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BRASÍLIA-DF, QUINTA-FEIRA, 3 DE NOVEMBRO DE 2011 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 13 | Número 2700 ESPORTES | 5 Em debate na Câmara, deputados e entidades de defesa do consumidor criticam Fifa e Lei Geral da Copa COMISSÕES | 7 Parlamentares querem ouvir ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, sobre aumento do IPI de carros importados Parecer preliminar do Plano Plurianual é aprovado; relatório do Orçamento será votado na terça-feira | 8 FÁBIO SCREMIM/APPA MARCELLO CASAL JR/ABR Os pontos mais criticados da lei foram a possibilidade de venda casada de ingressos e a falta de critérios para devolução e reembolso das entradas

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BRASÍLIA-DF, QUINTA-FEIRA, 3 DE NOVEMBRO DE 2011 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 13 | Número 2700

ESPORTES | 5

Em debate na Câmara, deputados e

entidades de defesa

do consumidor criticam Fifa

e Lei Geral da Copa

COMISSÕES | 7

Parlamentares querem ouvir

ministros da Fazenda, Guido Mantega,

e do Desenvolvimento, Fernando Pimentel,

sobre aumento do IPI de carros importados

Parecer preliminar do Plano Plurianual é aprovado; relatório do Orçamento será votado na terça-feira | 8

FÁBIO SCREMIM/APPA

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Jornal da Câmara

Impresso na Câmara dos Deputados (DEAPA / CGRAF) em papel reciclado

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 54a Legislatura SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Diretora: Sueli Navarro (61) 3216-1500 [email protected]

[email protected] | Redação: (61) 3216-1660 | Distribuição e edições anteriores: (61) 3216-1827

DiretoraSimone RavazzolliEditora-chefeRosalva Nunes

DiagramadoresGuilherme Rangel BarrosRoselene GuedesHenrique Eduardo Araújo

IlustradorRenato Palet

EditoresMaria Clarice DiasRalph Machado

1ª Vice-PresidenteRose de Freitas (PMDB-ES)2º Vice-Presidente Eduardo da Fonte (PP-PE)1º SecretárioEduardo Gomes (PSDB-TO)2º Secretário Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP)3º SecretárioInocêncio Oliveira (PR-PE)4º SecretárioJúlio Delgado (PSB-MG)

Presidente: Marco Maia (PT-RS) SuplentesGeraldo Resende (PMDB-MS), Manato (PDT-ES), Carlos Eduardo Cadoca (PSC-PE) e Sérgio Moraes (PTB-RS)Ouvidor Parlamentar Miguel Corrêa (PT-MG)Procurador Parlamentar Nelson Marquezelli (PTB-SP)Diretor-Geral Rogério VenturaSecretário-Geral da MesaSérgio Sampaio de Almeida

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EnSInOBrasília, 3 de novembro de 2011

Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

Educação autoriza criação de 44 mil cargos para instituições federais e escolas técnicasO Projeto de Lei 2134/11, do

Executivo, que cria cargos efeti-vos, cargos de direção e funções gratificadas no Ministério da Edu-cação, foi aprovado pela Comissão de Educação e Cultura. Os cargos e funções destinam-se às univer-sidades públicas federais (institui-ções federais de ensino superior - Ifes) e às escolas técnicas federais (institutos federais de educação, ciência e tecnologia - Ifets).

Também serão contemplados o Instituto Nacional de Educação de Surdos, o Instituto Benjamim Constant, as escolas técnicas e colégios de aplicação vinculados às Ifes e aos Ifets, além do Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro.

Segundo o relator da proposta, deputado Artur Bruno (PT-CE), a medida vai ao encontro da política de valorização da educação supe-rior e técnica posta em prática pelo governo federal. “O atual governo quer, de fato, garantir uma educa-ção de qualidade mediante o fortaleci-mento do quadro funcional de profes-sores e pessoal técnico-administrativo qualificado para as funções de ensino, pesquisa e extensão, que são próprias dessas instituições federais”, disse.

Emendas - A Comissão de Educação aprovou a proposta do Executivo com algumas mudanças. Entre elas o condi-cionamento da criação de novos campi à existência de instalações adequadas, de servidores suficientes e de recursos financeiros à disposição; a possibilidade de concessão de bolsas para estudantes e professores vinculados a projetos de pesquisa e extensão; e a criação de um Conselho de Gestão Integrada para os estados que contarem com mais de um instituto federal de ensino.

O texto aprovado também auto-riza profissionais da educação a se afastarem, antes do término do está-gio probatório, para cursar mestrado, doutorado ou pós-doutorado. De acordo com a Lei 8.112/90, somente os servi-

dores em exercício há pelo menos três ou quatro anos podem se afastar para cursar mestrado ou doutorado, respec-tivamente. Pela proposta, o afastamento antes desse prazo dependerá somente de autorização do colegiado máximo

da instituição. O benefício será válido para professores do ensino superior, da educação básica, além de técnicos des-sas entidades.

Hoje, a Lei 8.169/91 autoriza a nomeação de não servidores para o

exercício de cargo de direção e de função gratificada nas insti-tuições de ensino até o limite de 10% de todos os cargos e funções. A proposta original mantinha o limite de 10%, mas limitava essas nomeações a pessoas que já fossem servidoras públicas, mesmo que de outros órgãos ou entidades. A co-missão alterou o trecho que criava a restrição e, com isso, manteve o dispositivo atual da lei, permitindo que 10% dos cargos de direção e das funções gratificadas sejam pre-enchidos por qualquer cidadão.

Colégio Pedro II - O texto aprovado pelo colegiado mante-ve a garantia ao Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro, da mesma estrutura e organização dos Ifets. Pelo projeto, o colégio passa a ter a mesma autonomia administrati-va e os mesmos instrumentos de gestão dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia.

O projeto também cria a cha-mada função comissionada de coorde-nação de curso (FCC), a ser exercida exclusivamente por servidores que desempenhem atividade de coorde-nação acadêmica de cursos técnicos, tecnológicos, de graduação e de pós-graduação stricto sensu, regularmente instituídos no âmbito das instituições federais de ensino.

Somente poderão ser designados para FCC os titulares de cargos da car-reira do magistério superior e profes-sores do magistério do ensino básico, técnico e tecnológico. Pelo projeto, se-rão criadas as seguintes FCCs: 6.878 a partir de 1º de julho de 2012, destinadas ao magistério superior; e 9.976 a partir de 1º de julho de 2013, destinadas ao ensino básico, técnico e tecnológico.

Tramitação - A proposta, que tra-mita de forma conclusiva, ainda será analisada pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania.

A aplicação obrigatória de pelo menos 20% do Programa do Seguro-De-semprego em projetos de formação profissional de negros e pardos foi apro-vada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. A medida está prevista no Projeto de Lei 832/03, segundo o qual, desse percentual, uma subcota será destinada especificamente às mulheres. Essa subcota será calculada a partir da proporção de mulheres na população de negros e pardos no Brasil.

O projeto, do deputado Sandes Júnior (PP-GO), já havia sido aprovado pela Câmara em 2006, mas uma emenda do Senado, que incluiu a subcota para mulheres, exigiu o retorno do texto. Os deputados aprovaram o parecer do ex-deputado Brizola neto (RJ). “A solução proposta pelo Senado, que conciliou a questão étnico-racial com a questão de gênero, está em plena consonância com o texto constitucional”, afirmou o relator. Segundo ele, a medida vai ao encontro dos direitos dos trabalhadores previstos na Constituição.

A emenda do Senado ainda precisa ser analisada pelo Plenário.

Cota para qualificação de negros e pardos

Pela proposta do Executivo, o Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, também terá direito a cargos efetivos, de direção e funções gratificadas

PAnORAMIO

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Tiago Miranda

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou em entrevista coletiva que buscará colocar a proposta (PEC 61/11), que prorroga a Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2015, para ser votada pelo Plenário em pri-meiro turno na próxima terça-feira. Ele espera que a votação da matéria em segundo turno seja feita no dia 22.

O parlamentar afirmou que pedirá à oposição para evitar obstrução à pro-posta, como ocorreu durante a análise do texto na comissão especial. “Não acho saudável levarmos 30 horas em Plenário para aprovar uma medida já sabendo o resultado”, declarou Vac-carezza, confiante na prorrogação da DRU. Ele ressaltou que conta com o apoio dos deputados do recém-criado PSD para a aprovação da PEC.

Royalties - Na opinião do líder go-vernista, as bancadas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo não deverão difi-cultar a votação da medida por esta-rem insatisfeitas com o acordo sobre os royalties do petróleo. “Quem misturar royalties com DRU não estará sendo sincero, nem com a DRU nem com os royalties”, disse.

A DRU, prorrogada pela PEC 61/11, é um mecanismo orçamentário que permite ao governo utilizar como quiser 20% do Orçamento vinculado

pela Constituição a áreas específicas. A vigência do mecanismo vencerá no final do ano, caso não seja renovado. Depois de aprovada em dois turnos pela Câmara, a proposta ainda terá de ser analisada pelo Senado.

Vaccarezza afir-mou que a análise do projeto de redistri-buição dos royalties (PLS 448/11) deveria ser feita em cada co-missão da Câmara e não por uma comis-são especial, como propôs o presidente Marco Maia. “Acho que não é o mais adequado, porque o debate deve ser feito de forma mais aprofundada nas comissões”, argumentou. A proposta, que foi aprovada há duas semanas no Senado e inclui estados não produtores no rateio dos recursos, chegou ontem à Câmara.

Fundo de servidores - Já o Pro-jeto de Lei 1992/07, que cria o fundo de pensão dos servidores públicos da União, só deve ser votado, na opinião do líder do governo, a partir de 23 de novembro. A proposta tramita em re-gime de urgência constitucional desde o início de outubro, a pedido do Exe-cutivo.

O projeto que prorroga a DRU até 2015 foi aprovado em comissão especial em 21 de outubro

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POLÍTICABrasília, 3 de novembro de 2011

Geórgia Moraes

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias aprovou uma moção de solidariedade a todos os cidadãos amea-çados por milícias no Rio de Janeiro, especificamente ao deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), e o secretário de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame. Freixo informou que vai deixar o Brasil por pelo menos um mês devido a ameaças de morte feitas por milicia-nos. Conhecido por sua atuação em defesa dos direitos humanos, ele foi o deputado estadual mais votado no Rio nas eleições passadas. A CPI das Milícias, presidida por Freixo, investigou e indiciou em 2008 centenas de policiais militares, e resultou na prisão de vários milicianos. Em pelo menos onze estados, há ações desses grupos armados, chefiados por agentes públicos da área de segurança. Autor do pedido da moção, o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) denuncia a cumplicidade do Poder Público com as milícias.

“Milícia é máfia. Ela, além de fazer controle territorial e ter negócios, tem vínculos fortes com o Estado, é o verdadeiro poder paralelo. Apoia candidaturas, disputa eleições, faz currais eleitorais, e mata, trucida. Matou e torturou jornalistas do jornal O Dia que, aliás, o filme Tropa de Elite 2 descreve muito bem. Matou a juíza (Pa-

trícia Acioli) e mantém a população que ela controla sob terror. As pessoas são achacadas, têm de pagar para ter ‘segurança’. É um escândalo que a cumplicidade das autoridades não venha denunciada com a força que tem que acontecer”, afirmou.

Mecanismos - O especialista e pesquisador em segurança pública da Universidade Católica de Brasília nelson Gonçalves aponta os mecanismos que pode-riam evitar o envolvimento dos policiais com as milícias. Segundo ele, as organizações de força precisam ter reco-nhecimento. “Isso se refere à autoridade, à infraestrutura, às condições e qualidade de vida que são oferecidas a eles, mas se refere muito mais ao sistema de controle a que esses agentes públicos estão submetidos”, explicou.

Gonçalves afirmou que os agentes públicos de segu-rança deveriam estar inseridos num contexto onde teriam absoluta certeza que ultrapassar a linha da legalidade, da lei, traria a eles inconvenientes “extremamente significativos”. no requerimento aprovado pela Comissão de Direitos Humanos, Chico Alencar destaca que não há sinais de que a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Ja-neiro esteja atuando de forma decidida para apurar as denúncias e proteger as pessoas ameaçadas. A moção, segundo ele, teria o objetivo de ajudar a sensibilizar o governo do estado.

Governo quer votar prorrogação da DRU na próxima terça-feira

Cândido Vaccarezza

Como forma de protesto contra a retirada de recursos dos royalties do petróleo dos estados produtores, o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) comandou seu partido em Plenário na manhã de terça-feira e obstruiu a sessão.

Apesar de mais de 300 deputados terem comparecido à Câmara, não havia o quórum de 257 no Plenário para votar propostas nominalmente. A sessão foi encerrada assim que o pre-

sidente Marco Maia constatou que não seria possível vencer os requerimentos usados para obstruir as votações.

Os estados e municípios onde há produção de petróleo recebiam a maior parte dos royalties. Com o aumento da produção a partir da descoberta de reservas nas camadas pré-sal, ou-tros estados passaram a reivindicar a revisão dessa partilha. Rio de Janeiro e Espirito Santo dizem que são preju-dicados.

PR obstrui sessão do Plenário em protesto contra projeto dos royalties

Ameaçados por milícias recebem moção de solidariedade

Grupos armados, chefiados por agentes públicos, vendem segurança a comerciantes em favelas

wORDPRESS

DIógEnES SAntOS

BEtO

OLI

VEIR

A

SEGURAnçA

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As comissões de Seguridade Social e Família; e de Direitos Humanos e Minorias vão criar, em conjunto, um grupo de trabalho para realizar pes-quisas em âmbito nacional, com o ob-jetivo de acompanhar a situação das comunidades quilombolas brasileiras, em especial averiguar as denúncias de ameaças de morte de mulheres e homens quilombolas.

O grupo de trabalho, ainda sem previsão para iniciar os trabalhos, vai ter como integrantes os deputados: Janete Rocha Pietá (PT-SP), Erika Kokay (PT-DF), Amauri Teixeira (PT-BA), Benedita da Silva (PT-RJ), Do-mingos Dutra (PT-MA), Edson Santos (PT-RJ) e Luiz Alberto (PT-BA).

O direito ao território onde vivem os antigos moradores de quilombos foi reconhecido na Constituição de 1988 e regulamentado pelo decre-to presidencial 4.887/03. O decreto regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, deli-mitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos.

Conflito de terra - Segundo os deputados, depois do reconhecimento das comunidades quilombolas, a dis-puta pela terra se intensificou.

O aumento do conflito nestas áreas tem gerado um cenário de insegurança

para os habitantes dessas comunida-des, que requerem do governo federal a titulação de suas terras. Os quilom-bolas têm reiteradamente feito denún-cias de ameaças de morte, informou a deputada Janete Rocha Pietá.

“A criação do grupo de trabalho tem o objetivo de averiguar a real si-tuação da comunidade quilombola em todo País, que terá por meta principal levantar informações necessárias para estabelecer mecanismos de amparo e

justiça junto às demais autoridades go-vernamentais” disse a deputada.

Comissão externa - A Câmara também deve formar uma comissão externa para visitar comunidades qui-lombolas.

O presidente da Casa, Marco Maia, apoiou a ideia após receber um grupo de parlamentares e de representantes das comunidades. Janete Rocha Pietá, que fez parte do grupo, informou que as comissões de Direitos Humanos;

e de Seguridade Social poderão fazer essa iniciativa da diligência, indo às áreas de conflito.

Uma das comunidades problemá-ticas é a de Morro Alto (RS), onde o quilombo próximo à BR 101 avança pelos municípios de Maquiné e Osório. Segundo o presidente da Associação Quilombo Morro Alto, Wilson Mar-ques da Rosa, a área deveria ter 15 mil hectares, mas foram definidos ape-nas 4 mil hectares. “São 456 famílias de descendentes de escravos, porém também há 447 famílias de agriculto-res que moram na região e temem ser despejados”, afirmou.

As notificações aos agricultores de Morro Alto já deveriam ter começa-do, no entanto, o processo foi trazido para Brasília, o que revolta o advo-gado da Frente Nacional em Defesa dos Territórios Quilombolas, Onir Araújo. “Essa lentidão não é só por causa da falta de estrutura do Incra, mas por uma política de governo, que é diferente do que se propagandeia”, denunciou.

O presidente do Incra, Celso Lis-boa de Lacerda, reconheceu a demora dos processos. Segundo ele, a rees-truturação do órgão gerou um setor apenas para tratar de quilombos, mas ainda é necessária a criação de mais uma diretoria.

Os quilombolas requerem do governo federal a titulação de suas terras; na foto, representantes de comunidades em audiência na Câmara

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DIREITOS HUMAnOSBrasília, 3 de novembro de 2011

Grupo de trabalho vai avaliar denúncias de ameaças de morte contra quilombolas

Foi aprovada pela Comissão de Se-guridade Social e Família proposta que permite ao segurado do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) renun-ciar às aposentadorias por tempo de contribuição, especial e por idade. De acordo com o relator, deputado Antonio Bulhões (PRB-SP), a medida vai “sanar lacuna nas leis vigentes, que não fazem referência à desaposentação”.

A proposta, que tramita em caráter conclusivo, segue para análise das co-missões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Foi acolhido o Projeto de Lei 3884/08, do deputado Cleber Verde (PRB-MA), que tramita em conjunto com o PL 2682/07, do mesmo autor, que não contempla os aposentados por idade. O texto aprovado altera a Lei 8.213/91, que não prevê a possibilidade de renúncia, pelo beneficiário, das apo-sentadorias por tempo de contribuição, especial e por idade.

Justiça - Pela proposição, o segu-rado da Previdência terá assegurada a contagem do tempo de contribuição que serviu de base à concessão do be-nefício para requerer nova aposentado-ria no futuro. “É óbvio que o segurado aposentado com proventos insuficien-tes retornará à atividade, contribuin-do para o Regime Geral. Ao melhorar seus rendimentos, poderá aposentar-se novamente com remuneração maior”, disse Bulhões.

Antonio Bulhões explicou que, atualmente, o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) recusa todos os pedidos de reversão de aposentadoria com o argumento de que a concessão do benefício constitui ato jurídico per-feito, por força do Decreto 3.048/99. Outro entendimento, no entanto, te-ria o Judiciário. “A Justiça reconhece que um ato administrativo não pode extrapolar a lei”, acrescentou o par-lamentar.

Seguridade permite reversão de aposentadoria por tempo de serviço e por idade

PLEnáRIO

EducaçãoFoi entregue a um programa do

governo da Bahia, no dia 26 de outu-bro, no Salão nobre da Câmara dos Deputados, o prêmio Darcy Ribeiro de Educação 2011. Concedida pela Comissão de Educação e Cultura, a homenagem ao governo da Bahia, segundo Waldenor Pereira (PT-BA), deve-se ao reconhecimento dos re-sultados obtidos pelo programa Topa – Todos Pela Educação, que, em quase cinco anos, conseguiu alfabetizar mais de um milhão de baianos. O índice de alfabetização no estado era um dos mais baixos do Brasil, ressaltou o deputado.

HabitaçãoPaulo Foletto (PSB-ES) pediu à

Caixa Econômica Federal a revisão do cadastro dos beneficiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida, quando for comprovada a perda de renda. O deputado defendeu a redução das prestações, para que a sobrevivência das famílias não seja comprometida. Paulo Foletto criticou ainda a proposta que trata da redistribuição dos royalties do petróleo aprovada pelo Senado. Segundo ele, em 2012, caso o texto seja mantido pela Câmara, o Espírito Santo vai perder R$ 535 milhões do seu orçamento.

Enem Domingos neto (PSB-CE) lamentou os incidentes ocorridos no Exame na-

cional de Ensino Médio (Enem), e disse que o Colégio Christus de Fortaleza não pode ser penalizado pelo fato. De acordo com o deputado, não se deve atingir a imagem de uma instituição tradicional de ensino, que conta com 639 alunos, sem que as investigações sejam concluídas. Domingos neto acrescentou que a escola utilizou questões do pré-teste do Inep, que foi disponibilizado inclusive pela internet, questões que também foram incluídas no Enem deste ano.

AntOnIO CRUz/ABR

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MUnDIAL DE FUTEBOLBrasília, 3 de novembro de 2011

Lara Haje

Deputados criticaram na terça-feira o que classificaram como “poder exces-sivo” conferido à Federação Internacio-nal de Futebol (Fifa) no projeto da Lei Geral da Copa do Mundo de 2014 (PL 2330/11, do Executivo). Em audiência pública na comissão especial responsá-vel pela aná-lise da pro-posta, outros parlamentares manifestaram preocupação com o rom-pimento de regras previa-mente acerta-das com a Fifa, no protocolo assinado pelo governo bra-sileiro com a entidade.

Romário (PSB-RJ) disse que “a Fifa não pode mandar no País”. Ele desta-cou que a instituição está marcada por acusações e que o presidente do Comitê Organizador da Copa, Ricardo Teixeira, também é alvo de diversas denúncias de corrupção. O deputado contestou o dis-positivo do projeto que isenta a Fifa de responsabilidade por danos sofridos pelo consumidor em relação à sua segurança. Romário irá propor uma emenda que restabeleça a responsabilidade solidária da federação e do Poder Público.

“Não podemos permitir que se crie o Estado Fifa dentro do Estado brasi-leiro”, afirmou o deputado José Rocha

Representantes do Instituto Brasi-leiro de Defesa do Consumidor (Idec) e da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) destacaram durante audiência realizada pela co-missão especial sobre a Lei Geral da Copa que o projeto fere os direitos dos cidadãos, e criticaram, por exemplo, a possibilidade de venda casada de ingressos pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) e a falta de critérios, na proposta, para a devolução e o re-embolso dos bilhetes.

O relator do texto, deputado Vicente Candido, afirmou que estudará as suges-tões e não descarta alterar a proposta. Segundo ele, seu relatório também poderá contemplar o aprimoramento no Código de Defesa do Consumidor (CDC - Lei 8.078/90), para que este recepcione a realização de eventos de grande porte. “Formulado há mais de 20

anos, o código não previa a realização de um evento da dimensão da Copa”, ressaltou

Críticas - O advogado do Idec Gui-lherme Rosa Varella criticou o dispositivo da proposta que prevê que a Fifa poderá determinar a venda avulsa de ingressos ou a venda casada (a aquisição dos bilhetes vinculada a outros serviços, como passagens aéreas e diárias de hotel). Segundo ele, isso fere o Código de Defesa do Consumidor, que proíbe a venda casada.

Para Varella, o projeto trata a Fifa como uma superfornecedora, pairando acima da lei. Ele também contestou o artigo que assegura à Fifa, durante a Copa, o direito exclusivo de exploração comercial em determinadas áreas, que vão além dos estádios. na opinião do advogado, isso prejudica o comércio e os trabalhadores locais, e pode

restringir a liberdade de escolha dos consumidores

A coordenadora da Proteste, Maria Inês Dolci, defendeu que todas as leis brasileiras sejam respeitadas na íntegra durante a Copa. Segundo ela, além do Código de Defesa de Defesa do Con-sumidor, são “inegociáveis” o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03); a meia-entrada para a terceira idade; e a legislação que prevê a meia-entrada para os estudan-tes. Além disso, Maria Inês defendeu a manutenção na íntegra do Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/03), que veda a venda e o consumo de bebida alcoólica nos estádios.

Direitos da Fifa - Ao rebater as críticas de entidades de defesa do consumidor, o secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Vinícius Marques de Carvalho, disse que a Copa do Mundo “pertence” à

Fifa, que tem o direito de organizar os eventos nos estádios e de estabelecer os preços dos ingressos, por exemplo. Carvalho ressaltou que a Lei Geral da Copa é específica para instituir regras para um evento.

Durante as discussões sobre a pro-posta, no âmbito do Poder Executivo, explicou, houve diversos avanços. O texto inicial, segundo secretário, pre-via que o CDC, o Estatuto do Idoso e a legislação de meia-entrada para jovens não valessem, mas isso acabou preservado no texto.

Quanto à possibilidade de venda ca-sada dos ingressos, Carvalho considerou que ela só é ilegal se acarretar prejuízos ao consumidor, e deve ser analisada caso a caso. “Para o estrangeiro, por exemplo, pode ser vantajoso e eficiente comprar pacote com passagem aérea, hotel e ingressos.(LH)

O presidente da comissão especial que analisa a proposta de Lei Geral da Copa, deputado Renan Filho, sugeriu durante a audiência que o tema do even-to seja “Por um mundo sem armas”. Ele lembrou que, na Copa da áfrica do Sul, no ano passado, o mote foi o combate à aids. O parlamentar sugeriu que o tema fosse discutido internamente na comissão e com o governo.

A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) apoiou a sugestão de Renan Filho. Segundo ela, é preciso pensar no legado social que o evento deixará para o Brasil. Para a deputada, a ten-

tativa de acordo do governo brasileiro com a Fifa é semelhante a um acordo internacional. “O País tem condições de construir um texto que assegure a meia-entrada ao idoso e à juventude”, defendeu. O deputado Wilson Filho (PMDB-PB) também apoiou o tema “Por um mundo sem armas”. Para ele, porém, o melhor seria ampliá-lo para “Por um mundo sem armas e sem dro-gas” – que são, conforme o deputado, as principais causas da violência. Wilson Filho lembrou ainda que a Lei da Copa deve preservar os direitos conquistados pelos brasileiros.

Para entidades, legislação desrespeita direitos do consumidor

Deputados criticam poder excessivo da Fifa na Lei Geral da Copa

(PR-BA). O parlamentar defendeu que sempre sejam oferecidos ingressos avul-sos para o consumidor. Já a questão do consumo de bebida alcoólica dentro dos estádios, na visão de Rocha, pode ser discutida, estabelecendo-se, por exem-plo, áreas específicas onde o consumo seja permitido. Por sua vez, Otavio Leite (PSDB-RJ) disse que apresenta-

rá emenda com o intuito de prever ingressos a preços populares para o evento.

Protocolo - Os deputados Edio Lopes (PMDB-RR) e Cesar Col-nago (PSDB-ES) pediram que có-pia do protocolo, contendo todas as exigências da

Fifa para a rea-lização da Copa no Brasil, seja enviado à co-missão.

O presiden-te da comissão especial, de-putado Renan Filho (PMDB-AL), informou que já solicitou essa cópia ao governo. “Na negociação do projeto de lei, nós vamos romper pro-tocolos previamente acertados com a Fifa?”, questionou Édio Lopes. “Se al-guém negociou algo que fere os nossos direitos fundamentais e sociais, nego-ciou mal”, opinou Cesar Colnago.

Segundo o relator da proposta, de-putado Vicente Candido (PT-SP), que

já teve acesso ao documento, o PL 2330/11 é uma “síntese do pro-tocolo assinado entre a Fifa e o governo brasi-leiro”. Porém, na avaliação de Candido, isso não impede que a proposta seja alterada. “Esta-mos cobrindo uma lacuna da

falta de discussão do governo com a sociedade civil”, destacou.

Para o deputado José Guimarães (PT-CE), a comissão especial deve evitar a “polarização” entre os favorá-veis à Fifa e os contrários à entidade. “O melhor caminho é ouvir todos e extrair o que é melhor para o Brasil”, disse. Segundo ele, é preciso combinar os direitos já inscritos nas leis brasileiras com a Lei Geral da Copa, fazendo as adaptações possíveis.

Convite a ministro - Já o deputa-do Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que o governo está muito “acanhado” na defesa do projeto. “Temos de ter um debate não só com o novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, mas com todos aqueles que participaram da elaboração do texto”, declarou.

Ao final da audiência, a comissão aprovou o requerimento de realização de audiência pública com Aldo Rebelo. Também já foi aprovado pedido de au-diência com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

“Por um mundo sem armas”

BEtO OLIVEIRA

Estamos cobrindo

uma lacuna da falta de discussão do governo

com a sociedade

civil Vicente Candido

Romário

A Fifa não pode

mandar no País.

A instituição está

marcada por acusações

legenda

BEtO OLIVEIRA

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Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

PLEnáRIOBrasília, 3 de novembro de 2011

Manoel Júniordefende crechesabertas tambémdurante as fériasO deputado Manoel Júnior

(PMDB-PB) fez apelo ao ministro da Educação, Fernando Haddad, para rejeitar parecer da Câmara de Edu-cação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE) sugerindo o fe-chamento das creches e pré-escolas nas férias e outros recessos.

“Trata-se de orientação absurda, que, se homologada pelo ministro e transmitida a todos os estados e mu-nicípios, acarretará enormes prejuí-

zos, principalmente para as famílias de menos recursos”, afirmou.

De acordo com o parlamen-tar, a Câmara de Educação Básica entende que creches e pré-escolas são estabelecimentos educacionais, não devendo assumir funções “de caráter meramente assistencialista”. O deputado disse discordar desse parecer, que coloca a demanda nas férias no âmbito de políticas para a infância, devendo ser financiada, orientada e supervisionada por ou-tras áreas, como assistência social, saúde, cultura, esportes e proteção social, ainda que eventualmente possa usar as instalações de creches e pré-escolas.

Manoel Júnior ressaltou que muitos municípios não contam com setores de assistência social ou congêneres organizados para, além de cuidar de todos os seus afazeres habituais, ainda receber crianças durante as férias.

“Qual o sentido de investir numa nova estrutura, específica para o pe-ríodo de férias e recessos nas creches e pré-escolas, se, como sempre ocor-reu, elas podem continuar funcio-nando ininterruptamente, apenas obedecendo a uma escala de férias para seus funcionários?”

Eduardo Sciarracobra reformase mais recursos

para infraestruturaO deputado Eduardo Sciarra

(PSD-PR) destacou a necessidade de o País avançar na tentativa de reverter o atual processo de desin-dustrialização, dando condições de competitividade ao setor produtivo, por meio, especialmente, de investi-mentos na infraestrutura.

Na avaliação do parlamentar, o principal problema do Brasil é o baixo investimento em infraestrutura, cer-

ca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB). “É um terço do que gasta a China e metade do que é investido pela Índia”, comparou.

Sciarra salientou que somente para reverter o déficit de serviços hoje existente nos setores de trans-portes, energia e saneamento básico, o País deveria investir cerca de 5% do PIB, cerca de R$ 183 bilhões por ano. Ele alertou que a insuficiência na prestação desses serviços aumenta custos e reduz a taxa de retorno dos investimentos produtivos.

Apesar de 57,4% das rodovias te-rem problemas, disse Sciarra, os re-cursos da Contribuição de Interven-ção do Domínio Econômico (Cide) não foram usados para resolver a questão. Conforme o deputado, de um total de R$ 64,3 bilhões arreca-dados entre 2002 e 2010, o governo deixou de investir R$ 29,5 bilhões.

“A Confederação Nacional do Transporte informa que, com o va-lor não utilizado até o momento, se-ria possível realizar obras como, por exemplo, a restauração de 46.903 quilômetros de rodovias; ou a ade-quação de 24.083 quilômetros; ou a construção de 18.234 quilômetros de pista simples, ou então a duplicação de 6.511 quilômetros.”

EnemDuarte nogueira (PSDB-SP) lamentou as novas falhas ocorridas

no Exame nacional do Ensino Médio, que teve questões an-tecipadas durante teste em uma escola de Fortaleza, no Ceará. Na opinião do deputado, a confiabilidade do exame está abalada, e os alunos, prejudicados. De acordo com Duarte nogueira, já passou a hora de o governo tratar com seriedade os mais de 5 milhões de alunos inscritos para a prova e os R$ 240 milhões aplicados na realização do Enem.

TransamazônicaWandenkolk Gonçalves (PSDB-

PA) manifestou preocupação com a chegada do período chuvoso na Região norte, pois, mais uma vez, a população local se vê frustrada com a paralisação das obras na Transa-mazônica. Segundo o deputado, a obra está em andamento há 20 anos, mas longe de ser concluída – desta vez, explicou o parlamentar, a interrupção do asfaltamento se deu após denúncias. Para Wan-denkolk Gonçalves, os produtores são os mais prejudicados.

Emenda 29De acordo com Onofre Santo

Agostini (PSD-SC), projeto de sua autoria destina os recursos de premiações lotéricas não pro-curadas para um fundo nacional para a saúde. A proposta, disse o deputado, soluciona a questão, pois trará benefícios principalmente ao o Sistema Único de Saúde (SUS). Para Santo Agostini, um dos entra-ves à regulamentação da Emenda 29, que destina mais recursos para a saúde, é exatamente a fonte dessas verbas.

RoyaltiesDoutor Paulo César (PSD-RJ) pediu atenção à proposta de redistribuição

dos royalties do petróleo. Para ele, há difusão de informações errôneas, que confundem as pessoas. O deputado lembrou que os royalties são uma compen-sação para os estados produtores, já que o ICMS é cobrado no refino, e não na produção. Doutor Paulo César disse que o Rio de Janeiro possui apenas uma refinaria, e outros estados que possuem refinarias arrecadam mais ICMS.

JurosFernando Ferro (PT-PE) elogiou deci-

são do Banco Central que reduziu, pela segunda vez consecutiva, a taxa básica de juros. O deputado entende que a queda na taxa privilegia o setor produtivo, além de ajudar a enfrentar os efeitos da crise econômica mundial. Fernando Ferro também comemorou o anúncio do Ministério da Educação de que am-pliará o número de escolas técnicas, dando mais oportunidade aos jovens para acesso ao mercado de trabalho.

Assistência Social IBenedita da Silva (PT-RJ) co-

mentou a 8ª Conferência Estadual de Assistência Social do Rio de Janeiro, em outubro. Segundo a deputada, o evento contou com a participação de delegados dos 92 municípios, representando os gestores, usuários e profissionais da assistência social. O principal objetivo da conferência estadual, de acordo com Benedita da Silva, é discutir a consolidação do Sistema Único da Assistência Social.

Assistência Social IIValmir Assunção (PT-BA) infor-

mou os resultados da 8ª Conferência Estadual de Assistência Social da Bahia. O encontro, realizado no mês passado em Salvador, debateu a consolidação do Sistema Único de Assistência Social e a valorização dos profissionais do setor. Para o deputado, os estados precisam fortalecer e valorizar os assistentes sociais, criando um plano de cargos e salários e um piso nacional para a categoria.

OrçamentoFátima Bezerra (PT-Rn) elogiou o relator-geral do Orçamento de 2012,

deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), pela “sensibilidade política e capacida-de de inovar”, incluindo na proposta emenda de iniciativa popular que exclui intermediários e permite que municípios com menos de 50 mil habitantes encaminhem sugestões ao projeto orçamentário. A deputada acrescentou que a possibilidade sugerida pelo relator está condicionada à discussão em audiências públicas.

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ECOnOMIABrasília, 3 de novembro de 2011

Audiência sobre IPI de carros importadosdeve reunir ministros Mantega e Pimentel

As comissões de Defesa do Consumi-dor e de Fiscalização Financeira e Contro-le vão convidar os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, para um debate sobre o aumen-to do Imposto Sobre Produtos Industriali-zados (IPI) de carros importados.

Em setembro, o governo publicou o Decreto 7.567/11, elevando as alíquotas do IPI em 30 pontos percentuais – o que, segundo o governo, repre-sentou na prática aumentos de até 28% nos preços finais de veículos produzidos fora do Mercosul e do México (que não fo-ram atingidos devido a acordos comerciais com o Brasil).

No dia 20 de outubro, porém, o Su-premo Tribunal Federal (STF) decidiu suspender, em caráter liminar, a cobran-ça – assim, as novas alíquotas passarão a valer somente em 15 de dezembro, 90 dias após a edição do decreto. A ação foi proposta pelo DEM, que considerava a medida inconstitucional.

A decisão do Supremo foi unânime e teve efeito retroativo. No entendimento do STF, a mudança na tributação do IPI deve respeitar a chamada “noventena”, prevista na Constituição. O dispositivo prevê que a variação de alguns impostos só pode en-trar em vigor 90 dias após a publicação do decreto ou lei que o estabeleceu.

Consumidor - A audiência na Câmara foi sugerida pelos deputados Walter Ihoshi (DEM-SP) e Mendonça Filho (DEM-PE), que reclamam do fato de a medida não beneficiar os consumidores. Ainda não há data marcada para o debate.

Para Mendonça Filho e Walter Ihoshi, no entanto, ao “sufocar” as indústrias es-

trangeiras, o decreto pode provocar a falta de competição no mercado automobilís-tico brasileiro, seguida de aumento nos preços dos carros nacionais.

Os parlamentares também acredi-tam no risco de o Brasil ser levado a um contencioso na Organização Mundial de Comércio (OMC), por criar barreiras protecionistas.

O governo argumenta que a medida visa proteger e incentivar a produção de carros nacionais, preservando empregos e estimulando a evolução tecnológica. O aumento de IPI também seria uma forma de obrigar as montadoras estrangeiras a investir no Brasil, segundo o Executivo, já que a elevação das alíquotas em até 30 pontos percentuais atinge principalmente os veículos com índice de nacionalização inferior a 65%.

Convidados - Além dos ministros Mantega e Pimentel, serão convidados para o debate os presidentes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Au-tomotores (Anfavea), Cledorvino Belini; e da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), José Luiz Gandini.

Multas de trânsito poderão prescrever em cinco anosA Comissão de Viação e Trans-

portes aprovou o Projeto de Lei 1526/11, do deputado Manato (PDT-ES), que estabelece prazo de cinco anos para a prescrição de multas de trânsito. Atualmente, só prescrevem as penas de suspensão do direito de dirigir e de cassação da Carteira Na-cional de Habilitação.

O relator da proposta na Comis-são de Viação e Transportes, deputa-do Leonardo Quintão (PMDB-MG), recomendou a aprovação da propos-ta, examinada em reunião do cole-giado no último dia 26. O projeto, que tramita em caráter conclusivo, ainda vai ser analisado pelas comis-sões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça.

Segundo Quintão, os tribunais, em suas decisões, já consideram prescritas as multas depois de cinco anos. Ainda de acordo com o relator, os órgãos de trânsito de alguns estados também já adotaram esse mesmo prazo prescricio-nal. Leonardo Quintão acredita que reconhecer esse procedimento em lei vai facilitar a vida de muitas pessoas.

“No Brasil, infelizmente, o moto-rista, o proprietário de veículo desco-

bre que tem uma multa num estado tal, depois de sete, oito, quinze anos, o que acaba provocando um transtorno muito grande. Não há como ele provar que não foi multado e [motorista ou proprietário] acaba tendo que pagar uma conta que não é devida”, explica Quintão.

Contagem - Leonardo Quintão mo-dificou o texto original para definir a partir de que data o prazo de prescrição das multas de trânsito deve começar a ser contado. Seguindo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o texto define que a prescrição começa a ser contada a partir do momento em que termina o prazo para o infrator apresen-tar recurso na esfera administrativa, ou seja, 30 dias depois de receber a notifi-cação sobre a multa.

O especialista em trânsito Celso Al-ves Mariano manifestou preocupação com a mudança prevista no projeto. Para ele, a prescrição administrativa das multas de trânsito pode desestimular as pessoas a cumprir e respeitar o Código de Trânsito.

“Tomara que isso não represente ne-nhum retrocesso ou piore coisas que já não estão muito boas. Causa um pouco de preocupação quando pensamos na possibilidade de que uma infração de-vidamente autuada e punida pode vir a ser cancelada por um processo adminis-trativo lento, que não funcionou adequa-damente, ou por recursos jurídicos que não tramitaram, talvez, a seriedade que o assunto pede”, disse Mariano.

Proposta prevê 5 anos para prescrição das multas; na foto, blitz com bafômetro

na mesma reunião, a Comissão de Viação rejeitou o Projeto de Lei 7982/10, do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que obriga as empresas de transporte aéreo, terrestre e marítimo a oferecer um meio alternativo de deslocamento sempre que não forem capazes de realizar o trajeto contratado.

O relator, deputado Carlos Roberto (PSDB-SP), reconheceu a boa intenção da proposta ao tentar evitar casos de negligência na execução dos contratos de trans-porte. no entanto, ele observou que o Código Civil já disciplina o assunto no artigo 741. O dispositivo determina que as empresas são obrigadas a concluir o transporte contratado “em outro veículo da mesma categoria, ou, com a anuên-cia do passageiro, por modalidade diferente, à sua custa”.

O projeto, que foi aprovado pela Comissão de Defesa do Consu-midor, ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e pelo Plenário.

Proposta que obriga alternativas para

passageiro é rejeitada

RODOLFO StUCKERt

Acompanhados do ministro da Ciência e tecnologia, Aloizio Mercadante (D), Pimentel e Mantega anunciaram, em setembro, o aumento do IPI para carros importados

FÁBIO RODRIgUES POzzEBOM ABR

TRAnSPORTE

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Sílvia Mugnatto

O parecer preliminar do senador Walter Pinheiro (PT-BA) ao Plano Plurianual (PPA) 2012-2015 (PLN 29/11) foi aprovado na terça-feira pela Comissão Mista de Orçamento. Já a votação do parecer preliminar do Orçamento de 2012 (PLN 28/11), a cargo do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), foi adiada para a próxima quarta-feira (9), em razão da falta de acordo das lideranças partidárias sobre o valor das emendas individuais dos parlamentares e sobre a forma de apre-sentação das emendas dos municípios. O parecer preliminar do PPA diz respeito apenas às regras para apre-sentação de emendas à proposta. O relator acolheu parcialmente sugestão do deputado Claudio Cajado (DEM-BA) e retirou a regra segundo a qual as emendas deveriam “expressar” a agenda do governo.

“Quando consta que as emendas têm de ter compatibilidade com a agenda de

governo, isso faz com que nós, deputados de oposição, tenhamos que seguir mo-nocraticamente o que o governo pensa. Ou seja, fica difícil você poder alterar o PPA e os orçamentos dos próximos anos se houver diferença com o que o governo pensar”, justificou Cajado.

Walter Pinheiro afirmou que as re-

gras aprovadas deixam o PPA menos engessado. Como exemplo, ele cita que as regras do plano em vigor exigem uma correspondência com as leis orçamen-tárias anuais. Ou seja, as emendas ao Orçamento de cada ano precisam ter sido previstas no respectivo PPA (que tem validade de quatro anos).

“O PPA é o mais aberto possível”, disse o relator. “Esse relatório traz ainda outra questão fundamental: os parlamen-tares poderão efetivamente trabalhar no remanejamento dos valores de referên-cia dentre os programas apresentados.” Ficou estabelecido o prazo de 3 a 12 de novembro para a apresentação de emen-das ao PPA. Cada bancada estadual terá direito de apresentar cinco emendas, assim como as comissões.Cada depu-tado ou senador poderá apresentar dez emendas.

O PPA 2012-2015 apresenta despe-sas superiores a R$ 5,4 trilhões, o que significa um aumento de 38% em rela-ção ao PPA 2008-2011.

Orçamento - Durante a reunião, também foi definido que o deputado Arlindo Chinaglia ficará disponível na próxima segunda-feira (7) para re-ceber representantes de movimentos sociais, como associações de aposen-tados e sindicatos de servidores públi-cos, e negociar reivindicações sobre o Orçamento de 2012.

O senador walter Pinheiro (2º E/D), relator do PPA, retirou a regra segundo a qual as emendas deveriam “expressar a agenda do governo”

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ECOnOMIABrasília, 3 de novembro de 2011

Parecer preliminar do PPA é aprovado; votação do Orçamento fica para o dia 9

A Comissão de Fis-calização Financeira e Controle aprovou dois relatórios de inspeção técnica da Subcomissão de Acompanhamento das Obras do Programa de Aceleração do Cres-cimento (PAC) e do pro-grama Minha Casa, Mi-nha Vida nos estados do Paraná e Goiás. As obras visitadas apresentam ou apresentavam irregulari-dades de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU).

Apesar de terem acolhido as reco-mendações do TCU, os deputados foram favoráveis à continuidade das obras, por recomendação do relator da subcomissão, deputado Nelson Bornier (PMDB-RJ).

No Paraná, foram visitadas obras na Estrada Boiadeira – trecho da BR-487 en-tre Campo Mourão e Cruzeiro do Oeste – e no Contorno Rodoviário Norte de Maringá, na BR-376. As obras na BR-487 não têm indicação de paralisação por par-te do TCU, mas apenas ajustes no projeto de execução. Entre as recomendações, o

TCU é contrário ao uso adicional de cimento em uma das camadas da ro-dovia, pois a mudança vai ter um impacto significati-vo no valor do quilômetro construído.

O Departamento Na-cional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) discorda da posição do TCU e vai enviar justi-ficativa técnica que fun-damenta tanto o uso de mais cimento, o que pro-

moverá maior resistência da rodovia e o consequente aumento de sua vida útil, quanto os valores acima das referências habituais.

O atraso nas obras, de acordo com os parlamentares, tem provocado prejuízos como os contatados no trecho da rodovia entre Nova Brasília e Tuneiras do Oeste, onde chuvas destruíram serviços de dre-nagem já executados pelo Dnit.

Contorno - Quanto à obra do Contorno Rodoviário Norte de Marin-gá, os parlamentares foram favoráveis a seu início, que é a continuação de

outro trecho, já concluído e executa-do pela mesma empresa vencedora da atual licitação. O TCU recomenda que o contrato do trecho norte seja revisto em cerca de R$ 10,6 milhões, mas o Dnit argumenta que apenas R$ 5,4 milhões poderiam ser considerados sobrepreço.

Os parlamentares recomendam que o TCU estude os pareceres técnicos e, se for o caso, reveja sua posição so-bre a licitação e os preços. Os valores são considerados corretos, e deputa-dos argumentam que, agora, não será possível alterá-los no ato de assinatura do contrato. O Dnit explicou que o TCU fez recomendações de mudança no processo de licitação quando ele já estava concluído.

Goiás - Em Goiás, a subcomissão inspecionou obras da ferrovia Norte-Sul entre Anápolis e Uruaçu. Para os deputados, mesmo que haja irregula-ridades - o que foi negado pelas auto-ridades e pela construtora envolvida -, uma eventual paralisação provoca-ria mais prejuízos do que benefícios, já que a obra se encontra em fase de conclusão.

Parlamentares da Comissão de Fiscalização Financeira farão visitas técnicas a obras com indícios de irregularidades, que estão sendo fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O grupo será forma-do pelos deputados Ademir Camilo (PSD-MG), Wellington Roberto (PR-PB), João Magalhães (PMDB-MG) e nelson Bornier (PMDB-RJ) – este último sugeriu as visitas, ainda sem data marcada.

As obras a serem visitadas são: urbanização do bairro Picuí e comple-mentação de sistema de esgotamento sanitário no município de Caucaia (CE); construção da ponte sobre o Canal das Laranjeiras, na BR-101, e duplicação e restauração dos acessos à ponte no município de Laguna (SC); construção de trechos rodoviários no Corredor Leste da BR-265, nas divisas de Minas Gerais com o Rio de Janeiro e com São Paulo; duplicação e restauração da BR-101, nas divisas da Paraíba com o Rio Grande do norte e com Pernambuco; obras de dragagem, de infraestrutura e ampliação de estrada no Porto de Suape (PE);

- esgotamento sanitário no municí-pio de Porto Velho (Rn); e construção de casas do Programa Minha Casa Minha Vida na cidade de Governador Valadares (MG).

Fiscalização Financeira aprova relatórios sobre inspeção de obras em Goiás e Paraná

nelson Bornier

Comissão fará visitas técnicas a construções com

indícios de irregularidade

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