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Pacto Nacional da Indústria Química

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Pacto Nacional daIndústria Química

A sustentação do crescimento da economia brasileira nos próximosanos, bem como o aproveitamento do potencial da biomassa e dasoportunidades criadas pela futura exploração do pré-sal, exigirãosignificativos investimentos na indústria química, setor responsável pelofornecimento de uma grande variedade de insumos e produtos a todasas cadeias produtivas e, também, ao consumidor final.

A premência e a importância desses investimentos — estratégicos emum País que almeja situar-se entre as cinco maiores economias domundo — estão espelhadas no vertiginoso crescimento das importaçõese, consequentemente, do déficit na balança comercial de produtosquímicos.

O Pacto Nacional da Indústria Química vai além da quantificaçãodos investimentos. O estudo define os compromissos da indústriaquímica com o desenvolvimento econômico e social do País e apontaos principais entraves que freiam as decisões dos investidores, nacionaise estrangeiros, em ampliar negócios no setor químico brasileiro. Aremoção desses obstáculos é fator essencial para abrir o caminho queleva ao fortalecimento e sustentabilidade da economia brasileira.

São Paulo, junho de 2010

Conselho Diretor da Abiquim

Apresentação

Sumário Executivo

1. Introdução

2. O tamanho do desafio

3. Alicerces da proposta

4. Compromissos da indústria química com o desenvolvimento brasileiro

5. Necessidades da indústria química

Conselho Diretor

4

6

9

19

20

29

36

Índice

Sumário Executivo

A indústria química é um dos mais importantes e dinâmicos setores da economiabrasileira. Estima-se que, em 2008, a participação do setor no PIB tenha atingido 3,1%.Considerando o PIB industrial, a indústria química detém a terceira maior participaçãosetorial do Brasil, alcançando 10,3%, segundo a Pesquisa Industrial Anual 2007 do IBGE.A indústria química brasileira faturou, em 2008, US$ 122 bilhões, o que a coloca nanona posição no ranking mundial do setor.

O crescimento econômico projetado para os próximos dez anos, a possibilidade dereversão de déficit da balança comercial de produtos químicos, a expansão do segmentoda indústria química de base renovável e o aproveitamento das oportunidades oferecidaspela exploração do pré-sal indicam um potencial de investimentos em nova capacidadeda ordem de US$ 167 bilhões, no período entre 2010 e 2020. Soma-se a esse volumea necessidade de investimento em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de US$ 32bilhões, equivalente a cerca de 1,5% do faturamento liquido previsto para o período.

Este documento apresenta uma proposta de superação dos entraves que impedem aconsecução do potencial de investimentos e de desenvolvimento relacionados aocrescimento da indústria química no Brasil. Tal proposta apoia-se na identificação dosobstáculos existentes e na quantificação dos investimentos requeridos, consubstanciandoo Pacto Nacional da Indústria Química.

O intento estratégico do Pacto é posicionar a indústria química brasileira entre ascinco maiores do mundo, tornando o País superavitário em produtos químicos e líder emquímica verde.

O Pacto, estudo elaborado pelo economista e professor João Furtado, envolve umconjunto de compromissos da indústria química com a inovação, o desenvolvimentoeconômico e social do País e o estabelecimento de condições favoráveis aos investimentosno setor.

Os compromissos da indústria química são:• Continuar a desenvolver padrões de conduta elevados e promover a sustentabilidade.

• Impulsionar, a partir da realização de investimentos, o crescimento econômico brasileiro e a sustentabilidade econômica de longo prazo.

• Desenvolver tecnologias, inovar com produtos e soluções avançadas.

4 Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química

• Elevar os padrões de gestão, de responsabilidade fiscal e de produtividade.

• Promover continuamente a qualificação dos trabalhadores da indústria química e contribuir para a formação de pessoas nos setores relacionados.

Esses compromissos refletem as diretrizes estratégicas estabelecidas pelo International

Council of Chemical Associations, entidade que representa a indústria química no mundo.

De modo a apoiar esse conjunto de compromissos, assegurando as bases para apromoção da sustentabilidade, a realização de investimentos, o desenvolvimento desoluções tecnológicas e a expansão da produtividade e da qualificação dos trabalhadores,são requeridas as seguintes condições:

• Matérias-primas competitivas em preço, disponibilidade de volume e prazos estabelecidos nos contratos.

• Solução das distorções do sistema tributário, desoneração da cadeia, isonomia tributária com sucedâneos e defesa contra a concorrência desleal.

• Infraestrutura logística, especialmente no que se refere à distribuição de gás e à disponibilidade de portos, rodovias e outras soluções modais.

• Apoio decisivo do Estado ao desenvolvimento tecnológico e à inovação.• Acesso ao crédito para fortalecimento da cadeia, para as exportações e para o desenvolvimento tecnológico e a inovação.

Os benefícios ao País com a aplicação do Pacto são: • Contribuição ativa para o alcance dos objetivos estratégicos do

desenvolvimento brasileiro.• Criação de mais de 2 milhões de empregos, incluindo os diretos, os indiretos e o

efeito-renda.• Aumento da atratividade do País para investimentos externos diretos.• Aumento da importância do Brasil no comércio internacional.• Redução da vulnerabilidade externa.• Agregação de valor aos insumos oriundos do pré-sal.• Ampliação do potencial de aproveitamento dos recursos da biomassa, por meio

da química dos renováveis.• Estímulo ao desenvolvimento do setor de bens de capital.• Criação e desenvolvimento de tecnologia, com cultura de inovação e pesquisa.• Fortalecimento do mercado de capitais, com empresas químicas mais fortes.• Conquista de uma posição de liderança mundial em sustentabilidade.

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química 5

1. Introdução

A indústria química está presente em praticamente todos os bens de consumo e emtodas as atividades econômicas, oferecendo soluções e contribuindo para a melhoria dosprocessos e a qualidade dos produtos. Intensivo em capital, em conhecimento e emrecursos humanos qualificados, o segmento produz uma grande quantidade e variedadede insumos para todos os setores. Os investimentos da química são de grande porte,intensivos em capital e caracterizados por elevados prazos de maturação e extensa vidaútil. Como resultado, os valores desses investimentos são representativos quandoconfrontados com os montantes despendidos na maioria dos outros segmentos industriais.

A indústria química é considerada estratégica não somente por sua capacidade degeração de postos de trabalho qualificado e de renda, mas também por sua contribuição àsdemais atividades econômicas e ao consumo. Os produtos químicos são encontrados, porexemplo, na agricultura, na mineração, na extração de petróleo, na indústria, no setor detransportes, nos segmentos de serviços – inclusive serviços de saúde – e em grande parte dasembalagens. Isso explica, inclusive, porque o setor apresenta taxas de expansão superiores

às taxas de crescimento médio do PIB. O conhecimentocientífico produzido e acumulado nos últimos 200 anospermite que a indústria química desenvolva soluçõesadequadas e funcionais aplicadas a todas essasatividades. Além disso, as empresas do setor e suasassociações de classe têm buscado estimular aprodução responsável, o consumo consciente e adifusão de padrões ainda mais elevados de produçãoe de tecnologia. Pode-se afirmar que nenhum setor deatividade prescinde da química atualmente, o que tornaa presença dessa indústria estratégica nas economiasdesenvolvidas e em desenvolvimento.

No Brasil, estima-se que, em 2008, aparticipação do setor no PIB tenha atingido 3,1%.Considerando-se o PIB industrial, a indústria químicadetém a terceira maior participação setorial do Brasil,alcançando 10,3%, segundo a Pesquisa IndustrialAnual 2007 do IBGE.

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química6

Faturamento líquido daindústria química mundial

Estados UnidosChinaJapãoAlemanhaFrançaCoréiaReino UnidoItáliaBrasilÍndiaHolandaRússiaEspanha

689549298263159133123123122

98827875

País Faturamento

Fontes: ACC, CEFIC e Abiquim - Dados de 2008

US$ bilhões

Total mundial estimado: US$ 3,7 trilhões

A indústria química brasileira faturou, em 2009, US$ 103,3 bilhões. Entretanto, emdecorrência da crise econômica mundial, que tornou esse ano atípico, as projeções desteestudo tomam como base o ano 2008, em que o faturamento do setor alcançou US$ 122bilhões. A indústria química brasileira ocupa a nona posição no ranking mundial do setor.

Conforme se pode observarno gráfico, US$ 12 bilhões daprodução nacional de US$ 122bilhões correspondem àsexportações. Dessa forma, oconsumo doméstico de produtosquímicos fabricados no Brasilalcançou, em 2008, US$ 110bilhões. Ao se acrescentarem aesse valor US$ 35 bilhõescorrespondentes às importaçõesde produtos químicos, chega-sea um consumo doméstico totalde US$ 145 bilhões e a umdéficit comercial da ordem deUS$ 23 bilhões.

O crescimento brasileiro observado nos últimos anos e as perspectivas de suacontinuidade colocam para a indústria química importantes desafios e imensasoportunidades. Essa percepção é reforçada pelo fato de que o crescimento do setor ocorrede forma mais intensa do que o da economia como um todo. Ao longo das duas últimasdécadas, contudo, os investimentos setoriais mantiveram-se aquém das necessidades doPaís. Oportunidades de investimentos foram perdidas, a produção nacional manteve-seabaixo das necessidades e da demanda, empregos qualificados deixaram de ser criadose as possibilidades de desenvolvimento tecnológico não foram integralmenteaproveitadas. Como resultado, o déficit comercial de produtos químicos do Brasil cresceude US$ 1,2 bilhão, em 1990, para US$ 6,6 bilhões, em 2000, alcançando US$ 23,2bilhões, em 2008. O recuo do déficit em 2009, de US$ 15,7 bilhões, é atribuídobasicamente à retração da atividade econômica mundial.

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química 7

Produçãoquímica

Exportações Consumode produtos

químicos nacionais

Importações Consumodoméstico

Déficit comercial

US$ bilhões

122 12110

35 145 23

Fonte: Abiquim

Indústria química - Brasil -Posição em 2008

Identificados e superadosos obstáculos à realizaçãodesses investimentos, pode-seelevar de maneira muitosubstancial a formação brutade capital fixo da economiabrasileira. Adicionalmente, aampliação da oferta de muitosinsumos industriais pode dar fôlego redobrado aocrescimento e aliviar pressõesinflacionárias. Entretanto, amaterialização das oportunidades de investimentos depende da criação e manutenção de umconjunto de condições adequadas: infraestrutura, preços de energia, tributação, juros e câmbio.Trata-se, assim, de corrigir as distorções que retiram a competitividade das empresas e afastamas condições brasileiras das práticas internacionais competitivas. A voz da indústria química, nessecaso, soma-se à de outros setores para afirmar a necessidade de encaminhar soluções robustaspara cada um desses temas, de modo a solucionar aspectos problemáticos e impeditivos docrescimento, criando condições concorrenciais adequadas. No caso da indústria química, emparticular, é essencial o acesso a matérias-primas em volumes, prazos de fornecimento e preçoscompetitivos. Esta é, sem sombra de dúvida, a principal limitação aos investimentos setoriais. Paraque os investimentos possam ocorrer, o setor químico precisa dispor de matérias-primas emcondições competitivas.

Este documento apresenta uma proposta de superação das barreiras que impedem aconsecução do potencial de investimentos e de desenvolvimento associados ao crescimentoda indústria química no Brasil. A proposta apoia-se na identificação dos obstáculos existentese na quantificação dos investimentos necessários, consubstanciando o Pacto Nacional daIndústria Química. O Pacto envolve, assim, um conjunto de compromissos da indústriaquímica com o desenvolvimento econômico e social do país e o estabelecimento de condiçõesfavoráveis aos investimentos setoriais. Pretende-se, dessa forma, estabelecer uma agenda decompromissos para as empresas que compõem o setor e contribuir para a formulação depolíticas públicas voltadas para o desenvolvimento da indústria química e do País.

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química8

Balança comercial brasileira de produtos químicos

Fonte: Sistema Aliceweb – MDIC/Secex

US$ bilhões

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química

2. O tamanho do desafio

Tomando-se por base os dados do consumo doméstico (produção mais importaçõesmenos exportações) de produtos químicos, que alcançou US$ 145 bilhões em 2008, bemcomo as estimativas de crescimento do PIB (4% a.a.) e elasticidade de 1,25, as projeçõesindicam um consumo doméstico de produtos químicos da ordem de US$ 260 bilhões em2020. Confirmadas tais projeções, haverá um consumo doméstico adicional da ordemde US$ 115 bilhões. Em 2008, a abertura do consumo doméstico foi a seguinte:produção local US$ 122 bilhões, importações US$ 35 bilhões e exportações US$ 12bilhões. Analisando-se essas informações, há indicações de grandes oportunidades deinvestimento no setor químico associadas ao aumento do consumo doméstico e tambémà expansão das exportações. No gráfico, estão sintetizadas essas projeções, bem comouma indicação da possibilidade de crescimento da parcela relativa às exportações.

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química 9

Fonte: Abiquim

Consumodoméstico

2008

Crescimentodo consumo

2020

Consumodoméstico

2020

Produçãoatual

Crescimentonecessário

Aumento deexportações

145

115 260

122

138

23

Aproveitamentomercado doméstico

115

US$ bilhões

Indústria química - Brasil - Projeções para 2020

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química

As oportunidades de investimento

As oportunidades de investimento na indústria química ao longo do período entre 2010e 2020 foram projetadas com base em dados de 2008 e segmentadas em cinco blocos:

• Crescimento econômico, que impulsiona a demanda de produtos químicos.• Recuperação do déficit comercial de produtos químicos.• Desenvolvimento de uma indústria química de base renovável.• Aproveitamento químico das oportunidades oferecidas pela exploração do pré-sal. • Pesquisa, desenvolvimento e inovação em linha com as melhores práticas.

Nas subseções seguintes, estimam-se os investimentos em cada um dos blocosdefinidos. Em seguida, os dados são consolidados e apresenta-se o conjunto dosresultados obtidos.

Crescimento econômico

Os investimentos decorrentes do crescimento econômico projetado para o período2010-2020 envolvem tanto produtos químicos de uso industrial como os demaissegmentos químicos (adubos e fertilizantes, defensivos agrícolas, fibras artificiais esintéticas, higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, produtos de limpeza, produtosfarmacêuticos e tintas, esmaltes e vernizes).

A estimativa desses investimentos apoia-se nas seguintes premissas:

• A elasticidade-renda do consumo de produtos químicos corresponde, em média,a 1,25. Isso significa que cada ponto porcentual de crescimento do PIB gera 1,25ponto porcentual de crescimento no consumo de produtos químicos.

• Para investimentos inteiramente novos, os dados da Abiquim indicam uma relaçãoentre os volumes de capital e produção (RKP) de 1,1 para o segmento deprodutos químicos de uso industrial e de 0,7 para os segmentos químicos finais.Assumindo como referência a composição atual da produção entre químicos deuso industrial e químicos finais, pode-se adotar uma relação capital/produçãoligeiramente acima de 0,9.

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química10

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química

O quadro apresenta um resumo dos investimentos projetados para taxas decrescimento do PIB de 3,0%, 4,0% e 5,0%, elasticidades de 1,00 1,25 e 1,50 ecoeficientes de relação entre capital e produção de 0,9, 1,0 e 1,1.

O primeiro valor destacado (US$ 87 bilhões) foi obtido a partir de hipótesesrazoavelmente conservadoras para o crescimento anual do PIB (4,0%), para a relaçãocapital-produção (0,9) e para o valor médio da elasticidade (1,25). Essas hipótesespodem dar lugar a outras, que se apoiam em projeções menos conservadoras: se oproduto interno crescer a uma taxa anual de 5,0% e a relação entre capital e produçãofor de 1,1, com a mesma elasticidade, a necessidade de investimentos no períodototalizaria US$ 144 bilhões (segundo valor destacado no quadro). O número mais realistatalvez esteja situado entre esses dois montantes, dependendo, entre outros fatores, de umdesejável barateamento dos bens necessários aos investimentos, seja pelo aumento daprodutividade dos fabricantes, seja pelas imprescindíveis desonerações para osequipamentos e demais componentes.

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química 11

3,0%

4,0%

5,0%

0,9

1

1,1

0,9

1

1,1

0,9

1

1,1

Elasticidade

Fonte: Abiquim

Estimativas dos investimentos necessários

1

47

52

57

66

73

80

87

97

107

1,25

61

68

75

87

97

107

118

131

144

1,5

76

85

93

111

123

135

152

169

186

Crescimento do PIB RKP

O tamanho do desafio

US$ bilhões

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química

Recuperação do déficit comercial

O segundo conjunto de investimentos potenciais associa-se à substituição deimportações e à ampliação das exportações, de modo a reverter o déficit comercialobservado na balança de produtos químicos. Isso não significa propor a substituição dasimportações de todos os produtos químicos adquiridos pelo Brasil, mas de eliminar odéficit comercial do País nesse segmento, tanto por meio da substituição de importaçõesde alguns produtos quanto por incrementos nas exportações realizadas.

Para diversos produtos, a redução do déficit comercial requer investimento nodesenvolvimento de áreas onde o Brasil tem debilidades. Em outros casos, a eliminaçãopode ser impossível ou indesejável. Isso ocorre, por exemplo, nos casos de importaçõesassociadas a matérias-primas cuja disponibilidade é limitada ou inexistente no Brasil ou nascircunstâncias em que os detentores de tecnologias protegidas optam por localizar-se emseus países de origem ou em outras regiões. Nessas situações, exportações de produtosfabricados localmente em que o País detenha vantagens competitivas podem compensar odéficit comercial. Além disso, nos casos em que os requisitos de escala superam as dimensõesdo mercado brasileiro, os investimentos somente são viáveis se a produção visar também omercado externo. Assim, a substituição de importações e a expansão das exportaçõescaminhariam lado a lado.

Proposições dessa natureza pressupõem, naturalmente, que os fatores redutores dacompetitividade do sistema sejam removidos ou atenuados. De fato, só é possível implantarprojetos robustos de substituição de importações ou com vistas ao suprimento do mercadoexterno se as deficiências não forem de grande monta. Uma operação portuária deficiente,por exemplo, além de encarecer substancialmente os produtos importados e a produçãodoméstica, pode inviabilizar ou reduzir de maneira expressiva as exportações.

As projeções consideram que o déficit comercial vai, paulatinamente, sendo coberto pelosdois componentes – substituição de importações e ampliação das exportações –, semespecificar a sua proporção. É razoável supor que, nos segmentos em que a escala mínimaeficiente estiver mais próxima do tamanho efetivo do mercado brasileiro, a substituição deimportações será o componente principal. Inversamente, nos casos em que o mercadobrasileiro for apenas uma fração reduzida da escala competitiva, a magnitude relativa dasexportações tenderá a ser maior. De qualquer forma, nenhum dos dois casos dispensainvestimentos voltados para dotar o País de um elevado padrão de competitividade.

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química12

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria QuímicaAbiquim - Pacto Nacional da Indústria Química

As contas dos investimentos necessários para fazer face ao aumento da demandaprevisto para o próximo decênio são resumidas a seguir. A principal diferença com relaçãoao exercício anterior é que, neste caso, foi adotado um coeficiente de relação capital-produção de 1,1, que reflete uma preponderância de projetos novos (greenfield).

Assume-se que o crescimento do déficit deve, pelo menos, acompanhar a expansãoda demanda (4% ao ano, acrescidos da elasticidade de 1,25, resultando em 5% anuais).A supressão desse déficit, portanto, pode ser desdobrada em dois componentes: os US$23,2 bilhões do déficit de 2008 (que correspondem a um déficit projetado de US$ 25,6bilhões em 2010) e o seu futuro crescimento (caso nada seja feito).

A eliminação do déficit atual de maneira regular, em frações constantes do déficit deprodução atual, e a eliminação do déficit progressivo projetado a partir do crescimentovegetativo mostram que essa frente de investimentos poderá representar, se preenchidasas condições necessárias, um volume de investimentos de US$ 45,2 bilhões.

13

Déficit com crescimento anual de 4%

Déficit com crescimento anual de 4%e elasticidade de 1,25

Variação (déficit projetado a partir do crescimento vegetativo)

Necessidade de investimento (RKP=1,1)

Fonte: Abiquim US$ bilhões

Déficit comercial projetado 2010-2020

O tamanho do desafio

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química

Desenvolvimento de uma indústria de base renovável

O terceiro componente dos investimentos está relacionado com a química verde ecom o papel de liderança que o Brasil poderá desempenhar nessa área. O objetivoestratégico é “posicionar a indústria química brasileira entre as cinco maiores do mundo,tornando o país superavitário em produtos químicos e líder em química verde”.

Estima-se que, em 2020, haverá uma participação da chamada química verde depelo menos 10% no conjunto da oferta de produtos petroquímicos (que poderá alcançar,no caso específico das resinas termoplásticas, 240 milhões de toneladas). O Brasil poderádeter, se forem viabilizados os investimentos necessários, uma fatia relevante da ofertatotal. Complementar à idéia de investir em pesquisa e desenvolvimento em áreas em queo Brasil tem debilidades, a proposta deste tópico é de investir para potencializar acontribuição de setores em que o País tem uma vocação natural. Existem, ademais,inúmeros produtos químicos que podem ser produzidos (e alguns, de fato, já o são) apartir de fontes renováveis.

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química14

Eliminação do déficit atual de maneira constante (US$ 25,6 multiplicadospor RKP de 1,1 em 11períodos)

Eliminação do déficit progressivo (conforme anterior)

Valor anual de investimento necessário

US$ bilhõesFonte: Abiquim

Necessidades de investimentos pararecuperação do déficit comercial 2010-2020

Nota: o cálculo do déficit progressivo inicia-se a partir de 2011, pois em 2010 o valor já está embutido na projeção de US$ 25,6 bilhões.

2,5

1,4

3,9

2,5

1,4

3,9

2,5

1,5

4,0

2,5

1,7

4,2

2,5

1,7

4,2

2,5

1,8

4,3

2,5

1,9

4,4

2,5

2,0

4,5

2,5

2,1

4,6

2,5

2,2

4,7

Total

45,2

2,5

(nota)

2,5

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química

Na projeção, é assumida a hipótese de aumento da produção de biomassa de doismilhões de hectares em dez anos, ou 200 mil hectares anuais. Isso representa 30% dossete milhões de hectares de área plantada atualmente. Enquanto não for viabilizada aconversão do bagaço da cana-de-açúcar em etanol, o destino dessa biomassa é duplo:sacarose para processamento químico e energia elétrica. Para os US$ 20 bilhõesprojetados de investimentos nas usinas e na produção de químicos (correspondentes àetapa da usina e seus desdobramentos químicos), deverá haver investimentos adicionaisna etapa agrícola (30%) e de produção energética (30%). O avanço da química derenováveis faz-se, pari passu, à ampliação das oportunidades nas demais etapas doprocesso, alimentando, com a demanda adicional, a produção de equipamentos e aoferta de energia.

Dessa forma, prevêem-se, neste bloco, investimentos que poderão totalizar, apenas nosegmento químico, US$ 20 bilhões.

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química 15

Investimentos em química de base renovável

US$ bilhões

Investimento pelosetor agrícola

Produção adicional de sacarose(na cana-de-açúcar)

Área adicional de canaviais

MM ton/ano

MM hectares

24,0

2,06,0

Investimento pelosetor elétrico

Potência associada (aprox. 8.000 horas/ano)

Geração de EE (aprox.1,2 MWh/tbd)

MW

MM MWh/ano

6.120

Produção adicional de químicosbásicos "verdes" MM ton/ano 5,5

Fibra seca associada: bagaço +pontas e palhas (cana tradicional) MM ton/ano 41

49 6,1

Extração da sacaroseInvestimento emcentrais químicas

MM ton/ano 24,0 3,3

Produção de nafta verde MM ton/ano 7,2 7,2

3,3

Produção adicional de químicosde 2ª geração

Investimentodownstream MM ton/ano 7,2 6,5

Investimentos totais: centrais + downstream

Total (centrais +downstream) 20,3

Tipo de investimento Descrição Unidade Quantidade Investimento

O tamanho do desafio

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química

Aproveitamento do potencial petroquímico do pré-sal

O quarto componente dos investimentos projetados está ligado ao possívelaproveitamento das oportunidades oferecidas pela exploração do chamado pré-sal pormeio da agregação de valor e conteúdo industrial às matérias-primas extraídas da novafronteira petrolífera. Os investimentos realizados no pré-sal resultarão em petróleo brutoe em gás associado, que demandarão outros investimentos nas etapas subsequentes paraserem aproveitados de modo mais efetivo e contribuírem de maneira mais vigorosa parao crescimento econômico e o desenvolvimento do Brasil.

Existem muitas incógnitas sobre o petróleo e o gás do pré-sal, de modo que asprojeções devem ser utilizadas com cautela, como, aliás, quaisquer outras que se façamsobre o tema. Por essa razão, alguns parâmetros da projeção foram construídos a partirdo conhecimento proveniente de outros campos. Supondo-se uma produção adicional depetróleo de dois milhões de barris diários, o aproveitamento das correntes petroquímicasassociadas demandará investimentos de US$ 15 bilhões, distribuídos da seguinte forma:aproximadamente 1/3 nas centrais e 2/3 na segunda geração. Evidentemente, adisponibilidade de matéria-prima competitiva para a terceira geração (por exemplo,

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química16

Investimentos petroquímicos associados ao pré-sal

Investimento pelaPetrobras

Produção adicional de petróleo (aprox. 0.137 ton/bbl)

MM barris/dia 2,0MM ton/ano 100,0

Produção de gás natural associado (aprox. 8.0% em massa)

MM ton/ano 8,0

Produção de nafta petroquímica(aprox.10.0 % em massa)

MM ton/ano 10,0

Produção de etano extraído do gásnatural associado (aprox.10% em massa)

MM ton/ano 0,80

Produção adicional depetroquímicos básicos

MM ton/ano 8,3

Produção adicional de petroquímicos de 2ª geração

MM ton/ano 10,8

Investimentos totais: centrais + downstream

9,8

5,3

15,1

Observações Descrição Unidade Quantidade Investimento

Investimento em centrais petroquímicas

Investimentodownstream

Total (centrais +downstream)

US$ bilhões

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química

transformadores plásticos) pode ensejar investimentos adicionais que, embora além doslimites da química, têm grande relevância para a indústria brasileira e para o seudesenvolvimento. Tais investimentos, contudo, não fazem parte do escopo desta projeção.

O aproveitamento, pelo setor químico, das oportunidades oferecidas pela exploraçãodo pré-sal deverá motivar investimentos que alcançam o patamar de US$ 15 bilhões.

Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

O salto de produção sugerido nos itens anteriores irá requerer uma forte agenda deinovação. As oportunidades de desenvolvimento de uma indústria química de baserenovável e de aproveitamento das oportunidades oferecidas pelo pré-sal se traduzemem uma demanda à pesquisa e ao desenvolvimento tanto de novos produtos como emprocessos avançados. Além disso, a recuperação do déficit comercial requer umaestratégia agressiva de solução de debilidades aliada ao desenvolvimento de mercadoshoje pouco familiares à indústria brasileira. Não é por acaso que, em muitos países, aspolíticas de desenvolvimento e de apoio a exportação se tornem redutos para a promoçãoda inovação

As melhores práticas internacionais sugerem que o equivalente a no mínimo 1,5% dofaturamento seja investido em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Algumas empresas dosetor já apresentam esse nível de investimento e consideram esse fator decisivo para seusucesso. Tomando-se por base estes dados, aplicados à produção nacional projetadaneste estudo, é possível estimar um volume adicional de investimentos da ordem de US$31,9 bilhões, necessários nos próximos 10 anos.

Baseado na experiência acumulada pela indústria é possível antecipar que parte desseinvestimento será realizado em cooperação com instituições educacionais e de ciência etecnologia gerando um conjunto de conhecimento e estruturas com potencial paracontribuir em projetos que vão além aos aqui discutidos.

Por suas características, a indústria química pode propiciar soluções para as maisdiversas áreas econômicas e sociais, do consumo das famílias ao investimentohabitacional, das novas áreas de matérias-primas renováveis às novas fontes de energia.

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química 17

O tamanho do desafio

Consolidação

Para a consolidação dos investimentos projetados para o período 2010-2020,assumiu-se que:

• Os investimentos decorrentes do crescimento econômico projetado para o períodocorrespondem a US$ 87 bilhões.

• Os valores correspondentes à recuperação do déficit comercial totalizamUS$ 45 bilhões.

• Os montantes necessários para o desenvolvimento de uma indústria química debase renovável alcançarão US$ 20 bilhões.

• Os investimentos requeridos para o aproveitamento das oportunidades derivadasdo pré-sal são da ordem de US$ 15 bilhões.

• A agenda de pesquisa, desenvolvimento e inovação requer volumes deinvestimentos da ordem de US$ 32 bilhões. Como uma parte desses investimentospode ser materializada como despesa, é apropriado mantê-la em separado naconsolidação.

Chega-se, assim, a uma estimativa de investimentos em capacidade da ordem deUS$ 167 bilhões e US$ 32 bilhões em P&D.

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria QuímicaAbiquim - Pacto Nacional da Indústria Química18

Oportunidades de investimento na indústria química até 2020

Fonte: Abiquim

Crescimentoeconômico

Recuperaçãodo déficit

Químicarenovável

Pré-sal Total

87

45

2015 167

US$ bilhões

3. Alicerces da proposta

Os alicerces identificados para o Pacto Nacional da Indústria Química constituem-seem elementos de sustentação do conjunto de propostas e compromissos assumidos,sendo, portanto, requisitos imprescindíveis para o êxito do processo e para oestabelecimento de condições favoráveis aos investimentos e ao desenvolvimentoeconômico e social do País. Esses requisitos foram segmentados em quatro grandesvertentes.

1. Insumos básicos e infraestrutura• Contratos competitivos de derivados de petróleo e gás natural• Investimentos em infraestrutura e logística• Contratos competitivos de energia elétrica

2. Comércio exterior• Agilidade na defesa do mercado interno contra subsídios, dumping e

concorrência desleal • Política para superávit comercial, com estímulos à produção local e

incentivos à exportação• Atenção ao câmbio• Alinhamento das políticas de comércio exterior com as políticas de inovação

3. Inovação e tecnologia• Apoio ao desenvolvimento de tecnologias avançadas, alavancando as nossas

vocações• Apoio à pesquisa aplicada e à P&D pré-competitivos• Foco no desenvolvimento da química verde• Fortalecimento da engenharia nacional e formação em ciência e tecnologia

4. Fortalecimento da cadeia de valor• Apoio do BNDES à modernização do parque produtivo, crédito para capital

de giro e fortalecimento da cadeia de valor • Eliminação de arbitragens fiscais dos importados e entre os estados• Desoneração e isonomia tributária da cadeia de valor

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Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química

4. Compromissos da indústria química com o desenvolvimento brasileiro

Além de projetar o potencial de investimentos setoriais, este documento apresenta umconjunto de compromissos da indústria química com o crescimento econômico e odesenvolvimento brasileiro. Ciente de sua importância em todas as atividades deprodução e de consumo, a indústria química reconhece que o seu papel não deve serapenas o de acompanhar a trajetória de evolução e o padrão do desenvolvimento e docrescimento do País. Pelas características da sua produção e das suas empresas, pelatecnologia dos seus produtos, pela sua capacidade de oferecer soluções avançadas parauma multiplicidade de problemas e pelo compromisso dos seus dirigentes, a indústriaquímica pode e deve ter um papel protagonista e assumir uma posição de liderança emdiversos processos associados ao progresso do Brasil. A tradução dessa posição emcompromissos concretos é apresentada na sequência:

• Desenvolver e difundir padrões cada vez mais elevados de responsabilidade econduta industrial, ambiental e empresarial, promovendo a sustentabilidade nossegmentos que compõem a indústria química.

• Impulsionar o crescimento econômico brasileiro, realizando investimentossubstanciais no aproveitamento dos recursos do pré-sal, na utilização da biomassaem soluções de química renovável e na elevação da capacidade produtivaexportadora nacional.

• Desenvolver tecnologias, inovando em produtos e soluções avançadas paraatender a demanda de outros setores e atividades.

• Elevar os padrões de gestão, de responsabilidade fiscal e de produtividade.

• Promover continuamente a qualificação dos trabalhadores da indústria química econtribuir para a formação de pessoas nas indústrias a ela relacionadas.

Os compromissos propostos refletem as diretrizes estratégicas estabelecidas peloInternational Council of Chemical Associations (ICCA), que são: demonstração dedesempenho ímpar por meio do Responsible Care (Atuação Responsável); gestão segurade substâncias químicas ao longo da cadeia de valor por meio da Estratégia Global deProdutos; defesa global de interesses efetiva e influente; desenvolvimento e promoção deuma estratégia energética industrial e de mudanças climáticas abrangente, que mantenhaa competitividade e o crescimento da indústria; promoção de comércio justo e livre;comunicação clara e efetiva; e desenvolvimento de capacitação internacional para amelhoria da gestão de substâncias químicas.

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Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química

Desenvolver e difundir padrões cada vez mais elevadosde responsabilidade e conduta industrial, ambiental eempresarial, promovendo a sustentabilidade nossegmentos da indústria química

A indústria química possui padrões extremamente exigentes e elevados no planotecnológico-industrial, no plano socioambiental e no plano empresarial.

A tecnologia da indústria exige de cada planta e em todas as operações de transportee de uso final dos produtos informações qualificadas e conhecimento. Por essa razão, aolongo dos últimos decênios, a indústria química tem pautado a sua conduta por umcódigo de atuação voluntário e extremamente exigente adotado pelas empresas filiadasà Abiquim. Trata-se do Programa Atuação Responsável, que segue padrões internacionais.

O setor entende que a sustentabilidade é um processo progressivo, que deve serconstruído de maneira gradual, efetiva e consistente. É compromisso da indústria químicaadotar ações concretas para que os padrões, que hoje já se mostram elevados, atinjampatamares ainda mais altos no futuro, de forma a avançar, de maneira decidida, rumo àsustentabilidade.

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Compromissos da indústria química

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Impulsionar o crescimento econômico brasileiro, realizandoinvestimentos substanciais no aproveitamento dos recursosdo pré-sal, na utilização da biomassa em soluções dequímica renovável e na elevação da capacidade produtivaexportadora nacional

O crescimento brasileiro depende da indústria química e a indústria química dependedo crescimento brasileiro. Oferecendo produtos e soluções, a indústria química faz-sepresente em todos os setores de atividade, incluindo a agricultura, a mineração, aextração de petróleo, a indústria e a prestação de serviços. Toda essa oferta é concebidae concretizada para atender às necessidades dos usuários, contribuindo para a expansãodo conjunto da economia. O setor químico produz bens e soluções diferenciados,adaptados para uma multiplicidade de usos específicos.

O uso e o consumo de produtos químicos crescem a taxas superiores às do PIB, oque torna o setor químico peça fundamental na engrenagem econômica. A capacidadede criar produtos superiores e adaptados torna o setor químico responsável pelodesenvolvimento de soluções que substituem, com vantagens, outros materiais e produtos,ampliando horizontes e abrindo novas perspectivas de desenvolvimento. Os investimentossetoriais são de grande porte, intensivos em capital e caracterizados por elevados prazosde maturação e extensa vida útil.

De modo a não desperdiçar oportunidades, a química deve procurar crescer à frenteda demanda. A tradução dessas oportunidades em investimentos que alimentem ocrescimento brasileiro com estímulos de demanda e produção adicional, entretanto,depende da criação e manutenção de um conjunto de condições adequadas:infraestrutura, preços de energia, tributação, juros e câmbio. A indústria química reafirmaa necessidade do encaminhamento de soluções robustas para cada um desses temas, demodo a solucionar aspectos problemáticos e impeditivos do crescimento, criandocondições concorrenciais adequadas.

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Em um aspecto, contudo, a indústria química possui característica diferenciada detodas as demais atividades industriais: trata-se da maior dependência de matérias-primasem volumes, prazos de fornecimento e preços competitivos. É vital, para que osinvestimentos efetivamente ocorram e para que a indústria química possa contribuir demaneira ainda mais efetiva com o desenvolvimento brasileiro, que ela disponha dematérias-primas em condições competitivas. Esta é, sem sombra de dúvida, a principallimitação aos investimentos setoriais.

A realização desses investimentos pode elevar de maneira muito substancial aformação bruta de capital fixo da economia brasileira. Adicionalmente, a ampliação daoferta de diversos insumos industriais pode dar fôlego redobrado ao crescimento e aliviarpressões inflacionárias. Inúmeros benefícios poderiam ser alcançados pelos investimentosque estão sendo propostos neste documento, mas para isso é necessário que se corrijamas distorções que retiram a competitividade das empresas e afastam as condiçõesbrasileiras das práticas internacionais competitivas.

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Compromissos da indústria química

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Desenvolver tecnologias, inovando em produtos e soluçõesavançadas para atender a demanda de outros setores eatividades

O terceiro compromisso da indústria química está ligado à tecnologia e à inovação.A indústria química tem um papel destacado na promoção de soluções avançadas, queservem ao sistema industrial, à produção primária, às agroindústrias e aos serviços, assimcomo ao consumo das famílias.

De maneira cada vez mais incisiva, a indústria química está presente e influencia ospadrões de produção e de consumo brasileiros. A ascensão de milhões de famílias anovos estratos de renda revelou um imenso e novo potencial de consumo. A indústriaquímica ajudou a viabilizar as demandas desses novos contingentes de consumidores,ofertando produtos adaptados às suas necessidades e anseios e adequados ao seu poderaquisitivo.

O mesmo se pode dizer em relação ao sistema produtivo brasileiro. As necessidadesda agropecuária brasileira, por exemplo, são diferenciadas e específicas. O pacotetecnológico importado há muito deu lugar a soluções originais, definidas pelasnecessidades concretas desse setor no Brasil. O que a pesquisa brasileira fez pelodesenvolvimento da agropecuária do País teve o apoio decisivo da indústria química. Arevolução que transformou o Brasil em destacada potência agrícola e deu fartura à mesade tantos brasileiros foi alicerçada em tecnologias que tiveram na química um pilardecisivo.

A indústria química também participa de soluções avançadas em termos energéticose ambientais. Eletrodomésticos mais eficientes, automóveis menos poluentes e residênciasmais sustentáveis dependem de soluções que a tecnologia da indústria química é capazde criar, utilizando padrões cada vez mais elevados.

A continuidade das mudanças sociais e dos padrões de consumo, o prosseguimentoda revolução agrícola, a evolução das soluções ambientais e da sustentabilidade sãocompromissos que fazem parte da própria natureza da indústria química. É para atender

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a esses compromissos que a indústria química é dotada de conceituadas equipes detécnicos, engenheiros e cientistas, bem como participa de redes de cooperação científicae tecnológica nacionais e internacionais. Dessa maneira, consegue desenvolver,continuamente, soluções melhores e mais adequadas para atender aos requisitos dosindivíduos, do sistema econômico e da sustentabilidade ambiental.

As principais empresas do setor químico são dotadas de competências tecnológicasrobustas e vigorosas. Entretanto, existem centenas de empresas que ainda precisamdesenvolver esses atributos, essenciais para que se atendam as demandas provenientesde diversos segmentos associados, como calçados, móveis, plásticos e vestuário, queclaramente dependem das soluções inovadoras que a química pode oferecer.

O desenvolvimento desses segmentos e o próprio desenvolvimento brasileiro, a criaçãode empregos e a qualidade desses postos de trabalho muito se beneficiariam de umacesso mais fácil dessas empresas a condições creditícias adequadas e, sobretudo, aosinstrumentos e recursos de apoio à inovação que o governo federal e vários governosestaduais vêm criando. Essas iniciativas tão importantes ainda são pouco acessíveis paraum grande contingente de empresas, sobretudo para as empresas de menor porte, quesão justamente as que delas mais precisam.

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Compromissos da indústria química

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Elevar os padrões de gestão, responsabilidade fiscal e deprodutividade

O desenvolvimento brasileiro é uma obra coletiva, que envolve indivíduos, empresas,setores empresariais, sindicatos trabalhistas, organizações não governamentais einstituições de governo. A colaboração da indústria química e o seu empenho emcontribuir para o desenvolvimento brasileiro vão além do seu esforço de geração degrande quantidade e variedade de riquezas, que se materializam em produtoscompetitivos, de qualidade, adequados às necessidades dos mercados e das pessoas.

É também compromisso permanente da indústria química elevar progressivamente,mas de maneira consistente, os padrões de atuação e de sustentabilidade das empresas,incluindo aquelas que ainda possuem dificuldades de capacitação nesse terreno. Essecompromisso assume uma dupla forma: a definição de um Programa de AtuaçãoResponsável simplificado, para facilitar a adesão progressiva de novas empresas, e umprocesso contínuo de capacitação de empresas de todos os portes. A indústria químicaexplicita, assim, a sua preocupação e o seu compromisso com padrões elevados e decrescente abrangência.

Os problemas da estrutura tributária brasileira são bastante comentados e conhecidos.A indústria química enxerga a questão tributária sob duas óticas. A primeira, de naturezasistêmica, leva em conta os impactos negativos observados pelo conjunto dos segmentosprodutivos e pela sociedade de um modo geral. A segunda dirige o seu foco depreocupação para especificidades do setor químico no País.

A carga tributária brasileira é elevada? A resposta a essa questão é, sem dúvida,afirmativa. A carga tributária brasileira é certamente elevada quando se consideram ospadrões de países de renda média comparável. Esse ônus para a sociedade, para aprodução e para o consumo poderia ter como contrapartida serviços e investimentospúblicos que assegurassem o bem-estar e a competitividade. Reconhece-se, no entanto,que essa oferta está muito aquém das necessidades da população e dos segmentosprodutivos, afastando-se também das possibilidades concretas de realização.

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Na indústria química esse problema tem contornos especiais . A carga tributária, alémde ser elevada, é também mal distribuída. Existem empresas que pagam de maneiraregular as suas obrigações e atuam ao lado de outras que não honram essescompromissos, ou o fazem apenas de maneira parcial. Isso introduz no sistema econômicoum elemento de distorção da competição que contamina o ambiente e envenena osnegócios. Quanto maiores são as alíquotas dos tributos, maiores os estímulos acomportamentos oportunistas por parte de algumas empresas e maiores as deformaçõesque se acumulam no ambiente competitivo. Uma empresa que sonega tributos temganhos superiores aos obtidos por meio de trabalho sério, investimentos, melhorias dequalidade, desenvolvimento de novos produtos e processos. Isso enfraquece oscomportamentos saudáveis, valorizando ações oportunistas.

As distorções do sistema tributário também produzem efeitos deformadores sobre osinvestimentos e sobre a competitividade. Decisões de investimento dependem – oudeveriam depender – da disponibilidade de matérias-primas, de mão de obra, deinfraestrutura e da proximidade dos mercados. Alguns incentivos fiscais deformam asdecisões de investimento, criando uma estrutura de produção dependente de benessesgovernamentais. Esse equívoco custa caro à competitividade da indústria, além de custarcaro ao Brasil.

A química sofre também a concorrência desigual de produtos de outras cadeias quefabricam bens de uso similar e cuja carga tributária é menor. Esse é o caso, por exemplo,do PET versus alumínio e vidro, nas embalagens; do PET versus madeira, em produtostransformados; do PS versus fibra de vidro; e do PVC versus couro. A existência de regimesfiscais danosos para a indústria química nacional torna-se fonte de promoção deimportações e prejudica a expansão da produção e a realização de investimentos.

As práticas informais que ainda prevalecem em algumas franjas do sistema econômicosão também danosas ao ambiente produtivo, introduzindo distorções que contaminam oambiente competitivo saudável com elementos indesejáveis.

É compromisso da indústria química contribuir para o avanço da agenda fiscal etributária por meio da ampliação da base de incidência da cobrança. A ampliação dabase oferece condições para a repartição mais equânime do ônus, para a redução dasalíquotas e para a eliminação das distorções existentes.

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Compromissos da indústria química

Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química

Promover continuamente a qualificação dos trabalhadoresda indústria química e contribuir para formação de pessoasnas indústrias a ela relacionadas

A indústria química caracteriza-se por apresentar elevados níveis de produtividade.Como os processos industriais químicos são desenvolvidos pelo uso intensivo deconhecimento, ciência, tecnologia e engenharia, seus trabalhadores são necessariamentemuito qualificados. São também muito qualificados aqueles que fabricaram osequipamentos que tornam as plantas tão produtivas e seguras, bem como os quemanipulam os produtos fabricados pelo setor químico.

O desenvolvimento da indústria química depende, portanto, da disponibilidade demão de obra educada e qualificada, tanto nas empresas do setor quanto nas empresasfornecedoras e usuárias dos seus produtos. No Brasil, existem deficiências importantesnesse campo, que se associam claramente ao sistema educacional e ao ensinoprofissionalizante.

É compromisso da indústria química contribuir de maneira ativa para equacionar essaquestão, assegurando que se avance de forma sustentável e rápida em direção a melhorescondições de ensino e qualificação profissional.

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5. Necessidades da indústria química

Os compromissos manifestos pelo setor químico carecem de uma base de sustentaçãoque assegure condições para o salto de desenvolvimento pretendido. Na sequência,destacam-se as principais necessidades identificadas, agrupadas em cinco grandesblocos.

Matérias-primas competitivas em preço, disponibilidade devolume e prazo nos contratos

A indústria química depende de algumas matérias-primas básicas. As principais sãoo petróleo (do qual deriva a nafta petroquímica) e o gás. Além disso, pelo menos doissegmentos da indústria química (cloro/soda e gases industriais) são eletrointensivos, tendona energia elétrica a sua matéria-prima principal.

Uma vez que os investimentos da indústria tomam a forma de grandes plantasindivisíveis, que se associam a economias de escala muito importantes, existe umatendência a que se busquem tamanhos de planta cada vez maiores. A vida útil dessasplantas também é longa, de modo que quaisquer investimentos dependem de contratosde fornecimento de matéria-prima com características ajustadas ao projeto, levando emconsideração adequadas condições de custo, volume e prazo de duração.

O problema de adequar as condições de fornecimento aos requisitos de segurançados investimentos deve ser enfrentado desde já, de modo a sintonizar o planejamento ea execução dos projetos das empresas que constituem a cadeia produtiva da química eda petroquímica. Os investimentos de cada uma das etapas e de cada um dos segmentosindustriais dependem das disponibilidades criadas pela etapa imediatamente anterior, oque é válido desde a origem (nafta e gás).

Ao lado dessa questão, urgente e imediata, existe outra que também deve serequacionada desde já, embora tenda a aparecer de forma mais evidente num prazo dedois ou três anos. Trata-se da necessidade de antecipar investimentos relacionados àtransição do Brasil de economia deficitária para economia fortemente superavitária empetróleo. Para evitar que o superávit comercial valorize ainda mais a moeda brasileira ecrie uma dependência progressiva e crescente em relação ao petróleo, é fundamental

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Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química

contar com novos investimentos. A moeda valorizada, à medida que reduz acompetitividade das exportações de vários produtos e favorece as importações, torna avenda externa de petróleo cada vez mais necessária para dar sustentação às balançascomercial e de pagamentos. Instala-se, nesse caso, um ciclo de dependência com relaçãoà exportação de bens primários que caracteriza a chamada doença holandesa.Investimentos na indústria química são a forma de contornar problemas dessa natureza.

O aproveitamento dos recursos petrolíferos (e do gás associado) demanda umasintonia mais fina entre a exploração, a produção de petróleo e a sua transformação emderivados e em produtos petroquímicos. Como os prazos de maturação dos investimentospetroquímicos são tipicamente de quatro ou cinco anos, e os arranjos societáriosenvolvem demoradas negociações prévias, a arquitetura dos usos possíveis do petróleoe do gás do pré-sal deveria começar a ser pensada e decidida com brevidade.

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Abiquim - Pacto Nacional da Indústria Química

Tributos: solução das distorções do sistema, desoneraçãoda cadeia, isonomia tributária com sucedâneos e defesacontra concorrência desleal

Existem três grandes agendas tributárias. A primeira refere-se à necessidade de reduzirde maneira significativa a carga fiscal. A segunda está relacionada com a irracionalidadedo sistema tributário: a sua complexidade e as dificuldades de manter aparatos fiscaiscaros apenas para cumprir todas as demandas tributárias. A indústria química cerra fileirascom o setor produtivo em favor de uma solução para esses dois grandes problemas.Contudo, reconhecendo que são problemas que demandam soluções muito complexase possivelmente demoradas, ressalta-se a necessidade de que se equacione uma terceiraquestão, que afeta de maneira dramática as empresas do setor: as múltiplas distorçõesdo sistema tributário, em vários planos, que dificultam a instauração de padrõescompetitivos saudáveis, baseados em eficiência, em boas práticas de gestão, emdesenvolvimento de tecnologias e de soluções inovadoras.

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Necessidades da indústria química

Infraestrutura logística: distribuição de gás, energia, portos,rodovias e outras soluções modais

As carências de infraestrutura oneram, sobretudo, as atividades econômicas queprocessam grandes volumes e que requerem uma integração entre diferentes etapas eprocessos. Pela sua conformação histórica, a indústria química brasileira esteve nucleadaem polos que se situam a grandes distâncias dos principais mercados. Fator dedesenvolvimento regional, os polos requerem, para o seu funcionamento e a suacompetitividade, um elevado grau de integração logística e condições eficientes detransporte. Hoje, entretanto, essa dimensão da competitividade sistêmica apresentadeficiências importantes e custos elevados. É imperativo que esse grave problema, queafeta as empresas químicas e o conjunto da economia brasileira, seja equacionado combrevidade, de modo que se elimine o seu ônus à competitividade.

Os custos elevados da energia também são um problema importante, emboraminorado pelas incertezas que rondam as condições da oferta produtiva. Equacionar deforma consistente essa questão, todavia, é condição indispensável para que o setorquímico possa efetivamente lançar-se em um programa de investimentos mais vigoroso.

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Inovação e Tecnologia: apoio decisivo do Estado aodesenvolvimento tecnológico

A indústria química caracteriza-se pela sua estreita ligação com o desenvolvimentotecnológico e a inovação, com empresas que são grandes investidoras tecnológicas ecientíficas. As empresas de petróleo e as petroquímicas realizam fortes investimentos empesquisa e desenvolvimento (P&D) e estruturam esforços voltados para a inovação nosentido mais amplo. Dotadas de fortes estruturas de P&D e processos de gestão deinovação, as grandes empresas têm sido capazes de dinamizar os seus processos e suaslinhas de produtos. Contam, em vários casos, com o apoio fornecido pelos instrumentosdas políticas públicas, tanto de caráter federal quanto estadual. A Lei de Inovação, a Leido Bem, os mecanismos da subvenção econômica, os financiamentos reembolsáveis daFinep e do BNDES, assim como os instrumentos e os recursos das Fundações de Amparoà Pesquisa dos Estados, representam importantes fontes de apoio financeiro à pesquisa eao desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras.

Para que a indústria química possa desenvolver plenamente o seu potencial inovador,algumas condições precisam ser aperfeiçoadas. A primeira refere-se ao aprimoramentodo quadro legal existente, melhoria dos processos de análise e à agilidade das liberaçõesdos créditos. A segunda relaciona-se a uma agressiva ação de massificação da agendade inovação, incluindo ações com foco nas pequenas e médias empresas. Estudos dediversas fontes, inclusive da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvol vimento eEngenharia das Empresas Inovadoras, mostram que parte importante dos melhoresinstrumentos tem sido inacessível às empresas de menor porte, tendo assim a suaabrangência reduzida. Outro ponto importante é o desenvolvimento de recursos paraatividades de P&D pré-competitivo, como construção de plantas pilotos ou projetos descaling-up. Este tipo de atividade envolve riscos consideráveis e as indústrias necessitamde apoio específico de forma a compartilhar esse risco. Finalmente, é necessário observaro perfil de formação profissional no Brasil, que hoje é inadequado para uma ênfase eminovação. Apenas 11% dos egressos dos cursos superiores no Brasil são formados emengenharia ou ciências. É preciso um programa emergencial de ações que fortaleça aengenharia nacional e a formação em ciências aplicadas.

Necessidades da indústria química

Crédito: acesso ao crédito para fortalecimento da cadeia,financiamento à exportação, inovação e tecnologia

O acesso ao crédito, nos últimos anos, vem sendo ampliado por meio de diferentesvertentes. A redução da taxa básica de juros cumpre aqui um papel muito relevante, aolado da ampliação dos recursos do BNDES, da redefinição de sua atuação, dodesenvolvimento do mercado de capitais e do acesso a fluxos financeiros externos.

Não obstante os avanços observados, existem ainda alguns problemas a seremequacionados nessa dimensão. Identifica-se, por exemplo, espaço para uma reduçãoainda maior dos juros e para a difusão do barateamento dos recursos para os mercadosde crédito bancário. Além disso, há um problema relacionado com o acesso daspequenas e médias empresas a financiamentos em prazos e condições adequados. Odesenvolvimento integrado da cadeia química envolve a melhoria das condições docrédito disponível para as menores empresas, que são muito relevantes, sobretudo parao aproveitamento de novas oportunidades comerciais, em função de sua capilaridade, desua variedade e do espírito empreendedor que as anima e as sustenta.

Muitas empresas químicas concorrem com congêneres internacionais que atuamglobalmente, contam com o acesso a matérias-primas abundantes e baratas e não sãooneradas por deficiências sistêmicas de competitividade ou por tributações incidentessobre as exportações. O acesso a crédito adequado em termos de volume e custo poderiaestimular muitas empresas químicas a buscarem de maneira mais incisiva fluxosde exportação adicionais. Condições de financiamento adequadas poderiam,adicionalmente, ajudar essas empresas a conquistarem escalas compatíveis com ospadrões de competição contemporâneos.

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Necessidades da indústria química

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O intento estratégico do Pacto Nacional da

Indústria Química é posicionar a indústria

química brasileira entre as cinco maiores do

mundo, tornando o País superavitário em

produtos químicos e líder em química verde.

Conselho Diretor

Presidente:

Vice-Presidentes:

Conselheiros:

Bernardo Gradin

1º. Vice: Pedro Wongtschowski2º. Vice: Henri Armand Slezynger3º. Vice: Pedro Emilio Suarez4º. Vice: Marcos De Marchi5º. Vice: Marcelo Lacerda Soares Neto6º. Vice: Paulo Francisco Schirch7º. Vice: Alfred Hackenberger

Arthur Whitaker de CarvalhoCarlos SchmidCiro Mattos MarinoDomingos Henrique Guimarães BulusFlávio Augusto Lucena BarbosaGünter MartinHorstfried LaeppleIrundi Sampaio EdelweissIsaac PlachtaJoão Benjamim ParolinJosé Veiga VeigaJulio Muñoz KampffLuiz Antonio Veiga MesquitaLuiz de MendonçaLuiz Fernando Marinho NunesMario Antonio Carneiro CilentoPaulo Cezar Amaro AquinoReinaldo RubbiRicardo VellutiniRicardo Werner MarekWanderlei PassarellaWeber PortoWolfgang Heinz Guderle

Braskem

OxitenoUnigelDowRhodiaLanxessSolvayBasf

Efetivos:

Presidente-Executivo

Aldo Gandolfi JuniorRicardo Neves de OliveiraRodrigo Lopes Almeida

Nelson Pereira dos Reis

UniparHuntsmanMillenniumWhite MartinsInnovaClariantBayerDetenIQTOxitenoM&G PolímerosHenkelFosfertilQuattorPetrocoqueCarbocloroPetroquisaElekeirozDuPontAkzo NobelGPC QuímicaEvonikDyStar

MontanaFosbrasilMonsanto

Suplentes: Mário MontiniNobuo KimuraRonaldo Silva Duarte

Air LiquideAjinomotoColumbian

Conselho Consultivo Carlos Mariani BittencourtEduardo Eugênio Gouvêa VieiraOtto Vicente PerronePaulo Guilherme A. Cunha

Conselho Fiscal - Biênio 2009/2011

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biênio 2009 / 2011