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  • 74

    SRIE ESTUDOS E PESQUISAS

    ISBN 85-85976-58-6

    SEIInformaoa Servio daSociedade

    www.sei.ba.gov.br

    USO ATUAL DAS TERRAS -BACIAS DOS RIOS ITAPICURU

    VAZA-BARRIS E REAL

  • GOVERNO DA BAHIA

    Governo do Estado da Bahia

    Paulo Ganem Souto

    Secretaria do Planejamento

    Armando Avena

    Superintendncia de Estudos Econmicos e Sociais da Bahia

    Cesar Vaz de Carvalho Junior

    Diretoria de Informaes Geoambientais

    Rita Pimentel

    Coordenao de Recursos Naturais e Ambientais

    Sonia Lima

    Av. Luiz Viana Filho, 4 Avenida, 435, 2 andar - CAB - CEP 41.750-300 - Salvador - Bahia

    Tel.: (71) 3115-4711 / 3155-4848 / 3115-4822 - Fax: (71) 3371-1853

    www.sei.ba.gov.br - [email protected]

    Superintendncia de Estudos Econmicos e Sociais da Bahia.

    Uso atual das terras: Bacias dos Rios Itapicuru, Vaza-Barris e Real.

    Salvador: SEI, 2006.

    115 p. il. tab., graf. (Srie Estudos e Pesquisas, 74)

    Anexo: 3 mapas escala 1:250.000

    ISBN 85-85976-58-6

    1. Uso da terra Bacia do Rio Itapicuru. 2. Bacia do Rio Vaza-Barris.

    3. Bacia do Rio Real. I. Ttulo. II. Srie .

    CDU 711.14

    FICHA TCNICA

    Elaborao

    Alfredo Jos de Arajo Gomes

    Lolita Maria Alves Garrido

    Sonia Maria Lima dos Santos

    Planejamento Cartogrfico

    Ana Lcia da Silva Teixeira

    Denise da Silva Magalhes

    Digitalizao e Arte Final

    Ana Lcia da Silva Teixeira

    Moiss Brunno Carvalho dos Santos

    Colaborao

    Jussara Tourinho

    Maria de Ftima Arajo Fiza Marinho

    Normalizao

    Coordenao de Documentao

    e Biblioteca - COBI

    Coordenao Editorial

    Coordenao de Disseminao de

    Informaes - CODIN

    Reviso Redacional

    Luis Fernando Sarno

    Coordenao Grfica

    Fabiana Faria

    Editorao

    2Designers

  • SUMRIO

    5 APRESENTAO

    7 INTRODUO

    9 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    12 ASPECTOS GERAIS DA REA

    12 O MEIO NATURAL

    24 EVOLUO DA OCUPAO DO ESPAO

    28 USO DA TERRA

    29 CULTURAS

    44 PASTAGEM

    49 SILVICULTURA

    50 COBERTURA VEGETAL

    58 OUTROS USOS

    58 INDSTRIA

    62 RECURSOS MINERAIS

    67 TURISMO, PATRIMNIO HISTRICO E CULTURAL

    72 UNIDADES DE CONSERVAO

    79 ASSENTAMENTOS RURAIS

    83 PESCA E AQUICULTURA

    88 APICULTURA

    91 USOS E CONFLITOS

    95 CENRIOS E TENDNCIAS

    101 REFERNCIAS

    105 ANEXO

  • APRESENTAO

    O presente estudo faz parte de uma srie elaborada com a finalidade de mapear sistema-

    ticamente o Uso Atual das Terras no territrio baiano e que adota como unidade de

    mapeamento a bacia hidrogrfica.

    Nessa edio da Srie de Estudos e Pesquisas apresenta-se a espacializao do Uso da

    Terra das Bacias dos Rios Itapicuru, Vaza-Barris e Real, cuja temtica constitui uma

    linha de estudo desenvolvida pela Diretoria de Informaes Geoambientais da Superin-

    tendncia de Estudos Econmicos e Sociais da Bahia, que tem como proposta manter

    atualizadas as informaes referentes ocupao do territrio baiano.

    O estudo tem como enfoque principal a ocupao dos espaos, as formas de apropriao,

    a dinmica e as presses exercidas sobre os recursos disponveis, se constituindo em ele-

    mento de avaliao e anlise das condies ambientais, imprescindveis para nortear o

    planejamento na implementao de aes que promovam o desenvolvimento voltado para

    a preservao, com vistas construo da to almejada sustentabilidade ambiental.

    Destacam-se principalmente as atividades agro-silvo-pastoris, sua dimenso e importn-

    cia, o contexto econmico e social, os estgios de desenvolvimento, os impactos positivos

    e ou negativos quanto absoro de mo-de-obra e degradao do ambiente, respectiva-

    mente, alm de abordar os demais usos mais representativos como a minerao, o turis-

    mo e a indstria, dentre outros.

    Como se trata de um registro temporal, representa uma fonte de informaes, testemu-

    nho de um perodo, e como tal servir de parmetro para se dimensionar o grau de antro-

    pismo na rea, em um intervalo de tempo, permitindo estabelecer comparaes no que se

    refere aos nveis de desmatamento, aos avanos, recuos ou surgimento de novas frontei-

    ras agrcolas.

    Este estudo est constitudo de um memorial descritivo e 03(trs) mapas na escala

    1:250.000, englobando uma rea aproximada de 53.227 km2

    , incluindo grande parte da

    regio econmica Nordeste e, em menores extenses, a Piemonte da Diamantina e o Lito-

    ral Norte.

  • INTRODUO

    O presente estudo tem como enfoque principal a espacializao do Uso das Terras nas

    bacias dos rios Itapicuru, Vaza-Barris e Real, localizadas no nordeste do Estado e, em

    grande parte, no domnio do clima semi-rido, fator preponderante no processo de apro-

    priao e no direcionamento da ocupao dos espaos e das atividades nelas desenvolvi-

    das.

    O mapeamento foi executado com base na interpretao das imagens de satlite, atravs

    das quais foram identificados os diversos padres de uso relacionados com as atividades

    agro-silvo-pastoris e, complementarmente, a cobertura vegetal, apoiado nas pesquisas de

    referncia e nas anlises tcnicas de campo. Foram mapeados de forma pontual, outras

    atividades econmicas, a exemplo da minerao que representa a base da renda de

    alguns municpios indstria, aqicultura e outros.

    Para o conhecimento da rea, foi realizada uma abordagem geral considerando os dados

    de populao, os ndices de desenvolvimento econmico, social e humano, infra-estrutura

    e uma anlise integrada das caractersticas naturais, objetivando fornecer uma viso ampla

    do ambiente, e, ao mesmo tempo, destacar os fatores que exercem maior interferncia

    nas atividades agropecurias como clima, solo e recursos hdricos. Essas informaes so

    oriundas de fontes pesquisadas e bibliogrficas.

    Na disposio do texto, os resultados das anlises so abordados em captulos e sub-

    captulos nos quais so comentadas as unidades de mapeamento identificadas nos diver-

    sos padres de uso quanto s caractersticas gerais, ao sistema de explorao utilizado,

    aos impactos provocados e importncia socioeconmica local e regional. Na parte les-

    te, tem destaque a citricultura, com predominncia da laranja, e em seguida o coco-da-

    baa. Mais para o centro sul aparece o sisal como importante alternativa para o semi-

    rido, enquanto as culturas temporrias encontram-se disseminadas em toda rea. Na

    consolidao das unidades mapeadas analisaram-se os dados da Produo Agrcola

    Municipal PAM, no intervalo de cinco anos, cruzando os dados e qualificando a infor-

    mao gerada.

    As culturas irrigadas surgem com destaque, sem grande difuso da tcnica, alm da silvi-

    cultura, que est concentrada na poro leste, na regio dos tabuleiros. Em seguida apa-

    recem as pastagens, que ocupam maior extenso na rea e so usadas como suporte para

    pecuria, com predomnio do sistema extensivo, onde os maiores rebanhos so de capri-

    nos e ovinos. A cobertura vegetal tratada de forma generalizada, como complemento ao

    mapeamento.

    Na seqncia, atividades pontuais como indstria, minerao e outros so abordados no

    captulo Outros Usos. Tambm foram analisados os conflitos provocados pelas presses

    exercidas por diversas atividades, concluindo com um comentrio dos cenrios existentes

    e as tendncias sinalizadas pelas polticas pblicas.

  • PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    Por se tratar de um estudo sistemtico, a metodologia usada foi a mesma adotada nas

    publicaes anteriores relativas a este tema, adequando-a s variaes regionais e especi-

    ficidades locais, a fim de possibilitar a gerao e a espacializao das informaes que

    retratam a ocupao do espao com agropecuria e demais atividades passveis de repre-

    sentao, alm de identificar as presses que exercem sobre os recursos naturais.

    A primeira etapa constituiu no levantamento cartogrfico bsico, material importante

    para a estruturao da base espacial. A cobertura da rea formada por trinta e duas

    cartas topogrficas na escala 1:100.000, das quais seis fazem parte do denominado va-

    zio cartogrfico do Estado, ou seja, rea sem cobertura cartogrfica sistemtica. Essa

    lacuna foi parcialmente preenchida com a elaborao de cartas planimtricas que reco-

    brem este espao geogrfico, realizadas atravs de convnio de cooperao tcnica entre

    a Superintendncia de Estudos Econmicos e Sociais da Bahia SEI e o Instituto Bra-

    sileiro de Geografia e Estatstica IBGE.

    A necessidade de complementao de informaes para compor a base foi equacionada

    com as cartas na escala 1:25. 000 da Petrobrs e de 1:50. 000 do IBGE.

    De forma simultnea, foi realizado o levantamento bibliogrfico para subsidiar os estu-

    dos, reunindo publicaes sobre o espao abordado alm de informaes disponibilizadas

    em sites de diversas instituies pblicas e do setor privado, procedendo-se anlise dos

    aspectos naturais e socioeconmicos.

    Na elaborao do mapeamento do uso do solo foram utilizadas imagens de satlite Lan-

    dsat 7/ETM e Landsat 5/TM em meio analgico, na escala 1:100.000, na combinao

    das bandas 3, 4 e 5, rbitas 215, 216 e 217 e pontos 67 e 68, visualizados na Figura 1.

    Em funo das particularidades do tema, a seleo das imagens buscou obedecer a crit-

    rios especficos quanto ao tempo de obteno (as mais recentes), aliado ao quesito quali-

    dade, relacionado incidncia de nuvens.

    Dessa forma, foram selecionadas imagens referentes ao perodo compreendido entre os

    anos 2003 e 2004, que vieram consolidar a necessidade e importncia dos trabalhos de

    campo para a atualizao e checagem das informaes obtidas na interpretao das

    mesmas.

    Nos trabalhos de campo foram registrados 258 pontos de controle atravs de GPS (Ta-

    bela 1 em Anexo), relativos aos diferentes padres de uso, corpos dgua, localidades e

    vegetao natural, subsdios importantes na interpretao das imagens e definio das

    unidades de mapeamento.

    O nvel de detalhamento do mapeamento temtico disponvel compatvel com a escala

    1:100.000; entretanto, no processo de edio e impresso grfica, foi reduzido para a

  • 10USO ATUAL DAS TERRAS - BACIAS DOS RIOS

    ITAPICURU, VAZA-BARRIS E REAL

    Figura 1

    Imagens de satlite utilizadas

    Fonte: INPE, 2000 - 2004.

    66PONTO

    67

    68

    69

    70

    71

    72

    73

    219 218 217 216

    RBITA

    215220

    OC

    EA

    NO

    AT

    L

    NT

    I CO

    B A H I A

    Rio

    So

    Fra

    nci

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    BB

    B B

    B

    D DC

    C

    C

    D

    A

    A A

    A A

    PI

    AU

    P E R N A M B U C O

    A L A G O A S

    SE

    RG

    I PE

    M I N A SG E R A I S

    GO

    I

    S

    ESPRITOSANTO

    TO

    CANTIN

    S

    Salvador

    escala 1: 250.000 (publicao) em funo da extenso da rea, resultando em melhor

    manuseio dos mapas.

    Na composio das unidades de mapeamento, elas aparecem associadas devido resolu-

    o das imagens e da escala final do estudo. Por se tratar de regio onde predominam

    minifndios, com culturas temporrias ocupando, no geral, pequenas parcelas, intercala-

    das com reas de pastagem ou de vegetao natural, em diversos estdios de regenerao

    a individualizao de unidades simples se torna invivel. Por outro lado, a pequena exten-

    so das manchas torna-as no mapeveis na escala do trabalho. Na legenda, os elemen-

    tos associados aparecem por ordem de predominncia.

    As etapas do trabalho esto distribudas no roteiro metodolgico apresentado a seguir.

  • 11

    PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    Informaes bsicas

    Levantamento cartogrfico

    e bibliogrfico

    Base cartogrfica

    Anlise preliminar dos

    atributos naturais e

    socioeconmicos

    Base para planejamento

    do uso sustentvel

    Campanha de campo

    Reconhecimento da rea

    Interpretao das imagens Mapeamento preliminar

    Conhecimento da ocupao

    dos espaos.

    Nvel tecnolgico

    Problemas ambientais

    Poltica de conservao

    ambiental

    Tendncias e recomendaes

    Campanha de campo, controle

    da interpretao e atualizao

    dos dados

    Reinterpretao das imagens Espacializao do uso da terra

    Anlise final dos dados

    naturais e socioeconmicosUSO ATUAL DAS TERRAS

    Contribuio para o

    planejamento

    ROTEIRO METODOLGICO

  • ASPECTOS GERAIS DA REA

    O MEIO NATURAL

    A rea de estudo est localizada no nordeste do Estado da Bahia e engloba as bacias

    hidrogrficas dos rios Itapicuru, Vaza-Barris e Real. Ocupa uma extenso aproximada

    de 53.227km2

    , representando o equivalente a 9,5% da rea total do Estado, entre as

    coordenadas geogrficas de 936 e 1156 de latitude sul e 3730 e 4038 de longitude

    oeste, demonstrada na Figura 2.

    O referido espao apresenta um traado longitudinal, chegando a atingir 390km de ex-

    tenso entre a nascente e a foz do rio Itapicuru, estreitando-se de forma considervel no

    baixo curso at atingir sua desembocadura. Na parte central, a largura latitudinal de

    aproximadamente 210km. A topografia regular, com baixas altitudes na faixa costeira,

    aumentando gradativamente em direo s zonas de tabuleiros, com variaes que no

    ultrapassam 200m, sendo que a mdia fica em torno de 200 a 400m, compreendendo

    todo o centro da rea. No extremo oeste, o relevo torna-se movimentado, com serras,

    morros e colinas, chegando a atingir 1.200m na serra de Jacobina.

    PI

    AU

    P E R N A M B U C O

    ALAGOAS

    SE

    RG

    IP

    E

    M I N A SG E R A I S

    GO

    I

    S

    ESPRITOSANTO

    TO

    CANTIN

    S

    17

    46 44 42 40 38

    46 44 42 40 38

    9

    11

    13

    15

    17

    9

    11

    13

    15

    OC

    EAN

    O

    ATL

    NTIC

    O

    Figura 2

    Localizao da rea de estudo

    Fonte: SEI, 2006.

    BAHIA

    Salvador

    Rio

    So

    Fr

    ancis

    coFL.1

    FL.3

    FL.2

  • 13

    ASPECTOS GERAIS DA REA

    36 0 36ESCALAAPROXIMADA1: 1.3.600.000

    108 km72

    Miguel Calmon Serrolndia

    Varza doPoo

    Quixabeira

    CapimGrosso

    Jacobina Cam

    CaldeiroGrande

    Sade PontoNovo

    Filadlfia

    Pindobau

    AntnioGonalves

    CampoFormoso

    Senhor doBonfim

    JaguarariAndorinha

    Itiuba

    Monte Santo

    Cansano

    Nordestina

    Queimadas

    Santaluz

    Conceio doCoit

    Araci

    Tucano

    Nova Soure

    Cip

    Qinjingue

    Euclides daCunha

    Canudos

    Antas

    Stio doQuinto

    Jeremoabo

    NovoTriunfo

    CceroDantas

    Ribeira doPombal

    Helipolis

    ParapirangaFtima

    Adustina

    CoronelJoo S

    PedroAlexandre

    Uau

    Itapicuru

    Olindina

    Rio Real

    Jandara

    Conde

    Ribeira doAmparo

    Banza

    Crispolis

    CidadeCidade

    Hidrografia

    Fonte: SEI, 2006.

    Limite municipal

    Limite de bacia hidrogrfica

    40

    40

    39

    39

    38

    38

    11

    10

    11

    10

    OC

    EAN

    OAT

    LN

    TIC

    O

    SE

    RG

    IP

    E

    RioVaza-Barris

    RioRio

    Itapicuru

    Real

    Figura 3

    Municpios inseridos na rea de estudoBacias dos rios Itapicuru, Vaza-Barris e rio Real

    Os municpios que compem a rea esto inseridos, na sua grande maioria, na regio econ-

    mica Nordeste, seguida da Piemonte da Diamantina e da Litoral Norte. No que se refere

    organizao poltico-administrativa, o espao est compartimentado em sessenta e oito muni-

    cpios, dos quais somente trinta e oito esto totalmente includos no estudo, conforme a Figura 3.

    A anlise dos dados do ltimo censo mostra a predominncia da populao rural sobre a

    populao urbana em 31% dos municpios. No geral, a relao pouco significativa, com

    exceo de Jacobina, Senhor do Bonfim e Ribeira do Pombal, centros regionais nos quais a

    oferta de servios, inclusive estabelecimentos de ensino superior, exerce efeito polarizador,

    justificando a inverso, com a populao urbana registrando percentuais expressivos com-

    parados com a populao rural, situao que pode ser observada na Tabela 2 dos Anexos.

    Os dados populacionais retratam um processo de urbanizao pouco acelerado, que se

    atribui falta de investimentos nos centros urbanos. As atividades do setor secundrio,

    com capacidade para absorver mo-de-obra de forma direta e indireta, encontram-se

    limitadas a unidades localizadas, geralmente voltadas para minerao.

    importante ressaltar que na composio da populao aparecem os indgenas e os

    quilombolas. Os povos indgenas atingem uma populao aproximada de 2.659 habitan-

    tes, distribudos em dezenove comunidades.

  • 14USO ATUAL DAS TERRAS - BACIAS DOS RIOS

    ITAPICURU, VAZA-BARRIS E REAL

    1alebaT

    sanegdnisovoP

    oipcinuM sanegdnIsovoP sanegdnIsarreT ).bah(oalupoPlatotaer

    )ah(

    aznaB iririK iririK *003.21

    alednariMedadinumoC 503 ...

    oacraMedadinumoC 453 ...

    orreFuaPedadinumoC 461 ...

    arAedadinumoC 682 ...

    odergeSedadinumoC 031 ...

    uJodaxiaBedadinumoC 77 ...

    ariezajaCedadinumoC 791 ...

    ahlagnaCadaxiaBedadinumoC *801 ...

    ocahleVodaGedadinumoC 43 ...

    ednarGaogaLedadinumoC 97 ...

    eugnijiuQ iririK iririK *

    ahlagnaCadaxiaBedadinumoC ** ...

    racassaM 020.8

    cIedadinumoC 33 ...

    adnaBartuO-cIedadinumoC 31 ...

    savoCsadocaS-cIedadinumoC 5 ...

    ahnuCadsedilcuE bmiaC aezrV-cIedadinumoC 99 ...

    ahlIedadinumoC 61 ...

    aceSaogaLedadinumoC 77 ...

    racassaMedadinumoC 345 ...

    ahlevOadaxiaBedadinumoC 6 ..

    4002,ASANUF/IESD;AB-IANA:etnoF

    .oipcinummuedsiamegnarbaaer*

    oipcinumortuomeadatneserperoalupoP**

    Ocupam cerca de 20.320ha, distribudos entre os povos Kiriris que ocupam terras dos

    municpios de Quijingue e Banza, com uma e dez comunidades, respectivamente, e os

    Caimbs, com terra denominada de Massacar organizados em oito comunidades distin-

    tas concentradas no municpio de Euclides da Cunha (Tabela 1).

    Quanto aos quilombolas, o ambiente da Caatinga serviu de abrigo e aliado para os negros

    que fugiam da escravido. As dificuldades impostas pelas condies adversas do clima e

    constituio fsica natural eram empecilho para sua captura, levando ao surgimento de

    ncleos populacionais que at hoje sobrevivem como remanescentes dos quilombos nos

    municpios de Antnio Gonalves e Senhor do Bonfim, conforme Tabela 2.

    Com referncia ao ndice de Desenvolvimento Econmico (IDE), avaliado atravs dos

    ndices de infra-estrutura, qualificao da mo-de-obra e renda, apenas cinco dos 68

    municpios inseridos na rea encontram-se na posio mdia, considerando o valor de

    5.000 como parmetro mdio de clculo para o Estado, correspondendo a 7,35% do

    total. So eles: Jacobina, Senhor do Bonfim, Campo Formoso, Jaguarari e Conceio do

    Coit, configurando um baixo e concentrado desenvolvimento econmico regional.

  • 15

    ASPECTOS GERAIS DA REA

    2alebaT

    sobmoliuqsodsetnecsenamersedadinumoC

    oipcinuM sedadinumoC

    sevlanoGoinotnA oiecnoC

    otinoBotlAadnezaF

    airalOadnezaF

    ahnigraL

    mifnoBodrohneS ocaFarbeuQedodaovoP

    ednarGadamieuQ

    uaujiT

    )arreS(soterPsodarienanaB

    .5002,BACIS:etnoF

    Em relao ao ndice de Desenvolvimento Social (IDS), onde so considerados para efei-

    to de avaliao os ndices do nvel de sade, educao, saneamento bsico e renda mdia

    dos chefes de famlia, os resultados demonstram maior equilbrio, com vinte municpios

    com IDS considerado mdio. Constata-se a estreita relao entre o IDE e o IDS, porm

    alguns municpios fogem a essa lgica, como Campo Formoso, Araci e Euclides da Cu-

    nha, que apresentam o IDS muito abaixo do IDE, o que leva a deduzir que as economias

    onde o extrativismo mineral tem maior representatividade apresentam uma tendncia a

    valorizar mais a questo econmica em detrimento do social, sem que isto seja considera-

    do uma regra geral.

    Os dados do Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) referentes

    ao ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), para o qual so analisadas a expectativa

    de vida, a educao e a renda, demonstram que para o Estado da Bahia houve um cresci-

    mento substancial na qualidade de vida da populao entre os anos de 1991 e 2000. No

    ano de 1991, foram identificados 161 municpios (38,8%) com baixo IDH, faixa entre

    0,350 a 0,500; no ano de 2000, essa faixa desaparece e 309 municpios (74,5%) foram

    classificados com ndice mdio, que corresponde faixa entre 0,500 e 0,650; na faixa

    que corresponde a IDH elevado, entre 0,650 e 0,800, em 1991 existiam 10 municpios

    (2,53%), confirmando a melhora anteriormente citada.

    Na rea em estudo, todos os municpios se enquadram em ndices mdios na faixa entre 0,500

    e 0,650. No entanto, na avaliao de 1991, o municpio de Quijingue figurava como o de pior

    IDH do Estado, com ndice 0,377 e, em 2000, passou para 0,526, melhorando sua posio.

    Apesar disso, cabe ressaltar que dos cem municpios de menores IDH do Estado em 2000,

    trinta e cinco encontram-se nessa rea, inclusive o municpio de Itapicuru, que registrou

    o ndice mais baixo no ano, com IDH de 0,521.

    A infra-estrutura

    de transporte apresenta situaes diferenciadas em funo do nvel de de-

    senvolvimento econmico e da rede urbana. Na parte centro-leste a malha rodoviria apre-

  • 16USO ATUAL DAS TERRAS - BACIAS DOS RIOS

    ITAPICURU, VAZA-BARRIS E REAL

    senta uma densidade mdia a alta, com grandes eixos de ligao com outras regies do pas,

    contrastando com o centro-norte, onde as vias de acesso tornam-se escassas em razo da

    baixa densidade demogrfica, motivada pelo ambiente inspito, com alto grau de aridez, fator

    determinante na ocupao deste espao carente de aes que possam reverter essa situao.

    A interligao da rea se faz atravs de rodovias federais, estaduais e municipais, sendo

    que as BR-110, BR-116 e BR-407 se destacam como principais corredores e interligam

    a rea no sentido norte-sul; porm, suas localizaes confirmam a distribuio desigual

    dos acessos, estando as duas primeiras a leste e a ltima a oeste, fazendo a ligao Capim

    Grosso-Juazeiro, passando por Ponto Novo, Filadlfia, Senhor do Bonfim e Jaguarari.

    Na regio do baixo Itapicuru, tem destaque a BR-101, e na zona litornea, a BA099,

    segmento da Linha Verde em boas condies de trfego e importante no incremento das

    atividades tursticas, facilitando a ligao Salvador-Aracaj. Na malha estadual, a BA-

    220 liga Euclides da Cunha a Senhor do Bonfim, a BA-120 liga Serrinha, Santaluz e

    Andorinha e a BA-131 liga Miguel Calmon a Senhor do Bonfim, passando por Jacobina,

    Cam, Sade, Pindobau e Antnio Gonalves.

    As rodovias encontram-se, de modo geral, em mau estado de conservao, havendo tre-

    chos em que a pavimentao no mais existe ou encontra-se em condio bastante prec-

    ria, o que tem dificultado a comunicao e o escoamento da produo. O sistema virio

    municipal constitudo por estradas vicinais de revestimento primrio ou leito natural, a

    maioria com trfego peridico, com interrupo na estao chuvosa.

    O sistema ferrovirio atual dispe de dois ramais ativos, com transporte de minerais e

    derivados de petrleo: o primeiro liga Juazeiro a Alagoinhas, passando por Jaguarar,

    Senhor do Bonfim, Queimadas, Santaluz e Barrocas, e o segundo sai de Aracaj (SE),

    passando por Rio Real e Acajutiba at Alagoinhas, onde se encontra com o anterior e

    segue para o Porto de Aratu.

    No sistema areo, apenas as sedes municipais de Cip, Jacobina e Senhor do Bonfim

    tm campos de pouso com pista pavimentada e com capacidade para avies de pequeno

    porte, no existindo, no entanto, vos regulares. Em outras cidades, como Euclides da

    Cunha, Campo Formoso e Itiba, as pistas so cascalhadas e, em sua maioria, encon-

    tram-se em situao de abandono.

    Neste aspecto, constata-se um retrocesso no sistema areo, considerando-se o registro de

    linhas regulares para algumas dessas cidades na dcada de 1970/1980 com avio Ban-

    deirante, registro de uma fase de prosperidade coincidente com perodo ureo da minera-

    o e da implantao de projetos de irrigao, com construes de barragens e audes.

    Houve nessa poca grandes investimentos do Governo Federal na busca de alternativas

    para o desenvolvimento do semi-rido.

    No que tange aos aspectos naturais, a posio geogrfica e a grande extenso longitudinal

    da rea de estudo, constata-se uma diversidade de paisagens retratando feies peculiares a

  • 17

    ASPECTOS GERAIS DA REA

    3alebaT

    acitmilcoaziretcaraC

    soipcinuMedutitlA

    )m(

    oatipicerP

    )mm(launa

    arutarepmeT

    )C(launaaidm

    socitmilCsopiT

    etiawhtnrohT

    ednoC 02 3,224.1 7,42 odimubsaodim

    abagnariM 039 4,579 4,02 odimubsaodim

    satnA 034 9,398 2,32 ocesaodimbuS

    satnaDorecC 024 9,109 1,32 ocesaodimbuS

    anibocaJ 005 9,588 4,32 ocesaodimbuS

    agnaripiraP 034 9,088 7,22 ocesaodimbuS

    uabodniP 006 2,769 8,22 ocesaodimbuS

    orapmAodariebiR 091 0,550.1 9,42 ocesaodimbuS

    laeRoiR 022 9,949 5,32 ocesaodimbuS

    edaS 535 8,970.1 3,32 ocesaodimbuS

    mifnoBodrohneS 855 9,058 5,32 ocesaodimbuS

    ahnirodnA 064 8,446 4,42 odir-imeS

    onasnaC 953 7,584 4,42 odir-imeS

    ahnuCadsedilcuE 325 8,527 9,22 odir-imeS

    obaomereJ 003 5,225 6,42 odir-imeS

    abagnariM 085 7,393 2,32 odir-imeS

    erdnaxelAordeP 023 8,526 0,42 odir-imeS

    zulatnaS 943 9,735 0,42 odir-imeS

    onacuT 902 2,165 9,42 odir-imeS

    uaU 055 5,974 1,32 odir-imeS

    sodunaC 053 9,873 6,42 odir

    eugnijiuQ 083 8,533 9,32 odir

    .9991,IES.aihaBadodatsEodocirdHonalaB:etnoF

    cada ambiente, onde as condies climatolgicas so determinantes na formao e nas

    modificaes nelas introduzidas, inclusive sobre os processos de apropriao dos espaos.

    A rea apresenta clima mido a submido na faixa litornea, diminuindo gradativamente

    o ndice de umidade na medida que adentra no sentido leste/oeste, passando para submi-

    do a seco (no interior) e chegando a rido no centro norte. Apresenta ainda microclimas

    nas reas serranas, destacando-se a Serra de Jacobina, no extremo oeste da rea, que

    atua como uma barreira natural criando ilhas com clima mido a submido em altitu-

    des superiores a 900m, a exemplo de parte do municpio de Mirangaba, que apresenta

    situaes distintas em clima de altitude e no semi-rido. Entretanto, na maior parte da

    rea predomina o clima semi-rido (Tabela 3).

    O clima caracterizado por altas mdias termomtricas e forte evaporao. Na faixa

    mida do litoral, as precipitaes so relativamente elevadas e diminuem gradativamente

    em direo ao interior. Nas regies ridas e semi-ridas, as precipitaes chegam anual-

    mente a menos de 400mm, enquanto que no litoral podem ultrapassar os 1.400mm. No

    semi-rido ocorre uma longa estao seca e um curto perodo chuvoso, que vai de novem-

    bro a maro, poca em que a populao rural realiza o plantio das culturas temporrias

    de sequeiro.

  • 18USO ATUAL DAS TERRAS - BACIAS DOS RIOS

    ITAPICURU, VAZA-BARRIS E REAL

    Para melhor caracterizar a tipologia climtica e complementar informaes relaciona-

    das com a deficincia e excedentes hdricos, fatores importantes para o desenvolvimento

    agrcola, foram selecionados dados de estaes meteorolgicas de cada tipo climtico e

    construdos grficos dos balanos hdricos, representados na Figura 4.

    Diante da carncia hdrica, vrias aes foram desenvolvidas para amenizar os problemas

    provocados pelos longos perodos de estiagem, criando uma infra-estrutura hidrulica, com

    acumulao e aproveitamento das guas de superfcie e subterrnea. Registraram-se na

    rea 39 (trinta e nove) barramentos entre barragens, represas e audes direcionados para

    usos mltiplos, com prioridade para o abastecimento humano, irrigao e piscicultura, quando

    a gua apresenta boa qualidade. Verificou-se um nmero considervel de poos tubulares

    alimentados principalmente pelo aqfero da Bacia Sedimentar de Tucano.

    A deficincia em gua de superfcie na bacia do Vaza-Barris, em funo da aridez, dire-

    ciona para o uso dos recursos hdricos subterrneos que assumem grande importncia,

    especialmente no aqfero granular da Bacia do Tucano, que ocupa cerca de 70% da

    superfcie dessa bacia e do Rio Real. Trata-se de um aqfero importante, com vazes e

    qualidade da gua que permitem a utilizao para consumo humano. No aqfero fissu-

    ral, a vazo menor e a qualidade das guas baixa devido aos altos nveis de sais,

    direcionando o aproveitamento para dessendentao animal; quando utilizada para abas-

    tecimento humano, faz-se necessrio o uso de dessalinizadores.

    A variao das espcies vegetais relativas aos ndices de umidade mais uma confirma-

    o da influncia do clima no desenvolvimento da flora. Na parte mais mida, prxima ao

    litoral, predomina a Floresta Estacional Semidecidual. medida que se interioriza, com

    a reduo dos ndices de umidade, surge uma faixa de transio ou tenso ecolgica,

    onde espcies de vrios biomas, como Cerrado, Caatinga e Formaes Florestais, se suce-

    dem em forma de contato. No domnio do semi-rido e rido domina a Caatinga arbrea

    e/ou arbustiva, apresentando feies diferenciadas em funo do grau de aridez, com

    presena de espcies de cactceas.

    Considerando que a ocupao dos espaos se relaciona com as caractersticas climticas

    e que estas interagem com outros fatores naturais modelando feies distintas, a rea se

    compartimenta em unidades geomrficas que, na seqncia do estudo, sero tratadas de

    forma integrada.

    O domnio dos Depsitos Sedimentares caracterizado pela presena de material descon-

    tnuo, pouco consolidado, que aparece ao longo do litoral, cujas feies esto relaciona-

    das aos diferentes processos de acumulao de natureza fluvial, fluviomarinha ou elica,

    condicionando uma estrutura diferenciada que, por sua vez, reflete na morfodinmica

    onde se identifica a regio da Plancie Litornea e dos Piemontes Inumados.

    A Plancie Litornea representada pela unidade das Plancies Estuarinas e Praias e

    ocupa uma faixa estreita encaixada nos Tabuleiros Costeiros, com cerca de 60km de

    extenso, onde se encontram as desembocaduras dos rios Itapicuru e Real, constituindo-

  • 19

    ASPECTOS GERAIS DA REA

    MIGUEL CALMON

    MIRANGABA

    SENHOR DOBONFIM

    QUIJINGUE

    MONTESANTO

    CANUDOS

    CONDE

    RIO REAL

    Precipitao

    Evapotranspirao Real

    Excesso de gua no solo

    Deficincia de gua no solo

    Retirada de gua do solo

    Reposio de gua no solo

    Evapotranspirao Potencial

    Limite de Bacia Hidrogrfica

    Rio Real - Ba

    1913 - 1987

    JJ F M A M J A S O N D

    (mm)

    0

    50

    100

    150

    (mm)

    0

    50

    100

    150

    JJ F M A M J A S O N D

    Mirangaba - Ba

    1959 - 1987 300

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    J F JM A M J A S O N D

    (mm) Conde - Ba

    1944 - 1983

    Miguel Calmon - Ba

    1966 - 2002(mm)

    0

    50

    100

    150

    JJ F M A M J A S O N D

    Fonte:Mapa das Regies Administrativas da gua - RAA - Estado da Bahia, escala 1: 1.250.000, SRH/SRHSH, 1996.Riscos de Seca na Bahia - Srie Especiais, CEI/SEPLANC, 1991.Balano Hdrico do Estado da Bahia. SEI/SEPLANTEC, 1999.Dados de Temperatura, INEMET, Perodo 1913 - 2002.

    OC

    EA

    NO

    ATL

    NTIC

    O

    Rio

    Itapicuru

    Rio

    Itapicuru

    RIO

    Rio

    REAL

    Real

    Aude deJacurici

    BarragemPonto Novo

    AudeAraci

    AudeCocorob

    Rio

    Rio

    Vaza - Barris

    Vaza-B

    arris

    Quijingue - Ba

    1943 - 1983

    JJ F M A M J A S O N D

    (mm)

    0

    50

    100

    150

    Canudos - Ba

    1943 - 1967

    JJ F M A M J A S O N D

    (mm)

    0

    50

    100

    150

    Monte Santo

    1961 - 1990

    JJ F M A M J A S O N D

    (mm)

    0

    50

    100

    150

    (mm)Senhor do Bonfim - Ba

    1953 - 2002

    0

    50

    100

    150

    JJ F M A M J A S O N D

    Figura 4

    Balano Hdrico segundo Bacias dos Rios Itapicuru, Vaza-Barris e Rio RealThornthwaiteThornthwaite

  • 20USO ATUAL DAS TERRAS - BACIAS DOS RIOS

    ITAPICURU, VAZA-BARRIS E REAL

    se de depsitos arenosos e argilo-arenosos do Quaternrio, recobrindo rochas granulti-

    cas alteradas. Aparecem ainda acumulaes de material arenoso no interior da plancie,

    formando terraos emersos estruturados pelo baixo curso dos rios Itapicuru e Real, com

    concentrao de mangues nas desembocaduras dos referidos cursos.

    Ao longo da plancie distinguem-se pequenas manchas de restingas em forma de cordes

    estreitos, na maioria no mapeveis, e formaes dunares entremeadas por depresses

    inundveis e lagoas, a maioria fixada por vegetao e outras ainda ativas, a exemplo das

    dunas de Mangue Seco.

    As dunas apresentam colorao diferenciada, fato que est relacionado com os perodos

    da acumulao. As mais antigas so de cor branca e esto situadas mais para o interior

    da plancie, enquanto que as de colorao creme, mais recentes, encontram-se povoadas

    por coqueiros e esto mais prximas da costa. A drenagem dendrtica e relativamente

    densa, formada pelos baixos cursos dos rios.

    Em funo das belezas naturais, o turismo uma atividade que vem se expandindo de

    forma substancial, principalmente aps a concluso da Linha Verde. A cultura do coco-

    da-baa tambm muito importante para a economia da regio e a pesca a principal

    alternativa para as comunidades locais.

    A regio dos Piemontes Inumados caracterizada por baixos planaltos, com altitudes em

    torno de 100m, compostos por sedimentos de arenitos grosseiros, conglomraticos e gra-

    nulticos diversos, onde esto includas as unidades dos Tabuleiros Costeiros e dos Tabu-

    leiros Interioranos.

    Os Tabuleiros Costeiros alcanam uma mdia de 40km no sentido sul-norte, se interiori-

    zam na parte central, ultrapassando a cidade de Apor, e fazem limite com os Tabuleiros

    do Itapicuru, atingindo a quase 80km de largura.

    Essa unidade ocupa uma faixa prxima Plancie Litornea, onde o clima mido a sub-

    mido favorece os processos de alterao, influencia no modelado, que se apresenta em

    sua maioria com feies dissecadas, e, em menor extenso as superfcies de aplanamento.

    Os topos tabulares esto relacionados, em geral, com os sedimentos da cobertura do Gru-

    po Barreiras e os modelados de dissecao homognea. Quando essa cobertura sobrepe

    rochas do embasamento, cujas feies variam com a espessura da cobertura, a resistncia

    do material litolgico e os alinhamentos estruturais, h um maior desgaste nas falhas e

    fraturas. Elas formam colinas de topos abaulados com inclinaes variando de treze a

    doze graus e vales de fundos chatos.

    Nessas superfcies de aplanamento predominam os solos profundos, bastante lixiviados,

    do tipo Latossolos, na maioria utilizados com silvicultura e pastagem, antes ocupados por

    Floresta Estacional Semidecidual, praticamente devastada, com trechos de vegetao

    secundria em diversos estdios de regenerao e alguns remanescentes de pequena ex-

    tenso, na grande maioria no mapeveis.

  • 21

    ASPECTOS GERAIS DA REA

    Nas reas de dissecao aparecem os Argissolos (Podzlicos distrficos), de baixa ferti-

    lidade e com grande suscetibilidade eroso, nos quais a ao antrpica provoca degra-

    dao em decorrncia do desmatamento e substituio da vegetao natural por pasta-

    gem e cultura de coco-da-baa, evidenciada pelas encostas ravinadas, com destaque na

    regio de Apor, Acajutiba e Esplanada.

    A classe de drenagem segue a estrutura adaptada s falhas e fraturas com modelado de

    dissecao mdia. No rio Itapicuru ela retilinizada com vales de fundos chatos e leitos

    arenosos, encostas de fraco declive, em geral com fortes sinais de eroso.

    Os Tabuleiros Interioranos encontram-se na parte oeste, entre a unidade da Serra de

    Jacobina e o Pediplano Sertanejo, seguindo uma orientao Sul-Norte, com extenso

    aproximada de 90km, atingindo uma largura mdia de 60km, incluindo parte dos muni-

    cpios de Ponto Novo, Serrolndia e Capim Grosso.

    Observa-se ainda modelado de dissecao grosseira na rea de Senhor do Bonfim, no

    alto Itapicuru, cuja drenagem reflete a litologia, com trechos retilinizados. Essa unidade

    formada por sedimentos inconsolidados do Tercirio-Quaternrio, com feies aplana-

    das, vales de fundos chatos preenchidos por materiais transportados da Serra de Jacobi-

    na, caracterizando um relevo tabular com planos inclinados e altitudes em torno de 500m.

    Com padro dendrtico, a drenagem formada pelos principais rios que compem a bacia

    do Itapicuru, a exemplo de Itapicuru-Mirim, Itapicuru-Au, Riacho da Ona e outros,

    que apresentam um paralelismo entre si, seguindo as estruturas litolgicas. Nessa rea

    predominam os Latossolos de textura mdia, com baixa fertilidade, cobertura vegetal

    caracterizada como de Tenso Ecolgica, com contatos entre Caatinga e Floresta Estaci-

    onal, e presena de palmeiras invasoras do tipo ouricur, parcialmente devastadas, dando

    lugar a extensas capoeiras e pastagens.

    Observa-se um processo de degradao decorrente do desmatamento para substituio

    por pastos, procedimento que vem acelerando o escoamento superficial, apresentando

    sulcos de eroso e terracetes formados pelo pisoteio do gado.

    Na regio dos Planaltos da Bacia Tucano-Jatob, no domnio das bacias e coberturas

    sedimentares, encontram-se as unidades geomorfolgicas dos Tabuleiros do Itapicuru,

    Chapada do Ton e Serra Talhada.

    Os Tabuleiros do Itapicuru posicionam-se a leste, entre o Pediplano Sertanejo e os Tabu-

    leiros do rio Real. Ocupam grande extenso, na qual se inserem as cidades de Itapicuru,

    Ribeira do Pombal, Olindina, Ccero Dantas e outras, desde o limite sul, prximo cidade

    de Stiro Dias, subindo cerca de 180km no sentido sul-norte, com largura variando de 40

    a 110km, e limitam-se com a unidade da Chapada do Ton, nas cercanias da cidade de

    Jeremoabo.

    Os referidos tabuleiros compem-se de arenitos, folhelhos, siltitos e calcrios, sob dom-

    nio do clima semi-rido, recobertos por uma vegetao de Caatinga e Tenso Ecolgica,

  • 22USO ATUAL DAS TERRAS - BACIAS DOS RIOS

    ITAPICURU, VAZA-BARRIS E REAL

    com contato Cerrado-Caatinga, enquanto que nas reas mais midas ocorrem manchas

    de Floresta Estacional.

    O modelado colinoso, com sinais de eroso evidenciados pelo ravinamento nas encostas

    dissecadas, cujo processo erosivo atribudo ao antrpica, em razo do uso inade-

    quado dos solos Argissolos (Podzlicos), predominantes nessa rea, com pastagem, sem

    aplicao de tcnicas de conservao. Os Latossolos ocupam os topos aplanados e so

    usados principalmente com citricultura.

    A drenagem do tipo subdendrtico, representada pelo rio Itapicuru, que corre de noro-

    este para sudeste configurando setores retilneos.

    Nessa unidade ocorrem as maiores concentraes urbanas, fato relacionado com o po-

    tencial agrcola e as fontes termais de Caldas do Jorro, nos municpios de Tucano e de

    Cip, que exercem atrao em funo da atividade turstica.

    Ao norte dos Tabuleiros do Itapicuru, a unidade geomorfolgica denominada de Chapa-

    da do Ton e da Serra Talhada estende-se at o limite superior da rea, entre os blocos

    dos Tabuleiros Dissecados do Vaza-Barris, e se caracteriza pelas feies planas, incluindo

    grande parte do Raso da Catarina.

    O clima rido aliado s deficincias edficas e ao predomnio dos Neossolos Quartzarni-

    cos (Areias Quartzosas), pouco favorveis ao desenvolvimento das culturas, so fatores

    que explicam o grande vazio demogrfico e o isolamento deste espao geogrfico. A

    vegetao de Caatinga arbrea e arbustiva e reas de Tenso Ecolgica com contato

    Cerrado-Caatinga.

    A rede de drenagem composta principalmente pelo rio Vaza-Barris, que atravessa e

    divide a unidade em dois blocos, destacando o riacho Rosrio e o riacho do Cip, todos

    intermitentes.

    Ao leste dos Tabuleiros do Itapicuru, a Unidade dos Tabuleiros do Rio Real representa-

    da por uma faixa estreita at o limite interestadual entre Bahia e Sergipe. Essa unidade

    caracteriza-se por uma zona de aplanamento, declives suaves, entre 0 a 6% com cobertu-

    ra dendrtica transportada das encostas, altitudes mdias em torno de 300m sob clima

    submido e vegetao de Cerrado, Caatinga e Tenso Ecolgica com contato Cerrado-

    Caatinga. Ocorrem tambm extensas reas com vegetao secundria, pastagens e ou-

    tras ocupadas com culturas.

    Quanto s caractersticas edficas, importante registrar a presena de solos de fertilida-

    de mdia a alta, do tipo Cambissolo eutrfico e Argissolos (Podzlico), de fcil manejo,

    nos municpios de Paripiranga, Adustina e Ftima, aproveitados com culturas temporri-

    as, especialmente feijo e milho. Tambm ocorrem Regossolos, Neossolo Quartzarnicos

    (Areias Quartzosas) e Planossolos, de difcil manejo, com limitaes para uso agrcola

    direcionados principalmente para pecuria extensiva.

  • 23

    ASPECTOS GERAIS DA REA

    A drenagem do tipo subdentrtica, de baixa densidade, representada pelo rio Real, que

    faz a fronteira natural entre a Bahia e Sergipe.

    Na parte centro-norte e nordeste da rea o modelado se evidencia na Unidade dos Tabu-

    leiros Dissecados do Vaza-Barris, que se apresenta de forma descontnua, formando dois

    blocos distintos, separados pela unidade da Chapada do Ton. O bloco de menor extenso

    localiza-se no centro-norte, no qual esto inseridos o aude de Cocorob e a cidade de

    Canudos, e o outro no nordeste, abrangendo parte dos municpios de Pedro Alexandre,

    Coronel Joo S e Adustina, at o limite da Bahia com Sergipe.

    Os Tabuleiros referenciados no pargrafo anterior so constitudos de metassedimentos

    compreende os micaxistos, metarenitos, metassiltitos e gnaisses e se disseminam por

    toda a rea. Apresentam-se rebaixados, com altitudes variando de 100 a 500m e sob

    domnio dos climas semi-rido e submido a seco, com cobertura vegetal que reflete o

    grau de umidade, ocorrendo desde a Caatinga arbustiva com presena de cactceas, pas-

    sando por extensas reas de Tenso Ecolgica com contatos Cerrado-Caatinga-Floresta

    Estacional, predominante na regio da Estao Ecolgica do Raso da Catarina.

    A substituio da vegetao natural por pastagem ou culturas de subsistncia favorece os

    processos erosivos com o surgimento de encostas ravinadas freqentes. A drenagem

    dendrtica e representada pelo rio Vaza-Barris, cujo leito encaixado e seus afluentes

    intermitentes. Os solos predominantes no bloco ocidental so rasos, associados ao clima

    rido e, por essa razo, o uso agrcola muito reduzido, sendo comum apenas pequenas

    roas para subsistncia e criatrio de caprinos.

    Registra-se ao longo da BR-116, no trecho em direo a Canudos, passando por Benden-

    g, extensas paisagens desnudas em processo de degradao e/ou desertificao, possi-

    velmente provocada pela interao clima rido, solos cascalhentos pouco coesos e alta-

    mente susceptveis eroso e atividades antrpicas.

    No bloco oriental, mais precisamente a nordeste, ocorrem solos Argissolos (Podzlico

    eutrfico) e Cambissolos, de fertilidade mdia a alta, com grande potencial agrcola, onde

    coexistem a agricultura comercial e de subsistncia, com culturas temporrias, principal-

    mente milho e feijo, ocupando vastas extenses dos municpios de Pedro Alexandre,

    Paripiranga, Coronel Joo S e Adustina.

    A regio dos Planaltos Residuais, na sua parte ocidental, constituda pela unidade geo-

    morfolgica da Serra de Jacobina, com uma configurao alongada no sentido norte-sul,

    atingindo cerca de 200km de extenso e no sentido longitudinal chegando a 37km. O

    modelado apresenta graus de dissecao diferenciados, com aprofundamento grosseiro

    na sua parte oriental.

    A Serra de Jacobina atinge mais de 1.000m de altitude e limita-se ao norte com o Pedi-

    plano Sertanejo e ao leste com os Tabuleiros Interioranos. constituda por quartzo

    branco e verde, filitos, manganesferos, metaconglomerados, gnaisses auriuranferos,

  • 24USO ATUAL DAS TERRAS - BACIAS DOS RIOS

    ITAPICURU, VAZA-BARRIS E REAL

    magmticos e outros. Aparecem ainda intruses de granito que exerceram influncia nos

    dobramentos, observados principalmente na parte superior, na poro norte da Serra.

    Em funo das caractersticas litoestruturais, a unidade apresenta alto potencial em re-

    cursos minerais, o que possibilita sua explorao econmica, tornando a minerao a

    atividade responsvel pelo desenvolvimento da economia regional, com destaque para o

    ouro em Jacobina e o mrmore em Mirangaba.

    A estrutura geolgica, com vales encaixados, adaptados s fraturas e falhas no sentido

    oeste-leste, que cortam a serra no sentido transversal, direcionam a rede de drenagem. A

    cobertura vegetal constituda por contatos Cerrado-Caatinga e Cerrado-Floresta nas

    partes mais midas, a barlavento.

    Na parte central, entre os Tabuleiros do Itapicuru, Interioranos e Vaza-Barris, encontra-se a

    regio das Depresses Interplanlticas, representada pela unidade do Pediplano Sertanejo,

    sob clima semi-rido, onde predominam formas de aplanamento retocado com cobertura de

    material geralmente de textura arenosa e com colorao acinzentada. No aspecto edfico,

    ressalta-se a ocorrncia de solos com alta concentrao de sais, de difcil manejo, do tipo

    Planossolos, o que torna grande parte dessa rea invivel para a maioria das culturas.

    Entretanto, h manchas significativas de solos com maior potencial para agricultura, a

    exemplo dos Regossolos eutrficos e Argissolos (Podzlicos eutrficos), utilizados com

    culturas temporrias e pastagens, apresentando um maior dinamismo. A se concentram

    alguns centros urbanos importantes, como Euclides da Cunha, Monte Santo, Araci, Can-

    sano, Queimadas, Santaluz e outros.

    Nessa unidade registra-se a presena de afloramentos rochosos, geralmente em torno de

    cristas residuais, a exemplo da Serra de Itiba. A drenagem segue a estrutura, adaptan-

    do-se s falhas e fraturas de dissecao mdia. No rio Itapicuru retilinizada, apresen-

    tando vales de fundos chatos, leitos arenosos e encostas com ravinamento, apesar dos

    fracos declives.

    Observa-se modelado de dissecao grosseira em reas prximas a Senhor do Bonfim,

    no alto Itapicuru, em Cansano, Andorinha e Uau, onde a drenagem acompanha a

    litoestrutura, com trechos retilinizados, todos inseridos na zona de aplanamento.

    EVOLUO DA OCUPAO DO ESPAO

    Esse espao geogrfico comeou a ser desenhado com a chegada das expedies que

    penetravam no interior do territrio em busca das riquezas minerais. Elas traziam gran-

    des contingentes populacionais, fato que favoreceu o surgimento de ncleos ou aglomera-

    dos s margens dos rios, nas vertentes e topos das serras, geralmente prximos s jazidas,

    hoje, em sua maioria, transformados em cidades.

  • 25

    ASPECTOS GERAIS DA REA

    A descoberta de ouro pelos bandeirantes na Serra de Jacobina no sculo XVIII ampliou

    o povoamento nessa regio, atraindo garimpeiros e pessoas de vrias partes do territrio

    para explorar as jazidas aurferas e em busca de oportunidades.

    Em funo do aumento da populao, ocorreu a interiorizao das atividades agropecu-

    rias, impulsionadas pela demanda. A pecuria extensiva praticada na bacia do rio Itapi-

    curu contribuiu de forma decisiva para a conformao da estrutura fundiria em grandes

    propriedades, principalmente nas reas mais secas, onde a aptido agrcola restrita

    para agricultura, caracterizada pela concentrao de terras que ainda perdura at os

    dias atuais, gerando conflitos no campo.

    importante destacar que a minerao contribuiu, tambm, com a infra-estrutura de

    transportes, ampliando a rede ferroviria, fato que impulsionou o desenvolvimento da

    regio e em especial a bacia do Itapicuru, interligando os Estados da Bahia, Sergipe e

    Pernambuco. Ao longo da ferrovia surgiram ncleos urbanos, hoje transformados em

    cidades, como Itiba, Senhor do Bonfim, Queimadas, Santaluz e, mais prximo ao lito-

    ral, Acajutiba e Rio Real.

    Por volta de 1950, a cultura do sisal foi introduzida nessa parte do semi-rido baiano,

    ambiente hostil e submetido a longos perodos de secas, com solos geralmente de baixa

    fertilidade, pedregosos ou de difcil manejo. Cultura pouco exigente e adaptada a este

    ambiente, sua insero teve papel importante na ocupao da parte central da rea, mo-

    vimentando a economia com a gerao de empregos, favorecendo uma melhor distribui-

    o das terras, uma vez que o sisal geralmente cultivado por pequenos produtores em

    sistema de minifndios.

    Com o desenvolvimento do Programa de Reflorestamento, em 1970, foi criado nos Tabulei-

    ros Costeiros o Distrito Florestal do Litoral Norte, redesenhando o espao com cultivos de

    Pinus direcionados para a produo de celulose e papel. Posteriormente, foi introduzido o

    eucalipto nos Tabuleiros do Itapicuru, na regio de Nova Soure, para produo de energia.

    Outra importante atividade agrcola que se destaca a fruticultura comercial, principal-

    mente na regio de Rio Real, Jandara e Itapicuru, ocupando grandes extenses com o

    cultivo de laranja, coco-da-baa e maracuj, dentre outras.

    Um dos fatores que influenciou o crescimento e desenvolvimento no mdio Itapicuru foi a

    descoberta de guas termais, atraindo investidores de outras regies do pas, com desta-

    que para o Hotel Cassino, que movimentou a economia da cidade de Cip na dcada de

    1950, no perodo do governo Vargas. Este empreendimento promoveu o turismo nacio-

    nal e deu a este recanto longnquo uma conotao de cidade balneria, procurada por

    polticos, empresrios e celebridades. Tambm foi criada a Estncia Hidrotermal de Cal-

    das do Jorro, onde se desenvolveu uma estrutura hoteleira atraindo turistas de vrias

    partes do Brasil. As termas contriburam tambm para a infra-estrutura de transportes e

    para o crescimento urbano.

  • 26USO ATUAL DAS TERRAS - BACIAS DOS RIOS

    ITAPICURU, VAZA-BARRIS E REAL

    No entanto, uma srie de obstculos e entraves para o desenvolvimento econmico e

    social em grande parte da rea decorre do clima semi-rido a qual a mesma est subme-

    tida, interferindo de forma direta na dinmica do espao, sendo alvo de intervenes

    governamentais desde o sculo XIX.

    No perodo de 1877 a 1879 foi registrada uma seca sem precedentes, com conseqncias

    drsticas para o ambiente fsico e social. A partir do referido episdio, o poder pblico

    passou a adotar aes de carter assistencialista que perduram ao longo do tempo, sem,

    contudo, buscar uma soluo definitiva para o problema.

    Paralelamente, foram criados outros mecanismos direcionados para o problema da seca.

    A princpio foi estruturada a Inspetoria de Obras Contra as Secas, orientada para a

    construo de audes e que mais tarde teve suas atividades ampliadas para obras de

    infra-estrutura de transportes, com construo de estradas e aeroportos, passando para

    Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas.

    Em 1958, aps outro perodo crtico de seca, a Inspetoria de Obras Contra as Secas foi

    transformada no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), que deu

    uma dimenso maior ao desenvolvimento regional, incrementando a construo de bar-

    ragens, audes de portes variados e poos tubulares, voltados para abastecimento, proje-

    tos de irrigao e piscicultura.

    Em 1959, foi criada a Superintendncia de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE),

    com o objetivo de planejar e promover o desenvolvimento regional e especialmente buscar

    aes sistemticas de combate seca. Nesse sentido, promoveu estudos bsicos dos re-

    cursos naturais, socioeconmicos e elaborou a cartografia sistemtica da regio. Implan-

    tou tambm a rede de medio hidrometereolgica, concedeu incentivos fiscais para pro-

    jetos prioritrios em irrigao, melhoramento dos recursos hdricos e saneamento, entre

    outros.

    Estes projetos deram, inicialmente, uma nova dinmica regio, principalmente nas re-

    as dos audes de Jacurici, Cocorob, Adustina e Araci; entretanto, a realidade atual est

    distante dessa fase inicial, onde as ilhas de prosperidade fizeram gerar empregos dire-

    tos e indiretos, atraindo mo-de-obra e incrementando o comrcio. O que se registra hoje

    nos permetros irrigados so estruturas abandonadas, reas irrigadas reduzidas, proble-

    mas de salinizao e audes subutilizados.

    importante ressaltar que entre as dcadas de 1970 e 1980 o governo criou programas

    para promover o desenvolvimento do serto semi-rido, a exemplo do Programa de Irri-

    gao do Nordeste (PROINE), o Plo Nordeste e o Projeto Sertanejo, com atuao inte-

    grada nas diversas reas. Todos esses programas tiveram uma poca florescente e, tem-

    pos depois, decaam, pois se tratavam de medidas quase sempre assistencialistas, se cons-

    tituindo em entraves para o desenvolvimento.

  • 27

    ASPECTOS GERAIS DA REA

    Em 2001, a SUDENE foi extinta e substituda pela Agncia de Desenvolvimento do

    Nordeste ADENE, cuja ao se remete aos Estados do Nordeste e ao norte de Minas

    Gerais.

    Sabe-se que os assentamentos do programa de reforma agrria tm modificado a estru-

    tura de apropriao do espao e esto presentes em quase toda a rea. No momento

    atual, o Projeto Tucano encontra-se em evidncia devido sua abrangncia e proposta de

    criao de um plo hortcola e olercola nessa regio, buscando alternativas viveis para

    promover o desenvolvimento e o uso racional da regio semi-rida.

    Apesar dos problemas, o processo de ocupao da rea apresenta um certo dinamismo e

    as intervenes do governo continuam sendo extremamente necessrias.

  • USO DA TERRA

    Da extenso mapeada, mais de 70% encontram-se na zona semi-rida, cujas caractersti-

    cas climticas e edficas so preponderantes e determinantes ao uso com agropecuria,

    onde a aptido agrcola restrita para a maioria das culturas em funo dos baixos

    ndices de umidade, quando em condies naturais. A prtica da irrigao possibilita

    rendimentos satisfatrios, entretanto essa tcnica ainda incipiente devido ao custo e

    dependncia direta da fonte de captao, muitas vezes inexistente ou de difcil acesso.

    Assim, a agropecuria fica na dependncia das chuvas, caracterizando-se como uma ati-

    vidade de risco, embora essa seja a principal fonte de renda dos municpios.

    Na espacializao dos padres de uso, as pastagens ocupam maior extenso, sendo su-

    porte para uma pecuria extensiva, com rebanhos de bovinos, caprinos e ovinos. Apesar

    do predomnio, o quantitativo do rebanho no proporcionalmente compatvel com as

    potencialidades regionais devido qualidade das pastagens e ao potencial hdrico.

    Em seguida aparecem as culturas temporrias e permanentes, sendo que as primeiras se

    disseminam em todo o espao, localizando-se preferencialmente no fundo dos vales, com

    maior concentrao na poro leste-nordeste, onde as caractersticas edafoclimticas

    favorecem o desenvolvimento de uma agricultura comercial. Nas demais pores predo-

    minam as culturas de subsistncia.

    As culturas permanentes, apesar de ocuparem uma porcentagem relativamente pequena

    em relao rea de estudo, so de grande relevncia na composio das rendas dos muni-

    cpios produtores e na absoro da mo-de-obra, com destaque para a citricultura e o coco-

    da-baa. Na seqncia, a silvicultura aparece ocupando os tabuleiros com eucaliptos e pi-

    nus. Os espaos urbanos, a explorao mineral e aqicultura, entre outros, representados

    na sua maioria de forma pontual, esto includos no captulo Outros Usos. Os padres esto

    quantificados no Grfico 1.

    Culturas

    13%

    Pastagem

    47%

    Silvicultura

    1%

    Cobertura

    vegetal

    38%

    Outros

    1%

    Grfico 1

    Padres de uso e cobertura vegetal

    Fonte: SEI, 2005.

  • 29

    USO DA TERRA

    CULTURAS

    Citros

    A Bahia figura como o segundo maior produtor de citros do pas. Segundo dados da

    Produo Agrcola Municipal de 2004, a rea total cultivada com citros foi de 50.336ha,

    com uma produo de 794.916 toneladas. Deste total, 54% esto concentrados nas uni-

    dades dos Tabuleiros Costeiros e nos Tabuleiros do Itapicuru, sobressaindo-se o munic-

    pio de Rio Real, que figura como o maior produtor de laranja do Estado.

    A regio tradicionalmente citricultora, embora apresente baixa produtividade, o equi-

    valente metade alcanada no Estado de So Paulo, devido baixa fertilidade, acidez e

    compactao da camada superficial dos solos, sendo necessria a adoo de prticas de

    manejo adequadas e tratos fitossanitrios para melhorar o desempenho dos pomares.

    As caractersticas climticas so satisfatrias nas reas prximas ao litoral, entretanto,

    naquelas mais interiorizadas, sob ao do clima submido a seco e transio para o semi-

    rido, faz-se necessrio o uso da irrigao suplementar, prtica que requer conhecimen-

    tos tcnicos e investimentos, requisitos pouco viveis aos pequenos produtores, refletindo

    muitas vezes no desempenho da cultura. Alm disso, a carncia de infra-estrutura tam-

    bm compromete a produo.

    A dificuldade enfrentada pelo setor atribuda ao baixo nvel tecnolgico, ao fato de 80%

    da produo encontrar-se em pequenas propriedades, normalmente com baixo poder de

    investimento do produtor, agravada com a falta de organizao da cadeia produtiva de

    citros, que se constitui em entrave, pois a conscincia cooperativista, que seria a mola

    para promover o crescimento e fortalecimento do setor, ainda no est consolidada.

    Por outro lado, importante ressaltar que vem ocorrendo uma grande penetrao de

    frutas ctricas importadas de pases da Amrica do Sul e Europa, especialmente Uruguai

    e Espanha. So frutos de excelente qualidade, visando atender um consumidor mais exi-

    gente, uma vez que nossos frutos, de modo geral, no possuem uma boa aparncia exter-

    na, apesar de apresentarem qualidade interna igual ou mesmo superior aos importados.

    Na atividade citrcola predomina a laranja, que ocupa 99,2% da rea plantada, seguida

    da tangerina e do limo que, juntos, somam menos de 1%. No mapeamento no foi poss-

    vel individualizar unidades simples, sendo identificadas duas unidades de mapeamento,

    Cp1 e Cp2, onde a laranja est consorciada ou associada a outras culturas como o coco-

    da-baa, maracuj, mamo e culturas temporrias como milho, feijo e mandioca, prti-

    ca que garante a sustentabilidade das propriedades nos perodos de entressafras.

    Observou-se in loco que na maioria dos minifndios os pomares apresentam aspecto

    pouco saudvel, enquanto nas grandes propriedades extensas reas com laranja recebem

    tratos culturais que favorecem a qualidade dos pomares e a produtividade. A infra-estru-

  • 30USO ATUAL DAS TERRAS - BACIAS DOS RIOS

    ITAPICURU, VAZA-BARRIS E REAL

    tura de transporte e armazenagem, alm da embalagem dos frutos, precria, prejudi-

    cando a qualidade e a conservao do produto. O aprimoramento dos segmentos da ca-

    deia produtiva e a adoo de procedimentos padronizados devem elevar a produtividade

    e trazer benefcios aos produtores e ao meio ambiente.

    Para complementar o conhecimento em relao aos citros e relacionar as reas mapea-

    das com os dados estatsticos, foram analisados dados da Produo Agrcola Municipal

    no perodo de 2000 a 2004. Verifica-se que o municpio de Rio Real concentra cerca de

    40% da laranja produzida no Estado e vem mantendo ao longo dos ltimos cinco anos

    uma certa estabilidade em torno da rea cultivada e da produo, como se observa nas

    Tabelas 4 e 5.

    Comparando as duas tabelas constatam-se uma diminuio significativa da produo em

    relao rea plantada nos anos de 2000 a 2004.

    Apesar da importncia em termos de ocupao de mo-de-obra e na gerao de receita,

    a citricultura ainda no tem uma posio definida dentro do agronegcio baiano, fato

    que deve ser observado pela poltica agrcola, buscando um direcionamento no sentido de

    tornar o setor mais competitivo.

    Neste aspecto espera-se que o Programa de Revitalizao da Citricultura, atravs do

    Bahia Citros, implantado pelo Governo do Estado, promova a recuperao dos pomares,

    contribuindo com assistncia tcnica e prticas culturais como subsolagem, calagem e

    gessagem, necessrias para melhorar a permeabilidade e a fertilidade dos solos, alm de

    prever a liberao de crdito rural para os pequenos produtores.

    4alebaT

    ajnaralmocadatnalpaer

    soipcinuM )ah(aer/onA

    0002 1002 2002 3002 4002

    rucipatI 000.5 002.5 002.6 002.6 004.6

    aradnaJ 008 008 008 008 008

    laeRoiR 000.32 000.32 000.32 000.02 000.12

    .4002/0002,EGBI/MAP-lapicinuMalocrgAoudorP:etnoF

    5alebaT

    ajnaraledoudorP

    soipcinuM )t*esoturflim(oudorP/onA

    0002 1002* 2002* 3002* *4002

    rucipatI 000.052 006.14 000.39 000.39 000.69

    aradnaJ 000.06 000.61 000.61 000.61 000.61

    laeRoiR 000.527.1 000.064 000.064 000.003 000.513

    .4002/0002,EGBI/MAP-lapicinuMalocrgAoudorP:etnoF

  • 31

    USO DA TERRA

    Coco-da-baa

    O coqueiro originrio da sia e foi introduzido no territrio brasileiro atravs da Bahia,

    motivo da denominao coco-da-baa, de onde se espalhou para todo o litoral nordestino.

    Este cultivo contribui atualmente com mais de 90% da produo nacional, onde a Bahia,

    Sergipe e Rio Grande do Norte so os maiores produtores.

    Trata-se de uma cultura adaptada ao clima tropical e para o seu pleno desenvolvimento o

    ambiente deve ter bastante luminosidade, temperatura ideal em torno de 27C, precipita-

    o superior a 1.600mm e umidade relativa do ar acima de 60%, alm de vegetar melhor

    em solos com textura mdia, permeveis e frteis.

    Apesar do Brasil possuir ambiente favorvel para o desenvolvimento dessa cultura, pelo

    clima e o seu extenso litoral, registra uma produo bastante aqum do seu potencial,

    participando com menos 15% da produo mundial e no atendendo a demanda interna,

    apesar de ser a terceira fruta mais cultivada, depois da laranja e da banana.

    Nesse contexto, importante ressaltar que a produtividade baixa em conseqncia de

    grande parte dos cultivos ser do tipo subespontneo, sem uso de tecnologia, da variedade

    gigante e direcionado para as indstrias processadoras. Cultiva-se tambm o coco ano,

    para consumo da gua, e o coco hbrido, que vem sendo disseminado devido sua duali-

    dade, utilizado tanto in natura quanto para a extrao de leite e leo.

    Outra questo relacionada s indstrias processadoras e produo de coco-da-baa o

    fato de ser mais vantajoso importar do que fomentar a produo para atender a prpria

    demanda. Esse paradoxo existe em decorrncia dos subsdios existentes nos pases asiti-

    cos, que participam com quase 90% da produo mundial.

    Na faixa da Plancie Litornea, nos Tabuleiros Costeiros e do Itapicuru, o coqueiro en-

    controu caractersticas edafoclimticas adequadas para o seu desenvolvimento, vegetan-

    do de forma satisfatria, o que comprovado pelas extensas reas cultivadas, principal-

    mente nos municpios de Conde e Jandara.

    Atravs dos dados da Produo Agrcola do IBGE, pode-se observar (Tabelas 6 e 7) que

    de 2000 a 2004 a rea cultivada com coco se manteve de forma invarivel; no entanto, a

    partir de 2002 a produo cresceu significativamente nos municpios de Acajutiba, Con-

    de e Esplanada, fato atribudo produo dos novos cultivos e introduo de tecnolo-

    gia, repercutindo na produtividade.

    O coco ocorre associado ou consorciado com culturas e pastagens, sendo identificadas

    duas unidades de mapeamento, Cp3 e Cp4. Na primeira, aparece em manchas significa-

    tivas nos municpios de Jandara e Rio Real, associado a laranja, culturas temporrias e

    pastagens, onde grande parte destes cultivos faz uso de tecnologia. A segunda unidade

    ocorre na faixa mais prxima do litoral, geralmente associada pastagem, com manchas

    representativas nos municpios de Conde e Jandara.

  • 32USO ATUAL DAS TERRAS - BACIAS DOS RIOS

    ITAPICURU, VAZA-BARRIS E REAL

    Nas proximidades da praia de Costa Azul, municpio de Jandara, ocorre extensas reas

    com coqueiro hbrido e ano, com uso de tecnologia, registrando, tambm, manchas con-

    tnuas ao longo da plancie costeira at as dunas de Mangue Seco. Outro fato digno de

    nota o cultivo de coco orgnico, com destaque para as Fazendas Reunidas Nossa Se-

    nhora da Conceio, municpio de Jandara, que vem desenvolvendo um modelo sustent-

    vel com sucesso.

    importante enfatizar que o coqueiro vem comprovando em vrios pases asiticos que

    auto-sustentvel, com aproveitamento total da gua, leite, leo e da casca, que transforma-

    da em fibra, usada na indstria automobilstica na confeco de encostos de cabea, substitu-

    indo a espuma de poliuretana por oferecer inmeras vantagens, j que alm de ser menos

    volumosa e mais confortvel, trata-se de um produto natural, reciclvel e biodegradvel.

    Sisal

    O sisal (Agave sisalana perrine) uma cultura adaptada s regies secas e foi introduzido

    no nordeste brasileiro por volta de 1920, no Estado da Paraba, que liderou por muito

    tempo sua produo. O cultivo foi incrementado na Bahia na dcada de 1950, encontran-

    do ambiente favorvel ao seu desenvolvimento, e corresponde hoje a 90% do sisal produ-

    zido no Brasil, o maior produtor mundial.

    6alebaT

    aab-ad-ococmocadatnalpaer

    soipcinuM ahaer/onA

    0002 1002 2002 3002 4002

    abitujacA 052.4 052.4 052.4 003.4 003.4

    ednoC 006.31 006.31 006.31 006.31 000.51

    adanalpsE 001.3 001.3 055.6 006.6 006.6

    aradnaJ 000.21 000.21 000.21 000.21 000.21

    laeRoiR 002.2 002.2 002.2 002.2 002.2

    .4002/2002,EGBI/MAP-lapicinuMalocrgAoudorP:etnoF

    7alebaT

    aab-ad-ococedoudorP

    soipcinuM )soturflim(oudorP/onA

    0002 1002 2002 3002 4002

    abitujacA 051.33 051.33 065.97 694.08 694.08

    ednoC 006.18 006.18 000.402 002.361 000.081

    adanalpsE 006.81 006.81 616.221 255.321 255.321

    aradnaJ 000.84 000.84 000.84 000.84 000.84

    laeRoiR 008.91 008.91 008.91 008.91 008.91

    .4002/2002,EGBI/MAP-lapicinuMalocrgAoudorP:etnoF

  • 33

    USO DA TERRA

    Essa cultura ocupa o centro-sul da rea e est inserida no Pediplano Sertanejo, sob clima

    semi-rido, apresenta grande resistncia ao sol e baixa pluviosidade, pouco exigente,

    vegeta em solos de difcil manejo e com limitaes para a maioria das culturas.

    No mapeamento, o sisal est identificado na unidade Cp5 e aparece associado pasta-

    gem, culturas temporrias de subsistncia e intercalado com vegetao de Caatinga, ocor-

    rendo em manchas significativas no municpio de Santaluz, na regio de Salgadlia, em

    Conceio do Coit, Jacobina, Queimadas, Araci, Itiba, Mirangaba e Campo Formoso.

    Aparece ainda em pequenas manchas dispersas, o que dificulta a individualizao, fican-

    do associado s unidades de pastagem.

    O municpio de Campo Formoso o maior produtor de sisal do Estado da Bahia, embora

    esteja parcialmente includo na rea de estudo.

    O maior plantio comercial contnuo de sisal se verifica no municpio de Santaluz e perten-

    ce Companhia de Sisal do Brasil (COSIBRA), com 5.500ha plantados, dos quais 4.500ha

    so roados e 250ha na Caatinga. A produo est em torno de 140 tonelada/ano de

    fibra seca, que enviada in natura para a Paraba onde se transforma em tapetes e fios

    que so exportados para os Estados Unidos.

    A cultura do sisal exerce um papel socioeconmico importante no que se refere alterna-

    tiva agrcola, pois tem capacidade de absorver mo-de-obra no cultivo, no beneficiamen-

    to e na industrializao, contribuindo com a caprinocultura para a manuteno do ho-

    mem no meio rural.

    Apesar disso, a cultura encontra-se ameaada de extino, como afirma Silva (2004),

    que detectou que cerca de 86% do sisal dessa regio esto na fase final do ciclo produti-

    vo, com idade superior a oito anos.

    O Programa de Recuperao, Modernizao e Diversificao do Plo Sisaleiro visa recu-

    perar as culturas degradadas, desenvolver um consrcio com a introduo de caprinos/

    ovinos, ampliar a assistncia tcnica, capacitar produtores, substituir as antigas mqui-

    nas que causam mutilaes, desenvolver pesquisas na busca de alternativas de aproveita-

    mento da fibra e do subproduto do sisal, objetivando agregar valores para os produtores.

    O referido programa abrange 30 municpios do semi-rido, entre os quais se destacam os

    que esto inseridos na rea de estudo, prevendo-se impactos otimistas como o incremento

    da produtividade, elevando de 700kg/ha para 1.150 kg/ha de fibra seca de sisal.

    As organizaes associativas, como Associao dos Pequenos Produtores (APAEB) do

    Municpio de Valente e o Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentvel da regio Sisa-

    leira do Estado da Bahia, tambm tm contribudo com o desenvolvimento e aproveita-

    mento da fibra em produtos manufaturados, agregando valores para os produtores.

    Dos produtos derivados do sisal, os principais so os fios biodegradveis utilizados na

    confeco de vrios tipos de cordas, na produo de tapetes, estofados, pastas para in-

  • 34USO ATUAL DAS TERRAS - BACIAS DOS RIOS

    ITAPICURU, VAZA-BARRIS E REAL

    dstria de celulose, remdios, adubo orgnico, tequila, rao animal, biofertilizantes, sa-

    carias e podendo ser utilizados, tambm, na indstria automobilstica, substituindo a fi-

    bra de vidro.

    Com a vantagem de ser biodegradvel, a fibra do sisal desperta uma demanda crescente

    no mercado externo, em funo dos programas direcionados sustentabilidade ambien-

    tal. Ao contrrio do que ocorreu no passado, quando o fio sinttico competiu de forma

    bastante significativa com a fibra natural, provocando uma queda importante nas reas

    de sisal e diminuindo consideravelmente as exportaes.

    Outro aspecto a ser observado a falta de organizao na comercializao, com a figura

    notria do atravessador que adquire o produto por preos insignificantes, desestimulando

    os pequenos produtores em funo da baixa rentabilidade em uma atividade na qual a

    relao riscos x benefcios pouco compensadora, afetando o dinamismo no setor.

    Para estabelecer um paralelo entre o mapeamento e a estatstica, foram selecionados

    municpios que se destacam na produo de sisal, dos quais Santaluz e Conceio de

    Coit so os maiores produtores. Os dados indicam que o sisal teve, nestes ltimos cinco

    anos, pouca variao tanto na rea plantada como na produo, exceo de Araci, que

    apresentou um incremento significativo em 2004, que pode ser visto nas Tabelas 8 e 9.

    Pode-se afirmar que, historicamente, o sistema de produo do sisal rudimentar, sem

    avanos tecnolgicos, tendo como conseqncia direta a baixa produtividade, quatro

    vezes menor do que no Mxico, China e pases africanos. Por outro lado, o aproveita-

    mento da folha tambm comprometido por falta de equipamentos, sendo que apenas

    4% so aproveitados na forma de fibra, enquanto nos pases produtores j menciona-

    dos atinge 80%.

    8alebaT

    lasismocadatnalpaer

    soipcinuM ahmeaer/onA

    0002 1002 2002 3002 4002

    icarA 003.2 003.2 003.2 003.4 007.21

    osomroFopmaC 298.92 543.44 371.45 005.25 005.16

    onasnaC 000.3 000.3 000.3 005.2 005.2

    tioCodoiecnoC 000.91 000.91 005.71 000.81 005.81

    abitI 009.5 058.6 051.7 040.7 004.6

    anibocaJ 001.9 009.8 005.7 077.31 077.31

    abagnariM 000.6 000.6 005.5 005.5 005.5

    anitsedroN 005.5 005.5 000.4 000.4 000.4

    sadamieuQ 005.8 005.8 000.7 000.7 005.6

    zulatnaS 005.91 005.91 002.81 005.81 005.81

    .4002/0002,EGBI/MAP-lapicinuMalocrgAoudorP:etnoF

  • 35

    USO DA TERRA

    9alebaT

    lasisedoudorP

    soipcinuM )t(oudorP/onA

    0002 1002 2002 3002 4002

    icarA 016.1 003.2 003.2 003.4 004.01

    osomroFopmaC 600.62 396.73 740.64 526.44 562.25

    onasnaC 004.2 008 004.2 000.2 000.2

    tioCodoiecnoC 001.22 057.51 003.51 003.51 002.61

    abitI 027.4 228.5 600.6 419.5 044.5

    anibocaJ 001.9 554.8 006.5 610.11 610.11

    abagnariM 003.6 049.5 063.3 026.4 026.4

    anitsedroN 000.4 006.3 051.3 024.3 006.3

    sadamieuQ 002.7 057.6 004.5 058.5 085.5

    zulatnaS 526.32 002.61 004.41 002.61 092.61

    .4002/0002,EGBI/MAP-lapicinuMalocrgAoudorP:etnoF

    Devido sua grande importncia no semi-rido, pela absoro de mo-de-obra, pela faci-

    lidade e desempenho com pouco investimento, ajudando a fixar o sertanejo na terra,

    imperativo que a cultura do sisal seja reestruturada e modernizada em um processo rpi-

    do e contnuo.

    Culturas temporrias

    A rea em estudo apresenta grande concentrao de minifndios onde so cultivadas pe-

    quenas parcelas para subsistncia e, em menor escala, culturas comerciais, predominando

    feijo, milho e mandioca, em sistema de sequeiro. A mecanizao da agricultura, a irriga-

    o e a utilizao de tcnicas agrcolas modernas no tm muita representatividade.

    Os cultivos de ciclo curto esto em quase sua totalidade na regio do semi-rido, onde a

    distribuio das precipitaes durante o ano bastante irregular, fator restritivo que tor-

    na a agricultura de sequeiro uma atividade de risco; apesar disso, essa agricultura, junto

    com a caprino-ovinocultura, representam as principais fontes de renda para os pequenos

    produtores.

    As culturas de feijo, milho e mandioca geralmente se apresentam consorciadas entre si,

    com mamona, sisal e castanha de caju, espontneo ou cultivado, intercaladas com pasta-

    gens naturais ou plantadas.

    No mapeamento, este padro de uso foi subdividido nas unidades

    Ct1, Ct2, Ct3 e Ct4,

    individualizadas em funo das associaes e/ou consrcios entre culturas e alternncias

    com pastagens e vegetao natural, bem como em relao ao sistema de produo utili-

    zado, seja em nvel de escala comercial e/ou subsistncia.

  • 36USO ATUAL DAS TERRAS - BACIAS DOS RIOS

    ITAPICURU, VAZA-BARRIS E REAL

    A produo em sistema comercial representada pelas culturas de feijo e milho, cuja

    ocorrncia est relacionada presena de manchas de solos com mdia a alta fertilidade,

    identificadas nos municpios de Adustina, Coronel Joo S, Ftima, Paripiranga e Eucli-

    des da Cunha, e na Vila de Algodes, ao longo do riacho Macet, em Quijingue, onde h

    extensas e contnuas reas cultivadas com mdia a alta produtividade, representada pela

    unidade de mapeamento Ct1.

    Os quatro primeiros municpios citados localizam-se em reas de extensos tabuleiros,

    cuja topografia e a relativa proximidade com o mar influencia nos ndices pluviomtricos

    e na melhor distribuio das chuvas, o que permite plantios no perodo de inverno.

    Nos municpios de Euclides da Cunha e Quijingue, apesar das condies edficas favor-

    veis aos cultivos de ciclo curto, o sucesso da produo depende, principalmente, de um

    bom perodo chuvoso ps-plantio, o que nem sempre acontece, fato que provoca perdas

    muitas vezes significativas, deixando o produtor descapitalizado, levando ao deslocamen-

    to para outras regies ou mesmo migrao para as zonas urbanas.

    Para complementar as informaes referentes s culturas de feijo e milho, foram seleci-

    onados os principais municpios produtores como parmetro para estabelecer comparati-

    vos entre a espacializao e os dados relativos s reas plantadas e a produo de feijo

    e milho no ano de 2004, por ser o dado mais recente disponvel (Tabelas 10 e 11).

    01alebaT

    ojiefedoudorpeadatnalpaer

    soipcinuM )ah(adatnalPaer )t(oudorP

    anitsudA 000.33 849.42

    ahnuCadsedilcuE 000.53 009.81

    amitF 485.01 485.01

    agnaripiraP 000.51 000.51

    eugnijiuQ 000.72 001.8

    onacuT 000.02 006.3

    .4002,EGBI/MAP-lapicinuMalocrgAoudorP:etnoF

    11alebaT

    ohlimedoudorpeadatnalpaer

    soipcinuM )ah(adatnalPaer )t(oudorP

    anitsudA 000.33 219.45

    ahnuCadsedilcuE 000.53 003.6

    amitF 000.01 004.8

    agnaripiraP 000.03 029.94

    .4002,EGBI/MAP-lapicinuMalocrgAoudorP:etnoF

  • 37

    USO DA TERRA

    21alebaT

    acoidnamedoudorpeadatnalpaer

    soipcinuM )ah(adatnalPaer )t(oudorP

    osomroFopmaC 046.1 084.9

    onasnaC 000.3 000.24

    silopsirC 000.7 000.211

    ahnuCadsedilcuE 005.3 000.94

    aifldaliF 028 069.6

    urucipatI 005.2 000.54

    otnaSetnoM 000.6 000.27

    anidnilO 000.2 000.63

    saiDoritS 005.3 000.94

    onacuT 000.5 000.08

    .4002,EGBI/MAP-lapicinuMalocrgAoudorP:etnoF

    Observando as Tabelas 10 e 11 se constata que a cultura do feijo no municpio de Quijin-

    gue e de Tucano apresentou, em 2004, uma rea plantada considervel; entretanto, a

    produo teve perdas significativas, assim como o milho em Euclides da Cunha, com

    resultados desanimadores, o que reitera a necessidade de disseminar a irrigao para

    reduzir as frustraes de safra, causadas pela diminuio da umidade na fase vegetativa,

    e conseqentes prejuzos aos produtores.

    A unidade Ct2 ocorre ao longo do vale do rio Vaza-Barris, entre as cidades de Jeremoabo

    e Canudos, compreendendo uma faixa relativamente estreita, onde h pequenas parcelas

    com cultivos de sequeiro de feijo, milho e mandioca destinados subsistncia, associa-

    dos policultura irrigada com banana, coco-da-baa, maracuj e hortcola, cuja produ-

    o comercializada nas feiras da regio ou vendida no local para atravessadores.

    Na maior parte da rea mapeada predomina a unidade Ct3, na qual as culturas de feijo

    e milho so constantes e aparecem associadas mandioca, que se destaca em alguns

    municpios em funo das caractersticas fsicas dos solos. Tambm h ocorrncia de

    mamona e sisal em parcelas intercaladas com pastagem e vegetao natural.

    O municpio de Crispolis o maior produtor de mandioca da rea. As caractersticas

    geomorfolgicas e edafoclimticas favorveis oferecem condies ideais para este tipo de

    cultura, a exemplo do relevo de tabuleiros, em torno de 200m de altitude, clima submido

    a seco, solos leves com textura franco arenosa a arenosa. Tambm se destacam na produ-

    o dessa cultura os municpios de Monte Santo, Tucano e outros (Tabela 12).

    A mandioca uma cultura de fcil adaptao ao clima semi-rido baiano e aparece em

    toda a extenso da rea, normalmente como cultura de subsistncia em minifndios, ab-

    sorvendo grande contingente de mo-de-obra. Possui uma boa resistncia para varia-

    es de temperaturas e irregularidade das chuvas e seu cultivo no apropriado em bai-

    xadas, onde predominam solos muito argilosos, portanto mal drenados.

  • 38USO ATUAL DAS TERRAS - BACIAS DOS RIOS

    ITAPICURU, VAZA-BARRIS E REAL

    Um dos programas do Governo do Estado, referente ao agronegcio baiano, destinado

    ao incremento da produo da mandioca e contempla os municpios de Capim Grosso,

    Jacobina e Miguel Calmon.

    A mandioca e o milho so culturas amplamente utilizadas na alimentao humana e de

    animais (como rao para bovinos, ovinos e aves, dentre outros) e na produo industrial

    de alimentos, sendo, portanto, as mais difundidas.

    No municpio de Itapicuru, os povoados de Tapera do Lima, Lagoa do Meio e Rainha dos

    Anjos apresentaram parcelas considerveis de mandioca, alternadas com feijo e milho.

    Outros destaques so os povoados de Dona Maria, em Inhambupe, Riacho da Ona, em

    Queimadas, e Pereira, em Senhor do Bonfim.

    A cultura da mamona, que aparece tambm associada na unidade Ct3, ocorre de forma

    dispersa na parte oeste da rea e apresenta maior destaque nos municpios da regio do

    Piemonte da Diamantina. Entretanto, as lavouras so pequenas e isoladas, associadas

    com feijo, milho e mandioca. Os pequenos produtores tm na mamona uma alternativa

    de renda garantida, mas os preos de mercado nem sempre so compensadores, o que

    leva a ciclos de expanso ou retrao da cultura.

    No oeste da rea foram observadas ocorrncias de mamona alternadas com feijo, milho

    e mandioca, nos povoados de Brejo Grande de Baixo e Brejo Grande de Cima, em Miguel

    Calmon, inseridas na unidade Ct3. Nos municpios de Jacobina, Mirangaba, Ponto Novo

    e outros circunvizinhos, a cultura se dissemina em pequenas parcelas que, em funo do

    tamanho, foram includas na unidade da pastagem.

    O Programa de Recuperao da Cultura da Mamona foi implementado pelo Governo do

    Estado atravs da Secretaria da Agricultura, Irrigao e Reforma Agrria (SEAGRI),

    em parceria com o Banco do Nordeste. Seu objetivo era transformar-se em uma alterna-

    tiva para o semi-rido, aumentando a rea de cultivo, apoiando os pequenos e mdios

    produtores e incentivando o plantio de variedades mais resistentes.

    Os municpios contemplados com o programa de recuperao dessa cultura e que esto

    inseridos na rea do estudo so: Cansano, Canudos, Euclides da Cunha, Monte Santo,

    Nordestina, Uau, Andorinha, Antnio Gonalves, Cam, Caldeiro Grande, Campo For-

    moso, Capim Grosso, Filadlfia, Itiba, Jacobina, Jaguarari, Miguel Calmon, Miranga-

    ba, Morro do Chapu, Pindobau, Ponto Novo, Quixabeira, So Jos do Jacupe, Sade,

    Senhor do Bonfim, Serrolndia, Vrzea Nova e Vrzea do Poo.

    Os financiamentos concedidos pelo Governo do Estado e Banco do Nordeste so para

    todas as categorias de produtores rurais (pequenos, mdios e grandes), alm de associa-

    es e cooperativas, e tm prazo de carncia de at doze anos.

    A cultura da mamona, que se encontrava em declnio, comea a dar sinais, tmidos, de

    crescimento em alguns municpios produtores, como pode ser visto nas Tabelas 13 e 14.

  • 39

    USO DA TERRA

    31alebaT

    anomamedadatnalpaer

    soipcinuM )ah(adatnalPaer/onA

    0002 1002 2002 3002 4002

    anibocaJ 021.2 809.1 003 066 006

    nomlaCleugiM 006 045 002 033 003

    abagnariM 005.2 041.2 008 008 054

    uabodniP 025 095 041 043 024

    ovoNotnoP 057 021.1 011 043 014

    aidnlorreS 005.1 002.1 001 052 002

    .4002/0002,EGBI/MAP-lapicinuMalocrgAoudorP:etnoF

    41alebaT

    anomamedoudorP

    soipcinuM )t(adizudorpedaditnauQ/onA

    0002 1002 2002 3002 4002

    anibocaJ 098 367 09 801 045

    nomlaCleugiM 063 292 07 09 072

    abagnariM 009 667 042 042 504

    uabodniP 624 524 71 071 261

    ovoNotnoP 516 608 91 402 441

    aidnlorreS 063 063 03 21 441

    .4002/0002,EGBI/MAP-lapicinuMalocrgAoudorP:etnoF

    A mamona uma cultura exigente, vegetando preferencialmente em solos profundos,

    frteis, com boa permeabilidade e clima quente e mido, pois o seu bom desenvolvi-

    mento necessita de um grande aporte de nutrientes e tratos culturais em pocas apro-

    priadas.

    O seu aproveitamento se d na extrao do leo das sementes, utilizado na lubrificao

    de motores de alta rotao, como os motores de avies, na indstria farmacutica e cos-

    mtica, fabrico de tintas, vernizes e plsticos.

    Da mamona ainda se aproveita o sub-produto, denominado torta, utilizado como adubo,

    rico em nitrognio, fsforo e potssio. Por outro lado, o leo da mamona considerado o

    melhor para produo de biodiesel, por ser o nico solvel em lcool, no sendo necess-

    rio o uso da energia quando transformados em leo combustvel, favorecendo o custo de

    produo.

    A Bahia se insere no Programa Brasileiro de Desenvolvimento Tecnolgico do Biodiesel

    (PROBIODIESEL), lanado pelo Governo Federal em 2002, que tem o objetivo de pro-

    duzir combustvel a partir de matrias primas renovveis, com perspectiva de desenvolvi-

    mento das reas produtoras de mamona, especialmente na regio do Piemonte da Dia-

    mantina.

  • 40USO ATUAL DAS TERRAS - BACIAS DOS RIOS

    ITAPICURU, VAZA-BARRIS E REAL

    importante ressaltar que a Secretaria de Cincia, Tecnologia e Inovao do Estado da

    Bahia vm desenvolvendo pesquisas e projetos neste campo, sendo um deles voltado para

    a lavoura familiar com insero, ampliao e fomento da cultura da mamona, visando a

    produo de biodiesel, inclusive para a gerao de energia em comunidades rurais.

    O Decreto de 23 de dezembro de 2003 da Presidncia da Repblica, publicado no DOU

    de 24/12/2003, instituiu a Comisso Executiva Interministerial, encarregada da implan-

    tao das aes direcionadas produo e ao uso de leo vegetal biodiesel como fonte

    alternativa de energia. Dessa Comisso foram geradas as diretrizes do PNPB, que so:

    Implantar um programa sustentvel, promovendo incluso social;

    Garantir preos competitivos, qualidade e suprimento;

    Produzir o biodiesel a partir de diferentes fontes oleaginosas e em regies diversas.

    A mamona foi escolhida como oleaginosa para produo de matria prima para fabrica-

    o de biodiesel na regio semi-rida com a finalidade de possibilitar a incluso social dos

    pequenos agricultores, apregoada nas diretrizes do PNPB.

    Por outro lado, o Decreto n 5.297, de 06/12/2004, alterado pelo Decreto n 5.457, de

    06/06/2005, criou o selo combustvel social e se constitui em instrumento legal, utili-

    zado pelo Governo Federal, que prev a reduo da contribuio do PIS/PASEP e CO-

    FINS para o produtor de biodiesel que promover a incluso social dos agricultores en-

    quadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura familiar PRO-

    NAF, adquirindo a matria prima, dando assistncia tcnica, celebrando contratos que

    fortaleam os pequeno agricultores, garantindo a gerao de emprego, renda e melhoria

    da qualidade de vida.

    Em 13/01/2005 foi publicada a Lei n0

    11.097, que dispe sobre a introduo do biodie-

    sel na matriz energtica brasileira, altera Leis afins e d outras providncias.

    A cultura da mamona foi contemplada com o Zoneamento Agrcola realizado pela Em-

    presa de Pesquisa Agropecuria (EMBRAPA), para o ano safra de 2005 / 2006, que

    considera o Estado da Bahia com excelente potencial para o seu cultivo e expanso em

    sistema de sequeiro, tendo em vista que a mamona adapta-se bem s condies do semi-

    rido baiano. O Zoneamento aponta ainda 184 (cento e oitenta e quatro) municpios

    aptos para o plantio, sendo que, destes, vinte integram a rea em estudo.

    A unidade Ct4 identifica as reas com culturas temporrias consorciadas com cajueiros

    espontneos e cultivados e est localizada na faixa de contato Cerrado-Caatinga, nos

    municpios de Euclides da Cunha distritos