otÍcia n s · é simples e bom e que está ao alcance de nossas mãos. ... dores, não têm olhos...

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ANO III N° 15 Junho / Julho 2004 Órgão de divulgação da Doutrina Espírita Í C I T A O S N É da essência do contexto da Doutri- tigiarem a nossa Federação, dela partici- na Espírita a inexistência de prevalência parem, contribuindo por todas as formas hierárquica, uma vez que, como seguidores para engrandecê-la tornando-a cada vez do Cristo, acatamos e colocamos em prá- mais o ponto de ressonância dos anseios tica o seu mandamento que é, segundo dos espíritas. É no âmbito federativo que suas próprias palavras: “Que vos ameis o espírita pode ouvir e ser ouvido de forma uns aos outros como eu vos amei”. (João fraterna, para de mãos dadas e com o XV, 12). A fraternidade é a marca dos espírito de União, defendermos e propa- seguidores da Doutrina Espírita, por isso garmos a Doutrina Consoladora. Unir não somos todos irmãos e caminhamos de quer dizer obediência cega, mas colabo- mãos dadas na propagação doutrinária. ração fraterna, razão pela qual, concla- Todavia, a inexistência de superiores hie- mamos todos os centros e organizações rárquicos não suprimiu a união dos adep- espíritas kardecistas a se aproximarem e tos, sabendo como sabemos, que a “união participarem efetivamente da Federação faz a força”, no dito do povo, o que nos leva Espírita do Estado de Goiás e, por a conclamar todos os espíritas, para pres- conseguinte, da nossa centenária FEB. CONCLAMAÇÃO Um dia, quando exaltávamos as excelências do ca- enquanto buscamos longe o socorro das luzes de irmãos viar e do vinho do Porto, fomos despertados pela obser- encastelados na fama. Aqui, laborioso como uma térmi- vação de um caipira que verteu toda a sua sabedoria na ta, temos o nosso Jávier Godinho que, a cada semana, simplicidade e singeleza de sua fala. Disse ele: deixa na imprensa os conselhos de sua experiência, O homem muitas vezes perde o melhor lutando, apontando rumos a seguir, levando quase diariamente, apenas, pelo que é bom. com simplicidade e sabedoria, o alento espiritual em Você poderia explicar melhor o que diz? Quise- palestras, sem medir o brilho dos palcos e das platéias, mos saber. transformando-se em verdadeiro arauto da Boa Nova. Olha meu amigo, nem sempre o que é bom é De parelha, também quase anônima, labora a abelhinha verdadeiramente o melhor para nós. Você pode achar do bem a nossa Maria Tarcila, levando a mãos cheias, muito bom um copo de vinho, mas o teu fígado pode se ensinamentos e mensagens de convite ao homem para sentir melhor com um ou dois copos de suco de frutas renovar-se pelo cultivo do amor. Aqui, como um jeca frescas. Você dá valor ao tal de caviar que está longe e se intelectual, não resistimos ao desejo de conclamar os esquece do nosso simples arroz com feijão que nos criou profitentes espíritas a valorizarem esse dois trabalhado- e dá sustança. res e todos aqueles que os imitam, ouvindo-os e os auxi- Refletimos e concluimos que o jeca tinha razão, liando em suas tarefas, abrindo as portas dos Centros pois algumas vezes não valorizamos devidamente o que Espíritas e os seus microfones, para ouvi-los e prestigiá- é simples e bom e que está ao alcance de nossas mãos. O los, na faina de propagar a Doutrina Consoladora. nosso meio espírita conta com inúmeros obreiros que se Parodiando o caipira da estória, diríamos: valori- desdobram em silêncio, sem serem percebidos e devi- zemos o nosso feijãozinho que está posto à nossa mesa e damente valorizados, embora atuantes e portentosos, deixemos para depois o caviar que se coloca ao longe. VALORIZEMOS Dando mais um passo à frente a Editora Proluz Ltda criou o site www.editoraproluz.com.br, contendo informações das obras por ela publicadas e como adquiri-las, via internet. Também está disponível, todas as edições do jornal “Notícias Proluz”, com opção de download, (cópia) informações sobre o Centro Espírita Irmã Scheilla, sua mocida- de e outros departamentos. Acesse, leia, divulgue... Obrigado! Vós pouco dais quando dais de vossas posses. É quando dais de vós próprios que realmente dais”. GIBRAN KHALIL GIBRAN

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Page 1: OTÍCIA N S · é simples e bom e que está ao alcance de nossas mãos. ... dores, não têm olhos para ... amam a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si depois,

ANO III N° 15 Junho / Julho 2004

Órgão de divulgação da Doutrina Espírita

ÍCIT AO SN

É da essência do contexto da Doutri- tigiarem a nossa Federação, dela partici-

na Espírita a inexistência de prevalência parem, contribuindo por todas as formas

hierárquica, uma vez que, como seguidores para engrandecê-la tornando-a cada vez

do Cristo, acatamos e colocamos em prá- mais o ponto de ressonância dos anseios

tica o seu mandamento que é, segundo dos espíritas. É no âmbito federativo que

suas próprias palavras: “Que vos ameis o espírita pode ouvir e ser ouvido de forma

uns aos outros como eu vos amei”. (João fraterna, para de mãos dadas e com o

XV, 12). A fraternidade é a marca dos espírito de União, defendermos e propa-

seguidores da Doutrina Espírita, por isso garmos a Doutrina Consoladora. Unir não

somos todos irmãos e caminhamos de quer dizer obediência cega, mas colabo-

mãos dadas na propagação doutrinária. ração fraterna, razão pela qual, concla-

Todavia, a inexistência de superiores hie- mamos todos os centros e organizações

rárquicos não suprimiu a união dos adep- espíritas kardecistas a se aproximarem e

tos, sabendo como sabemos, que a “união participarem efetivamente da Federação

faz a força”, no dito do povo, o que nos leva Espírita do Estado de Goiás e, por

a conclamar todos os espíritas, para pres- conseguinte, da nossa centenária FEB.

CONCLAMAÇÃO

Um dia, quando exaltávamos as excelências do ca- enquanto buscamos longe o socorro das luzes de irmãos viar e do vinho do Porto, fomos despertados pela obser- encastelados na fama. Aqui, laborioso como uma térmi-vação de um caipira que verteu toda a sua sabedoria na ta, temos o nosso Jávier Godinho que, a cada semana, simplicidade e singeleza de sua fala. Disse ele: deixa na imprensa os conselhos de sua experiência,

— O homem muitas vezes perde o melhor lutando, apontando rumos a seguir, levando quase diariamente, apenas, pelo que é bom. com simplicidade e sabedoria, o alento espiritual em

— Você poderia explicar melhor o que diz? Quise- palestras, sem medir o brilho dos palcos e das platéias, mos saber. transformando-se em verdadeiro arauto da Boa Nova.

— Olha meu amigo, nem sempre o que é bom é De parelha, também quase anônima, labora a abelhinha verdadeiramente o melhor para nós. Você pode achar do bem a nossa Maria Tarcila, levando a mãos cheias, muito bom um copo de vinho, mas o teu fígado pode se ensinamentos e mensagens de convite ao homem para sentir melhor com um ou dois copos de suco de frutas renovar-se pelo cultivo do amor. Aqui, como um jeca frescas. Você dá valor ao tal de caviar que está longe e se intelectual, não resistimos ao desejo de conclamar os esquece do nosso simples arroz com feijão que nos criou profitentes espíritas a valorizarem esse dois trabalhado-e dá sustança. res e todos aqueles que os imitam, ouvindo-os e os auxi-

— Refletimos e concluimos que o jeca tinha razão, liando em suas tarefas, abrindo as portas dos Centros pois algumas vezes não valorizamos devidamente o que Espíritas e os seus microfones, para ouvi-los e prestigiá-é simples e bom e que está ao alcance de nossas mãos. O los, na faina de propagar a Doutrina Consoladora.nosso meio espírita conta com inúmeros obreiros que se Parodiando o caipira da estória, diríamos: valori-desdobram em silêncio, sem serem percebidos e devi- zemos o nosso feijãozinho que está posto à nossa mesa e damente valorizados, embora atuantes e portentosos, deixemos para depois o caviar que se coloca ao longe.

VALORIZEMOS

Dando mais um passo à frente a Editora Proluz Ltda criou o site www.editoraproluz.com.br, contendo informações das obras por ela publicadas e como adquiri-las, via internet. Também está disponível, todas as edições do jornal “Notícias Proluz”, com opção de download, (cópia) informações sobre o Centro Espírita Irmã Scheilla, sua mocida-de e outros departamentos. Acesse, leia, divulgue... Obrigado!

Vós pouco dais quando dais de vossas

posses. É quando dais de vós próprios que

realmente dais”. GIBRAN KHALIL GIBRAN

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2 Goiânia, Junho / Julho de 2004

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DO BANCO DA PRAÇA

MESTRE BINO

— Não sei se ele sabe tudo, mas — Sabe para onde foram leva-vale a pena ouvir os seus ralhos e dos?conselhos. — Sei, mas só o direi a sua ma-

— Qual nada, ele inventa, jestade.sempre, uma estória para adoçar o Levado à presença do Rei, foi in-carão que passa na gente. terrogado:

Caminharam um pouco e, surpre- — Sabe para onde levaram a sos, viram o Banco da Praça vazio, o princesa?que nunca acontecia ao amanhecer. — Sei, mas não posso dizê-lo,

— Ué, onde está o velho? Será fui proibido de espalhar notícias.que hoje vamos ficar livres dele? O Rei olhou o falador e senten-

Antes de fechar a boca, Perela ciou:sentiu um peso de mão em seu ombro. — Você não está proibido de Olhou para traz e viu o Mestre Bino, falar, vou comutar a pena, mas de

O dia amanhecia alegre como que sorria benevolente. hoje em diante só fale a verdade, no sempre acendendo as esperanças, — Não vai ficar livre, amigo lugar e no momento adequado, para pessoas passando, pássaros volitando Perela. A propósito vou contar uma que você não venha a ser a primeira e animando a galhada com o canto. pequena estória. E contou: vítima de tua própria língua.Tudo parecia um agradecimento, uma “Um homem famoso por sua Assim, o falador apontou onde prece ou um hino de louvor pelo dom maledicência teve uma de suas fora escondida a filha do Rei que foi da vida. Os passantes, uns agradeci- intrigas levada aos ouvidos do Rei, salva”.dos e outros silenciosos, a par com os que ficou à espera da primeira Perela ouviu e anotou a lição, mas vozeiros da reclamação e da amargu- oportunidade para puni-lo. Certo dia, não resistiu e comentou:ra dos que não sabem agradecer só ao passar o cortejo real, o falador — Senhor Bino, por que não está visualizam o mal, os sofrimentos, as aproximou-se, tirou o chapéu e no banco no momento costumeiro?dores, não têm olhos para a singeleza iniciou a sua peroração: — Amigo Perela, antes de vir ao da vida, só os direcionam para o — Majestade... Banco da Praça eu fui à tua casa levar complicado e triste. Antes que proferisse mais pala- a carteira que perdestes ontem aqui na

No veio dessa agitação matinal, o vras, o Rei ordenou: praça.conhecido Perela, um falador contu- — Prenda-o, chame o carrasco e Perela procurou a carteira e não a maz, apressou o passo para acompa- mande cortar-lhe a língua para que encontrou no bolso.nhar o carteiro que se dirigia ao não espalhe más notícias em meu O velho Bino, sorrindo, entregou trabalho. reino. o objeto. Perela olhou, agradeceu e

— Como é, onde vai com tanta O falador foi acorrentado e levado completou o discurso:pressa? ao lugar do sacrifício, mas antes do — Senhor Bino, até mesmo a sua

— Vou para o meu trabalho nos suplício, foi admoestado pelo oficial ausência nos ensina.Correios. da execução: Bino sorriu e com sabedoria,

— Ah! Você é o portador das más — Pagas pelo destrambelho ao completou:notícias, né? falar. · melhor que ensinar é ter a humilda-

— Não senhor Perela, eu levo — Mas é que eu precisava avisar de de aprender;notícias, se boas ou más, depende de ao Rei... · a ausência amiga é mais gratifican-quem as envia e as recebe. Antes eu — Avisar o quê? te que a presença atritante;vou ouvir o conselho do dia do — Eu vi quando salteadores to- · é mais fácil conservar a amizade no Mestre Bino. maram a caravana real, levando to- vazio da distância que no atrito da

— Mestre Bino? Aquele velho dos aprisionados, inclusive a prince- presença.metido a sabe-tudo? sa, filha dileta de sua majestade.

ÍCT IAO SN

No mundo de vibrações qual vivemos, não há pensa- aprenda a observar-se. Toda vez que a mente se deixar trair é mento neutro. hora de esforço para manter a boa sintonia, é hora da vontade

Embora alguns pretendam o silêncio mental conti- firme.nuado, na vida de relação, a sintonia é fator preponde- Com o tempo aprenderás a disciplinar pensamentos e rante. Ou se eleva pensando o bem ou se degrada na conciliar boas emoções.arquitetura do mal. A escolha da faixa mental é sempre Com o esforço acentuado, a vontade será vencedora.pessoal. Sempre que um pensamento mal acudir tua mente, segue

A oscilação que muitas vezes o pensamento apresen- serenamente faixa acima e o melhor advirá. ta é faixa de transição entre aspiração do ideal e a reta- É comum que quanto mais se apura o sentido mediúnico, guarda complicada do homem. mais se aperceba faixas inferiores. Daí a necessidade da

Alimenta teu pensamento de boas idéias, de francos disciplina, para que a mente permaneça em paz.ideais, pela leitura sadia, pela ocupação no trabalho, e Jacobson Sant’Anna Trovão

PENSAMENTO SINTONIZADO

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3Goiânia, Junho / Julho de 2004ÍCT IAO SN

Não acredite que Jesus mandou odiar pai e mãe. Pelo realmente conviveram com ele e testemunharam suas contrário, ele determinou a seus seguidores: “Honrai vosso maravilhas.pai e vossa mãe”, confirmando o quarto mandamento do O primeiro dos Evangelhos, o de Marcos, apareceu por Decálogo de Moisés, proporcionado por Deus à humanidade volta do ano 50 de nossa era e, o de João, no final do primeiro dois mil anos antes. século. No século IV, eram conhecidos de 40 a 60

— Mas está escrito no Evangelho de Lucas, 14: 25 e 26: evangelhos, dos quais foram selecionado os quatro atuais em “Havia uma grande multidão acompanhando Jesus e, 325 depois de Cristo, no Concílio de Nicéia, com a voltando para eles, lhes disse: - Se alguém vier a mim e não participação de 318 bispos, a liderança do papa Silvestre I e o odiar a seu pai e a sua mãe, sua mulher e filhos, seus irmãos e patrocínio do imperador romano Constantino, recém-suas irmãs e, até mesmo, sua própria vida, não pode ser meu convertido ao cristianismo. No ano 382, o papa Dâmaso discípulo”. E no Evangelho de Mateus, 10:37: “Aquele que incumbiu São Jerônimo, o primeiro doutor da Igreja, de ama mais a seu pai ou à sua mãe do que a mim, não é digno de rever todo o texto bíblico e vertê-lo do hebraico para o grego, mim; aquele que ama mais a seu filho ou à sua filha do que a que era a língua clássica da época. São Jerônimo levou 40 mim, não é digno de mim”. Então os Evangelhos estão anos nesse trabalho.errados? - Em 1546, a Igreja Romana, no Concílio de Trento,

Está escrito mas não corresponde à realidade. reescreveu os quatro Evangelhos. Em 1590, foi o texto — Então os Evangelhos estão errados? perguntará considerado insuficiente e errôneo pelo papa Sixto V, que

alguém, prisioneiro da letra que mata, sem saber que só o determinou nova revisão. Mais modificações aconteceram, espírito vivifica, conforme advertiu Paulo de Tarso, na sua por determinação do papa Clemente VIII, que morreu em segunda carta aos coríntios (3; 6). 1605.

Os Evangelhos são infalíveis em tudo que ensinam com a Segundo a Sociedades Bíblicas Unidas, apenas em 1996 essência da doutrina do Cristo que é o amor. Através deles, é foram feitas 39 novas traduções da Bíblia, permitindo a sua fácil saber que os seguidores do Mestre são aqueles que leitura em nada menos de 2.167 idiomas que, hoje, oito anos amam a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si depois, já seriam cerca de 2.500, havendo quem afirme que mesmos. Nosso próximo é nossa ponte para Deus. É ela já é encontrada em três mil línguas. Qualquer estudante impossível amar a Deus sem amar ao próximo. É impossível do segundo grau já tem noção das dificuldades encontradas amar ao próximo sem amar nosso pai e nossa mãe, nosso para traduções ou versões de textos os mais simples, tantas esposo e nossa esposa, nossos filhos e nossos irmãos, porque as diferenças e particularidades lingüísticas. O hebraico do nesta vida eles são o próximo mais próximo de nós. tempo de Jesus era uma língua reconhecidamente pobre, na

Os Evangelhos às vezes apresentam contradições que qual muitas palavras apresentavam diversas significações. são obras dos homens, não do Cristo. Jesus nada escreveu e o Allan Kardec que, informam alguns de seus biógrafos, que nos chegou sobre ele nos foi passado por homens, seres dominava seis idiomas, sobre esse assunto escreve em O falíveis. Tudo que nos Livros Sagrados não estiver em Evangelho Segundo o Espiritismo: “É preciso considerar os harmonia perfeita com o “amai-vos uns aos outros assim costumes e o caráter dos povos que influem na natureza como eu vos amei” só tem uma explicação: não foi dito ou particular das línguas. Sem esse conhecimento, o sentido exemplificado pelo Mestre ou foi mal compreendido pelos verdadeiro das palavras nos escapa e, de uma língua para que o testemunharam. outra, a mesma palavra tem um significado de maior ou

Jesus nunca ensinou religião, como a conhecemos, mas menor energia. Pode ser uma injúria ou uma blasfêmia em simplesmente a prática sistemática do bem, que conduz à uma, e ter um sentido insignificante em outra, conforme a felicidade verdadeira e definitiva. Ele jamais prometeu o idéia que se queira exprimir. Na mesma língua, ocorre reino dos céus aos religiosos, mas aos bons. também que o sentido de certas palavras se altera no decorrer

Em caso de dúvidas, recorramos à História. Dos quatro do tempo”.evangelistas, dois deles sequer conheceram Jesus: Marcos e Assim, a palavra odiar, da passagem evangélica aqui Lucas. O primeiro aprendeu com Pedro e, o segundo, que era referida, não pode ser entendida com a sua significação médico, com Paulo de Tarso, que também não teve contato moderna, que é totalmente contrária à sublime doutrina de pessoal com o Nazareno. Os outros dois Mateus e João Jesus, toda ela baseada no amor.

JESUS MANDOU ODIAR PAI E MÃE?Jávier Godinho

Nem sempre o que consideramos agradável e bom é o busque o melhor, em todos os sentidos, para que a luta da melhor para nós. De forma generalizada, o modismo leva o vida se revista de um objetivo racional capaz de propiciar homem a se apressar e perder a paz, na busca irracional pelo um estado de felicidade e paz. Não permita que a ânsia pelo que julga bom, mas que na realidade atende mais aos poder e pela posse de haveres o leve a perder o real objetivo interesses do mercado que às necessidades reais do homem. de avançar e evoluir, e que o faça perder a dignidade, o O correto seria criar um equilíbrio racional entre o que é respeito e a paz. Não esqueça:bom e o que é melhor para si, tornando, efetivamente, o que o que é agradável no momento, nem sempre é o melhor no

futuro;é bom em algo melhor para a vida. O dinheiro, via de regra, melhor que ter é a capacidade de ser bom ou melhor;é aquilatado como o paradigma do sucesso e da felicidade, o algumas vezes o que sobra pesa mais que o que falta na que não deixa de ser verdade, desde que o seu valor não balança do sofrimento e da dor;ultrapasse os limites de sua utilidade para se transformar em não basta ser bom, é necessário lutar para ser melhor;objetivo único da labuta do homem na Terra. É bom possuir não aceite o pessimismo e a inércia em tua vida; lute, reaja, bens materiais desde que eles sirvam como alicerce para trabalhe com honestidade e perseverança. Quando alguém uma vida equilibrada, respeitosa, honesta e digna, uma vez perguntar: como vai? Responda sempre: “Estou bom e vou que, acima de possuir bens e deter o poder, o melhor é viver ficar melhor”.em paz. Lute pelos bens materiais essenciais à satisfação

das necessidades básicas da vida mas, paralelamente,

O BOM E O MELHOR

CAPELLI, Esse. Vencendo Nossas Víboras.Goiânia: Editora Proluz (no prelo)

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Goiânia, Junho / Julho de 2004

A inveja é uma doença que corrói o corpo e a alma de quem por ela se deixa levar. Toda existência de quem é por ela possuído é marcada pelo sofrimento e pela dor. Sofrimento por não poder ou não querer ter força, luz e a inspiração da pessoa invejada. Dor porque o invejoso se satisfaz, iludindo-se, na destruição do outro, impedindo seu próprio crescimento. O invejoso se corrói pelo sentimento de perda sempre que outro ganha. Para o invejoso, o que o outro conquista é para ele uma perda sempre irreparável. Quanto mais o rico se enriquece, mais o invejoso se empobrece, podendo este ser até um milionário, pois pobre é aquele que se sente pobre. Acuado pelo tormento de só navegar nas águas do rancor, o invejoso se envenena com seu próprio fel. Em contrapartida, a pessoa que ama, liberta a si mesma. O amor é uma fonte geradora de amor, portanto quem ama jamais se empobrece. A cada perda, depois de cada ferida, fica cada vez mais rico.

O invejoso é inseguro e supersensível, irritadiço e desconfia-do, observador minucioso e detetive da vida alheia até a exaustão, sempre armado e alerta contra tudo e todos. Faz gênero de ser superior, quando, em realidade, se sente inferiorizado; por isso, quase sempre deixa transparecer um ar de sarcasmo e ironia em seu olhar, para ocultar dos outros seu precário contato com a felicidade.

A emoção da inveja no adulto é produto das atitudes internas de indivíduos de idade psicológica bem inferior à idade cronológica, os quais, embora ocupem corpos desenvolvidos, são verdadeiras almas de crianças mimadas, impotentes e inseguras, que querem chamar a atenção dos maiores no lar.

Em um mundo em que elegeram outros “pecados capitais” como: ser feio, ser gordo, ser pobre, ser honesto, obter conheci-mento, ser humilde, deu-se lugar para o aumento da inveja em todos os parâmetros. Quando nos referimos ao sucesso profis-sional a inveja sobe ao topo da pirâmide.

Fiquem pasmos, mas a inveja não se encontra apenas no mundo dos negócios ou do ter as coisas; ela começa, muitas vezes, dentro do próprio lar, na competição patológica entre os membros da família. O sentimento de insegurança faz crescer a inveja do invejoso que se sente ameaçado por viver num mundo de ilusões que ele próprio criou em função de seu ego. Portanto, ele se torna escravo de seus próprios desejos.

O invejoso é apressado, impaciente, agitado, tem pressa em adquirir, em ter, em possuir, não se preocupando com a maneira que irá usar para obter o objeto de seu desejo. Esquecendo que somente o que conquistamos é nosso e não temos meios reais de conquistar a matéria, podemos apenas tê-la temporariamente. Somente a alma pode conquistar, pois somente na alma a conquista é eterna.

A necessidade de poder e de prestígio desmedidos que encon-tramos nos indivíduos nas áreas religiosa, política, profissional, esportiva, filantrópica, de lazer e outras tantas, deriva de uma “aspiração de dominar” ou de um “sentimento de onipotência”, com o que tentam contrabalançar emocionalmente o complexo de inferioridade que desenvolveram na fase infantil. O Ser consciente é aquele que vence a si mesmo e não se preocupa com o que o outro possui, uma vez que sua alma é seu único objeto de conquista.

O caráter invejoso conduz o individuo a uma imitação per-pétua à originalidade e criação de outros e, como conseqüência lógica, à frustração. Isso acarreta uma sensação crônica de insatisfação, escassez, imperfeição e perda, além de estimular sempre uma crescente dor moral e prejudicar o crescimento espiritual das almas em evolução. Somente os vencedores triunfam e a derrota é o troféu do invejoso. “E se piedade vos sobrar, Senhor, tende piedade de mim”.

ÍCT IAO SN

A INVEJAJOSÉ GERALDO RABELO - Psicólogo, Psicoterapeuta, Escritor

SE HÁ TANTA PAZ...

Se há tanta paz no azul que o céu abrigaE há tanto azul que tanto bem nos faz;Se há tanto azul e há tanto céu, me diga:Por que é que o homem não encontra a paz?Se há tanta paz no verde-mar da onda,Que faz-se em verde e em branco se desfaz,E há tantas ondas pelo mar, responda:Se há tanta paz no olor das multicores flores; orquídeas, rosas, manacás...Se há paz em cada flor e há tantas flores,Se há tanta paz nos cânticos suaves Que entoam na alvorada, os sabiás...Se há paz num canto de ave e há tantas aves,Se há tanta paz na brisa que deslizaSobre as folhagens, tímida e fugaz...Se há tanta paz na brisa e há tanta brisa,Se há tanta paz nas expressões tão mansasQue, ao vir ao mundo, uma criança traz;E cada dia existem mais crianças,Se há tanta paz nos corações com féQue atrai o bem e afasta as coisas más;Então oremos juntos, todos, já de pé,Para que o homem encontre, um dia,A PAZ.

VOZ DE CRIANÇA

A beleza da vidaNão está estacionada na idade das pessoas,E parada na esquina do tempo.Ali uma criança de olhos brilhantesVoz meiga, cabeça erguidaComeçou a falar:

Se depender de mim, só de mimTodas as ruas terão árvores.Não haverá nenhuma criança famintaE todos os julgamentos só farão com justiça.Jamais haverá uma pessoa apta sem o trabalho.Todas as mães terão leite.Haverá segurança para todas as famílias.Não haverá medida alguma que beneficie máquinasPrejudicando homens.Nunca existirão diplomas sem habilitação.Deixará de existir privilégios que não são voltadosPara o benefício da coletividade.E cada doente terá assistência conforme sua necessidade.Não haverá nenhuma mensagem negativa.Só haverá cobrança com justa dívida.Não existirá alguém ensinando o que nunca aprendeu.E todas as valorizações dos produtos, respeitarãoOs valores do ser humano.Não haverá progresso que mate gente.Não haverá preocupação do desamparo;Nem da infância ou da velhice.E só existirão templos, fundamentados na lei do auxílioOnde tudo será voltado para DEUS.Não haverá natal triste, ou ano novo duvidoso.Será plena a LIBERDADE sobre a terraPara que os homens, na sua evolução,Sejam cada dia melhores do que antes.

Adão Salvador Alves

Enviada por EXPEDITO M. SILVAAutor desconhecido.

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A UNIÃO E A DOUTRINA

Goiânia, Junho / Julho de 2004ÍCT IAO SN

Vivemos em tempos que muito pre- que firmemente deploramos, é não exclamar: vós, homens do negócio, do cisamos refletir para fazermos mudan- termos a necessária virtude para imi- bem-estar e da fortuna, vinde a mim, ças de nossos valores interiores. Ronca tar a Jesus-Cristo em todas as nossas porque sois filhos da sensatez resul-a tempestade por sobre nossas cabe- ações. Não somos ainda tão loucos tante do positivismo utilitário - e vós, ças. Como não, se somos fracos e dize- quanto devíamos ser, para nos poder- pobres do coração, que antepondes ao mos a verdade aos poderosos? Quando mos dizer fiéis imitadores do que mor- negócio a consciência e o dever, e não deixou de ser ridicularizada ou perse- reu para testemunho da divindade da tendes sabido ajuntar os presentes da guida a verdade que opõe diques a erros sua loucura. fortuna, passai à minha esquerda; não e abusos inveterados? Desgraçadamen- Por que não chamam loucos aos s ois meus filhos - sois uns néscios e uns te, as sociedades estão organizadas de que se comprazem com a venda do rei- loucos, dignos do sarcasmo e do modo que, embora muitos lhe conhe- no de Deus? Aos que prometem a salva- desprezo.çam os abusos, poucos se acham com a ção do homem pelo simples arrependi- A nossa esperança é de que cedo ou coragem de denunciá-los e de afrontar mento? Por quê? Não é difícil adivinhá- tarde, quantos se dedicarem de boa-as conseqüências da sua ousadia. lo. vontade e boa-fé ao estudo da natureza

Já sabemos, portanto, o que espera O deus do século é o bezerro de ouro, humana, em suas relações com a os que possuem coragem de dizer a ver- e o século chama sensatos aos que Divindade, se recolherão à sombra do dade: ódios da parte de uns e comise- possuem o precioso metal de que se divino Consolador que é o espiritismo, ração da parte de outros. Em troca, fabrica o seu deus. O espírito do século como doutrina racional, sancionada olharemos para uns e outros com amor. é a mercancia, e o século reconhece, por pela lógica e confirmada pelos fatos. E

Para muitos estamos possuídos da filhos seus, os que sabem mercadejar e assim, o homem envolvido pelo loucura espírita que consiste no obter pingues gorjetas. A moral do sentimento e a razão há de compreender ensinamento da lei moral pela caridade, século é a comodidade e os prazeres, e o e aceitar a existência de um Deus e procuramos marchar de conformida- século aplaude os que gozam e desfru- verdadeiramente justo e sábio, fazendo de com essa lei. tam as comodidades da Terra. desaparecer da vida futura a idéia de um

Somos loucos no meio de um século O século não inquire de linhagem Deus de castigos e prêmios imerecidos, de egoísmos, fazemos o sacrifício do nem de procedências - não pergunta a pois a razão há de levá-lo ao desper-nosso amor-próprio e de nossas como- quem quer que seja donde vem e para tamento da capacidade de modificar o didades, e seguimos, até onde no-lo onde vai - toma as coisas tais quais se que pode ser modificado e aceitar com permitem nossas fracas forças, as pega- apresentam, e limita-se a perguntar a resignação e humildade o que não pode das de Jesus-Cristo. O que sentimos, o cada um por sua posição e riqueza, para ser transformado.

OS PRUDENTES E OS LOUCOS DO SÉCULOEURÍPEDES BALSANULFO DE FREIRAS E ABREU

Adaptação de matéria do livro “Roma e o Evangelho” - D. José Amigó y Pellícer. RJ: FEB, 7.ed., 1982.p. 56-57

CANTINHO DO ESPERANTO Hary Milton

21. Qual é freqüência vibracional das ondas emitidas pelo espírito?

Cada ser tem suas próprias peculiaridades, assim,

também são os espíritos, cada um vibra, ou emite ondas

energéticas de conformidade com suas reservas

potenciais. A intensidade e alcance dessas vibrações está

na relação direta do avanço intelectual e moral de quem a

emite. Por isso, as vibrações dos espíritos inferiores

situam-se nas freqüências mais baixas e menor alcance

enquanto a dos espíritos mais desenvolvidos são mais

intensas, alcançando as esferas superiores.

22. Os espíritos atuam costumeiramente sobre a

natureza?

Dente outros, os espíritos são agentes no âmbito da

natureza e no contexto da vida física de acordo a

potencialidade de cada um.

23. Por que foi dito que os espíritos agem de acordo com

sua potencialidade?

No Universo imperam as leis cósmicas e, não, o caos,

assim cada influxo de energia ou laivo de inteligência age

de acordo com leis sábias que visam a ordem cósmica.

24. Existem o seres elementais?

É fora de dúvida que eles existem e Kardec a eles se

referiu, como seres que agem na natureza.

21. Kiaj estas la vibraj frekvencoj de la eligitaj ondoj

spiritaj?

Ciu estajo havas sian propran apartajon, tiel ankau la

spiritoj, ciu vibras au eligas energiajn ondojn lau ties

potencialajn rezervojn. La intenseco kaj atingo de tiuj

vibroj rilatas rekte lau intelekta kaj morala antaueniroj

de kiu eligas gin. Tial, la vibroj de la malsuperaj spiritoj

trovigas en la plej malaltaj frekvencoj kaj malpli da

atingopovoj dum la spiritoj pli evoluintaj estas pli

intensaj atingante la superajn sferojn.

22. Cu la spiritoj ordinare agas en la naturo?

El ciuj, la spiritoj estas agentoj en la natura medio kaj en

la fizika viva kunteskto lau unuopa potencialo.

23. Kial estis dirite ke la spiritoj agas lau ties

potencialo?

En la Universo regas kosmaj legoj kaj ne la kaoso, tiel ciu

energia influo au inteligenta indico agas lau sagaj legoj

cele al kosma ordigo.

24. Cu ekzistas elementaj estajoj?

Sendube ili ekzistas kaj Kardec aludis al ili kiel estajoj

agantaj en la naturo.

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6Goiânia, Junho / Julho de 2004

O ESPIRITISMO É UMA RELIGIÃO?DOUTRINA ESPÍRITA POSSUI TRÍPLICE ASPECTO

Enviada por: Prof. FÉLIX DE NOLE AZEVEDO

Artigo de JORGE DE SOUZA, publicado na Revista Internacional de Espiritismo, maio de 2004, p. 180/181

ÍCT IAO SN

Esquecemo-nos ou desconhecemos que o título inicial- missão”: “deixará de haver religião e uma se fará necessária, mente reservado por Allan Kardec ao “O Livro dos Espí- mais verdadeira, grande, bela e digna do Criador. Seus ritos” era “Religião dos Espírtos” . O Espírito Verdade, que primeiros alicerces já foram colocados... quanto a ti, Rivail, a exerceu sobre sua 1ª edição um controle rígido, fez ver ao tua missão é aí”. Essa comunicação foi dada a Kardec em Codificador o inconveniente do nome. Primeiramente, por- 30.04.1856, na casa do Sr. Roustan, tendo por médium a Srta. que, segundo o Espírito Verdade, o teor do livro apenas Japhet, sendo a mensagem obtida pela corbelha com lápis. revelava parte da “Religião Natural”, que só se completaria Será que é preciso expressar com mais clareza o aspecto mais tarde com outras obras e com a 2ª edição do livro básico. religioso do Espiritismo?Em segundo lugar o que, infelizmente, quase todos os espíri- Allan Kardec, na introdução ao “O Livro dos Espíritos”, tas ignoram vivia-se na França, naqueles anos, uma severa afirma: “A ciência espírita compreende duas partes: uma censura exercida, no governo de Napoleão III, sob forte experimental... e outra filosófica”.influência da Igreja Católica. Foi por essa razão que muitos O que se pode depreender dessa afirmação é que Kardec temas como o do divórcio não puderam ser abordados direta- tem em mente o conceito amplo de ciência, no sentido de mente em “O Livro dos Espíritos”. A posição da Doutrina conhecimento. Desse modo, a palavra ciência aí está a dizer Espírita, a esse respeito, era expressada indiretamente, como que o conhecimento espírita compreende duas partes, uma uma ilação natural do que estava escrito na apreciação de experimental e outra filosófica, o que é certo e sobre ela não outras questões aparentemente desvinculadas daquelas. se pode apor nenhum reparo. Apenas, gostaríamos de aduzir

Allan Kardec, em “Obras Póstumas”, afirma textualmen- comentário de grande significação. É que a Introdução ao “O te que o Espiritismo é a Religião Natural, isto é, a religião que Livro dos Espíritos” foi escrita em 1856 e o caráter religioso coloca o homem ou o espírito diretamente em relação com da ciência espírita só se afirmaria plenamente a partir de Deus. Este esclarecimento é fundamental a fim de evitar mal 1864, com a publicação de “O Evangelho Segundo o entendidos. Estão registradas as seguintes palavras diridas a Espiritismo”, seguido da edição do livro “O Céu e o Inferno”.Allan Kardec na página 299, Obras Póstumas, 19ª ed., FEB, Não é sem motivo que “O Evangelho Segundo o Espiri-Rio, RJ, em mensagem dada em Marselha, em 15.04.1860, tismo” completa o caráter de Religião Natural conferido ao através do médium Jorge Genouillat, sob o título “Futuro do Espiritismo, na sua parte final que trata das preces, isto é, do Espiritismo”: “O Espiritismo é chamado a desempenhar vínculo universal que une as criaturas ao Criador, o sentido imenso papel na Terra. Ele... restaurará a religião do Cristo..., etimológico verdadeiro de religião expressado na sua raiz instituirá a verdadeira religião, a religião natural...”. latina religare.

Não nos restrinjamos, apenas nesta matéria, a um teme- O Espiritismo é, portanto, uma ciência quando restrito à rário julgamento pessoal. Deixemos que o Mestre de Lyon fenomenologia espiritual, isto é, às manifestações objetivas ensine-nos no parágrafo 13 de sua obra “A Gênese”, 41ª ed., dos espíritos no plano terreno ou ainda, resumidamente, o FEB, Rio, RJ, pgs. 19 e 20: “Por sua natureza, a revelação Espiritismo é ciência se circunscrito apenas à sua dimensão espírita tem duplo caráter: participar ao mesmo tempo da fenomenológica na mediunidade. Ocorre com o Espiritismo, revelação divina e da revelação científica. Participa da pri- visto nesse sentido, o que se dá com todas as demais ciências, meira porque foi providencial o seu aparecimento e não o como a física, a matemática e a biologia. Do mesmo modo resultado da iniciativa, nem de um desígnio premeditado do que existe uma filosofia da Física ou uma filosofia da homem; porque os pontos fundamentais da doutrina provêm Matemática, também é incontestável a existência de uma do ensino que deram os espíritos encarregados por Deus de filosofia do Espiritismo ou Filosofia Espírita. E, pode-se esclarecer os homens acerca de coisas que eles ignoram, que dizer, quanto a esta última que com muito mais razão porque não podiam aprender por si mesmos e que lhes importa do que trata, em essência, a ciência espírita? Da alma, que é a conhecer, hoje que estão aptos a compreendê-las. Participa questão central de toda a filosofia! E o Espiritismo vai ainda da segunda, por não ser esse ensino privilégio de indivíduo mais longe porque não somente responde, em bases observa-algum, mas ministrado a todos do mesmo modo; por não cionais, e em recursos especulativos de caráter lógico e dedu-serem os que o transmitem e os que o recebem seres passivos, tivo mas, acima de tudo, exibe o mundo moral e suas leis na-dispensados do trabalho da observação e da pesquisa, por turais, estende o grande princípio da causalidade ao domínio não renunciarem ao raciocínio e ao livre-arbítrio; porque não do comportamento das almas e dos homens e fala-nos, lhes é interdito o exame, mas, ao contrário, recomenda, en- através dos testemunhos vivos, de seus estados de felicidade fim, porque a doutrina não foi ditada completa, nem imposta ou de sofrimento em razão do que fizeram anteriormente.à crença cega; porque é deduzida, pelo trabalho do homem, O Espiritismo é também Religião porque nos fala de da observação dos fatos que os espíritos lhe põem sob os Deus, não de um Deus como a projeção idealizada do ho-olhos e das instruções que lhe dão, instruções que ele estuda, mem, mas do Criador de todas as coisas, o único meio de en-comenta, compara, a fim de tirar ele próprio as ilações e apli- tender o mundo ou a inteligência essencial à compreensão do cações. Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita universo. E nisso, como todas as criaturas, nos nivelamos os é ser divina a sua origem e de iniciativa dos espíritos, sendo a espíritas porque cremos em Deus, mas o fazemos sob a luz sua elaboração fruto do trabalho do homem”. meridiana da ciência e da lógica. Cremos, como um ato de fé,

Com efeito, o Espiritismo, certamente, não é religião na mas de fé raciocinada, de uma fé que longe de rejeitar a razão acepção sociológica desse conceito que abarca a ritualística e e o conhecimento a eles se une, já agora, não para afirmar o sacerdócio hierarquizado. Ele não tem nem terá ritos, nem gratuitamente, mas para dizer que a ciência, a filosofia e a sacerdócios, apesar dos esforços em contrário produzidos religião estão unidas definitivamente pelo Espiritismo.pela ignorância de tantos espíritas que vão introduzindo, no movimento espírita, práticas alheias à sua pureza original.

Lê-se, a tal respeito, em “Obras Póstumas”, pág. 277, 19ª ed., FEB-RJ, sob o título “Primeira revelação da minha

1

1. O Livro dos Espíritos e sua Tradição Histórica e Lendária, de Canuto de Abreu. Ed. Lar da Família Universal. 2. Ed. 1996, p. 87.

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Goiânia, Junho / Julho de 2004ÍCT IAO SN

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Volume IV

A FAMÍLIA

Esse Capelli

PENSANDO

E VERSEJANDO

Esse Capelli

A grande análise

2ª edição

revista e ampliada

OBRAS PUBLICADAS PELA EDITORA PROLUZ

O corpo social tem como alicerce a célula familiar, que se reflete no equilíbrio e harmo-nia da sociedade. Ne-nhum corpo pode mostrar-se saudável se suas células estiverem molestadas ou mal nutridas. Assim se dá com a sociedade, que

somente será forte e saudável se a célula familiar o for também. Dessa verdade incontestável resulta a conclusão de que o investimento educacional, econômico, sanitário e previdenciário, acrescidos do amálgama religioso, é o mais seguro caminho para um estágio social onde haja equilíbrio de valores e respeito não coer-citivo. A família farta, educada e saudá-vel, oferece à sociedade homens bem formados e úteis, pois é, também, uma verdade, que é menos dispendiosa a educação e a saúde no lar, que a moléstia no hospital e o criminoso no cárcere.

A mediunidade é qua-lidade inerente ao ho-mem encarnado que já mostra em si mesmo a interação natural e vi-sível entre espírito e corpo. No que tange à faculdade mediúnica, que seria a possibilida-de natural de comuni-cação entre os seres en-

carnados e os espíritos, é fato concreto e iniludível, que se encontra ao alcance dos olhos nos múltiplos fatos que a expe-riência diária nos mostra. Nem mesmo os ferrenhos bibliólatras podem negá-la, uma vez que a própria bíblia nos traz farta referência à fenomenologia mediú-nica, como o vemos no episódio da céle-bre pitonisa de En-Dor, onde Samuel já falecido fala com o rei Saul (1° Samuel, Cap. XXVIII). O que se faz necessário é que os crédulos não se entreguem às elocubrações fantásticas e os cépticos se afastem das evidências, para, todos, se curvarem ao peso da razão.

Quem não é capaz de apreciar a beleza das flores na touça de es-pinhos e não sente na fragilidade da crian-ça a pujança do Espí-rito e não se aperce-be do labor da Natu-reza na transmuta-

ção constante dos elementos; quem não dobra os joelhos diante da mãe que amamenta e transfere a vida ao filho; quem não é capaz de sentir e vibrar com os acordes da canção e das vibrações do poema e avaliar a força da palavra e o discurso do silêncio, de fato, olha mas não vê, escuta mas não ouve, anda mas não caminha, existe mas não vive, pois quem não sente as vibrações do verso e da canção, não é gente, é pedra.

O homem contempla as estrelas, sentindo-se pequeno diante da macro estrutura uni-versal. Voltando os olhos para seus pés, tece avaliações sobre os micro-organismos, avaliando-se um uni-

Verso. Entretanto nessa divagação filosófica entre as macro e micro estru-turas, o homem, inexoravelmente, será levado ao grande dilema da existência.Crestomatia Espiritualista, transmutan-do a Grande Síntese em Grande Análise, nos traz de forma apreensível, uma nova concepção de Deus, como Creador, ou origem da existência, deixando de lado a corroída aceitação de um Criador artesão do SER e do EXISITIR.

Lírios no Pântano

nos leva a reviver o

passado, para ante-

vermos o futuro, na

trilha de almas no

esforço da evolu-

ção. Os ensina-

mentos são elo-

quentes, e guardam o vigor das cores

vivas da verdade, o que nos leva a

momentos de reflexão, na pausa do

presente, como pêndulo entre o

passado e o futuro.

Aprendamos, pois, com o exemplo

vivo do ser e do existir, de almas

rutilantes, de retorno ao pântano da

carne, no esforço de aprender, ensinar

e servir.

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2ª edição - ampliada

LÍRIOS

NO

PÂNTANO

Esse Capelli

Volume III

A MEDIUNIDADE

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Redação:Adalberto Rodrigues MotaEduardo Vieira Mesquita

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Rodrigo Borges FreireRômulo Pereira de Abreu

Diagramação:Adalberto Rodrigues Mota

Tiragem: 5.000 exemplares

Obs.: As matérias assinadas retra-

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O POLITIQUEIROAdaptação: Adalberto R. Mota — Ilustrações: Evaristo P. Caetano

Um homem conhecido na comunidade, por ser bem falante e intrometer-se em tudo, julgando-se bem relacionado, aventurou-se nas lides da política. Certa noite, após um comício, quando discursava criticando adversários e prometendo o possivel e o impossível, desceu do palaque e misturou-se no meio do povo para avaliar a reação da massa. Chegando perto do Mestre Bino, o inquiriu:— Como é, vai votar em mim?

Meu amigo, antes da minha avaliação, peço li-cença para contar um apólogo: “Um lobo, jul-gando-se esperto, vestiu uma fantasia de ovelha e intrometeu-se no meio do rebanho, com o propósito de aproveitar-se das inocentes lanudas e devorá-las pouco a pouco. Pleiteava o poder querendo ser eleito o líder do rebanho. Subindo num pequeno monte, falou com eloquência, das necessidades da comunidade e de cada ovelha. Falou muito, até que uma ovelha o inquiriu:

Por quê? Você não acredita no que prometo?

Talvez a promessa o satisfaça, não a nós. Olha seu astucioso, ovelha não come galinhas e tão pouco os seus ovos e, de mais a mais nunca vimos ovelha com cauda tão grande e peluda, como a que deixas escapar. Você tem apetite e cauda de lobo.As demais ovelhas, ouvindo isso, debandaram deixando o espertalhão sozinho”.

O Mestre Bino concluiu a lição: meu amigo, seja moderado nas acusações e promessas para não cair no descrédito. Não confunda político com politi-queiro e política com politiquice. O povo, embora assemelhado a um rebanho, não é composto apenas por néscios. Lembre-se: é tolo quem se julga sábio; quem mui-to promete, denuncia que nada deseja cumprir; nenhuma fantasia é capaz de ocultar o fanta-siado eternamente; ovelha não degusta carne e nem lobo tem apetite por cenouras.

Além das palavras, o que nos prome-tes de concre-to?

Prometo construir para nós um galinheiro cheio de gordas penáceas. Votarão em mim?

Nós não votaremos em você, disse a ovelha mais velha do rebanho.

Av. Emília Tavares (T-2), 3534 - Vila Bethel - Goiânia - Go.CEP 74410-200 - Fone: (62) 233-4353 - Fax (62) 291-5336

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