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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Engenharia de Lorena CYNTHIA FERREIRA ALVES Otimização do sistema de alarmes em uma planta química utilizando conceitos de Lean e Six Sigma Lorena 2013

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Escola de Engenharia de Lorena

CYNTHIA FERREIRA ALVES

Otimização do sistema de alarmes em uma planta química

utilizando conceitos de Lean e Six Sigma

Lorena

2013

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CYNTHIA FERREIRA ALVES

Otimização do sistema de alarmes em uma planta química

utilizando conceitos de Lean e Six Sigma

Monografia apresentada como requisito parcial para a

conclusão de Graduação do Curso de Engenharia

Química.

Orientador: Prof. Dr. Félix Monteiro Pereira

Co-Orientadora: Eng. Msc. Daniela Revez dos Santos

Lorena

2013

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DEDICATÓRIA

À Zélia, João e Grazielly pela força e

paciência, e ao Guilherme pelo amor e

conforto.

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EPÍGRAFE

“O trabalho poupa-nos de três grandes

males: tédio, vício e necessidade.”

(Voltaire)

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AGRADECIMENTOS

À Deus pela oportunidade de viver a cada dia a experiência incrível da sua obra.

À minha família: minha mãe, Zélia, pelo amor, cuidados e pela confiança em mim

depositada, meu pai, João, que do seu jeito soube me ensinar o que é certo e me

deu condições de chegar até aqui e a minha irmã, Grazielly, pelo amor e

preocupação sempre. Amo vocês! Só vocês sabem o que foi chegar viva aqui.

Ao meu namorado, Guilherme, pela paciência, amor, carinho, amizade e toda a

preocupação com meu bem estar e com o nosso futuro. Obrigada por ser meu porto

seguro em todos os momentos e ter me ajudado tanto nessa reta final.

Aos meus amigos: Gislaine, Gleison, Renata, Jérika, Maristela, Karen, Regina,

Priscila, Francine, Criança, Karina, Elaine, Thiago, Helton, Caju, Fii, Mariana

Demarchi, David da van,Tiemi, Wojtyla, Karol, Thaís, Fernanda, Letuza, Leônidas,

Ane, Rosiane, Alex, Orlando e George, pela amizade na alegria e na tristeza, na

saúde e na doença. Aos que sempre entenderam as minhas ausências. “Só se tem

saudade do que é bom, se chorei de saudade não foi por fraqueza, foi porque amei.

E se eu amei, quem vai me condenar? Se eu chorei, quem vai me criticar? Só quem

não amou, quem não chorou; quem se esqueceu que é um ser humano; quem não

viveu, quem não sofreu, só quem já morreu... E se esqueceu de deitar”

A todos os meus amigos de estágio da Nestlé e Monsanto que me ensinam muito.

Em especial à Daniela que aceitou co-orientar esse trabalho. Obrigada pela

confiança, paciência e amizade desde o início, no qual foi fundamental para meu

aprendizado até aqui.

Ao meu orientador, professor Félix, por ter aceitado essa orientação e

principalmente pela paciência nos meus e-mails desesperados.

E por fim, a todos os meus professores (Escola Pedro Mazza, Colégio Olavo Bilac,

Colégio COC e EEL) e principalmente àqueles que souberam deixar sua marca

especial ao longo dos anos.

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RESUMO

Alves, C. F. Otimização do sistema de alarmes em uma planta química

utilizando conceitos de Lean e Six Sigma. 2013. 67 f. Projeto de Monografia

(Graduação) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo,

Lorena, 2013.

Gerenciamento de alarmes é uma ferramenta que é utilizada para gerenciar uma

das camadas de proteção de plantas industriais que são os alarmes. Estes além de

servirem para integridade física da planta também são uma forma de proteção ao

sistema produtivo, garantindo que uma produção seja executada dentro do

planejado. O sistema de gerenciamento consiste de um roteiro que o operador de

uma planta química segue quando alarmes são acionados durante o dia-a-dia.

Neste trabalho, foi estudada a otimização do sistema de alarmes de uma planta

química voltada à produção de herbicidas, e para tal otimização foram utilizados

conceitos de Lean e Six Sigma para garantir a qualidade dos resultados bem como

o looping de melhoria contínua previsto na metodologia DMAIC. Como principais

resultados desse trabalho foram: uma nova lista de alarmes coerente a situação

atual do processo da planta química envolvendo a definição de cada alarme, limites,

prioridades e ações a serem executadas pela operação, e a padronização na forma

de avaliação dos alarmes por meio de reuniões com os engenheiros de produção,

elétrica, mecânica e automação.

Palavras chave: Gerenciamento de alarmes, Lean, DMAIC e Six Sigma

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ABSTRACT

Alves, C. F. Optimization of the alarm system in a chemical plant using

concepts of Lean and Six Sigma. 2013. 67 f. Project of monograph

(Undergraduate) - School of Engineering of Lorena, University of São Paulo,

Lorena, 2013.

Alarm Management is a tool that is used to manage one of the layers of protection

in industrial plants that are alarms. These serve to physical integrity of the plant and

also it's a form of protection for the productive system, ensuring that the production

will be executed on schedule. The management system is a script that the operator

of a chemical plant follows when alarms are triggered during the day by day. In this

work, we studied the optimization of the alarm system in a plant dedicated for

production of chemical herbicides, for this propose some concepts of Lean and Six

Sigma used to ensure quality of results, as the continuous improvement loop

provided in DMAIC. As a results of this work were: a new alarm list coherent to the

current status of the plant's process will be created, involving setting limits, priorities

and actions to be performed by the operation and standardization in the evaluation

of alarms through meetings with manufacturing engineers, electrical, mechanical

and automation.

Keywords: Alarm Management, Lean, Six Sigma and DMAIC

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Requisitos para um alarme eficaz........................................................ 27

Tabela 2 - EEMUA 191 aceitabilidade de alarmes em operação normal. ............. 27

Tabela 3 - EEMUA 191 aceitabilidade de alarmes em parada de planta. ............. 28

Tabela 4 - Configuração para o alarme de temperatura do reator. ....................... 56

Tabela 5 - Configuração para o alarme de corrente elétrica da bomba de

transferência de matéria prima para o reator. ....................................................... 58

Tabela 6 - Configuração para o alarme do Indicador de emissão do produto C*

para atmosfera via Scrubber. ................................................................................ 61

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Camadas de proteção para evitar acidentes adaptado de BOLLINGER

et al (1996). ........................................................................................................... 16

Figura 2 - Sistema de Alarmes (ANSI/ISA–18.2–2009). .......... Erro! Indicador não

definido.

Figura 3 - Evolução do número de alarmes configurados por operador. Fonte:

The Alarm Management Handbook: A Comprehensive Guide (2006). ................. 21

Figura 4 - Etapas recomendadas pela EEMUA para gerenciamento dos alarmes.

Fonte: EEMUA (Engineering Equipment and Material Users Association) –

Publicação 191 (1999). ......................................................................................... 26

Figura 5 - Fluxo proposto para definir a necessidade do alarme. Fonte: EEMUA

(Engineering Equipment and Material Users Association) – Publicação 191 (1999).

.............................................................................................................................. 29

Figura 6 - Prioridade dos alarmes recomendada pela EEMUA. Fonte: EEMUA

(Engineering Equipment and Material Users Association) – Publicação 191 (1999).

.............................................................................................................................. 30

Figura 7 - Ciclo DMAIC detalhado. Fonte: WERKEMA (2004). ........................... 35

Figura 8 - Exemplo de um Diagrama de Ishikawa. Fonte:

http://gravadoralobenwein.com. ............................................................................ 37

Figura 9 - Exemplo de um Diagrama de Pareto. Fonte:

http://www.significados.com.br. ............................................................................. 38

Figura 10 - Esquema de uma arquitetura de Hardware de automação. Fonte:

SANTOS (2011). ................................................................................................... 43

Figura 11 - Fluxograma analítico para otimização dos alarmes proposto por

SANTOS (2011). ................................................................................................... 45

Figura 12 - Cronograma proposto para o projeto utilizando a filosofia DMAIC..... 46

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Figura 13 - Adaptação do fluxograma da Figura 11, dentro da metodologia

DMAIC. ................................................................................................................. 48

Figura 14 - Categoria de alarmes configurados no sistema. ................................ 49

Figura 15 - Pareto da incidência de alarmes do mês de abril por tipo de alarme. 49

Figura 16 - Categoria média do número de alarmes no período. ......................... 51

Figura 17 - Principais ocorrências de alarmes em Março/12. Fonte: Logmate®. 52

Figura 18 - Sipoc para o sistema de alarmes desta planta. ................................. 52

Figura 19 - Diagrama de Ishikawa para o número excessivo de alarmes dessa

planta. ................................................................................................................... 53

Figura 20 - Gráfico do ASPEN® do Indicador de temperatura do reator de um

período de 100 dias. ............................................................................................. 54

Figura 21 - Gráfico do ASPEN® do Indicador de temperatura do reator durante a

batelada. ............................................................................................................... 55

Figura 22 - Gráfico do ASPEN® da operação da bomba de transferência para

carga do reator. ..................................................................................................... 57

Figura 23 - Gráfico do ASPEN® da operação da bomba de transferência para

carga do reator. ..................................................................................................... 57

Figura 24 - Gráfico do ASPEN® do nível do Scrubber com o indicador de emissão

do produto C*. ....................................................................................................... 60

Figura 25 - Número de alterações realizadas....................................................... 61

Figura 26 - Fluxo para análise dos alarmes. ........................................................ 62

Figura 27 - Monitoramento semanal da incidência de alarmes na planta. ........... 63

Figura 28 - Monitoramento mensal da incidência de alarmes na planta. ............. 64

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 11

1.1. Motivação ................................................................................................. 11

1.2. Objetivo do trabalho ................................................................................. 12

1.3. Justificativa .............................................................................................. 12

2. REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................... 14

2.1. Alarmes .................................................................................................... 14

2.2. Sistema de alarmes ................................................................................. 18

2.3. Histórico ................................................................................................... 19

2.4. Fundamentos para um sistema de alarmes ............................................. 25

2.4.1. EEMUA .............................................................................................. 25

2.4.2. Alarm management handbook .......................................................... 30

2.5. OSHA ....................................................................................................... 32

2.6. HSE – Órgão executivo de saúde e segurança ....................................... 33

2.7. Seis Sigma ............................................................................................... 34

2.8. Lean Manufacturing ................................................................................. 38

2.8.1. Jidoka ................................................................................................ 40

3. METODOLOGIA ............................................................................................. 42

3.1. O processo escolhido............................................................................... 42

3.1.1. Detalhes da unidade fabril ................................................................. 42

3.1.2. Sistema de alarmes da unidade ........................................................ 44

3.2. Metodologia escolhida ............................................................................. 45

3.3. Cronograma proposto para o presente trabalho ...................................... 46

4. RESULTADOS ............................................................................................... 48

4.1. Definir ....................................................................................................... 48

4.2. Medir ........................................................................................................ 50

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4.3. Analisar .................................................................................................... 52

4.3.1. Análise do controle de temperatura do reator ................................... 53

4.3.2. Análise corrente de bomba de deslocamento positivo ...................... 56

4.3.3. Análise da emissão de partículas atmosféricas ................................. 59

4.4. Implementar ............................................................................................. 61

4.5. Controlar .................................................................................................. 62

5. CONCLUSÃO ................................................................................................. 65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 66

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1. INTRODUÇÃO

Diante da alta incidência de alarmes em uma planta química, foi detectada

a necessidade da implementação de uma metodologia para reduzir o número de

alarmes de processo desnecessários. Com isso, foi sugerido a implementação de

um projeto seis sigma, que viesse a alcançar esse objetivo com maior eficácia.

1.1. Motivação

A indústria química com o avançar na descoberta de novas tecnologias foi

aperfeiçoando suas plantas industriais com o objetivo de obter maior

aproveitamento de suas matérias-primas e maiores índices de produção. No início

da década de noventa, os investimentos na automatização das plantas por métodos

computacionais foram intensificados, trazendo inúmeras facilidades de operação e

elevando a qualidade dos produtos. Para chegar a tal cenário foram criados

alarmes que iriam auxiliar na operação de uma planta, pois estes teriam a função

de indicar situações que estavam fora controle operacional, como por exemplo, um

reator com nível acima do limite de segurança. Uma das consequências imediatas

deste processo de automatização foi o elevado número de alarmes gerados

(HOLLIFIELD-HABIBI, 2006). Foram criados alarmes que vão desde a indicação

de pressão fora do limite de controle de um reator como alarmes para identificação

de término de carga em uma centrífuga. Dessa forma, a grande quantidade diária

de alarmes dificulta a rápida identificação de problemas, aumentando os riscos na

operação na tomada de decisões o que pode acarretar perda de produção ou até

mesmo grandes acidentes industriais (THE ALARM MANAGEMENT HANDBOOK,

2006).

A explosão da refinaria da Texaco em Milford Haven, em julho de 1994,

mostra como um sistema de alarmes mal dimensionado causa um grande prejuízo.

Nesse episódio a principal causa foi a queda de um raio o qual atingiu a refinaria

da Texaco cinco horas antes da explosão, porém durante este período os

operadores não foram capazes de identificar a causa do problema. O sistema de

alarmes gerava uma nova ocorrência em média a cada dois segundos, tornando

impossível processá-las para identificar a causa raiz das ocorrências. A ineficiência

da planta da Texaco em priorizar os alarmes (87% dos alarmes possuíam alta

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prioridade) e as características da interface gráfica também contribuíram de forma

determinante para a ocorrência do episódio. O acidente poderia ser evitado se os

operadores desligassem a planta, porém o descrédito do sistema de alarmes

associado com a incapacidade de encontrar uma causa para as ocorrências de

alarmes impossibilitaram tal ação. O acidente em Milford Haven causou 48 milhões

de libras em danos causados pela explosão, além de multas e processos judiciais

envolvendo os 26 funcionários feridos durante esse acidente. Outros acidentes

também foram relatados tendo uma das possíveis causas o descrédito com relação

aos alarmes, como foi o caso do incidente nuclear em Three Mile Island e o incêndio

no túnel sob o canal da Mancha.

1.2. Objetivo do trabalho

Dentro deste panorama as atividades de um engenheiro químico na indústria

são gerenciar as atividades de uma planta química, utilizando de seus conceitos

teóricos para realizar otimizações no seu processo e resolver problemas técnicos

cotidianos. Portanto, um sistema de alarme eficiente acaba por ser um importante

indicador para o engenheiro na tomada de decisões. Assim, esse sistema acaba

por apresentar as condições do processo quando estes fogem da situação normal,

e assim direcionar o foco do trabalho do engenheiro químico em reatores,

evaporadores, centrífugas etc. Dessa forma, o presente trabalho visa otimizar um

sistema de alarmes em uma planta química que, por motivos de sigilo, não será

identificada.

Portanto, para a realização dessa atividade a fim de minimizar a

possibilidade de tais acidentes, torna-se necessário um plano com o objetivo de

planejar, implementar e controlar/manter o sistema de alarmes, utilizando a

mentalidade do Lean Manufacturing e Seis Sigma para ordenar a priorização dos

alarmes.

1.3. Justificativa

Devido aos elevados índices de alarmes nas unidades fabris, surgiu a

necessidade de melhorar o sistema de alarmes existente em uma das plantas de

uma indústria da região do Vale do Paraíba e com isso garantir que incidentes ou

limitações de produção possam ser detectados e corrigidos a tempo.

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Para alcançar este objetivo o presente trabalho irá fazer uso da metodologia

seis sigma e dos conceitos de Lean Manufacturing para assim realizar um plano de

gerenciamento de alarmes eficaz. A proposta é aplicar a metodologia proposta por

SANTOS (2011) e onde o gerenciamento de alarmes leve em consideração os itens

relevantes para segurança da unidade (intertravamento, variáveis críticas, variáveis

operacionais etc).

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2. REVISÃO DA LITERATURA

A revisão da literatura procurou esclarecer alguns conceitos sobre alarmes

de processo: o que são os alarmes, como eles funcionam e as normas vigentes

que visam auxiliar no processo de análise quantitativa e qualitativa do sistema de

gerenciamento. Os conceitos para projeto seis sigma e algumas ferramentas de

qualidade também foram abordados com intuito de relembrar os termos e tópicos

mais usuais.

2.1. Alarmes

Os alarmes são sinais emitidos de forma visual ou auditiva ao operador sob

a forma de uma mensagem e indica problemas que exijam maior atenção e, são

geralmente, iniciados quando alguma variável que está sendo monitorada sai fora

dos limites estabelecidos como seguros (ANSI/ISA, 2009).

Segundo BULLEMER (2008), anormalidade é um evento ou uma série de

eventos em um processo que venham a causar um desvio no estado de

normalidade de operação da planta. Esse evento pode causar redução na

produção, parada de planta e incidentes graves.

Um problema que é preciso esclarecer é a diferença entre uma notificação e

os alarmes. Diferente do que se acredita os alarmes não são notificações normais

do processo, as notificações são avisos que o processo gera, e têm a função de

informar o operador as situações típicas do processo e não exigem uma ação

imediata (ANSI/ISA, 2009).

Em determinados processos utiliza-se esse conceito o que causa um

elevado número de alarmes. Pois, se os alarmes são utilizados na função de

notificação de uma determinada operação, então itens críticos podem ser

confundidos com notificações e um número enorme de alarmes será gerado

desnecessariamente. O ideal é que se tenha um sistema de alarmes que esteja

visualmente separado das notificações a fim de melhorar a identificação.

Autores como, Donald Campbell Brown (1997); Bill Hollifield (2006) e

Douglas H. Rothenberg (2008) estabelecem que os alarmes devem ser seguidos

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por uma ação. Assim, os alarmes que não exigem atuação do operador são

dispensáveis. São exemplos de alarmes que não requerem ação operacional:

Sinais sem uma resposta definida para o operador;

Variável de processo ou alteração de status da planta que não requerem

atenção do operador;

Alertas de eventos que são demasiadamente rápidos para a ação do

operador;

Eventos que são registrados, mas o operador não precisa ver;

Sinais que confirmam a ação bem sucedida do operador;

Sinais que confirmam ou duplicam outro alarme (estes sinais podem ser

logicamente reprimidos conforme o apêndice 7 da EEMUA 191).

Embora estes sinais não sejam alarmes, é possível que o operador tenha

necessidade de visualizá-los, assim pode ser apresentado para o operador na

forma de uma lista de eventos ou de indicações de status com representações

gráficas, o que torna um dos principais problemas, o mal uso de alarmes é não

seguir essa definição (ANSI/ISA, 2009).

Os alarmes podem ser tanto na forma de sons, como representações visuais,

ou ao mesmo tempo em que é gerado o som, um aviso aparece na tela de

operação. O operador pode gerenciar os eventos reconhecendo o alarme ou

silenciando-o (ROTHENBERG, 2009).

Com o decorrer dos aperfeiçoamentos dos processos atuais e do nível de

gravidade dos acidentes da indústria química moderna, surgiu a necessidade de

um novo sistema de gerenciamento de risco de acidentes. BOLLINGER (1996)

desenvolveu um modelo representado por camadas de proteção, onde o risco é

minimizado gradativamente a cada camada de proteção. Os alarmes surgem como

uma das camadas de proteção, como mostra a Figura 1:

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Figura 1 - Camadas de proteção para evitar acidentes adaptado de BOLLINGER et al (1996).

O documento Center for Chemical Process Safety publicado em 2003, diz

sobre as camadas:

· Projeto do processo: é o momento onde é possível reduzir ou evitar riscos

inerentes ao processo que será implementado.

· Controle Básico do Processo, alarmes menos críticos e monitoramento

operacional: é a atuação direta do operador ou do engenheiro de

processo/produção. Em alguns casos são utilizados ferramentas de

automação (ex.: SCDC –Sistema digital de controle distribuído ou sistema

de controle principal) que auxiliam no acompanhamento das tendências dos

parâmetros do processo, que é uma forma de agir preventivamente quando

preciso.

· Os alarmes críticos, monitoramento operacional e intervenção manual:

é a última camada onde pode ser evitar o uma condição insegura sem que

ocorra perdas ao processo ou programação de produção. Alarmes críticos,

monitoramento operacional e intervenção devem estar interligados, para

quando essa camada for acionada haja a intervenção humana. É

fundamental para que essa barreira funcione que haja uma intervenção

humana no momento certo. Por isso, o número de alarmes deve ser o menor

possível. Contudo é necessário que os operadores estejam treinados e

habilitados a realizar o diagnóstico dos desvios e conhecerem as ações

corretivas, para resolver o problema em tempo hábil. Falhas no sistema de

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alarme ou erro humano são condições que permitem a evolução do desvio

em direção ao acidente.

· Intertravamento ou Safety instrumented system (SIS): é um sistema de

componentes eletricamente conectados que são instalados e tem a função

de detectar uma condição anormal e responder, travando todo o sistema que

ele está ligado sem intervenção humana, para prevenir ou reduzir o impacto

de um evento (BARROS, 2011). O interlock pode ser implantado no início do

projeto dentro do SCDC ou pode ser configurado separadamente,

dependendo da gravidade do evento que irá prevenir.

· Proteção física – dispositivos de alívio: são as válvulas de alívio de

caldeiras e vasos de pressão (PSVs e PSEs). Esta camada de proteção

somente deve ser acionada caso todas as outras camadas do sistema

tenham falhado de algum modo e assim é acionado para deter o desvio, visto

que, muitos casos de vazamento para atmosfera de produtos tóxicos e

inflamáveis têm o potencial de causar acidentes ambientais.

· Resposta de emergência na planta: é representada pelos planos e

organizações de combate a emergências, o que algumas empresas chamam

de brigadas e emergência que visam minimizar os impactos do acidente

através de ações internas à unidade. Toda planta industrial deve ter um

sistema de emergência com uma equipe treinada e todo o sistema de

comunicação bem estruturado para responder de forma ágil quando

acionado.

· Resposta de emergência na comunidade: é representada pelos planos e

organizações institucionais envolvendo remoção, atendimento e resgate

dentro da área de influência do acidente. Um exemplo é a RINEM - Rede

Integrada de Emergência - que reúne no Vale do Paraíba diversas equipes

táticas especializadas na resposta a emergências e são coordenadas pelo

corpo de bombeiros e contam com o apoio operacional das empresas

integrantes do sistema.

·

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2.2. Sistema de alarmes

De acordo com o ISA (International Society of Automation), os sistemas de

alarmes são um conjunto de equipamentos e softwares responsáveis pela geração

de informações úteis sobre ocorrências nas plantas industriais. Estes podem incluir

os Sistema de Controle de Processo Básico (BPCS) e os Sistemas Instrumentados

de Segurança (SIS). O Sistema de alarmes também inclui os “Log de Alarmes” e

os mecanismos para disponibilizar as informações ao operador via uma IHM

(Interface Homem-Máquina) ou via um painel de campo. Existem outras funções

que ficam enquadradas fora do sistema, mas que são extremamente importantes

como, por exemplo, um histórico de ocorrência e outros sistemas externos que

podem necessitar de dados dos alarmes. A Figura 2 representa um sistema desse

tipo de sistema.

Figura 2 - Sistema de Alarmes (ANSI/ISA–18.2–2009).

Nesse sistema utilizam-se técnicas de processamento digitais em oposição

ao analógico, além disso, é dotado de processadores e redes redundantes que

permitem a descentralização do processamento de dados e decisões, por meio do

uso de unidades remotas na planta. Os sinais dos equipamentos de campo são

processados de acordo com a estratégia programada. Essas informações de

processo são atualizadas em tempo real nas telas de operação das salas de

controle. O sistema oferece uma interface homem-máquina (IHM) que permite a

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comunicação com controladores lógicos programáveis (CLP), controladores PID

(proporcional integral derivativo) e gerenciamento de alarmes.

2.3. Histórico

Os alarmes pertencem a uma das camadas de segurança que uma planta

deve possuir, porém, ao se falar em segurança, necessariamente recorda-se dos

grandes desastres industriais que tiveram na história. Como o caso do incêndio da

fábrica de camisas Triangle, em Nova Iorque no ano de 1911, o qual foi o maior

desastre industrial dos Estados Unidos, causando a morte de mais de uma centena

de trabalhadoras. Este incêndio ocasionou a discussão a respeito de uma

legislação que requeria melhores padrões de segurança em fábricas (PUELO,

2004). Então, apesar de a literatura situar os alarmes no início da automação

industrial, na realidade o sistema de alarmes foi apenas uma conseqüência que se

viu necessária diante dos fatos que se seguiam desde a primeira revolução

industrial. Porém, é perceptível esse caminho tecnológico sendo trilhado a partir da

terceira revolução industrial.

Durante a terceira revolução industrial, que ocorreu logo após a segunda

guerra mundial, em 1945, houve a integração entre ciência e produção, assim ficou

conhecida como “revolução tecnocientífica”. Nesse momento as necessidades das

empresas de produzir com baixo custo e com mais flexibilidade, induziram os

processos produtivos a dependerem menos de mão-de-obra e mais de tecnologia,

o que, por consequência, acabou sendo determinante para o desenvolvimento do

controle de processos devido ao surgimento de instrumentos pneumáticos que

permitiam a comunicação de variáveis do processo. Com isso os controladores

foram reunidos em uma mesma sala, a sala de controle, diminuindo espaço entre

o trabalho e os operadores (DECICINO, 2013)

No começo dos anos 1960, a introdução da eletrônica analógica possibilitou

a simplificação na transmissão de informações. Nesse tipo de sistema os alarmes

encontravam-se reunidos em painéis, sua configuração era restrita, em virtude do

elevado custo para adicionar cada alarme. A ascensão da automação ocorreu nos

anos de 1970 e 1980 com a criação da instrumentação eletrônica digital. Em 1975

ocorreu a introdução do chamado Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD).

Esse sistema tem como função primordial automatizar operações de plantas

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20

industriais, de forma a permitir melhoria na produtividade, redução no custo de

produção, aumento na qualidade dos produtos, precisão das operações, segurança

operacional, entre outros (SANTOS, 2011).

Enquanto a automatização foi posta em prática e experimentada por

algumas empresas, em 10 de julho de 1976, na cidade de Seveso, na Itália, ocorreu

um acidente grave na indústria química ICMESA, no qual ocorreu um

superaquecimento do reator de dioxina (substancia altamente venenosa) e a

substância foi liberada no meio ambiente através de uma válvula defeituosa. A

fábrica não dispunha de sistema de advertência nem planos de alarme à população.

Portanto, a partir do acidente em Seveso, os países industrializados adotaram leis

e formas de controle mais severas para a indústria química (CETESB, 2012).

Outro acontecimento que pode ser citado foi o curto circuito na refinaria

Milford Haven da Texaco, em julho 1994. Embora a causa do incidente fosse

atribuída às falhas de gerenciamento de equipamento e dos sistemas de controle

durante o distúrbio da planta, foi verificado que, nas cinco horas que conduziram

ao acidente, alarmes ocorreram a uma taxa de um a cada dois ou três segundos.

Esta inundação de alarmes reduziu a eficácia de resposta do operador. Como

consequência, o alarme “derradeiro” foi aparentemente despercebido por uns 25

minutos, e então houve o rompimento de uma linha e em seguida uma explosão.

(BRANSBY et al, 2000).

Em 2006, Hollifield e Habibi publicam um artigo onde citam a necessidade

dos alarmes serem configurados sem limites. Dependendo do software utilizado,

diversos alarmes poderiam ser configurados, inclusive para uma mesma variável,

por exemplo, alarmes com nível alto, alto/alto e até alto/alto/alto. E ainda, a

possibilidade de configurar diversos alarmes adicionados a fatores como: o

aumento da complexidade das plantas, limites ambientais cada vez mais restritivos

e redução de operadores de painéis. Assim, ocorreu o aumento do número de

alarme a ser gerenciado por um único operador. (KOENE, 2000)

Porém, a estratégia das indústrias era de habilitar todos os alarmes

disponíveis, visto que não havia nenhum padrão definido e para assegurar a

segurança do seu processo. Dessa forma, o número de alarmes aumentou

exponencialmente em plantas industriais nas últimas décadas (Figura 3),

ultrapassando a capacidade humana de analisar cada um e agir adequadamente.

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21

Figura 3 - Evolução do número de alarmes configurados por operador.

Fonte: The Alarm Management Handbook: A Comprehensive Guide (2006).

Um trabalho interessante foi o realizado por H. Kragt e J. Bonten (1983) que

trata de um sistema de alarmes em painéis de uma indústria de fertilizantes. Apesar

de na época não existirem alarmes junto ao SDCD, este trabalho apresenta

resultados relevantes ao conceito de sistema de alarmes. O estudo foi dividido em

duas partes: a observação e a entrevista. Foram observadas 63 horas de operação

em todos os turnos e registrados os alarmes. Na segunda parte, foram

entrevistados individualmente os operadores para expressarem sobre os pontos

fracos e pontos fortes que perceberam no sistema de alarmes. Há algumas

particularidades nesse sistema de Kragt-Bonten: os autores dividiram os eventos

de processo em eventos esperados e eventos inesperados. Os eventos esperados

são resultantes de uma ação dos operadores como ajustes de parâmetros, ligar e

desligar 22 equipamentos etc., já os eventos inesperados não dependem da ação

do operador. Outra particularidade é que os alarmes são acionados quando saem

da condição normal e quando retornam a condição normal, de forma que,

reconhecimento do operador deve ocorrer em ambos os casos e o reconhecimento

desses alarmes pode ser feito individualmente ou por grupo de alarmes.

O resultado da primeira parte do trabalho mostrou que:

Apenas 7,5% de todos os alarmes tiveram ações dos operadores;

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42% dos sinais foram inesperados;

13% dos sinais necessitaram de ações urgentes por parte deles.

O resultado mostrou que nem todos os alarmes inesperados necessitaram

de ação por parte do operador, o que foi contrário às expectativas dos autores, as

quais diziam todos os alarmes inesperados precisariam de ação do operador. Em

números, aproximadamente 83% dos alarmes não precisaram de ação.

Já no resultado da segunda parte do trabalho, a entrevista, mostrou que os

operadores:

Achavam irritante o som dos alarmes sonoros;

Disseram que muitas vezes reconheceram rapidamente o alarme para se

livrar do sinal sonoro;

Complementaram dizendo que a irritação aconteceu pelo grande número

de alarmes que ocorriam ao mesmo tempo;

Declararam que o reconhecimento dos alarmes por meio de listas pode

fazer com que algum deles não seja visualizado, e assim, consideram

melhor que só houvesse o reconhecimento individual de cada alarme,

para que obriguem a verificar o que está sendo acionado.

Outro trabalho interessante foi realizado por YAMASHITA et al (1997), os

quais implantaram um sistema de alarmes que observa o status dos equipamentos.

Foram definidos alarmes por subgrupos, o que significa que o acionamento de um

alarme é definido pelo estado de um ou mais equipamentos dentro do subgrupo.

Este modo de implantação reduz o número de acionamentos de alarmes, porém

dificulta o rastreio da causa raiz responsável pelo alarme do subgrupo, assim como

observado no trabalho de H. Kragt e J. Bonten (1983). Por fim, concluíram que o

sistema foi efetivo e operou adequadamente.

EEMUA (Engineering, Equipment and Material Users Association) publicou

em 1999, um documento que dita regras para o gerenciamento de alarmes,

publicação denominada 191. Um dos conceitos a destacar neste documento é o

que define alguns valores, sendo um deles o número de alarmes operados por

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operador num determinado intervalo de tempo, cujo valor ideal é de um alarme a

cada 10 minutos por operador.

A Empresa Air Products, em 2002, fez um levantamento e apresentou um

número muito grande de alarmes que estava sendo gerado para os operadores

desde sua instalação em 1989. Em 2003 a empresa resolveu aperfeiçoar o sistema

de alarmes utilizando um software para o gerenciamento deles, o software tem

como função a: identificação de problemas nos alarmes, geração de gráficos de

barras dos que mais eram acionados, o que facilitou o trabalho de visualização do

que deve ser tratado. Nos primeiros dois meses de projeto, a empresa já contou

com uma redução de 8:1 no número de alarmes. (DIAMOND et al, 2002)

Em 2003 a ISA (International Society of Automation) montou um comitê

(SP18) para criar um roteiro para auxiliar os engenheiros, organizações e

fornecedores na aplicação do sistema de alarmes. Como premissa, o artigo cita

como problema mais frequente os alarmes incômodos, citado como nuisances,

alarmes que são acionados quando nenhuma condição anormal existe ou quando

nenhuma ação do operador é necessária. Outro alarme frequente são os que ficam

ativos por um longo período, devido a falta de agilidade para resolver a causa, como

por exemplo, problemas de instrumentos. O problema citado como mais perigoso é

a enxurrada de alarmes, os flood, geralmente associada a um único evento que

gera uma cadeia de alarmes e torna difícil para o operador identificar a causa raiz.

Este fato gera atraso na execução da ação correta para solução do evento.

Um artigo publicado em 2004 por Dal Vernon C. Reising, Joshua L. Downs

e Danni Bayn, onde foi realizado um estudo sobre o desempenho humano no

reconhecimento de alarmes e comparado com proposto pela EEMUA e o resultado

obtido foi que o ser humano treinado no serviço é capaz de identificar mais alarmes

do que o estabelecido pelo EEMUA, porém citam que é mais conservador seguir

os limites proposto pelo EEMUA na operação normal quanto a desvios do processo.

Em outro artigo, em 2005, Michael Marvan escreveu sobre a atenção que

deve se ter em alguns itens no trabalho de gerenciamento. No entanto, o que mais

chama a atenção no artigo é a reflexão que dentre as principais falhas no

gerenciamento está a falta de acompanhamento do número de alarmes. E sugere

que as empresas tenham uma forma de coleta desses números e que todas as

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pessoas envolvidas tenham acesso para a consulta. Outra ação seria implantar

uma meta para o número de alarmes acionados por unidade.

O The Alarm Management Handbook foi publicado em 2006, onde destaca

sete passos para o sucesso na implantação de um sistema de alarmes:

Passo 1: Criar e adotar uma filosofia de alarme;

Passo 2: Benchmarking de desempenho de alarme;

Passo 3: "Bad ator" resolução de alarme;

Passo 4: Documentação de alarme e racionalização (D & R);

Passo 5: Sistema de alarme de auditoria e fiscalização;

Passo 6: Gestão de alarmes em tempo real;

Passo 7: Controle e manter o desempenho do sistema de alarme;

Outro livro foi lançado em 2008 sobre o assunto, Alarm management for

process control, de Douglas H. Rothenberg onde o autor descreve sobre o

beneficiamento de um bom sistema de alarmes destacando:

A. CUSTO DE MANUTENÇÃO: O gerenciamento de alarmes possibilita a

redução dos custos com manutenção. Quando ocorre um problema o

operador consegue identificá-lo mais cedo, assim, a sua solução é

realizada logo no início, dessa forma, o equipamento não é submetido à

grande esforço para retornar a condição normal. Um exemplo desse

custo foi a pesquisa realizada nas indústrias petroquímicas dos Estados

Unidos em 1998 pela Abnormal Situation Management que estimou cerca

de US$ 20 bilhões eram gastos por ano devido ao gerenciamento

ineficiente de situações de distúrbio (BRANSBY et al, 1998).

B. EXPERIÊNCIA DA OPERAÇÃO: O conhecimento/experiência dos

operadores muitas vezes encontra-se relatada apenas em suas mentes,

não existe um registro. Um dos itens que deve ser feito é criar um sistema

de registro das situações, onde os operadores possam identificar

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situações anormais com auxílio dos alarmes e registrar as ações

adotadas pelos operadores.

C. TROCA DE TURNO: A troca de turno é uma atividade cotidiana de uma

planta industrial e é crucial para uniformidade de operação da unidade.

Durante a troca de turno há a oportunidade dos operadores que chegam

para o trabalho se situarem sobre acontecimentos como: o andamento

do processo, das atividades operacionais e sobre os equipamentos que

foram críticos no turno anterior. Um sistema eficiente de alarmes pode

auxiliar muito a passagem de turno, visto que os operadores podem

ressaltar os alarmes que mais ativaram no turno, alarmes que foram

desabilitados, alarmes que estão fora da operação normal etc, o que irá

acabar resumindo as ocorrências mais importantes naquele período.

Propostas de aplicação de lógicas avançadas para controle de alarmes foi

tema de um artigo publicado em 2009. Nesse artigo descreve um protótipo para

priorização dos alarmes em uma refinaria de óleo utilizando a lógica fuzzy. A

proposta da lógica é realizar uma avaliação das tendências do processo e

automaticamente determinar o valor do alarme (FOONG et al, 2009). O problema

nesse tipo lógica é que não avalia cenários de produção que a empresa possa estar

trabalhando.

Em 2011, começaram a surgir os primeiros trabalhos que envolviam as

teorias de seis sigma para o gerenciamento dos alarmes. No artigo de Vidigal

(2010) para o congresso da ABM, sugere um gerenciamento de alarmes a partir da

estrutura elétrica e automação existente na planta. O foco do trabalho foi resolver

consertar a lógica ou estrutura elétrica dos alarmes nos instrumentos.

2.4. Fundamentos para um sistema de alarmes

2.4.1. EEMUA

A EEMUA é uma associação de engenharia que nasceu pela união de duas

industrias: a Engineering Equipment Users Association (EEUA – 1950) e a Oil

Companies Materials Association (OCMA – 1950).

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Em 1999, EEMUA publicou o guia para o gerenciamento de alarmes

denominado publicação 191. O gerenciamento de alarmes, de acordo com a

publicação 191 do EEMUA, deve seguir as etapas contidas na Figura 4:

Figura 4 - Etapas recomendadas pela EEMUA para gerenciamento dos alarmes.

Fonte: EEMUA (Engineering Equipment and Material Users Association) – Publicação 191 (1999).

O Texto também trata dos requisitos para o sistema de alarme eficaz

(Quadro 1):

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Quadro 1 - Requisitos para um alarme eficaz.

Taxa média de alarmes em

operações normais

Aceitabilidade

Relevante e focado Atentar aos problemas realmente

importantes e deve ter o limite correto.

Diagnóstico Indicar o problema que está ocorrendo.

Único Não pode ser duplicado.

Preciso Deve ocorrer no tempo certo. Nem antes de

precisar de uma resposta nem tarde

demais.

Entendível Mensagem fácil e simples para rápida

compreensão do problema.

Indicativo Indicar ação necessária.

Fonte: EEMUA (Engineering Equipment and Material Users Association) – Publicação 191 (1999).

O Quadro 2 indica o nível de aceitabilidade dos alarmes durante operações

normais.

Quadro 2 - EEMUA 191 aceitabilidade de alarmes em operação normal.

Taxa média de alarmes em

operações normais

Aceitabilidade

Mais que um alarme por minuto Próximo ao inaceitável

Um alarme a cada 2 minutos Acima do necessário

Um alarme a cada 5 minutos Gerenciável

Um alarme a cada 10 minutos Aceitável

Fonte: EEMUA (Engineering Equipment and Material Users Association) – Publicação 191 (1999).

No caso de parada de planta, o nível de aceitabilidade é alterado, conforme

Quadro 3:

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Quadro 3 - EEMUA 191 aceitabilidade de alarmes em parada de planta.

Número de alarmes acionados a

cada 10 minutos seguido de uma

parada de planta

Aceitabilidade

Mais que 100 Excesso de alarmes: Alta

probabilidade de o operador ignorá-

los

Entre 20 e 100 Quantidade de alarmes difícil de ser

Gerenciado pelo operador

Menos que 10 Gerenciável pelo operador, contanto

que a ação exigida não seja

complexa

Fonte: EEMUA (Engineering Equipment and Material Users Association) – Publicação 191 (1999).

Um dos itens muito importante desse documento da EEMUA diz que: pede-

se que os alarmes que tenham uma ação associada. A ação pode ser dividida em

duas partes: ações primárias e ações secundárias. As ações primárias são aquelas

que alteram algo físico na planta, o que inclui parar algo, partir ou alterar o status.

Geralmente, o controle é colocado em manual e o operador inicia o comando.

Ações secundárias são aquelas que não atuam diretamente na planta, tais como,

comunicar pessoas, acionar equipe de manutenção, programar manutenção. A

EEMUA sugere o fluxo, detalhado na Figura 5, para definir quando o alarme deve

ser alterado ou eliminado:

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Figura 5 - Fluxo proposto para definir a necessidade do alarme.

Fonte: EEMUA (Engineering Equipment and Material Users Association) – Publicação 191 (1999).

Em relação à prioridade, a EEMUA recomenda que os alarmes sejam

distribuídos em: 80% baixa prioridade; 15% média prioridade e 5% alta prioridade,

conforme Figura 6:

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Figura 6 - Prioridade dos alarmes recomendada pela EEMUA.

Fonte: EEMUA (Engineering Equipment and Material Users Association) – Publicação 191 (1999).

2.4.2. Alarm management handbook

Em 2006, Hollifield e Habibi, autores do livro Alarm Management Handbook,

descreveram sete passos para implantar um efetivo sistema de gerenciamento de

alarmes:

Criar uma filosofia;

Coletar dados e analisar o sistema;

Melhorar o desempenho dos alarmes que mais atuam, denominados bad

actors;

Realizar a racionalização e documentação dos alarmes;

Realizar auditorias periódicas;

Implantar gerenciamento de alarme em tempo real;

Controlar e manter o sistema eficaz.

Os três primeiros são extremamente necessários para melhoria dos alarmes

e já trazem uma redução significativa na atuação dos alarmes. A utilização dos

últimos quatro passos irá depender da necessidade da empresa em relação ao

número de alarmes a serem reduzidos e disponibilidade de investimento.

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Porém, o handbook ressalta a importância de verificar alguns pontos do

processo, pois estes interferem na análise do sistema de alarmes. São eles:

Tipo de sistema (batelada ou contínuo;

Estado de operação (estável, partida, parada ou transição);

Complexidade do processo;

Tipo de material;

Os processos em batelada oferecem maiores desafios para gerenciamento

de situações anormais, já que são mais instáveis do que os processos contínuos

mesmo sob condições normais. Nele existem diversas etapas, e o valor das

variáveis de processo vão se alterando ao passar das fases, logo o critério de falha

também se altera. Além disso, os equipamentos devem passam por fases de

partida e parada constantemente, o que influencia para que seu funcionamento não

seja estável (SANTOS, 2011).

Nos processos contínuos, na maior parte do tempo, o estado permanece

estável. A maior ocorrência de problemas ocorre durante transição de um estado

de operação para outro, ou seja, quando há mudança em propriedades da matéria-

prima, mudanças de equipamentos, alteração na taxa de produção ou alteração do

modo de operação de operador para operador. Logo estas alterações devem ser

evitadas. Na parada de planta, a probabilidade de ocorrência de situações anormais

aumenta. Pois as condições do processo extrapola o limite normal e aumenta a

atuação de alarmes, o operador que não está acostumado com estas condições e

pode tomar uma ação incorreta. Especialmente quando a partida envolve troca de

equipamentos onde situações inesperadas podem ocorrer (SANTOS, 2011).

O tipo de material no processo é, também, um item importante. Entende-se

por materiais o estado físico do produto. As conseqüências de situações anormais

em um processo químico e as ações a serem tomadas dependem de como está a

matéria-prima ou produto (sólido, líquido ou gasoso) e depende da natureza dos

produtos que estão sendo processado: produtos perigosos ou não perigosos;

inflamáveis ou não inflamáveis. Por isso é importante conhecer ter a FISPQ (Ficha

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de Informações de Segurança de Produto Químico) que contém informações

importantes sobre o produto químico que se está manuseando (SANTOS, 2011).

A complexidade do processo é influenciado por diversos fatores, sendo um

deles a experiência das pessoas. Quando se inicia o funcionamento de uma nova

instalação, a complexidade desta será maior do que a de uma instalação igual que

já esteja em operação por um tempo (SANTOS, 2011).

2.5. OSHA

A OSHA (Occupational Safety and Health Administration) é o órgão

responsável por definir regras à segurança de trabalho dos Estados Unidos. Dentro

da segurança do trabalho tem-se a a segurança de processo, que visa garantir um

vazamento de produtos químicos perigosos com potencial de causar um incidente

catastrófico seja evitado. E evitar que pessoas e o ambiente esteja expostos a

essas circunstâncias (SANTOS, 2011).

Todo sistema de segurança de processo efetivo passou por uma Análise de

Risco de Processo (ARP – ou em inglês PHA, process hazard analysis) o qual

acontece uma análise sistemática para avaliação de todo processo. O objetivo

dessa análise é verificar os pontos que são ou podem ser riscos e precisam ser

eliminados ou minimizados. Esses riscos podem ser: explosões, fogo, vazamento

de produtos tóxicos ou inflamáveis. A ARP foca em equipamentos, instrumentos,

instalações, ações humanas (rotineiras ou não rotineiras) e fatores externos que

possam impactar no processo (SANTOS, 2011).

A segurança de processos industriais é provida de barreiras independentes

que trabalham juntas para manter os níveis de segurança e assim garantir que

eventos anormais sejam evitados. Os alarmes de processo constituem em uma das

barreiras de proteção que auxiliam a reduzir a probabilidade de um evento,

conforme ilustrado anteriormente pela Figura 1 (SANTOS, 2011).

A OSHA possui um requisito referente aos alarmes (CFR-29, regulamento

1910.119, Gerenciamento de segurança de processo para químicos de alta

periculosidade, 1996) que está relacionado à acuracidade da documentação dos

alarmes críticos, treinamento aos operadores para entendimento dos alarmes e

conhecimento da ação requerida em cada caso. O regulamento exige que os

alarmes sejam documentados e as seguintes informações estejam disponíveis para

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os operadores: limites de operação, conseqüência dos desvios e passos

necessários para corrigir ou evitar um desvio (SANTOS, 2011).

2.6. HSE – Órgão executivo de saúde e segurança

O Órgão Executivo de Saúde e Segurança é uma organização

governamental responsável pelo fomento, regulação e aplicação da saúde,

segurança e bem-estar no local de trabalho, e para a investigação sobre os riscos

ocupacionais, na Inglaterra, País de Gales e Escócia (HSE, 1999).

Três de suas publicações tratam mais especificamente do gerenciamento de

alarmes e dos fatores humanos envolvidos. São elas: (WILKINSON et al, 2002)

Better Alarm handling – a practical application of human factors: são

fornecidos exemplos e conselhos práticos e define o tratamento de

problemas com alarmes no contexto de sistemas de gestão da segurança.

Better Alarm handling - Chemicals Sheet No 6: é um guia simples e prático

para gerentes, supervisores e operadores sobre como reconhecer e lidar

com problemas de fatores humanos típicos envolvendo sistemas de alarme

é fornecido. São descritos três passos para melhorar o tratamento de

alarmes assim como gerenciar outros riscos:

Passo 1: Identificar problemas;

Passo 2: Planejar o que fazer;

Passo 3: Eliminar e controlar os problemas.

The management of alarm systems: Em sua maior publicação, contendo

mais de 200 páginas, o livro The management of alarm systems – (Bransby

et al., 1998) - é a principal contribuição da organização para o assunto. Trata-

se de uma pesquisa realizada nas indústrias químicas e de energia com

relação à aquisição, projeto e gerenciamento de sistemas de alarme. Ele

está dividido em três volumes:

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Volume 1 - Melhores práticas: Fornece recomendações sobre as

melhores práticas de aquisição, projeto e gestão de sistemas de alarme;

Volume 2 - Resultados da pesquisa: Descreve os principais resultados

das fases de coleta de dados. Inclui detalhes das informações obtidas

nas visitas aos locais de operação. Apresenta os resultados de dois

questionários para pesquisa e das discussões realizadas nos centros de

engenharia. O volume inclui também sugestões de temas para futuras

pesquisas e desenvolvimento;

Volume 3 - Análise da literatura: Fornece uma ampla revisão da

literatura sobre a utilização de sistemas de alarme nas indústrias de

processo.

2.7. Seis Sigma

A metodologia Seis Sigma surgiu em 1987 na Motorola, após a realização

de uma série de estudos sobre a variação dos processos de produção, com ênfase

no conceito de melhoria contínua. O Seis Sigma é uma metodologia que visa

reduzir ao máximo a variabilidade de processo e reduzir o número de defeitos. O

diferencial desta metodologia está nos altos níveis de desempenho 3,4 defeitos por

um milhão de oportunidades, ou seja, 99,99966% de perfeição (ECKES, 2003).

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Figura 7 - Ciclo DMAIC detalhado.

Fonte: WERKEMA (2004).

Cada fase do ciclo contém atividades que devem ser cumpridas para o bom

desenvolvimento da metodologia (Figura 7). Eckes em 2003 detalhou cada do ciclo

da seguinte forma:

DEFINE (Definição): fase que possui como foco a identificação dos

problemas e situações existentes nos processos organizacionais que

necessitam ser melhoradas. Nesta fase define-se claramente o problema ou

a oportunidade a ser explorada e seus impactos na melhoria do processo,

seja por aumento da satisfação do cliente ou acionistas, redução de custos

etc. A meta deve ser definida cautelosamente, visto que o sucesso do projeto

estará diretamente ligado ao cumprimento dessa meta inicialmente

estabelecida. Vale ressaltar que a escolha do projeto deve estar alinhada

com as metas e realidades da organização.

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MEASURE (Medição): o objetivo desta fase é de descrever a oportunidade

de melhoria e quantificar o desempenho inicial, para que depois da melhoria,

possa ser comparado o estado inicial e o estado final. São utilizadas a

ferramentas como gráfico de Pareto, brainstorming, mapeamento do

processo, média, desvio padrão e capabilidade. Coleta-se o maior número

de dados para que seja estabelecida a capacidade inicial do processo ou a

linha de base. Perceber o que necessita de ser medido e selecionar as

métricas adequadas permitem direcionar o projeto 6-sigma. Pode ser

necessário realizar nesta etapa a validação do sistema de medição a fim de

comprovar a confiabilidade dos dados medidos.

ANALYSE (Análise): O objetivo desta fase de análise é a consolidação do

plano de recolha de informações da fase de Medição e das oportunidades

de melhoria identificadas na fase de Definição. Porém, o foco desta fase é

procurar a causa raiz, então o líder do projeto irá avaliar os dados obtidos na

fase de medição e baseado nestas informações irá identificar oportunidades

e priorizar de acordo com o impacto e o esforço de realização.

IMPROVE (Melhoria): Esta fase é o momento da otimização do processo,

visando alcançar as metas inicialmente estabelecidas. Consiste em

desenvolver a melhor solução para o problema. Para melhorar um processo,

a pessoa deve ter pleno conhecimento do processo, seus componentes e

responsáveis.

CONTROL (Controle): Após implementar as ações de melhoria, a etapa

Controlar verifica os resultados e consolida os ganhos: verificar ações

corretivas e validar novos sistemas de medida; determinar a capacidade do

novo processo, estabelecer e implementar o plano de controle; compartilhar

as melhores práticas e lições aprendidas. Finalmente um austero plano de

Controle deve ser estipulado para que o processo seja previsível e

consistente, de forma que os ganhos conquistados pelo projeto sejam

mantidos. O plano de controle é um documento formal (normalmente uma

planilha, ou cartas de controle) que estabelece e monitora a capacidade final

do processo no longo prazo.

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37

Na metodologia seis Sigma existem diversas ferramentas aplicadas de modo

a alcançar o objetivo estabelecido no projeto, a seguir serão descritas as

ferramentas utilizadas no decorrer do presente trabalho.

DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO (ou Diagrama de Ishikawa):

originalmente proposto pelo engenheiro químico Kaoru Ishikawa em 1943 o

diagrama (também conhecido como diagrama de espinha de peixe) permite

estruturar hierarquicamente as causas potenciais de determinado problema

ou oportunidade de melhoria, bem como seus efeitos sobre a qualidade dos

produtos. Para cada efeito existem seguramente, inúmeras categorias de

causas. As causas principais podem ser agrupadas sob seis categorias

conhecidas como os “6M”: método; matéria-prima; mão-de-obra; máquinas;

medição e meio-ambiente. Porém alguns autores já citam mais duas

categorias: money e management (SANTOS, 2011).

Figura 8 - Exemplo de um Diagrama de Ishikawa.

Fonte: http://gravadoralobenwein.com.

DIAGRAMA DE PARETO: a Lei de Pareto, afirma que para muitos

fenômenos, 80% das conseqüências advêm de 20% das causas. O

diagrama é um gráfico de barras que ordena as freqüências das ocorrências,

da maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas. Sua maior

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utilidade é a de permitir uma fácil visualização e identificação das causas ou

problemas mais importantes, possibilitando a concentração de esforços

sobre os mesmos (SANTOS, 2011).

Figura 9 - Exemplo de um Diagrama de Pareto.

Fonte: http://www.significados.com.br.

BRAINSTORMING: é uma ferramenta para geração de novas idéias,

conceitos e soluções para qualquer assunto ou tópico num ambiente livre de

críticas e de restrições à imaginação. A melhor forma de se realizar um

brainstorming é uma reunião onde possua uma equipe multidisciplinar e siga

as seguintes regras: todas as idéias são documentadas; não são aceitáveis

críticas ou discussões; nenhuma avaliação de idéias ocorre na fase inicial

da atividade; toda a equipe participa (ECKES, 2003).

2.8. Lean Manufacturing

Lean Manufacturing, traduzido do inglês como “Enxuta”, ou como algumas

empresas usam “Produção Enxuta”, é uma forma de organizar seus negócios para

que toda a perda nos processos seja eliminada ou pelo menos fortemente reduzida.

Existe uma confusão comum do termo Lean com Seis Sigma, 5S, JIT, entre outros,

mas estas são todas metodologias e ferramentas que podem ser usadas ao

implementar uma cultura Lean (WERKEMA, 2004).

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A Produção Enxuta surgiu no Japão, no período pós Segunda Guerra

Mundial. Devastado pela guerra, o Japão não dispunha de recursos para realizar

investimentos necessários para a implantação da produção em massa, que

caracterizava o sistema implantado por outras montadoras. A partir daí, surgiu a

necessidade de se criar um novo modelo gerencial, nascendo, assim, o Sistema

Toyota de Produção ou Manufatura Enxuta (Lean Manufacturing), estruturado por

Taiichi Ohno, vice-presidente da Toyota. Os objetivos fundamentais deste novo

sistema caracterizaram-se por qualidade e flexibilidade do processo, ampliando sua

capacidade de produzir e competir no cenário internacional (WERKEMA, 2004).

Em Lean, perda é tudo aquilo em um processo que não agrega valor. Por

exemplo, o tempo que um documento está na mesa de alguém aguardando alguma

ação, estoque acumulado que não será usado no curto prazo, produto terminado

aguardando liberação de saída (WERKEMA, 2004).

Segundo WERKEMA (2004), existem dois cuidados principais que devem

ser tomados ao transformar sua empresa em Lean:

A iniciativa deve estar ligada às necessidades de seu negócio. Se a

empresa não consegue fazer uma forte associação entre os possíveis

ganhos obtidos com Lean e sua estratégia de negócio, provavelmente

deveria esperar mais;

O Lean se popularizou inicialmente na área de manufatura. No entanto,

é errado pensar que esta iniciativa deve ficar restrita somente à produção.

Lean deve ser aplicado em toda a empresa e ao longo da cadeia de

suprimento.

Para que seja feita a implantação Lean, é necessária uma mudança de

cultura na organização. Esta mudança está na forma de pensar da equipe que é

certamente o maior desafio na execução desta iniciativa. Portanto, para a

implantação de um sistema enxuto a empresa e seus colaboradores devem possuir

o que é chamado de “Pensamento Enxuto”, que segundo LINDGREN (2001), é uma

forma de especificar valor para o cliente, alinhar na melhor seqüência as ações que

criam valor, realizar essas atividades sem interrupção toda vez que alguém as

solicita e realizá-las de forma cada vez mais eficaz. O pensamento enxuto pode ser

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entendido como a forma de produzir cada vez mais com cada vez menos recursos

e, ao mesmo tempo, aproximar-se dos clientes e oferecer aquilo que eles realmente

almejam, tornando o trabalho mais satisfatório e oferecendo retorno imediato a

partir da transformação do desperdício em valor.

Os princípios do "Pensamento Enxuto" são: valor, cadeia de valor, fluxo,

produção puxada, perfeição e desperdício. O valor é considerado aquilo que o

cliente está disposto a pagar por determinado produto. Segundo OHNO (1997), a

base do Sistema Toyota de Produção é a absoluta eliminação do desperdício. Os

dois pilares necessários à sustentação do sistema são:

Just-in-time;

Autonomação, ou automação com um toque humano.

Esses dois pilares da Produção Enxuta têm, por sua vez, como

fundamentação o Heijunka (nivelamento da produção), o trabalho padronizado, o

Kaizen (melhoria contínua) e a Estabilidade. Just in time significa o abastecimento

de produtos na hora certa e na quantidade solicitada. Isto significa que não há

produção além do solicitado ou não há desperdício em estoque. Pode-se aplicar

tanto para linha de montagem quanto em outras atividades como na área de

logística (WERKEMA, 2004).

2.8.1. Jidoka

O Jidoka teve sua origem ligada à automação da máquina de tear fabricada

por Sakichi Toyoda (1867-1930), fundador da Toyoda Automatic Loom Works,

considerado um dos dez maiores inventores da história contemporânea do Japão

e inventor da máquina de tear automática (SANTOS, 2010).

Assim o Jidoka foi criado, também chamado de ‘autonomação’ ou

‘automação inteligente’, é um dos pilares do Sistema Toyota de Produção. O Jidoka

foca na separação do trabalho do homem e da máquina pela automatização de um

elemento simultâneo a baixo custo. A produtividade melhora quando ‘hanedashi’

são usados para retirar as peças automaticamente, convertendo a

responsabilidade do operador em fazer somente ‘chaku chaku’ (‘carregar

carregar’). Sistemas à prova de erros e detetores de erros são montados dentro do

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processo da máquina para evitar que os defeitos sejam passados para frente

(SANTOS, 2010).

Com isso a máquina começou a apresentar problemas do como: a máquina

continuava funcionando mesmo diante de um fio rompido, porém o defeito só era

detectado quando o processo estivesse concluído, e assim tendo produzido muito

tecido defeituoso. Então, para evitar produzir o defeito, havia a necessidade de ter

um operador tomando conta da máquina como se fosse um vigia e, diante de

qualquer anomalia, deveria parar a máquina. A solução que Sakichi inventou foi

colocada em prática em 1924. Sua idéia foi colocar uma máquina de tear dotada

de dispositivo que parava a máquina quando detectava: o rompimento ou fim da

linha ou quando a quantidade programada era atingida. Utilizando-se desses

recursos, Sakichi pôde liberar o operador de ficava como vigia tomando conta das

máquinas para um outro serviço e assim só entrava em ação naquela máquina

quando esta apresentasse alguma anomalia (SANTOS, 2010).

A autonomação ou Jidoka é definida, então, como oferecer ao operador ou

à máquina a autonomia de paralisar o processamento sempre que for detectada

qualquer anormalidade. Desta forma o operador poderá cuidar de várias máquinas

ao mesmo tempo. Vale lembrar que se o operador identificar algo irregular também

poderá parar a operação. Isso torna possível reduzir o número de operadores e

aumentar a eficiência da produção (SANTOS, 2010).

Portanto, o alarme ou um sistema eficiente de gerenciamento de alarmes,

pode ser considerado como um Jidoka, pois quando algum instrumento operacional

apresentar alguma anormalidade, a console de operação (computador onde é feitos

os comandos da planta) sinaliza que algo está errado e que o operador deve intervir

para que retorne ao estado normal (SANTOS, 2011).

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3. METODOLOGIA

Para definir a metodologia proposta é necessário entender o processo. Cada

detalhe do processo auxilia a entender a motivação e o porquê da escolha de tal

metodologia.

3.1. O processo escolhido

O foco de mercado das operações dessa planta é o agro-negócio. A

agroquímica consiste na aplicação da química na agricultura. Os agroquímicos têm

como objetivo desenvolver fórmulas que auxiliem no controle plantas daninhas em

plantações. As pesquisas visando o controle químico de plantas daninhas iniciaram

por volta de 1900 quando foi evidenciado ação dos sais de cobre sobre algumas

folhas largas. A partir de 1950, novos grupos químicos surgiram: aminas (1952),

carbamatos (1951), triazinas simétricas (1956), etc. Atualmente estão sendo

comercializadas no mercado brasileiro em torno de 200 marcas comerciais de

herbicidas (RODRIGUES et al, 2005).

3.1.1. Detalhes da unidade fabril

O processo de produção da unidade em estudo teve sua partida em 1976,

os herbicidas são obtidos através de diversas etapas. A unidade opera todos os

dias, parando apenas para manutenção.

O processo em si opera em duas formas, o início em batelada e passa para

contínuo até o fim. Na parte em batelada as matérias-primas entram no reator e

passam pela reação de oxidação, o produto da oxidação segue por um processo

de filtração até atingir a turbidez necessária, então é armazenado em tanque

“pulmão” para seguir o processo de evaporação do solvente e promover a formação

de cristais. A partir do tanque pulmão inicia o processo contínuo da planta. O

produto dessa planta pode ter três destinos: formulação líquida, formulação sólida

ou comercializada na sua forma pura. Assim, para controle do processo químico

existem diversos tipos de controles das variáveis incluindo: controle de vazão das

matérias-primas, temperatura de reação, rotação dos motores, dentre outros.

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O sistema de controle utilizado é do tipo SDCD Delta V. De forma

simplificada, a arquitetura do sistema é composta pelos instrumentos de campo,

controlador e console operacional.

Figura 10 - Esquema de uma arquitetura de Hardware de automação.

Fonte: SANTOS (2011).

É pelo o Delta V que o operador seleciona o modo de operação e controla

os parâmetros de produção. Como essa planta trabalha com um único tipo de

produto final não há a variação devido a diferenças de formulações, porém a planta

possui elevado grau de complexidade devido a diversos tipos de operações

unitárias realizadas, o que faz com que a atenção do operador no processo seja

importante.

No Delta V, para cada instrumento existem cinco tipos de alarmes

disponíveis para configuração: alto/alto, alto, baixo, baixo/baixo e alarmes de

instrumentos. Cabe ao responsável da área definir quais alarmes serão utilizados.

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Os alarmes devem auxiliar o operador na operação da unidade, pois de

acordo com o que visualizam na tela de operação, eles podem realizar os ajustes

necessários para resolver o problema. Lembrando que, cada alarme que é

acionada deve conter uma ação direcionada a ser realizada, caso essa ação não

surja efeito e a anomalia continue, a próxima camada de proteção deverá ser

acionado automaticamente que é o INTERLOCK, onde deverá ocorrer a parada da

planta. Porém devidos aos prejuízos financeiros como relação à parada de

produção é necessário que as ações realizadas relacionadas aos alarmes sejam

eficientes.

Na época de partida da unidade, a maioria dos alarmes foram habilitados

com intuito de alertar o operador sobre tudo que ocorria na planta. Ao longo dos

anos a planta teve diversas melhorias, no entanto, o sistema de alarmes não

acompanhou esses avanços. O número de alarmes praticamente se manteve,

porém com limites de variáveis diferentes daqueles da partida da planta. Com isso,

inúmeros alarmes ocorriam aos operadores inadequadamente.

3.1.2. Sistema de alarmes da unidade

Hoje na planta existem 1030 alarmes configurados, porém existem

especificações dos tipos de alarmes na planta. Para o gerenciamento foram

ressaltados os chamados alarmes de processo, relacionados a uma variável

quando esta ultrapassa os limites previamente estabelecidos e os alarmes de

instrumento responsáveis por identificar se um instrumento está apresentando erro,

indicando falha de instrumento ou de comunicação.

Outro ponto verificado foi a área possuir um sistema de gerenciamento de

mudanças (sistemática para que ocorra uma mudança na área), porém os alarmes

não estão inclusos, e assim não há nenhum requisito relativo ao gerenciamento de

alarmes ou procedimento detalhando para que se crie, altere ou exclua um alarme

do sistema. Entretanto, o sistema de alarmes deveria ser considerado nas

mudanças da unidade.

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3.2. Metodologia escolhida

Para realizar este trabalho foi escolhido o método PESQUISA AÇÃO, onde

foram implementadas as melhorias (plano de ação) ao longo deste trabalho. Com

isso foi escolhido a metodologia proposta por Santos (2011) onde a autora propôs

um fluxograma a ser seguido para um eficiente direcionamento na gestão dos

alarmes (Figura 11).

Figura 11 - Fluxograma analítico para otimização dos alarmes proposto por SANTOS (2011).

Para concepção desse fluxograma foram utilizados conceitos praticados no

sistema Toyota de produção (Lean), e nas etapas do Seis Sigma realizado um

estudo literário de estratégias de implantação de alarmes: EEMUA, ISA e Alarm

Management Handbook. A autora propõe que a junção com o conceito do sistema

Toyota de produção auxilia no entendimento para racionalização dos alarmes, pois

sua filosofia é trazer valor para o cliente (SANTOS, 2011). E assim dentro desse

conceito, em se tratando de alarmes de processo, o cliente é o operador, portanto

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os alarmes devem trazer valor ao operador, devem ser em quantidade e qualidade

suficiente para auxiliá-lo na operação da área. Portanto, para criar a concepção de

‘otimização dos alarmes’ foi necessária a criação de um fluxograma que conectasse

todas as fases e assim garantisse que todas as fases importantes fossem seguidas

(SANTOS, 2011).

Assim no desenvolvimento desse trabalho a seqüência de atividades foi

realizada usando a metodologia DMAIC para alcançar a meta.

3.3. Cronograma proposto para o presente trabalho

Para estabelecer um cronograma foi utilizada a metodologia DMAIC para

determinar o fluxo das atividades, conforme a Figura 12.

Figura 12 - Cronograma proposto para o projeto utilizando a filosofia DMAIC.

Na fase Definir foi realizado um levantamento do número total de alarmes da

planta. Nesse momento foram identificados quais dos alarmes são de variável

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processo e qual sua criticidade. Para essa fase foi feito o estudo indicando qual a

sistemática adotada para acompanhamento das variáveis de processo nessa

unidade, pois foi necessário para compreensão na etapa de melhoria. Assim, nessa

fase foi criada a lista de alarmes que continha basicamente: identificação das

variáveis críticas do processo, os atuais limites de processos e seus desvios

operacionais previstos e os Trouble Shooting, ou seja, as ações devidas

Na fase Medir, foi feito o levantamento do número de alarmes a cada 10

minutos e comparado com a norma da EEMUA 191. Para realizar tal levantamento

foi utilizado o Software Logmate® já disponibilizado pela empresa, no qual está

interligado ao sistema Delta V.

Durante a fase Analisar, foram feitas as análises propostas pelo fluxograma

(Figura 11). Para essa fase foi feito o estudo das variáveis com relação: se essa

variável agrega valor ao ser monitorada, se os limites estão corretos, se há uma

ligação com outra variável (duplicidade), se a prioridade desse alarme está definida

corretamente. Além desses pontos, nessa fase, também, foi avaliado se há alguma

variável que necessite de monitoramento. Nesse momento já foram documentados

todas as avaliações feitas. Assim, para tal estudo foi necessária a revisão dos

parâmetros operacionais.

Já na fase Melhorar/Implementar, foram definidas a necessidade

condicionais dos alarmes. Por exemplo: se uma bomba tem um alarme de corrente

baixa, deve-se ter uma condicional que essa variável só é válida se a bomba estiver

em funcionamento. Também nessa fase, foi descrita qual a ação do operador em

caso de acionamento do alarme. Com os dados já compilados foi realizada a

atualização da lista bem como a atualização no sistema em caso de alteração de

algum alarme (retirada, inclusão ou alteração de limites e condicionais).

E na fase Controlar, foi feito o levantamento em um período do número de

alarmes a cada 10 minutos para determinar se a aplicação da metodologia pelo

fluxograma alcançou os resultados desejados, ou seja, aquele proposto como meta

para o trabalho.

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4. RESULTADOS

O projeto seguiu o sequenciamento de um projeto DMAIC, conforme

mencionado na metodologia proposta. Assim, para aplicar a metodologia proposta

por SANTOS (2011) nesse trabalho, foi feito a correlação da Figura 11 (conforme

Figura 13) com cada etapa do projeto DMAIC, com intuito destacar as etapas do

projeto com a metodologia de análise.

Figura 13 - Adaptação do fluxograma da Figura 11, dentro da metodologia DMAIC.

4.1. Definir

Para essa fase, utilizando o software Logmate® do próprio sistema Delta V®

foi feito a análise crítica dos tipos de alarmes que estavam configurados no Delta V

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a serem acionados em caso de problemas (técnicos e/ou operacionais). Esses

dados foram dispostos em um Pareto e assim pôde-se verificar que os alarmes de

processo, alarmes que são diretamente ligados a realidade do processo produtivo,

era a segunda maior categoria existente. O que confirma que esses tipos de

alarmes configurados são importantes para um melhor controle do processo e para

evitar perdas produtivas.

Figura 14 - Categoria de alarmes configurados no sistema.

Figura 15 - Pareto da incidência de alarmes do mês de abril por tipo de alarme.

329 319

248

76

3414

2

32,2%

63,4%

87,7%95,1% 98,4% 99,8% 100,0%

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

120,0%

0

50

100

150

200

250

300

350

Unit Variable ofProcess

Pump andValve

Switchesand Relays

Selector Interlock Emergency

Acu

mu

lati

vo

Tota

l

Tipos de alarmes

Alarmes configurados

62072

102011034 428 281

83,86%

99,04% 99,04% 99,62% 100%

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

0

15000

30000

45000

60000

75000

Váriáveis de pocesso eInstrumentação

Válvulas e bombas(discretos)

Interlock

Acu

mu

lati

vo

Tota

l de

oco

rrê

nci

as n

o p

erí

od

o

Tipos de alarmes

Extratificação dos tipos de alarmes em abril/12

Total de alarmes % Acumulativo

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Pela Figura 15 pode-se verificar que o crítico nessa planta são os alarmes

de variáveis e instrumentos, ou seja, alarmes relacionados a problemas no

processo que saem da operação normal da planta e alarmes indicando falha no

instrumento ou equipamento.

Assim, para que seja feita uma lista inicial com todos esses alarmes de

processo que devem estar configurados, conforme proposto pela metodologia,

foram utilizados documentos da fábrica que são os que direcionam como o

processo é controlado. Esses documentos são:

LISTA DE INTERTRAVAMENTOS (INTERLOCKS): contém a descrição do

intertravamento, o risco que pretende evitar, a classificação do risco, os

parâmetros e os limites de atuação envolvidos na causa e a ação. Para os

intertravamentos de maior risco, deve existir um alarme associado. Os de

menor risco também podem ter alarmes associados, se necessário.

LISTA DE PARAMÊTROS CRÍTICOS: são parâmetros que se operados fora

do limite estabelecido, poderá trazer um risco ao meio ambiente, qualidade

ou segurança. Para cada um destes parâmetros deve existir um alarme

preliminar.

LISTA DE PARAMÊTROS OPERACIONAIS: são aqueles que devem ser

operados dentro de um limite de controle, porém não está relacionado a

riscos. Para estes parâmetros também existem alarmes, porém de menor

prioridade.

A partir desse ponto, já se possui a lista dos alarmes que foi base de todas

as análises apresentadas a seguir.

4.2. Medir

Outra análise importante nesse momento foi a medição do número de

alarmes que apareciam para o operador, e a comparação com a norma da EMMUA.

Essa medição é importante para que possa ter uma visão de quanto terá que ser

feita a redução.

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Figura 16 - Categoria média do número de alarmes no período.

Sendo assim, pela Figura 16 é possível verificar que a planta em questão

apesar de ter a opção de configurar os seus alarmes de forma clara, ela não

consegue atender a norma da EMMUA (ver Quadro 2) que sugere que no número

de alarmes por operador não deve ultrapassar o valor de 1,0 (um), pois considera

que acima desse valor o operador não consegue atacar o problema que ocorre no

processo de forma eficaz. Entretanto, essa média de 21,5 alarmes por operador a

cada 10 minutos, tem embutido os alarmes nas quais os operadores não tem como

“atacar”, que são alarmes devido ao instrumento ou equipamento em processo, ou

seja, que a causa raiz é um problema mecânico ou elétrico do processo e a única

ação é solicitar a manutenção do instrumento, o qual entrará no backlog da área de

manutenção.

Nessa fase, também, foi levantado quais eram os alarmes que mais

impactaram na área, para assim analisar se haviam Bad Actor. Durante o mês de

Março (Figura 17) pode-se verificar que o número de ocorrências repetidas eram

para um mesmo instrumento (01FT211-40) foi mais de 55% das ocorrências do

mês.

23,6

18,2

24,3 23,524,8

14,6

0

5

10

15

20

25

30

out/11 nov/11 dez/11 jan/12 fev/12 mar/12

me

ro d

e a

larm

es

po

r o

pe

rad

or

a ca

da

10

min

Mês

Baseline de alarmes da planta

Média Mensal Média do Período -->21.5 Norma da EMMUA -->1.0

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Figura 17 - Principais ocorrências de alarmes em Março/12.

Fonte: Logmate®.

4.3. Analisar

Nessa fase fez-se o mapeamento do processo utilizando a ferramenta

SIPOC, pois nela pode-se encontrar todas as variações do sistema com seus inputs

e outputs.

Figura 18 - Sipoc para o sistema de alarmes desta planta.

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Tendo feito o Sipoc (Figura 18), foi utilizado o Diagrama de Ishikawa (Figura

19) para determinar quais eram os impactos que cada variação tinha sobre os 6Ms

proposto pelo Diagrama.

Figura 19 - Diagrama de Ishikawa para o número excessivo de alarmes dessa planta.

Com isso, pode-se verificar que a falta de uma cultura de alarmes e

gerenciamento eram itens que precisariam ser resolvidos também para que o

número de alarmes fosse reduzido.

Assim, na fase Analisar foi dada a sequência proposta na Figura 13. Onde

foram feitas análises de cada alarme configurado no sistema determinando ranges,

desvios, “delays” (tempos de espera), histereses e condicionais conforme é

proposto pela metodologia. Alguns exemplos podem ser citados para entender o

tipo de análise crítica realizada:

4.3.1. Análise do controle de temperatura do reator

Uma das variáveis de processo analisada foi um indicador de temperatura

do reator.

Esse reator é do tipo CSTR e nele ocorre uma reação exotérmica de

oxidação com a ajuda de um catalisador. Nessa fase do sistema o processo é

Dinheiro

Gerenciamento

Ambiente

Medição

Método

Material

Máquina

Pessoas

Falta de treinamento

com o o assunto é v agaCultura de como lidar

EquipamentoProblema com o

InstrumentoProblema com o

IncorretosLimites

e HisteresisFalta de 'Delay '

condicionaisFlta de

ev entof iltrar tipo deDif icultade de

nos sensoresmanutençãoFalta de

operadorcabeça doMuito barulho na

gerenciamentoFalta de

inv estimentoPouco

Diagrama de Ishikawa - Causas possíveis para o excesso de alarmes

de alarmes

Excesso

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batelada, porém o reator trabalha em batelada, ou seja, o produto interno não é

transferido por completo, uma parte dele fica e é utilizado na batelada posterior.

Como a reação é exotérmica, o controle de temperatura deve ser feito

corretamente para não provocar a formação de impurezas, as quais em grandes

quantidades podem provocar a reprovação do produto e diminuir a vida útil do

catalisador utilizado.

Para tal análise, foi utilizada a ARP (Análise de Risco do Processo) no qual

constam todas as variáveis críticas, com limites de operação possíveis e ações

corretivas a serem tomadas. Outra fonte de informações para a operação desse

reator é a lista de interlock da área, onde constam todas as condições para as

variáveis críticas, onde o sistema irá intertravar quando esses limites forem

atingidos.

Esse reator obedece ao um ajuste diário que o engenheiro de produção

determina. Assim, outro ponto a ser considerado foi a operação normal, ou seja,

situação no qual o reator já trabalha, pois o alarme associado a esta variável deveria

considerar os cenários de diminuição ou aumento da produção. Dessa forma foi

considerado um período de 100 dias, pois nesse período é possível verificar qual

foi a tendência do processo durante a vida de dois catalisadores em processo.

Figura 20 - Gráfico do ASPEN® do Indicador de temperatura do reator de um período de 100 dias.

Dessa forma, pela Figura 20 pode-se verificar que a temperatura variou entre

85ºC e 122ºC. A ARP dessa planta, cita que temperaturas abaixo de 75ºC o produto

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55

não reage completamente. Já a lista de interlocks mostra que se a temperatura do

reator for superior a 125ºC, há a formação de impurezas que diminuem

consideravelmente a pureza do produto e pode ocorrer a sobre pressão do reator

devido a entrada de oxigênio.

A Figura 21 mostra qual é o comportamento da temperatura durante a

reação de oxidação.

Figura 21 - Gráfico do ASPEN® do Indicador de temperatura do reator durante a batelada.

Como a temperatura segue um set point, e variações desse set point podem

provocar grandes desvios, como uso excessivo de oxigênio ou sobrepressão do

reator foi visto que ter um alarme para o desvio de set point era importante também.

E como as variações de temperatura poderiam ser bem pequenas, estipulou-se o

valor de 1ºC para cima ou para baixo do valor de set point.

Com as análises realizadas, foi possível definir um alarme para o indicador

de temperatura, conforme apresentado na Tabela 4.

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Tabela 4 - Configuração para o alarme de temperatura do reator.

Descrição Unid Desvio Limite Condicional Ações para operador

Mínimo Máximo Máximo Mínimo Mínimo Máximo

Controle

de Temperat

ura do reator técnico

°C 1°C 1°C 122°C 80°C N/A 1) Acionar engenheiro

de processos, visto que é

um parâmetro controlado pelo MPC. Caso haja

algum problema no

controle, poderá alterar

o controle para AUTO e

modular a válvula.

1) Manipular a abertura da

válvula da água de resfriamento do trocador 1-

215. 2)Interlocks 1176-05-1 e 1176-05-2

interrompem a alimentação de O2 no reator 1-211, com alta temperatura. 3) Checar se

bombas e ventiladores da

torre de resfriamento

estão operando normalmente.

Checar temperatura e

pressão de saída de água

da torre.

4.3.2. Análise corrente de bomba de deslocamento positivo

As bombas de deslocamento positivo dessa planta são utilizadas na

transferência de produtos de um tanque para outro ou para recirculação do produto

no próprio tanque visando sua homogeneização.

Normalmente a corrente elétrica do rotor de bombas não está contemplada

na ARP da planta, entretanto dependendo da capacidade nominal da bomba e sua

aplicação ela tem um interlock associado para prevenir que esta seja

sobrecarregada (quebra de eixo principal e rolamentos internos) ou sobcarregada

(cavitação). Portanto, para definir limites para os alarmes foi necessária uma

avaliação do comportamento da bomba durante a sua operação normal, isso

porque quando há a lavagem das tubulações ou mudança de catalisador, pode

haver a variação do comportamento da bomba, que se trata de uma variação

normal do processo.

Nessa análise também considerou o período de 100 dias, pelos mesmos

motivos apresentados na subseção 4.3.1 deste capítulo.

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57

Figura 22 - Gráfico do ASPEN® da operação da bomba de transferência para carga do reator.

Pela Figura 22, é possível verificar que a corrente elétrica da bomba opera

entre 0A e 76A durante o processo.

Figura 23 - Gráfico do ASPEN® da operação da bomba de transferência para carga do reator.

Já pela Figura 23, verifica-se que essa bomba tem estágios de operação,

então a análise desse alarme deveria considerar os momentos que a bomba está

nesses estágios, assim, quando a bomba não está operando (corrente igual a 0A)

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não deverá ocorrer um alarme de processo. Portanto, define-se uma condicional

como premissa para que o alarme ocorra, o qual só deverá soar se caso a bomba

estiver em operação diferente de desligada.

Quanto aos limites que envolvem a operação normal da bomba variam de

45A até 120A, porém a lista de interlock alerta que se a bomba estiver com a

indicação de corrente elétrica baixa significa que essa bomba pode estar rodando

vazia, com isso, define um intertravamento automático, ou seja, o desligamento do

motor se caso a indicação de corrente estiver abaixo de 46A por 30 segundos. Esse

interlock tem esse tempo para atuar, pois abrange os momentos em que a bomba

muda de operação, onde a bomba pode chegar a valores baixos, contudo, não

afetam a mecânica da bomba ou o processo.

Assim, para definir o alarme foi preciso considerar também um intervalo de

tempo, ou delay, para que o alarme fosse acionado. Esse tempo é o momento no

qual a bomba faz uma rampa até atingir o patamar da sua operação normal, essa

rampa significa que a vazão ainda está baixa.

Foram verificados vários ciclos de operação da bomba (semelhante ao da

Figura 23) e como resultado, nota-se que há um padrão e que durante a análise

não houve variações no processo. Portanto, o alarme para essa bomba foi definido

conforme apresentado na Tabela 5.

Tabela 5 - Configuração para o alarme de corrente elétrica da bomba de transferência de matéria

prima para o reator.

Descrição em Inglês

Unid Desvio Limite Condicional Delay Ações para operador

Mínimo Máximo Máximo Mínimo Mínimo Máximo

“A” SLURRY TANK

PUMP #1 CURRENT

A NA NA 120 46.5 SE A BOMBA

01M172<>LIGADA

60 1) Verificar as correias e

os demais acoplamentos entre a bomba e o

motor. 2)

Interlocks1176-04- 4 de

baixa amperagem.

3) Acionar time de E&I

Limite de

máxima significa

que a corrente

pode danifica

r o motor. Acionar Instrumentista.

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4.3.3. Análise da emissão de partículas atmosféricas

Para análise de emissão de partículas atmosféricas é necessário o

entendimento da química do processo. Por sigilo industrial, a química será

representada com letras do alfabeto e em caso de substâncias nocivas à saúde ou

ao meio ambiente será destacado com asterisco (ex.: A*).

A principal reação no processo é a transformação do produto A em produto

B por uma reação de dealquilação oxidativa na presença de um catalisador X (1).

O oxigênio é o oxidante. Essa reação é exotérmica.

A + O2 → B (1)

O catalisador utilizado também catalisa a oxidação dos produtos C* e D.

Parte do produto C* gerado pela conversão de A (2) é oxidado ao D (3). Uma parte

deste produto D é então oxidado ao produto E e água (4), e libera-se calor.

A + O2 → C* (2)

C* + O2 → D (3)

D + O2 → E + H2O (4)

Dessa forma, o processo deve ser controlado devido o produto C* ser um

produto que por legislação sua emissão à atmosférica deve ser controlada e

fiscalizada.

Ao longo da vida do catalisador a transformação do produto A em C* pode

aumentar devido à eficiência do catalisador em produzir B reduzir, ou seja, a vida

do catalisador está diretamente ligada à produção do produto C*.

Não há um instrumento de medição desse parâmetro em campo, então, para

que parâmetro seja, assim, controlado no próprio Delta V®, há um cálculo integral

que utiliza como variáveis: a temperatura do reator, nível do reator, o nível do

scrubber, o resultado de análises laboratoriais via HPLC (sigla em inglês para

cromatografia líquida de alta eficiência) da quantidade do produto B formado no

X

X

X

X

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reator (esses valores são inseridos no sistema MES® que é interligado ao Delta V®.

A tedência desse medição calculada segue na Figura 24.

Figura 24 - Gráfico do ASPEN® do nível do Scrubber com o indicador de emissão do produto C*.

A Cetesb exige que seja fornecido mensalmente os valores da emissão

desse produto na atmosfera via scrubber junto com a média mensal.

Para que esse produto seja controlado, é necessário um alarme que informe

que esse produto está em índices maiores que o normal. Dessa forma, o alarme

vinculado a esse parâmetro só existe para o limite de máximo e é exatamente o

valor do limite exigido pela Cetesb que é 0,12g/S.

Outro ponto que foi definido foi um delay (tempo de espera) para que o

alarme seja acionado, pois devido a indicação ter origem em um cálculo com

algumas variáveis, qualquer atraso na rede para envio de resultado pode afetar o

valor real da variável medida. O resultado pode ser verificado na Tabela 6:

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Tabela 6 - Configuração para o alarme do Indicador de emissão do produto C* para atmosfera via Scrubber.

Descrição em Inglês

Unid. Desvio Limite Condicional Delay Ações para o operador

Mínimo Máximo Máximo Mínimo Mínimo Máximo

SCRUBBER C*

EMISSION

g/s NA NA 0.12 NA NA 5 NA Fora dos limites

permitidos de emissão

atmosférica. Entrar em contato

imediatamente com Eng. da

área

4.4. Implementar

Após todas as análises realizadas, a equipe de automação fez todas as

correções no sistema Delta V®, utilizando os códigos apropriados.

Figura 25 - Número de alterações realizadas.

A partir dessas alterações (Figura 25), criou-se uma lista oficial onde foi

possível para qualquer pessoa da planta acessar os limites definidos, condicionais

propostas e ações recomendadas pelo engenheiro que o operador deveria realizar

para que fosse resolvido o problema. Essa lista está disponível em uma das seções

do guia de processos da unidade.

Outra ação que foi feita nessa fase foi resolver os problemas de alarmes que

envolviam a mecânica ou parte elétrica do sistema, no qual o operador ou o

engenheiro de produção/processo não tem ação direta na resolução do problema.

Como citado por Vidigal (2011), existem certos alarmes que não envolvem

93 86

19

120

0

50

100

150

Alarmeseliminados

Ranges alterados Desviosalterados

CondicionaisAlteradosN

úm

ero

de

alt

era

çõe

s

Tipos de alterações

Alterações feitas no Delta V®

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problemas técnicos do instrumento ou sistema de comunicação. Então, foi criada

uma sistemática para análise dos problemas dos alarmes em reunião com toda a

equipe de suporte da área (Mecânica, Elétrica, Automação e Processo Químico)

onde foram realizadas possíveis análises das incidências semanais de alarmes e o

direcionamento para resolver o problema.

Figura 26 - Fluxo para análise dos alarmes.

Esse fluxo (Figura 26) teve como intuito conseguir atingir o problema cultural

encontrado e, assim, estabelecer uma análise rápida para com a definição de

responsáveis por resolver as ações que foram levantadas em reunião. Dessa

forma, o projeto não fica limitado ao engenheiro de produção e nas análises dos

parâmetros do processo, visto que, no início do projeto foi verificado que haviam

alarmes que eram direcionados ao time de manutenção e que não estavam sendo

resolvidos com a rapidez necessária.

4.5. Controlar

Após todas as correções feitas no sistema e definida uma metodologia de

análise para os alarmes que envolviam problemas mecânicos ou elétricos, foi feito

o monitoramento do sistema para assegurar que todas as ações realizadas foram

eficazes para a área.

Durante essa etapa foi utilizada a ferramenta de Gerenciamento de

Mudanças para garantir que todas as modificações do sistema pudessem estar

registradas. Com isso, foi salva dentro do diretório de documentos técnicos da área

a lista de todos os alarmes configurados, assim, todos os funcionários da fábrica

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teriam acesso a lista com os limites definidos para os alarmes e as ações a serem

tomadas.

Outra ação tomada, foi a criação de um plano de ação submetido no sistema

interno da fábrica que indicava responsáveis para resolução dos problemas

levantados durante a reunião semanal da área. Assim, o sequenciamento proposto

pela Figura 26 pode ser concretizado.

Dessa forma, foi monitorado durante todo o projeto as médias semanais do

número de alarmes por operador a cada 10 minutos, conforme a Figura 27.

Figura 27 - Monitoramento semanal da incidência de alarmes na planta.

Os resultados também passaram a ser reportados mensalmente para todos

da área (Figura 28), assim, as informações obtidas do projeto não ficou restringida

aos participantes do projeto.

8,0 8,6

9,3 8,7 8,6

9,1

7,7 7,7 7,8 8,1 8,5 9,0 8,9 9,2

8,5

11,7

8,8 8,6 7,9 7,8

15,5

11,7

10,0 9,6

4,2 3,9 4,6

2,6 2,4 1,5 1,4 1,0 1,2 1,0 1,0 1,1 1,5

0,8 0,7 0,8 0,9 0,9 0,9 0,6 1,7

0,9 1,6

0,9 0,9 0,8 0,7 0,8 1,3 1,0

-

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

Média por semana -número de alarmes por operador a cada 10 min

Boil Out ou parada da Operação normal

Inicio nas alterações devido

análise dos parâmetros de

processo Inicio das análisesdos alarmes

semanais com o equipe de Mecânica

e Elétrica

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Figura 28 - Monitoramento mensal da incidência de alarmes na planta.

Assim, para garantir que a disciplina no monitoramento dos alarmes não seja

perdida com o tempo, foi criado um indicador dentro da base de SGI da planta

(Sistema de Gestão Integrada) para o controle mensal dos alarmes, conforme

apresentado na Figura 28. Assim, todas as ações que envolvessem alterações ou

criação de alarmes podem ser auditadas, garantindo que a metodologia não falhe.

23,6

18,2

24,3 23,5 24,8

14,6

8,7 8,0 8,6 9,4 10,4

6,9

2,5 1,0 1,0 0,9 1,3 0,8

-

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

ou

t/1

1

no

v/1

1

dez

/11

jan

/12

fev/

12

mar

/12

abr/

12

mai

/12

jun

/12

jul/

12

ago

/12

set/

12

ou

t/1

2

no

v/1

2

dez

/12

jan

/13

fev/

13

mar

/13

me

ro d

e a

larm

es

po

r o

pe

rad

or

a ca

da

10

min

Mês

Controle Mensal

Monthly Average Target -->1.0

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5. CONCLUSÃO

Conforme os resultados apresentados nesse trabalho, foi possível verificar

que, com a metodologia de análise de alarmes, proposta por Santos em 2011, e as

ferramentas do seis sigma foi possível alcançar a meta do projeto que era 1,0(um)

alarme por operador a cada 10 minutos, ou seja, seguir o que é proposto pela norma

da EEMUA para gerenciamento de alarmes.

Verificou-se também com o projeto que apesar de a metodologia de alarmes

de processo estar diretamente ligada as alterações na parte de automação do

sistema, a necessidade de uma avaliação crítica dos parâmetros do processo e sua

operação cotidiana são fundamentais para definição de padrões que pudessem ser

seguidos ou pelo menos pudessem ser monitorados para futuros projetos na

própria área.

Quanto a confiabilidade humana, ou seja, o trabalho operacional seja

confiável, essa planta procura investir sempre em um ambiente de trabalho seguro

e no qual o operador tenha acesso à ferramentas para desenvolver seu trabalho de

forma segura. Portanto, esse projeto de alarmes pode garantir ao operador de

console um ambiente de trabalho com menos ruídos desnecessários que

pudessem o atrapalhar.

Porém, para que o projeto não se perca é necessária a disciplina em

monitorar alarmes da área e uma cultura sobre alarmes bem embasada. Portanto,

um ponto positivo para que a fase controlar não fosse perdia com o tempo, que é

um dos grandes desafios de um projeto DMAIC, foi o posicionamento da empresa

em tratar o número de alarmes como um indicador de sua política de SGI (Sistema

de Gestão Integrada).

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