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Os mistérios da montanha perdida

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há muito tempo quando o silêncio sombrio da temida Floresta Negra e um inimaginável medo dos mistérios da noite dominavam e inquietavam os homens, já se ouviam rumores da existência de uma misteriosa e desconhecida montanha, chamada de Montanha Perdida, onde acreditavam ser a origem dos assombrosos fatos que aterrorizavam e aprisionavam aquela gente sempre ao anoitecer...”.

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Os mistérios da montanha perdida

São Paulo 2010

Os mistérios da montanha perdida

Laércio Leite da Silva

Copyright © 2010 by Editora Baraúna SE Ltda

Capa Luiz De Luca

Projeto GráficoAline Benitez

Revisão Pedro Chimachi

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

________________________________________________________________S578m Silva, Laércio Leite da Os mistérios da montanha perdida / Laércio Leite da Silva. - São Paulo : Baraúna, 2010. ISBN 978-85-7923-230-5 1. Ficção brasileira. I. Título.

10-5035. CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3

04.10.10 15.10.10 022045

________________________________________________________________

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br

Rua João Cachoeira, 632, cj.11CEP 04535-002 Itaim Bibi São Paulo SP

Tel.: 11 3167.4261

www.editorabarauna.com.br

AGRADECIMENTOS

À minha mãe Irene, que mesmo sem ter o dom da escrita me fez trilhar por este belo caminho.

Ao meu pai Alfredo (in memoriam) um admirável e grande homem.

Ao meu filho Laércio Jr. que me incentivou desde o começo deste livro.

À minha filha Anne Stephanie, por todo o seu apoio e atenção para com este trabalho.

À minha esposa Eliane, por tudo.À minha amiga escritora, Drª Hercy Souza, pelo gran-

de incentivo e apoio.À Marluce de Moura pelo grande incentivo. Aos meus irmãos, notadamente: Zenilda, Marleide

e Alfredo Jr. e aos meus sobrinhos Davidson e Denis que direta ou indiretamente me incentivaram a prosseguir nesta caminhada.

DEDICATÓRIA

Especialmente dedicado à minha mãe, à minha famí-lia e a todos que direta ou indiretamente me incentivaram neste meu trabalho.

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PENSAMENTOS

“Mesmo num caminho pedregoso, as pedras podem ser deixadas para trás e, por mais dura que possa ser essa jornada, siga firme e assim, vencerás os mais difíceis obstáculos.”

“Nunca se lamente pelo que você não tem ou nunca teve, mas, alegre-se e agradeça pelo que você conquistou ou ainda pode conquistar.”

“Por mais tenebrosa e escura que seja a noite, sempre ha-verá a esperança de um belo amanhecer. Por isto, ao acordar sorria, pois, o sol já se levanta trazendo-lhe um novo dia”.

O autor

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OS MISTÉRIOS DA MONTANHA PERDIDA

Numa longínqua e difícil era, em uma região cer-cada por inacessíveis montanhas e densas florestas cujos limites ninguém sabia onde terminavam, viviam os habi-tantes da Albúgria.

A Albúgria, uma organizada e desenvolvida aldeia, que oferecia ao seu povo todas as condições necessárias para que se possível tivessem: vida longa, segura e saudá-vel, uma vez que, segundo relatos de seus antigos habi-tantes havia sido alvo de violentas invasões – tornando-se palco de grandes e sangrentas batalhas em épocas remo-tas – era sem dúvida um lugar histórico e encantador.

Os albugres – como eram chamados seus habitantes – descendentes de uma antiga civilização, com uma popula-ção atualmente estimada em aproximadamente, quatro mil e setecentos habitantes que procuravam viver da melhor forma possível, utilizavam todos os recursos que lhes eram oferecidos pela natureza ao longo dos anos, viviam há mui-to tempo praticamente isolados por conta de um grande pa-

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vor, ou um medo inominável do desconhecido, medo esse que os atormentava assustadoramente sempre ao anoitecer.

Durante o dia, trabalhavam tranquilamente em suas atividades, sem que nada os incomodasse, porém, ao final do entardecer, todos se trancavam em suas casas, como se a noite lhes trouxesse as mais terríveis e amedrontadoras ame-aças ou como se fosse a própria noite: a razão do tão terrível medo e de seus incompreensíveis e inexplicáveis mistérios.

Tendo como principal fonte de subsistência os alimen-tos produzidos através de suas atividades agrícolas – ativi-dades essas que desempenhavam com muita dedicação e satisfação – tiravam da agricultura quase tudo o que pre-cisavam para sobreviver naquelas longínquas terras, onde completamente sós e isolados em tão distante lugar, desco-nheciam até mesmo suas próprias origens, em virtude de não saberem na verdade, de onde tinham vindo, quando, de que forma, porque isso havia acontecido, o que teria de fato trazido os seus antepassados para aquela região e como a havia conhecido.

Criavam bovinos, caprinos, ovinos, suínos e coe-lhos para garantirem a sobrevivência de todos com o consumo de carne.

Quanto à boa quantidade de leite, oriunda dos reba-nhos bovinos e caprinos, esta ajudava a diversificar a ali-mentação com a produção de variados tipos de queijos e manteigas, além do seu uso na produção de muitos outros alimentos como, pães, bolos, biscoitos e bolachas.

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O couro que obtinham quando do abate desses ani-mais, era para eles de grande utilidade na confecção de calçados e demais utensílios, além de grossos casacos para suportarem o intenso frio durante o inverno.

Além de criarem muitos peixes para variar seus car-dápios, possuíam diversas espécies de aves como, galinhas, patos, gansos, perus, codornas e guinés, dos quais provinha grande quantidade de ovos.

A Albúgria, essa interessante aldeia, já há muitos anos de existência, encravada na parte baixa entre imensas mon-tanhas em cujas terras havia riquíssimas fontes de água da mais pura qualidade, não tinha como expandir suas frontei-ras, apesar do seu povo viver numa extensa planície, cortada por vários rios de águas frias e cristalinas que desciam lenta-mente das montanhas formando belíssimas cachoeiras, era na verdade para o seu povo um pequeno paraíso.

Possuía... além de uma região mais baixa e totalmente alagada destinada especificamente à produção de arroz, um imenso lago, com uma quantidade muito grande de peque-nos peixes, os quais podiam ser pescados até como uma for-ma de diversão para os que ali viviam e que em alguns casos, depois de fisgados, eram liberados logo a seguir, caso o seu pescador não desejasse saboreá-los.

Por outro lado, as inúmeras garças que também habi-tavam a região e que muitas vezes faziam parte da paisagem nos locais em que o gado pastava, proporcionavam um es-petáculo de rara beleza aos seus admiradores, quando pare-

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ciam se exibir faziam suas revoadas todas as manhãs, saindo das altas árvores onde tinham seus ninhos, indo a busca de alimentos para seus filhotes, que famintos, as esperavam, enquanto que à tarde, elas retornavam fazendo suas algazar-ras prontas para alimentá-los.

Às margens do lago, uma vez ao ano, na estação mais quente, sem que ninguém soubesse de onde vinham, milha-res de belíssimos gansos selvagens chegavam e passavam vá-rios dias habitando aquele lugar, de onde após muitos dias de permanência, partiam para voltarem no ano seguinte.

Os albugres, mesmo acostumados com aquele alvo-roço e com o barulho que eles faziam, não perdiam o belo espetáculo que proporcionavam quando davam início às suas revoadas e assim, assistiam pela manhã ou ao entar-decer aqueles momentos de grande beleza observando a aglomeração e movimentação das lindas aves em seus ma-jestosos voos.

Nas proximidades do lago que ficou sendo chamado por todos de O Lago dos Gansos, a população da aldeia, es-pecificamente jovens e crianças, já estava acostumada há ter muito tempo durante o dia para poderem observar e admi-rar toda aquela movimentação de tão elegantes aves, onde passavam horas e horas esquecidas do tempo em completa harmonia com a natureza.

Nos dias dedicados ao descanso, o belo lago era como um paraíso para todos, onde as áreas mais altas, próximas às suas margens, cobertas por imensos e verdes gramados que estes pareciam um grande tapete, abrigavam os que preci-

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sassem contemplar a beleza do lugar, de onde podiam ver e desfrutar de toda a extensão daquele extenso tapete verde, o mágico paraíso de águas claras e ter um espaço encantador para descansar e ficar em perfeito contato com as maravi-lhas da região.

As borboletas de mil cores que faziam seus voos gra-ciosos e desconcertantes quase todas as manhãs, não po-diam deixar de ser preservadas e admiradas por sua grande variedade de espécies, exibindo suas lindas asas com seus desenhos de raríssima beleza, dando um toque de extrema magia àquele pequeno mundo.

Era gratificante acordar todos os dias naquele paraíso encantado e ouvir, ao amanhecer, como também ao entar-decer, os mais diferentes e belos cantos dos pássaros que se amontoavam nas copas das árvores, como se festejando o nascer de mais um dia ou agradecendo pelo dia que já estava no fim antes que pudessem se recolher.

Quando chovia e a água da chuva formava várias poças de água limpa, era uma festa para as crianças que, ao brin-carem represando a água corrente para construírem peque-nas barragens, ficavam encantadas com o grande número de libélulas que surgia e pareciam brincar com elas em seus voos rasantes, tocando levemente aquelas águas com a parte posterior do corpo.

Os meninos adoravam brincar com certas espécies de besouros muito fortes e resistentes que encontravam entre as árvores e que os deixavam encantados com suas mais diversas