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OU SOBRE A EXPLORAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA INFANTIL

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Page 1: OU SOBRE A EXPLORAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA INFANTIL · 4 O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990), em seus artigos 60 a 69, especifica a proteção integral à criança

OU SOBREA EXPLORAÇÃO

DE MÃO-DE-OBRAINFANTIL

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A Constituição Federal de 1988 determina:• Art. 227 – É dever da família, da sociedade e doEstado assegurar à criança e ao adolescente, comabsoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, àalimentação, à educação, ao lazer, à profissionaliza-ção, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade eà convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discrimina-ção, exploração, violência, crueldade e opressão.

• Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos erurais, além de outros que visem à melhoria de suacondição social:

XXXIII – Proibição de trabalho noturno, perigosoou insalubre a menores de dezoito e de qualquertrabalho a menores de dezesseis anos, salvo nacondição de aprendiz, a partir de quatorze anos.

OBrasil tem uma legislação ampla sobre aproteção da criança e do adolescente e aproibição do trabalho infantil. Vamos conhecê-la?

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O Estatuto da Criança e do Adolescente(Lei nº 8.069/1990), em seus artigos 60 a 69, especifica aproteção integral à criança e ao adolescente no âmbito dotrabalho.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT – Decreto5.452/1943) - em seu Capitulo IV, Título III, dispõe sobreas possibilidades e condições de trabalho a pessoas comidade inferior a 18 anos.

O Decreto nº 6.481/2008 trata da proibição das pioresformas de trabalho infantil, constando como proibidas 93atividades para pessoas com idade inferior a 18 anos.

A Instrução Normativa nº 77/2009, da Secretaria deInspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho eEmprego dispõe sobre a atuação da inspeção do trabalhono combate ao trabalho infantil e na proteção dotrabalhador adolescente. A Inspeção do Trabalho tem porfunção fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista,dentre outras atribuições.

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Os adolescentes, na faixa etária entre16 e 18 anos, podem trabalhar, mascom restrições: o trabalho não pode sernoturno, perigoso, insalubre, penoso,realizado em locais prejudiciais à suaformação e ao seu desenvolvimentofísico, psíquico, moral e social, nemrealizado em horários e locais que nãopermitam a frequência à escola.

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Exceção: a partir dosquatorze anos, é permitidoo trabalho como aprendiz.

Aprendiz é o empregado com um

contrato de trabalho especial e c

om

direitos trabalhistas e previdenciá

rios

garantidos. Parte do seu tempo

de

trabalho é dedicada a um curso

de

aprendizagem profissional e out

ra

é dedicada a aprender e pratica

r

no local de trabalho aquilo que

foi ensinado nesse curso.

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Muitos países se uniram para defender os direitosda criança e do adolescente e para combater otrabalho infantil. Desta união resultaram

diversos acordos internacionais, algunsespecialmente importantes na defesa dosdireitos da infância com relaçãoao trabalho. No dia 20 denovembro de1959, aAssembléia Geraldas NaçõesUnidas aprovou a“Declaração dosDireitos daCriança”. Em1989, aAssembléia dasNações Unidasadotou a“Convençãosobre os Direitosda Criança” que,entre outrosassuntos,determinou aproteção dacriança contra aexploração econômica bemcomo contra a realização dequalquer trabalho que possa ser perigoso ou interferir emsua educação, ou que seja nocivo para sua saúde oupara seu desenvolvimento físico, mental, espiritual, moralou social. Afirmou, ainda, que os países devem definiruma idade mínima para admissão em empregos, bem

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como seus horários e condições. Essa Convenção foiratificada pelo Brasil em 1990. De grande importância

também é a Convenção 182 de 1999,da Organização Internacional doTrabalho (OIT) que foi ratificadaem 2000 pelo Brasil e dispôssobre a proibição das piores

formas detrabalhoinfantil,apontandoatividades cujarealização éproibida paracrianças commenos de 18anos de idade edeterminando aurgência na suaeliminação.E outra de igualrelevância é aConvenção 138 de

1973 da OIT, que foiratificada em 2002 peloBrasil e define a imposição

de uma idade mínima para oemprego ou trabalho levando em

consideração, dentre outros fatores, aescolaridade obrigatória e a proteção à saúde e àsegurança da criança. Essas convenções internacionaisderam origem a várias normas de proteção à criança eao adolescente nos diversos países que as ratificaram.”

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Crianças ainda não têm seus ossos e músculoscompletamente desenvolvidos. Correm maiorrisco de sofrer deformações dos ossos,cansaço muscular e prejuízos ao crescimentoe ao desenvolvimento, dependendodo ambiente e condições de trabalhoa que forem submetidas.

Crianças têm maior frequência cardíaca que osadultos para o mesmo esforço (o coração batemais rápido para bombear o sangue para o corpo)e, por isso, ficam mais cansadas do que eles, aindaque exercendo a mesma atividade.

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A ventilação pulmonar (entrada e saídade ar dos pulmões) é reduzida; por isso,crianças têm maior freqüência respiratória,o que provoca maior absorção de substânciastóxicas e maior desgaste do que nos adultos,podendo, inclusive, levar à morte.

A exposição das crianças às pressões domundo do trabalho pode provocar diversossintomas, como por exemplo, dores decabeça, insônias, tonteiras, irritabilidade,dificuldade de concentração e memorização,taquicardia e, conseqüentemente, baixorendimento escolar. Isso ocorre maisfacilmente nas crianças porque o seu sistemanervoso não está totalmente desenvolvido.Além disso, essas pressões podem causardiversos problemas psicológicos, tais comomedo, tristeza e insegurança.

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Crianças têm fígado, baço, rins,estômago e intestinos emdesenvolvimento, o que provocamaior contaminação pelaabsorção de substâncias tóxicas.

O corpo das crianças produz mais calorque o dos adultos quando submetidosa trabalhos pesados, o que pode causar,dentre outras coisas, desidrataçãoe maior cansaço.

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Crianças têm a pele menosdesenvolvida, sendo maisvulneráveis que os adultos aosefeitos dos agentes físicos,mecânicos, químicos e biológicos.

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O trabalho infantil provoca umatríplice exclusão: na infância,quando perde a oportunidadede brincar, estudare aprender; na idadeadulta, quando perdeoportunidadesde trabalho por faltade qualificaçãoprofissional; na velhice,pela conseqüente faltade condições dignasde sobrevivência.

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Crianças têm maior sensibilidade aos ruídosque os adultos, o que pode provocar perdasauditivas mais intensas e rápidas.

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Crianças possuem visãoperiférica menor que a do adulto,tendo menos percepção do queacontece ao seu redor. Além disso,os instrumentos de trabalho e osequipamentos de proteção nãoforam feitos para o tamanhode uma criança. Por tudo isso,ficam mais sujeitas a sofreracidentes de trabalho.

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É claro que toda criança deve ser ensinada sobre o que é dever e o que são obrigações.

É claro, também, que a criança pode ajudar pai e mãe em casa,

pode participar de alguns afazeresdomésticos, deve aprender a importância

do trabalho na vida e finalmente, pode brincar todo o tempo que quiser,

contanto que nada disso retire o tempo do estudo.

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Mas nenhum adulto tem o direito de usar em seu benefício nem no de suafamília qualquer vantagem que se possa

ganhar com o trabalho infantil.Sobrecarregar a criança com tarefas do lar,

como prioridade da sua atividade, é uma das piores formas de explorar

o trabalho de crianças, seja este trabalhopago ou não, seja ele para a própriafamília ou para outras pessoas.

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AAllgguummaass aaççõõeess ddoo ggoovveerrnnoo ffeeddeerraallO PETI – Programa de Erradicação do Trabalho

Infantil – é um programa instituído pelo governo brasileiro,voltado para crianças e adolescentes com idade inferior a16 anos em situação de trabalho. Constam do programaações de transferência condicionada de renda, bem comoações sócio-educativas e de convivência, manutenção dacriança na escola e articulação dos demais serviços darede de proteção básica e especial. Também constam doprograma ações de competência do Ministério do Trabalhoe Emprego, que você pode ver a seguir. O PETI tem suagestão integrada ao Programa Bolsa-Familia.

Ainda no âmbito do governo federal, o Ministériodo Trabalho e Emprego instituiu a Comissão Nacional deErradicação do Trabalho Infantil - CONAETI, comcomposição quadripartite e coordenada por este mesmoMinistério. Ela tem, como principal objetivo, a elaboraçãoe o monitoramento do Plano Nacional de Prevenção eErradicação do Trabalho Infantil e Proteção do TrabalhadorAdolescente. Outra atribuição da CONAETI é analisar eredefinir as atividades perigosas e insalubres para criançase adolescentes com menos de 18 anos de idade, o queresultou no Decreto nº 6.481/2008 que aprovou a Lista

das Piores Formas deTrabalho Infantil (Lista TIP).O Ministério do Trabalho

e Emprego tem

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ainda operações fiscais periódicas voltadas para os focosde trabalho infantil, bem como ações de rotina onde osauditores fiscais são envolvidos. Estas ações permitemrevelar e mapear estes focos. Além disso, o MTE promoveseminários com o objetivo de mobilizar, sensibilizar einformar a rede de proteção e demais interessados nocombate ao trabalho infantil em cada Estado.

O Ministério do Trabalho e Emprego disponibilizaainda, para a população em geral, o resultado eencaminhamentos destas ações fiscais no Sistema deInformações sobre Focos de Trabalho Infantil – o SITI, quepode ser acessado no site

Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente

A rede de proteção é composta por órgãos dosgovernos federal, estadual e municipal que têm relaçãocom o tema, além de representações dos trabalhadores,empregadores, sociedade civil, Conselho Tutelar, Conselhodos Direitos da Criança e do Adolescente, Ministério

Público e organismos internacionais. Para denunciar, contate o MTE na sua região,

representado, nosestados, pelasSuperintendênciasRegionais do Trabalho

e Emprego.

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Dilma Vana RousseffPresidenta da República

Carlos LupiMinistro do Trabalho e Emprego

Paulo Roberto dos Santos PintoSecretário-Executivo

Vera Lúcia Ribeiro de AlbuquerqueSecretária de Inspeção do Trabalho

CONHEÇA TAMBÉMA CARTILHAVIVA O TRABALHO!

Ministério doTrabalho e Emprego