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PACUERA - PLANO AMBIENTAL DE CONSERVAÇÃO E USO DO ENTORNO DA PCH DOURADOS USINA LTDA. PCH DOURADOS USINA LTDA. CGH DOURADOS ABADIA DOS DOURADOS – MG PATROCÍNIO - MG MAIO / 2015

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PACUERA - PLANO AMBIENTAL DE CONSERVAÇÃO E USO DO ENTORNO

DA PCH DOURADOS USINA LTDA.

PCH DOURADOS USINA LTDA.

CGH DOURADOS

ABADIA DOS DOURADOS – MG

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Matriz: Av. José Elói dos Santos, 531 - Bairro Constantino. Patrocínio-MG. CEP 38740-000 (34) 3831-9844 Filial: Rua Goiás, nº11 sala 22 - Bairro Centro. Uberlândia – MG. CEP 38400-064 (34) 3253-2004 E-mail: [email protected] . Home page: www.agrosolos.com.br

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ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADES

Este PLANO AMBIENTAL DE CONSERVAÇÃO E USO DO ENTORNO DE RESERVATÓRIO ARTIFICIAL foi preparado pela Agrosolos Agronomia e Meio Ambiente Ltda., com observância das normas técnicas e em estrita obediência ao pedido e contrato firmado com o empreendedor PCH DOURADOS USINA LTDA.

Em razão disto, a AGROSOLOS se isenta de qualquer responsabilidade perante a contratante ou terceiros pela utilização deste trabalho, ainda que parcialmente, fora do escopo para o qual foi preparado. Este estudo é confidencial, destinando-se a uso exclusivo da contratante, não se responsabilizando a AGROSOLOS pela utilização do mesmo, ainda que em parte, por terceiros que dele venham a ter conhecimento. Esta utilização também só poderá ser feita com autorização prévia da AGROSOLOS, sob as penas da lei.

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SUMÁRIO 1. INFORMAÇÕES GERAIS ....................................................................6

1.1. DO EMPREENDEDOR / EMPREENDIMENTO ............................6 1.2. DA EMPRESA ELABORADORA ..................................................6

2. INTRODUÇÃO .....................................................................................7 3. JUSTIFICATIVA ...................................................................................7 4. OBJETIVOS .........................................................................................8

4.1. OBJETIVO GERAL .......................................................................8 4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.........................................................8

5. ASPECTOS JURÍDICOS......................................................................8 6. DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL ...................................................9

6.1. MEIO BIÓTICO .............................................................................9 6.1.1. FAUNA ......................................................................................9 6.1.1.1. IDENTIFICAÇÃO ....................................................................9 6.1.1.2. ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA FAUNA ...........................................................................................................11 6.1.1.3. BIOTA AQUÁTICA ................................................................13 6.1.2. DIAGNÓSTICO DA FLORA .....................................................13 6.1.3. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ........................14 6.1.4. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ...........................................15 6.2. MEIO FÍSICO ..............................................................................15 6.2.1. CLIMATOLOGIA ......................................................................15 6.2.2. GEOLOGIA ..............................................................................16 6.2.2.1. ASPECTOS GEOLÓGICO-GEOTECTÔNICOS DA ÁREA DO RESERVATÓRIO ..............................................................................16 6.2.2.1. ASPECTOS GEOLÓGICO-GEOTECTÔNICOS DO LOCAL DO APROVEITAMENTO ...................................................................20 6.3. MORFOLOGIA DO LOCAL ........................................................20 6.3.1. CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICAS DAS

FUNDAÇÕES ....................................................................................21 6.3.2. CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICAS DAS

FUNDAÇÕES ....................................................................................24 6.2.4. GEOMORFOLOGIA ................................................................27 6.2.5. RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS ................................28 6.3. MEIO SOCIOECONÔMICO .......................................................29 6.3.1. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ABADIA DOS

DOURADOS ......................................................................................29 6.3.2. HISTÓRIA DO MUNICÍPIO ......................................................29 6.3.3. ASPECTOS ECONÔMICOS ...................................................30 6.3.4. POPULAÇÃO ..........................................................................31

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6.3.5. SAÚDE ....................................................................................33 6.3.6. EDUCAÇÃO ............................................................................33

7. ZONEAMENTO SÓCIO-AMBIENTAL ...............................................34 7.1. ZONA DE USO DO SOLO ..........................................................34 7.1.1. ZONA DE SEGURANÇA DA USINA (ZSU) .............................34 7.1.2. ZONA DE OPERAÇÃO (ZO) ...................................................34 7.1.3. ZONA PREFERENCIAL DE PRESERVAÇÃO (ZPP) ..............34 7.1.4. ZONA DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL (ZCA) ....................35 7.1.5. ZONA DE USO URBANO (ZURB) ..........................................35 7.1.6. ZONA DE TURISMO E LAZER (ZTL) .....................................35 7.1.7. ZONA DE USO RURAL (ZUR) ................................................35 7.2. ZONA DE USO DA ÁGUA ...........................................................35 7.2.1. ZONA DE SEGURANÇA DA USINA (ZSU) .............................36 7.2.2. ZONA DE USO RESTRITO DA ÁGUA (ZURA) .......................36 7.2.3. ZONA DE USO MÚLTIPLO DA ÁGUA (ZUMA) ......................36 7.3. DIRETRIZES PARA USO DAS ZONAS ......................................36

8. PLANO DE GERENCIAMENTO DO RESERVATÓRIO ....................40 8.1. PROGRAMAS AMBIENTAIS ......................................................40 8.1.1. PROGRAMA DE GESTÃO DO RESERVATÓRIO ..................40 8.1.1.1. RECUPERAÇÃO E FORMAÇÃO DA FAIXA DE PROTEÇÃO CILIAR ...............................................................................................41 8.1.1.2. MONITORAMENTO E CONTROLE DE ÁREAS DE FRAGILIDADE AMBIENTAL .............................................................41 8.1.1.3. COMUNICAÇÃO SOCIAL ....................................................41 8.1.1.4. EDUCAÇÃO AMBIENTAL ....................................................41 8.1.1.5. MONITORAMENTO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA ...............................................................41 8.1.1.6. MONITORAMENTO DAS CONDIÇÕES HIDROSSEDIMENTOLÓGICAS .......................................................42 8.1.1.7. MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA (PEIXES) ................42

9. PLANO DE AUTOMONITORAMENTO ..............................................42 9.1. OPERACIONALIZAÇÃO DO PACUERA ....................................42 9.2. RESPONSABILIDADES .............................................................43

10. RESPONSÁVEL PELA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA ............44 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................44 12. ANEXOS ...........................................................................................46

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1. INFORMAÇÕES GERAIS

1.1. DO EMPREENDEDOR / EMPREENDIMENTO Nome: PCH Dourados Usina Ltda. CNPJ: 07.331.935/0001-08 Endereço: Estrada Municipal Abadia dos Dourados S/N – Fazenda Monte Alvao Bairro: Zona Rural CEP 38.540-000 Município: Abadia dos Dourados - MG

1.2. DA EMPRESA ELABORADORA Razão Social: Agrosolos Agronomia e Meio Ambiente Ltda. Endereço: Avenida José Elói dos Santos, 531 Bairro: Constantino – Patrocínio / MG CEP: 38.740-000 Telefone: /Fax: (34) 3831-9844 Contato: Engenheiro Agrícola e Ambiental / Gabriel Pedro Antonio Pesse

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2. INTRODUÇÃO

O Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial - PACUERA é um documento que abrange um conjunto de diretrizes e proposições com o objetivo de disciplinar a conservação, recuperação e o uso e ocupação ambientalmente equilibrado de um reservatório e seu entorno, atendendo aos preceitos da legislação, às necessidades do empreendimento e à interação com a sociedade. Deve-se ressaltar que o PACUERA é um documento de grande importância para o Poder Público e para os usuários dos recursos hídricos, além dos comitês de bacias e principalmente, para as concessionárias, uma vez que são elas as responsáveis pela gestão e operação desses ambientes. Dessa forma, ao final do PACUERA, tem-se um plano que consiste fundamentalmente no zoneamento das áreas abrangidas pela Área de Preservação Permanente (APP), onde são indicados os principais tipos de usos que poderão ser desenvolvidos no reservatório e nas áreas de entorno, normatizando a integração do público usuário com esses ambientes, além de definir restrições ao uso relativas à matéria segurança estabelecendo, desta forma, zonas limites para utilização e implantação de benfeitorias e atividades que tenham influência direta com a PCH Dourados Usina LTDA. Para elaboração do plano foram consideradas as legislações atuais sobre o tema, mais especificamente ao regime de uso do entorno, bem como do Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatórios Artificiais, além da Lei Estadual nº 20.922 de 16 de outubro de 2013, todos dispositivos em consonância com a Lei Federal 12.651/2012, denominado Novo Código Florestal.

3. JUSTIFICATIVA

Faz-se necessário o cumprimento do seguinte Programa de Monitoramento Ambiental para a formalização da Licença de Operação (LO) em questão, conforme a condicionante 9 abaixo:

Apresentar Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial, conforme prevê a Resolução CONAMA n. 302/2002. FONTE: PARECER ÚNICO Nº 1754722/2013 (SIAM) DE 21/10/2013, PÁG. 08 DE10.

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4. OBJETIVOS

4.1. OBJETIVO GERAL O objetivo geral é indicar um conjunto de diretrizes com a finalidade de disciplinar a conservação, recuperação, além do uso e ocupação do entorno do reservatório da PCH Dourados Usina LTDA., respeitando os parâmetros estabelecidos pela Resolução CONAMA 302/2002, bem como outras normas aplicáveis.

4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Promover a integração da comunidade com o novo ambiente instalado; - Estabelecer o zoneamento e respectivas diretrizes de usos do reservatório e entorno; - Definição de zonas e usos autorizados, proibidos e restritos da PCH Dourados Usina LTDA. e de seu entorno; - Diretrizes para os usos do corpo d’água; - Diretrizes para a conservação da flora e fauna local; - Diretrizes para a área de preservação permanente, APP, incluindo os processos de revegetação, seja através do plantio de mudas de espécies nativas ou regeneração natural; - Diretrizes para a zona de segurança; e

5. ASPECTOS JURÍDICOS

Não há termo de referência definindo as diretrizes gerais de compartilhamento entre os usos múltiplos possíveis ao reservatório artificial e à área de entorno do mesmo, no sentido de organizar a exploração do recurso formado pela reserva da água, sendo respeitados os preceitos da legislação ambiental vigente e aplicável à matéria de empreendimentos energéticos e áreas de preservação permanente.

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6. DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL

Para a caracterização dos meios físico, biótico e socioeconômico da área de interesse da PCH Dourados Usina LTDA., foram utilizados, além de dados produzidos em campo, dados secundários, disponíveis nos documentos denominados RCA (Relatório de Controle Ambiental) e PCA (Plano de Controle Ambiental), tais estudos ambiental já constantes do processo de licenciamento ambiental de instalação, em caráter corretivo (LIC).

6.1. MEIO BIÓTICO

6.1.1. FAUNA

6.1.1.1. IDENTIFICAÇÃO

O município de Abadia dos Dourados localiza-se na zona fitogeográfica do Cerrado. Esta zona fitogeográfica ocupa a maior parte do Estado de Minas Gerais.

Figura 1. Biomas presentes no estado de Minas Gerais.

Grande parte das áreas de entorno e da influência direta do empreendimento é constituída por áreas antropizadas ou vegetação secundária. A vegetação da região foi substituída em grande parte por pastagens e lavouras, restando alguns remanescentes de vegetação de cerrados nas diversas fisionomias, de pequenas dimensões e, em sua maioria, bastante secundarizados, conforme apresentado na Figura 2 e descrito no item relacionado.

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Figura 2. Caracterização da área do entorno da PCH Dourados Usina LTDA.

A fauna de cerrado strictu sensu é representada por animais que compartilham certas semelhanças com espécies campestres. A preferência por este tipo de habitat está na grande oferta de alimentos e na maior possibilidade de camuflagem. As espécies animais comuns a esta área necessitam de espaços abrangentes onde definem os territórios necessários para o seu ciclo vital. Nessa distribuição transitam pelos demais subsistemas em horários alternados. É uma formação vegetal muito visitada por animais de todo o sistema, em virtude da abundante oferta de frutos, flores, sementes e raízes em épocas intercaladas, mas durante todo o ano. Dusicyon vetulus (raposa-do-mato), Conepatus semistriatus (jaratataca), Kunsia tomentosus (rato-do-cerrado), Cariama cristata (seriema), Tupinambis teguixin (teiú), Ameiva ameiva (calango-verde), Caracara plancus (gavião carcará), Milvago chimachima (gavião carrapateiro), Uropelia campestris (rola-vaqueira) são espécies que podem ser encontradas neste tipo de vegetação. O subsistema campestre que engloba campo limpo, campo sujo, campo cerrado e campo rupestre possui uma fauna peculiar, a qual evoluiu de acordo com o meio ambiente. Algumas espécies, como a Rhea americana (ema), Cariama cristata (seriema) e Vanellus chilensis (quero-quero), possuem uma estrutura física delgada, com longos membros, adaptados a movimentos rápidos de fuga e observação do inimigo. A grande virtude desses animais se encontra na visão, no olfato e na audição, componentes importantes para sua sobrevivência em lugares abertos. As aves que habitam áreas campestres buscam alimentos exclusivamente no solo, desenvolveram fortes pernas para escapar dos predadores, já que os vôos não atingem grandes distâncias.

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Em virtude das qualidades ambientais, muitos animais adotaram as matas ripárias como habitat (Figura 3), distribuindo-se em nichos específicos, principalmente os de vida semi-aquática. Estas características podem ser visualizadas nas espécies Tapirus terrestris (anta), Hydrochoerus hydrochaeris (capivara) Pteronura brasiliensis (ariranha) e Tayassu pecari (queixada). Existem outras formas desenvolvidas por pequenos animais como aves terrícolas: Aramides cajanea (saracura) e Butorides striatus (socó), cujos movimentos estão diretamente relacionados com o emaranhado do sub-bosque presente nessas formações. As pernas são curtas, lateralmente delgadas e possuem uma plumagem dura e bem acomodada, de modo que facilmente podem penetrar pelo ambiente.

Figura 3. Remanescente florestal no Rio Dourados a jusante do barramento da PCH Dourados Usina LTDA.

É freqüente observar, nas áreas destinadas às pastagens para bovinos e bubalinos, aves como a curicaca (Theristicus caudatus), garça vaqueira (Egretta thula), gralha (Cyanocorax sp.), quero-quero (Vanellus chilensis), coruja buraqueira (Speotyto cunicularia), gavião carrapateiro (Milvago chimachima), além dos anus preto (Crotophaga ani) e branco (Guira guira). Nas áreas onde foram preservados alguns tipos de vegetação, ocorre ainda o pica-pau-do-campo (Colaptes campestris) e o joão-de-barro (Furnarius rufus). 6.1.1.2. ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA FAUNA De acordo com o Mapa de Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade de Minas Gerais, da Fundação Biodiversitas, o município de Abadia dos Dourados é uma das áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade faunística. O referido mapa indica as prioridades para a conservação da fauna, numa escala que

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varia de especial (maior prioridade), passando por extrema, muito alta e alta (em ordem decrescente de prioridade). Segundo os estudos da Fundação Biodiversitas a área de influência indireta do empreendimento possui prioridades para conservação para mamíferos e peixes. A área do empreendimento possui importância biológica extrema para peixes e alta para aves como área de conservação de fauna em Minas Gerais (Figura 4).

A B

C D

E

Figura 4. Áreas prioritárias para a conservação da Fauna de Minas Gerais. Fonte: Fundação Biodiversitas. A. Mamíferos, B. Aves, C. Répteis, D. Peixes, E. Invertebrados (Extraído e modificado de http://www.biodiversitas.org.br).

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6.1.1.3. BIOTA AQUÁTICA A PCH Dourados Usina LTDA. localiza-se na região de drenagem do Alto Paranaíba, Centro-Oeste do estado de Minas Gerais, próximo à divisa com o estado de Goiás. O Rio Dourados, principal curso de água da bacia, é afluente direto da margem esquerda do Rio Paranaíba. Nasce no município de Patrocínio - MG, em altitudes da ordem de 1.250 m, e percorre até sua foz, no município de Abadia dos Dourados, cerca de 166 km, em direção geral sudeste-noroeste. 6.1.2. DIAGNÓSTICO DA FLORA Grande parte das áreas de entorno e de influência direta do empreendimento é constituída por áreas antropizadas ou vegetação secundária. A vegetação da área de influência indireta foi substituída em grande parte por pastagens e lavouras, restando alguns remanescentes de vegetação de Cerrado nas diversas fisionomias, de pequenas dimensões e, em sua maioria, bastante secundarizados. Não foi realizado o levantamento dos parâmetros fitossociológicos nas áreas de entorno, influência direta e influência indireta porque sistemas de implantação de florestas baseados nestes parâmetros (que tentam reproduzir de maneira quantitativa e qualitativa a estrutura da floresta) apresentam maiores dificuldades de estabelecimento do que os sistemas baseados na sucessão florestal, que favorecem o rápido recobrimento do solo e estabelecimento da nova comunidade vegetal. O levantamento florístico foi realizado através de observações de campo e relatos de moradores da região, conhecidas popularmente como mateiros. As espécies encontradas na área do entorno e de influência do empreendimento são espécies de comuns em fisionomia de Campo Limpo a Campo Sujo: colher de vaqueiro, folha miúda, quaresmeira (Tibouchina granulosa), pau terra (Qualea spp.), carne de vaca (Roupala montana), Pata de vaca (Bauhinia spp.), pau de cobra ou vassoura de bruxa (Ouratea hexasperma) e embaúbas (Cecropia spp.). O Campo Sujo, encontrado em áreas de solo raso, apresenta-se dominado por gramíneas, embora outras espécies de porte herbáceo também se mostrem presentes. Os poucos arbustos e árvores ocorrem normalmente agrupados em pequenas ilhas de vegetação, onde a composição florística é similar à do Cerrado típico. As Matas Ciliares que ocorrem ao longo do Rio Dourados, além de proteger os mananciais, servem de refúgio para a fauna típica da mata, que encontra aí um ambiente mais úmido e de temperatura mais branda. Essas matas também desempenham papéis estratégicos como corredores ecológicos.

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6.1.3. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE De acordo com o Código Florestal Brasileiro, pela Lei n° 20.922 de 16 de outubro de 2013, são consideradas de preservação permanente, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja de 30 metros para os curso d’água com menos de 10 metros de largura; 50 metros para cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura; de 100 metros para cursos d’água que tenham de 50 a 200 metros de largura; de 200 metros para cursos d’água com 200 a 600 metros de largura; de 500 metros para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros. Também são contempladas na legislação, como de preservação permanente, as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa de proteção com largura mínima de 30 metros em zona urbana, 50 metros em zonal rural cujo corpo d’água seja inferior a 20 hectares de superfície e 100 metros em zonal rural cujo corpo d’água seja superior a 20 hectares de superfície, além das áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, no raio mínimo de 50 metros. As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem. Hidrologicamente, segundo LIMA (1989), o ecossistema de mata ciliar desempenha funções importantes tais como: - estabilização das ribanceiras dos rios pelo desenvolvimento e manutenção de um emaranhado radicular; tampão e filtro entre os terrenos mais altos e o ecossistema aquático, - participam do controle do ciclo de nutrientes na bacia hidrográfica, através de ação tanto no escoamento superficial, quanto na absorção de nutrientes do escoamento sub-superficial pela vegetação ciliar; - diminuição e filtragem do escoamento superficial impedindo ou dificultando o carreamento de sedimentos para o sistema aquático, contribuindo, desta forma, para a manutenção da qualidade da água nas bacias hidrográficas; - integração com a superfície da água, proporcionando cobertura e alimentação para peixes e outros componentes da fauna aquática; e - interceptação e absorção de radiação solar, contribuindo para a estabilidade térmica dos pequenos cursos de água. A importância da vegetação no contexto das bacias/sub-bacias hidrográficas é devido ao papel desta vegetação na atenuação da erosão fluvial acelerada, contenção do aporte de sedimentos a cursos d’água e na regularização de vazões.

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Nos locais cujos terrenos são baixos, ondulados ou planos, ocorre frequentemente a floresta-galeria, demonstrando a sua característica padronizadora e mais evidente, como ciliares aos cursos de água. A propriedade possui grande parte de seu interior inserido na Área de Preservação Permanente do Rio Dourados. Juntamente com o processo de licenciamento ambiental foi apresentado projeto para a requisição de Documento Autorizativo de Intervenção Ambiental (DAIA) com as devidas compensações. A vegetação das APP’s apresenta-se em estágio secundário com intrusões de braquiária. 6.1.4. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO A PCH Dourados Usina LTDA. não está inserida em qualquer modalidade de unidade de conservação nem mesmo localizada dentro de zona de amortecimento de unidades de conservação, não havendo, portanto, restrições quanto à este quesito para fins de licenciamento ambiental do empreendimento. Foram consultadas listagem de Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes e Instituto Estadual de Floresta.

6.2. MEIO FÍSICO

6.2.1. CLIMATOLOGIA O clima regional é o tropical de altitude, úmido de verões brandos nas porções mais elevadas do relevo, e úmido de verões quentes nas partes mais baixas, com invernos secos e frios (Instituto de Geociências Aplicadas, 1982). Pode-se caracterizá-lo como climas úmidos, terceiros úmidos, com pouco déficit de água, mesotérmico, devido a um balanço hídrico anual que é nitidamente positivo, ou seja, a quantidade de água precipitada é superior à demanda anual. O excesso de precipitação relativo à evapotranspiração potencial, em um ano, é da ordem de 615 mm. A precipitação anual média dos últimos 40 anos é de 1.553mm, sendo o índice médio pluviométrico anual de 2.317mm. Quanto ao regime anual, nota-se que essas precipitações não se distribuem igualmente através do ano, com máximas no verão e mínimas no inverno. Isto significa que o máximo ocorre na época em que os dias são mais longos que as noites, e o mínimo quando as noites são mais longas que os dias. Trata-se, portanto, de um regime estacional típico das regiões de clima tropical.

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Entre os meses de outubro a março estão acumulados mais de 80% das chuvas que ocorrem durante o ano na região. O trimestre mais chuvoso concentra-se entre os meses de novembro, dezembro e janeiro, chegando a 53% da precipitação total anual. Por outro lado, o inverno é excessivamente seco, sendo as chuvas nesta época muito raras. Há, em média, quatro a cinco meses considerados secos, com meses não registrando sequer um dia de chuva. Assim, inferem que o inverno (junho a agosto) é seco, os meses que o antecedem e o sucedem (maio e setembro) também mostram valores bastante baixos de precipitação. As características do clima são típicas do Cerrado, com a temperatura anual média em torno de 20,6ºC. A média do mês mais frio é de 16ºC e a do mês mais quente, 26,3ºC. Enquanto a primavera constitui-se em uma estação muito quente, no inverno registram-se frequentes temperaturas mais baixas nos meses de junho e julho. No entanto, ocorrem também temperaturas elevadas (grande amplitude térmica), fazendo com que os valores médios dos dias deste período não sejam tão representativos. Nessa época o clima é influenciado pela menor radiação direta do sol (menor ângulo de incidência) e pela redução do tempo desta radiação. Os meses de janeiro/março e outubro/dezembro são responsáveis pelos valores médios de temperatura mais elevados. Os valores de temperatura mais baixos ocorrem nos meses de junho e julho. No que diz respeito à temperatura local (na área do empreendimento), vale dizer que a presença do corpo hídrico fluvial influencia as variações de temperatura, tendendo a apresentar as variações dia/noite maiores, com queda acentuada da temperatura durante a noite, se comparado com a área do entorno. A umidade relativa média anual oscila entre 70% e 75%. Nesta região geográfica, a variação da umidade relativa do ar é pouco pronunciada, mantendo estreita relação com os totais pluviométricos. Assim, nota-se uma tendência da umidade relativa de ser mínima nos meses de agosto a setembro e elevada entre novembro e fevereiro.

6.2.2. GEOLOGIA

6.2.2.1. ASPECTOS GEOLÓGICO-GEOTECTÔNICOS DA ÁREA DO RESERVATÓRIO O projeto de reativação da PCH Dourados Usina LTDA. não prevê um alteamento em relação à estrutura de concreto do barramento remanescente (Figuras 5 e 6). Desta forma, o reservatório terá dimensões extremamente reduzidas ocupando praticamente a própria calha de inundação do rio. A extensão do reservatório é em torno de 300 metros.

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Figura 5. Morfologia da região de implantação do reservatório da PCH Dourados Usina LTDA.

Figura 6. Vista para montante da região do reservatório com indicação aproximada do futuro nível após alteamento de 1,0m da estrutura de barramento.

A região é marcada por declividades suaves, em ambas as margens do rio, com declividades médias inferiores a 10%. Para montante as margens do rio são demarcadas por barrancos onde estão expostos solos aluviais e solos coluviais. Para jusante, e principalmente na margem esquerda, ocorrem pequenos paredões rochosos com alturas de poucos metros.

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As porções da média e alta encosta são recobertas por solos coluvio-residuais de espessuras que podem ser consideráveis, exceto junto à calha e margens do rio, onde é comum a ocorrência de terraços alúvio-coluviais com níveis de cascalhos basais, assentes diretamente sobre o maciço rochoso são a medianamente decomposto (Figura 7).

Figura 7. Detalhe dos terraços alúvio-coluviais na margem esquerda do Rio Dourados, assentes sobre o maciço rochoso. Notar níveis de cascalhos na base. Os solos coluviais apresentam espessuras relativamente pequenas, inferior a 1,0 m, sendo constituídos por argilas e argilas siltosas, de coloração vermelha a marrom avermelhada, ricos em pedregulhos milimétricos de quartzo, rochas xistosas decompostas e, por vezes, laterizadas. Junto às porções íngremes e mais escarpadas, formam-se verdadeiros depósitos de tálus onde podem estar presentes grandes quantidades de pedregulhos até matacões. A presença de ravinamentos e erosões rasas, principalmente associadas ao escoamento superficial em regiões onde ocorreu a supressão da vegetação, evidenciam a propensão destes materiais aos processos erosivos, indicando atenção especial. Quando ocorrem junto às margens do rio, podem exibir feições de desmoronamento e rupturas originadas nos períodos de cheias, pela remoção do material aluvionar subjacente, o que indica também, atenção especial aos aspectos de estabilidade. Sotopostos aos solos coluviais ocorrem solos residuais e saprolíticos, constituídos por argilas e silte-argilosos, com frações variáveis de areia, de coloração vermelha a marrom amarelada, com espessuras também pequenas nas partes baixas das encostas. Apresentam boas características de resistência aos processos erosivos, o que, no entanto, não elimina a ocorrência de sulcos erosivos e ravinamentos localizados, principalmente quando associados à concentração do fluxo superficial em decorrência da abertura de acessos sem a correta captação e redirecionamento das águas pluviais.

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Junto à calha do rio, ocorrem pequenas aluviões (Figura 8) de granulometria predominantemente arenosa a silto-arenosa e coloração esbranquiçada a cinza esbranquiçada, frequentemente com leitos de cascalhos basais, cujas dimensões e espessuras mostraram-se variáveis, mas restritas à planície de inundação do rio. Constituem depósitos inconsistentes, fofos, que, via de regra, mostram-se susceptíveis aos processos erosivos, o que não deverá tornar-se um fator impeditivo pois ficarão restritos ao fundo do lago. Localmente, como na região a jusante do barramento são observados depósitos de cascalhos, onde ocorrem blocos e cascalhos rolados de xistos e, mais raramente, de rochas quartzíticas, anfibolíticas, gnáissicas, etc. Embora não identificado na área, e não muito raro, estes depósitos podem apresentar algum tipo de cimentação primária.

Figura 8. Aluviões arenosas na margem direita do Rio Dourados, na porção final do futuro reservatório.

Resumidamente, as características dos materiais de cobertura observados nas etapas de campo mostram solos onde, localmente, são observados processos de erosão por ravinamento e desmoronamentos, além de processos de erosão laminar provocados principalmente pela supressão da vegetação original nas margens do rio. Estes indícios justificam atenção especial em relação aos aspectos de erodibilidade e estabilidade das encostas marginais do reservatório. No que diz respeito aos aspectos de estanqueidade do reservatório, a principal condicionante diz respeito às fraturas e juntas presentes no maciço de fundação da barragem, que dizem respeito mais à região de implantação da barragem que do reservatório propriamente dito, sendo analisada adiante, no item pertinente.

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6.2.2.1. ASPECTOS GEOLÓGICO-GEOTECTÔNICOS DO LOCAL DO APROVEITAMENTO As características geológicas e condicionantes geotécnicos aqui apresentados foram fundamentadas a partir do mapeamento sistemático de superfície, realizado no mês de novembro de 2005, integrante da atual etapa de projeto básico dos estudos. Na região existem abundantes afloramentos que ocorrem desde a região do barramento até a região a jusante da antiga casa de força, permitindo uma descrição e caracterização adequada do maciço rochoso que ocorre no local de implantação do aproveitamento. Outras feições existentes, como a erosão instalada na região da câmara de carga existente, permitiram a observação e descrição do perfil tomado como típico do horizonte de solos do local. Devido às características geológicas do local que permitiram uma avaliação adequada das condicionantes geológicas e geotécnicas dos materiais de fundação, bem como das dimensões relativamente reduzidas do empreendimento em questão, optou-se pela não realização de investigações de sub-superfície na presente etapa dos estudos. Em contrapartida, adotou-se na elaboração dos estudos de projeto, uma postura relativamente conservadora em relação às espessuras dos materiais de cobertura e da qualidade geomecânica do maciço rochoso.

6.3. MORFOLOGIA DO LOCAL O Rio Dourados apresenta seu curso fortemente condicionado pela estruturação tectônica regional, seguindo curso no sentido sudeste-noroeste, desde suas nascentes nas proximidades dos maciços alcalinos de Serra do Salitre e Serra Negra, região de Patrocínio até sua foz no Rio Paranaíba, Represa de Emborcação. Praticamente em todo seu curso e em especial na região de implantação do aproveitamento, o rio desenvolve um padrão marcado por fortes curvas que denunciam ainda duas outras direções estruturais segundo N10-20E e N70-80E. Localmente o rio toma ora uma direção paralela à foliação das rochas, onde, via de regra, apresenta curso represado, ora corta em ângulo reto ou oblíquo esta estruturação, onde exibe as corredeiras que conferem as quedas do seu curso. A região do barramento enquadra-se neste cenário, onde o rio corta a foliação das rochas que por sua vez exibem caimentos para montante (Figura 9).

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Figura 9. Maciço rochoso na região do barramento, apresentando direção perpendicular ao curso do rio e mergulhos para montante.

Na margem esquerda, a jusante do barramento, observa-se pequenos paredões rochosos, de alturas que podem chegar a 7,0 metros delimitando a calha do rio. Em seu leito, no trecho final das corredeiras, observam-se ilhas constituídas por blocos rochosos e cascalhos, com alguma vegetação rasteira. Para jusante da curva que o rio desenvolve no sentido nordeste, observa-se uma sensível diminuição das corredeiras, onde novamente o rio desenvolve seu curso aproximadamente paralelo à direção preferencial da foliação impressa nas rochas.

6.3.1. CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICAS DAS FUNDAÇÕES - Lito-Estratigrafia e Estruturas: A área abrangendo a barragem e circuito de adução/geração, de acordo com a análise bibliográfica realizada, encontra-se inserida no domínio das rochas xistosas que integram a unidade superior (Unidade A) do Grupo Araxá. No sítio do aproveitamento foram identificadas rochas xistosas, de composição aparentemente básica (anfibolítica) e coloração cinza a negra, em tons azulados (Figuras 10 e 11). A rocha apresenta textura afanítica a fanerítica fina, onde praticamente não são identificados minerais a olho nu. Venulações de natureza granítica/pegmatítica apresentam-se ora encaixados ora cortando a estruturação da rocha (Figura 12) denunciando assim possíveis pulsos de geração destas estruturas, antes e após deformação das rochas.

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A coloração em tons caramelados de alguns veios parece indicar a presença de feldspatos.

Figura 10. Detalhe do maciço rochoso constituído por anfibólio xistos na região do barramento.

Figura 11. Anfibólio xistos de coloração negra e mergulhos para montante do barramento.

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Figura 12. Venulações de natureza granítica/pegmatítica que ocorrem ora concordantes ora discordantes à foliação principal da rocha.

Na região a jusante da casa de força, observa-se rochas xistosas, de coloração marrom e medianamente decompostas, parecendo tratar-se de quartzo xistos e quartzo-sericita xistos (Figura 13). Nestes afloramentos podem ser verificados indicadores cinemáticos representados por sigmóides de foliação e estrutura S-C, que indicam vergência dos vetores tectônicos para o quadrante NE.

Figura 13. Quartzo-sericita xistos, pouco a medianamente decompostos que ocorrem a jusante da região da casa de força existente. Notar indicadores cinemáticos.

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Em ambos os casos, observa-se que o maciço rochoso encontra-se afetado por uma forte foliação de natureza milonítica e por juntas e fraturas. Em alguns pontos da região próxima ao barramento observou-se magnetismo que denuncia a forte participação de minerais ferro-magnesianos no conjunto. Na obtenção das leituras foram tomadas providências para se corrigir as medidas, minimizando a interferência deste fenômeno.

6.3.2. CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICAS DAS FUNDAÇÕES Constituição das Fundações Locais - Horizonte de Cobertura do Maciço Rochoso Passa-se a uma breve descrição e caracterização dos principais materiais geológicos que ocorrem no sítio do aproveitamento. - Solos Transportados (Colúvios/Aluviões) Os solos coluvionares (CO) apresentam uma granulometria predominantemente argilosa com pedregulhos angulosos de rochas em variados estágios de decomposição e lixiviação (xistos) e quartzo de veio (Figura 14). Os pedregulhos de xistos apresentam formas angulosas, com pelo menos duas faces planas em decorrência da xistosidade marcante da rocha original ao passo que os pedregulhos de quartzo são em geral milimétricos e de formas esféricas a sub-angulosas. A coloração é marrom avermelhada e em geral apresentam espessuras inferiores a 1,0 metro. Quando associados ao sopé de paredões e escarpas rochosas podem apresentar blocos e matacões, formando depósitos de tálus.

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Figura 14. Detalhe dos solos coluviais mostrando pedregulhos angulosos de xistos na ombreira direita da região do barramento.

Os depósitos aluviais recentes, situados junto às margens ou no leito do rio Dourados (AL/TAL) constituem-se de materiais silto-arenosos finos, podendo conter leitos de cascalhos, fofos, inconsistentes e inconsolidados ou parcialmente consolidados, às vezes formando pequenos terraços marginais. A montante da cachoeira, ocorrem formando depósitos arenosos finos a grossos, com pedregulhos em formas de discos e lâminas de rochas xistosas e com importantes participações de minerais micáceos. A jusante da cachoeira, são comuns depósitos de cascalhos subarredondados a subangulosos de rochas xistosas, quartzíticas, anfibolíticas, quartzo de veio e rochas de aparência alcalina. Encontram-se, por vezes, interdigitados e intercalados ao material coluvionar constituindo os materiais mais dinâmicos da área, estando sujeitos aos frequentes retrabalhamentos impostos pelas variações do nível d’água do rio. Suas espessuras no local do aproveitamento, não deverão ultrapassar 3,0 m, de acordo com as informações coletadas com garimpeiros da região. - Solo Residual / Saprolítico Os solos residuais e saprolíticos são de ocorrência muito restrita em superfície. Encontram-se sotopostos aos solos coluviais apresentando textura silto-arenosa, pouco a medianamente argilosa, de coloração vermelha no caso dos solos residuais e marrom a marrom-avermelhada, em tons amarelados no caso dos solos imaturos e saprolíticos. Suas espessuras são muito reduzidas, conforme pode ser observado nas paredes dos sulcos erosivos nas proximidades da antiga estrutura da câmara de carga (Figura 15). Para o conjunto dos materiais de alteração, esperam-se espessuras inferiores a 3,0m, podendo, localmente, chegarem a 5,0 m nas regiões da alta encosta. Visualmente, além da coloração amarelada, os solos imaturos e saprolíticos diferem dos solos maturos por apresentarem preservados alguns relictos

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da estrutura xistosa da rocha original. Geotecnicamente, embora não tenham sido executados ensaios específicos de compacidade, os solos imaturos e saprolíticos deverão apresentar-se compactos a muito compactos.

Figura 15. Erosão ao lado da antiga estrutura da câmara de carga mostrando o perfil típico dos materiais de cobertura presentes na região.

De forma geral, observa-se que o contato entre os diferentes tipos de solos é irregular e estruturalmente controlado, o que configura variações locais de espessura, ou mesmo, supressão de horizontes. - Maciço Rochoso de Fundação Conforme mencionado no item anterior, o maciço rochoso presente na região do aproveitamento é constituído por xistos de coloração cinza-escura a negra, por vezes em tonalidades esverdeadas, brilho vítreo e com uma foliação/xistosidade muito conspícua. Quando decompostos, apresentam coloração marrom claro a amarelado. Os principais pontos de observação do maciço são correspondem à região da calha do rio, em especial na região do barramento até a jusante da região da casa de força existente. Pelo que se pode observar nos afloramentos do leito do rio, o maciço rochoso apresenta-se pouco a medianamente decomposto (D1-D2), consistente a muito consistente (C1-C2) e medianamente fraturado a fraturado (F2-F3). As fraturas presentes apresentam persistência da ordem de 1,0 a 3,0m e espaçamento da ordem de 15 a 30 cm (variação de 3 a 7 fraturas/juntas por metro linear). Em superfície, estas superfícies apresentam traços retilíneos a ligeiramente ondulados, com paredes rugosas a lisas, em contatos selados (fechado), preenchidas por material cristalino branco e raras vezes estriadas. Nas margens do rio, na zona

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superior de relaxamento do maciço rochoso, são observados fraturas abertas com preenchimentos recentes e laváveis, de pouca expressão e relevância limitada do ponto de vista geotécnico. Os planos da foliação/xistosidade apresentam-se com direções aproximadamente perpendicular ao curso do rio, na região do barramento, e com mergulhos suaves a médios para montante e para a margem esquerda do rio. Estas superfícies, apesar de muito penetrativas, encontra-se já em superfície, praticamente seladas, devendo, no entanto, tornarem-se uma importante condicionante geotécnica, principalmente do ponto de vista dos aspectos de permeabilidade do maciço na região do barramento. Da mesma forma que anteriormente exposto para as fraturas/juntas, nas margens do rio podem apresentar-se parcialmente abertas e com superfícies oxidadas e preenchidas por materiais laváveis. De acordo com os trabalhos de campo realizados, espera-se a ocorrência de um maciço rochoso pouco decomposto a são, de consistência e resistência adequada à implantação das novas estruturas a serem implantadas para reativação da usina existente. No entanto, estas informações são baseadas apenas no mapeamento superficial, devendo tais características serem confirmadas futuramente mediante a realização de investigações e ensaios de sub-superfície, ou mesmo da escavação para fundação das respectivas estruturas. Admite-se ainda, em função das características topográficas e geológicas do sítio do aproveitamento, e em detrimento às reduzidas dimensões e cargas envolvidas nas estruturas existentes e projetadas, que as observações de natureza geológico-geotécnica realizadas possam ser extrapoladas para a definição dos horizontes de fundação e tratamentos eventualmente necessários. Desta forma, foi adotada uma posição conservadora em relação às condicionantes previstas, que por sua vez, ponderaram de forma positiva os custos envolvidos na reativação e repotencialização da usina.

6.2.4. GEOMORFOLOGIA A Bacia Hidrográfica do Rio Dourados situa-se na região estruturalmente elevada que limita a borda leste da Bacia do Paraná. Esta região é reconhecida na bibliografia como Arco do Alto Paranaíba, por apresentar rochas mais antigas em posição geograficamente mais elevada que as rochas mais novas que preenchem a bacia intracratônica do Paraná. Esta região elevada divide o Cráton do São Francisco a Leste e a Bacia do Paraná a Oeste, estendendo-se desde a região do sul do estado de Minas Gerais até o oeste do estado de Goiás. A região de Abadia dos Dourados caracteriza-se pela predominância de terrenos antigos e aplainados pela erosão que deram origem a planaltos e chapadões. A área pode ser considerada como um conjunto de superfícies planas, que se apresentam escalonadas conforme as idades geológicas, devido à ação erosiva e aos movimentos tectônicos. O nível mais elevado, relativo à primeira superfície de erosão, apresenta altitudes em torno de 1.000 metros, constituem as chapadas de topos aplainados, com

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vertentes escarpadas, cujos declives alcançam até 70%. O segundo nível de erosão apresenta longas encostas mais ou menos contínuas e suavemente onduladas. E o terceiro nível de erosão corresponde às áreas de menores altitudes, representadas pelas várzeas e vales. As áreas de Planaltos e Chapadas constituem amplas superfícies aplainadas, apresentando cobertura detrito-laterítica e vegetação de cerrado. Situam-se geralmente entre as elevações 1.000 e 1.200 metros, podendo atingir excepcionalmente cotas mais elevadas, em torno de 1.250 metros. Na região destacam-se a leste os Planaltos do São Francisco e a oeste os Planaltos da Bacia do Paraná. As depressões circulam as regiões topograficamente elevadas e representam restos de outras superfícies de aplainamento de idade provável pleistocênica, com cotas entre 650 e 750m. Apresentam morfologia de cristas angulosas, arredondadas e monoclinais; residuais de topos aplainados, e inselbergues esparsamente distribuídos. Os principais tipos de vales encontrados na área de estudo são vales abertos de fundo plano, ocupados por veredas nas proximidades das nascentes e por mata de galeria à medida que se organiza a drenagem; e vales em “V” com fundo afunilado, devido à presença de vertentes íngremes, onde ocorre adaptação dos canais fluviais às linhas de fraqueza tectônica. Trata-se de uma região com intenso uso agropecuário, apoiado na mecanização e irrigação e onde a erosão do tipo laminar ocorre generalizadamente. As medidas de controle de erosão, embora mais difundidas que nas demais regiões do Estado, não são integradas no contexto das sub-bacias onde se inserem e, raramente, são submetidas à operação de manutenção periódica. O fluxo de sedimentos/poluentes se direciona direta ou indiretamente para os reservatórios ao longo do Rio Paranaíba.

6.2.5. RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS A sub-bacia do Rio Dourados, com cerca de 2417 km² de área de drenagem, está inserida no quadrilátero formado pelas coordenadas geográficas aproximadas de 18°20’ e 18°55’ de latitude sul e 46°52’ e 47°44’ de longitude oeste. Localiza-se na região de drenagem do alto Paranaíba, centro-oeste do estado de Minas Gerais, próximo à divisa com o Estado de Goiás. O Rio Dourados, principal curso de água da bacia, é afluente direto da margem esquerda do rio Paranaíba. Nasce no município de Patrocínio, na Serra Negra, em altitudes da ordem de 1.250 m, e percorre até sua foz, no município de Abadia dos Dourados, cerca de 166 km, em direção geral sudeste-noroeste. A PCH Dourados Usina LTDA. abrange uma área de drenagem de 1.974 km² e a afluência de cerca de 133 km do curso de água principal. Suas estruturas estão localizadas cerca de 3 km a jusante da cidade de Abadia dos Dourados, com coordenadas geográficas de 18º29’ de latitude sul e 47º26’ de longitude oeste. O

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eixo do barramento está posicionado em um ponto de coordenadas UTM aproximadas de 7.955.100 N e 243.600 E (Referência: SAD 69).

6.3. MEIO SOCIOECONÔMICO

6.3.1. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ABADIA DOS DOURADOS Situado na região oeste de Minas Gerais, o município de Abadia dos Dourados, com 895 km² de território, insere-se na microrregião de Patrocínio e/ou na macrorregião de planejamento do Alto Paranaíba, conforme a divisão adotada pela Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral de Minas Gerais.

6.3.2. HISTÓRIA DO MUNICÍPIO Abadia dos Dourados teve sua fundação intimamente ligada ao movimento de garimpeiros ali chegados em meados do Século XIX. Também vieram lavradores e todos se fixaram no local. As famílias Arruda e Esteves dos Santos destacaram-se entre as iniciadoras da povoação. As notícias das jazidas de diamantes às margens do rio Dourado e da fertilidade das terras espalharam-se rapidamente, afluindo ao Arraial dos Garimpos levas de garimpeiros e de agricultores. Construíram casas em número crescente, enquanto as duas atividades básicas impulsionavam o desenvolvimento da povoação. Ergue-se a primeira capela, dedicada a Nossa Senhora da Abadia, escolhida como Padroeira. Os Arrudas e os Esteves doaram terrenos para o patrimônio da Paróquia, criada em 1886, sendo seu primeiro pároco o Padre Manoel Luis Mendes. O aglomerado evoluiu rapidamente, e ainda hoje se sustenta nas mesmas bases de sua origem. O primeiro topônimo foi Arraial do Garimpo. A construção da capela de Nossa Senhora da Abadia (atual Igreja de Nossa Senhora da Abadia – Figura 16) e a proximidade do Rio Dourados, provocaram sua mudança para Abadia dos Dourados.

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Figura 16. Igreja de Nossa Senhora da Abadia no município de Abadia dos Dourados (MG).

6.3.3. ASPECTOS ECONÔMICOS Os números do PIB demonstram a vocação agropecuária, porém em 2008, houve uma expansão do setor de serviços, conforme pode ser visualizado na Figura 17, contribuindo com 48% da renda local, sendo importante ressaltar que o mesmo está relacionado ao setor agropecuário, que representa 38,5%.

Indústria; R$5.819,00

Agropecuária; R$16.762,00

Serviço; R$20.960,00

Figura 17. Contribuição do Produto Interno Bruto por setor de atividade no Município de Abadia dos Dourados (MG).

A agricultura foi estimulada pelo governo federal, e o cerrado foi dando espaço à uma área de 56.000 hectares plantados, podendo destacar-se as culturas de café com área plantada de 14.700 ha, soja com 17.000 ha e milho com 7.500 ha em 2002, segundo dados IBGE. Sendo o café e o milho, as culturas que mais se destacam no município.

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A agricultura encontra-se em estágio bastante avançado, com tecnologia de ponta utilizando irrigações variadas, segundo estatísticas entre 60 a 70% das lavouras, máquinas modernas e sofisticadas técnicas. O rebanho bovino do município é constituído de gado leiteiro e de corte, dando maior enfoque para a produção de carne com rebanho de 55.356 cabeças (IBGE 2008). Já o gado de leite, representou em 2008, 10.047 vacas leiteiras.

6.3.4. POPULAÇÃO Em 2007, o município contava com população residente de 6.556 pessoas, com taxa de urbanização de 60,9%, segundo o censo demográfico de Minas Gerais de 2007 do IBGE. Alguns indicadores demográficos e sociais atestam a boa qualidade de vida dos moradores. Por exemplo, 91% da população contam com abastecimento regular de água, e 72,3% contam com instalações adequadas de esgoto.

Figura 18. População total nos censos de 1991, 1996, 2000 e 2007 no Município de Abadia dos Dourados (MG). Fonte: IBGE

Em 2007, a população do município representava 0,034% da população do Estado de Minas Gerais, e 0,0035% da população do país e 3,4% da população da microrregião de Patrocínio (Figura 19)

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0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

140000

160000

180000

200000

Total, 1991 Total, 2000

Serra do Salitre (MG)

Romaria (MG)

Patrocínio (MG)

Monte Carmelo (MG)

Iraí de Minas (MG)

Grupiara (MG)

Estrela do Sul (MG)

Douradoquara (MG)

Cruzeiro da Fortaleza (MG)

Coromandel (MG)

Abadia dos Dourados(MG)

Figura 19. Distribuição populacional por municípios na microrregião de Patrocínio. Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (Fundação João Pinheiro).

No período de 1991-2007 a população de Abadia dos Dourados teve uma taxa média de crescimento de 1,11%, a qual foi inferior à taxa de Minas Gerais estimada em 1,49% para o mesmo período. A taxa de urbanização cresceu 11,63%, passando de 66,11% para 73,81% em 2000. Entretanto a taxa de urbanização é inferior a média de 82,00% em 2000 para o Estado de Minas Gerais, mas o crescimento de 9,53 para o estado foi inferior ao de Abadia dos Dourados. Caracterizando aceleração no processo de urbanização de Abadia dos Dourados e estagnação em outras regiões do Estado. No Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) o município alcança 0,705, em 1991, o que, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o classifica como de médio desenvolvimento humano. Em 2000 o (IDH-M) passou para 0,786, confirmando melhorias nos componentes do Índice, e superando a média de Minas Gerais em 2000 que apresentava 0,773. Segundo Fundação João Pinheiro. A melhoria no IDH é percebida nos três componentes da avaliação. Destacando-se longevidade com crescimento de 40%, atingindo 0,826 acima da média de Minas Gerais de 0,759, porém, a renda e educação encontram-se abaixo da média do estado com 0,695 e 0,838 respectivamente e no estado apresentam 0,711 e 0,850 em 2000, segundo Fundação João Pinheiro (Figura 20).

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6.3.5. SAÚDE O sistema de saúde do município está a cargo da Secretaria Municipal de Saúde (1 estabelecimento) e 2 estabelecimentos privados. Para o atendimento de situações mais complexas o município encaminha para hospitais de Uberlândia, Uberaba, Patrocínio, Patos de Minas e Belo Horizonte. O avanço nos índices de longevidade do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) do município de Abadia dos Dourados, no período 1991-2000 foi de 40,2%, teve melhoria da assistência as crianças até cinco anos de idade, proporcionando a queda da taxa de mortalidade infantil, o principal fator para ampliação da taxa de longevidade no período analisado, entretanto, as reduções dos níveis de pobreza e indigência são substanciais, provocando melhoria na capacidade de consumo e reproduzindo padrões mais elevados de saúde para a população carente. A taxa de dependência etária permaneceu inferior a do Estado de Minas Gerais, favorece a promoção da saúde, assim como a melhorias na renda per capita média, representa redução das pressões sociais sobre os serviços de assistência médica pública. A elevação da renda per capita média está ligada à expansão econômica na região e os indicadores sociais elevaram-se em função da maior riqueza material, mas, a concentração de renda conserva-se alta com a taxa de Gini passando de 0,53 em 1991 para 0,54 em 2000.

6.3.6. EDUCAÇÃO Quanto aos dados relativos à educação (dados de 2008) o município apresentava alta taxa de analfabetismo, com 21,9%, bem maior que aquelas dos municípios vizinhos Douradoquara e Coromandel, com 19,4% e16,1%, respectivamente. O número médio de anos de estudo da população municipal era de 5,31. Aproximadamente metade da população adulta apresentava até quatro anos de estudo. Para atender à demanda em educação, o município conta com 7 estabelecimentos de ensino, seis escolas de ensino fundamental (1 estadual e 5 municipais), uma de ensino médio público estadual. Os alunos do ensino médio da zona rural frequentam aulas na cidade e utilizam ônibus fretados especialmente para este transporte, cujo custo é dos usuários e Prefeitura Municipal. No período 1991-2000, os indicadores sociais relativos à educação obtiveram avanço considerável, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de educação passou de 0,756 em 1991 para 0,838 em 2000, apresentando o crescimento de 33,6%, mas, não acompanhou a evolução do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no estado e no país, Abadia dos Dourados apresentava-se acima das médias estadual de 0,751 e nacional de 0,745 em 1991,

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em 2000 apresentaram IDH de educação de 0,850 e 0,849 respectivamente, Abadia dos Dourados, apesar do avanço, apresentou em 2000 indicadores inferiores as médias nacional e estadual. O avanço na educação foi relativamente lento considerando o universo estadual e federal.

7. ZONEAMENTO SÓCIO-AMBIENTAL

O objetivo do zoneamento é estabelecer mecanismos para viabilizar o uso ambientalmente equilibrado do reservatório e de seu entorno, harmonizando atividades humanas e proteção ambiental e atendendo à legislação, às necessidades do empreendimento e à interação com a sociedade. O Zoneamento tem como base o Diagnóstico Socioambiental, que contém as informações sobre a área de estudo. A legislação foi subsídio para a discussão do zoneamento e suas implicações. Neste estudo foram divididas em 7 (sete) zonas do uso do solo e 3 (três) zonas do uso da água, descritas nos itens a seguir.

7.1. ZONA DE USO DO SOLO

7.1.1. ZONA DE SEGURANÇA DA USINA (ZSU) Esta zona é formada por todas as áreas que compõem o complexo de geração de energia da usina e que por motivos de segurança são de uso exclusivo da PCH Dourados Usina LTDA.

7.1.2. ZONA DE OPERAÇÃO (ZO) Compreende a faixa de propriedade da PCH Dourados Usina LTDA., compreendida entre o nível mínimo operativo (cota 703,60 m) e o nível máximo normal (cota 714,85 m). A ZOP tem como função absorver os efeitos de oscilação do nível do reservatório.

7.1.3. ZONA PREFERENCIAL DE PRESERVAÇÃO (ZPP) Compreende a região marginal ao redor do reservatório artificial, medida a partir do nível máximo normal. Compreende uma faixa de 100 metros em projeção horizontal no entorno do reservatório artificial (medidos a partir do nível máximo normal) para áreas rurais.

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7.1.4. ZONA DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL (ZCA) Nesta zona estão contidas as áreas que possuem remanescentes florestais, demais áreas de preservação permanente descritas na legislação (topo de morro, encosta com declividade superior a 45°, ao longo de cursos d’água, etc.) e aquelas que precisam de proteção ou recuperação ambiental.

7.1.5. ZONA DE USO URBANO (ZURB) Compreende as áreas com malha urbana, distritos e vilarejos, além de pequenos povoados rurais, sedes distritais ou qualquer instalação de uso urbano na área de estudo. Também são aquelas previstas como zona de expansão urbana pelos Planos Diretores dos municípios envolvidos. Ressalte-se que este tipo de zoneamento não se aplica ao presente empreendimento, tendo em vista que as áreas de preservação permanente no entorno do empreendimento não possuem espaços habitáveis. Insta salientar que a casa de colono nas proximidades do escritório, que serve de abrigo para o empregado do empreendimento, está fora da área considerada de preservação permanente, isto é, em área comum, portanto fora do presente PACUERA.

7.1.6. ZONA DE TURISMO E LAZER (ZTL) Esta zona corresponde às áreas com potencial para abrigar polos turísticos junto às margens do reservatório, na área de estudo. Diante de área reduzida do empreendimento em comento, não estão previstos usos relacionados a turismo e lazer.

7.1.7. ZONA DE USO RURAL (ZUR) Atividades como: agricultura, pecuária e silvicultura não estão previstas na área do empreendimento. As áreas que não estiverem ocupadas pelas edificações de demais estruturas físicas relacionadas ao empreendimento energético (casa de força, canal de adução, barramento,etc.) e de apoio (casa de colono, escritório), o restante estão integralmente destinadas a conservação de flora e fauna.

7.2. ZONA DE USO DA ÁGUA

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7.2.1. ZONA DE SEGURANÇA DA USINA (ZSU) Esta zona é constituída pelas áreas próximas à barragem, vertedouros, tomada d’água e canal de fuga da PCH Dourados Usina LTDA. onde o acesso será completamente impedido através de sinalização. Esta zona compreende parte do reservatório e a alça do Rio Dourados entre a barragem e a casa de força da PCH Dourados Usina LTDA.

7.2.2. ZONA DE USO RESTRITO DA ÁGUA (ZURA) Esta zona compreende as áreas das entradas dos afluentes e alguns braços de tributários, que foram definidas como áreas de proteção ambiental. A preservação destas áreas é de extrema importância para a manutenção de populações de peixes, uma vez que estas podem ser usadas como locais de reprodução. Nesta zona fica restrita a navegação e todos os outros usos que não sejam de conservação.

7.2.3. ZONA DE USO MÚLTIPLO DA ÁGUA (ZUMA) São as demais áreas do reservatório que podem ser utilizadas para usos múltiplos.

7.3. DIRETRIZES PARA USO DAS ZONAS Embora o potencial de uso da região do entorno do reservatório da PCH Dourados Usina LTDA. seja restrito, existem atividades para cada zona descrita, sendo alguns usos permitidos, outros permissíveis e proibidos para cada categoria de zona. Na categoria "usos permitidos" enquadram-se usos de direito por concessão e de propriedade, que não interferem significativamente nos demais usos e, especialmente, sem prejuízos à biodiversidade, portanto, à qualidade ambiental. Os "usos permissíveis" são aqueles identificados com potencial poluidor e/ou que necessitam de licenciamento e controle na utilização de recursos naturais, assim como infraestrutura e regulamentações específicas para serem desenvolvidos. Como "usos proibidos" foram determinados, por exclusão, aqueles usos que não se encaixam nas categorias anteriores. A Tabela 1 apresenta um resumo dos usos permitidos, permissíveis e proibidos para cada zona de uso do solo e a Tabela 2 apresenta um resumo dos usos permitidos, permissíveis e proibidos para cada zona de uso da água.

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Tabela 1. Usos permitidos, permissíveis e proibidos para cada zona de uso do solo CATEGORIA USOS PERMITIDOS USOS PERMISSÍVEIS USOS PROIBIDOS

ZSU – Zona de Segurança da Usina

- Usos e atividades relacionados à geração de energia elétrica e à operação da usina, barragem e reservatório, restritas a pessoas autorizadas pela PCH Dourados Usina LTDA.; - Instalação de estruturas de apoio para acesso à água pela PCH Dourados Usina LTDA.

- Recuperação de áreas degradadas ou sujeitas à erosão; - Recuperação florística com espécies nativas dos ecossistemas da região; - Pesquisa científica.

- Todos os usos que causem alteração da composição florística e da fauna nativa; - Instalação de quaisquer tipos de atracadouros particulares; - Acesso a qualquer pessoa estranha à usina sem autorização prévia da PCH Dourados Usina LTDA. - Banhos no reservatório

ZOP – Zona de Operação

- Atividades ligadas à geração de energia elétrica;

- Recuperação de áreas degradadas ou sujeitas à erosão; - Coleta de vegetação e animais para fins científicos; - Instalação de praias artificiais, desde que adjacentes à ZTL; - Atividades de ecoturismo, educação ambiental e pesquisa científica; - Instalação de acessos rústicos à água e a locais de beleza cênica (criação de quiosque para implantação de programas de educação ambiental e segurança e alerta na fase de operação do empreendimento). - dragagem do rio apenas como desassoreamento do reservatório, nunca como atividade principal.

- Edificações para usos diversos; - Utilização ou estocagem de produtos e embalagens de produtos tóxicos; - Lançamento de efluentes; - Instalação de estruturas sanitárias em geral, aterros sanitários, lixões e depósitos de resíduos; - Instalação de estruturas destinadas à criação de animais; - Exploração de cultivos agrícolas; - Acesso de animais à água para fins de dessedentação (o empreendimento não desenvolve tal atividade) - Passagem e acesso ao lago de uso público e para atividades vinculadas à recreação e navegação; - Banhos no reservatório

ZPP – Zona Preferencial De Preservação

- Enriquecimento florestal e recuperação florística com espécies nativas dos ecossistemas da região; - Acesso de animais silvestres à água para fins de

- Recuperação de áreas degradadas ou sujeitas à erosão; - Coleta de vegetação e animais para fins científicos;

- Corte de maciços florestais nativos; - Lançamento de efluentes residenciais / industriais; -Atividades

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CATEGORIA USOS PERMITIDOS USOS PERMISSÍVEIS USOS PROIBIDOS dessedentação.

- Atividades de ecoturismo, educação ambiental e pesquisa científica; - Instalação de estruturas de acesso à água e acessos rústicos a locais de beleza cênica; - Apicultura com espécies nativas e/ou já introduzidas nos ecossistemas da região; - Instalação de arruamentos, praças, parques, reservas e acessos secundários desde que em área adjacente à ZTL.

agrosilvipastoris; - Recuperação de áreas com espécies exóticas; - Uso de agrotóxicos e outros biocidas; - Uso do fogo como elemento de manejo; - Edificações para usos diversos; - Instalação de estruturas sanitárias em geral; - Instalação de aterros sanitários, lixões e depósitos de resíduos; - Instalações destinadas à criação de animais; - Atividades extrativistas e minerárias. - Banhos no reservatório

ZCA – Zona de Conservação Ambiental

- Enriquecimento florestal com espécies nativas dos ecossistemas da região; - Acesso de animais silvestres à água para fins de dessedentação.

- Apicultura com espécies nativas e/ou já introduzidas nos ecossistemas da região; - Atividades de ecoturismo, educação ambiental e pesquisa científica; - Coleta de vegetação e animais para fins científicos, desde que devidamente licenciado pelo IBAMA ou outro órgão ambiental competente; - Instalação de estruturas de acesso à água e acessos rústicos a locais de beleza cênica; - Poços artesianos ou outras formas de captação e tratamento de água; - Instalação de arruamentos, praças,

- Instalação de estruturas sanitárias em geral; - Lançamento de efluentes residenciais ou industriais; - Instalação de aterros sanitários, lixões e depósitos de resíduos; - Desenvolvimento de atividades agrosilvipastoris; - Edificações para usos diversos; - Atividades extrativistas e minerárias; - Uso do fogo como elemento de manejo; - Recuperação de áreas com espécies exóticas. - Banhos no reservatório

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CATEGORIA USOS PERMITIDOS USOS PERMISSÍVEIS USOS PROIBIDOS parques, reservas e acessos secundários.

ZURB – Zona de Uso Urbano

Não se aplica

Não se aplica

Não se aplica

ZTL – Zona de Turismo e Lazer

Não se aplica Não se aplica Não se aplica

ZUR – Zona de Uso Rural

Não se aplica Não se aplica Não se aplica

Tabela 2. Usos permitidos, permissíveis e proibidos para cada zona de uso da água

CATEGORIA USOS PERMITIDOS USOS PERMISSÍVEIS USOS PROIBIDOS

ZSU – Zona de Segurança da Usina da água

- Uso para fins técnicos e administrativos relacionados à operação da usina; - Instalação de estruturas de apoio para acesso a água pela concessionária.

- Pesquisa científica. - Quaisquer atividades de navegação, pesca, piscicultura, recreação e extrativistas; - Instalação de quaisquer tipos de atracadouros particulares na margem do reservatório ou do Rio Dourados; - Acesso a qualquer pessoa estranha à usina sem autorização prévia

ZURA – Zona de Uso Restrito da Água

- Navegação sem motor - Instalação de estruturas de apoio para acesso à água para trabalhos de fins científicos; - Coleta de animais para fins científicos, desde que autorizado pelo IBAMA ou outro órgão ambiental competente.

- Pesca comercial e esportiva; - Atividades extrativistas; - Quaisquer atividades de navegação, pesca, piscicultura e recreação. - Acesso a qualquer

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- Captação de água para consumo e irrigação;

pessoa estranha à usina sem autorização prévia

ZUMA – Zona de Usos Múltiplos da Água

- Não se aplica - Instalação de equipamentos e dutos necessários para a captação e tratamento de água para fins tais como irrigação ou outros usos rurais, desde que previamente autorizados pela concessionária e aprovados pelo órgão ambiental competente; - Piscicultura e aquicultura, desde que com espécies nativas dos ecossistemas da região e mediante solicitação a PCH Dourados LTDA. e com aprovação do órgão ambiental competente;

- Lançamento de qualquer efluente proveniente de instalações sanitárias ou industriais sem tratamento prévio; - Introdução de espécies exóticas; - Navegação comercial ou esportiva - Atividades extrativistas. - Pesca artesanal e esportiva fora do período de reprodução da ictiofauna. - Banho dentro das áreas sinalizadas como próprias para tal, desde que a qualidade da água esteja de acordo com os padrões de balneabilidade;

8. PLANO DE GERENCIAMENTO DO RESERVATÓRIO

8.1. PROGRAMAS AMBIENTAIS A gestão integrada dos usos múltiplos do reservatório e seu entorno depende de ações a médio e longo prazo, as quais deverão estar apoiadas por programas de monitoramento ambiental. Para o desenvolvimento dos programas deverão ser estabelecidas parcerias com a Prefeitura Municipal e demais órgãos intervenientes, além dos usuários das águas nas proximidades da PCH Dourados. Os programas aqui sugeridos poderão auxiliar na otimização dos diversos usos e ocupações no entorno do reservatório e evitar a degradação ambiental através do monitoramento ambiental.

8.1.1. PROGRAMA DE GESTÃO DO RESERVATÓRIO O objetivo geral deste programa é desenvolver atividades de planejamento e controle ambiental e operacional na área do reservatório para disciplinar atividades

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humanas a fim de compatibilizar interesses diversos em relação à utilização das suas águas e dos solos no seu entorno, e manter áreas de cobertura vegetal e biodiversidade adequadas para garantir a conservação ambiental e, em especial, dos recursos hídricos na bacia. Com isso, serão maximizados os benefícios socioeconômicos que poderão decorrer do empreendimento. As atividades referentes a este Programa são:

8.1.1.1. RECUPERAÇÃO E FORMAÇÃO DA FAIXA DE PROTEÇÃO CILIAR O objetivo desta atividade é proteger os recursos hídricos contra o assoreamento e manter a qualidade das águas. Está prevista, dentro desta atividade, a manutenção de todas as APPs com mudas de espécies nativas no entorno do reservatório. Diante do registro fotográfico se evidencia que tal recomposição já foi diligenciado pelo empreendedor.

8.1.1.2. MONITORAMENTO E CONTROLE DE ÁREAS DE FRAGILIDADE AMBIENTAL O objetivo desta atividade é avaliar as condições de estabilidade das margens do reservatório, visando subsidiar ações para evitar, mitigar ou compensar eventuais impactos negativos.

8.1.1.3. COMUNICAÇÃO SOCIAL Esta atividade tem por objetivo estabelecer vias de comunicação entre o empreendedor e os diversos segmentos da sociedade do entorno do reservatório.

8.1.1.4. EDUCAÇÃO AMBIENTAL Esta atividade tem como objetivo propiciar o entendimento da questão ambiental, sua relevância e implicações, as quais poderão ser melhor debatidas, construídas e inseridas na prática da vida escolar e da comunidade de Abadia dos Dourados.

8.1.1.5. MONITORAMENTO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA Nesta atividade será monitorada a qualidade da água no Rio Dourados e em seus afluentes na área do reservatório. Os principais objetivos são:

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- Monitorar variáveis físicas, químicas e biológicas no reservatório e em alguns pontos de interesse nos afluentes, para determinação da qualidade da água e também da influência do reservatório sobre a mesma; e - Complementar o conhecimento dos fatores que condicionam a qualidade da água no sistema existente.

8.1.1.6. MONITORAMENTO DAS CONDIÇÕES HIDROSSEDIMENTOLÓGICAS O objetivo desta atividade é monitorar as condições hidrossedimentológicas (do solo no fundo do reservatório) de ocorrência dentro do reservatório bem como da região a montante da área alagada. As informações geradas poderão subsidiar ações para evitar, suavizar ou compensar eventuais impactos negativos, bem como contribuir para o gerenciamento ambiental da bacia e planejamento de usos múltiplos do reservatório.

8.1.1.7. MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA (PEIXES) Os objetivos desta atividade é avaliar a influência do empreendimento sobre a fauna de peixes local com o intuito de adotar estratégias de manejo compatíveis com a operação da PCH Dourados Usina LTDA., e principalmente, com o ecossistema aquático do Rio Dourados.

9. PLANO DE AUTOMONITORAMENTO

O Plano de Automonitoramento do reservatório será realizado a partir dos dados das atividades do Programa de Gestão do Reservatório. A partir destes dados, a PCH Dourados Usina LTDA. deverá informar ao órgão ambiental quanto às agressões ao meio ambiente, o qual deverá tomar as medidas necessárias. O monitoramento da área de estudo deverá se concentrar no acompanhamento das alterações no uso do solo ao longo do tempo, a fim de verificar e mapear as interferências não conformes em relação ao zoneamento e outras com potencial de promover a degradação ambiental na faixa de 100 m de propriedade da PCH Dourados Usina LTDA.

9.1. OPERACIONALIZAÇÃO DO PACUERA Para a implementação do zoneamento e dos respectivos programas ambientais que o apoiam, é fundamental que essas instituições assumam o seu papel na operacionalização do PACUERA.

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Embora cada programa ambiental, tenha uma instituição específica para implantá-lo, todas as instituições envolvidas devem interagir para implantar o zoneamento e os programas ambientais.

9.2. RESPONSABILIDADES Atualmente, a fiscalização da agenda azul (IGAM) atua em conjunto com as agendas marrom (FEAM) e verde (IEF) nas operações coordenadas pelo Comitê Gestor de Fiscalização Ambiental Integrada (CGFAI), bem como isoladamente quando as demandas são pertinentes apenas a recursos hídricos. Também cabe à Administração Pública – SUPRAM/Unidade Regional Colegiada do COPAM o processo de licenciamento para implantação e operação do empreendimento, bem como aprovar o Plano Ambiental de Conservação e Uso do Reservatório Artificial e Entorno e participar das reuniões de discussão do mesmo. À PCH Dourados Usina LTDA., cabe, entre outras, as seguintes responsabilidades sobre o gerenciamento do lago: - Monitorar a qualidade da água de acordo com o estabelecido no Projeto de Monitoramento Limnológico e da Qualidade da Água; - Efetuar os estudos de monitoramento da ictiofauna de acordo com o estabelecido no Programa de Monitoramento Ictiofauna; - Operar o reservatório seguindo normas de segurança; - Monitorar as vazões a montante e a jusante do reservatório, respeitando os limites mínimos estabelecidos para manutenção da vazão sanitária; - Monitorar o nível de assoreamento do reservatório; - Demarcação física das áreas de sua propriedade; - Implantação e manutenção de sinalização marginal, quando pertinente; - Recomposição da faixa ciliar, utilizando espécies nativas, de acordo com o estabelecido no Projeto de Recomposição da Vegetação do Entorno do Reservatório; - Registro de ocorrência quanto ao uso ou ocupações irregulares da APP; - Notificação sobre irregularidades para a Polícia Ambiental na área do reservatório e na área de preservação permanente; - Monitoramento de áreas de risco de focos erosivos e deslizamentos na área de entorno do reservatório;

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- Implantação de medidas de controle de focos erosivos na APP; - Realizar avaliação anual do PACUERA e atendimento das diretrizes, organizando, quando necessário, reuniões para discussão do plano com a participação dos atores envolvidos (Prefeitura Municipal, proprietários do entorno, Comitê de Bacia Hidrográfica). Para divulgar as diretrizes e recomendações do PACUERA será elaborada cartilha no formato aberto A4 ou no formato fechado 1/2 A4 com grampo a cavalo (na dobra), papel reciclado ou branco com impressão 4 x 4 (frente e verso). A tiragem será de 500 exemplares. A distribuição é de responsabilidade do empreendedor e será entregue aos proprietários rurais do entorno do reservatório, representantes de órgãos públicos e de organizações da sociedade civil. Parte da tiragem ficará na PCH Dourados Usina LTDA. e será distribuída aos visitantes. Na cartilha serão apresentadas algumas características gerais do empreendimento, o que é o PACUERA, seus objetivos, diretrizes e recomendações, legislação que determinou a sua criação, o zoneamento, seus objetivos e critérios de execução e as recomendações para os usos do solo e da água em cada área zoneada. As ações de fiscalização e autuação das irregularidades caberão aos órgãos competentes (SUPRAM, IGAM, FEAM, IEF, IBAMA e Polícia Ambiental), conforme cada caso. As pendências judiciais serão discutidas no Fórum da Comarca competente. Cabe a prefeitura de Abadia dos Dourados participar da discussão sobre as diretrizes do PACUERA. Ao proprietário caberá respeitar as diretrizes do PACUERA e participar da discussão sobre as diretrizes do PACUERA. O zoneamento e diretrizes deste Plano poderão ser revisados em reunião para discussão da implantação do PACUERA, com a participação de representantes de todos os atores envolvidos. As revisões deverão ser encaminhadas para aprovação da SUPRAM e COPAM.

10. RESPONSÁVEL PELA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA

A implementação do programa é de responsabilidade da PCH Dourados Usina LTDA.

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAGE - Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica. 2008. Diretrizes para Gestão sócio-patrimonial e ambiental de Reservatórios. Encontro Técnico para Divulgação do Trabalho da FTGSPAR/GTMA/ABRAGE, Janeiro/2008.

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BRASIL. 1988. Constituição 1988. Constituição: Republica Federativa do Brasil. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 04/2012. BRASIL. 2001. Lei nº 10.257, de 10 de Julho de 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm. Acesso em: 04/2012. BRASIL. 2001. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm. Acesso em: 10/06/2015. CONAMA - CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. 2002. Resolução n. 302 de 20 de Março de 2002. Disponível em: www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30302.html. Acesso em: 04/2012. CONAMA - CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. 2002. Resolução n. 303 de 20 de Março de 2002. Disponível em: ww.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30202.htm>. Acesso em: 04/2012. COPAM - CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL. 2008. Deliberação Normativa Conjunta - COPAM /CERH-MG nº 01, de 05 de maio de 2008. Disponível em: www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=8151. Acesso em: 04/2012. MINAS GERAIS. 2002. Lei nº 20.922, de 16 de outubro de 2013. Disponível em : <http://www.siam.mg.gov.br/sla>. Acesso em: 10/06/2015

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12. ANEXOS

I – ART – Anotação de Responsabilidade Técnica

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ANEXO I - ART – ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA

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