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Foto: Fábio Mendes OUTUBRO 2008 UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA ANO 24|EDIÇÃO 404

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OUTUBRO 2008 UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA ANO 24|EDIÇÃO 404

Capa

Gostaria de dar os parabéns pela reportagem no Acontece as-sinada pela repórter Angela Ro-drigues, gostei muito dos textos. Também gostei das fotos – de Fá-bio Mendes – e do modo como foi conduzido todo o trabalho. É inte-ressante ver a síntese da proposta tão bem considerada nessa maté-ria. Parabéns.

Adriana MattosCoordenadora do curso de

matemática da Unimep

Andaime A peça “Pequenino Grão de

Areia”, do grupo Andaime, foi um sucesso. Todos os professores gostaram, tive esse parecer, pois estou mais ligado a eles do que às crianças. Nossa intenção foi aceita, sair de teatros infantis com peças tradicionais como “Chapeuzinho Vermelho”.

Rodrigo Santos, do Museu Gustavo Teixeira de São Pedro.

Cana-de-açúcar

Parabéns pela reportagem CO2 na Área, que mencionou os possíveis efeitos negativos e positivos que a cana-de-açúcar pode causar ao meio ambien-te. Moro em um bairro rural de Piracicaba, que extrai do culti-vo da cana grande parte de sua subsistência, e posso afirmar que a questão é polêmica.

Ana VittiMoradora do bairro Santa

Olímpia

Cães

Achei válida a abordagem pelo Acontece Unimep da situ-ação dos cachorros pelo campus Taquaral. Acredito que muita gente tinha dúvidas a respeito desse assunto.

Arlindo AntunesVeterinário

CAs

Sou leitor assíduo das edi-ções do Acontece Unimep e seguindo o nome sugestivo deste jornal, eis alguns temas que penso que devem “aconte-cer”. Já havia me manifestado sobre o serviço de “cópias re-prográficas” que funciona de maneira muito aquém do ide-al, o que tem gerado inúmeras confusões aos docentes e dis-centes. Um tema que sugiro importantíssimo e deveria ser matéria nas próximas edições é sobre os CAs. Aliás, estão ocorrendo fatos lamentáveis como no caso do CA de letras, onde o processo eleitoral re-cente foi feito de forma total-mente irregular (sem publica-ção e afi xação de editais com prazo para inscrição de chapas, apresentação das chapas, con-vocação e divulgação correta) para votação, acompanhamen-to da votação com listagens de quem pode votar, quem votou, quem apurou votos, ninguém viu os componentes da chapa vencedora se apresentarem ou passarem nas classes dizendo o que pretendem. Já pedi jun-to a membros da atual gestão um posicionamento e sequer responderam. Esta não deveria ser a postura de quem se com-prometeu a representar o CA de Letras e o mínimo de respeito é prestar contas junto às turmas e conduzir o processo de tran-sição de forma transparente e democrática. Para existir de-mocracia é preciso exercê-la e os CAs têm papel fundamental nas atividades cotidianas dos acadêmicos.

Fábio Leissmann

Aluno do 6º semestre de letras, licenciatura em português

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O Acontece Unimep é uma publicação do Departamento de Comunicação e Marketing da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba)

Reitor

Davi Ferreira Barros

Pró-reitor administrativoSérgio Marcus Nogueira Tavares

Pró-reitora de graduação e educação continuadaRinalva Cassiano Silva

Pró-reitora de pós-graduação, pesquisa e extensãoRosa Gitana Krob Meneghetti

Gerente de Comunicação e Marketing Jorge Vidigal da Cunha

Coordenação e Edição Celiana Perina - MTb 31.320

Textos Angela Rodrigues

Celiana Perina

Vanessa Piazza

FotografiaFábio Mendes

Estagiária

Vanessa Piazza

Seção Foca Claudia Assêncio de Campos

Henrique Inglez de Souza

Projeto e DiagramaçãoOzonio Propaganda e Marketing

Fotolito e ImpressãoGráfica Mundo Digital

A Unimep é mantida pelo Instituto

Educacional Piracicabano (IEP)

Conselho Diretor do IEP

Paulo Borges Campos Júnior

(presidente); Márcio Rillo

(vice-presidente); Clóvis de

Oliveira Paradela (secretário);

Misael Lemos Silva (titular);

Vânia Aparecida Ferreira

Sakiyama (titular) e Leila

Machado Pereira (suplente)

Diretor Geral do IEP

Davi Ferreira Barros

CARTAS

CARTASA internet é um canal de comunicação dinâmico, portanto, a construção e o aprimoramento do portal Unimep são cons-tantes. Leia as principais mudanças ocorridas no último mês.

Hot site »Vestibular 2009Um site específico com detalhes sobre o Vesti-bular 2009 da Unimep. Nele é possível encontrar informações sobre datas das provas, gabaritos de vestibulares anteriores, documentos necessários para matrícula, cursos oferecidos, informações sobre a instituição, entre outras.

Vídeos »nas notíciasDurante a 6ª edição da Mostra Acadêmica foi ao ar o primeiro boletim da Unimep TV, também com o novo nome: Acontece Unimep. Desde então, além das fotos, algumas das notícias têm sido pu-blicadas com vídeos, todos produzidos pela equipe da Unimep TV.

PARTICIPE

Envie críticas, comentários ou sugestões sobre o con-teúdo geral ou específi co do Acontece Unimep.

Rodovia do Açúcar, km 156, Taquaral - 13400-911, 1º an-dar do prédio administrativo, no Departamento de Comuni-cação e Marketing da Unimep.

Email: [email protected]: 19 3124.1646

WEB CAMINOVAÇÃO TECNOLÓGICA

3AMBIENTEUNIMEP

Clareana no Estádio Azteca

Pirâmedes de Cholula

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Viva México! Apesar do pouco tempo que estou no México, já tenho

muitas coisas para contar tanto da minha experiência na Uni-versidade Madero, na cidade de Cholula, quanto dos lugares que conheci.

Fui recebida muito bem, pela faculdade e pelo povo da ci-dade. Todos são receptivos, educados e sei que já fi z amizades para a vida toda.

Os mexicanos são muito patriotas, pude ver isso no feria-do na Independência. O país se prepara durante um mês, com cores da bandeira por todos os lados. Talvez por esse motivo querem tanto que aprendamos sobre sua cultura, querem nos mostrar suas belezas e nos fazem experimentar os mais varia-dos pratos típicos. E eu confesso: são muito picantes! A pimen-ta pra eles é como o sal pra gente.

Posso dizer que estou tendo uma experiência excelente, profi ssional e pessoal, já que um intercambista “vai conforme a onda leva”, respeitando, conhecendo, descobrindo um pouco mais de si e também dando valor a seu país de origem.

Clareana Marrafon Lopes da Silva, 20, aluna do 6º semestre do curso de jornalismo e participante de intercâmbio

internacional na Universidade Madero, México.

motores, o consumo do combus-tível, o torque (carga) do motor e o controle de temperatura da água e do óleo.

A implantação contou tam-bém com a participação dos professores dos cursos de enge-nharia Marco Antônio de Faria e Antônio Garrido Gallego.

“O objetivo é proporcionar a funcionabilidade dos motores a combustão e coletar os dados específi cos aos assuntos abor-dados nas disciplinas”, afi rma Fernandes. Por meio dos equi-pamentos, os alunos aprendem conceitos básicos de manuten-ção mecânica, funcionabilidade interna dos motores, conside-rando os rendimentos térmicos, gases emitidos e balanço este-quiométrico, entre outros.

Inicialmente, o orçamento para o conserto dos equipamen-tos antigos tornou a ação inviável, mas a alternativa de instalação coordenada pelos próprios técni-cos signifi cou uma economia de 75%. “Uma automação realizada por um terceiro fi caria em R$ 19 mil e executada internamente não ultrapassou os R$ 4.000”, garante Fernandes.

O laboratório de térmica e fl uidos, localizado no bloco 2 do campus Santa Bárbara, ganhou nova roupagem. O espaço usado por cerca de 100 alunos dos cur-sos de engenharia química, enge-nharia industrial e engenharia de manutenção mecânica, ganhou um sistema de automação ele-trônico completo na área de mo-tores de combustão interna, por meio da substituição de todos os equipamentos eletromecânicos por componentes eletroeletrôni-cos, comandados por um softwa-re. O material foi desenvolvido pelos técnicos Adeilton Fernan-des e Frederico Demolin.

Os benefícios da mudança signifi caram maior ganho de precisão nos resultados das au-las práticas, funcionabilidade dos motores a combustão e cole-ta de dados específi cos. “Tínha-mos um controlador do dinamô-metro da marca Positron, que era obsoleto devido aos seus 40 anos de uso e apresentou proble-mas, impossibilitando as substi-tuições de suas peças, aliado ao

não mais atendimento pleno das necessidades do laboratório”, diz Fernandes. Segundo ele, o novo equipamento consiste em apenas um computador Pentium 4 com um software específi co chamado LabView, um tipo de software que controla e desen-volve o sistema operacional dos

Os técnicos Fernandes e Demolim entre alunos de engenharia

Alunos durante a aula prática no laboratório

4 SALADENOTÍCIAS

Representação ›Os reitores Davi Ferreira Barros, da

Unimep, e Márcio Rillo, da Faculdade de Engenharia Industrial, foram indica-dos para representar a Abruc (Associa-ção Brasileira das Universidades Comu-nitárias) como membros da comissão organizadora da Conferência Nacional da Educação−Conae. O evento será re-alizado em abril de 2010 e ocorrerá em Brasília. Ele será precedido de Confe-rências Municipais, Estaduais e do Dis-trito Federal, culminando com a Nacio-nal. Para organizar a iniciativa, em todos os seus momentos, o MEC constituiu a comissão organizadora mediante a por-taria normativa 10, composta por repre-sentantes de órgãos e entidades que atu-am direta ou indiretamente na Educação Básica, Profi ssional e Superior.

Exterior ›Pelo 5º ano consecutivo alunos do

curso de negócios internacionais da Uni-mep participam da Semana de Estudos no Exterior. Nesta edição, 24 estudantes e dois professores foram para o Canadá, com o objetivo de ampliar a experiên-cia cultural e acadêmica diferenciada na Université Laval, em Quebec, uma das mais antigas da América do Norte. O grupo fi cou nove dias participando de programação intensa, com palestras, vi-sitas a empresas e atividades culturais, conforme conta o coordenador do curso de Negócios Internacionais da Unimep, Cristiano Morini. As semanas de estu-dos no exterior constituem-se em verda-deiros laboratórios internacionais para o curso, realizadas sem imobilizar capital, de maneira auto-sustentada.

Artigo ›A funcionária Nilcéia Cristina dos

Santos teve artigo aprovado para a apre-sentação durante o Seminário em admi-nistração (Semead) da USP. O artigo de Nilcéia fi cou entre os 16 premiados.

Filosofia ›Entre os dias 10 e 14 de novembro

acontece no campus Taquaral da Unimep o 2º Ciclo de Estudos em Filosofi a: a Cultura Renascentista. A iniciativa é parte das comemorações dos 20 anos do curso de fi losofi a da Unimep. A organização é da professora Adriana Mariguela. Infor-mações no tel.: (19) 3124-1578.

Mestrado Administração ›A equipe do mestrado profissional

em administração da Unimep comemo-rou uma importante conquista: a pre-miação do trabalho, resultado da dis-sertação Um Estudo Sobre as Razões da Terceirização de Serviços em Empresas de Médio e Grande Porte, de autoria de Marcus Ferruzzi, durante o 11º Sim-pósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais Simpoi 2008. O material, orientado pelo professor Mário Saccomano, foi considerado pela Capes Qualis como nacional A e concorreu com outros 700 selecionados. Este ano o tema do even-to, promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi Cadeias de Supri-mento Sustentáveis: Pessoas, Planeta e Lucro.

Meio Ambiente ›O professor Paulo Jorge Moraes Figuei-

redo da Faculdade de Engenharia, Arquitetu-ra e Urbanismo proferiu a palestra de abertu-ra da Semana de Conscientização Ambiental, promovida pela Advocacia-Geral da União, em Brasília, juntamente com a senadora Ma-rina Silva, ex- ministra do Meio Ambiente. Figueiredo apresentou o cenário atual como de impasse socioambiental, marcado, por um lado, pelos graves problemas materializados e que se agravam a cada dia, e por outro, pela ausência de propostas efetivas para a supera-ção, ou mesmo para a minimização de suas infl uências. Ele também destacou a dinâmica dos ambientes fortemente alterados, como as metrópoles e os grandes aglomerados indus-triais e destacou a necessidade de um efetivo controle por parte da sociedade sobre os pro-cessos decisórios em temas que envolvem infl uências socioambientais e sobre a atua-ção do sistema de controle governamental.

Morini entre o grupo de alunos

Davi BarrosFoto

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5SALADENOTÍCIAS

Após a apresentação do universo acadêmico, com a identifi ca-ção dos diretores das faculdades e dos coordenadores de curso, o jornal Acontece Unimep traz nessa edição os gerentes que auxiliam na gestão administrativa da instituição. A proposta é fa-cilitar a comunicação entre alunos, professores e funcionários.

Eduardo Mota Henriques

Gerente do Departamentode Tecnologia e Informática

Jorge Vidigal da Cunha

Gerente do Departamentode Comunicação e Marketing

Juscelino RodriguesMonção Neto

Gerente do Departamentode Administração dos campi

Márcio Espírito Santo

Gerente do Departamentode Finanças e Controladoria

Moisés Lemes da Silveira

Gerente do Departamentode Recursos Humanos

UNIMEP ENTRE AS

MELHORES DO PAÍSVinte e dois cursos de graduação oferecidos nos campi Taquaral (Piracica-ba), Santa Bárbara d’Oeste e Lins da Unimep foram destaque no Guia do Es-tudante Melhores Univer-sidades 2008, da Editora Abril. Deste total sete ti-veram quatro estrelas e 15 fi caram com três.

Com quatro estrelas fo-ram ranqueados os cursos oferecidos em Piracicaba: administração, ciências con-tábeis, fi sioterapia, pedago-gia, publicidade e propagan-da, sistemas de informação e turismo. Foram reconhe-cidos com três estrelas, em Piracicaba, ciência da com-putação, direito, educação física, farmácia, fonoaudio-logia, jornalismo, nutrição, psicologia, rádio e TV; em Santa Bárbara, foram os cur-sos de arquitetura e urbanis-mo, engenharia de alimen-tos, engenharia de controle e automação, engenharia de produção. Já em Lins rece-beram três estrelas os cursos de direito e nutrição.

Está aberto o período de inscrição para o Vestibular 2009 da Unimep. Os interes-sados poderão se inscrever até o dia 2 de dezembro em cursos de graduação e de tecnologia oferecidos nos campi Taquaral

Vestibular 2009 e Centro (ambos em Piracicaba), Santa Bárbara d’Oeste e Lins. No total, a instituição possui mais de 40 opções de bacharela-do e licenciatura disponíveis nas faculdades de Comunicação, Di-reito, Gestão e Negócios, Odon-

tologia, Ciências Exatas e da Natureza, Ciências Humanas e Ciências da Saúde e Enge-nharia, Arquitetura e Urbanis-mo. Informações detalhadas no www.unimep.br/vestibular ou no (19) 3124-1601.

Aparecido Vieira, Jairo Silva e Osvair Justo

Aparecido Vieira, Osvair Justo, Rogério Cardoso e Marcos de Jesus

6 SINTONIZADO

ESPAÇO DOS

MOTORISTAS

Projeto VitraAinda com o objetivo de

possibilitar o bem-estar no ambiente de trabalho, o cur-so de psicologia da Unimep criou em 2004 o programa Vitra – Valorização da Vida no Trabalho e no Trânsito. De acordo com a professora do curso de psicologia Fer-nanda Aguillera, coordena-dora do programa, o tema

central do Vitra no 1º semes-tre desse ano foi saúde e qua-lidade de vida. Entre as ativi-dades realizadas estiveram a campanha de glicoteste e de aferição da pressão arterial, com a parceria do curso de farmácia da Unimep, bem como campeonatos de truco e sinuca, que buscam possi-bilitar a integração e incenti-var o lazer entre o grupo.

Para a professora, promover

Vanessa [email protected]

Rogério Cardoso, Valmir Barela, Nélio Trindade, Antonio Pereira, Jairo Silva, Osvair Justo, João Chicarelli, Aparecido Vieira

e Marcos Roberto de Jesus. O que esses homens têm em comum? Eles integram o time composto por cerca de 130 motoristas de ônibus e vans que diariamente fazem o transporte dos alunos da Unimep que estudam no campus

Taquaral. Para acomodar estes profi ssionais, que chegam a fi car em média cinco horas por dia na instituição, de segunda a sábado, esperando os alunos saírem das aulas, a Unimep tem a Casa do Motorista, criada em 1994. O es-

Rogério Cardoso, Osvair Justo e João Chicarelli

paço é localizado próximo ao es-tacionamento dos blocos 8 e 9.

Era terça-feira, 10h30 da ma-nhã, quando a equipe do Acontece Unimep visitou o espaço. Quando chegamos, o cheirinho de almo-ço. Rogério Cardoso, que trans-porta estudantes de Indaiatuba, é o “cozinheiro ofi cial”. Na sala, a mesa de sinuca à espera de uma partida. No entanto, a atenção do grupo é voltada à programação da televisão. “Aqui, pra nós é uma mordomia. Dá para fazer almo-ço, assistir aos programas de TV, descansar, jogar bilhar e também conversar. Formamos até um laço de amizade”, conta Cardoso, que é motorista há cinco anos e há um transporta alunos para a Unimep. “Nas outras faculdades, que não têm esse espaço, é muito ruim, porque temos que fi car esperando

um espaço de discussão sobre a educação e as responsabili-dades no trânsito é algo mui-to importante, pois muitos motoristas que atendem os estudantes da Unimep man-têm-se em atividade por lon-gos períodos. Já as atividades de lazer são imprescindíveis para a qualidade de vida dos motoristas, principalmente por conta do sedentarismo imposto a eles pela profi s-são”, avalia Fernanda.

na rua, cada um dentro do seu ve-ículo, e nem banheiro há por per-to”, destaca Cardoso.

Já João Chicarelli, motorista de van de Americana e que há seis anos viaja diariamente para a Unimep, conta que praticamente todos os dias, logo quando chega ao campus, faz uma caminhada de aproximadamente uma hora pela Fazendinha e depois fi ca na Casa do Motorista, onde pode conversar com os amigos que fez ao longo dos anos.

Segundo Juscelino Monção Neto, administrador do campus, a decisão de construir a casa foi tomada a partir da percepção de que os motoristas integram a co-munidade, são os responsáveis por transportar grande parte dos nossos alunos.

SINTONIZADO 7

GR

AM

ÁT

ICA

Em Bom Português

Dúvidas? Sempre!Despercebido ou desa-percebido?

Segundo a “velha” gra-mática, o adjetivo des-percebido signifi ca algo

que não foi notado, que não atraiu a atenção: O fato passou despercebido de toda a família. Já desapercebido tem um uso mais restrito e signi-fi ca desprevenido, desprovido, descuidado: desa-percebido de provas; desapercebido de dinheiro. Entretanto, há algum tempo, ambos os adjetivos têm sido utilizados, amplamente, pelos falantes da língua portuguesa como sinônimos. Em razão disso, é bem possível que o adjetivo desapercebi-do triunfe, e o outro seja esquecido.

Por uma questão de fi delidade à gramática tradi-cional, tenho procurado não utilizar um vocábulo pelo outro. Por outro lado, não considero errado utilizar ambos como sinônimos.

Conjugação do verbo adequar

Esse verbo é chamado de defectivo, pois não pos-sui conjugação completa. Só é empregado nas formas ditas arrizotônicas, em que o acento tô-nico incide fora da raiz, a qual, no caso do verbo adequar, é adequ-.

No presente do indicativo é conjugado somen-te na primeira e segunda pessoas do plural: nós adequamos e vós adequais (não tem as outras pessoas). Não possui conjugação no presente do subjuntivo e nem imperativo negativo, mas no imperativo afi rmativo: adequais vós. Os demais tempos (futuros e pretéritos) são conjugados nor-malmente. Assim sendo, as formas “eu adÉquo” ou “eu adeqÚo” não podem ser usadas.

As gramáticas e os dicionários, no entanto, não são unânimes em relação à conjugação desse verbo. Há controvérsias. Assim, parece mais pru-dente seguir a tradição e dar como incompleta a conjugação desse verbo.

Para suprir uma forma (conjugação) dada como inexistente, costuma-se recorrer a verbos sinônimos ou expressões equivalentes, por exemplo, ajustar, adaptar, apropriar para o verbo em questão.

Mirian de Fátima PollaGraduada em letras e funcionária da Unimep

Comentários, críticas e sugestões: [email protected]

Atualmente a rede de tele-fonia fi xa é largamente usada para trafegar dados com servi-ços como linha discada e ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line). Em locais onde os fi os da rede telefônica fi xa não chegam o uso de outras tecnologias se tornam fundamentais, obviamen-te sem o uso de fi os. E quando pensamos em rede sem fi o logo imaginamos WiFi, mas WiFi é apenas uma das possibilidades. Podemos utilizar rede sem fi o

por meio do celular. O uso da rede celular tem se tornado uma atraente opção. Serviços como o GPRS (General Packet Radio Service) é um serviço celular que permite o envio e recepção de informações (dados digitais) por meio da rede telefônica móvel, é o mais comum e existente em praticamente qualquer aparelho.

E dispomos também do EDGE (Enhanced Data rates for GSM Evolution) ou Enhanced GPRS (EGPRS), que está pre-

sente em toda rede celular mas não em todos os aparelhos. É uma tecnologia digital para te-lefonia celular que permite me-lhorar a transmissão de dados com confi abilidade aumentada. O EDGE é chamado de padrão 2,75G, pois é posterior ao GPRS e ainda não é considerada 3G. EDGE foi desenvolvida para capacitar a transmissão de uma grande quantidade de dados com taxas de velocidade de 384 kilo-bits por segundo.

NADA DE FIO

LançamentoJá o grande lançamento do

momento é a tecnologia 3G, que permite às operadoras de celu-lar oferecer a seus usuários uma ampla gama de serviços, além da voz e do acesso à internet, já que possui uma maior capacidade de transmissão de dados. Entre os serviços pode-se utilizar a te-lefonia por voz e a transmissão de dados a longas distâncias, vídeo-chamada, entre outros, e tudo em um ambiente móvel (celular). Normalmente são for-

necidos serviços com taxas de 1 a 10 megabits por segundo. Pra-ticamente na velocidade de redes WiFi (Wireless em LAN), porém através do celular. Para utilizar a internet a partir de um compu-tador pode-se utilizar o próprio celular conectado ao computa-dor (através de um cabo) ou um modem fornecido pela operado-ra de celular. Sem dúvida tornará o acesso à internet fácil, rápido e com preço acessível.

Outra tecnologia sem fi o que está chegando ao Brasil é cha-mada de WiMAX, e que será

usada por empresas para ligação de fi liais ou pontos de presença (fi liais, quiosques ou terminais de consulta). Principalmente de-vido ao fato de poder transmitir dados a até 50 km com veloci-dades de 75 megabits por segun-do. Com o WiMAX as empresas poderão disponibilizar o sinal de rede dentro das casas dos fun-cionários, permitindo que traba-lhem ou acessem a internet por meio da conexão da empresa.

Departamento de Tecnologia e Informática da Unimep (DTI)

CAPA

UM OLHARPARA O FUTURO

8

Paula Benevides, da COSAN, entre as funcionárias do RH

Angela Rodrigues [email protected]

Na era da tecnologia, o ensino a dis-tância tornou-se uma ferramenta capaz de transformar a vida de milhares de pessoas no segmento da educação. Plugada nessa tendência, desde julho passado a UNIMEP realiza o curso Capacitação e Requalifi ca-ção de Recursos Humanos em Novas Tec-nologias de Produção de Álcool, projeto piloto ministrado para 30 funcionários da sucroalcooleira COSAN S/A Indústria e Comércio – grupo com sede administrati-va em Piracicaba e que possui 18 unidades em todo o Estado de São Paulo.

A iniciativa pioneira, no município e região, é fruto da parceria entre a univer-sidade e a COSAN. A proposta dos par-ceiros é requalifi car a demanda crescente

de trabalho do mercado sucroalcooleiro e estudar cenários futuros para o setor.

Idealizado e coordenado pela pesquisa-dora Taís Lacerda, assessora da Pró-Reito-ria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da UNIMEP, o projeto foi viabilizado após aprovação do Conselho Nacional de De-senvolvimento Científi co e Tecnológico (CNPq). No curso, os alunos (superviso-res, encarregados e engenheiros do setor de produção industrial da COSAN) con-tam com o Ambiente Virtual de Aprendi-zagem (AVA) e o Modular Object Oriented Dynamic Learning Environment (Mood-le), gerenciado pelo Centro de Educação a Distância (Cead) da UNIMEP.

O Moodle é uma ferramenta virtual de apoio ao docente nas aulas presenciais e que disponibiliza plano de ensino, cronogramas, roteiros de aulas, material didático, vídeos e

imagens, além de promover atividades ex-traclasse como “chats” e fóruns de discus-são. O módulo presencial totaliza 300 horas de aulas aos funcionários das unidades de Piracicaba, Rafard, Capivari e Rio das Pe-dras e ocorrerá até março de 2009.

Ao fi nal de outubro, o mesmo conte-údo do curso será direcionado a outros 30 funcionários da companhia, por meio do módulo, com 240 horas de atividades a distância e outras 60 horas presenciais. Pela metodologia EaD, participarão pro-fi ssionais das regionais Araraquara e Jaú do grupo COSAN.

Em 2007, o órgão abriu um edital de seleção de propostas para apoio à fi xação e formação de recursos humanos em ati-vidades de pesquisa, desenvolvimento e inovação na cadeia produtiva de biocom-bustíveis (álcool e biodiesel).

ProgramaNo curso estão englobados temas

como a importância econômica da cana-de-açúcar no desenvolvimento social, a inovação do setor sucroalco-oleiro e também as etapas do proces-so de produção de álcool a partir de diferentes matérias-primas. “Por do-minarmos bem a produção de álcool a partir de cana-de-açúcar, o projeto enfatiza a produção de biocombustí-veis de segunda geração. Nele estão vinculados o conhecimento das eta-pas do processo de obtenção de ál-cool, o estudo e a caracterização de matérias-primas, o pré-tratamento, a hidrólise até a fermentação de insu-mos”, destaca Taís.

Integram o corpo docente do curso os professores da UNIMEP Taís Lacerda, Carlos Mariano, Val-mir Alcarde, Marilena Rosalen, Luciana Fleuri, Antonio Gallego e Rosane Piccoli; os pesquisadores colaboradores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP (Universidade de São Paulo), Antonio Baptista, Jor-ge Horii, Edgar Beauclair e ainda Alceu Arruda Filho, pesquisador científi co da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria da Agricul-tura e do Abastecimento do Estado de São Paulo.

CAPA 9

Parceria“As empresas têm que pensar

que o conhecimento do funcionário é tão importante como o produto que elas geram. Assim, devem investir permanentemente na qualifi cação”, salienta Taís. De acordo com Paula Benevides, gerente de desenvolvi-mento organizacional da Companhia e responsável pelo curso, a idéia foi aproximar a corporação do mundo acadêmico, pensando na capacita-ção, atualização e no próprio concei-to de formação de profi ssionais em novas tecnologias.

“É o primeiro curso de ensino a distância que a COSAN participa. Com ele reforçamos a possibilida-de dos municípios em que estamos presentes tornarem-se pólos do setor de bioenergia. Assim, formar profi s-sionais para esse mercado é garantir que o capital intelectual dessas áreas permaneça concentrado nessas cida-des, como já ocorre em Piracicaba”, aponta Paula.

Segundo a gerente, o curso per-mite ainda um contexto de projeção de cenários futuros, os quais a or-ganização pretende atingir, em fun-ção da estratégia de ampliação de mercado e de aumento de efi ciência operacional. Participou também da defi nição do conteúdo do curso Edu-ardo Calichman, gerente industrial regional da COSAN.

Um ajuste de mercado e a solidez do setor devem trazer grandes avanços so-cioeconômicos a Piracicaba. A projeção é de Edgar Beauclair, pesquisador cola-borador da Esalq/USP, responsável pela área de matérias-primas para produção de álcool (ênfase para a cana-de-açúcar). Se-gundo ele, que também é gestor do Pólo Nacional de Biocombustíveis, aperfeiçoar

o conhecimento desses profi ssionais trará a efi ciência da produção e resultará em benefícios diretos e indiretos. “Espera-se nos próximos anos o surgimento de novas tecnologias de produção mais adaptadas e acessíveis aos pequenos produtores, tanto em termos técnico-econômicos como am-bientais (cana crua) e sociais (manutenção das atividades e emprego)”, detalha.

Custo-benefícioInúmeras são as facilidades

advindas da aplicação do ensino a distância no ambiente corporativo. Dados atuais do Anuário Brasilei-ro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (AbraEaD) apontam a fl exibilidade do tempo do aluno como o principal benefício do mé-todo. Lucas Oliveira, assessor do Centro de Educação a Distância da UNIMEP, lembra que há muito mais. “A exemplo da agilidade e do alcance dos cursos aliados à re-dução de custos para as empresas, que não precisam gastar com hos-pedagem, deslocamento e alimen-tação de seus funcionários, além da fl exibilidade de espaço e da menor interferência na rotina de trabalho dos profi ssionais”, aponta ele.

Para Marilena Rosalen, coor-denadora do Centro de Educação a Distância da UNIMEP, o curso é um embrião para que outras ações na mesma linha sejam empreendi-das. Segundo ela, o ensino a distân-cia permite o desenvolvimento de competências e habilidades neces-sárias ao desempenho profi ssional no meio corporativo, principalmen-te por empresas que possuem várias fi liais espalhadas pelo país.Taís Lacerda e Lucas Oliveira, ambos da UNIMEP

Projeção

10 FOFOCANÃO!SÓFOCA

O HOMEM-COMPUTADOR

Vitor Rafael Calderan

Na universidade sempre buscamos oportunidades de aliar a teoria à prática de maneira menos simulada. Escrever para o Acontece foi um caminho interes-sante de experimentar boa parte daquilo que se espera do jornalista, estando ele em formação ou não.”

Claudia Assêncio

de Campos “Poder escrever para

diferentes veículos é sempre ter a chance de aprender. Por mais ou

menos experiência que tenhamos, conseguimos

agregar novidades: pauta, padrão editorial,

pesquisa, redação e prazo. A matéria para o Acontece foi mais uma chance de colocar isso

em prática”.

Henrique Inglez de Souza

Cláudia Assêncio de [email protected]

Henrique Inglez de [email protected].

Você conhece o Laggy? Quem circulou pela Unimep entre os meses de maio e junho passados deve se lembrar. Nessa época, era comum encontrar um sujeito vestido de preto e usan-do um monitor de computador na cabeça para esconder o rosto. Esse era Laggy, o homem-com-putador misterioso. Sua missão tinha um objetivo claro: conse-guir novos computadores para os laboratórios da Faculdade de Comunicação.

A idéia do personagem surgiu durante uma aula do 5° semestre de publicidade e propaganda (no-turno). “O Laggy tinha que ser lento e travar, como os compu-tadores que usávamos na facul-dade”, explica Vitor Rafael Cal-deran, de 23 anos. Era ele quem caminhava caracterizado pelos corredores, pelas salas de aula e pela Galeria Unimep. Quem es-tava por perto acabava entrando no clima da manifestação, sem-pre pacífi ca e descontraída.

Laggy usava métodos um tanto inusitados como forma de ação. Sem pedir licença, inter-rompia aulas e dava seu recado. Tudo numa boa e despertando muita curiosidade. “Queríamos desenvolver um personagem misterioso, que não sabe de onde veio, nem para onde vai e que só está em busca de memória”, com-pleta Calderan. A campanha tinha como público-alvo apenas alu-nos dos cursos de comunicação. Entretanto, acabou chamando a atenção de estudantes de outras faculdades, que freqüentavam os arredores da Galeria Unimep e núcleos de informática.

ResultadosO relativo sucesso da

iniciativa resultou em um abaixo-assinado e até em um site – www.sitedolaggy.webs.com –, no qual estão detalhes. Nesse endereço eletrônico é possível acessar alguns víde-os hilários, em que o persona-gem aparece mostrando seus dotes como dançarino. E olha que Laggy não se prende a um estilo apenas. Dança tan-

to a “Macarena”, do grupo Los Del Rio, quanto a coreografi a do “Créu”, do MC Créu.

Bom humor à parte, pouco mudou em termos concretos de-pois da campanha. Ou seja, os computadores dos laboratórios da Faculdade de Comunicação ainda continuam defasados. Talvez por essa razão Vitor Calderan não descarta uma volta de Laggy.

Como diz o velho jargão, a esperança é a última que morre. Portanto, resta esperar por me-

lhorias efetivas. Entretanto, que assim o façam contando com doses de paciência. A renovação pode acontecer de maneira tão lenta quanto La-ggy, o Homem-Computador Misterioso.

Cláudia Assêncio de Campos e Henrique Inglez de Souza

são alunos do 6º semestre do curso de jornalismo e foram

orientados pela professora Rosemary Bars.

Samanta Soave e Juliana Piazentin

11UNIMEP ESPECIAL

DOE VIDA

Saiba MaisDoença que se inicia na adoles-

cência e pode evoluir até os 40 anos em média, o ceratocone é predomi-nante em mulheres. É indolor, não infl amatório e acarreta distorção de imagens e embaçamento visual. Os sintomas são falta de foco nas ima-gens, principalmente no entardecer e à noite. Não há tratamento com medi-camentos para a doença. Os tratamen-tos são apenas clínicos e cirúrgicos.

Fonte:

Arrigo Rinaldi Filho, oftalmologista.

disciplina psicologia e educação especial, ministrada por Leila Almeida, docente do curso de psicologia, Samanta propôs aos co-legas a realização do projeto Doando Vida, que contou com a colaboração da estudante Juliana Piazentin.

Entre os objetivos, o estudo visava des-crever as condições dos pacientes; aumen-tar o nível de informação sobre a necessida-de da doação sensibilizar a comunidade. “O próximo passo será contatar a comunidade, porque acho que muita gente que não dis-põe de informação e tem medo da cirurgia. Queria dizer que apesar do risco de rejeição, vale a pena. O benefi cio da visão compensa tudo”, detalha a universitária.

A independência conquistada por Sa-manta é também almejada por Daniel

Cozer, 25 anos, aluno do 10º semestre de psicologia. Acometido pelo ceratocone no fi nal de 2006, perdeu parte da capacidade da visão do olho direito. Cozer pretende fazer o transplante tão logo termine a fa-culdade para não interromper os estágios.

Em NúmerosPiracicaba hoje pode se orgulhar

quando o assunto é doação de córneas. A afi rmação é de Fernando Komatsu, 35, vice-diretor clínico do Banco de Olhos de Piracicaba. Segundo ele, a entidade recebe 30 doações por mês e realiza, no mesmo período, uma média de dois transplantes. “É um número expressivo”, acrescenta. Para se ter uma idéia, em 2007, o número de doações foi de 95. Komatsu conta que o primeiro passo e também o mais impor-tante é alertar a família que deseja ser um doador, já que é ela quem autoriza a reti-rada dos órgãos.

A partir do consentimento, a capta-ção é feita por uma equipe especializada e a córnea passa por avaliação e exames médicos. Komastu diz, após a morte, que a validade do órgão é de quatro ho-ras. Conservado, pode ter validade de até dez dias. “A doação é uma chance única. É difícil descrever com palavras”, destaca Cozer.

“A doação é uma chance única.É difícil descrever com palavras”

Angela [email protected]

Atitudes simples como dirigir, arrumar-se e paquerar antes não faziam parte do cotidiano de Samanta Cristina Soave, 29, aluna do 8º semestre do curso de psicolo-gia da Unimep. Aos 15 anos, ela descobriu que tinha ceratocone – doença que modifi -ca a espessura da córnea para o formato de cone e causa distorção e embaçamento da visão (leia texto nesta página). Por causa do problema, Samanta perdeu a capacida-de de enxergar até permanecer com ape-nas 2% de visão no olho direito e 10% no esquerdo. Aos 19, já na universidade, ela recebeu o primeiro transplante de córnea e aos 22 o segundo em 2002. Hoje, recupe-rada, Samanta quer levantar a bandeira da importância da doação de órgãos, especi-fi camente a de córneas, e da disseminação de informações no ambiente universitário.

As cirurgias possibilitaram-na voltar a enxergar, e segundo ela, ter uma vida com muito mais cores. A luta empreendi-da para recuperar a visão serviu de mo-tivação para auxiliar os que enfrentam o mesmo problema. Desde então, Samanta trabalha na conscientização também nos ambientes onde circula, como comunida-de e entre amigos. A iniciativa integra o projeto Doando Vida, idealizado por ela.

Até passar pelo primeiro transplante, Samanta enfrentou vários preconceitos, já que as pessoas com as quais convivia acreditavam que era “frescura” da estu-dante, conforme conta ela. “Se fi quei com medo? Não, porque a minha vontade de enxergar era muito maior. Tinha certeza de que daria tudo certo”, relembra. Hoje considera-se mais independente, melho-rou as notas e arrumou um namorado. “O desempenho acadêmico e a vida social melhoraram bastante”, ressalta.

Sala de AulaRecuperada, o primeiro passo de Sa-

manta foi a inclusão do tema doação no ambiente acadêmico. Para a aprovação da

12 ATUALIDADE

MÚSICA: ENSINO OBRIGATÓRIO

Rodrigo de Barros, Milton Bortoletto Filho, Débora Letícia e Tatiana Navega

Mirian Miglioranza Diehlespecial para o Acontece Unimep

O ensino de música volta a ser obri-gatório nas escolas brasileiras após 37 anos de sua interrupção em 1971. A Lei 11.769, que determina a inclusão da mú-sica no currículo dos ensinos infantil, fundamental e médio, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Sil-va em 15 de agosto. As escolas terão o prazo de três anos para se adequar à no-vidade. No entanto, o artigo que exigia formação específi ca para os professores de música foi vetado por Lula.

A coordenadora do curso de licencia-tura em música – recém-implantado na instituição em janeiro passado – ofere-cido pela Unimep e Escola de Música de Piracicaba Maestro Ernst Mahle, a musicista Débora Letícia, acredita que seria impossível viabilizar este projeto exigindo a licenciatura, pois o país ainda não tem esses profi ssionais. “A própria prática vai disciplinar esta questão”, completa ela.

Mesmo com o veto do artigo, a lei está sendo muito bem vista entre os es-tudantes de música. Milton Bortoletto Filho aluno do 2º semestre da licencia-tura em música da Unimep, acredita que a lei dará mais estabilidade econômica aos músicos, uma vez que passarão a ser vistos realmente como profi ssionais. “O país só tem a ganhar com esse projeto”, revela outra aluna do curso Tatiana Na-vega. “A música sendo ensinada de uma maneira mais séria, que é o que nós to-dos pretendemos, pode agregar muito mais valor à arte do próprio país e das pessoas em geral em relação a adquirir cultura e conhecimento”, completa.

Rodrigo Fortunato de Barros pro-fessor de aulas particulares e aluno do 2º semestre da licenciatura em música, afi rma que até então a música não era tida, por alguns, como algo sério. “Este projeto dará outra motivação para quê os cursos de música possam se desenvolver e para que as pessoas possam procurar

História A disciplina de música já foi obriga-

tória nas escolas brasileiras entre os anos de 1932 e 1971, nos chamados anos de chumbo. Entrou no governo de Getú-lio Vargas e foi extinta no governo do militar General Emílio Médici. O com-positor e maestro Heitor Villa-Lobos (1887–1959) foi o idealizador do ensino de canto orfeônico nas escolas. Atraído por Vargas, criou um currículo amplo, de forte caráter nacionalista.

esta carreira. Hoje em dia, alguns che-gam e me perguntam: você faz o que? E a hora em que respondo que sou músi-co elas dizem, mas você trabalha onde? Daqui uns tempos vou poder dizer, sou professor de música de uma escola pú-blica”, ressalta.

MusicalidadeDe acordo com Débora Letícia, o povo

brasileiro é muito musical. “A população não tem música nas escolas há décadas,

mesmo assim continua com esta caracte-rística. A lei de estabelecer como obriga-tório o ensino da música nas escolas vem, digamos, organizar. As pessoas, em vez de simplesmente fazer música, vão ter um espaço maior, já que terão um professor que canalizará esses talentos e essas po-tencialidades”, diz.

Em sua opinião, a música deveria fazer parte da vida de todas as pessoas, porque é terapêutica e tem efeito organizador. “Ela faz tanto o soldado marchar para a guerra quanto o nenê dormir”, exemplifi ca.

13CULTURAÉOQUEHÁ

Música Faz Bem

Música na FavelaNa Estrada das Lágrimas, Heliópolis, zona sul de São Paulo, funciona um dos mais belos e vitoriosos projetos sociais, o do Instituto Baccarelli. Desenvolvido em 1996 pelo maestro Sílvio Bacca-relli, depois que um incêndio devastou a favela de Heliópolis, o projeto visava ajudar jovens que haviam perdido suas

casas, devolvendo-lhes a dignidade através da música. Inician-do com 36 crianças, que aprenderam a tocar violino, viola, violoncelo e contrabaixo, com todas as despesas pagas pelo maestro, o projeto cresceu com o apoio de bons patrocinadores e hoje atende a cerca de mil jovens.

O Instituto Baccarelli é uma associação civil sem fi ns lucrativos, que tem por objetivo a formação musical e artística de crianças e jovens em situação social de risco. Funciona na favela de He-liópolis, uma das maiores do Brasil, com 120 mil moradores.

Com a ajuda de outros maestros e excelentes professores de música, Sílvio Baccarelli ali desenvolve 4 áreas: Orquestra do Amanhã, onde as crianças iniciam o aprendizado do ins-trumento; Sinfônica de Heliópolis, de prática orquestral; Coral da Gente, com práticas de canto coral e expressão cênica; e Encantar na Escola, onde aulas de canto coral são ministradas em escolas públicas.

Funcionando numa antiga fábrica de sucos, Baccarelli acom-panha com orgulho a construção do novo prédio, que deve fi car pronto ainda este ano. Com 6 mil metros quadrados, terá 32 salas de aula e um teatro de 600 lugares, podendo vir a atender mais 1.200 menores.

O que mais impressiona no projeto é a qualidade do ensino e dos instrumentistas que ali estão se formando, tendo merecido elogios do maestro Zubin Mehta, que visitou o local e ministrou aulas. Esses jovens de Heliópolis provavelmente teriam suas vidas e talentos desperdiçados nas ruas do crime, mas foram salvos pela música. Com a oportunidade a eles apresentada, transformaram-se em bons instrumentistas, muitos já atuando como professores ou músicos em orquestras profi ssionais.

A música levou o riso à Estrada das Lágrimas.

Beatriz de Castro VictoriaDiretora da Escola de Música de Piracicaba Maestro

Ernst [email protected]

Ficha TécnicaAcessórios:

Fashion File

Cabelo e Maquiagem: Hair Company

Cabeleireiro

Local:Teatro Unimep

Modelo:Cristina Camargo Pretel, estudante do 6º semestre

de fi sioterapia

Toda Fashion

Vanessa [email protected]

Um grande aliado das mulhe-res na hora de criar um “look” di-ferenciado é o acessório, e dentre as tendências mais fortes para a coleção primavera-verão 2009 está o uso de enfeites no cabelo. Segundo Raquel Tápias Tamani, proprietária da loja Fashion File, da Galeria Unimep, estão em alta tanto as tiaras largas de acrílico quanto as mais fi ninhas de me-tal, que em geral trazem fl ores e detalhes em strass. Outro coringa

ACESSÓRIOS

da estação são as presilhas de flor em couro e crochê para o cabelo. “Agora, descombinar é que é chique”, conforme conta Raquel. O mandamento da es-tação é exagerar mesmo, com acessórios grandes e coloridos. Essa tendência vale para tudo: bolsas, óculos, colares, brincos e pulseiras. Quanto aos brincos, destaque para os de madeira. Já as mais badaladas dentre as pul-seiras são as coloridas e estampa-das de acrílico, couro ou tecido. E o mais importante: usar várias, todas juntas.

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14 CULTURA

Cinema Brasileiro na Telona

Um dos fi lmes mais comentados pela crítica na-cional durante esse ano, “Nossa vida não cabe num Opala” (2008), de Reinaldo Pinheiro, é uma produção que agrada os amantes do cinema brasileiro e com-provou sua qualidade no Festival de Recife, em maio, quando levou os prêmios de Melhor Filme, Melhor Atriz - para Maria Luíza Mendonça, Melhor Roteiro, Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Sonora. O longa pode ser visto gratuitamente de 20 a 25 de ou-tubro, de segunda a sexta-feira, às 9h, 15h e 19h30, e no sábado, às 9h e 14h, na sala Humberto Mauro, do Cine Unimep, no auditório verde, campus Taquaral. A produção é uma adaptação da peça teatral “Nossa vida não vale um Chevrolet”, de Mário Bortolotto, ganhador do Prêmio Shell de Melhor Texto em 2000. Com um enredo que mescla drama e humor, a história traz quatro irmãos que se desestruturam após a morte do pai trambiqueiro. Informações: (19) 3124-1707 ou www.cineunimep.com.br

Cine Estação Paulista

Com uma programação toda voltada para a glo-balização, o Cine Estação apresenta no dia 23, den-tro do ciclo “Globalização, Globalizações”, o fi lme francês “Nossos amigos do Banco” (1997), de Peter Chappell.Para encerrar, no dia 30 ocorre a apresen-tação de “O pesadelo de Darwin”(2004), de Hubert Sauper. As exibições são gratuitas e ocorrem no Cen-tro Cultural Antonio Pacheco Ferraz, na Estação da Paulista, todas às quintas-feiras, sempre às 9h, 16h e 20h. Informações: (19) 3402-7373, 3124-1707 ou www.cineunimep.com.br

ESTREPOLIAS DO

ANDAIME

Já no 4º Festival de Tea-tro de Limeira, realizado em setembro, “As Patacoadas de Cornélio Pires” recebeu qua-tro premiações. Ao grupo, que participou pela primeira vez com o espetáculo, foram concedidos os prêmios de me-lhor texto original para Luís Carlos Laranjeiras, a partir de pesquisa realizada pelo elen-co; melhor sonoplastia execu-tada por Domingos de Salvi Neto; melhor trilha sonora para Luís Carlos Laranjeiras e

2º melhor espetáculo.O grupo teve ainda in-

dicações para melhor ator coadjuvante (Charles Maria-no); melhor espetáculo do Júri Popular e melhor diretor (Luís Carlos Laranjeiras). O prêmio de melhor espetáculo do Festival fi cou com a peça “Lacareta que Cae”, do Gru-po Milongas do Rio de Janei-ro (RJ), e o 3º lugar fi cou com a peça “Anjo Negro”, da Cia Retalhos de Teatro de Santa Maria (RS).

O grupo de teatro da Uni-mep Andaime foi selecio-nado para participar do 36º Festival Nacional de Teatro que ocorre entre os dias 6 e 13 de novembro. A iniciativa é promovida pela universida-de Estadual de Ponta Grossa

por meio de sua Pró-Reito-ria de Extensão e Assuntos Culturais/Divisão de Assun-tos Culturais, no Paraná. Na ocasião o grupo apresentará a montagem “As Patacoadas de Cornélio Pires - Estrepolia Musical em Dois Atos e Uma

Chegança”. O espetáculo nas-ceu de olhares de artistas con-temporâneos sobre um autor atemporal, o folclorista Cor-nélio Pires (1884-1958).

Muito Mais

Cenas do espetáculo “ As Patacoadas de Cornélio Pires”

15

BAÚ UNIMEP

CULTURA

Os Mais, Mais...

Taquaral ›“Uma Breve História do Mundo”, Geoffrey Blainey; Editora Fundamento; 342 páginas.

Santa Bárbara ›d’Oeste “Heróis de Verdade”, Roberto Shinyashiki, Editora Gente; 166 páginas

› Lins“O Diário de um Mago”, Paulo Coelho; Editora Gold; 190 páginas.

Fonte: Bibliotecas Unimep

1º Gol de PeixinhoVocê sabe como nasceu a

expressão “gol de peixinho”, conhecido no futebol como o lance no qual o jogador marca um tento mergulhando de ca-beça, paralelo ao solo? O mé-todo se popularizou e ganhou fama a partir de 2 de outubro de 1960, data da inauguração do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, em São Paulo. A história está registra-da no acervo Rocha Netto, no Centro Cultural Martha Watts,

e é tema da série Baú de outubro.Há 48 anos o lance fi cou

conhecido por meio do jogador Arnaldo Poffo Garcia, 68. Ele foi o autor do único gol marcado no jogo inaugural do Morumbi durante o amistoso internacio-nal São Paulo Futebol Clube e Sporting de Lisboa. A partida histórica terminou com a vitória do tricolor por 1 a 0.

Conhecido como Peixinho, Garcia reside hoje em Piracicaba e é fi lho de Arnaldo Alves Garcia, jogador que recebeu o apelido de Peixe na época em que defendia o

CA Ipiranga de São Paulo. Pei-xinho, o fi lho, nasceu em São Paulo em 1940, e aos 16 anos já defendia o SPFC, onde fi cou até 1961. De 1961 a 71, Peixi-nho jogou nos clubes: Ferrovi-ária de Araraquara, Santos FC, Desportivo Itália da Venezuela e Toronto, no Canadá, entre outros, além de atuar como técnico do XV de Piracica-ba entre junho e setembro de 1978. Pelo Santos, Peixinho conquistou vários títulos e foi bicampeão em 1964 e 1965. Filho de Peixe, Peixinho

PROF. MADEIRA

LANÇALIVRO

O professor do curso de odontologia do campus Lins da Unimep, Miguel Carlos Madei-ra, lançou no último mês a obra “Sou Professor Universitário; e Agora? Publicado pela Editora Sarvier (São Paulo/168 páginas), um manual de primeira leitura e tem como proposta auxiliar professores das áreas da saúde, biológicas e exatas a sobreviver em meio às difi culdades que en-frentam em seu início de carrei-ra. Nele são encontradas, numa linguagem objetiva, idéias e su-gestões fundamentadas em sua longa experiência como profes-sor. Ao enfocar as tarefas do dia-a-dia, conta seus casos, dá reco-mendações práticas e utilitárias e narra os passos das técnicas de ensino que utiliza. Isso dá ao livro um caráter objetivo e práti-co, tal como prática é a tarefa do professor.

A publicação também está voltada aos que foram indica-dos ou selecionados para le-cionar em faculdades públicas ou privadas sem a formação pedagógica necessária. Os as-suntos foram divididos em três partes, sendo que a primeira refere-se a providências a se-rem tomadas no pré-ensino, ainda antes da primeira aula. A segunda parte correspon-de à atuação na sala de aula. A terceira constitui-se de ar-tigos isolados, sem um fio condutor, apenas como leitu-ras instigantes, como são dis-cursos complementares que costuram os textos e dão-lhe um acabamento. A obra está à venda na Editora Sarvier ([email protected]) e nos sites www.almed.com.br, www.livrariasaraiva.com.br e www.livrariacultura.com.br

16 OURODACASA

Acontece Unimep – Fale um pouco sobre a trajetória profi ssional.Helen Sacconi – Comecei a trabalhar em TV como apresentadora de um programa social na TV Beira Rio de Piracicaba em 1996. Assim que fi z o primeiro programa me apaixonei pela profi ssão. Do programa migrei para o Jornal Beira Rio e atuei como produtora, apresentadora, repórter e editora. Em 1998 tive a oportunidade de trabalhar como rádio escuta na EPTV de São Carlos, mas o então, gerente Paulo Brasileiro, me alertou que se quisesse seguir carreira teria que fazer a faculdade de jornalismo. Termi-nei publicidade em 1998 e no ano seguinte prestei jornalismo. Trabalhei em uma pro-dutora chamada Mix Regional e o jornal di-ário era exibido pela TVB, fi liada do SBT. Atuei também como produtora, editora, apresentadora e repórter.Em 2002, já formada em jornalismo, fui chamada para trabalhar como repórter na EPTV de São Carlos, fi liada da Rede Globo. Em 2004 a empresa me transfe-riu para Campinas, onde trabalho até hoje como repórter de rede para o jornaslimo geral e também repórter de meio ambien-te para o programa Terra da Gente.

Acontece– Fale sobre uma matéria ines-quecível. Por quê?Helen – São muitas, mas recentemente estive numa região isolada da Amazônia, onde fomos mostrar o trabalho das For-ças Armadas na defesa do Brasil. Estive-mos em São Gabriel da Cachoeira e em bases isoladas de Maturacá, onde vivem 22 etnias indígenas. Foi emocionante tes-temunhar os índios fardados num lugar onde não existe qualquer infra-estrutura. Conversar com brasileiros esquecidos pelo Estado (político), que sobrevivem com hábitos primitivos e lutam pela cul-tura local. Depois de estar lá, gostaria que todas as pessoas tivessem a oportunidade de conhecer melhor o nosso Brasil. A re-portagem foi ao ar pelo programa Terra da Gente no dia 27 de setembro.

Acontece - E qual lhe deu mais difi culda-de. Você gostou do resultado?Helen - Esta matéria do Exército que ci-tei acima foi muito difícil. Primeiro pelas condições climáticas que enfrentamos. A maior fl oresta tropical do planeta é muito quente e úmida. Suávamos muito. Além disso, o assunto me exigiu muita atenção para não fazer uma reportagem árida, ou seja, que não desperta atenção do públi-co. O assunto poderia se tornar ofi cial demais. Com a ajuda de toda a equipe, repórter cinematográfi co e editores, con-seguimos um bom resultado.

Acontece – Para ser um bom jornalista, inclusive de TV, o que é preciso ter? O que julga fundamental para o êxito na profi ssão? Dê algumas dicas para os es-tudantes e recém-formados.Helen - É preciso ter interesse por todos os assuntos. Ler sempre e de tudo. É preciso olhar as situações do dia-a-dia como no-tícias. É fundamental ser crítico e sensível para perceber nos detalhes o que desperta in-teresse em todas as pessoas. Esta profi ssão é apaixonante. Minha dica, antes de qualquer técnica, é gostar do que faz. Ao fazer com amor, o bom resultado é conseqüência.

mas fecha muitas pelo preconceito, prin-cipalmente no início. No entanto, com o tempo aprendemos a usar a feminilidade como instrumento de trabalho. Alguns assuntos são mais fáceis para as mulhe-res, e com domínio da técnica, tudo isso se torna detalhe.

Acontece - A rotina e os horários dos jornalistas, geralmente, não são tão co-muns. Como concilia a vida familiar com a profi ssional?Helen - Isso poderia ser um problema, mas com o tempo aprendemos a admi-nistrar. No dia-a-dia, nunca soube o que é feriado e trabalhamos também nos fi ns de semana. Os horários são indefi nidos. Um dia entro às 6h, outro às 17h, ou ain-da às 13h. Sem contar as matérias factu-ais, que não têm hora para acontecer. É comum passarmos a noite acompanhan-do uma notícia. Entre agosto e setem-bro, viajei 35 dias seguidos. Como va-mos a lugares afastados, muitos destes dias fi quei sem comunicação nenhuma. Daí o marido tem que entender. Tenho sorte, porque meu marido Marcelo en-tende minha opção e me dá força em todos os momentos. Meus pais também são uma bênção na minha vida. Sempre me apoiaram.

Acontece - O que lhe dá mais saudade dos anos que estudou na Unimep? Se lembra de alguma história engraçada?Helen - Tenho saudade das aulas de teoria de comunicação, comunicação comparada, dos teatros que fazíamos, dos jornais que montávamos, das aulas de fotografi a no laboratório e das aulas práticas de rádio. Lembro-me que numa delas tínhamos que fazer uma rádio no-vela e eu era responsável pelos sons. Numa das falas deveria reproduzir o som de tempestade. Pegamos um ven-tilador e tinha que passar um papel na hélice para simular a chuva. Para fi car mais real, tirei a tela de proteção, só que na euforia do momento, ao invés do papel, coloquei a mão inteira direto na hélice. Foi sangue para todo lado, mas o áudio fi cou perfeito.

Acontece - Como foi sua passagem pelos cursos da Unimep?Helen - Foi muito importante. Acredito que a faculdade é fundamental para nos dar uma base teórica da profi ssão. No dia-a-dia do repórter todas as discipli-nas se tornam úteis: fi losofi a, economia, gramática. Sem demagogia, em algum momento um entrevistado vai lhe fazer precisar delas.

Celiana Perina [email protected]

A agenda da jornalista piracicabana Helen Sacconi, 32, não permite roti-na. Fugindo à regra de algumas pro-fi ssões, ela não tem horários defi nidos para entrar na empresa, a EPTV Cam-pinas, emissora fi liada à Rede Globo. Ora tem que chegar às 6h, ora às 17h, ou ainda às 13h. Sem contar quando tem que fazer notícias factuais, que na linguagem jornalística, não têm hora para acontecer, como por exem-

Jornalismo: apaixonante

Acontece - Quais são os maiores desafi os e difi culdades enfrentados na prática?Helen - O maior desafi o é saber identifi -car o que é notícia. O que desperta a aten-ção da maioria.Fazer da nossa profi ssão um meio de prestação de serviço.

Acontece - Você acha que o fato de ser mulher e bonita, em alguma ocasião trou-xe difi culdade no andamento da sua roti-na de trabalho?Helen - Agradeço pelo “bonita”. Acho que isso ajuda a abrir algumas portas,

plo, cobrir um seqüestro. Para se ter uma idéia, entre os meses de agosto e setembro, a jornalista viajou 35 dias seguidos a trabalho. Mas para ela vale muito a pena, já que a profi ssão é apaixonante.Duplamente ex-aluna da Unimep, pois de 1995 a 2001 fez os cursos de publici-dade e propaganda e jornalismo, Helen é destaque desta edição da série Ouro da Casa, que tem como proposta descobrir a trajetória de ex-alunos da Unimep. Acompanhe trechos da entrevista.

Helen segura bichos-preguiças durante matéria realizada na Amazônia

Helen segura uma pirarara durante reportagem para o programa Terra da Gente