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Mensário da Junta de Freguesia Outubro#2012 Ano VIII Edição N.º 91 Director José Carlos Gomes Editor Ângela Duarte DISTRIBUIÇÃO GRATUITA noticiasdafreguesia.blogspot.com noticiasdafreguesia@gmail.com Adeus e até à próxima! P4 800 anos Antigos presidentes de junta e antigos párocos homenageados P5 800 anos Colóquio recupera memória(s) da paróquia e da freguesia P5 Freguesias Regresso da Ortigosa ao Souto da Carpalhosa na proposta de agregação apresentada na Assembleia da República P5 PEDRO JERÓNIMO PEDRO JERÓNIMO PEDRO JERÓNIMO

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Edição de outubro do mensário NOTÍCIAS DA FREGUESIA - SOUTO DA CARPALHOSA

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Page 1: Outubro de 2012

Mensário da Junta de Freguesia Outubro#2012 Ano VIII Edição N.º 91Director José Carlos Gomes Editor Ângela Duarte DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected]

Adeus e até à próxima! P4

800 anos Antigos presidentes de junta e antigos párocos homenageados P5

800 anos Colóquio recupera memória(s) da paróquia e da freguesia P5

Freguesias Regresso da Ortigosa ao Souto da Carpalhosa na proposta de agregação apresentada na Assembleia da República P5

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Abertura

José Carlos Gomes

As palavras do senhor prior

Padre José Baptista

Espaço Saúde

Enf.º Márcio Santos

Orgulho de ser soutense

Temos assistido nos últi-mos meses a um crescen-do, quase generalizado, do orgulho de ser soutense. É esta a leitura que faço a partir da participação e do entusiasmo demonstrado pela nossa gente nas várias iniciativas encetadas no âmbito das comemorações dos 800 anos da Freguesia e Paróquia de Souto da Carpalhosa.

Assim tem sido desde o início do ano até ao mo-mento presente, em que está a decorrer o mês da juventude. Todos se têm associado às comemora-ções, independentemente da sua idade, e em que os protagonistas têm sido todos nós, o que para nós, Junta de Freguesia, tem sido indescritivelmente gra-tificante.

Vamos encerrar os fes-tejos dos 800 anos no pró-ximo dia 15 de dezembro, com um concerto musical na igreja paroquial, para o qual todos estão desde já convidados.

Como corolário destas comemorações está em elaboração a monogra-fia da freguesia, que irá contemplar várias verten-tes, com a coordenação científica do Prof. Dr. Saul António Gomes, historiador com inúmeras obras publi-cadas, o que nos deixa ga-rantias quanto à qualidade deste documento histórico, que irá ser um legado que iremos deixar para as gera-ções vindouras. Pensamos que em meados do próximo ano o livro esteja concluído e pronto a ser disponibili-zado a quem o pretender adquirir.

Com este espírito de unidade em torno da nos-sa freguesia, todos temos contribuído para a tornar mais conhecida.

Cultivar a Vida

Percorrem milhares de quilómetros, para voltar ao lu-gar onde, cerca de sete anos antes, nasceram. Os cientistas não conseguem descortinar e perceber como conseguem orientar-se, por isso as teorias são numerosas. Certamente todos nós tivemos já oportuni-dade para os observar, numa qualquer reportagem de televisão, extenuados a subir rio acima, contra corrente, e sob permanente ameaça de serem capturados por esfai-mados ursos, que os esperam pelo caminho. Intriga e deixa suspensos os estudiosos, que não conseguem entender como é que estes pequeninos animais retornam ao lugar onde nasceram, a milhares de quilómetros, para se repro-duzirem. Fazem-no uma única vez. Por isso, tudo fazem para se reproduzirem ao máximo, le-vando os seus órgãos sexuais a atingir metade do peso do seu corpo.

O dom mais precioso que qualquer ser vivo carrega em si é o da vida, pelo qual se

luta, paradoxalmente, até à morte. Percebemos clara-mente entre todos os seres vivos. Incompreensivelmente, nós, humanos, guiados por sentimentos, não apenas por vegetais ou animalescos ins-tintos, perturbamos o natural crescimento da nossa espécie. Temos a terrível capacidade para nos autodestruirmos. Embora a espécie humana continue em franco cresci-mento, graças a meia dúzia de povos, já percebemos que a nossa civilização ocidental está rapidamente a ser substituída por povos e raças diferentes. Compreender isso é fácil: supostamente para defender a nossa vida de umas quan-tas dificuldades, aniquilamos o direito de nascer a muitas outras. Não falo de planea-mento familiar, que tem que acontecer, mas de situações mais graves de morte porque ou nos causam transtorno a nós ou “porque se não lhes pode dar uma vida com qualidade” aniquila-se antes.

Quando deixam o mar para subir rio acima, elas para desovar e eles para fecundar os óvulos, deixam simplesmen-te de se alimentar. O salmão que consiga escapar às redes dos pescadores ou às garras dos ursos, nos frios rios, dá, literalmente a sua vida, para que milhões de filhos seus pos-sam nascer. Reparem nisto. Depois de chegar ao local do rio onde nasceu, e de onde

se ausentou cerca de cinco anos, a fêmea depõe os seus óvulos em ninho no rio e não os abandona até morrer. Saiu do mar e nunca mais se alimen-ta. Já o macho, ao chegar fecunda todos os óvulos que possa, sem parar para gerar o mais possível. Deixou, também ele de se alimentar, morre ex-tenuado, morre esgotado. As suas vidas geraram milhões de novas vidas.

Causa-me estranheza, mas cada vez menos, dada a sociedade em que estamos metidos, que no meio de tan-tos cortes na despesa, falemos agora daqueles que se referem à saúde, nunca tenha ouvido alguém com “autoridade” para isso decidir que se vai cortar nos muitos milhões gas-tos na promoção de práticas abortivas para os canalizar para a saúde, para as pen-sões e para os problemas de infertilidade. “Dezoito anos que caminhei para Coimbra para poder ter um filho e nunca recebi um cêntimo” lamen-tava-se uma mãe. Sabe-se que duas vezes por semana os médicos de Coimbra vêm a Leiria, à conta dos nossos impostos, e pagos em trabalho extraordinário, para continuar a cultura de morte que esco-lhemos. Lamentamo-nos que nascem poucas crianças. Os incentivos à natalidade são nulos. Queremos o quê?

Não errarei muito se disser que andamos angustiadamen-

te a agarrar-nos a pedaços de vida e que as situações dra-máticas, como a que passou recentemente a nossa terra, nos abalam, mas facilmente se nos escapam do pensa-mento e da memória. Não aprendemos, porque vivemos epidermicamente, que a vida é interior e tem como mil e uma exigências para que ga-nhe sentido. Dolorosa mas só assim munida de raízes que a possam manter.

Há tempos me acompa-nha a memória de um texto do Deuteronómio em que se nos diz “cumpre o que te pres-crevo (os Mandamentos, que são o Amor, que é dar a vida, sacrificando-a) para teres uma vida longa, tu os teus filhos e os teus netos, viveres em paz e se-res feliz”. Ficou-me cá gravado porque é exatamente aquilo por que anseia o ser vivo: viver muito tempo, de geração em geração, viver feliz e em paz. Foi há alguns milhares de anos que o texto foi escrito, e conti-nuamos nós ansiosos, a querer descobrir razões e caminhos para a vida com sentido. Enquanto a cultura de morte e da supérflua vida imperarem, não encontraremos razões sequer para nos dizermos ser felizes.

Honra seja feita aos sal-mões e a todos os seres vivos, que sabem viver segundo a natureza daquilo que são.

Vacina da Gripe

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), durante as epidemias anuais de gripe, cerca de 5-15% da população é afetada por infeções do trato respiratório. Os sintomas mais frequentes da gripe são: febre, arrepios, dores de cabeça, musculares e de garganta, fadiga, tosse seca e irritativa, obstrução na-sal e rouquidão. A gripe não costuma ser grave quando atinge adultos saudáveis, com um sistema imunitário capaz de se defender. No entanto, para a população idosa, doentes crónicos, crianças e grávidas, a gripe pode ser mais grave, porque favorece o aparecimento de infeções bacterianas secundárias.Aplica-se muitas vezes o ter-mo “gripe” a toda a infeção do trato respiratório. No en-tanto, a gripe é uma infeção específica, que se distingue da simples constipação. A

gripe é uma infeção respi-ratória contagiosa causada pelo vírus influenza A e B.O vírus é transmitido por uma pessoa doente através das secreções respiratórias, quando esta espirra, tosse ou até fala. Uma das ca-racterísticas deste vírus é de poder variar a sua estrutura. A vacinação anual contra a gri-pe é uma das formas de preve-nir a doença. Em 75% dos casos pode evitar que se contraia a doença e nos restantes casos permite diminuir a sua gravida-de e mesmo a mortalidade. A melhor altura para a vacinação é o outono, no mês de outubro. A composição da vacina va-ria de um ano para o outro em função da identificação das novas estirpes do vírus da gri-pe, feita pelas observações da OMS. Assim, cada ano é pro-duzida uma vacina específica para a época gripal seguinte.As diferentes vacinas disponí-veis em Portugal são inativadas. Por essa razão, não provocam gripe na pessoa que recebe a vacina. A reação mais fre-quente é o endurecimento no local da picada. Podem também aparecer mal-estar, febre ou dor muscular nas 24-48 horas a seguir à vacina. A proteção inicia-se aproxima-damente 15 dias após a va-cina e persiste alguns meses.

Pode ser administrada em simultâneo com as vacinas incluídas no Plano Nacional de Vacinação, desde que em locais anatómicos diferentes. Não se recomenda a va-cinação a crianças com idade inferior a 6 meses. Existem algumas contraindi-cações à vacina tais como: antecedentes de uma reação grave com a vaci-na anterior ou alergia aos componentes da vacina.Desde 1 de outubro de 2012 que a vacina da gripe, além de ser gratuita para todos os grupos de risco (doentes cró-nicos, doentes com sistema imunitário comprometido há mais de seis meses, grávidas com mais de 12 semanas de gestação e profissionais de saúde) é distribuída gratuita-mente, nos centros de saúde, também a todas as pessoas com mais de 65 anos de ida-de. Não será necessária receita médica, nem qualquer guia de tratamento.

As vacinas para quem não tem acesso gratuito, podem ser compradas nas farmácias, me-diante receita médica e com comparticipação estatal. No entanto, antes de decidir levar a vacina da gripe informe-se e peça conselho junto do seu médico ou enfermeiro de família.

“Vamos encerrar o festejos dos 800 anos no próximo dia 15 de dezembro”

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social, necrologia & opiniãonotíciasdafreguesiadeoutubrode2012 3

Trabalhos da Junta

No final do mês de setembro e durante o mês de outubro, foram execu-tados vários trabalhos um pouco por toda a freguesia, nomeadamente:

- Trabalhos diversos no âmbito da Festa das Coleti-vidades e Tasquinhas;

- Trabalhos pelas vá-rias escolas da freguesia (pequenos arranjos);

- Trabalhos associados ao Dia da Paróquia e da Freguesia;

- Trabalhos de desentu-pimentos na Pré-Escola do Vale da Pedra;

- Trabalhos e arranjos no caminho da pecuária;

- Limpeza na Rua do Rancho, no lugar de Con-queiros;

- Espalhamento de tout-venant no lugar de Várzeas;

- Vários trabalhos no lugar do Souto, colocação de herbicida e pequenas reparações no cemitério;

- Limpeza de ruas no lugar do Vale da Pedra;

- Espalhamento de massa asfáltica (tapamento de buracos) por várias ruas de diversos lugares;

- Trabalhos de limpeza nos cemitérios da fregue-sia.

De acordo com a proposta de lei do Governo que agrava a tributação sobre mais-valias, rendimentos offshore e manifes-tações de fortuna, os proprietários de casas de luxo vão ter de pagar uma taxa de 0,8% em sede de impostos de selo já este ano, pago de uma só vez até 20 de dezembro.

Na referida proposta, a incidência do imposto de selo é alargada à propriedade de casas com um valor patrimonial tributário superior a um milhão de euros.

Este ano, os imóveis já avaliados segundo as regras do IMI vão pagar uma taxa de 0,5% e os não avaliados, uma taxa de 0,8%. Para os prédios detidos por empresas situadas em paraísos fiscais, a taxa sobe para 7,5%.

No próximo ano, a taxa sobe para 1% para todos os imó-veis, mas os detidos por contribuintes coletivos em offshores continuarão a pagar uma taxa de 7,5%.

Enviado por J. Domingues

A lavouraA minha aldeia é circun-

dada por duas ribeiras: a ribeira da Assenha, que de-marca os limites da Moita da Roda e Souto, e a ribeira de Monte Agudo ou de Moita da Roda, que delimita o lugar dos Conqueiros e freguesia do Souto da Carpalhosa no lugar de Ortigosa. É uma zona de pouca elevação, quase plana com ligeira subida do lado nas-cente, algum declive nas zonas das ribeiras e estende-se por uma vasta área agrícola e de pinhal. Inclui no seu perímetro grande parte da charneca do nicho ou mata nacional. Tem como limites as freguesias de Bidoeira,

Milagres, Ortigosa e os lugares de Assenha a nor-deste, Colónia Agrícola dos Milagres a

nascente, Monte Agudo e Lameira a sul, Conqueiros a poente e Souto a norte.

Outrora era grande a azá-fama nos campos adjacentes às ribeiras. Eram zonas férteis, servidas com água corrente “água de pé”, fruto do traba-lho persistente dos proprietários que se uniam para construir os açudes e as condutas ou re-gos que levavam a água até as suas propriedades.

Existiam vários moinhos de milho ao longo das ribeiras e entre eles o que guardo na memória é o “moinho do ti

Marques”, na fonte de baixo.Por altura da lavoura,

aglomeravam-se inúmeras juntas de vacas que puxavam as charruas a sulcar a terra. As mulheres munidas de alcofa ou de avental dobrado junto à cintura faziam a sementeira. Os boieiros eram recrutados da prol numerosa que acom-panhava os pais. Os filhos mais velhos, no desejo de imitarem os progenitores, excediam-se no esforço para conduzir as vacas, saltitando de leiva em leiva com o receio sempre presente de um corno os projetar para a terra revirada. Pés descalços leves e imunes, porque o calçado era escasso e um estorvo para quem queria correr, brincar e explorar o ri-beiro. Os mais novos deliravam numa corrida desatinada pelos sulcos abertos ou amassavam a terra. Os mais destemidos aventuravam-se na explora-ção do ribeiro, palmilhavam cada recanto na descoberta de ninhos da carracinha, do rouxinol ou de melro, ou então, apetrechados de um poceiro e sachola, esgravatavam o leito da ribeira à procura de enguias que por essa época abunda-vam naqueles locais.

Na hora do almoço ou do lanche, estendia-se a manta de retalhos ou mesmo sacos de sarapilheira, das leivas fazia-se banco e saboreava-se a broa de milho acompanhada de sardinha assada ou chicharro, um naco de carne ou, de vez em quando, um pedaço de bacalhau regado em azeite. Não faltava o barril ou a ca-baça do vinho que saltitava de boca em boca para matar a sede.

Júlia Barbeira, 85 anos, faleceu dia 22 de setembro. Residia na Carpalhosa e era viúva de José da Silva Gas-par Júnior. Foi a sepultar no cemitério do Vale da Pedra.

Maria da Luz, 93 anos, natural do Souto da Car-palhosa, faleceu dia 30 de setembro e era viúva de Domingos Esperança. Foi a sepultar no cemitério do Souto da Carpalhosa.

Francelina Cordeiro, 87 anos, faleceu no dia 6 de outubro. Residia na Arroteia e era viúva de Domingos dos Reis. Foi a sepultar no cemitério do Souto da Carpalhosa.

Joel Filipe da Mota Ferrei-ra, 22 anos, solteiro, natural da Moita da Roda, era filho de Avelino Bento Ferreira e de Maximina Maria da Mota Vitorino Ferreira.

Ermelinda de Jesus Fer-nandes, 78 anos, faleceu dia 04 de Novembro. Residia na Moita da Roda e era viúva de Manuel Jacinto. Foi a se-pultar no cemitério da Moita da Roda.

Muitos proprietários de automóveis estão a ser notificados pelas Finanças para fazerem prova do pagamento do selo do carro em 2008, ou seja, foram enviadas muitas notificações para audição prévia referentes ao Imposto Único de Circulação (IUC) do ano de 2008.

As notificações dizem respeito a pessoas que estão no ca-dastro como tendo uma determinada viatura, cujo imposto não está pago, constituindo, em princípio, uma situação irregular. Mas depois de bem analisada a situação, verifica-se que a maior parte das pessoas já vendeu a viatura, só que o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) não atualizou os registos ou as pessoas esqueceram-se de os ir atualizar ou cancelar, caso o carro já esteja abatido ou não exista.

Desta forma, os contribuintes notificados se não estiverem na posse do veículo, devem deslocar-se aos balcões do IMTT e pedir a alteração do registo de proprietário ou o cancela-mento da matrícula, em vez de se dirigirem aos serviços das Finanças.

Posteriormente deverão apresentar nos serviços de Finanças os motivos pelos quais não devem o imposto.

Enviado por J. Domingues

necrologia

Imóveis com tributação agravada

Finanças pede prova de pagamento

As memórias da minha aldeia

Luiz Ginja

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social notíciasdafreguesiadeoutubrode20124

Foi durante 15 intensos dias que a Imagem Pere-grina de Nossa Senhora de Fátima esteve na comunidade paroquial do Souto da Carpa-lhosa.

A Imagem chegou a 29 de setembro, iniciando-se aí um programa intensivo de oração e de apelo à conversão. Do programa, destacam-se várias atividades, como as conferên-cias, decorridas no dia 1 e 2 de outubro, sobre “Os Pas-torinhos” e “Mensagem de Fátima”, orientadas respeti-vamente pela Irmã Ângela e pelo Pe. Luciano Guerra.

No dia 4 de outubro deu-se início à passagem da Imagem Peregrina pelas igrejas da pa-róquia. Foram dias e noites de oração e entrega a Nossa Senhora. Sem esquecer a beleza das ruas embelezadas e iluminadas com mensagens dirigidas a Maria, que esba-tiam a escuridão da noite.

O programa deu-se por terminado no dia 14 de outu-bro com a celebração da missa de encerramento da visita da

Imagem Peregrina de Nossa Senhora à nossa paróquia. De tudo o que se disse, o pároco salientou, nesse dia, a neces-sidade de nos aproximarmos de Deus, tendo Maria como modelo e caminho para chegar a Jesus Cristo. A terminar a celebração, fez-se procissão, durante a qual foi benzido um quadro em azulejo, alusivo à passagem da imagem peregri-na no início do Ano da Fé: a imagem de Nossa Senhora, a igreja paroquial em grande plano e a rodeá-la, as outras nove igrejas da paróquia. No momento de bênção foram lançadas dez pombas brancas, uma por cada comunidade da paróquia e algumas dezenas de balões azuis e brancos, sinal e desejo de paz. E já junto da

igreja, antes da bênção final, mais um conjunto de balões foi lançado, levando um pano com a expressão “Mãe, que passas… e ficas no nosso coração”. Não sabemos onde terá ido parar, mas que tenha levando uma mensagem de amor a quem o encontrou.

No website da paróquia – em http://soutodacarpalhosa.blogspot.pt – está dispo-nível uma galeria de fotogra-fias com registos destes 15 dias da passagem da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, bem como registos escritos da intensidade vivida em cada lugar da paróquia por estes dias. AD c/ soutodacarpalhosa.

blogspot.pt

Dia 27 de outubro a paró-quia do Souto da Carpalhosa acolheu um encontro de jo-vens da comunidade Canção Nova. Estiveram presentes cerca de 16 jovens da nossa paróquia e não só. Foi uma tarde muito divertida com ani-mação, partilha, ensinamen-tos, orações, testemunhos, visionamento de um filme e novas caras a conhecer. Houve, ainda, dança, canto e demonstração de um dos dotes de cada participante. Participamos todos juntos na missa da nossa paróquia.

O tema foi o “Valor da Amizade” e pudemos refletir várias questões, uma que tocou os nossos corações foi : “Até que ponto morrerias e/ou davas a tua vida por um amigo?”. Pois, a amizade é um amor que nunca morre. Jesus, é o nosso melhor amigo pois, Ele, deu a Sua própria vida para nos salvar e, uma pergunta que ficou em mim foi: “Tu eras capaz

de entregar também a tua vida para salvar alguém?”. Não temos necessariamente que morrer por essa pessoa. Entregar a vida por alguém pode significar entregarmo-nos espiritualmente a essa pessoa para que ela possa viver mais em Deus.

Estes encontros renovam qualquer jovem e fazem-nos sentir livres e leves perante Deus. Qualquer jovem que participe num encontro des-tes, traz sempre algo marca-do dentro do seu coração e, neste último encontro, o que eu trouxe no meu coração e pensamento foi: “As palavras leva-as o vento mas, as ami-

zades, essas permanecem no coração”.

O grupo de Jovens, por Dulce Domingues

Fica um incentivo para os jovens da paróquia se aventurarem a participar e experimentar outras formas de viver a sua juventude.

O grupo de jovens da nossa paróquia reúne-se à 6ª feira, quinzenalmente, às 21h numa sala junto à Igreja. Apa-rece e faz a tua experiência!

Próximo encontro: 23 de novembro: visualização de um filme e reflexão sobre o mesmo.

“Algumas comunidades foram além das minhas expetativas” Pe. José BaptistaComo surge a iniciativa de trazer a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima à paróquia do Souto da Carpalhosa?

A imagem Peregrina de Nossa Senhora, tem esse nome precisamente por ter como “missão” percorrer o mundo. Pelo menos os Estados Unidos e a Itália têm já associação própria para organizar as visitas da imagem peregrina nos seus países. Mas todo mundo tem sido permanentemente visitado por uma das imagens peregri-nas pertencentes ao Santuário. Acontece que em todos os cantos da terra Nossa Senhora atrai multidões, e não apenas entre os católicos.

A nossa paróquia, como de modo geral a nossa dio-cese, não estão muito próximas do Santuário de Fátima e da sua Mensagem. É preciso que se estabeleça, ainda que lentamente, aproximação. Estando nós a celebrar os 800 anos no Souto da Carpalhosa, como comunidade, esta seria uma das atividades congregadoras da comunidade, envolvendo toda a paróquia, incluindo, naturalmente, a freguesia da Carreira.

Foram 15 dias intensivos de atividade paroquial. Que balanço faz de todo o programa e envolvência da comu-nidade?

Foram dias realmente intensos. Uns mais que outros se envolveram na realização do programa, que foi no geral estabelecido para a paróquia, especificando depois cada comunidade o seu próprio programa, preenchendo o tempo em que a imagem estava em cada igreja. Algumas comunidades foram além das minhas expetativas, mas também é verdade que o envolvimento foi crescendo.

Pensei também que houvesse mais gente a estar pre-sente nas outras comunidades. Creio que não foi propria-mente abundante o número de pessoas a estar “sempre presente”.

Por mim digo, e pelos comentários escutados, foi muito bom. Houve gente de cá natural que veio de longe, que voltou a ver-se por estas paragens, para estar junto de Nossa Senhora.

Sente que a Fé da comunidade paroquial saiu reforça-da?

A fé não pode medir-se assim. É natural que se tenham movido corações, que alguma coisa tenha sido transformada, mas pode ser apenas momentâneo. Claro que se não pode esperar muito e que poderemos dizer que a presença da Imagem Peregrina continua. No seguimen-to destes dias passados serão organizadas algumas ativi-dades mais. Importa que a semente tenha sido lançada, mas não esperemos ver frutos a nascer já maduros.

Por outro lado todo o bem reforça a nossa fé.

Jovens e “o valor da amizade”

Imagem Peregrina de Nossa Senhora visita a paróquia

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Tasquinhas: a força da freguesia

A recente festa das coletividades da nossa fre-guesia vem demonstrar isso mesmo: apesar dos tempos difíceis que atravessamos, mantemos um grande número de pessoas proac-tivas, dispostas a trabalhar em prol das associações e das entidades locais, dinamizando fortemente “a festa da nossa Freguesia”.

Embora tenha uma história muito recente, é já a grande festa do Souto da Carpalhosa. Tal como nos anos anteriores, a popula-ção aderiu massivamen-te, marcando uma forte presença, demonstrando um inequívoco apoio a esta iniciativa, à Junta de Freguesia e às coletivida-des. O ambiente foi exce-lente, com boa música, boas comidas e também muitas bebidas, que aliados a um bom cartaz fazem com que ninguém quisesse deixar de estar presente. Até São Pedro veio encerrar a festa.

À semelhança de outras freguesias, julgo que po-deríamos triplicar o espaço deste certame, convidan-do as empresas locais. Atravessamos dias econo-micamente muito com-plicados, ajudar as nossas empresas a promoverem os seus produtos e serviços será também uma forma de as ajudar a manterem os postos de trabalho. Este crescimento qualitativo da festa poderá ainda trazer mais receitas às tasquinhas das associações, um melhor cartaz, bem como uma maior projeção deste fim-de-semana.

No entanto, quero destacar as pessoas que lideram cada uma das associações presentes. A liderança de uma asso-ciação local é uma tarefa gratificante. Embora muitas vezes mal reconhecida, este trabalho atinge o seu auge nestes fins-de-semana, onde a família, o emprego bem como outros valores fundamentais pas-sam para segundo plano. O meu bem-haja a todos estes empreendedores que dia após dia levam as suas coletividades mais além, projetando o nome da sua localidade e da nossa fre-guesia além-fronteiras.

Opinião

David da Piedade

Ferreira

Nesta edição publicamos o mapa com a proposta de reorganização admi-nistrativa das freguesias

situadas no território do município de Leiria, nos é

apresentada a união das freguesias de Souto da Carpalhosa e Ortigosa.

Em virtude de ter surgido já sobre o fecho da presente edição e considerando a sensibilidade do assunto, o mesmo será retomado na edição de Novembro.

No âmbito das comemo-rações dos 800 anos da fre-guesia e paróquia do Souto da Carpalhosa, realizou-se, no dia 30 de setembro, uma cerimónia de homenagem a ex-presidentes de junta e ex-párocos do Souto da Carpa-lhosa. A cerimónia começou com uma missa em memória dos antigos presidentes de Junta, bem como os párocos já falecidos, seguindo-se uma sessão solene sobre estas comemorações, onde

intervieram o pároco, José Baptista, o presidente de Junta, José Carlos Gomes, Orlando Cardoso, professor natural da freguesia, e o vereador Gonçalo Lopes, em representação da Câmara Municipal de Leiria.

Foram recordados os ex-presidentes de Junta: Joaquim dos Santos Cardoso (a título póstumo, ali representado pela sua filha Odília Cardo-so), Serafim dos Santos, Ma-nuel Gil (a título póstumo),

Álvaro Rainho, Jaime Ferrão, Armindo Bento, Armando Gaspar e Susana Silva. Do lado paroquial, foram home-nageados o Pe. António Jacin-to Lopes (a título póstumo), Pe. Manuel Geraldo (a título póstumo e ali representado por familiares), Pe. Manuel Pereira Patrão, Pe. Abel Silva Santos, Pe. António Madurei-ra, Pe. Cristiano Saraiva e Pe. Francisco Pereira.

Depois desta cerimónia foi apresentada à comunida-

de uma pedra evocativa às co-memorações, junto ao Centro de Saúde, um monumento que fica para memória futura da celebração destes oito séculos de história.

No final, houve ainda tempo e espaço para um lanche na cave da casa paro-quial, e onde se cantaram os parabéns à freguesia do Souto da Carpalhosa.

As cadeiras colocadas à disposição eram em número insuficiente para todos os que, no dia 28 de outubro, se des-locaram até ao salão da capela de São Miguel para assistir e participar no colóquio “Souto da Carpalhosa: oito séculos de história”.

À mesa estavam os oradores convidados, os professores Saul António Gomes e Orlando Cardoso, acompanhados do presidente de Junta de Freguesia, José Carlos Gomes, e do pároco, Pe. José Baptista.

A exposição do professor e historiador Saul Gomes pas-sou pelos primórdios da exis-

tência da freguesia, onde este,

desde

logo, deu conta de que a primeira atestação relativa ao Souto remonta a 1211. “O Souto conta em muito a história de Leiria”, afirmou o historiador, no meio de relatos históricos que muito cativaram a assistência.

Também Orlando Car-doso, professor natural do Souto da Carpalhosa, parti-lhou com o público a história mais recente destes 800 anos, recordando em muito do seu

relato, com entusiasmo e sau-dosismo, os tempos de infân-cia que passara no Souto.

Depois das apresentações, foi a vez de a assistência colocar algumas questões aos oradores. Talvez para surpresa de uns, ou nem tanto de outros, foram “des-mistificadas” algumas ideias preconcebidas, e que têm passado entre gerações, no que respeita à terra, como por exemplo, a denominação

de Souto da Carpalhosa. Uma tarde de partilha,

certamente de alguma apren-dizagem, mas, principalmen-te, de satisfação generalizada. Importa recordar que muito mais do que foi partilhado aqui, está a ser trabalhada uma monografia que retrata-rá um pouco destes 800 anos de história, e da qual os dois oradores participantes no co-lóquio fazem parte da equipa de trabalho.

800 anos Ex-presidentes de Junta e ex-párocos homenageados

Colóquio sobre oito séculos de História

Souto da Carpalhosa Reorganização Administrativa

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Opinião

Gastão Crespo

Uma crónica de vez em quando...

Orlando Cardoso

E se lhe pedissem mais um filho?

Olhando para a evolução da taxa de natalidade em Portugal desde 1900 até 2007 verificamos que há um século a taxa de natalidade rondava os 40 nascimentos por cada mil habitantes. Hoje essa taxa é in-ferior a 10 nascimentos por mil habitantes. Em 1971 a média de filhos por família era 2,99% e hoje situa-se em 1,3% e a ten-dência é de continuar a baixar. Estamos perante o envelheci-mento da população.

Os fatores que contribuem para isso são sobretudo eco-nómicos e sociais. Os fatores económicos são a desculpa mais utilizada, porque perante a atual conjuntura é pouco favorável a aumento dos custos associados ao de-senvolvimento de uma criança, quanto mais de duas ou três crianças. Além disso as famílias tendem a encarar um filho como uma fonte de despesa e de difi-culdade na conciliação família-trabalho.

Os fatores sociais re-velam que, devido ao cada vez mais tardio casamento, as mulhe-res adiam o nascimento do primeiro filho e assim reduzem o período de fertilidade.

Na minha humilde opinião e com a minha pequena contribuição acredito que esta tendência

vai ser invertida. Mas, é neces-sário que haja uma alteração da consciência coletiva. É fundamental perceber que o aumento da taxa de natali-dade traz grandes vantagens, nomeadamente, o aumento do consumo e consequente-mente do emprego.

Os governantes têm de apostar em medidas que façam inverter a tendência atual que reflete o aumento da população envelhecida e a redução da classe operária ativa. E para o bem ou para o mal as empresas e as famílias devem encarar os filhos como uma aposta no futuro e dar es-paço para que a natalidade cresça. É urgente promover ações de desenvolvimento da natalidade e com isso, o aumento do número de filhos por família.

Existem algumas soluções que já vão ao encontro deste objetivo, tais como: as Empresas/Familiarmente Responsáveis que preocu-padas em conciliar a vida profissional, familiar e pessoal dos seus colaboradores, con-

seguem com esta es-tratégia aumentar a motivação e conse-quen-

t e -

mente a produtividade dos seus colaboradores; as Autarquias/Familiarmente Responsáveis podem como poder político mais próximo salvaguardar o princípio da subsidiariedade – e a título de exemplo real é a iniciativa da autarquia de Óbidos que disponibiliza o enxoval do re-cém-nascido, no valor de 500 euros por cada nascido na au-tarquia. Outros exemplos são: as Lojas Sociais que recolhem dádivas e as cedem às famí-lias; as Sessões dinamizadas por diversos técnicos, sobre variadas temáticas como: a saúde, a higiene, a alimenta-ção, a responsabilidade e os comportamentos sociais, etc.

Também ao nível do Governo Central existem algumas políticas de apoio à família como é o caso das licenças de maternidade mais alargadas, a política de habi-tação, o aumento do abono de família e dos benefícios fiscais por número de filhos, bem como o Abono Pré-Natal dirigido às grávidas e ainda as Amas Sociais que têm o apoio da Segurança Social.

Termino com um falso mito criado pela indústria do consu-

mo de que um bebé ne-cessita de muitos ape-trechos caros, o que é completamente falso. E a propósito recordo o que uma enfermei-ra parteira me dizia

há bem pouco tempo: “tudo o que um bebé

necessita é de AMOR e CARINHO”. Eu concordo,

porque dois ou três filhos muito amados são um in-

vestimento incalculável e não uma despesa imensa.

Seja feliz! Faça alguém feliz e já agora se puder e

quiser tenha mais um filho.

Um povo com memória

O programa comemorativo dos 800 anos da nossa fregue-sia continua a ser cumprido, aproximando-se do seu final. Variadas têm sido as ativida-des desenvolvidas, todas alvo de grande agrado popular, o que surpreendeu muitos parti-cipantes que não esperavam uma adesão tão franca e es-pontânea. As mais recentes, as “Tasquinhas”, a Missa em memória dos antigos autar-cas e párocos já falecidos, assim como a Sessão Solene em que foram apresentadas as razões que levaram às Comemorações, são exemplos desse interesse.

É natural entender-se que um povo sem memória não tem história nem raízes. Por outras palavras, falta-lhe a estrutura afetiva que lhe dá a identidade e o sentido de per-tença a uma comunidade. A memória funciona como uma almofada confortável a que nos aconchegamos para ser-mos felizes.

O povo da freguesia mos-trou, ao longo deste ano de comemorações, uma ternura enorme pela sua terra. Esse amor, essa ligação à terra, nada tem a ver com provin-cianismo, isto é, com aquilo

que muitos que se consideram urbanos chamam de menori-dade cultural. Provincianismo é o aculturamento que leva mui-tos, inclusive de meios rurais, a admirar as grandes cidades e outras coisas espantosas, pen-sando que isso os possa elevar na vida e dar-lhes uma cultura superior. Esquecem uma coisa tão simples quanto esta: não existem culturas superiores, elas são apenas diferentes.

O Souto, onde nasci, ensi-nou-me muito, talhou o meu modo de ser e de compreen-der os outros, independente-mente dos diversos mundos em que vivi e das suas diferenças culturais. Um grande escritor francês, André Malraux, escre-veu um dia que “São precisos 60 anos para fazer um homem e quando está pronto para vi-ver morre”. Aprendi a respeitar os outros, nomeadamente os mais velhos, aqueles que são mais sábios que eu.

Foi uma honra para mim ser convidado para falar na sessão de 30 de Novembro. Estava em casa, com os amigos, com os conterrâneos e com a sensibilidade à flor da pele. Quis falar do nosso passado enquanto povo, da solidariedade, das relações de vizinhança, do presente e do futuro. E pensei, em voz alta, que um povo orgulhoso de ter acompanhado os sobressaltos da construção de uma nação ao longo de 800 anos, saberá construir o seu futuro.

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Fragmentos de História (IV)

Na época foram muitos os processos e “demandas” para cobrar dívidas de muitos fregueses.

António Domingues e esposa Ângela Maria, da Ruivaqueira, são referenciados numa ata de fevereiro de 1875 como devedores de 70.000 reis à paróquia. Por conta desta dívida fazem uma entrega de 43.200 reis e negoceiam o pagamento em prestações. Numa das deliberações da jun-ta da paróquia, o presidente é mandatado para “obrigar judicialmente” Manoel Pereira Altanário (?), de Monte Agudo, a pagar não só a dívida como todos “os réditos(i) vencidos

até hoje”. A dívida refere-se a “uma herança da sua mãe e sogra que eram da Moita da Roda”.

As obras da reconstrução da igreja e casa paroquial prolongaram-se por mais de 20 anos. Os trabalhos eram executados de acordo com as disponibilidades financeiras e dependiam muito do empe-nho da comunidade paroquial, à falta de apoio de outras en-tidades. O apoio do reino foi escasso. Para além da oferta das madeiras do “pinhal real” foi atribuído um subsídio de 105.000 reis do governo. Com este subsídio foi liquidado parte do empréstimo contraído junto de alguns proprietários e mem-bros da junta. Embora não seja referido na ata(ii) é de supor que a Igreja tenha liquidado juros bastante elevados. A tí-

tulo de exemplo refiro que dos 18.000 reis que José Gaspar, da Lameira, emprestou, recebeu 18.900 reis e dos 24.965 reis que António de Sousa emprestou, recebeu 29.155 reis.

O responsável pela obra foi Joaquim José Pereira, da Lagoa, a quem foi paga a importância de 14.900 reis, “á conta do trabalho que teve em dirigir a obra da paroquial igreja”.

No âmbito das obras da casa paroquial foi também construído um muro “junto ao adro pelo norte, com as medi-das de 2 palmos de largo até ao olival e 3 palmos de fundo no alicerce”.

Para esta construção foi realizado “um leilão para o me-lhor preço” no adro da Igreja, após a missa dominical.

Um outro contratempo e

que em muito dificultou os tra-balhos até então realizados foi uma descarga elétrica, “uma faísca” que no ano de 1885 derrubou a torre e a porta principal da igreja, para além de outros estragos de monta. Na sessão da junta da paró-quia do dia um de março de 1885, o presidente apresentou à junta “quarenta e cinco mil reis que o mesmo presidente ti-nha recebido da expropriação de terra e oliveiras que perten-ciam à junta da paróquia no ramal da estrada das Várzeas e passando a junta a determi-nar a que se havia de aplicar, determinou que fossem apli-cados ao portal da igreja por estar em ruinas por causa da faísca elétrica que derrubou a torre e o dito portal e não havendo meios alguns para a sua construção”.

Era permitido à junta da paróquia lançar uma percen-tagem sobre as contribuições do estado “para fazer face às despesas da paróquia”. Para isso deveria informar o Administrador do Concelho. No entanto, numa delibera-ção de 30 de maio de 1889, a junta prescindiu dessa percentagem, tomando em consideração o esforço que a população vinha fazendo para custear as obras da igreja e re-sidência paróquia.

(Continua)Luiz Ginja

(i) Juros, rendas ou foros (direitos ou privilégios)(ii) Páginas 21 e 22 da ata de 5 de Outubro de 1866

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desporto & escolasnotíciasdafreguesiadeoutubrode2012 7

Souto da Carpalhosa – Pré Escola

Olá! Nós, os alunos da Pré do Souto da Carpalhosa, iniciámos mais um ano escolar. E como o novo ano, veio o Outono…

Aqui deixamos algumas fotos dos trabalhos que fizemos na nossa sala.

Beijinhos da Educadora, Auxiliar e meninos.

Aulas de judo no pavilhão

Já iniciaram as aulas da Secção de Judo do Grupo Des-portivo Santo Amaro, no pavilhão Desportivo Municipal do Souto da Carpalhosa com os seguintes horários:

Terças e Quintas-feiras: 18h00-19h00: 9-12 anos; 19h00-20h00: 5-8 anos.

Vem experimen-tar e não pagas duas aulas.

Desde o dia 1 de novem-bro que o Pavilhão Despor-tivo Municipal do Souto da Carpalhosa passou para gestão da respetiva Junta de Freguesia.

Esta alteração surge no seguimento do processo de extinção da Leirisport, em-

presa gestora das infraestru-turas desportivas e de lazer do concelho de Leiria.

A Câmara Municipal de Leiria transferiu a gestão dos pavilhões da Caranguejeira, Carreira, Colmeias, Correia Mateus, Maceira, Pousos, Santa Eufémia e Souto da

Carpalhosa para as respetivas juntas de freguesia através da assinatura de um protocolo de delegação de competências. Por assinar o protocolo fica-ram as juntas de freguesia do Arrabal e da Bajouca.

No que respeita ao pavi-lhão do Souto da Carpalhosa,

para mais informações sobre marcações ou outros assun-tos relacionados com o pavi-lhão, deverá passar na Junta de Freguesia ou entrar em contacto através do telefone 244 613 198 ou, via email, [email protected] .

Pavilhão Municipal passa para gestão da Junta de Freguesia

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Page 8: Outubro de 2012

Nunca confunda movimento com acção.Ernest Hemingwat, escritor norte-americano (1899-1961)OUT’12

FICHA TÉCNICA | Notícias da Freguesia de Souto da Carpalhosa | Título anotado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) | Depósito Legal 282840/08 | Director José Carlos Gomes Editor Ângela Duarte Colaboradores Albino de Jesus Silva, André Reis Duarte, Carlos Duarte, Cidalina Reis, Eulália Crespo, Elisa Duarte, Gastão Crespo, Guilherme Domingues, Gustavo Desouzarte, Hugo Duarte, José Baptista (Pe.), Luís Manuel, Luisa Duarte, Márcio Santos, Mário Duarte, Orlando Cardoso, Simão João, Associações e Escolas da Freguesia Propriedade Junta de Freguesia, Largo Santíssimo Salvador, nº 448, 2425-522 Souto da Carpalhosa Telefone 244 613 198 Fax 244 613 751 E-mail [email protected] Website noticiasdafreguesia.blogspot.com Tiragem 1000 exemplares Periodicidade Mensal Distribuição Gratuita Projecto gráfico 3do3.blogspot.com Impressão OFFSETLIS, Marrazes, Leiria (244 859 900, www.offsetlis.pt)

Desfile solidárioMais de 800 pessoas puderam assistir, no passado dia

3 de novembro, a um evento de moda de cariz solidário que decorreu na Quinta do Paul. O evento demarcou-se pela diferença e irreverência dos modelos que desfilaram na passadeira vermelha. Portadores de patologias físicas e mentais e com idades que iam de um aos 86 anos de idade, o desfile teve como principal propósito demonstrar que pela diferença, somos todos iguais.

Foram mais de 90 pessoas a pisar a passerelle num evento em que a organização esteve a cargo de Paula Costa (pronto a vestir, florista e decoração), Fátima Pedrosa (ca-beleireira) e Odete Crespo (estética), que, conjuntamente com as suas equipas de trabalho, puderam proporcionar uma noite especial em que a solidariedade e o glamour andaram de mãos dadas.

Os Tas’Und animaram também a noite apresentando músicas bem conhecidas de todos, mas igualmente temas originais da banda.

“Não há dúvida que marcou os participantes, orga-nizadores e assistência”, afirmou Paula Costa, dos Con-queiros. “O senhor mais idoso que desfilou na passerelle partilhou que este era o dia mais feliz da sua vida”, disse. E era notória essa felicidade. Paula frisou ainda que “tudo correu muito bem graças a muita gente que ajudou. As

apresentadoras também tiveram um papel muito importante para que tudo tenha corrido de forma tão boa”. No fim da noite, e depois de muitos dias de preparação para que nada falhasse, o ba-lanço era muito positivo e estava espelhado na alegria generalizada.

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Em setembro, e como já se tornou tradição, realizou-se mais uma Festa das Coletividades e Tasquinhas do Souto da Carpalhosa, junto à casa do guarda, na Charneca do Nicho. Esta sétima edição não fugiu ao que o certame já nos habituou nos últimos anos: muita música, boa gastronomia, animação e, principalmente, muito convívio. E nem chuva que este ano também visitou as tasquinhas, minimizou ou estragou a festa. Fotos: Pedro Jerónimo