os meios telematicos no contrato de trabalho.pdf
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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE
OS MEIOS TELEMTICOS NO CONTRATO DE TRABALHO
RONALDO ESTEVES SENA
SO PAULO
2013
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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE
OS MEIOS TELEMTICOS NO CONTRATO DE TRABALHO
RONALDO ESTEVES SENA 9 A
Monografia apresentada a UNIVERSIDADE
NOVE DE JULHO sob a orientao da
Professora Mestra Angela Tacca Fabbris
SO PAULO
2013
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DEDICATRIA
Dedico este trabalho a Deus por ter me iluminado em
escolher este tema que tanto tem ainda a dizer. Agradeo
a minha esposa Katia pela pacincia de todos esses
anos ter me apoiado nesta empreitada, bem como pelos
meus pais e tambm meu irmo pelas incansveis
preocupaes. Agradeo a minha orientadora e
professora Mestra Angela Tacca Fabbris pela orientao
e ateno que me deu durante todo o Trabalho de
Concluso de Curso.
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AGRADECIMENTOS
Agradeo, primeiramente a Deus, por me permitir chegar at aqui, fazendo
cumprir com todas as promessas, que ele mesmo fez um dia para minha vida, me
ajudou ter a fora necessria para que vencesse meus obstculos, principalmente
em meus sonhos pessoais como a minha formao acadmica que, que ele me deu
durante esses cinco anos do meu curso, onde agora me alegra, na concluso
acadmica concluda e entrega deste trabalho de concluso de curso.
minha esposa Katia, pela pacincia, carinho, f, fora, compreenso que ela
me deu durante toda a minha formao acadmica e minha famlia paternal pais
Maria e Homero e irmo Carlos que me ajudaram e ajudam quando eu mais
preciso. No menos importante, tantos outros familiares preciosos no corao.
Aos meus amigos que sempre sonharam comigo nesta empreitada, me vendo
sorrir, chorar, entre todos os momentos vividos nessa jornada acadmica, Vanessa,
Paloma,Janaina, Bruno e tantos outros que me apoiaram.
Aos meus amados professores que sempre estiveram comigo e que sempre
terei a honra de contar com a amizade e considerao, Ricardo Sergio Guida,
Angela Tacca Fabbris, ao coordenador do curso Sergio Henrique Ferreira, Cludio
Ciryno que aprendi nessa longa jornada acadmica a estudar sempre as leis, as
jurisprudncias para meu futuro como aluno e ser um brilhante profissional, No
menos importante, tantos outros professores nessa passagem acadmica, a vocs
muito obrigada por tudo e, principalmente, pela amizade.
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SUMRIO
1- INTRODUO.......................................................................................................06
2- A EVOLUO DOS DIREITOS TRABALHISTA....................................................12
2.1- HISTRIA E EVOLUO DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL..............16
2.1.1- INFLUNCIAS EXTERNAS ...........................................................................16
2.1.2- INFLUNCIAS INTERNAS..............................................................................17
2.2- A CARTA CONSTITUCIONAL DE 1988 E TRANSIO DEMOCRATICA
TRABALHISTA...........................................................................................................19
3- A RELAO DE EMPREGO PREVISTO NO ART. 6 DA CLT...........................21
3.1- O PODER DIRETIVO DO EMPREGADOR E A SUBORDINAO..................24
3.2- DAS NOVAS FORMA DE PRESTAO DE SERVIO A DISTANCIA.............25
3.3- SOB A MODERNA TICA DE SUBORDINAO..............................................25
3.4- COMO MINIMIZAR OS RISCOS DE DEMANDAS TRABALHISTAS APS A LEI
DO TELETRABALHO.................................................................................................27
4- TTELETRABALHO SEM POLEMICAS: O NOVO PARAGRAFO NICO DO
ARTIGO 6 DA CLT ...................................................................................................30
5- A LEGALIDADE.....................................................................................................33
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6- CONCLUSO.........................................................................................................34
7- EFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS.........................................................................37
8- JURISPRUDNCIA EM ANEXO...........................................................................38
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1- INTRODUO
Por conta das recorrentes inovaes das atividades produtivas, bem como as
diversas modalidades de trabalho presentes na realidade brasileira o incio do
terceiro milnio marcado com a inovao advinda do artigo 6, do pargrafo nico
no da Consolidao das Leis do Trabalho(CLT)
"Art. 6. No se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do
empregador, o executado no domiclio do empregado e o realizado a
distncia, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relao de
emprego.
Pargrafo nico. Os meios telemticos e informatizados de comando,
controle e superviso se equiparam, para fins de subordinao jurdica, aos
meios pessoais e diretos de comando, controle e superviso do trabalho
alheio."
Essa modalidade no deve ser confundida como uma funo especfica nem
uma atividade e sim, como realizamos determinadas atividades remotamente.
Como muitas outras, destacamos algumas das modalidades possveis de
realizao de atividades, ou seja, as que se enquadram no pargrafo nico do
artigo 6 da Consolidao das Leis do Trabalho: pode ser um engenheiro; analista
de Sistema; ou prestador de Servio (exclusivo de uma organizao), etc.
Entretanto, qualquer funo que faz uso de tecnologia e de comunicao para
exerc-la em um local diferente da empresa, local esse, pode ser sua casa, um
centro compartilhado ou no espao de seu cliente prprio cliente.
O elo dessa ligao de Teletrabalho a exclusividade do servio, do
comprometimento com a organizao e/ou o contrato de trabalho estabelecido, ou
seja, existe uma relao de trabalho entre a organizao e o trabalhador, que
atravs de mecanismos digitais (softwares), eletrnicos (computadores) e de
comunicao, faz existir este compromisso recproco entre as partes
__________
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12551.htm (Pesquisa realizada no dia
26/05/2013 as 13h0).
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O que difere a forma tradicional que o subordinado, requisito essencial para
uma relao de trabalha, no fica restrito e submetido ao espao da empresa;
obrigado a se deslocar para o trabalho diariamente para exercer sua atividade.
Nessa inovadora modalidade de trabalho, o empregado possui um acordo com
a empresa prevendo outras possibilidades para o relacionamento fora do ambiente
de trabalho.
Destarte, no s dar um laptop ou algo do gnero para o empregado.
preciso haver um projeto que compreenda um estudo dos processos da empresa
identificando os "teletrabalhveis", diria ser necessrio uma seleo adequada do
funcionrio que se enquadre em determinadas condies para trabalhar fora da
empresa.
Digamos que a modalidade de Teletrabalho em determinada empresa por
meio da era digital, dever ter a adequao dos equipamentos e softwares a serem
usados, o treinamento dos gerentes e demais funcionrios, para que eles tambm
possam lidar com as condies deste profissional que no estar presente
fisicamente, mas estar trabalhando para a empresa onde estiver.
Existem inmeras empresas que adotam o Teletrabalho, entretanto, muitas
delas no assumem como tal, uma vez que o conceito tido est difundido. Por
exemplo: entre outras estratgias, a automao de foras de vendas e consultores.
No Brasil muito comum os trabalhos de Automao de Foras de Vendas,
Consultores Externos, Gestores Regionais, enfim, em diversas posies dentro da
organizao.
Podemos dizer que as principais reas de atuao esto nas reas de vendas,
consultoria, engenharia e prestadores de servios, principalmente na rea de
Tecnologia da Informao, executivos de grandes empresas e, mais recentemente,
televendas/tele-atendimento (Call Centers).
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Entre as diversas formas de prestao de trabalho, apontamos a relao de
emprego como a espcie com maior potencial de conferir direitos e garantias
trabalhistas. Modo que, o empregado possui um rol de direitos maior quando
comparado a outras categorias de trabalhadores (trabalhador autnomo, eventual,
domstico, entre outros).
A partir do entendimento dos artigos 2 e 3 da CLT podemos extrair os 5
elementos caracterizadores da relao de emprego: 1) prestao de trabalho por
pessoa fsica; 2) prestao efetuada com pessoalidade pelo trabalhador; 3) de
modo no eventual; 4) sob subordinao ao tomador de servios; e 5) com
onerosidade (intuito oneroso).
Podemos notar como trao marcante e caracterstico da relao de emprego a
presena da subordinao.
O empregado um trabalhador subordinado dirigido pelo empregador,
enquanto o autnomo no empregado pois exerce com autonomia suas
atividades, bem como assumem os riscos do negcio.
O teletrabalho uma das mltiplas formas atpicas de organizao do trabalho,
tendo tendncia para a flexibilidade da produo e do mercado de trabalho.
Com o aparecimento das novas tecnologias, numa sociedade que consome
informao ao ritmo de uma cultura de telesservios, o teletrabalho tem vindo como
uma realidade tangvel, embora embrionria.
O teletrabalho um fator de inovao que interfere na modelao laboral, nas
estratgias de gesto, nas culturas de empresa de modo a proporcionar flexibilidade,
reduo de custos, ganhos de produtividade e de rentabilidade organizacional,
aumentando a qualidade e a eficcia da produo.
O teletrabalhador desenvolve uma autonomia na organizao do seu trabalho,
contribuindo assim para um equilbrio entre a vida familiar e pessoal, reduzindo o
stress provocado pelos deslocamentos entre a casa e o emprego.
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Teletrabalho contribui para a criao de novos postos de trabalho, para a
flexibilizao do mercado de emprego. Havendo assim uma melhoria de
empregabilidade dos trabalhadores deficientes e ainda, do ponto de vista do
ordenamento territorial, para o sucesso das estratgias de descongestionamento
urbano.
As principais teleatividades, ou seja, as atividades susceptveis de serem
exercidas distncia conduzem de forma simplificada, s ideias de manuseamento,
tratamento, anlise e produo de informao. Est-se a falar de atividades que
geralmente exigem um elevado nvel de concentrao e lapsos de tempo
ininterruptos de trabalho, como escrever, pensar, criar ou planejar etc.
VANTAGENS E DESVANTAGENS ASSOCIADAS AO DESENVOLVIMENTO DO
TELETRABALHO
Relativamente a estas duas categorias distintas, a forma de percepcionar os
benefcios e os custos da adeso a esta nova modalidade de trabalho ser por
certo diferenciada; importa reconhecer, por outro lado, que diferentes indivduos,
apesar de integrados num mesmo estatuto, avaliam de forma muito dspar as
vantagens/desvantagens que parecem estar associadas ao teletrabalho.
AS VANTAGENS
Comeamos por considerar os aspectos potencialmente favorveis envolvidos
pelo teletrabalho, para o que se reter, salvo indicao em contrrio, a ptica do
teletrabalhador domiciliado:
Uma maior qualidade de vida, que decorre da possibilidade de repartir, de
forma livre, os perodos de trabalho e de cio, e que passa tambm pela
reduo/minimizao de deslocaes ditadas por fins profissionais ;
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O reforo da independncia, dada a reduo de controles imediatos e,
consequentemente, da auto-disciplina necessria para responder, de forma e em
tempo adequados, s responsabilidades que sobre si impendem;
Potencial aumento da responsabilizao e da motivao do trabalhador,
envolvendo-o em compromissos de aprendizagem e valorizao profissional, o que
depender, sobretudo, da natureza/interesse das tarefas a executar;
Reduo drstica das barreiras temporais e geogrficas de acesso
informao, via Internet, propiciando o acesso a um manancial de informao
inesgotvel, e que, inclusive, se poder repercutir muito favoravelmente no plano
das oportunidades de trabalho (benefcio universal).
AS DESVANTAGENS DO TELETRABALHO
Relativamente a esta vertente sero de mencionar os aspectos seguintes, dada
a sua maior relevncia:
O reforo do isolamento, eliminando a satisfao relacional de trabalhar na
empresa, e potenciando as angstias de trabalhar no domiclio, sobretudo no caso
das tarefas terem pouco interesse/potencial de valorizao;
Potencia a degradao de competncias, pelo que se impe o estabelecimento
de regras aferidoras da eficcia que proporcionem a devida salvaguarda dos
interesses do teletrabalhador, inclusive nos processos de promoo na carreira;
O facto de o teletrabalho se encontrar muitas vezes associado imposio de
sistemas de trabalho muito exigentes, correspondendo a um elo na exteriorizao de
custos da empresa, em que o teletrabalhador assume o processo de precarizao
das condies de emprego e de trabalho;
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De acordo com esta ltima perspectiva, trabalhar em casa significaria trabalhar
demasiado, o que tambm aplicvel aos teletrabalhadores independentes:
Assim, esta forma de trabalho relacionar-se com a insegurana laboral e
social, o que potenciado pelo vazio legislativo prevalecente neste mbito e que
afeta,em especial, os teletrabalhadores dependentes;
O teletrabalho contribui ainda para estabelecer a promiscuidade entre vida
profissional e privada, dado se tornar mais difcil estabelecer as fronteiras entre, por
um lado, trabalho e lazer e, por outro, entre vida profissional e vida familiar, de que
pode resultar em escasso apreo social e reduzida auto-estima.
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2- A EVOLUO DOS DIREITOS TRABALHISTAS
O Direito do Trabalho de formao legislativa e relativamente recente. O trabalho
porem, to antigo quanto o homem.
Em todo o perodo remoto da histria, o homem primitivo conduzido direta e
amargamente pela necessidade de satisfazer a fome e assegurar sua defesa
pessoal. Ele caa, pesca e luta contra o meio fsico, contra os animais e contra seus
semelhantes. A mo o instrumento do seu trabalho. Nesta poca no trabalho
como conhecemos atualmente, mas sim a constante luta pela sobrevivncia.
Apenas muito tempo depois que se instalaria o sistema de troca e o regime
de utilizao, em proveito prprio, do trabalho alheio.
O trabalho escravo a mais expressiva representao do trabalhador na idade
antiga (4.000 a.C, a coisificao do trabalhador).
Durante a Idade Mdia existiam trs tipos bsicos de trabalhadores:
Os vassalos, subjugados por contrato ao senhor feudal;
Os servos da gleba, quase escravos, que podiam inclusive ser vendidos, dados ou
trocados por outros servos e mercadorias;
Os Artesos, que trabalhavam por conta prpria e vendiam sua mercadoria.
Pouco a pouco o trabalhador ressurgiu, na superfcie da Histria, com uma
caracterstica nova: passou a ser pessoa, muito embora seus direitos subjetivos
fossem limitadssimos.
Em fase posterior, mas ainda dentro da Idade Mdia, verificamos um fato que
se assemelha ao sindicalismo contemporneo: surgiram naquela ocasio, e isso
jamais ocorrera antes, em oposio, entidades representativas de produtos e de
trabalhadores. Ambas se puseram frente a frente, em nome de interesses opostos. A
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luta de classes, a partir da comeou a ser deflagrada atravs de organizaes
representativas dos contendores como na era moderna do sindicalismo.
Na Idade Mdia, com as corporaes de ofcio, observam-se trs modalidades
de membros. Os mestres eram proprietrios das oficinas, j tendo sido aprovados na
confeco de uma obra mestra. Os companheiros eram trabalhadores livres que
recebiam salrios dos mestres, tratando-se de grau intermedirio surgido no sculo
XIV. Os aprendizes eram menores que recebiam dos mestres o ensinamento
metdico do ofcio ou profisso, podendo passar ao grau de companheiro se
superassem as dificuldades dos ensinamentos. A pesar da existncia de maior
liberdade ao trabalhador, a relao das corporaes com os trabalhadores era de
tipo autoritrio, sendo mais destinada realizao de seus interesses do que
proteo destes.
Ainda na sociedade pr-industrial, verifica-se a locao de servios e locao
de mo de obra ou empreitada.
Com a Revoluo Francesa foram suprimidas as corporaes de ofcio, tidas
como incompatveis com o ideal de liberdade individual da pessoa. No liberalismo, o
Estado no deveria intervir na rea econmica.
Na realidade, o Direito do Trabalho surge com a sociedade industrial e o
trabalho assalariado.
A Revoluo Industrial, ocorrida no Sculo XVIII, foi a principal razo
econmica que acarretou o surgimento do Direito do Trabalho, com a descoberta da
mquina a vapor como fonte de energia, substituindo-se a fora humana. A
necessidade de pessoas para operar as mquinas a vapor e txteis imps a
substituio do trabalho escravo, servil e corporativo pelo trabalho assalariado.
Alguns autores como Granizo e Rothvoss e tambm defendido por GODINHO
2009, trs uma tipologia bastante utilizada em manuais de Direito do Trabalho que
consiste em na
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existncia de quatro fases principais na evoluo do Direito do Trabalho: formao,
intensificao, consolidao e autonomia.
A fase de formao estende-se de 1802 a 1848, tendo seu momento inicial no
Peels Act, (Lei de Peel) do incio do sculo XIX na Inglaterra, que trata basicamente
de normas protetivas de menores, esse diploma legal ingls voltado a fixar certas
restries utilizao do trabalho de menores As Leis dessa fase visavam
basicamente reduzir a violncia brutal da superexplorao empresarial sobre
mulheres e menores. Leis essas de carter humanitrio, de construo
assistemtica. O espectro normativo trabalhista ainda disperso, sem originar um
ramo jurdico prprio e autnomo.
A segunda fase (intensificao) situa-se entre 1848 e 1890, tendo como
marcos iniciais o Manifesto Comunista de 1848 e, na Frana, os resultados da
Revoluo de 1848, como a instaurao da liberdade de associao e a criao do
Ministrio do Trabalho.
A terceira fase (consolidao) estende-se de 1890 a 1919. Seus marcos iniciais
so a Conferncia de Berlim (1890) e a Encclica Catlica Rerum Novarum (1891)
Papa Leo XIII. Essa Encclica fez uma ampla referncia necessidade de uma
nova postura das classes dirigentes perante a chamada Questo Social, que trazia
em seu texto as obrigaes de patres e empregados, enfatizando o respeito e a
dignidade da classe trabalhadora, tanto espiritual quanto fisicamente, por outro lado,
o operrio deveria cumprir fielmente o que havia contratado, nunca usar de violncia
nas suas reivindicaes, ou usar de meios artificiosos para o alcance de seus
objetivos.
A quarta e ltima fase (autonomia) do Direito do Trabalho, tem incio em 1919,
estendendo-se s dcadas posteriores do sculo XX. Suas fronteiras iniciais
estariam marcadas pela criao da OIT (1919) e pelas Constituies do Mxico
(1917) e da Alemanha (1919).
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Com o trmino da Primeira Guerra Mundial, surge o
chamado Constitucionalismo social, significando a incluso, nas Constituies, de
disposies pertinentes defesa de interesses sociais, inclusive garantindo direitos
trabalhistas.
A primeira Constituio que disps sobre o Direito do Trabalho foi a do Mxico,
de 1917. O seu artigo 123 estabelecia: a jornada diria de 8 horas; a jornada
mxima noturna de 7 horas; a proibio do trabalho de menores de 12 anos; a
limitao da jornada de menor de 16 anos para 6 horas; o descanso semanal; a
proteo maternidade; o direito ao salrio mnimo; a igualdade salarial; a proteo
contra acidentes no trabalho; o direito de sindicalizao; o direito de greve,
conciliao e arbitragem de conflitos; o direito indenizao de dispensa e seguros
sociais.
A segunda Constituio a trazer disposies sobre o referido tema foi a da
Alemanha Republicana de Weimar, (Repblica esta instalada na Alemanha logo
aps a Primeira Guerra Mundial (1918), tendo seu marco final o ano de 1933) de
1919, com repercusso na Europa, disciplinando: a participao dos trabalhadores
nas empresas; a liberdade de unio e organizao dos trabalhadores para a defesa
e melhoria das condies de trabalho; o direito a um sistema de seguros sociais; o
direito de colaborao dos trabalhadores com os empregadores na fixao dos
salrios e demais condies de trabalho, bem como a representao dos
trabalhadores na empresa.
Ainda em 1919, o Tratado de Versalhes, assinado pelas potncias mundiais
europias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial. O principal ponto
desse Tratado determinava que a Alemanha aceitasse todas as responsabilidades
por ela causadas, durante a guerra e que sob os termos dos artigos 231 247,
fizessem reparaes a certo nmero de naes da Trplice Entente. (A Trplice
Entente foi uma aliana militar feita entre a Inglaterra, Frana e o Imprio
Russo para lutarem na Primeira Guerra Mundialcontra o pangermanismo e as
expanses alems e austro-hngaras pela Europa). nesse Tratado que previsto
a criao da Organizao Internacional do Trabalho OIT, com sede em Genebra e
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composta pela representao permanente de 10 pases, dentre os quais, o Brasil.
Somente em 1946 consolidada a vinculao da OIT ONU, como instituio
especializada para as questes referentes regulamentao internacional do
trabalho.
Em Conferncia Internacional do Trabalho de 1946, foi aprovado o novo texto
da Constituio da OIT, com a integrao da Declarao de Filadlfia (declarao
realizada na Conferncia Geral da OIT, em Filadlfia, com fins e objetivos da OIT,
bem como dos princpios nos quais se deveria inspirar a poltica de seus membros).
A Carta Del Lavoro, de 1927, da Itlia, instituiu um sistema corporativista,
servindo de inspirao para outros sistemas polticos, como Portugal, Espanha e
Brasil. No corporativismo, o objetivo era organizar toda a economia e a sociedade
em torno do Estado, promovendo o chamado interesse nacional, interferindo e
regulando todos os aspectos das relaes entre as pessoas. Nesse modelo, os
sindicatos no tinham autonomia, estando organizao sindical vinculada ao
Estado.
Ainda no plano internacional, a Declarao Universal dos Direitos Humanos, de
1948, tambm prev diversos direitos trabalhistas, como frias remuneradas,
limitaes de jornada, etc.
2.1- HISTRIA E EVOLUO DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL
No Brasil, o Direito do Trabalho foi influenciado por fatores externos e internos:
2.1.1- INFLUNCIAS EXTERNAS:
Dentre as influncias advindas de outros pases e que exerceram, de certo
modo, alguma presso no sentido de levar o Brasil a elaborar leis trabalhistas,
sublinhem-se as transformaes que ocorriam na Europa e a crescente elaborao
legislativa de proteo ao trabalhador em muitos pases. Tambm pesou o
compromisso internacional assumido pelo nosso pas ao ingressar na Organizao
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Internacional do Trabalho, criada pelo Tratado de Versalhes (1919), propondo-se a
observar normas trabalhistas.
2.1.2- INFLUENCIAS INTERNAS:
Os fatores internos mais influentes foram:
a) O movimento operrio, que participaram imigrantes com inspiraes anarquistas,
caracterizados por inmeras greves em fins de 1800 e incio de 1900;
b) O surto industrial, efeito da Primeira Grande Guerra Mundial, com a elevao do
nmero de fbricas e de operrios em 1919 havia cerca de 12.000 fbricas e
300.000 operrios;
c) E a poltica trabalhista de Getlio Vargas (1930).
A Constituio de 1824, seguindo o liberalismo, aboliu as corporaes de ofcio
(art. 179, n. 25), devendo haver liberdade de exerccio de profisses.
Observa-se a presena do trabalho escravo, at a Lei urea, de 13 de maio de
1888, quem aboliu a escravido no Brasil. LEI TRABALHISTA MAIS
IMPORTANTE AT HOJE PROMULGADA NO BRASIL.
A Constituio de 1891 reconheceu a liberdade de associao em seu artigo
72, 8, de forma genrica.
A primeira Constituio brasileira a ter normas especficas de Direito do
Trabalho foi a de 1934, como influncia do constitucionalismo social.
A Constituio de 1937 expressa a interveno do Estado, com caractersticas
do sistema corporativista. Foi institudo o sindicato nico, vinculado ao Estado, e
proibia a greve, vista como recurso anti-social e nocivo economia.
A CRFB/1937 era corporativista, inspirada na Carta Del Lavoro (1927) e na
Constituio Polonesa. Logo, o Estado, iria intervir nas relaes entre empregados e
empregadores, uma vez que o estado liberal tinha se mostrado incapaz.
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A existncia de diversas leis esparsas sobre Direito do Trabalho imps a
necessidade de sua sistematizao, por meio da Consolidao das Leis do
Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei 5.452, de 1 de maio de 1943, que no um
cdigo propriamente, pois sua principal funo foi apenas de reunir as leis
trabalhistas existentes.
A Constituio de 1946 reestabeleceu o direito de greve, rompendo, de certa
forma, com o corporativismo da Carta de 1937, passando a trazer elenco de direitos
trabalhistas superior quele das Constituies anteriores. Nesta Constituio (1946)
encontramos a participao dos empregados nos lucros, repouso semanal
remunerado, estabilidade, etc.
No plano infraconstitucional, cabe fazer meno, entre outras: Lei 605, de 05
de janeiro de 1949, dispondo sobre o repouso semanal remunerado e remunerao
de feriados; Lei 2.757, de 26 de abril de 1956, que dispe sobre a situao dos
empregados porteiros, zeladores, faxineiros e serventes de prdios de apartamentos
residenciais; Lei 3.207, de 18 de julho de 1957, regulamentando as atividades dos
empregados vendedores-viajantes; Lei 4.090, de 13 de julho de 1962, que instituiu
a gratificao de natal (dcimo terceiro salrio).
A Constituio de 1967 manteve os direitos trabalhistas das Constituies
anteriores e ratificando principalmente a anterior, com as Leis 5.859/1972 (trazendo
e regulamentando direitos para as empregadas domsticas); a Lei 5.889/1973
(trabalhador rural) e a Lei 6.019/1974 (regulamentando as atividades do trabalhador
temporrio). Alm dos referidos direitos, essa Constituio passou a prever o Fundo
de Garantia do Tempo de Servio, que havia sido criado pela Lei 5.107, de 13 de
setembro de 1966. A Emenda Constitucional n. 1, de 17 de outubro de 1969, no
alterou os direitos trabalhistas previstos na Constituio de 1967.
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2.2 A CARTA CONSTITUCIONAL DE 1988 E TRANSIO DEMOCRTICA
JUSTRABALHISTA
O sistema jurdico brasileiro tradicional sempre teve o condo de elidir ou
delimitar, substantivamente o espao aberto construo jurdica prpria pelos
grupos sociais. Nesse ponto o Direito do Trabalho, no Brasil, no respondeu,
positiva e satisfatoriamente (em contraponto s matrizes democrticas dos pases
centrais), ao problema terico da equao diferenciao/conflito. Muito menos abriu
espao ao jurgena (criadora do direito) autnoma dos grupos sociais e
autoadministrao dos conflitos intrassocietrios.
De fato, no modelo jurdico brasileiro tradicional jamais foi decisivo o papel da
negociao coletiva e seus instrumentos clssicos (conveno coletiva do trabalho,
contrato coletivo e acordo coletivo) a par de outros mecanismos de normatizao
autnoma como aqueles nsitos representao obreira na empresa. Em termos
comparativos, enquanto no padro justrabalhista democrtico dos pases centrais h
uma hegemonia das formas de autoadministrao dos conflitos sociais, na histria
justrabalhista brasileira sempre preponderou uma dominncia inconteste da
sistemtica de heteroadministrao dos conflitos sociais, fundada no Estado.
A Carta de 1988 trouxe, nesse quadro, o mais relevante impulso j
experimentado na evoluo jurdica brasileira, a um eventual modelo mais
democrtico de administrao dos conflitos sociais no pas. Impulso relevante, se
cotejado com a histria anterior do Direito Laboral ptrio. Impulso tmido, se
comparado com as experincias dos pases centrais. Impulso contraditrio, se posto
anlise com diversos outros dispositivos da mesma Constituio, que parecem
indicar em sentido inverso autonormatizao social e prpria democratizao do
Direito do Trabalho.
A Constituio de 1988 inova de modo muito destacado perante todas as
Cartas anteriores ao estatuir que todo o poder emane do povo, que o exercer por
meio de seus representantes eleitos ou diretamente. Ora, medida que se sabe que
a norma jurdica a consumao de um processo poltico bem-sucedido, pode-se
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concluir que pretendeu tambm a Constituio valorizar formas autnomas de
exerccio do poder, no apenas atravs de instrumentos polticos clssicos (ainda
que raramente utilizados na histria brasileira, como o plebiscito e referendo art.
14 CF/88). Mais frente, a Constituio confirmar essa inteno, ao acentuar a
importncia das convenes e acordos coletivos (Artigos. 7, XXIV, e 8, VI, CF/88).
__________
http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=4553 (Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 as
12H50).
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.3- A RELAO DE EMPREGO PREVISTO NO ART. 6 DA CLT
J visto como se caracteriza uma relao de emprego, temos que ter em mente
que o empregador tenta disfarar tal relao, j que, como mencionado supra, a
condio de empregado muito mais benfica para o trabalhador enquanto, mais
onerosa para o lado do empregador. Destarte, muitas reclamaes so pleiteadas
na Justia do Trabalho buscando o reconhecimento judicial da relao de emprego,
bem como, os direitos a ela inerentes.
Os pressupostos da relao empregatcia so de clara identificao
aos olhos do julgador, porm, preciso uma dilao probatria mais apurada para
se obter esta caracterizao, principalmente no tocante ao requisito da
subordinao, pois o elemento ftico-jurdico que diferencia o empregado da
maioria dos outros trabalhadores.
Sobre o assunto, faremos uma reflexo sob a tica do artigo 6, Caput da CLT
(da Consolidao das Leis do Trabalho):
No se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do
empregador, o executado no domiclio do empregado e o realizado a
distncia, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relao de
emprego.
Artigo 83 da CLT (Consolidao das Leis do Trabalho):
devido o salrio mnimo ao trabalhador em domiclio, considerado este
como o executado na habitao do empregado ou em oficina de famlia, por
conta de empregador que o remunere.
__________
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm (Pesquisa realizada no dia 26/05/2013
as 11h0).
-
22
De acordo com o art. 6. da CLT: "No se distingue entre o trabalho
realizado no estabelecimento do empregador e o executado no domiclio do
empregado, desde que esteja caracterizada a relao de emprego".
A parte final do dispositivo em questo se justifica, tendo em vista que no
trabalho em domiclio os requisitos da relao de emprego podem ser de mais difcil
aferio.
Mesmo assim, o direito a horas extras, no caso do empregado em domicilio,
apresenta maior dificuldade de se caracterizar como devido, em razo do labor na
prpria residncia do empregado, o que significa, em tese, poder trabalhar no
horrio que entender mais adequado. Assim, somente se devidamente caracterizado
o efetivo labor em sobre-jornada que o respectivo direito pode ser assegurado.
O teletrabalho uma modalidade de trabalho distncia, diga se que moderna,
em que o avano da tecnologia permite o exwercicio fora do estabelecimento do
empregador (normalmente na prpria residncia do empregado), embora mantendo
o contato com este por meio de recursos eletrnicos e de informtica,
principalmente o computador e a internet.
Enquanto o trabalho em domiclio mais comum em atividades manuais o
teletrabalho, normalmente, desenvolvido em diversas atividades exigem
conhecimentos mais especializados, como auditoria, gesto recursos, traduo,
jornalismo, digitao.
Vejamos nas palavras de Garcia, Gustavo Felipe Barbosa:
No teletrabalho freqente ocorrer uma flexibilizao do horrio de
trabalho. Alm disso, evita-se a necessidade de deslocamento at o esta-
belecimento do empregador, o que economiza tempo, principalmente em
grandes cidades, possibilitando maior tempo livre ao empregado. Para a
presa, h economia quanto manuteno de local de trabalho e sua
infraestrutura, mas podem surgir certas dificuldades de fiscalizao e
controle do trabalho a ser desempenhado, justamente em razo da forma
diferenciada de trabalho em questo. Alm disso, podem ocorrer desvan-
tagens no teletrabalho, como a maior dificuldade de insero do
empregado no grupo dos demais trabalhadores, bem como na sua
-
23
participao atuaes coletivas e sindicais, alm de serem possveis
prejuzos na da ntima e familiar do empregado, ou mesmo situaes de
cansao esgotamento daqueles que apresentem maior dificuldade em
delimitar o perodo de trabalho e o tempo livre, por estarem constantemente
conectados com o empregador.
__________
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa - Manual de Direito do Trabalho. 2 ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense So Paulo: Mtodo 2010. p. 105.
-
24
3.1- O PODER DIRETIVO DO EMPREGADOR E A SUBORDINAO
Sob a tica clssica do contedo da subordinao, o empregado deve prestar
servios ao empregador sob o poder de direo deste.
A subordinao se caracteriza com a presena constante de ordens
especficas do empregador ou de seus prepostos, bem como com a fiscalizao
destes, sob pena de punio.
Como diz o ilustre Ricardo Resende, o poder diretivo:
" o poder de dirigir a organizao da estrutura e do espao interno
da empresa, bem como o processo de trabalho, pelo qual o
empregador comanda a energia de trabalho do empregado no sentido
que melhor lhe aproveite".
no poder diretivo que se concentrar a figura do empregador que h, na
relao de emprego, a caracterstica da alteridade, ou seja, a responsabilidade de
todos os riscos e proveitos do empreendimento pelo empregador.
Entretanto, o instituto da subordinao est diretamente ligado ao poder
diretivo do empregador sobre seu empreendimento e, em sua forma mais tradicional,
se d por ordens e fiscalizao, as quais podem ser diretas/indiretas do empregador
sobre a atividade desenvolvida pelo empregado.
__________
RESENDE, Ricardo. Direito do trabalho esquematizado. Ed. Mtodo, 2011, p. 300.
-
25
3.2- DAS NOVAS FORMAS DE PRESTAO DE SERVIOS A DISTANCIA
Em virtude das muitas mudanas suportadas pelo sistema produtivo, era
digital, o fenmeno da Globalizao, bem como outros fatores relevantes, se faz
necessrio o surgimento de novas formas de prestao de trabalho.
Em relao a CLT do ano de 1943, tempo de realidade muito distinta da vivida
nos dias atuais est muito superada em vrios institutos, por no ter recebido a
devida atualizao legislativa no passar dos anos. No mesmo contexto, os tribunais
trabalhistas e a doutrina sempre exerceram um papel de extrema importncia, pois
buscam uma interpretao evolutiva e atual dos dispositivos.
sabido que o teletrabalho pode ser desenvolvido no domicilio do empregado,
ou at mesmo, em um centro de computao, escritrio virtual, ainda que seja
alugado por hora sendo para esse fim aos interessados, pois h uma
descentralizao do estabelecimento.
Com o desenvolvimento da atual e nova sociedade, a qual vivemos, surgiu a
figura do teletrabalho, que consiste sob uma nova forma de atividade na qual o
trabalhador executa suas tarefas fora da empresa, utilizando-se do avano da
tecnologia na rea da informtica e comunicao.
3.3- SOB A MODERNA TICA DE SUBORDINAO
Dentre os conceitos de teletrabalho e subordinao elencados, vimos que h
uma certa incompatibilidade, tendo em vista que no teletrabalho, no possvel ao
empregador nem tampouco seus prepostos dar ordens diretas ou fiscalizar a
atividade desenvolvida.
Posto isso, a insuficincia do conceito clssico de subordinao, evidenciado
neste caso, surgiram novos conceitos acerca do instituto.
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26
Certo relembrar o texto do pargrafo nico inserido ao artigo 6 da CLT, que
diz que "Os meios telemticos e informatizados de comando, controle e superviso
se equiparam, para fins de subordinao jurdica, aos meios pessoais e diretos de
comando, controle e superviso do trabalho alheio.".
No se pode duvidar que estas novas modalidades de trabalho esto sim sob a
gide protetiva da relao de emprego e do direito do trabalho.
A idia essencial a de que no novo contexto da atividade produtiva da
empresa ps-industrial e flexvel, torna-se dispensvel a ordem direta do
empregador, que passa a ordenar apenas a produo, como um todo, em que o
controle se faz por meio do resultado do trabalho, como ocorre, por exemplo, no
teletrabalho.
Essa ideia essencial da subordinao, nesse novo modelo de organizao
empresarial vigente e atualmente, bem como praticada em todos os pases
submetidos ao regime capitalista, inclusive aqui no Brasil. Vejamos nas palavras de
Garcia, Gustavo Felipe Barbosa:
O teletrabalho uma modalidade de trabalho a distancia, tpica dos tempos
modernos, em que o avano tecnologia permite o labor fora do
estabelecimento do empregador(normalmente na prpria residncia do
empregado), embora mantendo o contato por meio de recursos eletrnicos
e de informtica, principalmente o computador e internet.
__________
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa - Manual de Direito do Trabalho. 2 ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense So Paulo: Mtodo 2010. p. 105.
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27
3.4- COMO MINIMIZAR OS RISCOS DE DEMANDA S TRABALHISTAS APS A
LEI DO TELETRABALHO
Em 16 de dezembro de 2011, foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff
a Lei 12.551, que alterou o Art. 6 da CLT (Consolidao das Leis do Trabalho).
Com esta mudana, agora esto equiparados os efeitos jurdicos da subordinao
exercida por meios telemticos e informatizados exercida por meio fsicos e
direitos. Em outras palavras, no mais se distingue o trabalho realizado no
estabelecimento do empregador daquele executado no domiclio do empregado e o
realizado a distncia, desde que estejam caracterizados os pressupostos da
subordinao na relao de emprego.
Com a popularizao do teletrabalho mediante o uso inmeros recursos
telemticos ou informticos como celulares que acessam a internet, computadores e
vrios softwares de comunicao a distncia tais como skype, msn, e-mail, etc.
todos os comandos, meios de controle e superviso de empregados passam a estar
equiparados, para fins de subordinao jurdica, aos meios pessoais e diretos de
comando.
Esta mudana impactar diretamente nos critrios de apurao do sobreaviso
ou hora cheia, isto , nas situaes em que a relao de emprego comum se realiza
totalmente distncia, cujo perodo o empregado estiver sujeito a controle, comando
ou superviso a partir dos dispositivos mveis de comunicao.
Para adaptar a esta mudana cultural, os empregadores devem tomar
imediatas medidas para reduzir os riscos de demandas trabalhistas pelo uso
descontrolado dos dispositivos mveis de comunicao. Na prtica, significa criar
uma Poltica de Segurana da Informao, que uma norma interna para disciplinar
a conduta de empregados, prestadores de servio e colaboradores, quanto ao uso
da infraestrutura de tecnologia da informao, que cada vez mais se torna recurso
bsico e indispensvel na relao de emprego. A efetividade jurdica da Poltica de
Segurana da Informao no demanda uma legislao especfica, pois se trata de
-
28
um contrato escrito pactuado entre os envolvidos e qualquer controvrsia ser
apreciada pelo Judicirio.
Observa-se a seguir algumas orientaes bsicas que devem ser
consideradas na elaborao da Poltica de Segurana da Informao quanto
ao teletrabalho:
1 - de extrema importncia que as condies do exerccio
do teletrabalho estejam circunstanciadas na Poltica de Segurana da Informao da
empresa e que esta minuta seja vinculada com o contrato de trabalho. Este pacto
dever ter cincia inequvoca dos envolvidos quanto a sua utilizao.
2- Nenhuma regra ser efetiva se a empresa deixar de adotar o monitoramento
da jornada de trabalho do funcionrio distncia. importante que empregador
adote algum mecanismo de controle sistmico, que seja possvel registrar os dias e
horrios em que o empregado esteve conectado. Dessa forma, o empregador
poder ter o controle e a preservao da prova das atividades que foram exercidas.
3- Este monitoramento deve estar imune a eventuais violaes contra a burla
de funcionrios, com emprego de senhas de acesso, criptografia ou identificao
biomtrica se possvel.
4- importante que se esclarea que com a vigncia desta nova lei, o simples
fato do empregado responder um e-mail fora do horrio de expediente no
configurar hora extra. Para que isto ocorra necessrio que o empregador tenha
exigido na demanda enviada por e-mail a realizao de uma tarefa fora do horrio
de trabalho.
5- Se o smartphone e o notebook, por exemplo, forem ferramentas de trabalho
do empregado, a empresa deve fornecer todo o equipamento, manuteno e arcar
com todos os custos envolvidos, embora deva seu uso ser disciplinado pela Poltica
de Segurana da Informao.
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29
6- A empresa deve mapear de forma clara quais so os dispositivos mveis
que so de uso cotidiano de cada profissional, para que seja possvel distinguir
como cada um deve fazer uso da infraestrutura de tecnologia da informao.
Ressalte-se que as pessoas que exercerem cargo de confiana no esto
vinculadas as mudanas efetuadas pela Lei 12.551.
7- Capacitar os envolvidos quanto ao uso correto dos recursos dentro e fora do
horrio de trabalho.
8- sempre recomendvel que a empresa exera um controle sobre o
bloqueio de acessos externos rede da empresa fora do horrio de trabalho.
Caso a empresa no adote imediatamente as medidas sugeridas, o risco
quanto s reclamaes trabalhistas poder ser maior, pois prevalecer o total
descontrole quanto capacidade gerencial de controlar as atividades
do teletrabalho.
__________
http://jus.com.br/revista/texto/21017/como-minimizar-os-riscos-de-demandas-trabalhistas-apos-a-
lei-do-teletrabalho (Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 AS 10H50).
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4- TELETRABALHO SEM POLMICAS: O NOVO PARGRAFO NICO DO
ARTIGO 6 DA CLT.
Artigo publicado no Jornal Observador, 03/02/2012, Edio 832, Pedro
Leopoldo, MG, pg. 02.
Prof. Amauri Cesar Alves
Mestre e Doutorando em Direito (PUC.Minas)
Professor Universitrio (FPL e PUC.Minas)
Membro da CEJ/OAB/MG
Recentemente a Presidenta Dilma sancionou a Lei 12.551/2011, que cria o
pargrafo nico do artigo 6 da CLT, o que vem ensejando desnecessria polmica
entre patres e empregados.
No se trata, ao contrrio do que crem alguns, de conferir direito novo aos
trabalhadores mas, sim, de mero esclarecimento e atualizao do contedo protetivo
geral da regra celetista, da dcada de 1940.
Eis o texto do novo artigo 6 da CLT, com seu pargrafo nico:
Art. 6. No se distingue entre o trabalho realizado no
estabelecimento do empregador e o executado no domiclio do
empregado, desde que esteja caracterizada a relao de emprego.
Pargrafo nico: Os meios telemticos e informatizados de comando,
controle e superviso se equiparam, para fins de subordinao
jurdica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e
superviso do trabalho alheio.
H entendimento no sentido de que a nova regra cria vnculo jurdico
empregatcio e, consequentemente, direitos trabalhistas para os teletrabalhadores,
o que ensejou crticas de uns e aplausos de outros. Mero equvoco, entretanto.
Inicialmente vale destacar que o teletrabalho nada mais do que a prestao
laborativa distncia, portanto fora do estabelecimento empresarial, e
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31
destacadamente realizada na residncia do trabalhador (trabalho em domiclio), j
prevista pela CLT desde 1943, apenas qualificada pela possibilidade de transmisso
eletrnica de informaes e dados.
Assim, a possibilidade de existncia do vnculo empregatcio decorrente do
teletrabalho no novidade e no foi fixada pela Lei 12.551/2011.
A relao de emprego decorre da confluncia, no plano dos fatos, dos
requisitos previstos no artigo 3 da CLT, ou seja,trabalho por pessoa fsica,
com pessoalidade, no-eventualidade, onerosidade e subordinao. Assim, se o
trabalhador em domiclio, seja teletrabalhador ou no, labora na forma prevista
pelo artigo 3 da CLT ser empregado. Caso ausente qualquer requisito acima
destacado, o teletrabalhador no ser empregado e no far jus aos direitos
trabalhistas.
O novo pargrafo nico do artigo 6 da CLT apenas consagra o que a doutrina
e a jurisprudncia j compreendiam, ou seja, a subordinao jurdica pode se dar
tambm distncia, sendo certo que, com ou sem o novo dispositivo legal, os meios
telemticos e informatizados de comando podem ser instrumentos de controle
patronal quanto ao modo da prestao laborativa.
Perceba-se o seguinte: para que haja relao de emprego no teletrabalho deve
haver subordinao jurdica, sendo que tal pode se dar pelo controle presencial ou
distncia. A nova lei no trouxe a desnecessidade de controle patronal quanto ao
teletrabalho para que se fixe a relao de emprego, somente positivou o
entendimento j construdo jurisprudencialmente no sentido de que tal controle pode
tambm ser telemtico ou informatizado.
Outro equvoco interpretativo no sentido de que a lei nova trouxe a
possibilidade da cobrana de horas extras decorrentes do teletrabalho ou do uso de
telefones celulares e outros meios de comunicao distncia. Tal possibilidade j
existe na regra celetista, como se infere da melhor interpretao de seu artigo 62,
inciso I:
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32
Art. 62 No so abrangidos pelo regime previsto neste captulo:
I os empregados que exercem atividade externa incompatvel com a
fixao de horrio de trabalho, devendo tal condio ser anotada na
Carteira de Trabalho e Previdncia Social e no registro de empregados;
Ora, o empregado somente no faz jus ao pagamento de horas extras em suas
atividades externas, dentre elas as realizadas em seu domiclio, se no forem estas
compatveis com o controle de jornada. Assim, se o teletrabalhador ou qualquer
outro empregado continua desenvolvendo suas atividades laborativas aps a
jornada ordinria dever receber por tal labor, desde que seja possvel o controle do
trabalho pelo empregador, independentemente do texto da lei 12.551/2011.
A nova lei, embora no tenha tratado de jornada, pode ser compreendida como
passvel de ensejar nova distribuio do nus da prova quanto s horas extras do
teletrabalhador e de outros tantos que desenvolvem , total ou parcialmente, trabalho
externo. O entendimento era, at ento, que competia ao trabalhador externo provar
que sua jornada era passvel de controle pelo empregador, para que ento pudesse
receber pela sobrejornada. Agora possvel compreender que se houver uso de
meios telemticos e informatizados de comando, ento nus do empregador a
prova de que no controlava a jornada externa de seu empregado, visto que tais
instrumentos se equiparam aos meios pessoais e diretos de subordinao jurdica.
Assim, o empregado que, fora do estabelecimento de trabalho, em sua casa ou
em outro local, continuar prestando seu labor, seja via celular, smartphone ou
computador, dever receber pela sobrejornada, pois estar disposio de seu
empregador conforme artigo 4 da CLT.
Possvel concluir, portanto, que embora no haja direito novo trazido pela lei
nova, h a possibilidade de melhor aplicao da regra celetista sobre trabalho
externo, o que dever ser confirmado pelo Poder Judicirio Trabalhista no sentido da
proteo parte hipossuficiente da prestao laborativa.
__________
http://www.direitodotrabalhoessencial.com.br/artigos/teletrabalho-sem-polemicas-o-novo-
paragrafo-unico-do-artigo-6o-da-clt/ (Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 as 12h30)
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33
5- A LEGALIDADE
No tocante ao trabalho, trabalho este prestado no domiclio do
empregado (mantido na nova redao), a inteno foi abranger aqueles
empregados, pessoas fsicas, que executam seu labor em casa, porm com
pessoalidade, no eventualidade, subordinao e onerosidade. Como ocorre, por
exemplo, com muitos profissionais da rea da engenharia, costura e diversos outros
setores.
fato, no restar dvidas acerca da presena da relao de emprego
(verificada a presena dos demais requisitos).
No novo enfoque da subordinao, os trabalhadores em domiclio, podem, sim,
ser tidos como subordinados e, desse modo, efetivos empregados. No se pode
negar que, de maneira geral, em princpio, tais trabalhadores enquadram-se no tipo
jurdico excetivo do art. 62 da CLT, realizando o parmetro das jornadas no
controladas de que fala a ordem jurdica trabalhista (art. 62, I, CLT). E tambm, a
possibilidade de indenizao empresarial pelos gastos pessoais e residenciais
efetivados pelo empregado no exerccio de suas funes empregatcias no interior
de seu lar.
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34
6- CONCLUSO
O custo elevado de manter um empregado registrado leva
muitos dos empregadores a maquiar o contrato de emprego camuflando
o empregado, como por exemplo: vendedores que por vezes so representantes
comercial autnomos. Essa prtica caracteriza fraude em face do empregado,
prejudicando-o em a seus direitos trabalhistas.
sabido que a dificuldade de encontrar um diferenciador entre vendedor e
representante comercial. Preciso , ento um estudo mais profundo do contrato de
trabalho, com nfase eu seus conceito, em outras palavras, seus requisitos e
elementos essenciais, pois o artigo 1 da Lei 4.886/1965 estabelece que para
exercer a profisso de representante comercial autnomo, a pessoa fsica ou jurdica
dever realizar com habitualidade, entretanto sem vnculo empregatcio, em razo
de uma ou mais pessoas, a intermediao de negcios mercantis, diligenciando
propostas e pedidos e retransmitindo-os empresa representada, podendo ou no
praticar atos relacionados com a execuo dos referidos negcios.
As recorrentes inovaes das atividades produtivas, bem como as diversas
modalidades de trabalho presentes na realidade brasileira o incio do terceiro
milnio marcado com a inovao advinda do artigo 6, do pargrafo nico no da
Consolidao das Leis do Trabalho(CLT), cuja inteno foi abranger aqueles
empregados, pessoas fsicas, que executam seu labor em casa, ou em local de seu
prprio custeio, porm com pessoalidade, no eventualidade, subordinao e
onerosidade. Como ocorre, por exemplo, com muitos profissionais da rea da
engenharia, vendedores autnomos, costura e diversos outros setores.
Ao ter conhecimento dessas informaes, cabe salientar que a alterao em
comento teve um carter ampliativo da norma at ento em vigor, uma vez que no
a contraria e sim complementa, sendo, portanto, uma alterao de cunho aditivo,
posto que acrescentou uma nova situao ftico-jurdica regra da no relevncia
jurdica do local da prestao dos servios para fins de caracterizao da relao
empregatcia, qual seja o trabalho "realizado a distncia".
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O grande feito da Lei 12.551/11 foi reconhecer legalmente a existncia da
subordinao em uma evolutiva modalidade de prestao de servios, qual seja
o trabalho a distncia, garantindo aos trabalhadores inseridos neste contexto, a
proteo integral trabalhista.
Essa nova regulamentao, tende a facilitar a comprovao em juzo da
existncia da relao empregatcia, pois, a partir de ento, opera uma presuno,
diga-se, relativa, acerca de sua existncia no trabalho a distncia.
Contudo, o texto positivado traz maior segurana jurdica aos jurisdicionados,
no deixando dvidas acerca dos direitos de muitos trabalhadores, tendo em vista
que a alterao milita em prol, ou seja, no sentido de reforar a existncia da relao
empregatcia nas modalidades de trabalho a distncia teletrabalho.
O trabalho a distncia, ou seja, em casa vem se difundindo no Brasil e no
mundo, principalmente em razo da utilizao de inovadores recursos em
telecomunicaes e tecnologias de informaes em busca da gesto sustentvel.
Os profissionais, tcnicos e trabalhadores em geral, instalados em suas casas,
em escritrios virtuais ou em outros espaos alternativos da prpria organizao,
dispondo de equipamentos que os mantm conectados com a organizao ou com
uma rede de trabalhadores com os quais cooperam, podem processar informaes
(tarefas burocrticas e administrativas normalmente feitas nos escritrios da
organizao), produzir ideias, desenvolver pesquisas e demais atividades rotineiras
e intelectuais.
Posto isso, no se deve esquecer que o teletrabalho consubstancia o ato de
exercer atividades que podem ser realizadas em um domiclio ou algum local
intermedirio, visando a competitividade e flexibilidade nos negcios.
Vive-se num sculo onde impera a globalizao, a liberalizao dos mercados
e outras alteraes ambientais que, para sobreviverem neste ambiente turbulento,
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36
exigem das organizaes alternativas viveis para os seus negcios, estruturas
organizacionais e formas de trabalho flexveis.
Dentro do contexto de mutaes, existem profissionais que perceberam a
relevncia das inovaes nas organizaes, como o caso do teletrabalho.
Por outro lado,muitas das desvantagens apontadas ao teletrabalho, em geral,
se referem, ao teletrabalho feito em casa, realizado por um profissional em perodo
integral, normalmente pouco qualificado, que presta servio para um empregador
exclusivo, em condies contratuais ambguas ou claramente desfavorveis para o
trabalhador. Ora, essa forma de teletrabalho no representa, na atualidade, nem a
nica nem a forma mais adequada de teletrabalho. Logo, novos estudos so
requeridos para conhecer melhor a realidade que cerca o sistema de teletrabalho, o
contexto organizacional virtual em que esto instalados e quem exerce a atividade
remota.
Contudo, o grande desafio que se apresenta ao sistema de teletrabalho a sua
gesto dos aspectos comportamentais.
De uma forma geral, as empresas proporcionavam uma infraestrutura
adequada, at por que sem isso no haveria trabalho. Porm, os teletrabalhadores
ressentiam-se de um sentimento de isolamento, falta de convivncia pessoal com
colegas de trabalho, falta de colaborao de seus pares . A comunicao virtual para
quem trabalha em casa, pode requerer outras habilidades ainda a serem mais bem
estudadas, para as quais ainda no se tm respostas adequadas.
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37
7- REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ACORDO N 20121253036; Juiz Relator: LUIZ EDGAR FERRAZ DE OLIVEIRA;
data de publicao 05-11-2012BARROS.
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa - Manual de Direito do Trabalho. 2 ed. ver. e
atual. Rio de Janeiro: Forense So Paulo: Mtodo 2010.
RESENDE, Ricardo. Direito do trabalho esquematizado. Ed. Mtodo, 2011.
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38
http://www.direitodotrabalhoessencial.com.br/artigos/teletrabalho-sem-polemicas-o-
novo-paragrafo-unico-do-artigo-6o-da-clt/
(Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 as 12h30).
http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=4553
(Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 as 12H50).
http://jus.com.br/revista/texto/21017/como-minimizar-os-riscos-de-demandas-
trabalhistas-apos-a-lei-do-teletrabalho
(Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 AS 10H50).
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12551.htm
(Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 as 13h0)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm
(Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 as 11h0).
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ANEXOS
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JURISPRUDNCIAS
TRT 2 Regio
ACORDO N: 20121253036
Juiz Relator: LUIZ EDGAR FERRAZ DE OLIVEIRA
Juiz Dsignado: 0
Turma: 6
Data da publicao: 05-11-2012
Secretaria: TURMAS
PODER JUDICIRIO FEDERAL
Justia do Trabalho
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2 REGIO
Gabinete do Desembargador Luiz Edgar Ferraz de Oliveira
6 TURMA
PROCESSO N 0000931-70.2011.5.02.0055
RECLAMANTE: ODAIR LOURENO LEIJOTO
RECLAMADA: DHB COMPONENTES AUTOMOTIVOS S/A
VARA DE ORIGEM: 55 VT DE SO PAULO
RECURSO ORDINRIO (fls. 77/86) do Reclamante contra a sentena de
IMPROCEDNCIA (fls. 72/75). O Recorrente postula a reforma da r. deciso para
que sejam deferidos: o adicional pelo exerccio do cargo de confiana; a indenizao
decorrente dos gastos realizados pela implantao do Home Office em sua
residncia; o Bonus Zaffari; a diferena de quilometragem; e os danos material e
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41
moral em funo da dispensa em perodo de pr-aposentadoria. Contrarrazes (fls.
88/91). Dispensado o envio do feito d. Procuradoria Regional do Trabalho, por no
configuradas as hipteses do 1 do art. 85 do Regimento Interno deste Tribunal.
VOTO
1. Conheo do recurso, tempestivo (fls. 76/77) e assinado por quem de direito (fls.
32). Reclamante beneficirio da Justia Gratuita.
2. Do adicional pelo exerccio do cargo de confiana. Entende o Reclamante que,
alm de seu salrio base, deveria receber um adicional de 40%, previsto no
pargrafo nico, do art. 62, da CLT, pelo exerccio de cargo de confiana.
Entretanto, conforme mencionado pela r. deciso de origem (fls. 73), a interpretao
do dispositivo legal invocado encontra-se equivocada. A norma em questo no
determina o pagamento destacado de nenhuma gratificao ou adicional; apenas
define que os empregados indicados no inciso II, do art. 62 da CLT (gerentes, chefes
de departamento ou filial) devem possuir um padro mais elevado de vencimentos
(compreendendo a gratificao de funo, se houver) a fim de que sejam excludos
do regime de horas extras.
PROCESSO N 00009317020115020055 6 TURMA 1
_________
Documento elaborado e assinado em meio digital. Validade legal nos termos da Lei n. 11.419/2006.
Disponibilizao e verificao de autenticidade no site www.trtsp.jus.br informando:cdigo do
documento = 432279 PODER JUDICIRIO FEDERAL
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42
PODER JUDICIRIO FEDERAL
Justia do Trabalho
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2 REGIO
Gabinete do Desembargador Luiz Edgar Ferraz de Oliveira
Portanto, insustentvel a tese explicitada no apelo do Recorrente. Mantenho.
3. Da indenizao decorrente dos gastos realizados pela implantao do Home
Office em sua residncia. O Recorrente alega que a Reclamada, apesar de negar
em contestao o trabalho em regime de Home Office, confessou este fato pelo
depoimento pessoal do preposto na audincia de fls. 5, razo pela qual requer a
reforma da sentena e a condenao da Recorrida por litigncia de m-f. De fato,
admitiu a Reclamada, na audincia referida, que desde janeiro de 2006 o
reclamante passou a trabalhar em regime home office. Todavia, ainda assim, o
pagamento da indenizao no merece ser acolhido. De incio, necessrio
salientar que trabalhar em regime de home office consiste apenas em trabalhar em
domiclio. No houve a transferncia da filial para a residncia do Autor, pois o local
no poderia ser utilizado pelos demais empregados da Reclamada. Alm do mais,
as despesas que o Reclamante espera ser ressarcido (condomnio, energia eltrica,
IPTU, aluguel) confundem-se com os gastos dos prprios moradores da
propriedade, no sendo possvel mensurar a proporo que teria sido utilizada
exclusivamente para o trabalho do Reclamante. Nesse sentido:
(...) a possibilidade de indenizao empresarial pelos
gastos pessoais e residenciais efetivados pelo empregado
no exerccio de suas funes empregatcias no interior de
seu home office supe a precisa comprovao da
existncia de despesas adicionais realizadas em estrito
benefcio do cumprimento do contrato, no sendo
bastante, em princpio, regra geral, a evidncia de certa
mistura, concorrncia, concomitncia e paralelismo entre
atos, circunstncias e despesas, uma vez que tais
peculiaridades so inerentes e inevitveis ao labor em
domiclio e ao teletrabalho. (Processo: AIRR - 62141-
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19.2003.5.10.0011; Data de Julgamento: 07/04/2010;
Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, 6 Turma
Data de Publicao: DEJT 16/04/2010.)
Frise-se que o Reclamante, em nenhum momento, alegou que as contas do
apartamento teriam sofrido majorao aps a implantao do trabalho em re-
PROCESSO N 00009317020115020055 6 TURMA 2
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TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2 REGIO
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gime de Home Office. Por tais razes, mantenho a r. deciso de origem. Quanto
ao pedido de condenao por litigncia de m-f, no restaram presentes as
circunstncias do art. 17, do CPC, pois a Reclamada apenas utilizou-se do direito
defesa, no causando qualquer transtorno ao bom andamento do processo.
Mantenho.
4. Do Bnus Zaffari. Pretende o Recorrente, neste momento processual, a
modificao do pedido contido na inicial ao alegar que a MM. Juza a quo
confundiu vale alimentao com o bnus extra que era concedido com o ttulo de
bnus Zaffari. Isso porque, da anlise da prefacial (fls. 13/14), constata-se que a
nomenclatura Bnus Zaffari refere-se somatria das despesas com alimentao
e combustvel, exatamente da forma como interpretada na sentena. Tal concluso
tambm pode ser corroborada pelos documentos de n 145 a 152, indicados pelo
Reclamante para embasar o seu pedido, pois tratam-se de tickets utilizados para
pagamento de aludidas despesas. Sendo assim, diante das infundadas alegaes
do Recorrente e da farta documentao juntada pela Reclamada comprovando o
ressarcimento das despesas com alimentao e combustvel (docs. 09, 31/32,
99/100, 134, 135, entre outros), irretocvel a deciso da MM. Juza a quo.
Mantenho.
5. Da diferena de quilometragem. Em suas razes, o Recorrente limita-se a alegar
a existncia de diferenas, ignorando o fato de o pedido ter sido declarado inepto na
Sentena a fls. 74. Da anlise da inicial, verifica-se que o pedido em questo
realmente carece de causa de pedir, estando correta, portanto, a r. deciso de
extino do feito sem resoluo de mrito, nos termos do art.s 267, I, e 295, I e
pargrafo nico, I, do CPC. Mantenho.
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6. Do dano material e moral em funo da dispensa em perodo de pr-
aposentadoria. Ao contrrio do que alega o Recorrente, o pedido de danos materiais
encontra-se devidamente julgado a fls. 73. O pagamento de indenizao foi
indeferido pelo fato da resciso do contrato de trabalho ter ocorrido fora do perodo
de vigncia da garantia de emprego. Tal circunstncia, por si s, afasta qualquer
imputao de responsabilidade, tanto de cunho material quanto de carter moral,
Reclamada, pois a faculdade de rescindir imotivadamente o contrato de trabalho
possui natureza potestativa e est includa em
PROCESSO N 00009317020115020055 6 TURMA 3
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tre os direitos assegurados ao empregador (art. 487, da CLT). Diante disso, no
restando demonstrada a prtica de qualquer ato ilcito por parte da Reclamada,
mantenho a r. deciso de origem.
ACORDAM os Magistrados da 6 Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2
Regio em: CONHECER do recurso interposto pelo Reclamante e NEGAR-LHE
PROVIMENTO.
LUIZ EDGAR FERRAZ DE OLIVEIRA
RELATOR/smt
PROCESSO N 00009317020115020055 6 TURMA 4
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