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A ARTE NA IDADE MÉDIA
Com o Cristianismo a arte se voltou para a valorização do espírito.
Os valores da religião cristã vão impregnar todos os aspectos da vida medieval.
Temas religiosos, personagens decorpos pouco volumosos, cobertos pormuita roupa.
Século XIII
Giotto, século XIV
HUMANISMO
ENTRE OS SÉCULOS XIV E XV
PERÍODO DE TRANSIÇÃO ENTRE O MUNDO MEDIEVAL E O MODERNO
O SER HUMANO COMEÇA A SE LIBERTAR DA SUBORDINAÇÃO ABSOLUTA À IGREJA CATÓLICA
O SONETO
FORMA POÉTICA FIXA – CARÁTER INDAGADOR, ANALÍTICO
PROCURA EXPLICAR RACIONALMENTE OS SENTIMENTOS HUMANOS.
O SURGIMENTO DA BURGUESIA
RIQUEZA ASSOCIADA AO COMÉRCIO E NÃO MAIS À TERRA
ITÁLIA- SÉCULO XIII – ROMA, MILÃO, VENEZA, BOLONHA, GÊNOVA
A PROSA DA SEGUNDA ÉPOCA MEDIEVAL
A HISTORIOGRAFIA DE FERNÃO LOPES:
MARCO INICIAL DO HUMANISMO PORTUGUÊS.
A NAÇÃO PORTUGUESA COMO PERSONAGEM, UM ORGANISMO VIVO.
FERNÃO LOPES
SUA OBRA:
* Crônica del-Rei D Pedro I – Principais acontecimentos(a morte de Inês de Castro)
Crônica del-Rei D. João I :
Da morte de D. Fernando até a aclamação de D. João com rei de Portugal(1385)
O governo de D. joão de 1385 até 1411(assinatura de paz com Castela)
QUANTO À MÉTRICA EMPREGADA
UTILIZAÇÃO DE VERSOS CURTOS COM 5 E 7 SÍLABAS POÉTICAS.
REDONDILHA MENOR: 5 SÍLABAS POÉTICAS
REDONDILHA MAIOR: 7 SÍLABAS POÉTICAS
Formas fixas da Poesia Palaciana
Esparsa – única estrofe de 8, 9 ou 10 versos hexassílabos.Vilancete- Mote de 2 ou 3 versos e glosa ou volta de 7 versosCantiga – mote de 4 ou 5 versos e glosa de 9 ou 10Trova – 2 ou mais quadras de sete sílabas poéticas e rimas ABAB
Cantiga, partindo-se João Roiz de Castelo-Branco
Senhora, partem tam tristesmeus olhos por vós, meu bem,Que nunca tam tristes vistesOutros nenhum por ninguém.
Tam tristes, tam saudososTam doentes da partidaTam cansados, tam chorosos,Da morte mais desejososCem mil vezes que da vidaPartes tam tristes os tristes,Tam fora d’esperar bem,Que nunca tam tristes vistesOutros nenhuns por ninguém.
EXERCÍCIOS
1) Identifique a métrica empregada
2)Releia os três versos iniciais da 2ª estrofe. Qual é a palavra responsável pela marcação rítmica do texto?
3) Na primeira estrofe do poema é empregada uma metonímia. Identifique-a
4) Nos versos abaixo, que nova postura verifica-se em relação à mulher amada?
Senhora, partem tam tristesMeus olhos por vós, meu bem
Entra a MOÇA na horta e diz o VELHO:Senhora, benza-vos Deus,
MOÇA Deus vos mantenha, senhor.
VELHO Onde se criou tal flor? Eu diria que nos céus.
MOÇA Mas no chão.VELHO Pois damas se acharão
que não são vosso sapato!MOÇA Ai! Como isso é tão vão,
e como as lisonjas são de barato!VELHO Que buscais vós cá,
donzela, senhora, meu coração?MOÇA Vinha ao vosso
hortelão, por cheiros para a panela.VELHO E a isso vinde vós, meu
paraíso. Minha senhora, e não a aí?MOÇA Vistes vós! Segundo
isso, nenhum velho não tem siso natural.
VELHO Ó meus olhinhos garridos, mina rosa, meu arminho!
MOÇA Onde é vosso ratinho? Não tem os cheiros colhidos?
VELHO Tão depressa vinde vós, minha condensa, meu amor, meu coração!
MOÇA Jesus! Jesus! Que coisa é essa? E que prática tão avessa da razão!
Falai, falai doutra maneira! Mandai-me dar a hortaliça
VELHO Grão fogo de amor me atiça, ó minha alma verdadeira
MOÇA E essa tosse? Amores de sobreposse serão os da vossa idade; o tempo vos tirou a posse.
VELHO Mas amo que se moço fosse com a metade.
MOÇA E qual será a desastrada que atende vosso amor?
VELHO Vós sois minha despedida, minha morte antecipada.
MOÇA Que galante! Que rosa! Que diamante! Que preciosa perla fina!
VELHO Oh fortuna triunfante! Quem meteu um velho amante com menina! O maior risco da vida e mais perigoso é amar, que morrer é acabar e amor não tem saída, e pois penado, ainda que amado, vive qualquer
Diz-se "Barca do Inferno", porque quase todos os candidatos às duas barcas em cena – a do Inferno, com o seu Diabo, e a da Glória, com o Anjo – seguem na primeira. De facto, contudo, ela é muito mais o auto do julgamento das almas.
Os tiposum Fidalgo, D. Anrique; um Onzeneiro (homem que vivia de emprestar dinheiro a juros muito elevados, um agiota); um Sapateiro de nome Joanantão, que parece ser abastado, talvez dono de oficina; Joane, um Parvo, tolo; um Frade cortesão, Frei Babriel, com a sua "dama" Florença; Brísida Vaz, uma alcoviteira (ou proxeneta); um Judeu usurário chamado Semifará; um Corregedor e um Procurador, altos funcionários da Justiça; um Enforcado; quatro Cavaleiros que morreram a combater pela fé.
ALEGORIASFidalgo: manto e pajem que transporta uma cadeira. Estes elementos simbolizam a opressão dos mais fracos, a tirania e a presunção. Onzeneiro: bolsão. Este elemento simboliza o apego ao dinheiro, a ambição e a ganância. Sapateiro: avental e moldes. Estes elementos simbolizam a exploração interesseira, da classe burguesa comercial. Parvo: representa simbolicamente, os menos afortunados de inteligencia. Frade: Moça, espada, escudo e capacete. Estes elementos representam a vida mundana do Clero, e a dissolução dos seus costumes. Alcoviteira: moças e os cofres. Estes elementos representam a exploração interesseira dos outros, para seu próprio lucro. Judeu: bode. Este elemento simboliza a rejeição a fé cristã. Corregedor e Procurador: processos, vara da Justiça e livros. Estes elementos simbolizam a magistratura. Enforcado: Acredita ter o perdão garantido. Seu julgamento terreno e posterior condenação à morte o teriam redimido de seus pecados, mas é condenado igual aos outros. Quatro Cavaleiros: cruz de cristo simboliza a fé dos cavaleiros pela religião católica. (todos os elementos cénicos representam os pecados das personagens)
Gil VicenteBiografia incerta
Introduziu o teatro em Portugal
Teve por mecenas D. Manuel e D Lianor
Dominava a Língua Portuguesa, o Latim e temas teológicos
TRECHO PARA ANÁLISEONZENEIRO Pera onde caminhais?
DIABO Oh! que má-hora venhais,onzeneiro, meu parente!Como tardastes vós tanto?
ONZENEIRO Mais quisera eu lá tardar...
[...]
DIABO Ora mui muito m'espanto nom vos livrar o dinheiro!...
EDIÇÃO ORIGINAL
“Auto de moralidade composto por Gil Vicente por
contemplação da sereníssima e muito católica
rainha Lianor, nossa senhora, e representado
por seu mandado ao poderoso príncipe e mui
alto rei Manuel, primeiro de Portugal deste
nome.”
O “Auto da Barca do Inferno”, ao que tudo
indica, foi apresentado pela primeira vez
em 1517 na câmara da rainha D. Maria de
Castela, que estava enferma.
RRidendo castigat mores
Os diversos tipos sociais foram
analisados e criticados pela exploração
de seus vícios e erros.
TRECHO PARA ANÁLISE
FIDALGO Ao Inferno, todavia! Inferno há i pera mi? Oh triste! Enquanto vivi não cuidei que o i havia: Tive que era fantesia! Folgava ser adorado, confiei em meu estado e não vi que me perdia.
TRECHO PARA ANÁLISE
DIABO Irás servir Satanás, pois que sempre te ajudou.
ONZENEIRO Oh! Triste, quem me cegou?
DIABO Cal'te, que cá chorarás.
O SAPATEIRO
Acusação: explorar e
enganar o povo
Argumento de defesa:
práticas católicas
Condenação: Inferno
O FRADE
Representa o clero decadente
Acusação: Concubinato e prática de
esgrima
Argumento de defesa: o sacerdócio
Condenação: Inferno
BRÍSIDA VAZ
Alcoviteira
Acusação: feitiçaria, prostituição de
menores, prática de abortos e 600
cirurgias reparadoras de hímen
Condenação: Inferno
TRECHO PARA ANÁLISE
DIABO E trazês vós muito fato?
BRÍZIDA Seiscentos virgos postiços e três arcas de feitiços que nom podem mais levar. Três almários de mentir, e cinco cofres de enlheos, e alguns furtos alheos,
[...]A mor cárrega que é:
essas moças que vendia. Daquestra mercadoria trago eu muita, à bofé!
O CORREGEDOR E O PROCURADOR
Representam o
judiciário
Acusação: manipular
a justiça em
benefício próprio.
Condenação:
Inferno
TRECHO PARA ANÁLISE
CORREGEDOR Domine, memento mei!
DIABO Non es tempus, bacharel!Imbarquemini in batelquia Judicastis malitia.
TRECHO PARA ANÁLISE
ANJO Quem és tu?
PARVO Samica alguém.
ANJO Tu passarás, se quiseres; porque em todos teus fazeres per malícia nom erraste. Tua simpreza t'abaste pera gozar dos prazeres.
TRECHO PARA ANÁLISE
VVêm Quatro Cavaleiros cantando, os quais ttrazem cada um a Cruz de Cristo, pelo qual SSenhor e acrecentamento de Sua santa fé ccatólica morreram em poder dos mouros.
AAbsoltos a culpa e pena per privilégio que os qque assi morrem têm dos mistérios da Paixão dd'Aquele por Quem padecem, outorgados por
ttodos os Presidentes Sumos Pontífices da MMadre Santa Igreja.
ANJO Ó cavaleiros de Deus, a vós estou esperando, que morrestes pelejando por Cristo, Senhor dos Céus! Sois livres de todo mal, mártires da Santa Igreja, que quem morre em tal peleja merece paz eternal.
E assi embarcam.
(...) Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas, (...)
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
de emboscada antes dos vinte,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado de cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhoritas
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra.
Metáfora“Oh, pedaço de mimOh, metade exilada de mimLeva os teus sinaisQue a saudade dói como um barcoQue aos poucos descreve um arcoE evita atracar no cais
Oh, pedaço de mimOh, metade arrancada de mimLeva o vulto teuQue a saudade é o revés de um partoA saudade é arrumar o quartoDo filho que já morreu”
Metonímia
“AliásAceite uma ajuda do seu futuro amorPro aluguelDevolva o Neruda que você me tomouE nunca leu”
E no dois o homem luta entre coisas diferentes:Bem e mal, amor e guerra, preto e branco, bicho e genteRico e pobre, claro e escuro, noite e dia, corpo e mente.
Hipérbole
Queria querer gritar setecentas mil vezes Como são lindos, como são lindos os burgueses E os japoneses, mas tudo é muito mais
Prosopopeia
“A lua, tal qual a dona do bordel,Pedia a cada estrela friaUm brilho de aluguelE nuvens, lá no mata-borrão do céu,Chupavam manchas torturadas, que sufoco!”
Onomatopeia
“Eu vou nas asas de um passarinho, eu vou nos beijos de um beija-florNo tic tic tac do meu coração renascerá”