osho reflexões
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Fragmentos de textos reflexivos de OshoTRANSCRIPT
Uma nova qualidade do ser
Tudo que você possui pode ser perdido, pode ser roubado, pode ser removido. No fim, a morte separará você de suas posses. Somente aquilo que você se tornou não pode ser removido. Nem a morte o separa disso. Você não tem isso, você é isso.
Dessa forma, os grandes sábios do Upanixade dizem: "Quando você conhece Deus, você se torna Deus". Conhecendo Deus, a pessoa se torna Deus, porque conhecê-lo não é ter conhecimento, que é algo que você pode esquecer.
Conhecer Deus significa simplesmente alcançar uma nova qualidade do ser. Ela se torna parte de sua respiração e de seu batimento cardíaco.
A união final com o todo significa simplesmente que você se tornou o todo, é o ponto em que você sente: "Cheguei. Esse é o destino que venho buscando há milhares de vidas. Essa é a casa que eu estava procurando. Fiz muitas casas, mas nenhuma foi de fato uma casa: todas foram apenas caravançarás, e sempre precisei sair. Agora não posso sair dessa casa, porque eu sou ela".
Osho, em "Meditações Para o Dia"Imagem por Aeioux
Deus pode perdoar tudo, mas não a desesperança
Há apenas uma única afirmação em toda a Bíblia Sagrada em relação à qual eu não sou contra.
A afirmação é: "Deus pode perdoar tudo, mas não a desesperança."
Quem escreveu isso deve ter sido um homem de imenso entendimento. Deus não pode perdoar apenas uma coisa, e essa coisa é a desesperança.
Mas todo mundo está vivendo em desesperança - com Deus ou sem Deus, a desesperança é uma realidade. É auto-destruição.
Osho, em "From Death to Deathlessness"Imagem por uBookworm
A verdadeira religião não tem nada a ver com Deus, com o diabo, com céu ou inferno.
A palavra “religião” tem de ser entendida. Ela é significativa: significa unir as partes para que elas não sejam mais partes, mas tornem-se um todo. O significado principal da palavra religião é unir as coisas de tal maneira que a parte não seja mais uma parte, mas torne-se o todo. Cada parte torna-se o todo, em união.
Cada parte, separada, está morta; com as partes unidas, uma nova qualidade aparece, a qualidade do todo, e trazer essa qualidade
para a sua vida é o propósito da religião. Não tem nada a ver com Deus ou com o diabo.
Mas a maneira como as religiões têm funcionado no mundo... elas têm mudado sua propriedade, a verdadeira estrutura, em vez de torná-la uma ciência de integração, para que o homem não seja muitos, mas um.
Comumente, você é muitos, uma multidão. É necessário dissolver essa multidão num todo, de modo que tudo em você comece a funcionar em harmonia com tudo o mais dentro de você e não haja nenhum conflito, nenhuma divisão, nenhuma luta, ninguém superior, ninguém inferior... você sendo simplesmente um todo harmonioso.
Osho, em "Religiosidade é Diferente de Religião: Ensinamentos de Osho para um Mundo em Paz"
Nunca vi uma pessoa que não estivesse interessada em Deus - embora ele não saiba disso -, pois nunca vi uma pessoa que não estivesse interessada na felicidade.
Se você se interessa pela felicidade, se interessa por Deus; se se interessa em ser feliz, se interessa por Deus.
Osho, em "A Música Mais Antiga do Universo"
Quando o ego se vai, fica Deus
A oração nada tem a ver com o que se conhece no mundo como oração. A verdadeira oração não é um ritual.
A verdadeira oração não tem a ver com igreja, tempo ou mosteiro. A verdadeira oração não é cristã, nem hindu, nem maometana.
A verdadeira oração nada tem a ver com as palavras, ela não é verbal. É a gratidão silenciosa. É uma reverência silenciosa à existência.
Portanto, esteja onde estiver, sempre que você sentir vontade de se curvar em reverência à terra, às árvores, ao céu, curve-se. Essa reverência ajudará você a lentamente, lentamente, desaparecer.
A oração é um dos melhores métodos para destruir o ego. E, quando o ego se vai, fica Deus. É o ego que esconde Deus em uma nuvem escura.
Quando a nuvem se dissipa, o sol brilha em toda a sua glória, beleza, grandeza, esplendor.
Osho, em "Meditações Para O Dia"
A pessoa tem que se apostar toda
A verdade é um desafio, o maior que existe. É um desafio para inquirir, é um desafio para buscar e é um desafio para ser. Não é alguma coisa que você vai possuir algum dia – é uma coisa que você tem que se tornar.
E, de fato, você só pode se tornar aquilo que você já é, você só pode se tornar o seu ser.
O desafio da verdade é o desafio do seu próprio núcleo mais interno, o desafio de chegar em casa, o desafio de voltar ao centro, o desafio de
reconhecer a si mesmo, o desafio de conhecer, de encontrar a si mesmo.
É árduo. Olhar-se de frente é árduo – porque investimos demais na nossa ignorância; apostamos demais na nossa autoignorância. Então, o autoconhecimento começa a se tomar muito, muito difícil. Assim, todos são chamados, mas apenas uns poucos ouvem o chamado.
E daqueles poucos que ouvem o chamado, muitos desses o interpretam mal, iludem-se a si próprios. Aqueles que ouvem da maneira certa, mesmo eles não persistem muito tempo. Assim, muitos são chamados mas muitos poucos chegam.
De fato, todo mundo é chamado. O desafio de Deus é para todos; é um convite aberto. Você está aqui para este desafio – para aceitá-lo, para passar através do fogo, para ser purificado pelo fogo.
Mas é um jogo de risco; a pessoa tem que se apostar toda. E esta é a ironia: de que quando você não tem nada, tem muito medo de apostar. A ironia... Quando você tem, tem a coragem de apostar também.
Esta é minha experiência de todo dia: sempre que vejo alguém que tem alguma coisa, ele está pronto para se entregar, e sempre que cruzo com uma pessoa que não tem nada, ela tem muito medo de se entregar.
Isso é muito misterioso. Quem não tem nada, tem muito medo de se entregar – talvez tenha medo de que, se ele se entregar, encontrará o seu estado de nada. Se entregar as suas defesas, conhecerá o seu vazio interior, a sua pobreza. É melhor fingir que se é rico e nunca olhar para dentro. É melhor continuar a sonhar: "Eu tenho muito, como posso me entregar?"
Mas esta é minha experiência, e nunca encontrei nenhuma exceção; esta parece ser a regra: aqueles que têm, estão prontos para se entregar, eles não têm medo. E Jesus dizia: "Àqueles que têm, lhes será dado mais, e àqueles que não têm, mesmo isso lhes será tirado."
Quando você tem, tem a coragem de apostar. E quando você aposta,
torna-se capaz de obter mais. E quando aposta tudo, incondicionalmente, totalmente, somente então se torna capaz de receber o presente de Deus. Então, Cristo nasce em você.
Quando você aposta tudo, Cristo nasce em você. Quando você passa pela crucificação, quando você é crucificado, há a ressurreição.
Osho, em "O Caminho do Amor: Discursos Sobre as Canções de Kabir"
Um pouco de esforço e um pouco de confiança
O mais interessante na bem-aventurança é que ela é intrinsecamente um paradoxo e, por causa de sua natureza paradoxal, ela quase sempre foi mal compreendida.
O paradoxo é: o homem precisa fazer muito esforço e, no entanto, a bem-aventurança não acontece por causa do esforço - ela sempre acontece como uma dádiva de Deus.
Mas sem esforço o homem nunca será capaz de receber essa dádiva. Embora ela esteja sempre disponível, o homem continua fechado.
Por isso, todo o empenho humano não é, na verdade, o meio de alcançar a bem-aventurança; ele não pode gerar a bem-aventurança, só pode remover as barreiras. É um processo negativo.
É como se você vivesse numa sala fechada, com todas as janelas e portas
fechadas: o sol nasce, mas você continua na escuridão. O sol não pode nascer por causa de seus esforços. Nada que você faça permite ao sol nascer, mas você pode abrir as portas ou deixá-las fechadas - tudo isso depende de seu esforço.
Se você abrir as portas, o sol estará disponível para você - do contrário, ele vai esperar diante da porta, sem bater. Você pode viver na escuridão por toda a eternidade, e no entanto bastaria remover a barreira entre você e o sol.
É preciso um pouco de esforço e um pouco de confiança - um pouco de esforço para remover as barreiras, e um pouco de confiança, paciência, espera: "Deus é gracioso! Por isso, quando minha barreira for removida e eu estiver pronto, vai acontecer, é inevitável".
Osho, em "Meditações Para o Dia"
Não perdemos nada. Deus não está perdido, portanto não pode ser encontrado.
Nós apenas nos esquecemos; é só uma questão de lembrarmos. Está lá, no centro de nosso ser.
Chame isso de verdade, Deus, felicidade, beleza: todas essas coisas indicam o mesmo fenômeno. Há algo eterno em nosso ser, algo imortal, algo divino.
Tudo o que temos a fazer é ir fundo, mergulhar no fundo de nosso ser e ver, perceber, reconhecer.
Portanto, a jornada não é exatamente uma jornada. Não vamos a lugar algum. Só temos de nos sentar em silêncio e ser.
Osho, em "Meditações Para o Dia"
A partir do momento em que você desperta, atinge a
iluminação, tudo se torna um mistério. Subitamente todo o conhecimento se evapora como orvalho no sol da manhã.
Pela primeira vez seus olhos ficam cheios de admiração, como os de uma criança. É um segundo nascimento.
Na Índia, chamamos uma pessoa que descobre o mistério da existência de dwij - "aquele que nasceu duas vezes".
Jesus disse a Nicodemos: "A menos que você nasça novamente, não irá entrar no Reino de Deus." Ele também disse: "A menos que você seja como uma criança, não irá entrar no Reino de Deus." Jesus está dizendo que um renascimento é necessário.
Osho, em "Osho de A a Z - Um Dicionário Espiritual do Aqui e Agora"
O diamante está dentro, e nós estamos fora. Ele é parte de nosso ser, mas nós o procuramos em todo lugar, exceto lá; daí a amargura, a frustração, o desespero.
Olhe para dentro de você, para seu interior, e o reino de Deus é seu. Nunca o perdemos, nem sequer por um momento. Na verdade, mesmo que quiséssemos perdê-lo, não poderíamos - ele é nosso próprio ser.
Mas nos tornamos mendigos por decisão própria, por causa de nossa estupidez. Esquecemos como se lê a língua da escritura interior e procuramos nos Vedas, no Alcorão e na Bíblia...
Seremos grandes eruditos, mas não ricos. Ficaremos sempre pobres. A riqueza só vem por um caminho, o interior, porque é lá que se encontra a mina, o tesouro, o inexaurível tesouro.
Volte-se para dentro, harmonize-se, e a alegria será grande - infindável! A vida só tem sentido quando isso acontece, não antes. A vida só é vida assim, nunca antes.
Osho, em "Meditações Para o Dia"