overclock zine 02 b

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hQ+cYBERCULTURA+mÚSICA+iNFORMAÇÃO+cINEMA [#2 JAN-JU N 2004]

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zine brasileiro focado em literatura, ficcao cientifica, musica alternativa, cinema e subculturas. mais informacoes em: http://overclockzine.blogspot.com

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h Q + c Y B E R C U L T U R A + m Ú S I C A + i N F O R M A Ç Ã O + c I N E M A[ # 2 J A N - J U N 2 0 0 4 ]

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: \ E D I T O R I A L >Após seis meses de incubação nas câmaras criogênicas do Chain Reaktor, sofrendo um violentoupgrade de implantes de memória, as mentes biotecnologicamente desenvolvidas dos articuladoresdo :\OVERCLOCK> zine estão mais ativas e atentas do que nunca. Varrendo a matriz em busca devida inteligente, de informação valiosa e de brechas no sistema.

Em seu segundo número o zine :\OVERCLOCK> assume definitivamente seu alinhamento com omovimento cyberpunk. Duas décadas após a publicação do seminal romance Neuromancer porWilliam Gibson, a tecnologia simbioticamente ligada ao ser humano não é mais objeto depura ficção. A Matriz é real. Biotecnologia é um termo trivial. E a vida imita a arte.

Entre os conspiradores/colaboradores nesta edição destaque para dois nomes:Adriana Amaral, pesquisadora do universo cyberpunk e uma valiosa aliadana divulgação do cenário electro/gótico alternativo. Jornalista e doutorandaem comunicação social é um arauto acadêmico da cena.De New Orleans infiltram-se os quadrinhos de Robert Tritthardt.Apenas um artista que acumula a função de DJ de uma casa noturnagótica-industrial poderia retratar a comicidade dos dilemas vividospelas criaturas que habitam o subterrâneo da noite.Seus quadrinhos contam a história do DJ Writhe, recémchegado a New Orleans, e de seu novo amigo Shine.Um leque de personagens característicos e situaçõesfamiliares vai se desfraldando aos poucos... semprecobertos com o véu da auto-ironia de Tritthardt.

Levando a frente a proposta de divulgar o lado cyberda arte, dissecamos Tanino Liberatore, influentedesenhista de quadrinhos alternativos, e o inédito (poraqui) filme Immortel (AD VITAM) . Mistura de atores reaiscom animação a película é promissora, mas a fracadistribuição de filmes europeus por aqui pode nos privardeste espetáculo.

Na arena musical, três entrevistas exclusivas: Aghast View, osmaiores representantes da musica eletrônica alternativa nacional falamdas dificuldades da cena local e das perspectivas para o futuro, Sara Noxx, diva alemã das melodiassintéticas fala de suas inspirações e finalmente, [:SITD:], revelação alemã que com apenas umálbum lançado já tomou de assalto pistas e paradas alternativas em todo o mundo.

Agora, conecte-se ao seu console. Projete sua consciência na matriz... E sinta os efeitos do overclockcerebral.

:Wandeclayt M.:www.prolapse.org/airenterre

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WRITHE & SHINE ROBERT TRITTHARDT

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Vencedora de um concurso promovido em 1997 pela ZILLO Magazine( revistaalternativa com foco nas cenas gótica e eletrônica ) Sara Noxx tornou-se sinônimo

de voz marcante, letras profundas e melodiasenvolventes. A melancolia e os trechos

falados intercalando-se à melodia sãouma marca registrada de seu trabalho.

Sara Noxx mostra que os sonssintetizados nos circuitos de silíciopodem carregar emoções quentese orgânicas.Extraído do último álbum - Equinoxx- o single Colder and Colder já nasceclássico e torna-se hit instantâneode pista. Instantâneo, mas nãodescartável. A faixa deve aindaecoar por longos anos nossubterrâneos do pop sintético.

Sempre atenciosa, SaraNoxx - amante do futebol e dafórmula 1 - nos mostra o que hápor trás do véu da grande divado synthpop atual....

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:\OC> O que você conhece da cena brasileira?Alguma banda ou projeto?:\SN>Honestamente, conheço muito mais osjogadores de futebol do que a cena eletrônicabrasileira... ;-) Mas tenho amigos em São Paulo -talvez você conheça o Individual Industry e o 3ColdMen de Alex Twin e Maurizio. Eles sãoencantadores - eles remixaram uma das faixas demeu último álbum. Tenho também o primeiro álbumdo Aghast View, apesar de ter sido lançado hábastante tempo eu o ouço com freqüência. Hátambém alguém muito especial em São Paulo - Achoque se ele ler isso vai saber que eu estou falandodele...

:\OC> Quais suas influências musicais? E o quecostuma ouvir hoje?:\SN> Sou uma criança dos anos 80 e fuiinfluenciada pelo som eletrônico desse período -foi uma época de excelente música - lembro debandas como Eurythmics, Erasure, Yazoo e é claro,Depeche Mode... Continuo ouvindo essas bandasassim como ouço artistas mais recentes - Eu ouçorock, pop, techno, trance, clássico... não sou tãorestrita...- E se quer mesmo saber de detalhes,enquanto respondo suas questões estou ouvindo

Madonna... :-)

:\OC> Do que falam suas letras? De onde vemsua inspiração? Experiências pessoais são dealguma forma retratadas nelas?:\SN> Sim minhas letras são muito pessoais - Ascanções de Sara Noxx são meu diário pessoal - Umamaneira especial de tratar os eventos em minha vida.Falo de meus medos, esperanças, sonhos, lágrimas...

:\OC> Sua voz desempenha um papel muitoimportante em seu trabalho, assim mesmo vocêlançou Nonvoxx, um álbum instrumental. Fale-nos dessa experiência.:\SN> Eu gosto de surpreender! :-) Foi umatentativa e um agradecimento aos meus fãs e asreações positivas me mostraram que foi uma boaidéia... Imaginei que a voz não seria indispensávelpara dizer o que sinto - Nonvoxx é a prova disso.

:\OC> Continuando no tópico voxx. Você éfreqüentemente comparada a Anne Clark. Éuma comparação justa?:\SN> Com certeza conheço o trabalho de AnneClark, mas nunca tentei soar como ela. É um meroacidente que minha voz pareça com a dela e sou

S A R A N O X X

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grata por isso porque gosto bastante de suas músicasdos anos 80. Acho que minha música segue umadireção diferente mas se alguém acha que soa comoAnne, é uma honra para mim, porque ela é umagrande artista... ;-):\OC> Você emprestou sua voz para oPatenbrigadeWolf (projeto paralelo do Dust ofBasement), devemos esperar mais participaçõesem trabalhos de outros artistas? E com quebandas você gostaria de trabalhar?:\SN> Oh! Se dependesse de mim, gostaria detrabalhar com Depeche mode ou Madonna!!! :-)Sven do Patenbrigade/Dust of Basement é meuamigo e temos algumas idéias de cooperação. Vocêconhece o remix do Dust of Basement no single deColder and Colder? Gosto muito dele...Planejo trabalhar com outros artistas também, masainda não quero falar demais... ;-)

:\OC> Além da música (e também da poesia, como livro Lyrixx tendo sido recém lançado) vocêtem outras atividades profissionais (artísticas ounão)?:\SN> Estou procurando um emprego, mas asituação na Alemanha, assim como no resto domundo, não é boa. Mas isso me dá mais tempo paracompor e escrever - o que não é tão ruim.

:\OC> Partindo para o lado técnico. Quemaquinário equipa o seu estúdio? Sintetizadoresem software versus sintetizadores em hardware,de que lado da briga você está?:\SN> Eu trabalho com uma maravilha técnica emusical, o Korg Trinity - é um grande sistema...Todas as minhas canções saem dele, não trabalhono PC. Mas no estúdio, onde meu produtor alteratimbres e baterias aperfeiçoando as faixas, temosbem mais maquinário - hardware e software - doque eu tenho em casa...

:\OC> O advento da internet tornou possívelcompartilhar arquivos de música fácil egratuitamente. Como você vê isso? Umaameaça para a música? Um novo caminhopara divulgação? Você apóia ocompartilhamento?:\SN> Para ser honesta, eu entendo quemcompartilha música, porque os CDsoriginais são mesmo muito caros. Comonão vivo da música está tudo OK paramim - desde a época do vinil e do cassetejá era possível fazer cópias e acho isso umacoisa boa. E com certeza é uma forma dedivulgação também...se alguém gostar deum artista vai procurar comprar seu álbum.

Os CDs protegidos contra gravação são uma piada- Ninguém pode esperar que eu compre um CD queeu não possa copiar nem para mim mesmo - Talvezpara ouvir no carro, por exemplo. Talvez eu tivesseuma opinião diferente se eu fosse uma grande artistacomercial...

:\OC> Fale-nos agora de Sara Noxx ao vivo nospalcos. Deixe o público brasileiro sentir o gostodo que estão perdendo.:\SN> Antes de tudo, lá estou eu! :-) E acredite já ébastante para perder. ;-) Mas agora falando sério,há um grande show de projeções de vídeo. Alémde mim, ao vivo Sara Noxx conta com o reforço deRené, meu tecladista. Ele toca os instrumentos,dispara os vídeos e é muito divertido. Na verdadenos divertimos bastante no palco, rimos bastante,conversamos com o público... Mas convidem-nose mostraremos tudo a vocês...Eu adoraria levarminha música ao vivo para o seu belo país...

:\OC> E uma mensagem final para os fãsbrasileiros?:\SN> Com certeza tenho - rezo para que tenhamosuma chance na copa de 2006 - vocês têm um time

dos sonhos e é quase certo que estejam nafinal - então, se jogarem com a Alemanhaum pouco antes, deixem-nos pelo menosfazer UM gol!!! :-)

:\Web>www.saranoxx.com:\Discografia>1997 CD "Noxxious"1998 CD "Paradoxx"2001 CD "Exxtasy"2003 CD "Nonvoxx"2003 CD "Promotional Vol.1"2003 CD "Equinoxx"2004 CD "Promotional Vol.2"

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Uma história com deuses egípcios, passada em NovaYork, filmada na França, falada em inglês e escrita edirigida por um desenhista de quadrinhos nascidoem Belgrado (ex-Iugoslávia, atual Sérvia) e radica-do em Paris! É um mundo muito pequeno, sobretu-do para o talento do inspirado desenhista/roteirista/cineasta Enki Bilal. Um dos membros da LesHumanoïdes Associée grupo que em 1974 lançou acultuada revista Metal Hurlant - em 1977 surge suaversão americana: Heavy Metal - até hoje um celei-ro de grandes nomes dos quadrinhos de ficção cien-tífica e fantasia.

IMMORTEL (AD VITAM) é a versão cinematográ-fica de Os Imortais (La Foire Aux Immortels) e AMulher Enigma (La Femme Piège), os dois primei-ros álbuns do quadrinhos da Trilogia Nikopol, comadaptação e direção do próprio Bilal.

A trama é ambientada na decadente Nova York de2095 - os quadrinhos se passam na Paris de 2023 -num cenário com táxis voadores, arranha-céusquilométricos e uma população de humanos,mutantes, alienígenas e andróides. Ok, no mínimovocê já viu isso em Blade Runner e em Quinto Ele-mento. Mas vale observar que o pri-meiro tinha Jean Giraud - vulgoMoebius, outro fundador dosHumanoïds - na equipe artística eo último está sendo processado jus-tamente por plagiar os cenários daHQ O Incal, também de Moebius.O fato: pela primeira vez estaremosvendo a estética do futurocyberpunk gestada nos quadrinhosdos Humanoïds transposta para astelas pelas mãos de um dos pais dacriança!Immortel é, para dizer o mínimo,um espetáculo visual e uma profu-são de idéias inovadoras e originais.Tudo isso servindo de pano de fun-do para uma história surreal: umapirâmide flutuante paira sobre

Manhattan. Na pirâmide um deus egípcio com ca-beça de falcão tentando preservar sua imortalidade.Em terra, umpreso políticoque passoutrinta anoscongelado emuma prisãoorbital e umamisteriosa ga-rota de cabe-los, lábios e lá-grimas azuis(Os mamilostambém sãoazuis, e mecausa umacerta estranhe-za imaginarque todas asmucosas delas e j a mazuis...se é que me entendem) interpretada pela belae competente Miss França Linda Hardy. Hórus,Nikopol e Jill são os três nomes centrais da malhade romance, ação, intriga política e suspense de EnkiBilal.

O filme estreiou na França em 24 de março e hárumores que aportará por aqui antes de 2095.

A única deficiência em Immortel é talvez o forte con-traste entre atores reais e personagens geradas emcomputador. Talvez o filme devesse esperar maisalguns anos por melhores e mais baratas tecnologiasque permitissem animações mais convincentes com

os modestos 23 milhões de eurosdo orçamento. Mas esse é um sóum pequeno detalhe técnico queestá longe de perturbar a onda dechoque sensorial que é Immortel.Imperdível para qualquer um comum mínimo de gosto pela ficçãocientífica dark e cyberpunk.

IMMORTELLE (AD VITAM)Linda Hardy,Charlotte Rampling,Thomas Kretschmann.Direção/Roteiro: Enki Bilal

:\Web>http://immortel-lefilm.comhttp://bilal.enki.free.fr

:\CINEMA>

I M M O R T E L ( A D V I T A M ):\

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10 anos após o lançamento de Nitrovisceral - o cultuado CD de estréia - e 12 anos após a demo tape BurntBeyond Recognition o Aghast View continua envergando o título de banda brasileira de maior projeção nocenário eletrônico mundial.

Tendo passado por alguns dos principais selos e gravadoras de música eletrônica do mundo - inclusive pelalendária (e extinta) Zoth Ommog - o AV faz hoje parte do cast do selo americano DSBP por onde lançou os EPsTrendsetter e Drifter. A DSPB é também a casa do projeto paralelo Biopsy, de Fabrício Viscardi e GuilhermePires.

Canções agressivas e letras contundentes. Com esta receita o Aghast View tomou de assalto os ouvidos dos fãsda face mais abrasiva da música eletrônica. O sucesso levou a banda ao sucesso nas pistas européias, a showsnos EUA e a prolíficas parcerias com outros grandes nomes da cena electro mundial: Funker Vogt, :Wumpscut:e in Stric Confidence, para citar algumas, remixaram e foram remixadas pelo Aghast View.

Nesta edição conversamos com Denis Rudge e Fabrício Viscardi sobre a história e o futuro do ícone maior daEBM verde e amarela.

a g h a s t v i e wa g h a s t v i e w

:\OC> Antes de tudo, parabéns pela longevidade doprojeto. Pode-se dizer que nos 12 anos desde BurntBeyond Recognition (A primeira demo tape, lançadaem 1992) a banda esteve sempre em atividade?:\FV> Sim, porém com alguns hiatos, que foi quandonormalmente gravamos os albuns do Biopsy.:\OC> Inicialmente como um quarteto, o AV hoje éduo. O que levou à saida dos outros membros?:\FV> Ah...No incio era um sexteto! Os membros foramsaindo pois perceberam que ou não faziam nada na bandaou não queriam realmente fazer nada. Só ficou realmentequem era da banda mesmo.:\OC> Foi um choque para mim saber que Denis estámorando no Rio de Janeiro e que essa separação podedificultar o lançamento de novos trabalhos. Estãobuscando maneiras de contornar o problema dadistância? Ou os fans devem aguardar algumperíodo de silêncio?

:\FV> Nosso método de trabalho sempre foi muitointerativo de modo que não acredito que possamostrabalhar separadamente. Desta forma, creio que o hiatoé inevitável, infelizmente.:\OC> O Aghast View fez muito poucas apariçõesao vivo no Brasil. A que isso se deve?:\FV> Falta de apoio e interesse do público local. Faltade infra e condições decentes pra tocar. O pessoal querque a gente toque de graça em lugar lixão.:\DR> O problema é que aqui no Brasil, como a galeraé curta de grana, fica difícil que promoters tenhamconfiança em fazer eventos melhores, pois o público érestrito.:\OC> E quanto aos shows do exterior? Como foi aresposta do público e como o Aghast View é visto láfora?:\FV> Foi bem legal, mas lamentavelmentedescobrimos que a "cena electro/ebm " é desorganizada

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8também lá fora.:\DR> O problema é que muita gente do undergroundtem uma mentalidade amadora. Geralmente os que têmuma mentalidade mais profissional acabam transitandopara áreas onde as coisasfuncionam melhor, emtermos de negócios. Muitagente finge ter essamentalidade de que odinheiro não é importanteetc... mas isso é só umadesculpa hipócrita para suasincapacidades em fazer ascoisas direito. :\OC> - Aghast View ésempre o primeiro nomecitado por estrangeirosquando me identifico comobrasileiro em fóruns ou emdiscussões na internet.Apesar dessa projeção,aqui no Brasil o AV tocapouco em pistas e parecenao ser tão conhecido deboa parte do público. Porque isso acontece?:\DR> Olha, até onde eu sei,hoje em dia, o pouco que rolade electro em pistas são emeventos mais góticos, e opovo é mais chegado nosynth-pop com os vocais melódicos e tal.:\OC> A última vez que encontrei vocês, foi na platéiado show do Front 242. Vocês não estavam do ladoerrado do palco? Acredito que seriam a bandaperfeita para abrir o show. Por que isso nãoaconteceu?:\FV> Pois é, não tivemos tempo hábil para realizarmosuma negociação no sentido de viabilizar esta aparição.:\DR> Eu só consegui o contato do promoter do showpouco mais que uma semana antes, e como já estavatudo finalizado, eles ficaram receosos de colocar a gentepra tocar meio em cima da hora. O que na verdade foium grande erro da parte deles... pois todo mundo quetava no show tava de saco cheio daquela discotecagemque rolou (nada de pessoal contra ninguém, mas encheuo saco...).:\OC> O AV ja lançou trabalhos pela Cri Du Chat,Zoth Ommog, Gashed, Subtronics e Accession. Comoestá sendo a experiência na nova casa, a DSBP?:\FV> Já trabalhamos com a DSBP antes, já que estagravadora lançou todos os 3 cds do Biopsy. é umagravadora pequena e independente, sem muitapenetração de mercado e baixa distribuição, porém odono, Tommy T, é bastante honesto.:\DR> O problema principal da DSBP é que não há

muitas bandas boas na gravadora (nada de pessoal con-tra ninguém de novo...), então a gravadora não consegueuma grande distribuição e melhores parceiros, por nãoter um cast digamos, dos mais interessantes.

Principalmente agora que acena se tranformou de ebm-industrial pra synth-pop.:\OC> Como funciona o AVem estúdio? Como é oprocesso de criação? O quecada um faz nacomposição?:\FV> Trabalhamos juntosem tudo, mas o Denis liderao processo de gravação emasterização. Eu façogrande parte dos vocais,porém as letras fazemosjuntos.:\OC> O panoramapolítico mundial éapreciavelmente distintodo que se tinha na época deBurnt Beyond Recogni-tion. Aghasterroristprovavelmente não sejamais uma denominaçãoadequada. Como essasmudanças se refletem nosom do AV hoje.:\FV> Não refletem. O

nosso som de hoje não tem uma cara específica.:\DR> O terrorismo em si, enquanto assassinato deinocentes por uma causa ideológica, é obviamente umacoisa estúpida. Isso não que dizer que, em relação àpolitica externa do EUA, em muitos pontos os terroristastenham razão. A nossa denominação de "aghasterrorists"se colocava mais no cunho de idéias,ou seja, uma postura reacionária em relação àprepotência, hipocrisia e imbecilidadesintitucionalizadas na sociedade.:\OC> O que vocês ouvem hoje? Que novasinfluências se integraram ao que vocês ouviam em92?:\FV> Em termos de musica eletrônica, ouço um poucode tudo. Só não gosto muito de dance baba, barulho edrum n bass puro.:\DR> Olha... dance baba eu também não gosto não,mas barulho e drum n bass já acho algo interessante.Ivete Sangalo é muito boa também.:\OC> Como brasileiros, e artistas voltados a umavertente alternativa, é improvável que consigam viverda música. Que outras atividades vocêsdesenvolvem?:\FV> Eu trabalho como coordenador de suprimentosem uma empresa multinacional.

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:\DR> Eu tenho vendidomeu corpo em Copacabanaagora que estou aqui noRio...:\OC> Em 2004Nitrovisceral completa 10anos, qual o retrospectodessa década? Há fôlegopara mais 10 anos?:\FV> Não creio quetenhamos mais tempo eprioridade para fazer o quefazíamos até então. Claroque se for possível,voltaremos a fazer nossasmúsicas.:\DR> Neste momento nãotemos como dizer que rumotomaremos no futuro. Masacho que fazer música ja éuma parte do que nós somos.Eu pelo menos, pretendocontinuar compondo proresto da vida, mesmo que sóde bobeira.:\OC>Compartilhamento de MP3. Um risco para ospequenos selos e bandas alternativas ou um veículode popularização e divulgação?

:\FV> SIM, é um grade riscoe destrói qualquer tentativa devendagem de discos debandas alternativas.:\DR> É tanto um quanto ooutro. Mas todo mundo jásabe como essa tecnologiaP2P foi detrimental paravários selos de músicaeletrônica. De qualquer formanão adianta ficar reclamandoque isso afeta as pequenasgravadoras e os músicos etc.Não há como controlaradequadamente essadistribuição de material nainternet, e principalmentealgo que controle o materialdessas pequenas gravdoras,que não dispõem dos recursosque as gravadoras grandesteriam de controle.:\OC> E para finalizar:uma mensagem para os fãs?

:\FV> Um abraço a todos.:\DR> Don't believe the hype.

:\Web>http://www.aghastview.cx:\Discografia>1994 CD - Nitrovisceral - Cri du Chat/Subtronic1995 CDS - Chemical Storm - Cri du Chat1997 EP - Vapor Eyes - Cri du Chat1998 CD - Carcinopest - Gashed/Zoth Ommog1999 Ltd.ed. Picture Disc split AghastView / In Strict Confi-dence - Zoth Ommog2000 EP - Truthead - Gashed2000 Limited Edition Boxset Truthead (Double CD) - Gashed2001 CD Album - Phaseknox - Gashed/Accession2002 EPCD Trendsetter - DSBP2003 EPCD Drifter - DSBP:\Coletâneas>1994 - Zwischenfall 2CD - Subtronic1995 - Minimal Synth Ethics 3 - Cri du ChatMar/96 -Vertigo CD CompilationSet/96 - AudioNews CD CompilationDez/96 - Industro Synthesis - DSBPOut/97 -A Tribute To New Order - Cri du Chat

Jan/98 - Sonologie 1 Electro Compilation - Ora MusicFev/98 - Culture Shock CD CompilationDez/98 - New Violent Breed - Nova Tekk/Cop InternationalDez/98 - Silicon Warfare - Arts IndustriaSet/98 - Popkomm Zoth Ommog Compilation - Zoth OmmogJan/99 - Neo Industrial Resistence - 4D Records1999 - Zilloscope - Zillo Magazine Sampler CD1999 - Music research Promo CD - Zoth OmmogApr/99 - Voltage 2-Electronic Vivisection - PBR./Code1999 - Electro Club Attack Shot Two - EFA/XXC1999 - Elegy Magazine CD Compilation /França1999 - Hymns Compilation- Sony Music / Grécia2000 - Virion Sequences- Gashed2001 - Futronik Structures 3 -DSBP2002 - Cryonica Tanz Vol. 2 - Sideline/Cryonica:\Remixes>Front 242, KMFDM, :wumpscut:, Funker Vogt, in Strict Confi-dence, Suicide Commando, Neuroactive, Allied vision, Nega-tive Format, Gridlock, Inertia, Swamp Terrorists, Das Ich, In-jury, Manufactura, Decoded Feedback, Flesh Field, Lights ofEuphoria, Assemblage 23, Plastic assault.

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Rua 24 de Maio, 62 - Loja 372S. Paulo - SP - CEP 01041-000

0xx11 - 8215.9510

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artwork: Mark ‘Rayman’ Horemans - contact: [email protected]

:\PORTFOLIO>Mark ‘Rayman’ Horemans (Bélgica)

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:\OC> Saudações do Brasil! E como é comum aocomeçarmos nossas entrevistas queremos saber o quevocês sabem sobre a cena brasileira. Conhecemalguma banda ou projeto?:\Carsten> Olá, antes de tudo gostaríamos de saudar oBrasil e agradecer pelo interesse no [:SITD:]. Agoravamos à questão: Conhecemos algumas bandas brasileirascomo Aghast View, Pitch Yarn of Matter, Biopsy e MorgueMechanism.O Aghast View lançou seu álbum Phaseknoxpela Accession Records, um dos maiores selosindependentes de música eletrônica na Alemanha etambém a casa do [:SITD:]. Além disso, muitos brasileirosvisitam nossa página http://www.sitd.de.Na página épossível nos contatar diretamente por email, e um bomnúmero de brasileiros faz uso dessa ferramenta! Essa éuma excelente facilidade da internet!:\OC> Agora vamos ao ponto. Quem é o [:Shadows inthe Dark:] e como chegaram a esse nome? Qual o papelde cada membro no processo de produção?:\Tom> A banda é formada por Carsten Jacek (vocais eletras) e por mim, Tom Lesczenski (música e backingvocals). Ao vivo contamos com Frank D'Angelo comotecladista adicional e nos backing vocals. Basicamente,eu componho toda a música enquanto Carsten cuida dasletras. Mas cada um interfere no trabalho do outro. Éimportante que ambos gostem de cada aspecto da canção.As vezes conversamos sobre o trabalho e acabamos pormudar certos pontos da música ou das letras. Masgeralmente desenvolvemos a faixa em sintonia. A bandacomeçou como "Shadows in the Dark" - Uma expressãometafórica para o conteúdo da música e das letras doprojeto - Mas muitas pessoas - especialmente a imprensae as gravadoras - achavam que se tratava de uma bandagótica, na linha de The Cure ou Sisters of Mercy.Decidimos então grafar o nome abreviadamente e entre

colchetes para caracterizar o estilo eletrônico de nossamúsica.:\OC> Como e quando o projeto foi formado?Contem-nos mais da história do [:SITD:].\:Tom> O [:SITD:] existe há oito anos. Lançamosalguns cassetes e dois CDs independentes intitulados"Trauerland" e "Atomic" que hoje estão esgotados. Ma-terial antigo pode ser encontrado nas coletâneas "Elec-tronic Future Vol. I" ou "Maschinenwelt 3". Em 2001a coletânea Septic II, trazendo a club version da faixaSnuff Machinery foi lançada pelo selo Dependent/Mindbase. Para nossa grande surpresa a faixa tornou-se um poderoso hit e surgiu então a chance de abrirmospara o VNV Nation na Futureperfect Tour. Muitos selosse interessam em nos contratar. Estávamos em umaposição confortável para escolher o melhor contrato.Decidimos então por trabalhar com Adrian Hates -Cantor e líder da banda Diary of Dreams - em seu seloAccession Records. Em 2002 lançamos o "Snuff E.P."e atingimos o topo da parada alternativa holandesa echegamos liderar a parada alternativa alemã (DAC -Deutsch Alternative Charts) por três semanasconsecutivas. Nosso single acabou o ano entre os dezde maior sucesso na Alemanha em 2002. E a históriacontinua...:\OC> De Snuff EP até o topo das paradas as coisasaconteceram rápido... como enxergam essa respostado público?:\Carsten> Nunca esperamos tanto sucesso e nossurpreendemos com o fato de tantas pessoas diferentesse interessarem por nossa música. Nosso álbum Strong-hold foi o de maior sucesso no DAC em 2003. Alémdisso atingimos o topo das paradas alternativas emvários países. Ouvintes de Gótico e Heavy Metaltambém encontraram sintonia em nossa música. Isso é

Uma ascensão meteórica, cadenciada por batidasagressivas e vocais enérgicos, em direção ao topodas paradas alternativas. Assim pode ser definida acurta, mas pontuada pelo sucesso, biografia do duoalemão [:SITD:].

Canções talhadas para a pista de dança, ritmospulsantes e melodias entoadas por vocaisdistorcidos. Assim são os hinos eletro-apocalípticosdo [:SITD:].

Seguindo o vácuo do sucesso do EP Laughingstocke do álbum Stronghold conversamos com CarstenJacek e Tom Lesczenski que nos revelam asengrenagens da máquina [:SITD:].

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algo surpreendente já que, como você sabe, não usamosguitarras. Nosso mais acalorado sonho se tornou realidadee hoje temos a possibilidade de não depender de umemprego regular, o que nos permite manter em foco oque é mais importante: nossa música! É uma dádiva podervisitar tantos países, conhecer diferentes culturas ecompartilhar com o público nossos mais íntimos sonhose esperanças ou mesmo nossos mais profundos medos.:\OC> A canção Laughingstock retrata os tristesacontecimentos de Columbine. Até que ponto músicaou filmes podem ser uma influência para eventos comoesses?:\Carsten> Acreditamos que o trágico episódio deColumbine e um caso semelhante no Gutemberg-Gynasium em Erfurt, Alemanha em abril de 2002 sejamo resultado de uma sociedade corroída. Nenhum doseventos foi influenciado por música ou filmes. Isso seriauma explicaçãosimplista. Analise omundo com olhosbem abertos e vocêreconhecerá asociedade doentia quenele vive! O egoísmo,a sede de guerra, suasfaces mais sombrias esuas perversões. Nãoé a cena gótica oueletrônica que édoente. É todo omundo ao nossoredor! Ficamoschocados com o queaconteceu em Erfurt eainda mais com amaneira como a imprensa explorou o episódio. Ao invésde ajudar a curar a doença - as péssimas perspectivas dosjovens alemães ao saírem da escola e se depararem como desemprego, a pressão de um sistema escolar atrasadoe sem professores qualificados, pais que não sabem nadasobre as vidas dos filhos – a mídia apenas busca umagrande e sensacionalista história. E os políticos apenaspensam nas próximas eleições.Não há nada feito paramelhorar a situação dos jovens.:\OC> Vocês já dividiram o palco com o VNV Natione contribuíram com o projeto beneficenteBrüderschaft que une membros dos principais nomesda cena Futurepop. O instrumental do [:SITD:] (comonas faixas Hurt e Venom no álbum Stronghold) trazos arpeggios característicos do Futurepop... Qual arelação do [:SITD:] com o Futurepop? O Futurepopé mesmo o futuro da música eletrônica alternativa?Ou, como diz Tom Shear (Assemblage 23) é apenasum novo sabor de EBM?:\Tom> Não nos vemos como uma banda de Futurepop,mas temos a mente aberta para todas as diferentes faces

da música eletrônica. Desde o início o quepretendíamos fazer eram hinos eletro-apocalípticos quesoassem pesados, fortes e sombrios. Hoje atingimos oponto em que podemos dizer: Sim, é assim que nossamúsica deve soar!:\OC> Que maquinário é usado pelo [:SITD:]?Vocês fazem uso de sistemas baseados emcomputadores como programas sintetizadores eseqüenciadores?:\Tom> Ao vivo preferimos sintetizadores como osYamaha, Ensoniq e Waldorf, mas no estúdio usamosvários sintetizadores e samplers baseados em software.:\OC> Que outras bandas vocês ouvem? Quais sãosuas influências? Livros e Filmes desempenham umpapel significativo?:\Carsten> No momento bandas industriais maisagressivas, como Haus Arafna, Sonar e Esplendor

Geométrico. Mastambém materialclássico na linha deDepeche Mode,Kraftwerk ou NewOrder.:\Tom> Rotersand,Suicide Commandoe The Retrosic. Masisto está sempremudando.:\Carsten> E sim,filmes e livrosdesempenham umpapel significante,assim comodocumentários e onoticiário!

:\OC> O terrorismo costumava ser uma imagemrecorrente nos primórdios da cena EBM/Industrial.O mundo mudou um pouco nestas duas décadasque se seguiram. Como esse panorama influencia otrabalho de vocês? Laughingstock é quase umacanção documentário. Com que freqüência suasletras se baseiam em fatos reais?:\Carsten> Você tem razão, o mundo mudou.Ninguém poderia imaginar episódios fatais comoo imaginar tropas aliadas torturando prisioneirosno Iraque. É vergonhoso. Temas como esses forammatéria prima para Hollywood, mas nunca foramum terror real em nossas vidas. Hoje o terrorismoé uma ameaça global. Talvez resultado daexploração e da opressão. Estamos ainda chocadospor estes atos de agressão, e nosso trabalho ébasicamente influenciado por estes terríveisacontecimentos. É algo terapêutico escrever sobreestes temas. Queremos trazer à tona estes bizarrosaspectos da vida. Snuff-Machinery, por exemplo,é uma canção sobre os

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filmes Snuff. Documentários de torturas reais apenasdisponíveis no mercado negro. "Snuff Machinery"'e uma expressão metafórica para os produtores quesaciam esses desejos pervertidos de pessoasdoentias. Para ela um simples filme desadomasoquismo não é suficiente. Elas precisam detortura real, sangue real, culminando na morte deuma mulher ou criança violentada. Durante a guerrado Kosovo estes filmes eram rodados por senhoresda guerra assassinos. Sabemos que é algo horrível,mas é a realidade. Um segundo exemplo é a faixa"Lebensborn" que se refere a um dos mais terríveisepisódios da história alemã. O projeto "Lebensborn"foi um programa secreto concebido pelo líder dasSS, Heinrich Himmler. É difícil traduzir ou explicaro significado do termo "Lebensborn",mas é algoentre "vertedouro" ou "fonte de vida". O programasurgiu na Alemanha para estimular e assistir àsjovens alemãs na concepção de crianças racialmentepuras, mesmo se fossem solteiras. Com o início daII Guerra Mundial e com a ocupação alemã em vastasporções da Europa Oriental, passaram a raptarmilhares de crianças tomadas como arianas. Himmler

determinou que estas criançasdeveriam ser "germanizadas" oumortas, porque ele acreditava quepopulações arianas fora do Reicheram uma ameaça. Eventualmenteestima-se que 20 a 25 mil criançasestiveram envolvidas no projeto. Amaioria polonesas. Apenas umpequeno número voltou para seuspais. A maioria pereceu vítima deuma guerra inútil e estúpida. Acanção é um discurso político equeremos fortalecer a democraciacom ela. Cada faixa do [:SITD:] éum retrato da sangrenta realidadee a arte de nossos CDs é um reforçoa nossas intenções. O maquinárionegro são as forças do mal, àdistância, o céu branco simboliza

o porto, o lugar onde está a "Stronghold" (fortaleza)e onde encontraremos abrigo. Quanto mais sofremos,mais defendemos o reinado do mal. Cure o mal comum mal ainda pior e talvez você chegue a suafortaleza. É uma possível interpretação metafóricapara nossa música e nossas letras, mas cada ouvintedeve procurar sua própria resposta para estasquestões. Como uma banda underground temospouca influência na sociedade, mas tentamos usartodos os recursos ao nosso alcance!:\OC> E para finalizar, uma mensagem para os fãsbrasileiros?:\Carsten> Muito obrigado e saudações a todos osnossos amigos no Brasil e obrigado a vocês pelaexcelente entrevista!!

:\Web>www.sitd.de

:\Discografia>2002 EP-CD "SNUFF E.P."2003 MCD "LAUGHINGSTOCK"2003 CD "STRONGHOLD"

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WRITHE & SHINE ROBERT TRITTHARDT

F O R C E P S CALIXTO & BRAZILIANO

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AIREiN TERRE

:\>Quem é o Aire’n Terre?:\>A formação atual traz Wandeclayt M. eAze von Helder, ambos cuidando dossintetizadores, programações, samplers evoz. São os membros originais que formarama banda em 1997. Morella van Ingen é a maisrecente adição ao A·N·T, colaborando nascomposições e suprindo nossa necessidadede um vocal feminino. Adicionalmente contamoscom convidados que nos dão suporte nas per-formances ao vivo.

:\>Os membros do A·N·T vivem em países - eaté em continentes - diferentes. como abanda contorna a barreira da distância ecomo isso influi no processo criativo?:\>A banda foi formada em Recife-PE em 1997.Mas apenas três ou quatro ensaios foramrealizados nessa época. No ano seguinte Azemudou-se para NYC e Wandeclayt para SantaMaria-RS. Desenvolvemos então toda umaestrutura que nos permitisse sincronizarnosso maquinário e trabalhar como se esti-véssemos juntos em um mesmo estúdio. O fatode usarmos apenas instrumentos eletrônicos

e computadores simplificou o processo. Todoo trabalho de produção vem sendo conduzidovia internet. Nossa mais recente integrante,Morella, mora do outro lado do Atlântico,em Madrid, reforçando mais uma vez nossoobjetivo de transpor distâncias pelatecnologia. O Aire’n Terre como existe hojesurge realmente a partir da separação deseus integrantes, um fruto direto datecnologia e da cybercultura. Independendode fronteiras, a banda habita o cyberespaço,logo, a barreira da distância inexiste.

:\>Quais as principais influências do A·N·T?:\>Musicalmente, ouvimos muito do EBM esynthpop dos anos 80, Depeche Mode, Front242, Signal Aout 42, Kraftwerk. Resgatamosum pouco dessa sonoridade em nossascomposições. Além disso há influências docinema (Blade Runner, Akira, 1984), daliteratura (Orwell, K. Dick, William Gibson,Poe, Augusto dos Anjos) e mesmo de históriamedieval.:\>Após cinco anos existindo como um duo, oA·N·T agora conta com mais um integrante.Como foi a entrada de Morella na banda e em

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que isso influirá na sonoridade queconhecemos?:\>Na verdade o Aire’n Terre surgiu como umtrio. Com a separação, no entanto, não víamosa necessidade de manter um terceiro membrocomo vocalista, já que não existia a ne-cessidade de ensaios em tempo real. Doisinegrantes nos parece o número perfeito parauma banda eletrônica. Suficiente paradiversificar o processo criativo sem implicarem severas divergências. Decidimosfinalmente por voltar à configuração originalapós termos trabalhado com Morella nos vocaisde uma faixa. Além de bastante talentosa,durante todo o tempo ela estevesintonizada com a proposta da bandae mostrou uma dedicação singularao projeto. Seu senso melódico

CD’s e LP’s Nacionais & Importados

Rua dos Andradas, 1522 · Fone/Fax: (55) 223.6031email: [email protected] · Santa Maria · RS

deve contribuir bastante para humanizar osom da banda.

:\>Que instrumental a banda utiliza paraconstruir seu som?:\>Sintetizadores (Yamaha DX7-IID, RolandJD-800 e JX 305), computadores (operandocomo sequencers, samplers e módulos deefeito), software (Fruity Loops, Acid,GigaSampler, Reaktor, Cubase SX, Reason).Esse maquinário é também levado aos palcos,com os sequencers substituindo os integrantes

ausentes.

:\>Como definir o som doA·N·T?:\>Essencialmente fazemosElectronic Body Music.Ritmos pesados edançantes, com forteslinhas de baixosintetizado. Mas hábastante melodia nascanções, o que em algunsinstantes poderia serrotulado como futurepop.Flertamos também com o in-dustrial e com atmosferasgóticas, mas cotumamosdefinir nosso som apenascomo um EBM mais melódico.

:\>Uma mensagem final?:\>”Fail is never an op-tion”.

AIRE·N·TERRE:www.listen.to/[email protected]

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Após um período de estagnação naFicção Científica em fins dos anos 70, umgrupo de escritores (William Gibson, RudyRucker, Lewis Shiner, John Shirley, BruceSterling) decide retomar as experimenta-ções em sua linguagem e temáticas, ex-pressas através do rótulo cyberpunk. Noprefácio da coletânea Mirrorshades, quelançou as propostas do grupo de autores,Bruce Sterling define que o cyberpunk éum produto definitivo dos anos 80, em-bora suas raízes estejam calcadas na tra-dição da FC moderna popular. Tudo issounido à cultura pop dos anos 80, seja orock, a arte performática, a cultura hacker,e todas as manifestações underground dearte.

O trabalho de William Gibson apare-ce como uma obra exemplar de poéticacyberpunk. Gibson é um dos principaisautores do cyberpunk, tendo, no livroNeuromancer (1984) criado o conceitode ciberespaço e inspirado uma série deoutros autores. O cyberpunk, para alémde uma corrente literária, é uma visãode mundo atual que engloba literatura,música, cinema, teorias, cultura jovem,MTV e a cultura do PC/Macintosh. Nes-se contexto, são citados Mary Shelley,Philip K. Dick, J.G. Ballard, Gibson eoutros escri tores, McLuhan, Wiener,Walter Benjamin e Baudrillard como te-óricos e a música de Patti Smith, LouReed, Ramones, Sex Pistols (a geraçãopunk) como fontes de sua influência.

Decompondo o termo cyberpunk,encontramos de um lado o cyber, re-metendo à cibernética de Wiener eà noção grega de governo (no sen-tido de controle). Do outro temos anoção do punk, tanto como movi-mento musical como ideológico. Ocyber nos remete às origens filosó-ficas e também literárias do concei-to, enquanto o punk traz à tona olado da contracultura, do protesto,do não-controle, do underground, daatitude dos hackers, da experiênciaempírica das tribos urbanas ligadas

à tecnologia.Nos últimos anos, o cyberpunk pas-

sou de corrente literária propalada emrevistas de FC a um dos elementos cen-trais no estudo da cultura contemporâ-nea. O cyberpunk apresenta-se comouma rica fonte de pesquisa para aque-les que pretendem compreender a cul-tura contemporânea, na qual o imaginá-rio maquínico apresenta-se como umacondição sine qua non da existência hu-mana.

A visão cyberpunk reconhece um es-paço público em que as pessoas sãotecnologizadas e reprimidas ao mesmotempo e a tecnologia faz a mediação denossas vidas sociais. O cyberpunk apre-senta a interação humana e mecânicacomo indissociável e conflituosa, todaviacentral. Essa mesma narrativa questionaas hierarquias humanas propondo umadiminuição e, quase um borrão, nas dife-renças entre animais, humanos,andróides, entre outros.

Percebe-se a forte influência do Ro-mantismo na gênese da FC e, conseqüen-temente, no cyberpunk. A instabilidade doeu e da categoria do ser humano em re-lação aos outros e em suas definiçõesexistenciais estão no âmago dasdualidades da arte romântica dos sécu-los XVIII e XIX, que, cabe salientar, nãodeixaram de estar presentes na socieda-de contemporânea e tampouco durantetoda história da FC.

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Um outro fato importante e que diferedas gerações anteriores tem a ver com oaspecto mercadológico do cyberpunk.A estrutura comercia l da cul tura demassa que d i funde o própr io est i locyberpunk, parece ser mais uma dasamb igü idades pe r tencen tes àcibercultura, além do fato de que o ca-pitalismo é o responsável pela literatu-ra de fantasia moderna, mas que, aomesmo tempo, ele seja agredido porela.

>CYBERGÓTICO<Em um estilo e linguagem que mescla

ficção-científica à teoria social e filoso-fia, Nick Land (1998) nos apresenta a suaversão gótica do futuro (que une elemen-tos arcaicos e tecnológicos em um mes-mo momento), relacionando pessimismoe horror à digitalização em curso na soci-edade atual. Ele transcreve o horror góti-co da época vitoriana para o horror doscódigos binários, do ciberespaço, de umpresente cada diamais tecnif icado,descrevendo o ladoescuro dad i g i t a l i z a ç ã o( t e c n o - e s q u iz o -f renia, morte docorpo biológico er e p o s i ç ã omaquínica, destrui-ção das cor-porações, constitu-em algumas desuas descrições dofuturo cada diamais presente) emseu art igoCybergothic.

Dentro dessa concepção de misturahomem/máquina enquanto algo apavo-rante, causadora de horror e espanto, ocyberpunk pela figura do cybergóticoapresenta-se como parte desse apara-to de engenhar ia do ser humanomaquínico, como um eu eletrônico, umdevir máquina que será a próxima eta-pa do processo de digitalização.

Em suas relações como uma das ba-ses de fundação da cibercultura, a Fic-

ção Científica, principalmente atravésdo cyberpunk, em sua visão tecnológicasombria e espectral de mundo, estáindissociavelmente ligada à ficção góti-ca do século XVIII, na qual seus perso-nagens representavam o indivíduo faceàs mudanças surgidas em decorrênciada Revolução Industrial.

Os fantasmas que permeavam osromances góticos continuam habitan-do nosso imaginário pulsional, poste-riormente tomando conta da ficção ci-entíf ica através de suas representa-ções monstruosas e deformadas nope r í odo c l áss i co , a l i en ígenas er o b o t i z a d a s n a e r a d o u r a d a ,maquínicas e cotidianas na Nova Ondae, finalmente misturadas aos elemen-tos humanos no cyberpunk. Dos cor-pos ambulantes que perambulavamencharcados de sangue e submetidosà violência das cirurgias na era indus-trial, retratada pela ficção gótica, che-gamos às próteses midiáticas e mili-

tares nos cor-pos humanos,aos implantesd e c h i p s n oc ó r t e x c e r e -bral e à fusãode metal e car-ne das estóri-a s c yb e r -punks.

O s e s p e c -tros da f icçãocientí f ica, tra-z idos à “v ida”em me io àss o m b r a s d a sc i dades gó t i -

cas continuam aterrorizando o imagi-nário da sociedade tecnológica atra-vés dos seus muitos gêneros, sobre-tudo pelo imaginário cyberpunk comseus corpos modi f icados, ta tuados,perfurados, mixados de sangue, pla-cas de silício e circuitos metálicos.

ADRIANA AMARAL.[Jornalista e doutoranda emComunicação Social pela PUCRS.]

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Tanino Liberatore nasceu, não por escolha própria,em Quadri, Itália, em 12 de abril de1953.

Quando criança, seu maior sonho erapintar mulheres nuas. Para isso,ingressou na Escola de Belas Artesde Pescara, uma pequena cidade naItália, onde acabou descobrindo queas mulheres não tiram a roupa tãofacilmente. Após relutantementecompletar seu curso, Liberatoretoma seu caminho para Roma (já quetodos os caminhos levam a Roma)onde, acreditava ele, todas asmulheres (exceto sua mãe e irmãs,quando o visitassem) andariampeladas. Para se consolar de mais esta frutração, eleacaba entrando na Universidade de Arquitetura.

Liberatore trabalhou como freelancer para váriasagências de 1974 a 1978, quando conheceuTamburini e iniciou a publicação de seus primeirosquadrinhos na revista Cannibale, uma publicaçãopara aqueles que buscavam uma dieta alternativa.

Em 1980, a primeira edição de Frigidaire chega àsbancas. Apesar do nome, não se tratava de umapublicação para vendedores de geladeiras antigasmas uma revista em quadrinhos surpreendente einovadora . Nas páginas de Frigidaire forampublicados os primeiros episódios de Ranxerox, deTamburini e Liberatore, Ranxerox em Nova York eRanxerox: Feliz Aniversário, Lubna.

No início dos 80, Liberatore — como qualqueritaliano que se preza — inicia sua conquista domundo. Produziu capas de revistas e posters parafestivais; pintou a capa do álbum de Frank Zappa,The Man from Utopia e criou personagens geradosem computador para o teatro e para as televisõesfrancesa e italiana.

Desde 1982, Liberatore mora e trabalha na França—mas continua suando como ummarinheiro italiano.

Nos últimos anos, Liberatore temtrabalhado regularmente com AlainChabat, comediante/ator/diretor eescritor francês. Em 1997,trabalharam juntos no terceiro (eúltimo?) volume das aventuras deRanxerox: Amen. Liberatoretambém trabalhou no filme deChabat: Asterix e Obelix: MissãoCleopátra, e recebeu o Cesar 2003(resposta francesa ao Oscar, apesarde Caesar ter sido um romano) pormelhor desenho de figurino.

Recentemente trabalhou também no último filme deChabat, RRRrrr!!!, uma comédia pré-histórica naboca para o lançamento.

Universalmente aclamado na Itália como oMichelangelo dos quadrinhos, Liberatore estácompletando sua Capela Sistina : Lucy, uma graphicnovel sobre as origens da humanidade, programadapara publicação ainda em 2004 — a menos queLiberatore se distraia como sempre e saia em buscade novos horizontes onde possa encontrar maismulheres nuas para desenhar.

:\Web>http:/www.taninoliberatore.com

Tanino Liberatore desembarca pela primeira vez no Brasil nas páginas da ANIMAL, saudosa revistaem quadrinhos alternativa que trazia a vanguarda do quadrinho adulto mundial. Em alguns casos,vanguarda poderia significar algo com dez anos de atraso, como Ranxerox, o ultrajante andróidepoliticamente incorreto de Liberatore e do roteirista Stefano Tamburini, publicada na França em1980. As paisagens urbanas caóticas de um futuro decadente são o pano de fundo das violentasaventuras do anti-herói Ranxerox e da pequena, mas não pouco pervertida, Lubna. Nas palavras deoutro mestre da HQ alternativa, Richard Corben, "Ranxerox é um Frankenstein punk e futurista"e "Ranx e Lubna são uma versão bizarra de A Bela e a Fera". Tamburini morre de overdose em1986, após a publicação dos dois primeiros volumes da saga de Ranx. O terceiro livro, mantendo oespírito anárquico e cyberpunk dos dois primeiros mas sem o brilho das histórias de Tamburini, sóvem à tona em 1997, nascido da contribuição entre Tamburini e Alain Chabat. Tão espirutuosa eanárquica quanto seus quadrinhos é sua autobiografia:

T A N I N O L I B E R A T O R E !

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:\A INDUSTRYA> a próximaempreitada do projeto é um CDcom parcerias com outras bandasnos remixes e vocais. Entre osnomes confirmados: confirmadas:Front Runner, Aire’n Terre, Enjoy,Skukpartitionroot, The downwardpath, DawnFine e K factor.:\MHz> O duo argentino está emestúdio produzindo material para seunovo álbum. São grandes as chances dolançamento acontecer aindas esse ano.Paralelamente, o vocalista Patrick Mills une-seao DJ Tecnoman para formar o duo Lastrax.

:\AIRE’N TERRE> O Aire’n Terre,recentemente transformado emtrio com a adição de Morella vanIngen como vocalista eprogramadora, deve trazer boasnovidades para o segundosemestre. Um álbum com faixasinéditas e uma reedição do CD-R Chain Reaktion com a adiçãode novos remixes e versões

inéditas estão nos planos da banda. Além disso contribuem com uma faixa em um tributo argentino aoThrobbing Gristle e iniciam uma jornada de remixes de bandas amigas. www.prolapse.org/airenterre

:\Dolores> Anti-Rock? Post-Rock? Desconstrução?Iconoclastia? Chame como quiser, mas o fato é queé impossível deixa passar despercebida a subversãomusical e poética desta bandasantamariense. Confira o Re-lease: Dolores é a soma dosrestos de várias coisas, entreelas, vitrolas, Lp's, livrosroubados e desenhosprimários. Passar sua infânciatrancada no quarto dos fundos,com a única janela voltada para ummuro, não fazia dela uma mocinha maisamarga. Gravava tudo o que imaginava existir do outrolado do muro em um pequeno gravador, e soava comose arranhassem o vidro da janela com um pequenocanivete. Em junho de 2003 iniciaram os ensaios, no

mesmo mês é lançada sua demo “DEMO D”... juntandoum repertório de poesias musicadas com novascomposições inspiradas mais por imagens e palavras,que por música. Álvares de Azevedo com “Se eu

morresse amanhã” e Fernando Pessoacom “Isto - Dorme que a vida énada”, encabeçam as poesiascontidas na demo, mais umaversão adulterada, porémsincera, de “Espaço” do VitorRamil. Ainda nos shows era

possível ouvir outras poesiascomo “Mistérios de um fósforo” e “

Versos Íntimos” de Augusto do Anjos, além de outrascomposições próprias. Dolores, a banda, na verdadenunca se viram, mais se conhecem bem... São limpos,felizes e bonitos. www.dolores.weblogger.com.br

Futurepop de primeira linha!:\KRAFTWERK> Confirmadaa segunda vinda ao Brasil doquarteto alemão! Pobresalmas que perderam ashistóricas apresentações noFree Jazz de 1998, terão três

chances de se redimir: 05/11TIM FESTIVAL, São Paulo; 06/

11 TIM FESTIVAL, Rio de Janeiroe 08/11, Teatro Nacional, Brasília.

Lembrando que o Kling Klang Studio estáremasterizando e relançando todo o seucatálogo, inclusive com nova arte de capa!

:\RADAR>:\RADAR>:\RADAR>:\RAD

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O seminal álbum de estréia do Front242 é um divisor de águas na músicacontemporânea. Mesclando influênciasde música eletrônica e industrial,Geography é o nascimento da ElectronicBody Music, termo cunhado pelo próprioFront 242 para definir sua então

Front 242 - Geography

alfa-matrix (2004)incomparável sonoridade. Lançadooriginalmente em 1981, o álbum queentão trazia as mais avançadas máquinasmusicais de sua época, continua atuale impactante. Nesta reedição, cadafaixa foi reconstruída a partir dasfitas originais utilizando atecnologia atual. O resultado é umaprofusão de novos sons, timbres eatmosferas, a maioria fracamentepercebida nas gravações originais. Apaisagem sonora de Geography aparecemais densa e brilhante do que nunca.O álbum teve também a adição da inéditahe runs too fast for us, deixada defora da edição original. E para os4000 felizardos que optarem pela ediçãodupla limitada em box de DVD assurpresas são ainda melhores: umlivreto com o making of do álbum,escrito pelo próprio Daniel B. No discobônus, faixas dos projetos Prothese(Daniel B. e Dirk Bergen) e Underviewer(P. Codenys e J.L. de Meyer) de cujafusão nasce o Front 242, além deversões inéditas e sessões ao vivototalizando 19 faixas de raridades.W.M.

Front Line AssemblyGashed Senses and Crossfire/

Caustic Gripsum records (2003)

Não poderia aparecer notícia melhorpara nós que sofremos com o alto preçodos importados: Front Line Assemblyganha edição nacional! Reunidos em umCD duplo, por preço abaixo de R$30 emalhumas lojas, duas obras fundamentaisdo FLA. Trazendo clássicos como Dig-ital Tension Dementia, Provision eIceolate os álbuns são presençaobrigatória na coleção de todo amanteda música eletrônica agressiva! W.M.

Lights of Euphoria - Querschnittmetropolis records (2004)

Querschnit é quase um Best of dos 12anos do Lights of Euphoria. Com 10hits absolutos - incluindo Vision,Subjection, In Love with the Night eDeal in Sex - e mais 8 faixas inéditas- incluindo remixes por In StrictConfidence e Leather Strip.Querschnitt serve como introdução aoLoE, mas é igualmente eficiente comopanorama do universo da EBM/Industrialfeita a partir dos anos 90, variandodo agressivo ao dançante e sem medode oscilar entre ambos. Obrigatóriotanto para novos quanto antigos fãs.W.M.

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Client - Clienttoast hawaii (2003)

O duo feminino inglês formado porClient A (Sarah Blackwood) nos vocaise Client B (Kate Holmes), faz umelectro-punkish-synthpop, mix deKraftwerk, Joy Division e DustySpringfield, produzido por AndrewFletcher do Depeche Mode, o que jásão ótimas referências. Neste excelenteálbum de estréiaos destaques são as faixas Client comseus vocais sexy mandando um “fuckoff, don’t touch me there” no seufinal. Mas sugiro que você dê uma boapegada e ouça em alto e bom som, nãodeixe de ouvir também Rock & RollMachine, Price of Love, Diary of an18 Year Old Boy e Love All Night.Outro destaque são os artworks do discoe seus singles, minimalistas como asroupas que o duo usa em suasapresentações: visual impecável e, oque realmente importa, uma absurdatrilha sonora.http://www.client-online.netGus.

Skinny Puppy - The GreaterWrong of the Right

spv (2004)

É no mínimo desconcertante perceberque os vocais em Pro-Test e I’mmortalflertam com o rap ou que as batidasremetem ao Jungle/D’n’B em Neuwerld eEmpTe, isso sem falar que Use Lesstem lá seus traços de new metal. Osriffs de guitarra estão lá, asprogramações continuam competentes,mas Nivek Ogre e Cevin Key estão longede terem produzido uma unanimidadeneste primeiro álbum desde The Proc-ess de 1996. A única certeza até omomento é a de que The Greater Wrongof the Right promete dividir a opiniãodos fãs. W.M.

NamNamBulu - Distances/Expansion

nilaihah records (2004)A estréia com as 6 faixas do EP Blind?em 2002 já apontava o duo NamNamBulucomo uma grande revelação no cenáriosynth/futurepop. Os inconfundíveisvocais de Henrik Iversen dão oexclusivo tempero as canções dançantese melódicas do NNB e já seriam motivosuficiente para os fãs da melodiaeletrônica correrem atrás do álbumDistances. Menos obrigatório talvezseja o EP Expansion, os remixes dasfaixas do álbum acrescentam muitopouco à sonoridade original e o focofica mesmo nas faixas inéditas e naótima parceria com o [S.I.T.D.] - vejaentrevista nesta edição - na faixaForgiving. W.M.

Cephalgy - Engel Sterben Nieout of line (2004)

PAREM AS MÁQUINAS! a EBM não morreu!Batidas magistrais, vocais enérgicos,linhas de baixo perfeitas! Você nãoouvia algo assim desde Nitzer Ebb! AOut of Line continua se mostrando umceleiro de grandes talentos e umaespécie de garantia de qualidade no

meio eletrônico-industrial. O Cephalgyé a mais recente prova disso, nemretrógrado nem moderninho, ocruzamento entre novas e antigastendências é harmonioso! Destaque paraas faixas Desire, Dying World, Vio-lent Times, Deine Liebe, Engel SterbenNie...Ah!!...Destaque para o álbumtodo!

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:\Overclock> ano I número 2 [jan-jun 2004]:\Contato, Demos, Publicidade, Cartas-bomba> Chain Re-Akords CP 679, Santa Maria-RS-Brazil 97001-970 [email protected]:\Edição> Wandeclayt M.:\Diagramação> Sílvia Lago • Wandeclayt M.:\Capa>: Wandeclayt M.:\Contribuíram nesta edição>Robert Tritthardt • Adriana Amaral • Tatiane Mantovane • Calixto+Braziliano • Gus:\Thankx> Marcus+Monica@BioDiverCidade, Marcelo Pastel@Ultramode, Rodrigo Nacht, Gothik Night Crew,Eduardo Morpheus Affinito@DeProfundis, Cid@Carcasse, Sara Noxx+Guido, F. Viscardi+D. Rudge.

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