otimização de rotas- recesa

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Guia do profissional em treinamento Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - ReCESA Resíduos Sólidos Otimização de Rotas para Veículos Coletores

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Guia do profissional em treinamento

Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - ReCESA

Resíd

uos S

ólid

os

Otimização de Rotaspara Veículos

Coletores

Promoção Rede de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - ReCESA

Realização Núcleo Centro-Oeste de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental – NuReCO

Instituições Integrantes do NuReCO Universidade de Brasília (Líder) | Universidade Federal de Mato Grosso do Sul | Universidade Federal de Goiás

Financiamento Financiadora de Estudos e Projetos/CT-Hidro do Ministério da Ciência e Tecnologia | Fundação Nacional de Saúde do Ministério da Saúde | Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades

Apoio Organizacional Programa de Modernização do Setor de Saneamento - PMSS Comitê Gestor da ReCESA Comitê Consultivo da ReCESA

- Ministério das Cidades -Associação Brasileira de Captação e Manejo de Águas de Chuvas – ABCMAC

- Ministério da Ciência e Tecnologia -Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES

- Ministério do Meio Ambiente -Associação Brasileira de Recursos Hídricos – ABRH

- Ministério da Educação -Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública – ABLP

- Ministério da Integração Nacional -Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais – AESBE

- Ministério da Saúde -Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento – ASSEMAE

-Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica - Concefet - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

-Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia – CONFEA

- Caixa Econômica Federal (CAIXA) - Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional – FASE

- Federação Nacional dos Urbanitários – FNU

- Fórum Nacional dos Comitês de Bacias Hidrográficas – Fncbhs

- Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras – Forproex

- Fórum Nacional de Lixo e Cidadania

- Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental – FNSA

- Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM

- Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS

- Programa Nacional de Conservação de Energia – PROCEL

- Rede Nacional de Capacitação em Recursos Hídricos – Cap-Net Brasil

Parceiros do NuReCO - CAESB - Companhia de Saneamento Ambiental do distrito Federal - EEC- UFG - Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás. - SEMADES - Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - NOVACAP - Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil - SANESUL - Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul S.A. - SANEAGO - Saneamento de Goiás S.A. - SANECAP - Companhia de Saneamento da Capital - ÁGUAS DE GUARIROBA

Conselho Editorial Temático

Professora Ariuska Karla Barbosa Amorim (UnB) Professor Eraldo Henriques de Carvalho (UFG)

Professora Maria Lúcia Ribeiro (UFMS)

Elaboração deste guia

Professora Dra. Simone Costa Pfeiffer Professor Dr. Eraldo Henriques de Carvalho

Professor Responsável Professor Eduardo Queija de Siqueira

Projeto Gráfico – NUCASE / ReCESA

Diagramação – NuReCO / ReCESA

Otimização de rotas para veículos coletores: nível 2 / Pfeiffer, S. C; Carvalho, E. H. ReCESA 2009 35 p. il; Nota: Realização do NuReCO: Núcleo Regional Centro-Oeste de Capacita-ção e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental, sob a coordena-ção de: José Goes Vasconcelos Neto, Carlos Nobuyoshi Ide e Eduardo Queija de Siqueira 1. Resíduos sólidos; 2. Coleta de resíduos; 3. Transporte de resíduos; 4. Otimização de rotas

É impossível haver desenvolvimento saudável sem uma população saudável;(...) Atenção espe-cial deve ser dedicada (...)a políticas abrangentes e sustentáveis de abastecimento de água, que garantam água potável segura e um saneamento que impeça tanto a contaminação microbiana como química Agenda 21, Capítulo 6

A Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológi-ca em Saneamento Ambiental – ReCESA – tem o pro-pósito de reunir, articular e integrar um conjunto de instituições e entidades com o objetivo de promover o desenvolvimento institucional do setor mediante solu-ções de capacitação, intercâmbio técnico e extensão tecnológica. A ReCESA rede estruturou-se em Núcleos Regionais em cada uma das regiões brasileiras, constituídos confor-me as orientações e diretrizes da Chamada Pública MCT/FINEP/CT-HIDRO – CAPACITAÇÃO – 01/2005. Essa iniciativa foi financiada com recursos da Financia-dora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (CT-HIDRO), da Secretaria Nacional de Sa-neamento Ambiental do Ministério das Cidades e da Fundação Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Cada Núcleo Regional foi estruturado a partir da par-ceria com operadoras de serviços de saneamento e outras entidades do setor que trabalhando em conjun-to buscam desenvolver atividades na área da capacita-ção, mantendo um enfoque multidisciplinar e integra-do no conjunto das temáticas que integram o campo do saneamento, a saber: abastecimento de água, esgo-tamento sanitário, gestão integrada dos resíduos sóli-dos e manejo integrado das águas pluviais urbanas. Para que a atuação dos núcleos regionais esteja em sintonia com os princípios da rede, estes devem ter abrangência temática e capilaridade regional, atuando em todas as frentes das ações de saneamento, consi-derando-se as políticas e técnicas de manejo, trata-mento e disposição específicas para cada tema e apro-priadas para cada região. Dessa forma, os Núcleos Regionais buscam promover a formação e a capacita-ção dos profissionais que atuam no setor, assim como as políticas públicas que disciplinam a intervenção de todos os agentes envolvidos nos diferentes componen-tes do saneamento.

A constituição dos núcleos regionais foi a primeira etapa de um processo continuado de estruturação da ReCESA, que deve ser gradativamente ampliada para adesão de outras instituições e entidades, inclusive aquelas de atuação nacional. É objetivo geral da rede desenvolver todas as temáticas relacionadas à gestão e operação dos serviços de saneamento por meio de ações destinadas a:

• Mobilizar e articular entidades gestoras, presta-dores de serviços, instituições de ensino, pes-quisadores, técnicos e organizações específicas do setor;

• Promover a capacitação dos agentes envolvidos nas atividades de saneamento;

• Apoiar o desenvolvimento e facilitar a difusão e o intercâmbio de políticas, boas práticas e técni-cas apropriadas;

• Apoiar a produção, a disseminação e o inter-câmbio de conhecimento, integrando pessoas e instituições através de comunidades virtuais;

• Apoiar a implantação de políticas públicas supe-radoras dos problemas de saneamento.

A retomada dos investimentos no setor e o estabeleci-mento de regras claras para o saneamento são com-promissos assumidos pelo governo federal para atingir a universalização do acesso e a melhoria da qualidade da prestação dos serviços. Para isso, será fundamental o investimento em capacitação dos gestores, regulado-res, prestadores de serviços e dos próprios usuários. Dá-se um enfoque especial das atividades será nos prestadores de serviços pela carência de iniciativas de capacitação para esse segmento de trabalhadores, a despeito da grande importância que os mesmos têm no universo do saneamento.

Texto baseado na “Concepção Geral da Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental “

Documento do GT – Capacitação

APRESENTAÇÃO DA RECESA

O NuReCO – Núcleo Regional Centro-Oeste de Capacitação e Extensão Tecnológica em Sane-amento Ambiental – tem por objetivo o desen-volvimento de atividades de capacitação de pro-fissionais da área de saneamento nas unidades da federação que compõe a região centro-oeste brasileira. As metas que o NuReCO busca atingir são: 1. Diagnosticar o público-alvo, oferta e demanda de

atividades de capacitação e de extensão tecnoló-gica em saneamento na região Centro-Oeste.

2. Realizar atividades de capacitação e de extensão tecnológica em saneamento

3. Construir uma proposta/plano de capacitação e certificação de operadores.

4. Desenvolvimento e produção de material didático. 5. Desenvolvimento preliminar de instrumento para

avaliação das atividades de capacitação. 6. Elaborar ferramentas institucionais para divulga-

ção das atividades de capacitação do núcleo. O NuReCO é coordenado pela Universidade de Brasília – UnB – tendo como instituições co-executoras a Universidade Federal de Mato Gros-so do Sul e a Universidade Federal de Goiás. Atendendo os quesitos de abrangência temática e de capilaridade regional, as universidades que integram o NuReCO têm como parceiros presta-dores de serviços de saneamento e entidades específicas do setor.

Coordenação Institucional do NuReCO

A coletânea de materiais didáticos produzidos e apresentados pelo NuReCO é composta por 32 guias que serão utilizados em oficinas de capaci-tação em saneamento. São dez guias relaciona-dos à área de abastecimento de água, cinco tra-tando de temas em sistemas de esgotamento sanitário, oito materiais didáticos na área de manejo de águas pluviais, sete versando sobre o tema de manejo de resíduos sólidos e dois sobre temas que perpassam diversas dimensões do saneamento, denominados temas transversais. Dentre as diversas metas estabelecidas pelo NuReCO, o desenvolvimento de matérias didáti-cos no formato de Guias para Profissionais em Treinamento merece destaque. Tais materiais didáticos objetivam ser o apoio as oficinas de capacitação em saneamento para trabalhadores que com níveis de escolaridade desde o primeiro grau incompleto até o nível superior. Cabe aqui ressaltar o papel do Núcleo Sudeste de Capacita-ção de Extensão Tecnológica em Saneamento – NUCASE – no desenvolvimento de uma identida-de visual e abordagens pedagógicas que são adotadas nos guias utilizados pelo NuReCO. Como resultado, busca-se estabelecer um diálo-go e troca de conhecimentos entre profissionais em treinamento e instrutores. Para isso, cuidados especiais foram tomados com a forma de abor-dagem de conteúdos, tipos de linguagem e re-cursos de interatividade.

Coordenação Institucional do NuReCO

O NURECO OS GUIAS

Resíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos Urbanos –––– Otimização de Rotas Para Veículos Coletores Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA ReCESA ReCESA ReCESA

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SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO

SUMÁRIO .................................................................................................................................1

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO - RESÍDUOS SÓLIDOS: DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO ....................................................................................................................2

1.1. Classificação.................................................................................................................2

Quanto à sua origem .......................................................................................................2

Quanto à sua periculosidade .........................................................................................3

CAPÍTULO 2. COLETA E TRANSPORTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS ...........................4

2.1. Coleta de resíduos sólidos domiciliares ...................................................................5

Acondicionamento ...........................................................................................................5

Regularidade e frequência da coleta ..........................................................................10

Horário da coleta............................................................................................................10

Tipos de veículos coletores ..........................................................................................12

Equipe de coleta (guarnição) .......................................................................................14

Dimensionamento da frota de caminhões .................................................................16

Coleta em áreas especiais ...........................................................................................20

Coleta seletiva ................................................................................................................21

Estações de transbordo ................................................................................................23

2.2. Coleta de resíduos de serviços de saúde ..............................................................24

CAPÍTULO 3 - ACIDENTES E RISCOS OCUPACIONAIS.............................................27

CAPÍTULO 4 - PLANEJAMENTO E LOGÍSTICA .............................................................28

4.1. Projeto de coleta de resíduos domiciliares ............................................................28

4.2. Traçado das rotas e planejamento da coleta.........................................................30

4.3. Implantação do projeto..............................................................................................33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................35

Resíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos Urbanos –––– Otimização de Rotas Para Veículos Coletores Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA ReCESA ReCESA ReCESA

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CAPÍTULO CAPÍTULO CAPÍTULO CAPÍTULO 1111 ---- INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO ---- RESÍDUOS SÓLIDOS: RESÍDUOS SÓLIDOS: RESÍDUOS SÓLIDOS: RESÍDUOS SÓLIDOS: DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃODEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃODEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃODEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

Resíduos sólidos são materiais heterogêneos provenientes da natureza e das

diversas atividades humanas. Considerados frequentemente como inúteis ou

imprestáveis por quem os gerou (e, portanto, sinônimo de lixo ou resto), podem ser

encontrados nos estados: sólido, semissólido ou líquido.

1.1. Classificação1.1. Classificação1.1. Classificação1.1. Classificação

Os resíduos são classificados de diferentes maneiras, entretanto, algumas são

mais utilizadas, pois fornecem importantes informações para o seu gerenciamento

adequado

Quanto à sua origemQuanto à sua origemQuanto à sua origemQuanto à sua origem

A classificação dos resíduos sólidos, em função de sua origem é a mais

utilizada, pois envolve a identificação da atividade que lhes originou. Este

procedimento facilita o estabelecimento das ações que precisam ser desenvolvidas,

e auxilia na identificação do responsável pelo gerenciamento desses resíduos.

Segundo este critério, os resíduos sólidos podem ser classificados em:

• Doméstico ou residencial: resíduos provenientes das atividades realizadas nas

edificações residenciais;

• Comercial: semelhantes aos domésticos, esses resíduos são gerados em

estabelecimentos comerciais;

• Industrial: resíduos bastante variados, dependentes da tipologia da indústria. São

originados das diferentes atividades exercidas dentro da área industrial;

• Público: resíduos presentes nos logradouros públicos;

• Serviços de saúde: provenientes de atividades: de natureza médico-assistencial

às populações, humana e animal, ou de centros de pesquisa e de

experimentação na área da saúde;

Resíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos Urbanos –––– Otimização de Rotas Para Veículos Coletores Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA ReCESA ReCESA ReCESA

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• Portos, aeroportos e terminais rodoferroviários: resíduos compostos em grande

parte por materiais de higiene pessoal e restos de alimento;

• Agrícola: provenientes das atividades da agricultura e pecuária, como

embalagens de adubos, de defensivos agrícolas, restos de colheita e esterco

animal;

• Construção e demolição: proveniente de construções, demolições e reformas em

geral.

Quanto à sua periculosidadeQuanto à sua periculosidadeQuanto à sua periculosidadeQuanto à sua periculosidade

De acordo com a NBR 10004/2004 da Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT), os resíduos são classificados em função dos riscos que podem

causar à saúde pública e/ou ao meio ambiente:

a) Resíduos classe I – Perigosos (inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos e/ou

patogênicos).

b) Resíduos classe II – Não perigosos:

• Resíduos classe II A – Não inertes;

• Resíduos classe II B – Inertes.

Vale ressaltar que os resíduos perigosos não devem ser dispostos nos aterros

sanitários municipais.

Resíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos Urbanos –––– Otimização de Rotas Para Veículos Coletores Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA ReCESA ReCESA ReCESA

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CAPÍTULO CAPÍTULO CAPÍTULO CAPÍTULO 2. COLETA E TRANSPORTE DE RESÍDUOS 2. COLETA E TRANSPORTE DE RESÍDUOS 2. COLETA E TRANSPORTE DE RESÍDUOS 2. COLETA E TRANSPORTE DE RESÍDUOS SÓLIDOSSÓLIDOSSÓLIDOSSÓLIDOS

A limpeza pública ou urbana engloba um conjunto de atividades de

competência das administrações municipais destinadas à preservação da saúde

pública e bem estar comum da população.

Por envolver serviços que são prestados direta e diariamente à comunidade,

qualquer problema gera críticas à administração municipal. Por outro lado, um

serviço de qualidade, bem executado, contribui para uma imagem positiva da cidade,

dos seus dirigentes e dos administradores públicos.

De acordo com a Lei nº 11.445 de 2007, do Ministério das Cidades, conhecida

como Lei do Saneamento Básico, as atividades do serviço público de limpeza urbana

e manejo de resíduos sólidos urbanos são as seguintes: coleta, transporte,

transbordo, tratamento e disposição final dos resíduos domésticos e dos originários

da varrição, capina e poda realizada em logradouros e vias públicas.

Coletar significa recolher o resíduo acondicionado por quem o produziu e

transportá-lo de forma adequada ao local de tratamento e/ou disposição final. Este

procedimento tem por finalidade evitar problemas de saúde que ele possa propiciar.

Segundo a ABNT/NBR/13463/2005 - a coleta de resíduos sólidos pode ser

classificada em:

• Regular: resíduos domiciliar, de feiras, de praias e de calçadões; de

varredura, e de serviços de saúde;

• Especial: animais mortos abandonados;

• Seletiva;

• Particular: resíduos industriais, comerciais, em condomínios.

Resíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos Urbanos –––– Otimização de Rotas Para Veículos Coletores Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA ReCESA ReCESA ReCESA

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A coleta regular encarrega-se dos resíduos gerados em pequenas

quantidades pelos chamados “pequenos geradores”. No caso dos "grandes

geradores", a coleta deve ser realizada por empresas particulares, cadastradas e

autorizadas pela prefeitura, ficando seu custo a cargo do gerador.

A coleta regular de resíduos é a atividade da limpeza pública que maior

preocupação traz ao dirigente municipal, em virtude dos gastos envolvidos e da

estreita relação entre esse serviço e a população. Caso não haja um planejamento

adequado, podem ocorrer gastos excessivos, além de reclamações por parte da

população.

Quando os resíduos não são coletados dentro do período adequado, os

mesmos ficam expostos nos passeios públicos ou são descartados de forma

indevida, pela própria população, em terrenos baldios, rios, erosões e outros, o que,

além dos problemas já mencionados, pode trazer riscos à saúde pública.

2.1. Coleta de resídu2.1. Coleta de resídu2.1. Coleta de resídu2.1. Coleta de resíduos sólidos domiciliaresos sólidos domiciliaresos sólidos domiciliaresos sólidos domiciliares

AcondicionamentoAcondicionamentoAcondicionamentoAcondicionamento

A forma de acondicionamento dos resíduos, ou seja, a forma como devem ser

apresentados no local de geração para o seu recolhimento pela coleta, é de grande

importância para a sua eficácia. A responsabilidade pelo acondicionamento é do

gerador.

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Dinâmica Dinâmica Dinâmica Dinâmica ---- “Conhec“Conhec“Conhec“Conhecendo a coleta do seu município”endo a coleta do seu município”endo a coleta do seu município”endo a coleta do seu município”

Finalidade: Discutir os serviços de coleta de resíduos prestados nos

municípios representados pelos profissionais em treinamento.

Atividade: Cada participante deve preencher a planilha e depois ler suas

anotações. Discutir, em seguida, a realidade atual (pontos positivos e negativos), de

sua cidade.

Cidade: ___________________________________________________________________ População urbana: __________________________________________________________ Que tipos de resíduos são coletados? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Responsável pelo serviço de coleta: _____________________________________________________________________________________________________________________ Qual o percentual do orçamento destinado a esse serviço? __________________________ Quantidade diária de resíduos sólidos coletados: __________________________________ Percentual da população urbana atendida pelo serviço: _____________________________ A área rural também é atendida? _______________________________________________ O serviço é cobrado dos munícipes? ____________________________________________ Que tipos de veículos são utilizados na coleta? Quantos? _____________________________________________________________________________________________________ Caso o serviço seja executado pela prefeitura, os caminhões são próprios ou alugados? __________________________________________________________________________ Há coleta noturna? Em caso positivo, em que partes da cidade ela é realizada? ___________________________________________________________________________________ Há coleta seletiva? Em caso positivo, como e em que partes da cidade ela é feita? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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A população é informada sobre os dias e horários da (s) coleta (s)? ___________________ Quais são os meios utilizados para isso? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Existe algum regulamento para o acondicionamento dos resíduos? ______________________________________________________________________________________________ Existem locais clandestinos de lançamento de resíduos na cidade? ____________________ Há reclamações constantes por parte da população? _______________________________ Como é feita a fiscalização do serviço prestado? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A importância do acondicionamento adequado está em:

• Evitar acidentes;

• Evitar a proliferação de vetores;

• Minimizar o impacto visual e olfativo;

• Permitir a separação dos diferentes tipos de resíduos;

• Facilitar a realização da etapa da coleta.

A escolha do tipo de recipiente mais apropriado vai depender das

características do resíduo, da quantidade gerada, da frequência com que a coleta é

realizada e do acesso ao local. No Brasil, para pequenas quantidades de resíduos,

são utilizados pequenos recipientes (latas, caixotes) e sacos plásticos.

Se a coleta for manual é importante que seja respeitado o peso máximo de 30

kg, incluindo recipiente e resíduo. Além disso, o recipiente deve ser seguro, para

evitar acidentes aos usuários e trabalhadores da coleta; econômico; fechado, para

evitar espalhamentos, odores e atração de vetores; e permitir seu deslocamento e

esvaziamento adequado no caminhão utilizado para a coleta.

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Figura 2.1Figura 2.1Figura 2.1Figura 2.1 ---- Forma inadequada de acondicionar os resíduos, o que Forma inadequada de acondicionar os resíduos, o que Forma inadequada de acondicionar os resíduos, o que Forma inadequada de acondicionar os resíduos, o que dificulta a coletadificulta a coletadificulta a coletadificulta a coleta

Você sabia?

Considerando-se que cada habitante gere aproximadamente 0,7 kg/dia de

resíduos; que a média brasileira é de cinco habitantes por residência, e que o

peso específico médio do resíduo é de 200 kg/m3, tem-se uma produção

diária de 17,5 L (3,5 kg) de resíduo por residência. Como na grande maioria

dos municípios a coleta é realizada em dias alternados, serão colocados para

a coleta 35,0 L (7,0 kg).

Embora ainda sejam utilizados diversos tipos de recipientes principalmente

nas cidades do interior, os sacos plásticos são os mais adequados quando a coleta é

manual, por quê: são amarrados facilmente, garantindo seu fechamento; são leves;

dispensam a devolução do vasilhame, o que acelera o trabalho; além de não

fazerem barulho durante a coleta, principalmente, quando é feita à noite.

Na prática, é recomendável a utilização de sacos plásticos de 50,0 L, devido a

excessos como festividades e grande número de embalagens descartáveis. Muitos

códigos de postura municipais permitem um volume de até 100,0 L, que é a

capacidade máxima a ser manuseada sem grandes esforços pelos coletores (sacos

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plásticos com mais de 100,0 L não são seguros, pois os coletores tendem a abraçá-

los para carregá-los até o caminhão).

Por todas essas razões, o saco plástico tornou-se o mais utilizado em todo

mundo e em muitas cidades brasileiras já são exigidos por leis municipais. As NBRs

9190/1993 e 9191/2002, nem sempre seguidas, especificam os padrões para

fabricação de sacos descartáveis.

Figura 2.2Figura 2.2Figura 2.2Figura 2.2 ---- Utilização de sacos descart Utilização de sacos descart Utilização de sacos descart Utilização de sacos descartáveis paráveis paráveis paráveis para acondicionar resíduos sólidosa acondicionar resíduos sólidosa acondicionar resíduos sólidosa acondicionar resíduos sólidos

Em locais com elevada geração de resíduos, tais como edifícios residenciais,

condomínios, estabelecimentos comerciais, supermercados, shopping centers,

indústrias e outros, são mais convenientes os contêineres padronizados, com rodas

e tampa, pois permitem uma coleta mais produtiva e segura, além de fácil manuseio

e durabilidade.

Figura 2.3Figura 2.3Figura 2.3Figura 2.3 ---- Basculamento de contêi Basculamento de contêi Basculamento de contêi Basculamento de contêiner contendo resíduos sólidosner contendo resíduos sólidosner contendo resíduos sólidosner contendo resíduos sólidos

Resíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos Urbanos –––– Otimização de Rotas Para Veículos Coletores Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA ReCESA ReCESA ReCESA

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Regularidade e frequência da coletaRegularidade e frequência da coletaRegularidade e frequência da coletaRegularidade e frequência da coleta

A coleta do resíduo domiciliar deve ser realizada sempre nos mesmos dias e

horários, regularmente, para que os cidadãos habituem-se a colocar os resíduos

somente nos dias e horários em que o veículo coletor irá passar. Para isso, a

população deve ser comunicada antecipadamente.

A frequência recomendada para a maioria das cidades é a de dias alternados.

Isto por que o resíduo pode perfeitamente ser acumulado em uma residência de um

dia para o outro sem grandes transtornos, gerando uma economia de 30% a 40%

nos gastos em comparação com a coleta diária.

A coleta domiciliar com frequência diária é normalmente programada para

locais de grande produção de resíduos como, por exemplo, a região central do

município onde se concentra o comércio. Nas favelas e em comunidades carentes,

onde não há espaço para armazenar os resíduos por mais de um dia, é conveniente

que a coleta também seja diária.

Em locais periféricos com pouca densidade demográfica, costuma-se efetuar

a coleta periódica, ou seja, duas vezes por semana. Desta forma, um único veículo

pode atender até três áreas diferentes.

Horário da coletaHorário da coletaHorário da coletaHorário da coleta

O ideal é reservar as primeiras horas da manhã, quando não há coleta

noturna em um município, para atender a zona central, em razão da abertura dos

estabelecimentos localizados na região, o que causa aumento da concentração de

tráfego, tanto de veículos como de transeuntes.

Em horários matinais não são encontrados todos os vasilhames expostos,

principalmente em locais de muito comércio onde o início das atividades é a partir

das 8h, ficando com isso comprometida a eficiência do serviço prestado.

Resíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos Urbanos –––– Otimização de Rotas Para Veículos Coletores Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA ReCESA ReCESA ReCESA

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Nos bairros estritamente residenciais, a coleta deve ser realizada

preferencialmente durante o dia, a qual, além de ser mais econômica, permite uma

melhor fiscalização do serviço. Entretanto, há interferências do trânsito, o que implica

em menor velocidade de coleta e maior risco para os coletores. Em regiões de clima

quente pode haver, também, uma queda na produtividade dos trabalhadores.

Já a coleta noturna apresenta um rendimento maior, pois encontra as vias e

passeios desimpedidos. O serviço passa despercebido pela maioria da população e

o rendimento dos coletores é maior devido ao clima mais ameno. No entanto, há

aumento de encargos e, em lugares onde não é obrigatório o uso de sacos plásticos,

a coleta noturna pode trazer a desvantagem do ruído, o que a torna mais indicada

para áreas comerciais. Além disso, a iluminação insuficiente pode ocasionar

acidentes.

A implantação do sistema misto, ou seja, coleta realizada no município parte

no horário noturno e parte no horário diurno é interessante, pois, otimiza a utilização

dos veículos e reduz pela metade o número necessário de caminhões.

Quadro 2.1Quadro 2.1Quadro 2.1Quadro 2.1 ---- Especificações para cada tipo de área Especificações para cada tipo de área Especificações para cada tipo de área Especificações para cada tipo de área

TIPO de ÁREA FREQUÊNCIA PERÍODO OBSERVAÇÕES

Residencial Diária/Alternada Diurno Diária em áreas mais adensadas

Comercial/Industrial Diária Diurno/Noturno O período depende do tamanho da cidade

Favelas, áreas de urbanização desordenada

Diária Diurno

O planejamento dependerá das características e particularidades de cada área

Feiras, festas, eventos musicais, e

outros. Eventual

Imediatamente após a realização

do evento

A coleta deverá ser iniciada imediatamente após a varrição

Resíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos Urbanos –––– Otimização de Rotas Para Veículos Coletores Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA ReCESA ReCESA ReCESA

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Tipos de veículos coletoresTipos de veículos coletoresTipos de veículos coletoresTipos de veículos coletores

As características da carroceria influenciam diretamente na qualidade da

coleta. Assim, a escolha do veículo dependerá da natureza, da quantidade de

resíduos a serem coletados, da forma de acondicionamento desses resíduos, e das

condições de acesso ao ponto de coleta.

O caminhão com caçamba simples, também conhecido como “Prefeitura”, é

bastante utilizado, principalmente em cidades de menor porte, devido a sua

flexibilidade – quando não está sendo utilizado na coleta pode ser disponibilizado

para outros serviços. Entretanto, neste tipo de caminhão, é preciso levantar os

recipientes que acondicionam os resíduos a uma altura de aproximadamente 1,70 m

acima do solo, o que pode implicar em um esforço excessivo por parte do

trabalhador da coleta.

Além da pequena capacidade de carga (normalmente da ordem de 10 m3),

outros inconvenientes são encontrados: o espalhamento e a necessidade de haver

pelo menos um funcionário no interior da caçamba, para receber os recipientes e

acomodar os resíduos ficando em contato direto com os mesmos. Ressalta-se,

ainda, o mau estado de conservação dos veículos, fato observado com certa

frequência, principalmente em municípios menores.

Resíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos Urbanos –––– Otimização de Rotas Para Veículos Coletores Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA ReCESA ReCESA ReCESA

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Figura 2.4Figura 2.4Figura 2.4Figura 2.4 ---- Caminhão com caçamba simples, em mau estado, utilizado em Caminhão com caçamba simples, em mau estado, utilizado em Caminhão com caçamba simples, em mau estado, utilizado em Caminhão com caçamba simples, em mau estado, utilizado em

município de médio portemunicípio de médio portemunicípio de médio portemunicípio de médio porte

O coletor tipo compactador pode ser encontrado em diferentes volumes e

capacidade de carga. A altura para carregamento situa-se entre 1,0 m e 1,2 m do

solo, o que facilita a coleta. Neste caso, os inconvenientes sanitários também são

eliminados. Entretanto, a manutenção desses caminhões é mais complicada, o preço

é elevado e exigem a observação de alguns requisitos mínimos nas vias por onde

circularão, tais como largura mínima de 4,0 m e altura livre mínima de 4,0 m, além de

apresentarem uma relação custo/benefício desfavorável em áreas de baixa

densidade populacional.

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Figura 2.5 Figura 2.5 Figura 2.5 Figura 2.5 ---- Caminhão compactador. Caminhão compactador. Caminhão compactador. Caminhão compactador.

Fonte: Planalto Indústria Mecânica Ltda.Fonte: Planalto Indústria Mecânica Ltda.Fonte: Planalto Indústria Mecânica Ltda.Fonte: Planalto Indústria Mecânica Ltda.

Equipe de colEquipe de colEquipe de colEquipe de coleta (guarnição)eta (guarnição)eta (guarnição)eta (guarnição)

A velocidade com que se efetua a coleta é um elemento básico para o

dimensionamento da frota, e esse fator depende muito da equipe coletora, também

conhecida como guarnição.

A quantidade de trabalhadores deve ser calculada em função das

características de cada região, ou seja: produção de resíduo, topografia da cidade,

formas de acondicionamento utilizadas pela população, clima e outros.

Os caminhões coletores simples, normalmente são acompanhados por uma

equipe composta por um motorista e quatro ajudantes, sempre com pelo menos um

em cima da carroçaria para acomodar os resíduos. Em algumas situações especiais

como, por exemplo, cidades onde não há obrigatoriedade do uso de sacos plástico,

o número de ajudantes pode chegar a cinco, para evitar esforços demasiados por

parte dos trabalhadores.

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Figura 2.6 Figura 2.6 Figura 2.6 Figura 2.6 ---- Esforço excessivo durante a coleta para levantamento de tambor de Esforço excessivo durante a coleta para levantamento de tambor de Esforço excessivo durante a coleta para levantamento de tambor de Esforço excessivo durante a coleta para levantamento de tambor de 200200200200

LLLL

Já a guarnição de um caminhão coletor compactador, normalmente varia

entre três ou quatro ajudantes. Considerando que um trabalhador consegue, sem

maiores esforços, coletar cerca de duas toneladas de resíduo em quatro horas de

trabalho, para caminhões com capacidade de até 10 m3 de resíduo compactado, três

trabalhadores por caminhão são suficientes. Para caminhões compactadores com

capacidade de 12 a 20 m3, quatro ajudantes é o ideal.

O uso de uniformes pela equipe é essencial, não só para a manutenção da

higiene e segurança dos coletores, como também para a boa apresentação dos

servidores da limpeza pública que estão em contato direto com os munícipes.

Segundo a NBR 12980/1993 o equipamento mínimo de segurança, exigido

para o coletor de resíduo consta de:

• Luva de raspa de couro (para proteção contra materiais cortantes);

• Calçado com solado antiderrapante, tipo tênis;

• Colete refletor para coleta noturna;

• Camisa de brim ou camiseta, nas cores: amarela, laranja ou vermelha

(para fácil identificação pela população);

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• Calça comprida de brim;

• Boné de brim, tipo jóquei;

• Capa de chuva, tipo morcego.

Para o motorista:

• Calçado com solado de borracha, antiderrapante;

• Blusa de brim;

• Calça comprida de brim.

Dimensionamento da frota de caminhõesDimensionamento da frota de caminhõesDimensionamento da frota de caminhõesDimensionamento da frota de caminhões

Para o dimensionamento da frota de caminhões coletores, são necessárias

as seguintes informações:

a) Quantidade diária de resíduo efetivamente coletado.

Em algumas cidades ou setores, nem sempre a população é beneficiada pelo

serviço de coleta.

A quantidade diária de resíduos a ser coletado (Q) é dada pela seguinte

equação:

GHRQ ××=

Onde:

R = porcentagem do resíduo gerado no município (ou no setor) que realmente é

coletado;

H = população urbana onde existe serviço de coleta resíduo regular;

G = estimativa da quantidade diária gerada de resíduo por habitante (kg/hab.dia).

Para essa determinação, recomenda-se tomar como base a demanda de

resíduos em dias normais. É mais econômico dimensionar os circuitos de forma que

a capacidade de carga dos veículos coletores seja completada durante a jornada

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normal de serviço. Quando houver excesso de resíduo ele será coletado pela

prestação de horas extras.

b) Cálculo do tempo gasto, por viagem, com o transporte do local de coleta ao local

de destinação final dos resíduos (TV)

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TVt

DTV +=

Onde:

D = distância média do centro gerador até o local de descarga (km).

Vt = velocidade média desenvolvida até o local de descarga (km/h).

T1 = tempo gasto com o acesso, a pesagem, a descarga do resíduo e a saída do

local de destinação (h).

c) Cálculo do número de viagens diárias possíveis por veículo (NV)

)()( TVVCQCL

JVCQNV

××+×

××=

Onde:

Q = quantidade de resíduo a ser coletado por dia (t);

VC = velocidade média de coleta (km/h);

J = jornada de trabalho (h);

L = extensão, em km, de vias públicas a serem atendidas pelo serviço de coleta (se

a coleta ocorrer em dias alternados, ”L” deverá ser dividido por 2);

C = capacidade de carga da caçamba (t);

TV = tempo de viagem que cada veículo gasta para a descarga do resíduo (h).

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d) Dimensionamento da frota (F)

KC

Q

NVF +×= )(

1

Onde:

NV = número de viagens possíveis, por caminhão, em uma jornada de trabalho;

Q = quantidade de resíduo coletado (t);

C = capacidade de carga de uma caçamba (deve-se adotar como capacidade de

coleta somente 80% do valor nominal expresso nos catálogos do fabricante) (t);

K = número de veículos reserva (10%).

Se houver coleta noturna, desconta-se o número de viagens realizadas neste

período.

KYC

Q

NVF +−×= )(

1

Onde:

Y = número de viagens necessárias, por veículo e por setor, em uma jornada de

trabalho no período noturno.

Na prática por falta de recursos, às vezes não há condições de adquirir um

veículo para reserva. Quando há necessidade de substituir temporariamente um

veículo da coleta regular, costuma-se deslocar um caminhão basculante de outro

departamento da prefeitura. Essa regra, obviamente, não se aplica quando o serviço

é terceirizado.

Além das informações necessárias para o cálculo da frota, é importante fazer

as seguintes considerações:

• Sempre que possível adquirir caminhões compactadores, pois:

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1) O volume de armazenagem é muito maior, o que evita fazer várias

viagens ao local de disposição do resíduo;

2) A estanqueidade do resíduo é total evitando sua visualização, queda e

espalhamento;

3) O compartimento que possui para armazenagem de chorume ou

líquidos percolados da massa de resíduo, evita o derramamento dos

mesmos nas vias públicas;

4) O compartimento de carga é grande, permitindo a descarga de vários

recipientes ao mesmo tempo. Esse compartimento é traseiro,

proporcionando maior segurança à guarnição;

5) A altura de carregamento encontra-se na linha de cintura dos garis o

que facilita a operação.

• Nos locais onde um veículo compactador não é capaz de circular como, por

exemplo, em favelas e ruas com declividade acentuada, a coleta de resíduo deve

ser efetuada por caminhões basculantes com tração nas quatro rodas.

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DinâmicaDinâmicaDinâmicaDinâmica ---- “Dimensionamento da frota”.“Dimensionamento da frota”.“Dimensionamento da frota”.“Dimensionamento da frota”.

Faça, em grupos de no máximo três participantes, o dimensionamento da frota

de veículos necessária para coletar os resíduos sólidos domiciliares de uma cidade

de 60.000 habitantes, considerando as seguintes situações:

a) Primeira situação: a coleta, em toda a cidade, será realizada diariamente no

período diurno.

b) Segunda situação: a coleta, em toda a cidade, será realizada em dias alternados,

no período diurno.

c) Terceira situação: a coleta será realizada em dias alternados, no período diurno,

com exceção de um veículo que realizará a coleta também em dias alternados, mas

no período noturno.

Coleta em áreas especiaisColeta em áreas especiaisColeta em áreas especiaisColeta em áreas especiais

a) Cidades turísticas

Em cidades turísticas, a coleta deve receber atenção especial e a

administração municipal deve prever serviços temporários para os períodos de maior

demanda. A redução da frequência de coleta jamais deve ser considerada.

Basicamente, adotam-se as seguintes medidas:

• Aumento do número de turnos de coleta, criando o segundo turno de trabalho

ou até mesmo o terceiro;

• Contratação de veículos extras, com antecedência, evitando-se assim a

especulação de preços;

• Coleta, preferencialmente, no período noturno, quando o tráfego é menos

intenso.

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b) Áreas de baixa renda

Nestas áreas especiais a coleta do resíduo domiciliar se caracteriza por:

• Acondicionamento precário ou inexistente do resíduo;

• Tendência dos moradores em livrar-se dos resíduos logo que gerados;

• Dificuldade de acesso para caminhão.

Assim, é interessante a instalação de recipientes para acondicionar o resíduo,

tais como contêineres de plástico, dotados de rodas e tampas. A utilização de

caçambas estacionárias abertas não é recomendável, pois deixam o resíduo

exposto, atraindo animais e insetos nocivos.

Face á suas particularidades, a coleta nestes locais deve ser realizada

diariamente. Para contornar as dificuldades de acesso, são utilizados veículos

especiais, de pequena largura e de boa capacidade de manobra, tais como

microtratores ou tratores agrícolas, rebocando carretas ou pequenos veículos

coletores.

A contratação de coletores (garis) comunitários apresenta bons resultados,

especialmente nas favelas com maiores problemas de coleta.

Coleta seletivaColeta seletivaColeta seletivaColeta seletiva

Existem diferentes formas de fazer a coleta seletiva. A coleta de “porta a

porta”, por exemplo, implica na segregação e acondicionamento dos resíduos

recicláveis, em recipientes distintos, pela fonte geradora.

O veículo destinado a esse tipo de coleta passa nos domicílios em dias e

horários pré-definidos, e de conhecimento prévio da população. Em geral a

frequência do serviço é semanal, e normalmente apresenta baixa taxa de cobertura,

pois restringe-se a área central da cidade e poucos bairros.

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Figura 2.7 Figura 2.7 Figura 2.7 Figura 2.7 ---- Coleta se Coleta se Coleta se Coleta seletiva em condomínio horizontalletiva em condomínio horizontalletiva em condomínio horizontalletiva em condomínio horizontal

Outra forma de se proceder à coleta seletiva é concentrar os resíduos

recicláveis em determinados pontos. Neste caso, os resíduos são encaminhados

pela população aos Pontos de Entrega Voluntária (PEV´s) que devem ser instalados

em locais estratégicos de fácil acesso tais como supermercados, praças e escolas.

Figura 2.8 Figura 2.8 Figura 2.8 Figura 2.8 ---- Contêineres para recebimento de resíduos recicláveis Contêineres para recebimento de resíduos recicláveis Contêineres para recebimento de resíduos recicláveis Contêineres para recebimento de resíduos recicláveis dadadada população população população população

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A participação de catadores na coleta seletiva não pode ser desprezada.

Embora ocorra de maneira informal na grande maioria dos municípios brasileiros, em

alguns deles, as prefeituras já utiliza essa mão de obra incluindo-os em programas

formais. Apesar de ser lenta e trabalhosa, a inclusão de catadores no processo

formal de coleta, apresenta como vantagem a inclusão social dessas pessoas, que

deixam de ser marginalizados pela sociedade e têm seu trabalho reconhecido.

Qualquer que seja a forma de coleta seletiva escolhida, antes de iniciar o

programa é preciso que se faça um planejamento, semelhante ao da coleta

convencional, ou seja:

• Definição dos setores de coleta;

• Dimensionamento do pessoal necessário e da frota;

• Programação da frequência;

• Seleção dos locais para triagem e armazenamento dos resíduos: capacidade

de armazenamento, tempo de escoamento do material, necessidade de

equipamentos;

• Valorização de mercado dos materiais.

Estações de transbordoEstações de transbordoEstações de transbordoEstações de transbordo

Estações de transbordo ou de transferência são unidades instaladas próximas

ao centro de geração de resíduos, para que os caminhões de coleta, depois de

cheios, façam a descarga do material coletado e retornem rapidamente para

complementar o roteiro de coleta. Das estações de transferência, os resíduos são

transportados para o aterro sanitário por veículos de maior porte (que comportem

pelo menos três vezes a carga de um caminhão de coleta convencional) e de menor

custo unitário de transporte.

As estações são utilizadas quando é grande a distância entre o centro urbano

e o aterro sanitário (normalmente superior a 25 km), o que causa os seguintes

problemas:

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• Atraso na coleta, prolongando a exposição dos resíduos nas ruas;

• Aumento do tempo improdutivo da guarnição de trabalhadores parados à

espera do retorno do veículo que foi vazar sua carga no aterro;

• Aumento do custo de transporte;

• Redução da produtividade dos caminhões de coleta, que são veículos

especiais e caros.

Existem diferentes tipos de estações de transbordo, que são:

a) Estações com transbordo direto: contam com um desnível entre os pavimentos,

para que os caminhões de coleta, posicionados em uma cota mais elevada, façam a

descarga do resíduo diretamente no veículo de transferência. Por não contarem com

local para armazenamento, estas estações necessitam de maior frota de veículos de

transferência para assegurar que os caminhões de coleta não fiquem retidos nas

estações aguardando para efetuar a descarga dos resíduos.

b) Estações com armazenamento: na maioria das cidades os veículos chegam à

estação de transferência na mesma faixa de horário. Nestes casos, é necessário que

a estação de transferência conte com um local para o armazenamento dos resíduos

para absorver os chamados "picos" de vazamento. A existência de um local

possibilita, também, a operação do sistema com um menor número de

veículos/equipamentos.

2.2. Coleta de resíduos de serviços de saúde2.2. Coleta de resíduos de serviços de saúde2.2. Coleta de resíduos de serviços de saúde2.2. Coleta de resíduos de serviços de saúde

Em muitas cidades, especialmente as de pequeno porte, os resíduos de

serviços de saúde são recolhidos pela coleta regular juntamente com os resíduos

domiciliares. Esse tipo de procedimento, embora válido para o Grupo D (resíduos

comuns) desde que a segregação seja realizada no estabelecimento gerador, é

totalmente inadequado para os demais grupos dos resíduos de serviços de saúde.

Assim, para que a coleta seja conduzida de forma eficiente, é fundamental

que os diferentes tipos de resíduos de serviços de saúde sejam separados no

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momento de sua geração. Caso não ocorra a segregação, todos os resíduos que

tiverem contato com os infectantes passarão a ser assim classificados, exigindo

acondicionamento, armazenamento, coleta, tratamento e disposição adequada.

Segundo a ABNT/NBR 12810/1993, a coleta de resíduos de serviços de

saúde deve ser exclusiva e realizada a intervalos não superiores a 24 horas. Caso a

coleta diária não seja possível, ela pode ser realizada em dias alternados, desde que

os resíduos sejam armazenados à temperatura máxima de 4°C.

Esses resíduos devem ser coletados sempre no período diurno. Nos centros

de grande porte, a coleta deve ser realizada por veículos adequados: brancos, com

carroceria fechada, sem compactação ou baixa compactação, possuidor de calha

para retenção de líquidos, com sistema apropriado para basculamento por ocasião

de sua descarga, e identificados com a simbologia adequada. Além disso, devem

trazer, também, as seguintes informações:

• Nome da municipalidade em local visível;

• Nome da empresa coletora (endereço, e telefone);

• Especificação dos resíduos transportados;

• Número do veículo coletor.

Para o recolhimento dos resíduos em estabelecimentos de pequeno porte

como farmácias, drogarias, laboratório de análises, consultórios dentários e

similares, é conveniente a utilização de furgões leves, com carroceria fechada.

A descarga deve ser mecânica para veículo com capacidade superior a 1,0

tonelada, sendo permitida a descarga manual a veículo com capacidade inferior a

1,0 tonelada.

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Figura 2.9 Figura 2.9 Figura 2.9 Figura 2.9 ---- Caminhão especial para a coleta de resíduos infectantes. Caminhão especial para a coleta de resíduos infectantes. Caminhão especial para a coleta de resíduos infectantes. Caminhão especial para a coleta de resíduos infectantes.

Fonte: PFonte: PFonte: PFonte: Planalto Indústria Mecânica Ltdalanalto Indústria Mecânica Ltdalanalto Indústria Mecânica Ltdalanalto Indústria Mecânica Ltda

Ao final de cada turno de trabalho, o veículo coletor deve ser limpo e

desinfectado com jato de água, preferencialmente quente e sob pressão. O efluente

proveniente da lavagem e desinfecção do veículo coletor deve ser encaminhado para

tratamento, conforme exigências do órgão estadual de controle ambiental.

O equipamento de segurança necessário para o coletor de resíduos de

serviços de saúde e resíduos com riscos para saúde, segundo a NBR 12980/1993,

consta de:

• Luva de borracha grossa branca, de punho médio;

• Bota de borracha de meio cano branca, antiderrapante;

• Camisa e calça de brim, na cor branca;

• Boné de brim na cor branca, tipo jóquei.

Para o planejamento é preciso localizar em mapa, todos os estabelecimentos

geradores de resíduos provenientes de serviços de saúde e identificar a quantidade

gerada por cada unidade (hospitais, farmácias, drogarias, postos de saúde, clinicas

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em geral, e outros). Com base nestas informações, determina-se o número de

veículos necessários à coleta.

CAPÍTULO CAPÍTULO CAPÍTULO CAPÍTULO 3 3 3 3 ---- ACIDENTES E RISCOS OCUPACIDENTES E RISCOS OCUPACIDENTES E RISCOS OCUPACIDENTES E RISCOS OCUPACIONAISACIONAISACIONAISACIONAIS

As causas de acidentes de trabalho nos serviços de limpeza pública são

diversas. Estudos realizados sobre o assunto indicam a predominância de acidentes

ocorridos durante a coleta de resíduos domiciliares – normalmente cerca de 50% do

total registrados. Cortes e contusões predominam dentre os casos ocorridos.

No caso dos trabalhadores da coleta, a grande incidência de cortes está

relacionada ao descarte pela população, de objetos cortantes sem qualquer cuidado

especial em sacos plásticos e ao uso de recipientes metálicos com bordas cortantes

para o acondicionamento de seus resíduos.

Já os casos de contusões ocorrem, principalmente, pela forma indevida de

levantamento de peso e quedas provocadas pelo uso de calçados inadequados.

Outras razões identificadas para esse fato foram:

• Desgaste físico dos trabalhadores;

• Uso de bebidas alcoólicas durante o trabalho;

• A não utilização dos equipamentos de proteção individual (especialmente

luvas e coletes);

• Velocidade excessiva de coleta;

• Falta de atenção no desempenho da tarefa;

• Falta de atenção e irresponsabilidade dos motoristas no tráfego.

Os acidentes acontecem com maior frequência na segunda-feira e com

trabalhadores mais jovens e inexperientes. As partes do corpo mais atingidas são

pernas, pés e mãos.

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CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 4 ---- PLANEJAMENTO E LOGÍSTICAPLANEJAMENTO E LOGÍSTICAPLANEJAMENTO E LOGÍSTICAPLANEJAMENTO E LOGÍSTICA

4.1. Projeto de coleta de resíduos domiciliares4.1. Projeto de coleta de resíduos domiciliares4.1. Projeto de coleta de resíduos domiciliares4.1. Projeto de coleta de resíduos domiciliares

Em muitos lugares do Brasil, principalmente em municípios de pequeno porte,

a coleta ainda é efetuada com base na prática do motorista do caminhão, que define

os setores e as rotas de coleta.

Entretanto, coletar resíduos domiciliares consiste em definir roteiros para os

veículos, que minimizem o custo total de atendimento, ou seja, percorrer um trecho

completo de uma malha viária utilizando um trajeto que evite os percursos

improdutivos (onde não está sendo coletado) e, ao mesmo tempo, passe ao longo de

cada rua pelo menos uma vez. Esse problema de roteamento é conhecido como

problema do carteiro chinês.

Um bom planejamento dos serviços de coleta regular de resíduos sólidos

domiciliares traz economia, elogios da população atendida, satisfação da mão de

obra envolvida, ganhos políticos aos dirigentes municipais e lucro aos empresários

do ramo.

Assim, para a elaboração de um projeto de coleta regular é necessário ter as

informações:

• Mapa do município, cadastral ou semicadastral;

• Topografia e sistema viário existente: tipo de pavimentação e arborização das

vias, declividade, sentido e intensidade do tráfego;

• Uso e ocupação do solo: tipo de ocupação, localização de grandes centros

geradores de resíduos, áreas de difícil acesso, áreas de baixa renda, parques

e outros;

• Quantidade de resíduos coletados diariamente e formas utilizadas de

acondicionamento;

• Peso específico do resíduo;

• Estrutura existente: número e capacidade dos veículos disponíveis, pessoal

disponível;

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• Parâmetros operacionais: velocidade média de coleta; tempo de jornada de

cada equipe; tempo e quilometragem para a carga completa da caçamba;

tempo despendido na coleta, na circulação, na viagem e na descarga;

• Localização do local de disposição final dos resíduos.

Com base na análise desses dados, o município pode ser dividido em setores

de coleta (regiões homogêneas em termos de geração de resíduos, tipo de

ocupação) que são subdivididos em vários itinerários denominados rotas. Em cada

rota a quantidade de resíduos coletada deve ser suficiente para completar a carga

do caminhão coletor.

Para a determinação da quantidade de resíduos coletada diariamente faz-se a

pesagem dos caminhões. Em localidades que não possuírem balança, utiliza-se um

método aproximado e simplificado, baseado nos volumes de resíduos coletados,

denominado "cubagem".

No método da "cubagem", deve-se utilizar um recipiente padrão - caçamba,

com capacidade conhecida. Todos os resíduos coletados devem ser depositados

primeiramente neste recipiente que, depois de cheio, deve ser esvaziado no

caminhão coletor.

O número de recipientes cheios necessários para coletar todos os resíduos de

uma quadra deve ser anotado. Este método deve ser aplicado nos dias de maior

produção tais como nas segundas-feiras.

O número de caçambas obtido quadra por quadra, na ordem do roteiro

planejado, deve ser somado até que se atinja a capacidade de carga do veículo.

Desta forma, a capacidade do veículo coletor pode ser medida em caçambas.

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4.2. Traçado das rotas e planejamento da coleta4.2. Traçado das rotas e planejamento da coleta4.2. Traçado das rotas e planejamento da coleta4.2. Traçado das rotas e planejamento da coleta

Além da carga de resíduos necessária para completar a viagem do caminhão

coletor, por rota, deve-se ser observar ainda, as regras seguintes:

• As rotas devem ser contínuas, sem fragmentação ou sobreposição;

• O início da rota deve ser o mais próximo possível da garagem;

• A conclusão deve ser o mais próximo possível do acesso para a disposição

final;

• Os locais mais altos devem ser servidos no início da rota;

• A coleta deve ser feita nos dois lados da rua ao mesmo tempo, sempre que

possível. Neste caso, criar rotas com caminhos longos e diretos;

• A coleta nas ladeiras deve ocorrer nos dois lados, ao mesmo tempo, durante

a descida;

• Em ruas muito largas ou de trânsito intenso, fazer a coleta, primeiro de um

lado e depois do outro. Nestas situações, a rota deve ser feita com várias

voltas em torno dos quarteirões (loops), no sentido horário;

• As conversões devem ser evitadas à esquerda;

• As ruas sem saída serem consideradas como segmentos da rua que as

interceptam;

• Os trajetos improdutivos - aqueles onde não estão sendo coletados os

resíduos, devem ser o mínimo (no máximo 20% do percurso).

Figura 4.1Figura 4.1Figura 4.1Figura 4.1 ---- Exemplos de rotas Exemplos de rotas Exemplos de rotas Exemplos de rotas

Resíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos UrbanosResíduos Sólidos Urbanos –––– Otimização de Rotas Para Veículos Coletores Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA ReCESA ReCESA ReCESA

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A coleta a ser realizada em cada rota será de responsabilidade de uma única

equipe. É importante observar que cada equipe receba a mesma quantidade de

trabalho, para que o esforço físico seja equivalente.

Em locais onde o resíduo encontra-se concentrado, os garis carregam muito

peso e percorrem pequena extensão de ruas. Ao contrário, em áreas com pequena

concentração de resíduo, os garis carregam pouco peso e percorrem grandes

distâncias. Nos dois casos, o esforço é basicamente o mesmo.

Os setores e as rotas de coleta devem ser delimitados e detalhados em mapa.

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DinâmicaDinâmicaDinâmicaDinâmica ---- “Padrões de roteamento”“Padrões de roteamento”“Padrões de roteamento”“Padrões de roteamento”

Em grupos de no máximo três, trace a rota de coleta para o setor apresentado

a seguir, considerando:

a) Primeira situação: trata-se de um setor localizado em área residencial, onde

as ruas são de mão dupla.

b) Segunda situação: o setor, agora, está localizado em área comercial e,

embora as ruas sejam de mão dupla, são também bastante movimentadas,

não permitindo a coleta simultânea dos resíduos nos dois lados da rua.

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4.3. Implantação do projeto4.3. Implantação do projeto4.3. Implantação do projeto4.3. Implantação do projeto

A implantação de um projeto de coleta regular de resíduos sólidos domiciliares

deve obedecer as etapas a seguir:

• Divulgação interna do plano e treinamento do pessoal envolvido: os roteiros

devem ser explicados e discutidos em detalhes com os motoristas e as

guarnições envolvidas;

• Divulgação do sistema a ser implantado, junto à população, apresentando os

dias e horários em que a coleta será efetuada naquela localidade;

• Implantação propriamente dita do projeto;

• Análise do desempenho das equipes por meio de inspeções de fiscais e

informações prestadas pela população;

• Avaliação do sistema implantado, mediante entrevistas com a equipe, vistoria

nos setores e dados registrados em planilhas pelos motoristas dos veículos

coletores;

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• Reajustes sistemáticos e contínuos, necessários para corrigir as distorções

existentes.

A qualidade e a eficiência do serviço de coleta prestado podem ser

monitoradas utilizando-se formas de mensuração de desempenho que sejam

relevantes, consistentes no tempo, e confiáveis como:

• Comparação dos pesos coletados em um determinado dia da semana, os quais

não devem variar mais que 10%;

• Semelhança da quilometragem percorrida pelo veículo a uma rota percorrida ao

longo do tempo;

• Existência de pontos de acumulação de resíduo;

• Incidência de reclamações sobre a qualidade dos serviços de coleta prestados.

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REFERÊNCIASREFERÊNCIASREFERÊNCIASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBIBLIOGRÁFICASBIBLIOGRÁFICASBIBLIOGRÁFICAS

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