os valores das pilhas P1, P2, P3 e P4, ou conhece-se o valor da

média aritmética do valor das quatro pilhas (valor este, que se mantém constante

entre duas recalibrações) e quer-se determinar, alem dos valores das quatro

pilhas, também o valor de Pe [Ver referências 04, 08 e 24].

6.1 – DETERMINAÇÃO DE P1, P2, P3 E P4 EM FUNÇÃO DE Pe

Representando o sistema de equações (6.4) na forma matricial, temos:

(6.5) .

1

1

1

1

1-

1-

1-

1-

.

1- 0 0 0

0 1- 0 0

0 0 1- 0

0 0 0 1-

1 0 0 0

0 1 0 0

0 0 1 0

0 0 0 1

8

7

6

5

4

3

2

1

4

3

2

1

D

D

D

D

D

D

D

D

P

p

p

p

p

e

ou

P + Pe = D

onde:

- matriz de coeficientes, especifica a ordem em que são tomadas as diferenças

medidas.

(6.4)

84

73

62

51

44

33

22

11

DPP

DPP

DPP

DPP

DPP

DPP

DPP

DPP

e

e

e

e

e

e

e

e

Page 68: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

68

P - vetor dos elementos a serem estimados.

- vetor de coeficientes, especifica a ordem em que são tomadas as diferenças

medidas.

Pe - valor da pilha eletrônica.

D - vetor das diferenças medidas.

O que deseja-se, é estimar os valores do vetor P de modo que a soma

quadrática dos resíduos determinados pela diferença entre o vetor D medido e o

calculado seja mínimo, isto é:

(6.6) 4 a 1 de k variando para mínimo,

2

8

1eikik

i

PPi

DS

em notação matricial:

(6.7) eT

e PPDPPDS

que tem como solução (ver cálculo no apêndice 1):

(6.8) eP 1

DP T T

resolvendo, teremos ( ver cálculo no apêndice 2):

(6.9)

844

733

622

511

P) -D ½ (D p

P) -D ½ (Dp

P) -D ½ (D p

P) -D ½ (D p

e

e

e

e

De [06] sabe-se que a variância da intercomparação é dada por:

(6.10) 2

0

ee PPDTPPDs

Page 69: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

69

onde , que representa os graus de liberdade do sistema, é dado pelo n.º de

linhas de (igual a 8) menos o nº de elementos a serem estimados (igual a 4)

mais as condições de restrição (neste caso, igual a zero). Portanto = 4.

A variância de cada elemento do vetor P será dada por:

(6.11) 2

1 2

0

2 ss p

Já que a média aritmética é dada por:

:

, ppppm

por dada será média da variância

a outro, do um tesindependen são pilhas das valoresos e4

14321

(6.12) 4

1 22pm ss

(6.13) 8

1 2

0

2 ssm

[Ver referências 07 e 08].

6.2 – DETERMINAÇÃO DOS VALORES DAS PILHAS EM FUNÇÃO DA MÉDIA

Agora desejamos determinar os pi e pe estimados de modo que a soma

quadrática dos resíduos determinados pela diferença entre o vetor D medido e o

calculado seja mínimo, satisfazendo a condição adicional de que a média

aritmética do grupo de quatro pilhas permanece constante entre duas

recalibrações destas pilhas, mesmo que cada pilha individualmente possa variar.

Assim tem-se que:

(6.14) 4

14321

PPPPm

Juntando-se o sistema (6.4) e a equação (6.14) na forma matricial:

Page 70: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

70

(6.15)

4

.

0 1 1 1 1

1 1- 0 0 0

1 0 1- 0 0

1 0 0 1- 0

1 0 0 0 1-

1- 1 0 0 0

1- 0 1 0 0

1- 0 0 1 0

1- 0 0 0 1

8

7

6

5

4

3

2

1

4

3

2

1

M

D

D

D

D

D

D

D

D

p

p

p

p

p

e

ou

4M

D

P

P .

Ce

onde;

- matriz de coeficientes, especifica a ordem em que são tomadas as diferenças

medidas.

C – (1 1 1 1 0) – última linha da equação matricial

P – vetor dos elementos a serem estimados

Pe – elemento a ser estimado

D – vetor das diferenças medidas

M – média dos valores das pilhas obtidas na última calibração.

A solução procurada é aquela que deve satisfazer as condições do

sistema:

MPPPP

PDiS kik

i

4

(6.16) 1....5k para mínimo

4321

8

1

em notação matricial

(6.17)

4

P-D .T

MCP

PDS

que, como pode ser visto em [06], tem como solução:

Page 71: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

71

(6.18)

4M

D

1-

0 C

C

0

P

P TT T

e

que resulta em (ver apêndice 3):

MDDDDDDDDp

MDDDDDDDDp

M DDDDDDDDp

MDDDDDDDDp

MDDDDDDDDp

e

87654321

847362514

847362513

847362512

847362511

81

38

1

(6.19) 38

1

38

1

38

1

A variância da intercomparação é, agora, dado por:

(6.20) 2

0

PDPDs

T

onde é dado por n.º de linhas de (igual a 8) menos o n.º de elementos

a serem estimados (igual a 5) mais as condições de restrições (igual 1). Portanto

= 4.

A variância de cada elemento do grupo será:

(6.21) 8

3 2

0

2 ss p

E a da pilha eletrônica

(6.22) 8

1 2

0

2 ss ep

[Ver referências 07 e 08].

Page 72: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

72

7 – RESULTADOS OBTIDOS – ANÁLISE DOS DADOS

Desde o início da década de 80 a padronização do volt, no Brasil, tem

sido feita através de um conjunto de 28 células saturadas, mais conhecidas como

pilhas padrão [1 banco (caixa) com 4 e 2 bancos (caixas) com 12 pilhas] que

mantidas sob condições ambientais (temperatura e umidade) controladas tem

servido como referência nacional de tensão elétrica. A cada ano estas pilhas tem

sido comparadas, utilizando-se um padrão de transferência, com o volt

internacional do BIPM garantindo assim as condições para calibrar os padrões de

tensão dos laboratórios secundários, com uma incerteza na ordem de 2ppm.

A partir da implementação do trabalho desenvolvido para esta

dissertação, foi possível sistematizar a transferência do valor do padrão primário

de tensão para os usuários com incerteza na ordem de 0,5ppm, em um primeiro

momento. Com a recente entrada em operação do Sistema Josephson será

possível conseguir incertezas abaixo de 0,1ppm, como demonstram os primeiros

resultados.

7.1 - TRANSFERÊNCIA DO VOLT INTERNACIONAL DO BIPM PARA O

INMETRO

Como já visto anteriormente, o INMETRO possui um conjunto de 28

pilhas padrão acondicionadas em 3 caixas especiais lacradas com controle de

temperatura e umidade. Além disso, possui também um padrão de referência DC

baseado no diodo zener, também chamado de pilha eletrônica, com uma tensão

de saída próxima do valor de uma Pilha padrão (em torno de 1,018000V). Este

instrumento, é utilizado como um padrão de transferência, isto é, ele era levado

ao BIPM onde era calibrado, e em seguida era trazido de volta, onde servia como

padrão de referência para calibrar as 28 pilhas do INMETRO. Com a implantação

do Sistema Josephson, a pilha eletrônica passa a ser calibrada no próprio

INMETRO.

A técnica de medição é aquela apresentada anteriormente, sendo que é

determinado o valor de cada uma das pilhas (Pi) dos vários grupos em relação ao

valor da pilha eletrônica (Pe) (Ver cap. 06).

A seguir são apresentados os dados relativos a última calibração do

padrão de transferência (fabricante Fluke, modelo 732B, n.º de série 6 465 008)

Page 73: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

73

realizado no BIPM. Calibrações anteriores deste padrão não são relevantes, já

que como visto anteriormente, instrumentos deste tipo apresentam grande deriva

com o tempo, não fazendo sentido acompanhar o seu valor ao longo do tempo.

A pilha eletrônica foi calibrada no BIPM, no período de 20/08/97 à

30/10/97, conforme certificado de calibração n.º 58 de 04/12/97 (anexo C), que

fornece o valor da pilha (U) em função do tempo, através da equação U = a+bt,

onde a e b são constantes.

As seguintes informações também estão disponíveis no certificado:

Valor da pilha eletrônica na data média (21/09/97): 1,018 098 61V

Valor da constante b (deriva): -12,3nV/dia

Valor da pressão no local: 1013,25hPa

Coeficiente de pressão: 1,68nV/hPa 0,05 nV/hPa

Valor do termistor (para det. da temp.): 39,800k

Coeficiente de temp. = -0,49 nV / 0,056 nV/

Desvio padrão devido a dispersão dos resultados (S0)= 0,039V

N.º total de medidas (n) = 10

Data média das medições (<t>) = 21/09/97 (32º dia)

Desvio padrão da deriva b (Sb) = 0,55nV/dia

Incerteza do tipo B = 0,010V

A constante a pode ser deduzida como tendo o valor 1,01809900V.

A incerteza do tipo A (Su) em função do tempo, é obtida a partir de:

Após o retorno deste padrão, foi feita a transferência do seu valor para as

pilhas padrão do INMETRO. Como U= Pe = a+bt e a transferência foi realizada no

dia 18/11/97 (90º dia), obteve-se o seguinte valor para a pilha eletrônica:

Ve

p 01809789,190103,1201809900,19

O valor da pressão (1020,22hPa) e do termistor (39,820 k) medidos no

dia 18, não afetaram significantemente o valor de Pe .

(7.1) )()(22

2

02

ttSn

StS

bu

Page 74: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

74

Aplicando-se os valores fornecidos na equação (7.1) obteve-se

Su=0,034V.

As tabelas seguintes mostram os resultados obtidos nesta transferência

para o banco de 4 pilhas. A memória de cálculo para obtenção dos valores pode

ser vista no apêndice 4.

TABELA 7.1: Valores médios obtidos durante o

processo de transferência do volt do BIPM para o

INMETRO DIFERENÇAS MEDIDAS

D1 1,29V

D2 7,30V

D3 3,90V

D4. 5,86V

D5 -1,03V

D6 -7,09V

D7 -3,70V

D8 -5,70V

TABELA 7.2: Valores estimados de cada uma das quatro pilhas,

da média e suas respectivas incertezas do tipo A. PARÂMETROS ESTIMADOS (V)

p1 1 018 099, 05

p2 1 018 105, 09

p3 1 018 101, 69

p4. 1 018 103, 67

sp 0,105

m 1 018 102, 38

sM 0,053

Page 75: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

75

TABELA 7.3: Incerteza obtida na transferência do volt do BIPM para o INMETRO FONTES DE INCERTEZA VALOR

(V)

DISTRIBUIÇÃO DE

PROBABILIDADE

DIVISOR INCERTEZA

(V)

Repetividade das medições 0,053 normal 1 0,053

Estabilidade do medidor 0,080 retangular 3 0,046

Variação da temperatura do

banco de pilhas

0,150 retangular 3 0,087

FEMs térmicas 0,100 retangular 3 0,058

Certificado do Padrão de

Transferência

0,035 normal 1 0,035

Raiz quadrada da soma dos quadrados 0,131

Obs.: As contribuições de incerteza devido a variação de temperatura e pressão no padrão de transferência não foram computadas por serem desprezíveis.

7.2 - MANUTENÇÃO DO VOLT NO INMETRO

7.2.1 – A PARTIR DO VOLT INTERNACIONAL

Após a transferência, o volt passa a ser conservado pelos bancos de

pilhas e, mensalmente, faz-se a manutenção destes valores e a determinação do

novo valor da pilha eletrônica. O método utilizado, é o mesmo já visto

anteriormente, isto é, mede-se as diferenças entre cada pilha do banco e o valor

de Pe e determina-se os valores de cada uma das pilhas e da pilha eletrônica,

tendo como pré condição o fato de que a média aritmética dos valores das pilhas

do banco determinados na última transferência se manterá constante até a

próxima.

As tabelas seguintes apresentam os resultados obtidos na manutenção

do volt de dezembro de 1997 à junho de 1999.

Page 76: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

76

TABELA 7.4: Valores das diferenças medidas [(Pi-Pe) e (Pe-Pi)] durante a

manutenção do volt no período compreendido entre dezembro de 1997 à

junho de 1999 DIFERENÇAS MEDIDAS (V)

DATA D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8

09/12/97 0,63 6,72 3,40 5,32 -0,37 -6,48 -3,20 -5,08

12/01/98 0,12 6,50 3,10 5,18 0,14 -6,30 -2,90 -5,02

26/01/98 -0,28 6,40 3,10 5,21 0,52 -6,20 -2,90 -4,99

30/01/98 -0,47 6,22 3,00 4,92 0,73 -5,98 -2,80 -4,68

03/03/98 -0,28 6,10 2,90 4,88 0,52 -5,90 -2,70 -4,72

08/04/98 -0,19 5,45 2,31 4,01 0,02 -5,74 -2,64 -4,24

18/05/98 -0,09 5,37 2,35 3,99 0,09 -5,58 -2,66 -4,25

26/06/98 -0,14 5,27 2,39 4,00 -0,18 -5,66 -2,65 -4,26

13/08/98 -0,18 5,43 2,49 3,96 -0,21 -5,66 -2,65 -4,26

23/10/98 -0,07 5,47 2,43 4,06 -0,11 -5,56 -2,54 -4,31

12/01/99 -0,13 5,40 2,39 4,00 -0,39 -5,64 -2,59 -4,25

18/02/99 0,45 5,53 2,56 4,13 -0,80 -5,71 -2,74 -4,32

17/03/99 0,64 6,06 2,99 4,67 -0,84 -6,24 -3,22 -4,84

15/04/99 0,64 6,02 3,04 4,66 -0,90 -6,23 -3,24 -4,82

05/05/99 0,99 6,29 3,41 4,89 -0,52 -5,83 -2,93 -4,42

01/06/99 0,43 5,72 2,84 4,29 -0,51 -5,79 -2,95 -4,35

30/06/99 0,50 5,75 2,92 4,29 -0,55 -5,83 -2,30 -4,35

Page 77: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

77

TABELA 7.5: Valores estimados de cada uma das pilhas do banco e da pilha

eletrônica. PARÂMETROS ESTIMADOS

DATA p1 (V) p2 (V) p3 (V) p4 (V) sp (V) m (V) sm (V) pe (V) spe (V)

09/12/97 1,0180990 1,0181051 1,0181018 1,0181037 0,102 1,0181024 0,051 1,0180985 0,059

12/01/98 1,0180988 1,0181052 1,0181018 1,0181039 0,090 1,0181024 0,045 1,0180988 0,052

26/01/98 1,0180985 1,0181052 1,0181019 1,0181040 0,093 1,0181024 0,047 1,0180989 0,054

30/01/98 1,0180985 1,0181052 1,0181020 1,0181039 0,102 1,0181024 0,051 1,0180991 0,059

03/03/98 1,0180987 1,0181051 1,0181019 1,0181039 0,088 1,0181024 0,044 1,0180991 0,051

08/04/98 1,0180993 1,0181050 1,0181019 1,0181035 0,116 1,0181024 0,058 1,0180994 0,067

18/05/98 1,0180993 1,0181049 1,0181019 1,0181035 0,106 1,0181024 0,053 1,0180994 0,061

26/06/98 1,0180994 1,0181049 1,0181018 1,0181035 0,118 1,0181024 0,059 1,0180994 0,068

13/08/98 1,0180994 1,0181049 1,0181019 1,0181034 0,122 1,0181024 0,061 1,0180993 0,071

23/10/98 1,0180994 1,0181049 1,0181018 1,0181035 0,073 1,0181024 0,037 1,0180994 0,042

12/01/99 1,0180992 1,0181050 1,0181019 1,0181035 0,103 1,0181024 0,052 1,0180993 0,060

18/02/99 1,0180997 1,0181047 1,0181018 1,0181033 0,102 1,0181024 0,051 1,0180991 0,059

17/03/99 1,0180994 1,0181049 1,0181018 1,0181035 0,85 1,0181024 0,043 1,0180987 0,049

15/04/99 1,0180995 1,0181048 1,0181019 1,0181034 0,091 1,0181024 0,046 1,0180987 0,053

05/05/99 1,0180995 1,0181048 1,0181019 1,0181034 0,203 1,0181024 0,102 1,0180987 0,117

01/06/99 1,0180995 1,0181048 1,0181019 1,0181034 0,036 1,0181024 0,018 1,0180990 0,021

30/06/99 1,0180996 1,0181049 1,0181017 1,0181034 0,030 1,0181024 0,015 1,0180991 0,017

Observa-se pela análise da tabela 7.5 que embora as pilhas P1, P2, P3 e

P4 tenham variado uns poucos microvolts, a média do grupo manteve-se

constante durante todo o período (09/12/97 à 30/06/99), o que demonstra a

confiabilidade deste conjunto de pilhas.

Na tabela a seguir é apresentada a incerteza final da pilha eletrônica na

calibração realizada no mês de Fevereiro de 1999, resultado que será utilizado na

calibração da pilha padrão de um cliente, como veremos adiante. A memória de

cálculo pode ser vista no apêndice 05.

Page 78: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

78

TABELA 7.6: Incerteza final repassada para a pilha eletrônica no dia

18/02/99. FONTES DE INCERTEZA VALOR

(V)

DISTRIBUIÇÃO DE

PROBABILIDADE

DIVISOR INCERTEZA

(V)

Calibração do banco de pilhas 0,131 normal 1 0,131

Estabilidade do medidor 0,080 retangular 3 0,046

FEMs térmicas 0,100 retangular 3 0,058

Deriva da média do banco de

pilhas

0,100 retangular 3 0,058

Repetitividade das medições 0,059 normal 1 0,059

Variação da temperatura do

banco de pilhas

0,150 retangular 3 0,087

Raiz quadrada da soma dos quadrados 0,192

7.2.2 – A PARTIR DO VOLT QUÂNTICO BRASILEIRO

Finalizando o processo de implantação da padronização primária da

tensão baseada no efeito Josephson realizou-se de 30/08 a 08/10/99 uma

intercomparação com o NIST(EUA). Podemos dividir esta intercomparação em

três etapas; na primeira (de 30/08 a 10/09/99) a pilha eletrônica foi comparada

com o sistema Josephson do INMETRO, na segunda (de 13 a 24/09/99) foi

comparada com o sistema Josephson do NIST e, na terceira (de 27/09 a

08/10/99), novamente foi comparada com o sistema do INMETRO. As tabelas

seguintes apresentam os resultados obtidos em cada uma destas etapas.

TABELA 7.7: Medição da pilha eletrônica utilizando-se o Sistema Josephson

do INMETRO, no período de 30/08 a 08/10/99. DATA MEDIDA DIRETA (V) MEDIDA INVERSA (V) VALOR MÉDIO (V)

30/08/99 1,018 098 467 -1,018 098 446 1,018 098 456

31/08/99 1,018 098 435 -1,018 098 477 1,018 098 456

01/09/99 1,018 098 424 -1,018 098 440 1,018 098 432

02/09/99 1,018 098 400 -1,018 098 364 1,018 098 382

03/09/99 1,018 098 401 -1,018 098 363 1,018 098 382

06/09/99 1,018 098 352 -1,018 098 389 1,018 098 370

07/09/99 1,018 098 388 -1,018 098 392 1,018 098 390

08/09/99 1,018 098 390 -1,018 098 390 1,018 098 390

09/09/99 1,018 098 349 -1,018 098 338 1,018 098 344

10/09/99 1,018 098 409 -1,018 098 445 1,018 098 427

Page 79: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

79

Utilizando o método dos mínimos quadrados podemos definir o valor

da pilha eletrônica em função do tempo através da equação da reta, Pe = a + bt,

onde a e b são constantes que, pelos dados fornecidos acima, assumem os

seguintes valores:

a (coeficiente linear): 1,018 098 434V

b (deriva): -5,8nV/dia 2,7nV/d.

A incerteza do tipo A obtida é igual a: 32nV.

A incerteza do sistema é : 22nV

TABELA 7.8: Medição da pilha eletrônica utilizando-se o Sistema Josephson

do NIST, no período de 13 a 24/09/99. DATA MEDIDA DIRETA (V) MEDIDA INVERSA (V) VALOR MÉDIO (V)

13/09/99 1,018 098 266 -1,018 098 426 1,018 098 346

14/09/99 1,018 098 288 -1,018 098 346 1,018 098 267

15/09/99 1,018 098 328 -1,018 098 357 1,018 098 342

16/09/99 1,018 098 243 -1,018 098 353 1,018 098 298

17/09/99 1,018 098 327 -1,018 098 370 1,018 098 348

20/09/99 1,018 098 272 -1,018 098 342 1,018 098 307

21/09/99 1,018 098 352 -1,018 098 396 1,018 098 374

23/09/99 1,018 098 192 -1,018 098 288 1,018 098 240

24/09/99 1,018 098 191 -1,018 098 311 1,018 098 251

Na equação da reta, Pe = a + bt, a e b assumem, agora, os seguintes

valores:

a (coeficiente linear): 1,018 098 283V

b (deriva): -4,96nV/dia 6,09nV/d.

A incerteza do tipo A obtida é igual a: 69nV.

A incerteza do sistema é : 22nV

Page 80: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

80

TABELA 7.9: Medição da pilha eletrônica utilizando-se o Sistema Josephson

do INMETRO, no período de 27/09 a 08/10/99. DATA MEDIDA DIRETA (V) MEDIDA INVERSA (V) VALOR MÉDIO (V)

27/09/99 1,018 098 282 -1,018 098 310 1,018 098 296

28/09/99 1,018 098 329 -1,018 098 298 1,018 098 314

29/09/99 1,018 098 279 -1,018 098 297 1,018 098 288

30/09/99 1,018 098 275 -1,018 098 274 1,018 098 274

01/10/99 1,018 098 257 -1,018 098 283 1,018 098 270

04/10/99 1,018 098 251 -1,018 098 258 1,018 098 254

05/10/99 1,018 098 271 -1,018 098 258 1,018 098 264

06/10/99 1,018 098 246 -1,018 098 288 1,018 098 267

07/10/99 1,018 098 215 -1,018 098 224 1,018 098 220

08/10/99 1,018 098 226 -1,018 098 230 1,018 098 228

Na equação da reta, Pe = a + bt, a e b assumem, agora, os seguintes

valores:

a (coeficiente linear): 1,018 098 303V

b (deriva): -6,57nV/dia 1,16nV/d.

A incerteza do tipo A obtida é igual a: 14nV.

A incerteza do sistema é: 22nV

TABELA 7.10: Incerteza total da pilha eletrônica no dia 08/10/99, com a

utilização do Sistema Josephson do INMETRO. FONTES DE INCERTEZA VALOR

(V)

DISTRIBUIÇÃO DE

PROBABILIDADE

DIVISOR INCERTEZA

(V)

FEMs térmicas 0,100 retangular 3 0,058

Repetitividade das medições 0,014 normal 1 0,014

Incerteza do sistema 0,022 retangular 3 0,013

Raiz quadrada da soma dos quadrados 0,061

Os dados apresentados nas Tabelas 7.7, 7.8 e 7.9, demonstram a

concordância entre os dois sistemas; tendo o sistema do INMETRO mantido-se

mais estável que o do NIST, o que pode ser comprovado pela comparação entre

a incerteza tipo A do NIST (69nV) e a incerteza tipo A do INMETRO antes (32nV)

e depois da ida ao NIST (14nV).

Page 81: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

81

7.3 – DISSEMINAÇÃO DO VOLT PARA OS LABORATÓRIOS CREDENCIADOS

Com o valor da pilha eletrônica atualizado mensalmente pode-se usá-la

novamente como padrão de transferência, sendo que desta feita transferirá o volt

do INMETRO para os laboratórios credenciados. No caso destes enviarem uma

caixa de pilhas padrão, a metodologia adotada será a mesma vista no item 7.1.

Caso o laboratório possua um padrão de referência DC (pilha eletrônica),

o tratamento dado será uma comparação direta com o padrão de transferência.

Desta forma, são apresentados os resultados obtidos na calibração de

um banco de pilhas padrão, modelo 9154-D, fabricante GUILDLINE, de uma pilha

eletrônica, modelo 732A fabricante FLUKE (saídas de 1V; 1,018V e 10V) e de

uma pilha eletrônica modelo 732B fabricante FLUKE (saídas de 1,018V e 10V),

respectivamente dos clientes Alfa, Beta e Gama, assim identificados por questões

de confidencialidade.

7.3.1 – CALIBRAÇÃO DA PILHA PADRÃO DO CLIENTE ALFA

O cliente Alfa teve sua pilha padrão calibrada no INMETRO em 1996,

1998 e 1999. Os valores encontrados para cada pilha do banco podem ser vistos

na tabela 7.11. As cópias dos certificados de calibração correspondentes estão

no anexo C.

TABELA 7.11: Valores obtidos na calibração do banco de pilhas padrão do

cliente Alfa, em 28/11/96, 28/01/98 e 15/03/99.

DATA 28/11/96 28/01/98 15/03/99

Pilha 1 (V) 1,018 111 6 1,018 108 0 1,018 108 9

Pilha 2 (V) 1,018 111 9 1,018 108 6 1,018 109 4

Pilha 3 (V) 1,018 108 0 1,018 104 4 1,018 105 1

Pilha 4 (V) 1,018 110 9 1,018 107 9 1,018 108 4

Média (V) 1,018 110 6 1,018 107 2 1,018 108 0

Incerteza Final Fornecida 2ppm (2V) 1,2V 0,6V

A tabela 7.11 mostra uma grande variação da média (-3,4V) entre as

calibrações realizadas em novembro de 1996 e janeiro de 1998. Observando-se o

período entre janeiro de 1998 à março de 1999, embora esta variação tenha

diminuído para +0,8V, é ainda considerada alta. Pöpel [22] afirmou que estas

Page 82: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

82

variações podem chegar a 150nV/ano, porém a experiência no INMETRO

demonstra que elas não ultrapassam a 100nV/ano.

A tabela mostra também o resultado do trabalho aqui apresentado com a

redução da incerteza de 2ppm ( 2V) em 1996 para 0,6V em 1999.

Nas 03 (três) tabelas seguintes, poderão ser vistos os resultados obtidos

na última calibração da pilha padrão do cliente Alfa, realizada no período de 01 a

15/03/99. A tabela 7.12 mostra as diferenças medidas entre os valores das pilhas

padrão (cliente) e a pilha eletrônica (INMETRO). A tabela 7.13 apresenta os

valores estimados de cada uma das pilhas do banco do cliente, assim como a

incerteza tipo A obtida. A tabela 7.14 apresenta a incerteza final fornecida para o

cliente Alfa. O apêndice 06 apresenta a memória de cálculo relativo a esta

calibração.

TABELA 7.12: Valores obtidos durante a calibração da caixa de pilhas

padrão do cliente Alfa. DIFERENÇAS MEDIDAS (V)

DATA D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8

01/03/99 9,77 10,23 5,92 9,24 -9,94 -10,31 -6,06 -9,37

02/03/99 9,78 10,25 5,96 9,28 -9,89 -10,32 -6,10 -9,32

03/03/99 9,75 10,26 5,98 9,26 -9,88 -10,30 -6,01 9,29

04/03/99 9,70 10,18 5,86 9,15 -9,92 -10,31 -6,04 9,35

05/03/99 9,59 10,22 5,89 9,21 -9,88 -10,35 -5,95 -9,27

08/03/99 9,70 10,13 5,79 9,13 -9,86 -10,29 -5,98 -9,41

09/03/99 9,65 10,13 5,87 9,20 -9,81 -10,30 -5,99 -9,33

10/03/99 9,64 10,16 5,84 9,16 -9,85 -10,29 -6,00 -9,30

11/03/99 9,62 10,16 5,81 9,12 -9,84 -10,26 -5,98 -9,32

12/03/99 9,73 10,18 5,99 9,45 -9,95 -10,47 -5,95 -9,76

15/03/99 9,83 10,31 5,97 9,40 -9,91 -10,29 -6,06 -9,38

Page 83: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

83

TABELA 7.13: Valores estimados do banco de pilhas padrão do cliente Alfa. DATA p1 (V) p2 (V) p3 (V) p4 (V) m (V) Sm(V)

01/03/99 1,018 108 96 1,018 109 37 1,018 105 09 1,018 108 40 1,018 107 96 0,033

02/03/99 1,018 108 94 1,018 109 38 1,018 105 13 1,018 108 40 1,018 107 96 0,024

03/03/99 1,018 108 92 1,018 109 38 1,018 105 10 1,018 108 38 1,018 107 94 0,018

04/03/99 1,018 108 91 1,018 109 34 1,018 105 05 1,018 108 35 1,018 107 91 0,046

05/03/99 1,018 108 84 1,018 109 38 1,018 105 02 1,018 108 34 1,018 107 90 0,041

08/03/99 1,018 108 88 1,018 109 31 1,018 104 98 1,018 108 37 1,018 107 88 0,051

09/03/99 1,018 108 83 1,018 109 32 1,018 105 03 1,018 108 36 1,018 107 88 0,037

10/03/99 1,018 108 84 1,018 109 32 1,018 105 02 1,018 108 33 1,018 107 88 0,041

11/03/99 1,018 108 83 1,018 109 31 1,018 104 99 1,018 108 32 1,018 107 86 0,045

12/03/99 1,018 108 94 1,018 109 42 1,018 105 07 1,018 108 70 1,018 108.03 0,060

15/03/99 1,018 108 97 1,018 109 40 1,018 105 12 1,018 108 49 1,018 108 00 0,015

Valor médio de

cada pilha (p- i) 1,018 108 90 1,018 109 36 1,018 105 05 1,018 108 40

Desvio padrão de

cada média (Sp- i)

0,016 V 0,012 V 0,015 V 0,033 V

040,0 VmS

Vmp

S 021,0

A incerteza do tipo A do banco será então:

V045,0040,0021,022

Page 84: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

84

TABELA 7.14: Incerteza final repassada para o cliente Alfa na calibração de

uma pilha padrão realizada de 01 a 15 de março de 1999. FONTES DE INCERTEZA VALOR

()

DISTRIBUIÇÃO DE

PROBABILIDADE

DIVISOR INCERTEZA

(V)

Calibração da pilha eletrônica 0,192 normal 1 0,192

Estabilidade do medidor 0,080 retangular 3 0,046

FEMs térmicas 0,100 retangular 3 0,058

Deriva do padrão (pilha

eletrônica)

0,306 retangular 3 0,177

Repetitividade das medições 0,045 normal 1 0,045

Variação da temperatura do

banco de pilhas

0,150 retangular 3 0,087

Incerteza combinada 0,289

Incerteza expandida (K=2) 0,578

Incerteza final para o banco de pilhas padrão: 0,6V

Na análise da tabela 7.14, percebe-se que embora a incerteza final

apresentada (0,6V) seja bastante razoável, talvez seja possível diminuí-la

reduzindo-se, principalmente, as maiores contribuições que são “calibração da

pilha eletrônica” (0,192V) e da “deriva do padrão (pilha eletrônica)” (0,306V).

7.3.2 – CALIBRAÇÃO DA PILHA ELETRÔNICA 732A DO CLIENTE BETA

O cliente Beta teve sua pilha eletrônica 732A calibrada no INMETRO em

maio de 96, março de 97, de 98 e de 99. Os valores encontrados para as tensões

nominais de saída podem ser vistos na tabela 7.15. No anexo D encontram-se as

cópias dos certificados de calibração correspondentes.

Page 85: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

85

TABELA 7.15: Valores obtidos na calibração da pilha eletrônica 732A do

cliente Beta em 03/05/96, 10/03/97, 23/03/98 e 15/03/99. DATA

Valor Nominal 03/05/96 10/03/97 23/03/98 15/03/99

1V ------ 1,000 009 3 V 1,000 006 4 V 1,000 011 2 V

------ 2ppm (2V) 0,6V 0,6V

1,018V 1,017 997 V 1,017 996 7 V 1,017 995 1 V 1,017 996 2 V

2ppm (2V) 2ppm (2V) 0,6V 0,6V

10V 10,000 03 V 9,999 918 V 9,999 917 V 9,999 925 V

2ppm (20V) 2ppm (20V) 8V 6V

A variação observada nos valores da pilha eletrônica, na análise da

tabela 7.15, são consideradas normais conforme já visto anteriormente. Como no

item anterior, a redução nos valores de incerteza demonstram os resultados

alcançados por este trabalho e o atingimento das metas propostas.

Nas tabelas seguintes, poderão ser vistos os resultados obtidos na última

calibração da pilha eletrônica do cliente Beta, realizada no período de 01 a 15 de

março de 1999. A tabela 7.16 mostra os valores das diferenças medidas entre a

pilha eletrônica do cliente e a do INMETRO e os valores estimados para cada dia

de medição. A tabela 7.17 apresenta a incerteza final fornecida para o cliente

Beta, relativo ao valor nominal de 1,018V. A memória de cálculo desta calibração

pode ser vista no apêndice 7.

Page 86: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

86

TABELA 7.16: Valores obtidos na calibração da pilha eletrônica 732A do

cliente Beta no período entre 01 e 15/03/99.

Diferenças Medidas Dif. Média Parâmetros

Estimados

DATA D1 (V) D2 (V) D12 (V) pe (V)

01/03/99 -102,66 102,96 -102,81 1,017 996 29

02/03/99 -102,93 103,25 -103,09 1,017 996 01

03/03/99 -102,86 103,18 -103,02 1,017 996 08

04/03/99 -103,02 103,24 -103,13 1,017 995 97

05/03/99 -102,90 103,18 -103,04 1,017 996 06

08/03/99 -102,60 102,82 -102,71 1,017 996 39

09/06/99 -102,84 103,04 -102,94 1,017 996 16

10/03/99 -102,58 102,84 -102,71 1,017 996 39

11/03/99 -102,30 104,00 -103,15 1,017 995 95

12/03/99 -102,15 103,25 -102,70 1,017 996 40

15/03/99 -102,64 102,84 -102,74 1,017 996 36

Valor médio de pe (V) 1,017 996 19

Incerteza tipo A: 0,055V

TABELA 7.17: Incerteza final repassada para o cliente Beta na calibração da

uma pilha eletrônica 732A, realizada no período de 01 a 15 de março de

1999. FONTES DE INCERTEZA VALOR

(V)

DISTRIBUIÇÃO DE

PROBABILIDADE

DIVISOR INCERTEZA

(V)

Calibração da pilha eletrônica 0,192 normal 1 0,192

Estabilidade do medidor 0,080 retangular 3 0,046

FEMs térmicas 0,100 retangular 3 0,058

Deriva do padrão (pilha

eletrônica)

0,306 retangular 3 0,177

Repetitividade das medições 0,055 normal 1 0,055

Incerteza combinada 0,277

Incerteza expandida (K=2) 0,554

Incerteza final para o banco de pilhas padrão: 0,6 V

A observação da tabela 7.17, novamente, demonstra que embora a

incerteza final de valor 0,6V atenda as metas pré estabelecidas no presente

trabalho, pode ser ainda menor desde que consiga-se reduzir o valor de cada

Page 87: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

87

contribuição particularmente as contribuições “calibração da pilha eletrônica” e

“deriva do padrão (pilha eletrônica)”.

7.3.3 – CALIBRAÇÃO DA PILHA ELETRÔNICA DO CLIENTE GAMA

O cliente Gama teve sua pilha eletrônica 732B calibrada no INMETRO em

novembro de 96, dezembro de 97, novembro de 98 e outubro de 99. Os valores

encontrados para as tensões nominais de saída podem ser vistos na tabela 7.18.

No anexo E encontram-se as cópias dos certificados de calibração

correspondentes.

TABELA 7.18: Valores obtidos na calibração da pilha eletrônica 732B do

cliente Gama em 08/11/96, 16/12/97, 23/11/98 e 19/10/99. DATA

Valor Nominal 08/11/96 16/12/97 23/11/98 19/10/99

1,018V 1,018 187 1 V 1,018 176 9 V 1,018 171 4 V 1,018 165 3 V

2ppm (2V) 0,9V 0,7V 0,3V

10V 10,000 039 V 10,000 044 V 10,000 053 V 10,000 052 V

2ppm (20V) 8V 6V 6V

A tabela 7.18 mostra a redução da incerteza na calibração da pilha

eletrônica de 2V em novembro de 1996 para 0,9V e 0,7V em dezembro de

1997 e novembro de 1998, respectivamente. Esta redução, como já visto no caso

dos clientes Alfa e Beta, demonstram os resultados obtidos através deste

trabalho. Já a incerteza obtida em outubro de 1999 é conseqüência, também da

entrada em operação do sistema Josephson.

Nas tabelas seguintes, poderão ser vistos os resultados obtidos na última

calibração da pilha eletrônica do cliente Gama, realizada no período de 04 a 19

de outubro de 1999. A tabela 7.19 mostra os valores das diferenças medidas

entre a pilha eletrônica do cliente e a do INMETRO e os valores estimados para

cada dia de medição. A tabela 7.20 apresenta a incerteza final fornecida para o

cliente Gama, relativo ao valor nominal de 1,018V. A memória de cálculo

encontra-se no apêndice 8.

Page 88: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

88

TABELA 7.19: Valores obtidos na calibração da pilha eletrônica 732B do

cliente Gama no período entre 04 e 19/10/99.

Diferenças Medidas Diferença

Média

Parâmetros

Estimados

DATA D1 (V) D2 (V) D12 (V) pe (V)

04/10/99 67,08 -67,04 67,06 1,018 165 31

05/10/99 67,15 -67,11 67,13 1,018 165 54

06/10/99 67,13 -67,11 67,12 1,018 165 39

07/10/99 67,04 -67,00 67,02 1,018 165 24

08/10/99 67,03 -66,99 67,01 1,018 165 24

13/10/99 66,97 -66,93 66,95 1,018 165 18

14/10/99 66,97 -66,93 66,95 1,018 165 18

15/10/99 66,93 -66,91 66,92 1,018 165 15

18/10/99 66,96 -66,92 66,94 1,018 165 17

19/10/99 66,95 -66,93 66,94 1,018 165 17

Valor médio de pe (V) 1,018 165 26

Incerteza tipo A: 0,039V

TABELA 7.20: Incerteza final repassada para o cliente Gama na calibração

de uma pilha eletrônica 732B, realizada no período de 04 a 19 de outubro de

1999. FONTES DE INCERTEZA VALOR

()

DISTRIBUIÇÃO DE

PROBABILIDADE

DIVISOR INCERTEZA

(V)

Calibração da pilha eletrônica 0,061 Normal 1 0,061

Estabilidade do medidor 0,080 Retangular 3 0,046

FEMs térmicas 0,100 Retangular 3 0,058

Deriva do padrão (pilha

eletrônica)

0,187 Retangular 3 0,108

Repetitividade das medições 0,039 Normal 1 0,039

Incerteza combinada 0,150

Incerteza expandida (K=2) 0,300

Incerteza final para o banco de pilhas padrão: 0,3 V

A comparação entre as tabelas 7.14, 7.17 e 7.20, demonstram que a

redução das contribuições devido à “ calibração da pilha eletrônica” e “deriva do

padrão (pilha eletrônica)”, verificadas na tabela 7.20, são responsáveis pela

redução da incerteza final declarada. É importante ressaltar que esta redução

Page 89: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

89

deveu-se a recente implantação do sistema Josephson, que por ser recente ainda

carece de um estudo mais aprofundado.

Page 90: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

90

8 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

8.1 - CONCLUSÕES

O trabalho descrito na presente dissertação teve como objetivo principal

desenvolver um método que proporcionasse maior eficiência nos processos de

transferência, manutenção e disseminação do volt no Brasil, de forma a atender a

crescente demanda dos laboratórios credenciados por níveis de incerteza cada

vez menores. Esta melhoria pode ser observada pela análise do item 9.A

(diagrama de rastreabilidade da padronização da tensão dc) apresentado no

apêndice 9 onde verifica-se a diminuição da incerteza fornecida pelo INMETRO,

quando compara-se o período anterior com o posterior a este trabalho.

Outra evidência desta melhoria provém da análise dos certificados de

calibração apresentados nos anexos C, D e E, onde verifica-se que os

certificados emitidos antes de novembro de 97, além de não fornecerem

importantes informações para os clientes declaravam uma incerteza de 2ppm e

que a partir daí, com a implementação deste método foi possível, por um lado,

obter resultados com incertezas até quatro vezes menores. Tais informações

passaram a ser disponibilizadas em certificados de calibração bem mais

detalhados, apresentando, não apenas os resultados das medições, mas,

também, todas as contribuições de incerteza envolvidas no processo, o que

permite aos clientes conhecer detalhes do comportamento do seu padrão durante

o processo de calibração, facilitando o acompanhamento deste padrão em seu

próprio laboratório. Assim, a análise das tabelas 7.11 e 7.15, mostram a melhoria

da incerteza fornecida, respectivamente, para os clientes Alfa e Beta, isto é,

redução de 2V em 1996 para 0,06V em 1999, em ambos os casos. A redução

da incerteza acentua-se ainda mais quando é utilizado os valores da pilha

eletrônica imediatamente após ter sido calibrada pelo Sistema Josephson. Estas

conclusões podem se comprovadas pela análise da Tabela 7.18, que apresenta

os resultados da calibração de uma pilha eletrônica, de um mesmo cliente, em

96, 97, 98 e 99. O certificado de novembro de 96, antes da implantação da nova

metodologia, apresenta uma incerteza de 2ppm ( 2V), enquanto os de

dezembro de 97 e de novembro de 98, após a implementação deste método,

apresenta as incertezas 0,9V e 0,7V, respectivamente e finalmente o de

Page 91: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

91

outubro de 99, após a implantação do efeito Josephson, apresenta uma incerteza

de 0,3V

A entrada em operação, no INMETRO, do sistema de padronização do

volt baseado no efeito Josephson que acaba de tornar-se realidade evidencia,

ainda mais, a importância deste trabalho, uma vez que o repasse do valor do volt

primário para os bancos de pilhas ocorrerá, agora, de forma sistemática e

contínua, necessitando das ferramentas aqui apresentadas para tratamento dos

dados obtidos.

Os dados obtidos na intercomparação do Sistema Josephson do

INMETRO com aquele do NIST, Tabelas 7.7, 7.8 e 7.9, demonstram a

concordância entre os dois sistemas. O sistema do INMETRO se manteve mais

estável do que o do NIST, o que pode ser comprovado pela comparação entre a

incerteza tipo A do NIST (69nV) e a incerteza tipo A do INMETRO antes (32nV) e

depois da ida ao NIST (14nV).

Outro fato relevante que pode ser verificado observando-se a Tabela 7.5,

que mostra os valores estimados de cada uma das pilhas do banco e da pilha

eletrônica, é a invariabilidade ao longo do tempo, neste caso 18 meses, da média

do banco de pilhas padrão e, por outro lado, a variabilidade da pilha eletrônica no

mesmo período (900nV).

Portanto, pode-se afirmar que o objetivo principal deste trabalho foi

atingido integralmente, uma vez que possibilitou ao INMETRO disseminar o volt

com menores incertezas, atendendo aos anseios de seus clientes, isto é, os

laboratórios credenciados.

8.2 – RECOMENDAÇÕES

Muito embora, como mencionado anteriormente, o presente trabalho

tenha alcançado seus objetivos, ele, evidentemente, não esgota todas as

possibilidades do tema dissertado. Principalmente após a recente implantação do

Sistema Josephson, apresenta-se um vasto leque de desdobramentos, dentre os

quais pode-se destacar:

aprofundamento do estudo sobre as contribuições de incerteza na

calibração da pilha eletrônica através deste Sistema, evidentemente, com

o objetivo de reduzi-las;

Page 92: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

92

a redução da incerteza na calibração da pilha eletrônica na tensão

nominal de 10V;

um estudo mais detalhado sobre o comportamento das pilhas padrão;

a automação, desde a aquisição dos dados até a emissão dos

certificados de calibração, passando evidentemente pelo tratamento

destes dados.

a implantação do padrão Josephson de 10V.

Page 93: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

93

9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[01] BIPM, Le Système International d’ unités SI. Bureau International des poids et mesures – 7e édition – France, 1998 – ISBN92 – 822 – 2154 –7 .

[02] BNM Bulletin du Bureau National de Metrologie. Volume 1999-2. n.º 116 –

59p.

[03] DIAS, J.L.M., Medida, Normalização e Qualidade; aspectos da história da

metrologia no Brasil. Rio de Janeiro: Ilustrações, 1998. 292p.

[04] FIELD, B.F. Standard Cell- Calibrations. NBS Special Publication 250-24.

[05] FREITAS, L.C., A evolução do Sistema Metrológico Internacional. Revista

INMETRO, V. 0, N.º 0, Abril-Junho, 1992.

[06] HAMER, W.J., Standard Cells – Their Construction, Maintenance and Characteristics. National Bureau of standards Monograph 84 – 1965.

[07] IHLENFELD, W.G.K. Maintenance of Measuring Electrical Units Through

Intercomparison Program of Standards using the Least Squares Method. Laboratório Central de Eletrotécnica e Eletrônica – LAC, Curitiba, PR, janeiro. 1989.

[08] ...........................................Proposta de uma Metodologia de Avaliação de

resultados de um Programa Interlaboratorial para a Unidade Elétrica volt. Laboratório Central de Eletrotécnica e Eletrônica – LAC, Curitiba, PR, janeiro - 1989.

[09] INMETRO Quadro Geral de unidades de medidas: Resolução nº

12/1998/Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Duque de Caxias: INMETRO 1989. 20p.

[10] INMETRO Sistema Internacional de Unidades SI. Instituto Nacional de

Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – 4ª edição – Duque de Caxias: INMETRO, 1991. 91p.

[11] INMETRO Vocabulário Internacional de termos fundamentais de metrologia:

Portaria n.º 29, de 10 de março de 1995. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Duque de Caxias: INMETRO, 1995-52p.

[12] Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.

Instituição do sistema nacional de metrologia, normalização e qualidade industrial – 2ª edição – Duque de Caxias: INMETRO, 1986. 16p.

Page 94: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

94

[13] ISO – International Organization for Standartization. Guide to the Expression of Uncertainty in Measurement. ISO. TAG 4/WG3. 1993.

[14] ISO – International Organization for Standartization. International vocabulary of basic and general terms in metrology. ISO 1993 – 2ª edição. ISBN 92-6701075-1.

[15] KIND, D., QUINN T. Metrology: Quo Vadis? IEEE Transactions on

Instrumentation and Measurements, V. 44, N.º 2, April 1995.

[16] LANGENBERG, D.N., SCALAPINO, D.J., TAYLOR, B.N. The Josephson Effects. Scientific American. V. 214, N.º 5, May 1966.

[17] LONGO, W.P., Ciência e Tecnologia: Evolução, Inter-relação e

Perspectivas. Anais do 9º Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP) V.1, 42 (1989).

[18] --------------------, Desenvolvimento Científico e Tecnológico: Conseqüências

Estratégicas e Perspectivas. Escola Superior de Guerra/Departamento de Estudos – 1991.

[19] MOTOYAMA, S., Ciência e Tecnologia e a história da dependência do

Brasil. Rev. Bras. Tecnol., Brasília, V.15 (3), mai/jun – 1984.

[20] NAMAS. The Expression of Uncertainty and Confidence in Measurement for Calibrations. NIS 3003, Edition 8, May 1995.

[21] PNM – Plano Nacional de Metrologia – Documento Síntese. Elaborado para

o CONMETRO – Série Brasileira de Publicações em Metrologia –1998.

[22] PÖPEL, R., The Josepshon Effect and Voltage Standards. Metrologia 1992,

29, 153 – 174.

[23] PTB – Physikalich Technishe Bundesanstalt. SI base units: Definition – Development – Realisation. Scientific official publications of the PTB. 1994.

[24] SANTOS, L.C.G., AFONSO, E.,O Volt no Sistema Metrológico Brasileiro.

Seminário Internacional de Metrologia Elétrica, 2, Curitiba, 24-26 setembro, 1996. Anais. Curitiba, LAC-UFRJ/COPEL, 1996.389p.

[25] STOUT, M.B., Curso Básico de Medidas Elétricas. Livros Técnicos e

Científicos. Editora S.A., 1974. Tradução: Armando Bandeira de Lima.

[26] TAYLOR, B.N., WITT, T.J., New International Electrical Reference Standards Based on the Josephson and Quantum Hall Effects. Metrologia 26, 47-62 (1989).

Page 95: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

95

10 – APÊNDICES

Page 96: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

96

10.1 – APÊNDICE 1: DETERMINAÇÃO DO VALOR DE CADA PILHA DO

BANCO EM FUNÇÃO DA PILHA ELETRÔNICA.

D

D

D

D

D

D

D

D

P .

1

1

1

1

1-

1-

1-

1-

P

P

P

P

.

1- 0 0 0

0 1- 0 0

0 0 1- 0

0 0 0 1-

1 0 0 0

0 1 0 0

0 0 1 0

0 0 0 1

8

7

6

5

4

3

2

1

e

4

3

2

1

ou

P + Pe = D

onde:

- matriz de coeficientes, especifica a ordem em que são tomadas as diferenças

medidas.

P - vetor dos elementos a serem estimados.

- vetor de coeficientes, especifica a ordem em que são tomadas as diferenças

medidas.

Pe - valor da pilha eletrônica.

D - vetor das diferenças medidas.

e

T

ePPPDS -P-D

e

P -P-D TT

e

TTT

PPDS

eeeP P P

TT

e

TT

e

TT

e

TTTTTTTTT

PPPDPPPPDPDPDDDS

derivando-se S em relação a P e igualando a zero, teríamos:

Page 97: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

97

0

TT

e

TTT

PPDP

S

TT

e

TTT

PDP

TTT

e

TTTT PDP

eP TTT DP

e

1

P

DP TT

Page 98: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

98

10.2 – APÊNDICE 2: DEMONSTRAÇÃO DO CÁLCULO DE P

1- 0 0 0 1 0 0 0

0 1- 0 0 0 1 0 0

0 0 1- 0 0 0 1 0

0 0 0 1- 0 0 0 1

0 0 0 0

0 1- 0 0

0 0 1- 0

0 0 0 1-

1 0 0 0

0 1 0 0

0 0 1 0

0 0 0 1

T

21 0 0 0

0 2

1 0 0

0 0 2

1 0

0 0 0 2

1

1

2 0 0 0

0 2 0 0

0 0 2 0

0 0 0 2

T T

ee

ee

ee

ee

e

e

e

e

e

e

e

e

e

e

PDPD

PDPD

PDPD

PDPD

PD

PD

PD

PD

PD

PD

PD

PD

PD

PD

84

73

62

51

T

8

7

6

5

4

3

2

1

e

e

e

e

e

e

e

e

e

TT

PDD

PDD

PDD

PDD

PDD

PDD

PDD

PDD

PDP

84

73

62

51

84

73

62

51

1

21

21

21

21

22

1

22

1

22

1

22

1

Page 99: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

99

10.3 – APÊNDICE 3:OBTENÇÃO DE P1, P2, P3,P4 E Pe ESTIMADOS

1 1 1 1 1- 1- 1- 1-

1- 0 0 0 1 0 0 0

0 1- 0 0 0 1 0 0

0 0 1- 0 0 0 1 0

0 0 0 1- 0 0 0 1

1 1- 0 0 0

1 0 1- 0 0

1 0 0 1- 0

1 0 0 0 1-

1- 1 0 0 0

1- 0 1 0 0

1- 0 0 1 0

1- 0 0 0 1

T

8 2- 2- 2- 2-

2- 2 0 0 0

2- 0 2 0 0

2- 0 0 2 0

2- 0 0 0 2

T

0 0 1 1 1 1

0 8 2- 2- 2- 2-

1 2- 2 0 0 0

1 2- 0 2 0 0

1 2- 0 0 2 0

1 2- 0 0 0 2

0

T

C

CT

0 2 2 2 2 2

2 1 0 0 0 0

2 0 3 1- 1- 1-

2 0 1- 3 1- 1-

2 0 1- 1- 3 1-

2 0 1- 1- 1- 3

81

0

1T

C

CT

Page 100: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

100

M

DDDDDDDD

DD

DD

DD

DD

M

DT

4

4

87654321

84

73

62

51

MDDDDDDDD

MDDDDDDDD

MDDDDDDDD

MDDDDDDDD

MDDDDDDDD

M

D

C

CTTT

8

83

83

83

83

81

4

.

0

87654321

84736251

84736251

84736251

84736251

1

Page 101: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

101

10.4 – APÊNDICE 4: MEMÓRIA DE CÁLCULO DA TRANSFERÊNCIA DO VOLT

DO BIPM PARA O INMETRO

1) Determinação do valor de cada pilha e da média:

V01810238,14

1

V01810367,101809789,11070,586,52

12

1

V01810169,101809789,11070,390,32

12

1

V01810509,101809789,11009,730,72

12

1

V01809905,101809789,11003,129,12

12

1

4321

6

844

6

733

6

622

6

511

ppppm

PDDp

PDDp

PDDp

PDDp

e

e

e

e

Page 102: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

102

2) Contribuições de incerteza:

2.1) Tipo A (repetividade das medições)

2

48

2

37

2

26

2

15

2

44

2

33

2

22

2

11412

0p

ePDp

ePDp

ePDp

ePD

ePpD

ePpD

ePpD

ePpDs

2

48

8

2

37

7

2

26

6

2

15

5

2

84

4

2

73

3

2

62

2

2

51

1

2

0222222224

1 DDD

DDD

DDD

DDD

DDD

DDD

DDD

DDDs

2

84

2

73

2

62

2

5181

2

2

84

2

2

73

2

2

62

2

2

512

120

DDDDDDDDDDDDDDDD

s

V0,1495,705,863,703,907,097,301,031,298

1s2222

V0,1050,1492

1s

2

1s

22

0p

V 0,0530,1498

1s

8

1s

22

0M

Page 103: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

103

2.2) Tipo B

2.2.1) Estabilidade do medidor: 0,015% da leitura + 5 dígitos.

Sabendo-se que a maior leitura realizada jamais ultrapassará o valor de 200V,

podemos considerar esta contribuição como sendo sempre de:

V080,005,0200100

015,0

2.2.2) Variação da temperatura do banco de pilhas: 0,003º C

Coeficiente de temperatura = -50 V/ºC

V150,050003,0

2.2.3) Certificado do Padrão de Transferência (CPT)

VSU 034,0

Incerteza do tipo B = 0,010 V

Incerteza Efeito Josephson = 0,001 V

VICPT

035,0001,0010,0034,0222

2.2.4) FEMs térmicas

Historicamente esta contribuição é de no máximo 0,100 V.

2.2.5) Variação da temperatura no padrão de transferência: Do certificado sabe-se

que o valor do termistor na data média foi de 39,800 k e que o coeficiente de

temperatura é de (-0,49 nV 0,056 nV). Como valor do termistor no dia 18/11 foi de

39,820 k, chega-se em:

VnVVTPT

001,012,1056,0)800,39820,39(

Page 104: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

104

2.2.6) Variação da pressão no padrão de transferência (VPPT): Do certificado, o valor

da pressão e do coeficiente de pressão na data média foi de 1 013,15hPa e

(1,68nV/hPa 0,05nV/hPa), respectivamente. Como o valor da pressão no dia 18/11

foi de 1020,22hPa, chega-se em:

nVnVVPPT

0003,034,005,0)25,101322,1020(

Page 105: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

105

10.5 – APÊNDICE 5: MEMÓRIA DE CÁLCULO DA MANUTENÇÃO DO VOLT NO

INMETRO (DETERMINAÇÃO DO VALOR DE CADA PILHA DO BANCO E

DA PILHA ELETRÔNICA E SUAS INCERTEZAS TIPO A NO DIA 18/02/99)1

1) Determinação do valor de cada pilha do banco e da pilha eletrônica

Vp

p

MDDDDDDDDp

Vp

p

MDDDDDDDDp

Vp

p

MDDDDDDDDp

Vp

p

MDDDDDDDDp

Vp

p

MDDDDDDDDp

e

e

e

10 099 018,1

01810238,11032,413,474,256,271,553,580,045,08

1

81

32 103 018,1

01810238,11032,413,4374,256,271,553,580,045,08

1

38

1

57 101 018,1

01810238,11032,413,474,256,2371,553,580,045,08

1

38

1

72 104 018,1

01810238,11032,413,474,256,271,553,5380,045,08

1

38

1

72 099 018,1

01810238,11032,413,474,256,271,553,580,045,038

1

38

1

6

87654321

4

64

847362514

3

63

847362513

2

62

847362512

1

61

847362511

1 Análise aplicável as outras datas no período de 09/12/97 à 30/06/99

Page 106: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

106

2) Contribuição de incerteza

2.1) Tipo A

V 059,0167,08

18

1

V 051,0167,032

332

34

1

V 102,0167,0.8

38

3

167,032,413,474,256,271,553,580,045,08

1

81

220

22

0

2

22

0

2

84

2

73

2

62

2

51

2

0

2222

0

ss

ss

ss

DDDDDDDDs

pe

pm

p

s

s

2.2.1) Estabilidade do medidor: 0,015% da leitura + 5 dígitos

Sabendo-se que a maior leitura realizada jamais ultrapassará o valor de 200,

podemos considerar esta contribuição como sendo sempre de:

V080,005,0200100

015,0

2.2.2) Variação da temperatura do banco de pilhas durante a calibração: 0,003ºC

Coeficiente de temperatura: -50V/ºC

V150,050003,0

2.2.3) Calibração do banco de pilhas quando da transferência do volt do BIPM para

o INMETRO (obtido na tabela 7.3): 0,131V

2.2.4) Deriva da Média do Grupo de pilhas

Valor típico: 0,100V

2.2.5) FEM térmica

Valor típico: 0,100V

Page 107: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

107

10.6 – APÊNDICE 6: MEMÓRIA DE CÁLCULO DA CALIBRAÇÃO DA PILHA

PADRÃO DO CLIENTE ALFA

1) Determinação do valor de cada pilha

Os valores das quatro pilhas em cada dia foram determinados de acordo

com o item 1 do apêndice 3. O valor final a ser adotado para cada pilha será a

média aritmética dos doze dias de medição, isto é:

Vppppm

Vp

p

Vp

p

Vp

p

Vp

p

i

i

i

i

i

i

i

i

93 071 018,14

1

40 081 018,111

05 051 018,111

36 091 018,111

90 081 018,111

4321

11

1

4

4

11

1

3

3

11

1

2

2

11

1

1

1

2) Contribuição da incerteza

2.1) Tipo A (repetitividade das medições)

Os seguintes passos devem ser seguidos:

a) Determina-se o desvio padrão da média para cada dia de medição de acordo

com o item 2.1 do apêndice 4. Calcula-se em seguida a média destes desvios a

partir da média das variâncias.

Page 108: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

108

V040,0

015,0044,0

060,0170,0

045,0126,0

041,0115,0

037,0104,0

051,0144,0

041,0116,0

046,0131,0

018,0050,0

024,0069,0

033,0095,0

20150

20600

20450

20410

20370

20510

2041,0

20460

20180

20240

20330

11

1

11110

10100

990

880

770

660

550

440

330

220

110

m

m

m

m

m

m

m

m

m

m

m

m

m

s

s

ss

ss

ss

ss

ss

ss

ss

ss

ss

ss

ss

,,,,,,,,,,

b) Determina-se o desvio padrão da média dos onze dias de cada pilha

V033,011

109,010

1

V015,011

050,010

1

V012,011

040,010

1

V016,011

053,010

1

4

4

11

1

444

3

3

11

1

333

2

2

11

1

222

1

1

11

1

111

2

2

2

2

p

Pi ip

p

Pi ip

p

Pi ip

p

Pi ip

sspps

sspps

sspps

sspps

c) Determina-se o desvio padrão da média dos valores médios das pilhas

V021,0033,0015,0012,0016,04

1 2222

mps

Page 109: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

109

d) determina-se o valor de contribuição tipo A (sA) combinando-se os valores

determinados de Sm- e S

- m:

V045,0040,0021,0 222

m

2

sssmpA

2.2) Tipo B

2.2.1) Estabilidade do medidor: 0,015% da leitura +5 dígitos

Sabendo-se que a maior leitura jamais ultrapassará o valor de 200V, podemos

considerar esta contribuição como sendo sempre:

V080,005,0200100

015,0

2.2.2) Variação da temperatura do banco de pilhas: 0,003ºC

Coeficiente de temperatura = -50V/ºC

V150,050003,0

2.2.3) Calibração do Padrão de transferência (obtido na tabela 7.6)

V192,0

2.2.4) F.E.M. térmica

Valor típico: 0,100V

2.2.5) Deriva da pilha eletrônica desde a última calibração (18/02/99).

Estima-se que a pilha eletrônica apresenta uma deriva de aproximadamente

0,017V/dia. Considerando a data média da calibração (08/03/99), teríamos então:

V306,0017,018Deriva

Page 110: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

110

10.7 – APÊNDICE 7: MEMÓRIA DE CÁLCULO DA CALIBRAÇÃO DA PILHA

ELETRÔNICA 732A DO CLIENTE BETA

1) Determinação do valor da pilha eletrônica do cliente (pex) em função da pilha

eletrônica do INMETRO (PeI).

Os valores da pilha eletrônica foram determinados a cada dia, através da

equação:

211212 2

1 , DDDondePDpeIex

29 996 017,110 099 018,11081,102 6

1

exp

01 969 017,110 099 018,11009,103 6

2

exp

80 969 017,101 099 018,11002,103 6

3

exp

79 959 017,101 099 018,11013,103 6

4

exp

60 969 017,101 099 018,11004,103 6

5

exp

93 969 017,101 099 018,11071,102 6

6

exp

61 969 017,101 099 018,11094,102 6

7

exp

39 996 017,101 099 018,11071,102 6

8

exp

99595 017,101 099 018,11015,103 6

9

exp

40 996 017,101 099 018,11070,102 6

10

exp

36 969 017,101 099 018,11074,102 6

11

exp

91 969 017,111

111

1

i

exippex

2) Contribuição de incerteza

2.1) Tipo A (repetitividade das medições)

V055,011

182,0

V182,01

1 11 2

ex1

n

pexs

exp

ppnexp

s

si

exi

Page 111: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

111

2.2) Tipo B

2.2.1) Estabilidade do medidor: 0,015% da leitura +5 dígitos

Sabendo-se que a maior leitura jamais ultrapassará o valor de 200V, podemos

considerar esta contribuição como sendo sempre:

V080,005,0200100

015,0

2.2.2) Calibração do padrão de transferência (obtido da tabela 7.6).

0,192V

2.2.3) F.E.M. térmica

Valor típico: 0,100V

2.2.4) Deriva da pilha eletrônica desde a última calibração (18/02/99).

Estima-se que a pilha eletrônica apresenta uma deriva de aproximadamente

0,017V/dia. Considerando a data média da calibração (08/03/99), teríamos então:

V306,0017,018Deriva

Page 112: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

112

10.8 – APÊNDICE 8: MEMÓRIA DE CÁLCULO DA CALIBRAÇÃO DA PILHA

ELETRÔNICA 732B DO CLIENTE GAMA

1) Determinação do valor da pilha eletrônica do cliente (pex) em função da pilha

eletrônica do INMETRO (PeI).

Os Valores da pilha eletrônica foram determinados a cada dia, através da

equação:

)2

1 onde , 211212 D(DDPDp eIex

31 165 1,01825 098 018,11006,67 61

exp

54 165 1,01826 098 018,11013,67 62

exp

39 165 1,01827 098 018,11012,67 63

exp

24 165 1,01822 098 018,11002,67 64

exp

24 165 1,01823 098 018,11001,67 65

exp

18 165 1,01823 098 018,11095,66 66

exp

18 165 1,01823 098 018,11095,66 67

exp

15 165 1,01823 098 018,11092,66 68

exp

17 165 1,01823 098 018,11094,66 69

exp

17 165 1,01823 098 018,11094,66 610

exp

25 165 1,01810

110

1

i

exippex

2) Contribuição de incerteza

2.1) Tipo A (repetividade das medições)

V125,0)(1

1 2

1

n

i

exexipPp

ns

ex

V039,0 n

ss ex

ex

p

p

Page 113: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

113

2.2) Tipo B

2.2.1) Estabilidade do medidor: 0,015% da leitura +5 dígitos

Sabendo-se que a maior leitura jamais ultrapassará o valor de 200V, podemos

considerar esta contribuição como sendo sempre:

V080,005,0200100

015,0

2.2.2) Calibração do padrão de transferência (obtido na tabela 7.10)

0,061V

2.2.3) FEM térmica

Valor típico: 0,100V

2.2.4) Deriva da pilha eletrônica

Como o valor da pilha foi autorizado somente até o dia 08 e sabendo-se que

sua deriva é de 0,017V, até o dia 19 teríamos o máximo de : (19-8) X

0,017=0,187V

Page 114: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

114

10.9 – APÊNDICE 9: DIAGRAMAS DE RASTREABILIDADE DA PADRONIZAÇÃO

DE TENSÃO DC NO INMETRO

Este apêndice contém os diagramas que demonstram a cadeia de

rastreabilidade na padronização de tensão dc no INMETRO, desde o padrão

primário (Efeito Josephson) até a calibração de Pilhas, Fontes e Medidores. O

primeiro Diagrama, item 9.A, retrata o período anterior a este trabalho, onde era

fornecida uma incerteza de 2ppm na calibração de pilhas eletrônicas (saída de

1,018V) e pilhas padrão e o período posterior, onde, já como conseqüência deste

trabalho, a incerteza fornecida foi reduzida, chegando-se a até 0,5ppm. No item

seguinte, 9.B, é apresentado o diagrama que mostra a padronização primária da

tensão no INMETRO, em fase de implantação, que deverá fornecer uma incerteza

de 0,05ppm na calibração das pilhas.

Page 115: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

115

9.A - Diagrama de Rastreabilidade da Padronização da Tensão DC Anterior a este

Trabalho

Page 116: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

116

9.B - Diagrama de Rastreabilidade da Padronização da Tensão DC em Implantação

Page 117: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

117

11 - ANEXOS

Page 118: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

118

11.1 - ANEXO A: TERMINOLOGIA

Grandeza (mensurável)

Atributo de um fenômeno, corpo ou substância que pode ser

qualitativamente distinguido e quantitativamente determinado.

Observações:

1. O termo “grandeza” pode referir-se a uma grandeza em um sentido geral (veja

exemplo a) ou a uma grandeza específica (veja exemplo b).

Exemplos:

a) Grandezas em um sentido geral: comprimento, tempo, massa,

temperatura, resistência elétrica, concentração de quantidade de matéria;

b) Grandezas específicas:

- comprimento de uma barra;

- resistência elétrica de um fio;

- concentração de etanol em uma amostra de vinho.

2. Grandezas que podem ser classificadas, uma em relação à outra, em ordem

crescente ou decrescente, são denominadas grandezas de mesma natureza.

3. Grandezas de mesma natureza podem ser agrupadas em conjuntos de

categorias de grandezas.

Exemplos:

- Trabalho, calor, energia;

- Espessura, circunferência, comprimento de onda.

4. Os símbolos das grandezas são dados na norma ISO 31.

Valor (de uma grandeza)

Expressão quantitativa de uma grandeza específica, geralmente sob a forma

de uma unidade de medida multiplicada por um número.

Exemplos:

Comprimento de uma barra: 5,34m ou 534 cm;

1 Massa de um corpo: 0,152kg ou 152 g;

2 Quantidade de matéria de uma amostra de água (H O): 0,012mol ou 12

mol.

Page 119: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

119

Observações

1. valor de uma grandeza pode ser positivo, negativo ou nulo;

2. valor de uma grandeza pode ser expresso em mais de uma maneira;

3. Os valores de grandezas adimensionais, são geralmente expressos apenas por

números.

4. Uma grandeza que não puder ser expressa por uma unidade de medida

multiplicada por um número, pode ser expressa por meio de uma escala de

referência convencional, ou por um procedimento de medição ou por ambos.

Valor verdadeiro (de uma grandeza)

Valor consistente com a definição de uma dada grandeza específica.

Observações:

1. É um valor que seria obtido por uma medição perfeita;

2. Valores verdadeiros são, por natureza, indeterminados;

3. O artigo indefinido “um“ é usado, preferivelmente ao artigo definido “o“ em

conjunto com “valor verdadeiro“, porque podem haver muitos valores consistentes

com a definição de uma dada grandeza especifica.

Valor verdadeiro convencional (de uma grandeza)

Valor atribuído a uma grandeza específica e aceito, às vezes por

convenção, como tendo uma incerteza apropriada para uma dada finalidade.

Exemplos:

1. Em um determinado local, o valor atribuído a uma grandeza, por meio de

um padrão de referência, pode ser tomado como um valor verdadeiro

convencional;

2. CODATA (1986) recomendou o valor para a constante de Avogadro como

sendo A: 6,022 136 7 x 1023 mol-1.

Observações:

1. “Valor verdadeiro convencional “é às vezes denominado valor designado,

melhor estimativa do valor, valor convencional ou valor de referência. ”Valor de

referência”.

Page 120: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

120

2. Freqüentemente um grande número de resultados de medições de uma

grandeza é utilizado para estabelecer um valor verdadeiro convencional.

Exatidão de medição

Grau de concordância entre o resultado de uma medição e um valor

verdadeiro do mensurando.

Observações:

1. Exatidão é um conceito qualitativo;

2. O termo precisão não deve ser utilizado como exatidão;

Repetitividade (de resultados de medições )

Grau de concordância entre os resultados de medições sucessivas de um

mesmo mensurando efetuadas sob as mesmas condições de medição.

Observações:

1. Estas condições são denominadas condições de repetitividade;

2. Condições de repetitividade, incluem:

a) mesmo procedimento de medição;

b) mesmo observador;

c) mesmo instrumento de medição, utilizado nas mesmas condições;

d) mesmo local;

e) repetição em curto período de tempo.

3. Repetitividade pode ser expressa quantitativamente em função das

características da dispersão dos resultados.

Reprodutibilidade (dos resultados de medição)

Grau de concordância entre os resultados das medições de um mesmo

mensurando, efetuadas sob condições variadas de medição.

Observações:

1. Para que uma expressão da reprodutibilidade seja válida, é necessário que

sejam especificadas as condições alteradas;

2. As condições alteradas podem incluir:

Page 121: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

121

a) princípio de medição;

b) método de medição;

c) observador;

d) instrumento de medição;

e) padrão de referência;

f) local;

g) condições de utilização;

h) tempo.

3. Reprodutibilidade pode ser expressa quantitativamente em função das

características da dispersão dos resultados;

4. Os resultados aqui mencionados referem-se usualmente a resultados

corrigidos.

Incerteza de medição

Parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a

dispersão dos valores que podem ser fundamentalmente atribuídos a um

mensurando.

Observações:

1. parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio padrão (ou um múltiplo dele), ou

a metade de um intervalo correspondente a um nível de confiança estabelecido;

2. A incerteza de medição compreende, em geral, muitos componentes. Alguns

destes componentes podem ser estimados com base na distribuição estatística dos

resultados das séries de medições e podem ser caracterizados por desvios padrão

experimentais. Os outros componentes, que também podem ser caracterizados por

desvios padrão, são avaliados por meio de distribuição de probabilidade assumidas,

baseadas na experiência ou em outras informações;

3. Entende-se que o resultado da medição é a melhor estimativa do valor do

mensurando, e que todos os componentes da incerteza, incluindo aqueles

resultantes dos efeitos sistemáticos, como os componentes associados com

correções e padrões de referência, contribuem para a dispersão.

Page 122: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

122

Esta definição foi extraída do “Guia para expressão de incerteza de

medição”(ISO TAG 4 WG3 1993), no qual sua fundamentação é detalhada.

Medida materializada

Dispositivo destinado a reproduzir ou fornecer, de maneira permanente

durante seu uso, um ou mais valores conhecidos de uma dada grandeza.

Exemplos:

1. Uma massa;

2. Uma medida de volume (de um ou vários valores, com ou sem escala);

3. Um resistor elétrico padrão;

4. Um bloco padrão;

5. Um gerador de sinal padrão;

6. Um material de referência.

Observação:

A grandeza em questão pode ser denominada grandeza fornecida.

Instrumento de medição

Dispositivo utilizado para uma medição, sozinho ou em conjunto com

dispositivo(s) complementar(es).

Estabilidade

Aptidão de um instrumento de medição em conservar constantes suas

características metrológicas ao longo do tempo.

Observações:

1. Quando a estabilidade for estabelecida em relação a uma outra grandeza que

não o tempo, isto deve ser explicitamente mencionado;

2. A estabilidade pode ser quantificada de várias maneiras, por exemplo:

a) pelo tempo no qual a característica metrológica, varia de um valor

determinado;

b) em termos da variação de uma característica em um determinado período

de tempo.

Page 123: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

123

Padrão internacional

Padrão reconhecido por um acordo internacional para servir,

internacionalmente, como base para estabelecer valores a outros padrões da

grandeza a que se refere.

Padrão nacional

Padrão reconhecido por uma decisão nacional para servir , em um país,

como base para estabelecer valores a outros padrões da grandeza a que se refere.

Padrão primário

Padrão que é designado ou amplamente reconhecido como tendo as mais

altas qualidades metrológicas e cujo valor é aceito sem referência a outros padrões

de mesma grandeza.

Observação:

O conceito de padrão primário é igualmente válido para grandezas de

base e para grandezas derivadas.

Padrão de referência

Padrão, geralmente tendo a mais alta qualidade metrológica disponível em

um dado local ou em uma dada organização, a partir do qual as medições lá

executadas são derivadas.

Padrão de trabalho

Padrão utilizado rotineiramente para calibrar ou controlar medidas

materializadas, instrumentos de medição ou materiais de referência.

Observações:

1. Um padrão de trabalho é, geralmente calibrado por comparação a um padrão

de referência.

2. Um padrão de trabalho utilizado rotineiramente para assegurar que as

medições estão sendo executadas corretamente é chamado padrão de controle.

Page 124: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

124

Padrão de transferência

Padrão utilizado como intermediário para comparar padrões.

Observação:

Termo dispositivo de transferência deve ser utilizado quando o

intermediário não é um padrão.

Calibração

Aferição

Conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a

relação entre os valores indicados por um instrumento de medição ou sistema de

medição ou valores representados por uma medida materializada ou um material de

referência, e os valores correspondentes das grandezas estabelecidos por padrões.

Observações:

1. O resultado de uma calibração permite tanto o estabelecimento dos valores do

mensurando para as indicações, como a determinação das correções a serem

aplicadas.

2. Uma calibração pode também determinar outras propriedades metrológicas

como o efeito das grandezas de influência.

3. O resultado de uma calibração pode ser registrado em um documento,

algumas vezes denominado certificado de calibração ou relatório de calibração.

Conservação de um padrão

Conjunto de operações necessárias para preservar as características

metrológicas de um padrão dentro de limites apropriados.

Observação:

As operações normalmente incluem calibração periódica, armazenamento

em condições adequadas e utilização cuidadosa.

Page 125: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

125

11.2 – ANEXO B : CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO DA PILHA ELETRÔNICA DO

INMETRO NO BIPM

Page 126: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

126

Page 127: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

127

Page 128: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

128

11.3 – ANEXO C : CERTIFICADOS DE CALIBRAÇÃO DA PILHA PADRÃO DO

CLIENTE ALFA

Este anexo contém os Certificados de Calibração da pilha padrão, modelo

9154-D, fabricante Guildline, do cliente Alfa, datados de 28/11/96, 28/01/98 e

22/03/99, dos quais foi omitida a identificação do cliente verdadeiro por razões de

confidencialidade.

Os dados originais encontram-se arquivados na divisão de Metrologia

Elétrica, do INMETRO e somente poderão ser disponibilizados com autorização

explícita do Cliente.

Page 129: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

129

Page 130: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

130

Page 131: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

131

Page 132: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

132

Page 133: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

133

Page 134: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

134

Page 135: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

135

11.4 – ANEXO D: CERTIFICADOS DE CALIBRAÇÃO DA PILHA ELETRÔNICA

732A DO CLIENTE BETA

Este anexo contem os certificados de calibração da pilha eletrônica, modelo

732A, fabricante Fluke, do cliente Beta, datados de 03/05/96, 10/03/97, 23/03/98 e

22/03/99 , dos quais foi omitida a identificação do cliente verdadeiro por razões de

confidencialidade.

Os dados originais encontram-se arquivados na divisão de Metrologia

Elétrica, do INMETRO e somente poderão ser disponibilizados com autorização

explícita do Cliente.

Page 136: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

136

Page 137: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

137

Page 138: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

138

Page 139: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

139

Page 140: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

140

Page 141: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

141

Page 142: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

142

Page 143: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

143

Page 144: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

144

Page 145: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

145

Page 146: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

146

11.5 – ANEXO E: CERTIFICADOS DE CALIBRAÇÃO DA PILHA ELETRÔNICA

732B DO CLIENTE GAMA

Este anexo contem os certificados de calibração da pilha eletrônica, modelo

732B, fabricante Fluke, do cliente Gama, datados de 08/11/96, 16/12/97, 03/12/98 e

22/10/99, dos quais foi omitida a identificação do cliente verdadeiro por razões de

confidencialidade.

Os dados originais encontram-se arquivados na divisão de Metrologia

Elétrica, do INMETRO e somente poderão ser disponibilizados com autorização

explícita do Cliente.

Page 147: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

147

Page 148: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

148

Page 149: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

149

Page 150: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

150

Page 151: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

151

Page 152: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

152

Page 153: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

153

Page 154: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

154

Page 155: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

155

Page 156: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

156

Page 157: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

157

Page 158: PADRONIZAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VOLT: O CASO …§ão Mestrado... · praticados pelo INMETRO na calibração de pilha padrão e de padrões de tensão baseados no diodo zener (“pilha

158