pablo pedrosa teixeira de oliveira

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PABLO PEDROSA TEIXEIRA DE OLIVEIRA A OPINIÃO DOS GERENTES SOBRE O SECRETÁRIO EXECUTIVO E SOBRE SUAS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO NOS HOTÉIS DA GRANDE BELO HORIZONTE – MG MONOGRAFIA Universidade Federal de Viçosa Viçosa - MG Brasil 2008

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Page 1: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

PABLO PEDROSA TEIXEIRA DE OLIVEIRA

A OPINIÃO DOS GERENTES SOBRE O SECRETÁRIO

EXECUTIVO E SOBRE SUAS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO NOS

HOTÉIS DA GRANDE BELO HORIZONTE – MG

MONOGRAFIA

Universidade Federal de Viçosa Viçosa - MG

Brasil 2008

Page 2: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

II

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE LETRAS CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGÜE

A opinião dos gerentes sobre o Secretário Executivo e sobre suas possibilidades de atuação nos hotéis da Grande Belo Horizonte – MG

Monografia apresentada ao Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa, como exigência da disciplina SEC 499 – Monografia e como requisito para a conclusão do curso de Secretariado Executivo Trilíngüe, tendo como orientador o Professor José Geraldo Fernandes de Araújo e como conselheira a Professora Rosália Beber de Souza.

Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

Viçosa - MG Brasil 2008

Page 3: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

III

A monografia intitulada

A opinião dos gerentes sobre o Secretário Executivo e sobre suas possibilidades de atuação nos hotéis da Grande Belo Horizonte – MG

elaborada por

Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

como exigência da Disciplina SEC 499 - Monografia e como requisito para conclusão do curso de Secretariado Executivo Trilíngüe, foi aprovada por todos

os membros da Banca Examinadora.

Viçosa, 23 de junho de 2008.

Prof. José Geraldo Fernandes de Araújo (DER/UFV) Orientador

Prof.ª Rosália Beber de Souza (DLA/UFV) Conselheira

Prof. Odemir Vieira Baeta (DLA/UFV)

Prof.ª Ana Carolina Gonçalves Reis (DLA/UFV)

Nota: _______

Page 4: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

IV

Agradecimentos

A Deus, por dar-me forças para sempre continuar.

À minha mãe, Adriane, ao meu pai, Jorge, e à minha irmã, Aline, por me apoiarem

incondicionalmente em todos os momentos de minha vida, e aos demais membros da minha

família.

Aos amigos Eduardo, Karen, Bruno e Daniela, por fazerem parte da minha vida em

Viçosa, à turma de Secretariado Executivo de 2005 e ao pessoal da República, Hugo, Lalá,

Rafinha e Nei, pela amizade e pelo companheirismo.

Aos companheiros de C.A., Marina Lopes, Marina Schetino, Daniel, Gláucia e Gabi,

pelas reuniões e discussões.

Às meninas de Secretariado Executivo de 2004, que sempre me acolheram como

sendo parte da turma.

Ao professor José Geraldo, por receber-me e orientar-me.

Aos professores do curso, Débora, Rosália e Odemir, que tanto me ensinaram e ainda

ensinam.

Aos demais que estiveram presentes em minha vida e que, de uma forma ou de outra,

puderam contribuir para meu crescimento pessoal e profissional.

À Universidade Federal de Viçosa, pela melhor fase da minha vida e por tornar-me o

profissional que serei.

Page 5: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

V

OLIVEIRA, Pablo Pedrosa Teixeira de; ARAÚJO, José Geraldo Fernandes de; SOUZA, Rosália Beber de. A opinião dos gerentes sobre o Secretário Executivo e sobre suas possibilidades de atuação nos hotéis da Grande Belo Horizonte – MG. 2008. 63 p. Monografia (Bacharelado em Secretariado Executivo Trilíngüe) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2008.

RESUMO

Este trabalho constitui um diagnóstico da situação do profissional de Secretariado Executivo no mercado hoteleiro da Grande Belo Horizonte, Minas Gerais, e tem por objetivo compreender a opinião dos gerentes da rede hoteleira quanto ao trabalho do Secretário Executivo na execução de atividades hoteleiras, bem como identificar as possibilidades de atuação deste profissional neste mercado. A técnica de coleta de dados foi o questionário, aplicado em sete hotéis da Grande Belo Horizonte, nas categorias Superior e Turístico, conhecidas como quatro e três estrelas, respectivamente. Os resultados obtidos mostraram que os gerentes conhecem a atuação do profissional de Secretariado Executivo, apesar de não terem o cargo em seus hotéis, e são os próprios gerentes que exercem as atividades pertinentes àquele, como organização e planejamento de reuniões e viagens, redação de documentos em língua estrangeira e gestão telefônica, o que pode influenciar na administração do hotel. É possível concluir que o Secretário Executivo pode atuar também no departamento de eventos dos hotéis, uma vez que possui as características exigidas para desempenhar funções inerentes a tal área, como também pode atuar junto aos gerentes, uma vez que estes possuem assistentes para executar atividades o que pode otimizar a gestão do empreendimento.

RESUMEN

La opinión de los gerentes sobre el Secretario Ejecutivo y sobre sus posibilidades de actuación en los hoteles de la Grande Belo Horizonte – MG

Este trabajo se constituye de un diagnóstico de la situación del profesional de Secretariado Ejecutivo en el mercado hotelero de la Grande Belo Horizonte, Minas Gerais, y tiene por objetivos comprender la opinión de los gerentes de la red hotelera cuanto al trabajo del Secretario Ejecutivo en la ejecución de actividades hoteleras, bien como identificar las posibilidades de actuación de este profesional en dicho mercado. La técnica de coleta de datos fue el cuestionario, aplicado en siete hoteles de la Grande Belo Horizonte, en las categorías Superior y Turístico, conocidas como cuatro y tres estrellas, respectivamente. Los resultados obtenidos muestran que los gerentes conocen la actuación del profesional de Secretariado Ejecutivo, a pesar de no haber el cargo en sus hoteles, y son los propios gerentes quien ejercen las actividades pertinentes a aquello, como organización y planeamiento de reuniones y viajes, redacción de documentos en lengua extranjera y gestión telefónica, lo que puede influenciar en la administración del hotel. Es posible concluir que el Secretario Ejecutivo puede actuar también en el departamento de eventos de los hoteles, una vez que posee las características exigidas para rellenar este cargo como también puede actuar junto a los gerentes, una vez que estos poseen asistentes para ejecutar tales actividades y, así, ejecutar de la mejor manera la gestión del emprendimiento.

Page 6: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

VI

Sumário

1. APRESENTAÇÃO...............................................................................................................9

1.1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................9 1.2. O PROBLEMA E SUA JUSTIFICATIVA................................................................................10

2. OBJETIVOS .......................................................................................................................12

3. REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................13

3.1. SECRETARIADO EXECUTIVO ...........................................................................................13 3.1.1. A Evolução da Profissão .......................................................................................13 3.1.2. O Profissional de Secretariado Executivo nas Organizações................................14 3.1.3. As características do profissional de Secretariado Executivo ...............................16 3.1.4. As atividades técnicas do Secretário Executivo .....................................................17

3.2. TURISMO E HOTELARIA ..................................................................................................19 3.2.1. Algumas definições sobre turismo..........................................................................19 3.2.2. Breve histórico da hotelaria no Brasil e no mundo ...............................................20 3.2.3. Características do serviço hoteleiro ......................................................................21 3.2.4. Classificação dos meios de hospedagem................................................................21 3.2.5. Departamentos de um hotel....................................................................................22 3.2.6. Gestão Hoteleira ....................................................................................................25

4. METODOLOGIA...............................................................................................................26

4.1. UNIDADE DE ANÁLISE ....................................................................................................26 4.2. AMOSTRAGEM ................................................................................................................26 4.3. COLETA DE DADOS .........................................................................................................27 4.4. MÉTODOS DE ANÁLISE DE DADOS ...................................................................................27

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...........................................................29

5.1. O PERFIL DOS HOTÉIS ....................................................................................................29 5.2. O PROFISSIONAL DE SECRETARIADO EXECUTIVO NOS HOTÉIS .......................................30

6. CONCLUSÃO.....................................................................................................................37

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................39

8. REFERÊNCIAS .................................................................................................................42

9. APÊNDICE .........................................................................................................................43

I) TABELA: HABILIDADES DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO EXECUTIVO, SEGUNDO OS GERENTES. ..............................................................................................43 II) QUESTIONÁRIO ...........................................................................................................45 III) FIGURAS.......................................................................................................................49

10. ANEXOS ...........................................................................................................................55

ANEXO A. ORGANOGRAMA DE UM HOTEL DE GRANDE PORTE.........................56 ANEXO B. LEI Nº 7.377, DE 30 DE SETEMBRO DE 1985.............................................57 ANEXO C. LEI Nº 9.261, DE 10 DE JANEIRO DE 1996..................................................59 ANEXO D. CÓDIGO DE ÉTICA DA PROFISSÃO DE SECRETARIADO EXECUTIVO, PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO DE 7 DE JULHO DE 1989. ..............61

Page 7: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

VII

Lista de Tabelas

Tabela 1. Classificação quanto à Categoria ............................................................................ 22

APÊNDICE

I) Tabela: Habilidades do profissional de Secretariado Executivo, segundo os gerentes ................................................................................................................................... 44

Page 8: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

VIII

LISTA DE FIGURAS

APÊNDICE

Figura 1. Habilidades do profissional do Profissional Responsável pelo Centro de Convenções .................................................................................................................. 49

Figura 2. Número de salas dos Centros de Convenções ................................................... 49

Figura 3. Capacidade das salas dos Centros de Convenções (em número de pessoas) .... 49

Figura 4. Políticas de Responsabilidade Ambiental adotadas pelos hotéis ....................... 50

Figura 5. Políticas de Responsabilidade Social adotadas pelos hotéis ............................. 50

Figura 6. Ranking de Habilidades e Características do profissional de Secretariado Executivo de acordo com os gerentes dos Hotéis de Belo Horizonte ............................... 50

Figura 7. Planejamento e organização de agenda ............................................................. 51

Figura 8. Tradução de documentos ................................................................................... 51

Figura 9. Gestão Telefônica .............................................................................................. 51

Figura 10. Registro e Distribuição de correspondências ................................................... 52

Figura 11. Programação de viagens .................................................................................. 52

Figura 12. Controle e Estoque de Materiais ...................................................................... 52

Figura 13. Logística de Eventos ........................................................................................ 53

Figura 14. Exercício das atividades do Secretário Executivo pelos Gerentes .................. 53

Figura 15. Conhecimento dos Gerentes sobre a execução de atividades pertinentes ao Secretário Executivo ......................................................................................................... 53

Figura 16. Cargo responsável pelas atividades não executadas pelos Gerentes ............... 54

Figura 17. Atividades citadas pelos Gerentes como inerente ao Secretário Executivo .... 54

Page 9: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

9

1. APRESENTAÇÃO

1.1. Introdução

O turismo, em decorrência do desenvolvimento econômico mundial, cresce mais a

cada ano em todos os países. Mais pessoas exercem o papel de turistas e viajam para

diferentes lugares. Conseqüentemente, a hotelaria vem se fortalecendo, já que, conforme

PETROCCHI (2002), constitui parte do produto turístico, composto pelo transporte, pela

hospedagem e pelo atrativo, como lazer ou qualquer outra motivação para a viagem.

A hotelaria surgiu na época da Grécia Antiga, quando os atletas participavam dos

Jogos Olímpicos e precisavam hospedar-se. Foi nessa mesma época que o profissional de

Secretariado Executivo se fundamentou, denominado escriba. Este profissional tinha

conhecimentos de escrita, leitura e matemática e registrava os feitos dos Imperadores.

A característica mais marcante do Secretário Executivo, e que o acompanha desde os

escribas, segundo MARQUES (2003), é a redação. Alexandre Magno, por exemplo, tinha

seus secretários para relatar seus feitos e compor seus exércitos. Hoje em dia, aquela

característica ainda permanece, com o diferencial de que é necessário redigir também em

outros idiomas.

As antigas características desse profissional não mudaram muito, apenas se adaptaram

às novas tecnologias. É indispensável ao Secretário Executivo saber usar o computador e

alguns softwares, além de possuir características como liderança, boa redação, pró-atividade e

sigilo, que são citadas no Código de Ética da profissão (vide anexo D), na Lei de

Regulamentação da mesma (vide anexos B e C) e por estudiosos da área.

O Secretário Executivo exerce o papel de intermediar o fluxo de comunicação

ascendente e descendente entre os vários níveis hierárquicos de um hotel, conforme

Page 10: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

10

MARQUES (2003). A comunicação deve, aqui, ser entendida como qualquer tipo de

mensagem, escrita ou falada, capaz de cumprir o seu papel máximo: o de obter a resposta

certa do respectivo receptor.

No Brasil, o turismo e a hotelaria fortaleceram-se junto com o crescimento do país,

que envolveu o aumento e o desenvolvimento dos meios de transporte visto que viajar em um

país extenso como o Brasil era difícil sem rodovias ou aviões; e, devido aos grandes

investimentos internos e externos, como campanhas do governo federal e inserção das redes

hoteleiras internacionais, em meados do século XX, o país pôde mostrar seu potencial e fazer

crescer o setor turístico.

Na década de 50, com o lançamento do Boeing 707, o turismo internacional

intensificou-se, e o Brasil foi incluído nas rotas das linhas aéreas, o que aumentou o fluxo de

turistas no país, assim como em todo o mundo. Assim, a redação em outra língua fez-se de

extrema importância aos gerentes dos hotéis.

1.2. O Problema e sua Justificativa

A motivação para a realização deste trabalho veio do contato do pesquisador com a

área em um curso técnico de Hospitalidade, realizado nos anos de 2003 e 2004. Desde a sua

conclusão e do ingresso no curso de Secretariado Executivo Trilíngüe na Universidade

Federal de Viçosa, em 2005, tem esforçado para estabelecer relações práticas entre os dois

profissionais: o de Secretariado Executivo e o de Hotelaria.

Esta pesquisa objetiva analisar a opinião dos gerentes de hotéis sobre a atuação do

Secretariado Executivo e identificar as características destes, bem como verificar as

possibilidades de atuação desse profissional no setor hoteleiro.

MARQUES (2003) afirma que a gerência de um hotel envolve o gerente, mas pode

envolver também subgerentes assistentes e secretariado [grifo nosso]. O cargo de gerência,

em geral, abrange responsabilidades, dinamismo e capacidade de delegar tarefas. A Gerência

Hoteleira, mais especificamente, requer profissionais disciplinados, estáveis, verdadeiros

líderes, que saibam distribuir de forma correta as atividades, tendo sempre boa aparência e

discrição.

Pelas leituras feitas e pelo conhecimento adquirido no curso técnico em Hospitalidade

e no curso Superior em Secretariado Executivo, o pesquisador pôde perceber que as duas

Page 11: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

11

áreas estão interligadas. A escolha pela região da Grande Belo Horizonte deu-se pela

localização geográfica da mesma, pela contenção de custos e por esta ser a região mais

desenvolvida do estado de Minas Gerais.

A área de Secretariado Executivo enfrenta um grande desafio: a pouca bibliografia

disponível sobre o tema. Objetiva-se, portanto, agregar a essa área um trabalho que possa ser

consultado pelos que se interessam em abordá-la e em conhecer uma perspectiva de atuação

do profissional: o setor hoteleiro.

Depois de concluído este estudo, espera-se ser possível mostrar a atuação do

profissional de Secretariado Executivo no setor de Hotelaria e possibilitar a percepção da

formação generalista deste para ser um diferencial em tal ramo.

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1212

2. OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo analisar a opinião de gerentes de hotéis da estrutura

hoteleira da Grande Belo Horizonte (MG), nas categorias Superior e Turístico, com relação à

função de Secretariado Executivo.

Os objetivos específicos são:

• Caracterizar a rede hoteleira de Belo Horizonte, MG;

• Identificar a existência e a necessidade da função de Secretariado Executivo

nos hotéis pesquisados;

• Verificar se os gerentes destes empreendimentos têm conhecimento das tarefas

específicas exercidas pelo Secretário Executivo; e

• Avaliar possibilidades de atuação deste profissional no mercado hoteleiro.

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13

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. Secretariado Executivo

3.1.1. A Evolução da Profissão

A história da profissão de Secretariado Executivo remonta a meados do século IV a.

C., quando Alexandre Magno passou a reinar e, em suas batalhas e conquistas, rodeava-se de

secretários que serviam para compor seus exércitos e registrar, na escrita, os feitos do

imperador.

“O destino do Secretariado [sic] seguiu pelo afortunado caminho da cultura, pois para registrar a história, os secretários tinham que ter domínio da escrita. E quem tinha esta capacidade, exercendo funções tão ligadas aos Governantes, obtinha o privilégio da leitura de obras cerceadas ao povo. Desta forma tinha, o secretário, acesso ao conhecimento”. (SABINO & ROCHA, 2004: 3)

Segundo SABINO & ROCHA (2004), na era Egípcia, os escribas tinham sólidos

conhecimentos de matemática, contabilidade e processos administrativos gerais, o que os

tornava profissionais bem qualificados. Para obterem tal denominação, freqüentavam

importantes escolas e vislumbravam a possibilidade de ocupar os cargos públicos mais

elevados, sendo, então, considerados como assessores diretos de seus superiores quando se

tratava da escrita. Foi nesse contexto que o Secretariado Executivo sedimentou sua história.

Até meados do século XVII, a profissão de Secretariado Executivo era

predominantemente masculina, mas, com o advento da máquina de escrever e com a

Revolução Industrial, a contratação feminina nas organizações foi estimulada. A I

Page 14: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

14

Guerra Mundial levou os homens para os campos de batalha, e a remuneração feminina era

muito inferior à masculina: assim, aos poucos, as mulheres ganharam os escritórios das

fábricas.

Em 1939, no pós-guerra, ampliou-se consideravelmente o mercado de secretárias,

totalizando 20 milhões em todo o mundo, segundo SABINO & ROCHA (2004).

Após a Revolução Industrial, emergem as empresas multinacionais, com fortificação

dos meios de comunicação e transporte.

As organizações começaram a investir no quadro funcional quando perceberam que a

falta de especialização estava comprometendo os resultados empresariais, e que funcionários

bem treinados e especializados seriam um diferencial em seu desenvolvimento. Conforme

BRUNO (2006: 12), “a mudança mais significativa foi a profissionalização da cúpula

administrativa, descaracterizando o modelo centralizador de gerenciar e fortalecendo a

formação de administradores”. Assim, o papel do Secretário Executivo também sofreria

mudanças, uma vez que o trabalho do secretário executivo passou a ser de assessor dos

diretores.

O surgimento da Administração Participativa, nos anos 80, contribuiu para o

crescimento da profissão de Secretariado Executivo, uma vez que patrões e secretários

executivos trabalhariam em conjunto nos processos internos e externos das corporações.

Nesse momento, percebeu-se a importância destes profissionais na otimização das empresas.

É nessa mesma época que, segundo NATALENSE (1998), a profissão se fortalece com o

surgimento dos sindicatos da categoria e com a regulamentação da mesma.

A partir daí, “o profissional de Secretariado [sic] planeja, organiza e controla a infra-

estrutura gerencial, através do fornecimento de serviços de assessoria”. (NATALENSE, 1998:

46)

3.1.2. O Profissional de Secretariado Executivo nas Organizações

Com as mudanças ocorridas em todos os campos da ciência, geradas pela globalização

e pelo acelerado desenvolvimento tecnológico a partir dos anos 1980, o Secretariado

Executivo mudou o modo de como os gestores viam a profissão: ela se fortaleceu e ganhou

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15

espaço dentro das empresas, passando a exercer atividades que não eram apenas repetitivas e

mecânicas.

“As antigas características da profissão foram substituídas por excelência profissional, competência, conhecimentos múltiplos, cultura e aperfeiçoamento contínuo. Deixou de ser vista como “executora de rotinas” ou “apoio do executivo” e os anos 90 dignificam a profissão como “gestora de processos”. (SABINO & ROCHA, 2004: 10)

Conforme pondera BRUNO (2006), a formação generalista e eclética do profissional

de Secretariado Executivo o permite atuar nas diversas áreas de uma organização. É essa

formação que assegura ao profissional o exercício do planejamento, do controle, da

organização e da direção dos serviços de assessoria ao administrador.

Todo profissional, independente do ramo em que atue e do trabalho que exerça, possui

competências técnicas, humanas e conceituais. Competências técnicas são entendidas como a

utilização de conhecimentos, técnicas e equipamentos, por meio de instrução, experiência e

educação, referem-se aos entendimentos específicos das atividades operacionais, o saber

fazer, conforme PETROCCHI (2002). As competências humanas, como explicitado no nome,

são as responsáveis pelo trabalho com pessoas, e, por conseguinte, com a capacidade de

entendê-las, motivá-las e liderá-las. Já as competências conceituais referem-se à capacidade

de ver a organização holisticamente, de compreender sua complexidade e verificar se as

pessoas estão buscando cumprir os seus objetivos.

Como ressalta PETROCCHI (2002), os três tipos de competências são distribuídos em

função dos níveis hierárquicos ocupados nas organizações. Assim, um gerente deve possuir

maiores conhecimentos conceituais que técnicos apesar de ter que conhecer estes para poder

entender o processo organizacional. No caso do profissional de Secretariado Executivo,

dizemos que as competências conceituais têm tanto valor quanto as técnicas, uma vez que ele

executa algumas tarefas rotineiras e, paralelamente, lida com administrador, com o Gerente: o

Secretário Executivo deve enxergar a empresa como um todo para, assim, assessorar de

maneira eficaz o superior. BRUNO (2006: 25) exemplifica que, como este profissional

“exerce o papel da interface entre o administrador e os grupos sociais por este gerenciados (equipe de trabalho, fornecedores, clientes, comunidade, governo, etc.), são exigidas as habilidades técnicas, humanas e conceituais que irão proporcionar as competências necessárias para atender à adversidade própria das relações humanas versus as exigências do mundo corporativo. O profissional de secretariado [sic] além de responder por suas atividades diárias e rotineiras, também é responsável direto pela administração do tempo de seu administrador imediato. O saber planejar e

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16

como fazê-lo pode ser um diferenciador significativo no processo estratégico para organização (do administrador).”

As competências humanas são, para o profissional de Secretariado Executivo, de

singular importância, já que este lida direto com as pessoas que interagem com o

administrador. Dentre as competências, as mais citadas estão a inteligência emocional e a

relação interpessoal.

3.1.3. As características do profissional de Secretariado Executivo

Apesar de o profissional de Secretariado Executivo ser alvo de vários estereótipos,

sabe-se que as atividades por ele exercidas já mudaram. Conforme NATALENSE (1998: 7),

“as secretárias ‘serventes’ já não existem. As técnicas secretariais não são mais o centro do

trabalho, e sim, um aspecto do trabalho da secretária”. Em outras palavras, atividades como

taquigrafia, exposta na Lei de Regulamentação da profissão (vide anexos B), já não é

executada, uma vez que foi vetada pela Lei Complementar (vide anexo C), e atividades como

arquivamento e redação de documentos não são as únicas funções da profissão.

O Código de Ética do Secretariado Executivo, publicado no DOU de 7 de julho de

1989 (vide anexo D), trata de alguns aspectos do profissional e de uma das suas características

mais marcantes: o sigilo. É válido ressaltar a importância deste atributo, uma vez que, como

receptor e administrador das informações gerenciais, o Secretário Executivo deve ser

cauteloso ao lidar com estas, não permitindo que possíveis agentes externos interfiram no

processo ou que o influenciem a divulgar tais informações, como, por exemplo, algum

funcionário que o pressione. A própria etimologia da palavra “secretário”, do latim secretum,

significa aquele que guarda segredos, ou seja, que é uma pessoa de confiança, que requer uma

postura ética no seu exercício diário. Assim, esse profissional tem como fator primordial na

“atuação profissional a credibilidade de seus superiores”, conforme afirma BRUNO (2006:

19).

Outros aspectos, como manter um bom ambiente de trabalho, sendo amistoso com

todos ao redor, lutar pela manutenção da profissão e exercê-la com o mais alto padrão de

qualidade, também são citados no Código.

Page 17: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

17

A Lei de Regulamentação da profissão (vide anexo B), nº 7.377, de 30-9-1985,

diferencia o profissional técnico em Secretariado do Secretário Executivo (com formação

superior), e lhes atribui as respectivas atividades. As deste último são:

“I - planejamento, organização e direção de serviços de secretaria; II - assistência e assessoramento direto a executivos; III - coleta de informações para a consecução de objetivos e metas de empresas; IV - redação de textos profissionais especializados, inclusive em idioma estrangeiro; V - interpretação e sintetização de textos e documentos; VI - taquigrafia de ditados, discursos, conferências, palestras de explanações, inclusive em idioma estrangeiro; VII - versão e tradução em idioma estrangeiro, para atender às necessidades de comunicação da empresa; VIII - registro e distribuição de expediente e outras tarefas correlatas; IX - orientação da avaliação e seleção da correspondência para fins de encaminhamento a chefia; X - conhecimentos protocolares”.

A Lei nº 9.261 (vide anexo C), que complementa a Lei supracitada, foi publicada em

1996 e, dentre outros mudanças, vetou o item VI, que trata da taquigrafia. A discussão que se

faz hoje em torno da profissão é a de se exterminar os “pré-conceitos”, adquiridos nos anos 50

e 60 e mostrar aos novos administradores o potencial que os profissionais têm, seja através da

formação recebida, seja através da aplicação prática dos conhecimentos nas próprias

empresas. Muitas organizações ainda têm a perspectiva de que um Secretário Executivo

apenas exerce atividades como organização de agenda e elaboração de atas e relatórios, mas

BRUNO (2006: 25) ressalta que

“mediante a complexidade do mundo das organizações, o profissional de secretariado [sic] estará capacitado a gerenciar processos e assessorar com eficácia favorecendo e dando condições aos administradores para concentrarem-se nas projeções e resoluções dos problemas, cada vez mais complexos, e na velocidade necessária para a tomada de decisão.”

3.1.4. As atividades técnicas do Secretário Executivo

As atividades técnicas do Secretário Executivo eram, até décadas atrás, vistas como o

trabalho deste profissional. Porém, a sua formação generalista permitiu que o Secretário

Executivo fosse redescoberto ao longo dos anos.

Page 18: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

18

Algumas das atividades são regulamentadas pela Lei nº 7.377 e outras são também

discutidas e abordadas na bibliografia referente ao tema.

Como já discutido anteriormente, a redação é a característica mais marcante do

profissional de Secretariado Executivo.

Listar-se-á algumas atividades inerentes ao Secretário Executivo para que se possa

melhor compreendê-las:

• Organização e Planejamento de Reuniões: Segundo MEDEIROS &

HERNANDES (2006), planejar e organizar reuniões são atribuições do

Secretário Executivo. Este fica responsável pelo arranjo da sala, pela

convocação, pela pauta e pela confirmação da presença dos participantes. Outra

tarefa importante deste profissional no que concerne às reuniões é a redação da

ata, pois é o documento que registra o que foi dito e decidido na reunião.

• Gestão Telefônica: Essa atividade é corriqueira ao profissional de Secretariado

Executivo, pois, às vezes, o primeiro contato do cliente com a empresa se dá

através do telefone, e por isso, transmitir com clareza e objetividade a mensagem

é fundamental.

• Programação de Viagens: Essa atividade, embora não esteja na Lei de

Regulamentação da profissão (vide anexo B), é mencionada em todos os

manuais dirigidos aos profissionais do ramo. Planejar a viagem e todos os

detalhes correspondentes a ela, tais como acomodação, transporte, alimentação e

o objetivo da viagem em si são tarefas delegadas ao Secretário Executivo. Para

que haja um bom planejamento da vigem, segundo BELTRÃO & PASSOS

(1991) este profissional pode contar com o apoio de um agente de viagens, para

que não haja dúvidas quanto à documentação necessária e à programação.

• Manuseio de Arquivos: Os documentos produzidos pela empresa devem ser

arquivados de acordo com sua relevância para a mesma. O Secretário Executivo

deve saber classificá-los e deve estabelecer métodos que facilitem sua rápida

consulta quando necessário. É o Secretário Executivo que deve, também, fixar o

tempo de guarda de cada um dos documentos, utilizando, para isso, a tabela de

temporalidade.

Page 19: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

19

3.2. Turismo e Hotelaria

3.2.1. Algumas definições sobre turismo

O termo turismo vem da palavra francesa tour, que significa viagem circular.

CÂNDIDO & VIEIRA (2003: 17) definem o turismo como o “conjunto de atividades

socioeconômicas que provoca o deslocamento temporário de pessoas ou grupo de pessoas

com uma ou diversas finalidades: lazer, cultura, negócios ou saúde.”

O atrativo que o turismo utiliza para fazer com que as pessoas viajem é o denominado

recurso turístico. Este pode ser dividido em quatro categorias: naturais, sociais, profissionais e

culturais.

O turismo pode se dividir de várias formas, levando-se em conta algumas

características e, ou, aspectos, dentre elas a forma de organização (individual, em grupo ou

organizado), a faixa etária (juvenil, adulto ou terceira idade), o preço (elite ou massa) e a

motivação (lazer, negócios, saúde, compras, aventura, dentre outros).

O turismo de negócios é definido como aquele praticado por executivos que viajam

para participar de reuniões, visitar fornecedores e fechar negócios (CÂNDIDO & VIEIRA,

2003). Com o aumento das interações entre países e entre blocos econômicos, além do

estreitamento das relações nacionais entre cidades e entre estados, o número de pessoas que

viajam com o objetivo de participar de encontros ou manter contato com clientes e

fornecedores cresceu e movimenta atualmente milhares de pessoas. MARQUES (2003: 22)

ainda afirma que “a necessidade dos vários setores se reunirem periodicamente para dar conta

dos progressos técnicos ou apresentarem seus próprios estudos” também pode ser entendida

como turismo de negócios.

Depois de conceituar o turismo e suas variáveis, é essencial conceituar o ser que faz

essa atividade existir: o turista. Pode o ser considerado toda pessoa que se desloca por mais de

24 horas, com pernoite, em um país ou região, por prazer, razões familiares ou motivos de

saúde. MARQUES (2003) lista algumas situações em que algumas pessoas viajam, mas não

podem ser consideradas turistas, como, por exemplo, uma viagem a um lugar sagrado, com

fim exclusivo de peregrinação, sem execução de qualquer atividade durante a sua

permanência, e aquelas pessoas que possuem ou não um contrato de trabalho e viajam para

exercer algum cargo profissional.

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20

3.2.2. Breve histórico da hotelaria no Brasil e no mundo

Segundo SILVA & PEREIRA (2002), os primeiros registros sobre hotelaria datam da

Grécia Antiga, quando eram realizados os primeiros jogos em Olímpia, onde foi implantada

uma espécie de hospedaria, que abrigava os visitantes e os atletas.

Os meios de transportes da época do Império Romano eram os animais, que não

percorriam mais que sessenta quilômetros diários, o que ajudou na criação de mais

hospedarias, segundo citam CÂNDIDO & VIEIRA (2003).

No Brasil, esses estabelecimentos surgiram primeiramente em São Paulo e no Rio de

Janeiro, no século XVIII, para atender os comerciantes europeus.

Foi em 1907 que o Brasil recebeu seus primeiros turistas internacionais, com destino

ao Rio de Janeiro, em uma excursão realizada pela agência Cook1, a fim de conhecerem a

cidade.

Com a criação e desenvolvimento do transporte aéreo na década de 50, o turismo, e

conseqüentemente, a hotelaria, intensificaram-se, juntamente com a abertura de estradas

interestaduais e com a criação da indústria automobilística no país.

Na década de 70 houve grande aumento do movimento turístico no país, gerado pela

inserção de redes hoteleiras internacionais e pelos incentivos, por parte do governo federal,

para construção de empreendimentos de pequeno e médio porte, conforme SILVA E

PEREIRA (2002).

Houve uma estagnação do setor quando ocorreu uma grande instabilidade econômica e

um aumento inflacionário em meados dos anos 80, prejudicando, assim, o ramo de hotéis

brasileiros. Hoje este ainda enfrenta dificuldades, devido ao aumento da violência no Rio de

Janeiro, principal destino turístico do país, apesar da grande propaganda externa dos atrativos

que o Brasil oferece como destinos turísticos.

1 A primeira agência de viagens do mundo, criada pelo americano Thomas Cook, em 1845. Cook também foi o precursor do sistema de vouchers existente hoje, que na época era denominado de Cook Cupom e incluía um pacote de serviços oferecidos pela agência. (CÂNDIDO & VIEIRA, 2003)

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21

3.2.3. Características do serviço hoteleiro

O setor hoteleiro tem algumas características peculiares. As principais são a

intangibilidade, a impossibilidade de estocar e a produção e o consumo fisicamente unidos.

A primeira característica é comum ao setor de serviços e na Hotelaria se dá porque é

impossível tocar ou sentir a hospedagem. Os móveis, o quarto, o ambiente físico são

perceptíveis, mas o serviço e sua qualidade tornam-se intangíveis. Segundo PETROCCHI

(2002: 23), “a Hospedagem é intangível no oferecimento de um clima de hospitalidade e na

cortesia percebida em cada gesto”.

A segunda, impossibilidade de estocar, diz respeito ao fato de que ao mesmo tempo

em que a hospedagem é produzida, ela é consumida, e não há como ter um controle de

quantas pessoas estarão hospedadas em dado momento. Se não houver hóspedes, não haverá

receita. A sazonalidade é um fator que influencia bastante a hotelaria, principalmente no

tocante à impossibilidade de estocagem. Os hotéis têm que investir em publicidade para

poderem atrais os hóspedes nas épocas em que o movimento é menor.

Como dito anteriormente, ao mesmo tempo em que se produz a hospedagem, ela é

consumida. Uma vez que o hóspede entra no hotel, ele passa a analisar tudo e todos,

exercendo o papel de auditor de qualidade. Qualquer movimento errado por parte do staff 2

pode influenciar a opinião do cliente. A impossibilidade de primeiro executar o serviço para

depois checar se ele foi trabalhado corretamente, algumas vezes, segundo PETROCCHI

(2002: 24), “torna crítica a realização do controle de qualidade”.

3.2.4. Classificação dos meios de hospedagem

Os meios de hospedagem recebem uma classificação, segundo a EMBRATUR3,

empresa responsável pelo setor no Brasil, que define as principais características de tais

meios. São quatro tipos:

- Hotéis (H), geralmente localizados em perímetro urbano;

- Hotéis Históricos (HH), instalados, total ou parcialmente, em edificações de valor

histórico;

2 Tradução: grupo ou corpo de assistentes, pessoal, corpo docente, quadro de funcionários, assessoria. Moderno Dicionário Inglês Michaelis. Melhoramentos, 2007. 3 Instituto Brasileiro de Turismo. http://www.braziltour.com

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22

- Hotéis de Lazer (HL), localizados fora dos centros urbanos e com áreas não edificadas

amplas, destinados exclusivamente ao turista em viagem de lazer; e

- Pousadas (P), com aspectos arquitetônicos mais simples, para aproveitamento do local

em que se situa.

Quanto à categoria, os meios de hospedagem podem se dividir em Super Luxo, Luxo,

Superior, Turístico, Econômico e Simples, como representado na Tabela abaixo:

Tabela 1. Classificação quanto à Categoria.

Categoria

Símbolo

Tipo de Meios de Hospedagem

(a que se aplicam as categorias)

Super Luxo �����SL H HH HL

Luxo ����� H HH HL

Superior ���� H HH HL

Turístico ��� H HH HL P

Econômico �� H HH HL P

Simples � H HH HL P

Fonte: EMBRATUR (2007).

Portanto, uma pousada, por exemplo, só poderá ser considerada, no máximo, como

Turística, pois como citado anteriormente, seus aspectos simples não a permitem ser

classificada como Luxo ou Superior. Já os hotéis podem ser classificados em todas as

categorias.

3.2.5. Departamentos de um hotel

Em hotéis de médio e grande porte, ou seja, das categorias Turístico, Superior, Luxo

ou Luxo Superior, são exercidas várias tarefas que se diferenciam; portanto, estes acabam

dividindo-se em departamentos, para que a oferta de serviços possa ser bem executada.

Atividades como lavanderia, recepção e portaria são cabíveis aos departamentos

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23

operacionais. Os departamentos de apoio, como manutenção, administração e

contabilidade, são assim chamados por oferecerem suporte aos demais.

Em resumo, segundo SILVA & PEREIRA (2002: 24),

“- À Recepção cabem as atividades respectivas a identificação do hóspede, reservas e encerramento de conta; - A Governança é responsável pela limpeza e conservação do ambiente social do Hotel; - O setor de Alimentos e Bebidas, responsável pela compra, recebimento, estocagem e preparação dos alimentos e refeições e bebidas.”

Para que seja melhor entendido o funcionamento de um hotel, explicitar-se-ão aqui os

principais detalhes de cada departamento deste, a saber: Recepção, Governança, Alimentos e

Bebidas e Eventos.

A Recepção, ou front desk, é o local onde o hóspede estabelece seu primeiro contato

com o Hotel. Por essa característica, o Gerente de Recepção ou o Chefe da Recepção precisa

possuir muita habilidade para o trato com situações inesperadas e delicadas, pois é neste setor

que o hóspede faz suas reclamações, caso algo que não lhe agradou aconteça. É aqui que são

realizadas a entrada e a saída do hóspede (check-in e check-out, respectivamente), bem como

o preenchimento da FNRH (Ficha Nacional de Registro de Hóspedes) e o pagamento dos

serviços utilizados. Quando o porte do hotel permite, a parte de telefonia também fica na

Recepção. Serviços como recebimento de encomendas e despertador também são oferecidos

por este setor.

Outro fator que torna a Recepção tão importante é o fato de ser ela a geradora de

receitas para o Hotel. Sendo assim, o responsável por ela deve ter características como

responsabilidade e bom senso (MARQUES, 2003).

É na recepção que se encontra outro departamento: o de reservas. Este também é

importante, pois segundo o mesmo autor, “a primeira indicação de que um hotel tem de que

alguém deseja ser seu hóspede (ou cliente) é através de um pedido de informações ou de

reserva”. (MARQUES, 2003: 178)

O setor de Governança é responsável por todas as partes sociais do Hotel, além de a

ele caber os quartos. Este setor trata da limpeza e da arrumação desses espaços sendo também

conhecido como Andares. O organograma (vide anexo A) inclui o Governante Geral, os

Subgovernantes, as Arrumadeiras e os Serventes. O objetivo deste departamento é manter as

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24

instalações limpas para que o hóspede sinta-se à vontade. Os hóspedes esperam encontrar seus

quartos em perfeito estado, bem como os utensílios e equipamentos, tais como televisão, ar

condicionado e frigobar. “A governança é o maior departamento de um hotel no que se refere

ao número de funcionários”, segundo WALKER (2002: 147), e talvez esse seja o maior

desafio a ser enfrentado pela Governanta Executiva, denominação usual para o cargo do

Governante Geral, uma vez que estes funcionários devem ser distribuídos de forma simétrica

para que todo o trabalho seja bem executado.

Se a Governança tem o maior número de funcionários, o departamento de Alimentos e

Bebidas caracteriza-se pela complexidade. Como o nome diz, este trata da alimentação dentro

do Hotel. Dentro deste departamento encontram-se outros: o Bar, o Serviço de Quarto (Room

Service), a Cozinha e o Restaurante.

O Departamento de Eventos trata da operacionalização das vendas de produtos

disponíveis no hotel, ou seja, ele viabiliza a venda desses produtos, tendo como base a

organização de banquetes, coquetéis, seminários e palestras, dentre outros, conforme afirmam

CÂNDIDO & VIEIRA (2003). O responsável por este departamento, ainda segundo os

mesmos autores, deve ter fluência em inglês e, preferencialmente, em algum terceiro idioma

(espanhol ou alemão), além de dominar redação para correspondência comercial e

empresarial.

O encarregado de eventos precisa do contato com todos os demais departamentos do

hotel, uma vez que seu trabalho não depende apenas de seu departamento. Por exemplo, o

cliente necessita que seja servido um coquetel ao final de uma palestra; então, o departamento

de Alimentos e Bebidas precisa estar ciente do que seu setor deve fazer. É este mesmo

encarregado que fica responsável pela assinatura do contrato e por atender a todas as

solicitações do cliente.

Quando tratamos do turismo de negócios, o departamento de eventos requer um

grande número de equipamentos, para que possa funcionar corretamente, tais como data

show, retro-projetor, mesas, cadeiras, microfones, flip charters, televisores, aparelhos de

DVD, dentre outros. Quanto à informática, é necessário que o hotel disponha de um bom

software para vídeo conferências e acesso sem fio à internet.

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25

3.2.6. Gestão Hoteleira

MARQUES (2003) discorre sobre a Gestão Hoteleira e o Gestor. Segundo ele,

Gerência e Gestão são usados como sinônimos, mas em Hotelaria estes termos têm

significados diferentes. A Gestão é a qualidade do trabalho, e a Gerência é composta pelos

administradores. O mesmo autor descreve o gerente como aquele que tem capacidade de

transformar tarefas em resultados.

Características como liderança, conduta moral e íntegra e cautela, dentre outras, são

citadas no texto de MARQUES (2003), explicitando sua importância e evidenciando o bom

gestor.

Quando se fala de liderança, pode-se entendê-la como “fenômeno tipicamente social

que ocorre exclusivamente em grupos sociais e nas organizações”, conforme PENNA &

PEREIRA (2006: 168). Ou seja, é um fenômeno que está diretamente relacionado ao

indivíduo e ao grupo ao qual ele pertence. Em um hotel essa característica deve estar bem

explícita, já que só com ela o gestor poderá realizar eficazmente seu trabalho. MARQUES

(2003: 310) diz que

“O profissional do setor em questão deve ser imparcial em suas decisões, ético nas relações profissionais e pessoais, possuir visão de futuro e compartilhá-la, ser criativo e dinâmico, conhecer suas limitações, inspirar motivação, e ser resiliente.”

A administração requer habilidade técnicas, humanas e conceituais, segundo

CHIAVENATO (2003). As habilidades técnicas, na Hotelaria, representam o conhecimento

das atividades operacionais, o saber fazer. As humanas são a coordenação, a comunicação e o

entendimento entre as pessoas. Por fim, as habilidades conceituais são aquelas que creditam

alguém a administrar um hotel: capacidade de enxergar o conjunto da empresa hoteleira e sua

relação com o meio. Quanto mais alto o cargo, mais o administrador necessita de habilidades

conceituais, conforme cita PETROCCHI (2002).

Assim, a camareira precisa ter habilidades técnicas e humanas para desempenhar bem

as suas funções. Subindo na hierarquia, diminuem as habilidades técnicas e aumentam as

habilidades humanas. Em um nível de direção, as habilidades conceituais são as que mais

ocupam espaço, o que demonstra que, sem pessoas qualificadas, que possuam visão holística

da empresa, esta não funcionará por muito tempo.

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4. METODOLOGIA

4.1. Unidade de Análise

As unidades de análise deste estudo foram os gerentes dos hotéis das categorias

Superior e Turístico, também conhecidas como quatro e três estrelas, respectivamente, da

grande Belo Horizonte, estado de Minas Gerais.

4.2. Amostragem

A amostra é classificada como não-probabilística por conveniência, caracterizada por

GIL (1999: 104), como aquela em que “o pesquisador seleciona os elementos a que tem

acesso”. Este tipo de amostragem, ainda segundo o mesmo autor, é aplicado em estudos

exploratórios, como o presente, onde não é necessária precisão. A amostra foram os hotéis:

Actuall Hotel, Belo Horizonte Othon Palace, Belo Horizonte Plaza, GranDarrel Minas,

Quality Afonso Pena, Royal Garden Tower, Caesar Business Hotel, Liberty Palace Hotel, San

Diego Suítes, San Francisco Flat Service, Toronto Tower, Bristol Confins Airport, Caesar

Business Lagoa dos Ingleses, Serrana Palace Hotel, Mercure Apartments Belo Horizonte

Lifecenter e Bristol Pampulha Lieu.

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27

4.3. Coleta de dados

O método para coleta de dados foi o Survey, também conhecido como levantamento,

que, conforme GIL (1999: 70), caracteriza-se pela interrogação das pessoas cujo

comportamento se deseja conhecer. Este mesmo autor ainda diz que

“procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes dos dados coletados”. (GIL, 1999: 70)

A técnica utilizada para a coleta de dados foi a aplicação de questionário (vide anexo

B). Este continha perguntas fechadas e abertas, para análise das habilidades e características

do Secretário Executivo na opinião dos gerentes dos hotéis, como redação, organização,

conhecimento de outros idiomas, planejamento, gestão documental, dentre outras, bem como

averiguação, no caso dos hotéis que não possuem esse cargo, de quem é o responsável pela

execução das tarefas inerentes ao mesmo.

Os questionários também avaliaram a opinião dos gerentes dos hotéis pesquisados

quanto à necessidade do profissional de Secretariado Executivo e de suas habilidades para o

funcionamento do Hotel.

A escolha do questionário como técnica de coleta de dados deu-se a partir da análise

das vantagens citadas por GIL (1999), como, por exemplo, a possibilidade de atingir grande

número de pessoas, mesmo estando estas em uma área geográfica extensa, e a garantia de

anonimato nas respostas.

O contato com os hotéis para a coleta de dados foi feito entre os dias vinte e três e

vinte e cinco de abril, para verificar se os gerentes poderiam participar da pesquisa. O

questionário foi enviado entre os dias 3 e 10 de maio. Foram encaminhados 16 questionários,

sendo que, destes, foram devolvidos apenas sete, que foram a base do trabalho.

4.4. Métodos de análise de dados

A análise será feita através da tabulação das respostas obtidas, para posterior

comparação entre os hotéis, com o objetivo de atender aos objetivos deste trabalho.

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28

CHIZZOTTI (1995: 69), afirma que “a análise dos dados supõe a quantificação dos eventos

para submetê-los à classificação, mensuração e análise”. Este tipo de tabulação mostra a

relação entre variáveis em gráficos (vide apêndice III).

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5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.1. O Perfil dos Hotéis

Quanto ao público alvo dos hotéis, tomando como base os sete questionários

respondidos, notou-se que este está caracterizado como de turistas a negócios.

Outro aspecto verificado foi o fato de todos os hotéis pesquisados possuírem centro de

convenções. Este fato caracteriza, como observado acima, o crescimento do turismo de

negócios em Belo Horizonte. Segundo DUARTE (2005), o Centro de Convenções é

ferramenta chave para a consolidação do hotel como parte do turismo de negócios.

Pôde-se notar a existência de um profissional responsável pelo Centro de Convenções,

conforme afirma a totalidade dos respondentes.

Além disso, puderam-se verificar as habilidades do profissional responsável pelo

Centro de Convenções na opinião dos gerentes. A Figura 1 (vide apêndice III) mostra as

habilidades desse profissional. As habilidades mais votadas foram Acompanhamento do

Evento, oferecendo suporte, com 28%, Administração de Eventos, com 24%, e Liderança do

staff, com 20%.

Ainda com relação aos Centros de Convenções dos Hotéis, foram analisadas também

suas capacidades quanto ao número de pessoas. Como pode ser visto na Figura 2 (vide

apêndice III), 57% dos Hotéis tem entre três e cinco salas de convenções modulares que

podem ser usadas separadamente ou não, formando um espaço maior. Apenas um dos Hotéis

pesquisados assinalou ter nove ou mais sala, perfazendo 14% representados na Figura 3 (vide

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30

apêndice). A maioria dos Hotéis (43%) tem entre 3 e 5 salas, que podem variar de tamanho,

acolhendo entre 50 e 300 pessoas.

Quanto às políticas adotadas pelos hotéis em relação ao Meio Ambiente e à

Responsabilidade Social, pôde-se notar que 75% deles utilizam Campanha de

Conscientização dos Hóspedes e dos funcionários, Trabalho Voluntário e Coleta Seletiva,

dentre outras (Figuras 4 e 5 – vide apêndice). É possível verificar que uma parte dos hotéis já

tem essa preocupação, visto que o cliente, conforme PETROCCHI (2002), “torna-se um

auditor de qualidade” no momento em que entra no hotel.

Um dos hotéis adota, além das opções oferecidas,

“o aquecimento solar e economizadores de energia em todo o Hotel”,

o que demonstra a preocupação ambiental e até mesmo a contenção de gastos. Um dos

gerentes disse, ainda, que possui

“parcerias com a Polícia Militar e associações comunitárias de Belo Horizonte”.

Outros pontos importantes na análise do perfil dos hotéis estão relacionados com a sua

ocupação média mensal e o número de unidades habitacionais, definidas por DUARTE (2005:

45) como “principal produto do hotel, constituída no mínimo de quarto de dormir de uso

exclusivo do hóspede, com local para guardar roupa e objetos pessoais e servida de banheiro

privativo”. Como observação final, chegou-se ao resultado de que os Hotéis possuem entre 50

e 200 UHs e que a ocupação média desses quartos varia de 60 a 80%. Esses números

demonstram que o turismo de negócios em Belo Horizonte está se consolidando.

5.2. O Profissional de Secretariado Executivo nos Hotéis

Esta parte discorre sobre os dados obtidos nos questionários que se referem ao

Secretário Executivo, suas habilidades e possibilidades dentro do Hotel.

Quanto à opinião dos gerentes no que toca ao conhecimento da profissão de Secretário

Executivo, averiguou-se que 57% deles conhecem a profissão.

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31

Quando foram apresentadas habilidades técnicas e comportamentais pertinentes ao

profissional de Secretariado Executivo aos gerentes, e solicitado a eles que as colocassem

numa escala de 1 a 12, sendo 1 a mais importante e 12 a menos importante, pôde-se notar que

elas foram classificadas na seguinte ordem: Ética Profissional, Domínio de outro idioma,

Relação Interpessoal, Administração do tempo, Capacidade de Administrar Conflitos,

Inteligência Emocional, Liderança, Gerenciamento da Informação, Discrição, Conhecimentos

Protocolares, Recepção de Hóspedes Importantes e Controle de Despesas em Geral (Figura 6

- vide apêndice III). Para se chegar a esse resultado, montou-se a tabela (vide apêndice I) de

acordo com a freqüência com que as habilidades foram citadas.

Ao analisar esses resultados, pode-se perceber que algumas características que hoje

são consideradas essenciais para o profissional de Secretariado Executivo, como a discrição e

a inteligência emocional, ficaram em posição desfavorável. Ao mesmo tempo, a atividade

Controle de despesas em geral ficou em último, demonstrado que esta não é uma atividade

corriqueira no trabalho do profissional de Secretariado Executivo, segundo os gerentes.

É interessante notar que a Ética Profissional vem em primeiro lugar. Esta é

característica marcante do profissional de Secretariado Executivo, devido à sua posição

estratégica dentro da organização. Acredita-se que esta característica deva ser nata de todo e

qualquer profissional e não apenas do de Secretariado Executivo, mas como dito

anteriormente, a posição deste, como assessor, “braço direito” do executivo, faz com que a

ética fique em primeiro lugar. Apesar disso, a discrição, que está diretamente ligada à ética foi

classificada como uma das últimas opções (nona posição). Ainda mais em se tratando de

Hotelaria, a discrição é fundamental, principalmente para os funcionários do front desk. Vale

ressaltar que o Código de Ética da profissão cita o sigilo como a principal característica do

profissional de Secretariado Executivo, conceito que está diretamente ligado à discrição e à

ética profissional.

Outras habilidades do profissional de Secretariado Executivo que ficaram em posição

menos expressiva no ranking dos gerentes foram Conhecimentos Protocolares e

Gerenciamento da Informação. A primeira está presente na Lei de Regulamentação da

profissão e é bastante utilizada considerando-se que as reuniões e encontros de negócios são

freqüentes entre os executivos. A segunda, presente de maneira indireta na Lei de

Regulamentação da profissão, é uma das habilidades mais conceituadas do profissional de

Secretariado Executivo, uma vez que este exerce os papéis de receptor e emissor no fluxo de

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32

informações filtrando-as e levando-as aos seus destinatários corretos, sem que haja a

interferência externa.

Com o objetivo de verificar se os gerentes tinham percepção de quais atividades

exercidas por eles poderiam ser transferidas para o Secretário Executivo, caso este

profissional existisse no hotel, e com finalidade de aumentar a sua estratégia administrativa,

pediu-se aos respondentes que classificassem algumas atividades exercidas por eles, que são

atividades concernentes ao Secretário Executivo, de acordo com a freqüência de utilização:

Sempre (S), Nunca (N) ou Às Vezes (A). Estas atividades são todas de responsabilidade do

Secretário Executivo e algumas estão presentes na Lei de Regulamentação da profissão.

Quanto à habilidade Planejamento e Organização de Agenda, notou-se que 86% dos

respondentes diziam sempre planejar e organizar a própria agenda (Figura 7 – vide apêndice).

Essa atividade, facilitada pelas novas tecnologias, pode ser executada pelo Secretário

Executivo, para que o gerente possa aplicar esse tempo na gestão hoteleira. BRUNO (2006:

31) afirma que o “profissional de secretariado [sic] além de responder por suas atividades

diárias e rotineiras, também é responsável direto pela administração do tempo de seu

administrador imediato”.

No que tange ao Planejamento e Convocação de Reuniões, atividade específica do

Secretário Executivo, na metade dos hotéis pesquisados, notou-se que ainda é realizada pelo

próprio gerente. Esta habilidade está prevista na Lei de Regulamentação (vide anexo B), no

Art. 4º, inciso I “planejamento, organização e direção de serviços de secretaria”, que regula o

exercício da profissão de Secretário Executivo.

Por outro lado, quando se analisa Elaboração de Cartas e Documentos, uma das

principais características do profissional de Secretariado Executivo, observou-se que todos os

gerentes responderam que às vezes executam essa atividade. Apesar de esta habilidade ser

executada de modo descontínuo pelos gerentes, verifica-se que esta é de competência do

Secretário Executivo. Habilidade essa que, segundo SABINO & ROCHA (2004), acompanha

o profissional desde a Grécia Antiga.

Quanto à habilidade Tradução de Documentos, notou-se que 42% dos gerentes não

exercem esse tipo de atividade e 29% sempre a exercem (vide figura 8 – Apêndice III). Aqui

podemos notar que o profissional de Secretariado Executivo pode atuar como assessor do

gerente de um hotel, uma vez que ele deve saber falar e escrever algum idioma estrangeiro.

MARQUES (2003: 517), diz que “num momento em que o turismo se desenvolve

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33

internacionalmente, o hoteleiro necessita redigir a correspondência em outros idiomas, que

não o seu”.

Quanto à Gestão Telefônica, 42% dos gerentes nunca filtram as ligações. Entretanto,

58% ainda filtram as ligações (29% sempre e 29% às vezes). Essa atividade consta na Lei de

Regulamentação da profissão de Secretariado Executivo (vide anexo B) como “serviço de

secretaria”. Esta atividade é segundo SILVA & PEREIRA corriqueira, mas não deve ser

deixada de lado, uma vez que pode ser o primeiro contato do cliente externo com a empresa.

A habilidade Registro e Distribuição de Correspondências foi respondida em 86%

como nunca sendo exercida pelos gerentes, o que é totalmente coerente. Selecionar as

correspondências e encaminhá-las aos corretos destinatários é uma atividade do Secretário

Executivo e está prevista na Lei de Regulamentação da profissão, no item IX do artigo 4º

(vide anexo B)

A Figura 11 (vide apêndice III) ilustra os valores referentes à Programação de

viagens. Esta atividade deverá ser feita pelo Secretário Executivo. Apenas 28% dos gerentes

nunca o fazem ou o fazem algumas vezes. Apesar de esta habilidade não estar na Lei, ela é

citada por BRUNO (2006) como uma técnica secretarial. Esta técnica, com o advento da

internet e da informática, possibilita a reserva de vôos e de hotéis pela internet, facilitou

também o trabalho do Secretário Executivo.

Outra alternativa apresentada aos gerentes foi Logística de Eventos. Esperava-se que a

resposta predominante fosse Nunca, uma vez que a Logística de Eventos deve ser exercida

pelo encarregado do departamento de eventos e o Secretário Executivo deve oferecer suporte

a este encarregado. Ou seja, o organograma do hotel conta com pessoas responsáveis por essa

atividade e o gerente não deve executá-la.

A última alternativa, Manuseio de Arquivos, é uma das habilidades do Secretário

Executivo, comumente citada na bibliografia pesquisada. Todos os manuais direcionados para

o profissional têm alguma seção dedicada a este assunto. Um total de 57% dos gerentes

exerce essa atividade algumas vezes e apenas 29% deles nunca a exercem, o que demonstra

mais uma vez que as atividades pertinentes ao profissional de Secretariado Executivo estão

sendo efetuadas pelo próprio gerente.

Levando-se em consideração que todas as funções acima citadas e discutidas são

pertinentes ao profissional de Secretariado Executivo, tal fato pode, resumidamente, ser

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34

verificado quando se nota que 56% dessas atividades são exercidas pelos gerentes (Figura 14

– vide apêndice).

A partir desses dados, podemos concluir que os gerentes estão exercendo as atividades

do Secretário Executivo, o que pode estar prejudicando seu desempenho administrativo.

Por outro lado, quando questionados sobre a consciência de que estão realizando

atividades pertinentes ao Secretário Executivo, a maioria dos gerentes afirmou saber que

aquelas atividades não deveriam estar sendo realizadas por eles (vide Figura 15 – Apêndice

III), que deveriam se concentrar na gestão hoteleira. Esta situação confere com PETROCCHI

(2002), quando afirma que “planejamento, gestão da qualidade, autoridade, delegação e

responsabilidade” são qualidades do gerente e que este é responsável por todos os cargos e

por sua correta execução. SILVA & PEREIRA (2002), em seu trabalho, dizem que o

exercício dessas atividades pelos Gerentes pode gerar acúmulo de funções e prejudicar a

atuação daqueles gerentes. Para DUARTE (2005: 111), o gerente deve

“coordenar todos os processos organizacionais, promovendo a sintonia entre cada um de seus setores no sentido de sensibilizar o pessoal para a melhor qualidade e maior produtividade, otimizando a rentabilidade do empreendimento.”

Como discutido anteriormente, as habilidades do gerente são mais conceituais que

técnicas, uma vez que seu cargo está no topo do organograma da organização. Algumas das

habilidades do Secretário Executivo, como organização e planejamento de agenda e reunião,

organização de viagens, redação de documentos, dentre outras, são habilidades técnicas e

antes eram consideradas as únicas atividades do Secretário Executivo, conforme afirma

NATALENSE (1998), o que não acontece mais, haja vista que o trabalho deste envolve

também as habilidades humanas e conceituais no suporte ao administrador.

Ainda com relação às habilidades anteriores, marcadas como Nunca (N), os

respondentes foram questionados sobre que profissional dentro do hotel as executa. Como

demonstra a Figura 16 (vide apêndice), 45% dessas atividades são realizadas por um

Assistente Administrativo, 22% pelo Assistente da Gerência e 33% das atividades são

realizadas por outro funcionário. Quando pedidos para explicitar qual era este funcionário,

dentre as respostas, foram citados Financeiro e Comprador. Um outro respondente aponta

que são diversos outros departamentos que realizam essas tarefas. Segundo MARQUES

(2003: 309), “a gerência pode englobar um ou mais subgerente, ou gerentes assistentes,

secretariado, gerente administrativo, etc.”

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35

Ainda levando-se em conta as habilidades citadas anteriormente, os gerentes foram

questionados sobre que atividades eles reconhecem como sendo pertinentes ao Secretário

Executivo. Dois respondentes citaram todas as alternativas como sendo atribuídas ao

Secretário Executivo e um deles ainda respondeu que essas atividades

“poderiam ser delegadas a outra pessoa pelo próprio Secretário Executivo,

com sua supervisão”.

A Figura 17 (vide apêndice III) ilustra as porcentagens de cada habilidade do

Secretário Executivo na opinião desses gerentes. As habilidades mais reconhecidas pelos

Gerentes foram aquelas ditas técnicas, como Manuseio de Arquivos, Gestão Telefônica,

Planejamento e Organização de Viagens e Registro e Distribuição de Correspondências.

Os gerentes ainda foram questionados sobre a possibilidade de o Secretário Executivo

exercer as funções do profissional responsável pelos eventos no hotel. Segundo DUARTE

(2005) e CÂNDIDO & VIEIRA (2003) pôde-se concluir que o setor de eventos, como já

mencionado, é uma nova fonte de renda para o hotel e, sobretudo, em Belo Horizonte, onde o

turismo de negócios está se fortalecendo. Um total de 71% dos Gerentes crêem que as

atividades pertinentes ao responsável pelo departamento de eventos (Figura 1 – vide apêndice

III) podem ser executadas pelo Secretário Executivo. Quando pedidos para justificar a

resposta, alguns gerentes afirmaram que o perfil do profissional de Secretariado Executivo

auxilia na execução de tais tarefas justamente pela capacidade de relação interpessoal e

percepção de detalhes. Segundo CÂNDIDO & VIEIRA (2003: 602), habilidades como

“facilidade no trato com o público interno e externo, boa fluência verbal, redação própria e

conhecimentos protocolares” são quesitos para aqueles que pretendem trabalhar no setor de

eventos. Pode-se notar, então, que aqui o profissional de Secretariado Executivo encaixa-se

perfeitamente, uma vez que preenche os quesitos desse profissional.

Quanto à existência do cargo de Secretário Executivo no hotel, nenhum dos gerentes

disse ter o cargo. Dentre as justificativas, um dos respondentes disse:

“A hotelaria de Belo Horizonte passou por uma crise muito grande e aos poucos está recuperando o patamar ideal para investimentos. Com a crise no mercado hoteleiro, houve uma grande redução nos quadros de funcionários. Acredito que com o equilíbrio da demanda, conseguiremos ter disponibilidade para o cargo.”

Page 36: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

36

Outro questionado respondeu que apesar de não existir o cargo de Secretário

Executivo, o hotel adotava um trainee4 da área de turismo para exercer as habilidades do

profissional de Secretariado Executivo.

Quando questionados sobre a contratação do profissional de Secretariado Executivo,

apenas 43% dos gerentes disseram que o contratariam. Eles se justificaram dizendo que o

profissional de Secretariado Executivo tem todo o perfil para trabalhar na área de eventos,

como já foi discutido anteriormente, e ainda que

“sem dúvida é uma função importante para nós que precisamos estar sempre atualizados em relação ao mercado e sempre muito próximos dos clientes. Alguém que possa ser o braço direito e contribuir para o desenvolvimento da empresa e da equipe como um todo.”

Os respondentes que disseram que não contratariam o Secretário Executivo expuseram

motivos como o porte do hotel e a contenção de custos. Outra justificativa foi:

“Vejo a atividade de Secretário Executivo como uma profissão mais voltada para atender a grandes executivos e não a uma atividade tão dinâmica como a nossa”

De modo resumido, pôde-se perceber que apesar de a maioria dos gerentes exercerem

funções do Secretário Executivo, pequena parte dos mesmos (43%) crê que este profissional

possa ser contratado pelos hotéis, aumentando sua eficiência administrativa.

4 Tradução: estagiário. Moderno Dicionário Inglês Michaelis. Melhoramentos, 2007.

Page 37: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

37

6. CONCLUSÃO

Esta pesquisa tem por objetivos analisar a opinião dos gerentes de hotéis com relação à

função de Secretário Executivo; caracterizar o perfil dos hotéis; identificar a necessidade e a

existência do profissional de Secretariado Executivo; avaliar as possibilidades de atuação para

este profissional; e identificar se os gerentes têm conhecimento das tarefas específicas

exercidas pelo Secretário Executivo.

Pôde-se concluir que o turismo de negócios é o que move a hotelaria da grande região

belorizontina. O público-alvo dos hotéis pesquisados são os clientes a negócios, ou seja,

aqueles que estão na cidade a trabalho: viagens de negócios, treinamentos ou reuniões. Para

atender a essa demanda, todos os hotéis possuem Centro de Convenções, com capacidade

média de 175 participantes. Foi possível obter, com os questionários, o número médio de

unidades habitacionais dos hotéis – 50 a 200 – e sua ocupação média mensal, que variou entre

60 e 80%.

O objetivo maior era analisar a opinião dos gerentes de hotéis quanto ao profissional

de Secretariado Executivo. Conclui-se que os gerentes têm conhecimento da profissão, apesar

de não terem o cargo nos hotéis. Ainda que o cargo não exista, uma grande porcentagem dos

gerentes possui algum assistente.

Quanto ao objetivo de identificar as atividades inerentes ao Secretário Executivo

exercidas nos hotéis, conclui-se que atividades como organização e planejamento de reuniões

e agenda, elaboração de cartas e documentos, gestão telefônica e manuseio de arquivos são

executadas pelos próprios gerentes. Esse acúmulo de atividades pode influenciar na

Page 38: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

38

administração destes, que deveriam estar ocupados com a gestão propriamente dita, que inclui

delegar tarefas e supervisionar os outros departamentos. Como os gerentes estão realizando

essas tarefas, percebeu-se mais uma oportunidade para o Secretário Executivo, atingindo,

então, mais um objetivo da pesquisa. Como tratamos aqui de um executivo, este deve ser

assessorado. O profissional de Secretariado Executivo, juntamente com as características que

lhe são dadas, é o profissional mais apto a assessorar esses gerentes e executar, assim, as suas

tarefas, deixando que o gerente ocupe-se da gestão hoteleira.

Percebeu-se que o departamento de eventos é uma nova oportunidade de trabalho para

o profissional de Secretariado Executivo. Com a aplicação do questionário, pôde-se identificar

as habilidades requeridas ao encarregado de eventos, tais como redação própria, boa fluência

verbal e escrita e bom relacionamento interpessoal, características estas que fazem parte da

gama de habilidades técnicas e humanas do profissional de Secretariado Executivo. Assim,

alcançou-se mais um objetivo desta pesquisa: identificar possibilidades de atuação para o

Secretário Executivo.

Esta pesquisa apresentou algumas limitações, comuns em pesquisas. O questionário é

uma técnica muito usada nas pesquisas em ciências sociais, porém pode trazer alguns

inconvenientes quando do seu retorno. Eles uniformizam a resposta, o que pode influenciar o

pesquisado. O uso de questões de múltipla escolha pode inibir a subjetividade, fazendo com

que informações que poderiam ser necessárias sejam omitidas. Outras limitações são a pouca

produção científica referente ao tema de Secretariado Executivo e o pouco tempo para

execução e elaboração da pesquisa.

Espera-se que este trabalho possa servir de fonte para outros trabalhos acadêmicos na

área, e que os hoteleiros e Secretários Executivos vejam, assim, novas oportunidades de

trabalho e de aprendizagem.

Em linhas gerais, este trabalho concluiu que o profissional de Secretariado Executivo

pode atuar na empresa hoteleira. A falta deste profissional pode gerar acúmulo de tarefas e o

gerente passará, então, a executar tarefas que poderiam ser executadas por outro profissional e

da maneira correta e seu desempenho administrativo estaria comprometido.

Page 39: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

39

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELTRÃO, Mariúsa. PASSOS, Elisabeth de Ibarra. Prática de Secretariado: recepção,

telefonia, correspondência, arquivística, reprografia. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1991. 192 p.

BRUNO, Ivone Maria. O poder de influência do profissional de Secretariado no processo

decisório das Organizações. 151 p. Dissertação (Mestrado em Administração) – Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP, 2006.

CÂNDIDO, Índio. VIERA, Elenara Viera de. Gestão de Hotéis: Técnicas, operações e

serviços. Caxias do Sul: Educs, 2003.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2003.

205p.

_____________. Introdução à Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da

moderna administração das organizações. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 492 p.

CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 2 ed. São Paulo: Cortez,

1995. 164 p.

Page 40: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

40

DUARTE, Vladir Vieira. Administração de sistema hoteleiros: conceitos básicos. 3 ed. São

Paulo: SENAC, 2005. 122 p.

EMBRATUR. Regulamentação do Sistema Oficial de Classificação de Meios de

Hospedagem. Disponível em: <http://www.estacio.br/graduacao/hotelaria/legislacao/Regula

mentacao_do_Sistema_Oficial_de_Classificacao.PDF> Acessado em: 4 jul. 2007.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999. 4 ed.

MARQUES, João Antônio. Introdução à Hotelaria. Bauru: EDUCS, 2003. 618 p.

MEDEIROS, João Bosco. HERNANDES, Sonia. Manual da Secretária: Técnicas de

Trabalho. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2006. 373 p.

MILAGRES, Vanesa Rios. Organização e supervisão dos serviços de hospedagem.

Barbacena, 2002. (Notas de aula).

NATALENSE, Liana. A Secretária do Futuro. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998. 104 p.

PENNA, E. C. G., PEREIRA, P. M. M. Características e habilidades de um líder numa

organização industrial de Uberaba/MG: um estudo de caso. FAZU em Revista, Uberaba, n. 3,

p. 167-173, 2006.

PETROCCHI, Mário. Hotelaria: planejamento e gestão. São Paulo: Futura, 2002.

SABINO, Rosimeri Ferraz; ROCHA, Fábio Gomes. Secretariado: do escriba ao web writer.

Rio de Janeiro: Brasport, 2004. 192 p.

SILVA, Daise Mara Chagas da, PEREIRA, Fabiana de Souza. O profissional de

Secretariado Executivo diante das oportunidades de trabalho no setor hoteleiro de São José

Page 41: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

41

dos Campos: Situação Atual e Perspectivas Futuras. 90 p. Monografia (Graduação em

Secretariado Executivo) – Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos, SP, 2002.

WALKER, John R. Introdução à Hospitalidade. 2 ed. Barueri: Manole, 2002.

Page 42: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

42

8. REFERÊNCIAS

AMAZONAS & GOLDNER CONSULTORAS ASSOCIADAS. Estudo Raio X da Hotelaria

Brasileira. Disponível em: <http://www.raioxhotelaria.com.br/>. Acessado em: 9 jul. 2007.

MINISTÉRIO DO TURISMO. Estatísticas básicas do Turismo: Brasil. Brasília, 2006.

Disponível em: <http://200.189.169.141/site/arquivos/dados_fatos/estatisticas_basicas_do_

turismo/estatisticas_basicas_do_turismo_2000_a_2005_final.pdf>. Acessado em: 8 jul. 2007.

SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes,

1996. 294 p.

Page 43: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

43

9. APÊNDICE

Page 44: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

44

I) TABELA: HABILIDADES DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO EXECUTIVO, SEGUNDO OS GERENTES.

Fonte: Dados da Pesquisa.

Classificação/Atividade 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º Gerenciamento da Informação 16,60% 33,20% 16,60% 16,60% 16,60%

Recepção de hóspedes importantes

16,60% 16,60% 49,80% 16,60%

Controle de despesa em geral 16,60% 16,60% 16,60% 33,20% 16,60% Conhecimentos Protocolares 16,60% 33,20% 16,60% 33,20%

Ética Profissional 33,20% 16,60% 16,60% 16,60% 16,60% Inteligência Emocional 16,60% 49,80% 16,60% 16,60%

Discrição 16,60% 33,20% 33,20% 16,60% Capacidade de administrar

conflitos 16,60% 16,60% 16,60% 33,20% 16,60%

Administração do Tempo 16,60% 33,20% 16,60% 16,60% 16,60% Domínio de outro idioma 33,20% 16,60% 16,60% 16,60% 16,60%

Liderança 16,60% 16,60% 16,60% 33,20% 16,60% Relação Interpessoal 16,60% 33,20% 33,20% 16,60%

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45

II) QUESTIONÁRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE LETRAS

QUESTIONÁRIO

Esse questionário será utilizado para coletar dados para um trabalho de monografia do Curso de Secretariado Executivo Trilíngüe, na Universidade Federal de Viçosa. O tema central é o

mercado hoteleiro e sua relação com o curso supracitado. Agradeço, desde já, sua cooperação, que será muito importante para a realização desta pesquisa.

Os dados presentes nesta pesquisa são de caráter sigiloso, para fins exclusivamente acadêmicos.

Parte 1 – Perfil do Hotel 1. Qual o principal público do seu Hotel?

( ) Clientes a Lazer ( ) Clientes a Negócios ( ) Outros:__________________________________________

2. O Hotel conta com um Centro de Convenções? Sim Não

3. Existe algum profissional responsável pelo Centro de Convenções? Sim Não

4. Que tipo de atividades executa este profissional?

a) Tradução b) Recepção dos participantes c) Planejamento de uso dos espaços d) Administração de Eventos e) Acompanhamento do evento, oferecendo suporte f) Liderança da equipe de staff

5. Quantas são as salas de convenção? a) 1 ou 2 b) 3 a 5 c) 6 a 8 d) 9 ou mais e) NSA

Page 46: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

46

6. Qual é a capacidade atual do Centro de Convenções? a) 50-100 pessoas b) 100-200 pessoas c) 200-300 pessoas d) 300-400 pessoas e) 400-500 pessoas f) NSA

7. O Hotel tem políticas de Responsabilidade Social? Sim Não Quais: a) Parceria com alguma Organização não governamental b) Campanha de conscientização social c) Trabalho voluntário d) Outra: ________________________________________________

8. O Hotel tem políticas de Responsabilidade Ambiental? Sim Não

Quais: a) Coleta Seletiva b) Redução do desperdício c) Campanha interna de conscientização ambiental d) Outra: _________________________________________________

9. Qual a média mensal de ocupação do Hotel? ( ) 50-60% ( ) 60-70% ( ) 70-80% ( ) 80-90% ( ) 90-100%

10. Quantas unidades habitacionais o Hotel possui?

( ) menos de 50 UHs ( ) 50-100 UHs ( ) 100-200 UHs ( ) 200-300 UHs

Parte 2 – O Perfil do Profissional de Secretariado Executivo

11. Você, como Gerente, tem conhecimento da profissão de Secretariado Executivo? Sim Não

12. Enumere, de 1 a 12, em ordem de prioridade, as competências técnicas, humanas e

gerenciais do profissional de Secretariado Executivo, em sua opinião.

a) Gerenciamento da Informação ( ) b) Recepção de hóspedes importantes ( ) c) Controle de despesa em geral ( )

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47

d) Conhecimentos Protocolares ( ) e) Ética Profissional ( ) f) Inteligência Emocional ( ) g) Discrição ( ) h) Capacidade de administrar conflitos ( ) i) Administração do Tempo ( ) j) Domínio de outro idioma ( ) k) Liderança ( ) l) Relação Interpessoal ( )

13. Dos itens relacionados abaixo, quais deles são realizados por você, Gerente? Classifique-os de acordo com a escala (N) Nunca, (A) Às vezes e (S) Sempre.

a) Planejamento e organização de agenda ( ) b) Planejamento e convocação de reunião ( ) c) Elaboração de cartas e documentos ( ) d) Tradução de documentos ( ) e) Gestão Telefônica ( ) f) Registro e distribuição de correspondências ( ) g) Programação de viagens ( ) h) Controle de estoque de material de escritório ( ) i) Logística de eventos ( ) j) Manuseio de arquivos ( )

14. Os itens classificados como Nunca (N) na questão anterior são executados por que profissional?

a) Assistente Administrativo b) Assistente de Gerência c) Outro: ________________________________________

15. Ainda com referência à questão 13, você sabe identificar quais atividades são exercidas pelo Secretário Executivo/Secretária Executiva? Cite-as. _____________________________________________________

16. Leia novamente as alternativas da questão 4. Você percebe que aquelas atividades

poderiam ser realizadas pelo Secretário Executivo? Sim Não

Justificativa: ____________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________

17. Você tem consciência que está executando atividades relacionadas ao Secretário

Executivo e que poderia estar utilizando esse tempo com assuntos relacionados à Administração?

Sim Não

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48

Justificativa: _________________________________________________________ ___________________________________________________________________

18. O hotel possui o cargo de Secretário Executivo? Sim Não

Justificativa: _________________________________________________________ ___________________________________________________________________

19. Após responder este questionário, você contrataria um profissional de Secretariado

Executivo? Sim Não

Justificativa: _________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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49

29%

57%

0%14% 0%

1 ou 2

3 a 5

6 a 8

9 ou mais

NSA

43%

0%43%

0%14% 0%

50-100

100-200

200-300

300-400

400-500

NSA

III) FIGURAS

Figura 1. Habilidades do profissional do Profissional Responsável pelo Centro de

Convenções

0% 12%

16%

24%28%

20%

Tradução

Recepção dos Participantes

Planejamento de Uso dosespaços

Administração de Eventos

Acompanhamento doEvento, oferecendo suporte

Liderança da equipe de staff

Fonte: Dados da Pesquisa.

Figura 2. Número de salas dos Centros de Convenções

Fonte: Dados da Pesquisa.

Figura 3. Capacidade das salas dos Centros de Convenções (em número de pessoas)

Fonte: Dados da Pesquisa.

Page 50: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

50

Figura 4. Políticas de Responsabilidade Ambiental adotadas pelos hotéis

34%

22%

33%

11% Coleta Seletiva

Redução do Desperdício

Campanha de ConscientizaçãoAmbiental

Outra

Fonte: Dados da Pesquisa.

Figura 5. Políticas de Responsabilidade Social adotadas pelos hotéis

0%

75%

0%

25%Parceria com ONG

Campanha de ConscientizaçãoSocial

Trabalho Voluntário

Outra

Fonte: Dados da Pesquisa. Figura 6. Ranking de Habilidades e Características do profissional de Secretariado Executivo

de acordo com os gerentes dos Hotéis de Belo Horizonte

0

2

4

6

8

10

12

Ética Profissional

Domínio de outro idioma

Relação Interpessoal

Administração do Tempo

Capacidade de administrarconflitosInteligência Emocional

Liderança

Gerenciamento da Informação

Discrição

Conhecimentos Protocolares

Recepção de hóspedesimportantesControle de despesa em geral

Fonte: Dados da Pesquisa.

Page 51: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

51

Figura 7. Planejamento e organização de agenda

86%

14% 0%

Sempre

Às vezes

Nunca

Fonte: Dados da Pesquisa.

Figura 8. Tradução de documentos

29%

29%

42%

Sempre

Às vezes

Nunca

Fonte: Dados da Pesquisa.

Figura 9. Gestão Telefônica

29%

29%

42%

Sempre

Às vezes

Nunca

Fonte: Dados da Pesquisa.

Page 52: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

52

Figura 10. Registro e Distribuição de correspondências

14%0%

86%

Sempre

Às vezes

Nunca

Fonte: Dados da Pesquisa.

Figura 11. Programação de viagens

14%

72%

14%

Sempre

Às vezes

Nunca

Fonte: Dados da Pesquisa.

Figura 12. Controle e Estoque de Materiais

14%

29%57%

Sempre

Às vezes

Nunca

Fonte: Dados da Pesquisa.

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53

Figura 13. Logística de Eventos

14%

57%

29%

Sempre

Às vezes

Nunca

Fonte: Dados da Pesquisa.

Figura 14. Exercício das atividades do Secretário Executivo pelos Gerentes

26%

30%

44%Sempre

Às vezes

Nunca

Fonte: Dados da Pesquisa.

Figura 15. Conhecimento dos Gerentes sobre a execução de atividades pertinentes ao Secretário Executivo

43%

43%

14%

Sim

Não

Não opinou

Fonte: Dados da Pesquisa.

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54

Figura 16. Cargo responsável pelas atividades não executadas pelos Gerentes

45%

22%

33%

Assistente Administrativo

Assistente de Gerência

Outro

Fonte: Dados da Pesquisa.

Figura 17. Atividades citadas pelos Gerentes como inerente ao Secretário Executivo

10%7%

7%

10%

10%10%7%

10%

7%

10%

12%

Planejamento e organização deagenda Planejamento e convocação dereunião Elaboração de cartas edocumentos Tradução de documentos

Gestão Telefônica

Registro e distribuição decorrespondências Programação de viagens

Controle de estoque de material deescritório Logística de eventos

Manuseio de arquivos

Não opinaram

Fonte: Dados da Pesquisa.

Page 55: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

55

10. ANEXOS

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56

Gerência Geral

Administrativo Marketing

Portaria de Serviço

Almoxarifado Compras Manutenção Custos

Jurídico Recursos Humanos

Hospedagem

Reserva Recepção Lazer

Telefonista

Mensageiro

Concierge

Capitão Porteiro

Guest Relation

Garagista

Governança

Andares Limpeza Geral Lavanderia/ Rouparia

Eventos Segurança Alimentos e Bebidas

Restaurante

Maître d’hotel Chefe de Fila

Sommelier Aprendiz

Garçom Commis

Barman

Stewarding Bar

Barman Garçom

Cozinha

Chefe de Cozinha

Subchefe

Entremetier Saucier

Rôtisseur Garde-manger

Pâtissier Chef de Garde

Aboyeur Tournant

Copa

ANEXO A. ORGANOGRAMA DE UM HOTEL DE GRANDE PORTE

Fonte: MILAGRES (2002).

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57

ANEXO B. LEI Nº 7.377, DE 30 DE SETEMBRO DE 1985.

Dispõe sobre o Exercício da Profissão de Secretário, e dá outras Providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - O exercício da profissão de Secretário é regulado pela presente Lei.

Art. 2º - Para os efeitos desta lei, é considerado:

I - Secretário-Executivo o profissional diplomado no Brasil por Curso Superior de Secretariado, reconhecido na forma da lei, ou diplomado no exterior por curso superior de Secretariado, cujo diploma seja revalidado no Brasil, na forma da lei;

II - Técnico em Secretariado o profissional portador de certificado de conclusão de curso de Secretariado, em nível de 2º grau.

Art. 3º - Fica assegurado o direito ao exercício da profissão aos que, embora não habilitados nos termos do artigo anterior, contem, pelo menos, 5 (cinco) anos ininterruptos, ou 10 (dez) intercalados, de exercício em atividades próprias de secretaria, na data de início de vigência desta lei, e sejam portadores de diplomas ou certificados de alguma graduação de nível superior ou de nível médio.

Art. 4º - São atribuições do Secretário Executivo:

I - planejamento, organização e direção de serviços de secretaria;

II - assistência e assessoramento direto a executivos;

III - coleta de informações para a consecução de objetivos e metas de empresas

IV - redação de textos profissionais especializados, inclusive em idioma estrangeiro;

V - interpretação e sintetização de textos e documentos;

VI - taquigrafia de ditados, discursos, conferências, palestras de explanações, inclusive em idioma estangeiro;

VII - versão e tradução em idioma estrangeiro, para atender às necessidades de comunicação da empresa;

VIII - registro e distribuição de expedientes e outras tarefas correlatas;

IX - orientação da avaliação e seleção da correspondência para fins de encaminhamento à chefia;

Page 58: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

58

X - conhecimentos protocolares.

Art. 5º - São atribuições do Técnico em Secretariado:

I - organização e manutenção dos arquivos de secretaria;

II - classificação, registro e distribuição da correspondência;

III - redação e datilografia de correspondência ou documentos de rotina, inclusive em idioma estrangeiro;

IV - execução de serviços típicos de escritório, tais como recepção, registro de compromissos, informações e atendimento telefônico.

Art. 6º - O exercício da profissão de Secretário requer prévio registro na Delegacia Regional do Trabalho do Ministério do Trabalho e far-se-á mediante a apresentação de documento comprobatório de conclusão dos cursos previstos nos incisos I e II do Art. 2º desta lei e da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS.

Parágrafo único. No caso dos profissionais incluídos no art. 3º desta lei, a prova de atuação será feita por meio das anotações da Carteira de Trabalho e Previdência Social ou por qualquer outro meio permitido em Direito.

Art. 7º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 8º - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 30 de setembro de 1985; 164º da Independência e 97º da República.

JOSÉ SARNEY Almir Pazzianotto

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59

ANEXO C. LEI Nº 9.261, DE 10 DE JANEIRO DE 1996.

Altera a redação dos incisos I e II do art. 2º, o caput do art. 3º, o inciso VI do art. 4º e o parágrafo único do art. 6º da Lei nº 7.377, de 30 de setembro de 1985.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º A Lei nº 7.377, de 30 de setembro de 1985, passa a vigorar com a seguinte redação para os incisos I e II do art. 2º, para o art. 3º, para o inciso VI do art. 4º e para o parágrafo único do art. 6º:

"Art. 2º ......................................................................

I - Secretário Executivo:

a) o profissional diplomado no Brasil por curso superior de Secretariado, legalmente reconhecido, ou diplomado no exterior por curso superior de Secretariado, cujo diploma seja revalidado na forma da lei;

b) portador de qualquer diploma de nível superior que, na data de início da vigência desta Lei, houver comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 4º desta Lei;

II - Técnico em Secretariado:

a) o profissional portador de certificado de conclusão de curso de Secretariado, em nível de 2º grau;

b) o portador de certificado de conclusão do 2º grau que, na data da vigência desta Lei, houver comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 5º desta Lei.

Art. 3º É assegurado o direito ao exercício da profissão aos que, embora não habilitados nos termos do artigo anterior, contém pelo menos cinco anos ininterruptos ou dez anos intercalados de exercício de atividades próprias de secretaria, na data da vigência desta Lei.

Art. 4º ...........................................................................

.....................................................................................

VI - (VETADO)

.....................................................................................

Page 60: Pablo Pedrosa Teixeira de Oliveira

60

Art. 6º ............................................................................

Parágrafo único. No caso dos profissionais incluídos no art. 3º, a prova da atuação será feita por meio de anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social e através de declarações das empresas nas quais os profissionais tenham desenvolvido suas respectivas atividades, discriminando as atribuições a serem confrontadas com os elencos especificados nos arts. 4º e 5º."

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 10 de janeiro de 1996; 175º da Independência e 108º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Paiva

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 11.1.1996

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61

ANEXO D. CÓDIGO DE ÉTICA DA PROFISSÃO DE SECRETARIADO EXECUTIVO, PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO DE 7 DE JULHO DE 1989.

Código de Ética

Publicado no Diário Oficial da União de 7 de julho de 1989.

Capítulo I Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º. - Considera-se Secretário ou Secretária, com direito ao exercício da profissão, a pessoa legalmente credenciada nos termos da lei em vigor. Art. 2º. - O presente Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar normas de procedimentos dos Profissionais quando no exercício de sua profissão, regulando-lhes as relações com a própria categoria, com os poderes públicos e com a sociedade. Art. 3º. - Cabe ao profissional zelar pelo prestígio e responsabilidade de sua profissão, tratando-a sempre como um dos bens mais nobres, contribuindo, através do exemplo de seus atos, para elevar a categoria, obedecendo aos preceitos morais e legais.

Capítulo II Dos Direitos

Art. 4º. - Constituem-se direitos dos Secretários e Secretárias: a) garantir e defender as atribuições estabelecidas na Lei de Regulamentação; b) participar de entidades representativas da categoria; c) participar de atividades públicas ou não, que visem defender os direitos da categoria; d) defender a integridade moral e social da profissão, denunciando às entidades da categoria qualquer tipo de alusão desmoralizadora; e) receber remuneração equiparada à dos profissionais de seu nível de escolaridade; f) ter acesso a cursos de treinamento e a outros Eventos/Cursos cuja finalidade seja o aprimoramento profissional; g) jornada de trabalho compatível com a legislação trabalhista em vigor.

Capítulo III Dos Deveres Fundamentais

Art. 5º. - Constituem-se deveres fundamentais das Secretárias e Secretários: a) considerar a profissão como um fim para a realização profissional; b) direcionar seu comportamento profissional, sempre a bem da verdade, da moral e da ética; c) respeitar sua profissão e exercer suas atividades, sempre procurando aperfeiçoamento; d) operacionalizar e canalizar adequadamente o processo de comunicação com o público; e) ser positivo em seus pronunciamentos e tomadas de decisões, sabendo colocar e expressar suas atividades; f) procurar informar-se de todos os assuntos a respeito de sua profissão e dos avanços tecnológicos, que poderão facilitar o desempenho de suas atividades; g) lutar pelo progresso da profissão; h) combater o exercício ilegal da profissão; i) colaborar com as instituições que ministram cursos específicos, oferecendo-lhes subsídios e orientações.

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Capítulo IV Do Sigilo Profissional

Art. 6º. - A Secretária e o Secretário, no exercício de sua profissão, deve guardar absoluto sigilo sobre assuntos e documentos que lhe são confiados. Art.7º. - É vedado ao Profissional assinar documentos que possam resultar no comprometimento da dignidade profissional da categoria.

Capítulo V Das Relações entre Profissionais Secretários

Art. 8º. - Compete às Secretárias e Secretários: a) manter entre si a solidariedade e o intercâmbio, como forma de fortalecimento da categoria; b) estabelecer e manter um clima profissional cortês, no ambiente de trabalho, não alimentando discórdia e desentendimento profissionais; c) respeitar a capacidade e as limitações individuais, sem preconceito de cor, religião, cunho político ou posição social; d) estabelecer um clima de respeito à hierarquia com liderança e competência. Art. 9º. - É vedado aos profissionais: a) usar de amizades, posição e influências obtidas no exercício de sua função, para conseguir qualquer tipo de favoritismo pessoal ou facilidades, em detrimento de outros profissionais; b) prejudicar deliberadamente a reputação profissional de outro secretário; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro, contravenção penal ou infração a este Código de Ética.

Capítulo VI Das Relações com a Empresa

Art.10 - Compete ao Profissional, no pleno exercício de suas atividades: a) identificar-se com a filosofia empresarial, sendo um agente facilitador e colaborador na implantação de mudanças administrativas e políticas; b) agir como elemento facilitador das relações interpessoais na sua área de atuação; c) atuar como figura-chave no fluxo de informações desenvolvendo e mantendo de forma dinâmica e contínua os sistemas de comunicação. Art.11 - É vedado aos Profissionais: a) utilizar-se da proximidade com o superior imediato para obter favores pessoais ou estabelecer uma rotina de trabalho diferenciada em relação aos demais; b) prejudicar deliberadamente outros profissionais, no ambiente de trabalho.

Capítulo VII

Das Relações com as Entidades da Categoria Art.12 - A Secretária e o Secretário devem participar ativamente de suas entidades representativas, colaborando e apoiando os movimentos que tenham por finalidade defender os direitos profissionais. Art.13 - Acatar as resoluções aprovadas pelas entidades de classe.

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Art.14 - Quando no desempenho de qualquer cargo diretivo, em entidades da categoria, não se utilizar dessa posição em proveito próprio. Art.15 - Participar dos movimentos sociais e/ou estudos que se relacionem com o seu campo de atividade profissional. Art.16 - As Secretárias e Secretários deverão cumprir suas obrigações, tais como mensalidades e taxas, legalmente estabelecidas, junto às entidades de classes a que pertencem.

Capítulo VIII Da Obediência, Aplicação e Vigência do Código de Ética

Art.17 - Cumprir e fazer cumprir este Código é dever de todo Secretário. Art.18 - Cabe aos Secretários docentes informar, esclarecer e orientar os estudantes, quanto aos princípios e normas contidas neste Código. Art.19 - As infrações deste Código de Ética Profissional acarretarão penalidades, desde a advertência à cassação do Registro Profissional na forma dos dispositivos legais e/ou regimentais, através da Federação Nacional das Secretárias e Secretários. Art. 20 - Constituem infrações: a) transgredir preceitos deste Código; b) exercer a profissão sem que esteja devidamente habilitado nos termos da legislação específica; c) utilizar o nome da Categoria Profissional das Secretárias e/ou Secretários para quaisquer fins, sem o endosso dos Sindicatos de Classe, em nível Estadual e da Federação Nacional nas localidades inorganizadas em Sindicatos e/ou em nível Nacional.