Coluna Inovação Tecnológica

GERENCIANDO UM PROJETO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Como o assunto inovação entrou em definitivo na pauta

das empresas e organizações patronais mais modernas, a

própria ABNT já está elaborando uma norma de gestão da

pesquisa, do desenvolvimento e da inovação (PD&I)

descrevendo uma série de requisitos que são considerados

relevantes a serem incluídos em um projeto de PD&I.

O texto base da norma é feliz ao abordar o tema da

gestão do projeto de inovação, onde se inclui a (i) iniciação,

(ii) o planejamento, (iii) a execução, (iv) o controle e

monitoramento e (v) encerramento de todos os aspectos

do projeto em um processo contínuo para alcançar os seus

objetivos. Quem atua com projeto industrial sabe que

tratar inovação como projeto é o caminho mais

profissional. Aliás, não é isto que fazem as empresas ao

planejarem projeto de fornecimento ou de aquisição de

maquinário e de equipamentos? Então, idem agora tanto

para o fornecimento como para a aquisição de tecnologias

sob a forma de patentes, invenções não patenteadas,

licenças, modelos de utilidade, e serviços com alto

conteúdo tecnológico.

Projeto de inovação. Longe de avançar na proposta de uma

metodologia para gestão de PD&I, mas reconhecendo a

importância de se ter um projeto de inovação,

apresentamos a seguir um padrão básico de ‘project

charter’:

Projeto Acelerômetro eletro-mecânico

Solução projetada Microchip capaz de detectar rápidas alterações de movimento

Pressuposto a ser ‘testado’

Aplicação do acelerômetro em airbags

Tecnologia correlata ou

complementar

Demais acelerômetros de estruturas micro-eletro-mecânicas usadas em

sistemas de navegação e de proteção ativa

Cronograma Marco previsto x realizado

Expectativas de impacto

(i) Aprimoramento potencializado em pelo menos cinco vezes em relação

àquele obtido por um desempenho já conhecido e (ii) Projeto com redução de

custo operacional superior a 30%

Bastos, G. Neste artigo (2010).

Como se vê, um simples ‘project charter’ como este de

exemplo já permite cinco unidades de análise de PD&I a

serem consideradas pelo profissional ou fornecedor

designado para atingir os objetivos do projeto. Trata-se

naturalmente de uma visão simplificada e que não substitui

um plano de projeto tecnológico e de PD&I que contenha

toda uma estrutura de generalidades, requisitos e planos

de regime de apropriação e exploração da tecnologia a ser

desenvolvida.

Oportunidades concretas. O METALSUL já vem

disseminando a cultura da inovação para seus associados

[1] e, em 2010, estará organizando informações sobre

oportunidades de negócios ligadas a inovação. Neste

sentido estaremos contribuindo um pouco, ao trazer a baila

algumas demandas e casos de sucesso em projetos de

pesquisa e inovação no Setor Elétrico. Isto faz sentido na

medida em que concessionárias e permissionárias de

distribuição, geração e transmissão de energia elétrica

devem aplicar anualmente um percentual mínimo de sua

receita operacional líquida no Programa de Pesquisa e

Desenvolvimento do Setor de Energia Elétrica [2].

Existem recursos compulsórios neste Setor, algo

próximo a um orçamento de R$ 190mi/ano. O ingresso,

porém, não é trivial já que os projetos de PD&I são

acompanhados com rigor pela ANEEL, exigindo das

concessionárias e dos executores de PD&I uma razoável

capacidade de gestão dos seus projetos de inovação. Mas

isto já é assunto para a próxima edição do Metalsul

Notícias. Aquele abraço!

[1] ALVES, R. Inovação Tecnológica: Outro desafio às empresas. Metalsul

Notícias. Volta Redonda, 10 de dez.2009. Coluna APL Metal Mecânico,

p.12.

[2] Lei 9.991/2000 e MP 144/2003.

Glaudson Bastos. Gerente de Projetos da Logike Associados S/C e Mestre em Metrologia, Qualidade Industrial e Inovação pela PUC - Rio. Email: sac@logike.com