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  • UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE

    OS MEIOS TELEMTICOS NO CONTRATO DE TRABALHO

    RONALDO ESTEVES SENA

    SO PAULO

    2013

  • UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE

    OS MEIOS TELEMTICOS NO CONTRATO DE TRABALHO

    RONALDO ESTEVES SENA 9 A

    Monografia apresentada a UNIVERSIDADE

    NOVE DE JULHO sob a orientao da

    Professora Mestra Angela Tacca Fabbris

    SO PAULO

    2013

  • DEDICATRIA

    Dedico este trabalho a Deus por ter me iluminado em

    escolher este tema que tanto tem ainda a dizer. Agradeo

    a minha esposa Katia pela pacincia de todos esses

    anos ter me apoiado nesta empreitada, bem como pelos

    meus pais e tambm meu irmo pelas incansveis

    preocupaes. Agradeo a minha orientadora e

    professora Mestra Angela Tacca Fabbris pela orientao

    e ateno que me deu durante todo o Trabalho de

    Concluso de Curso.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo, primeiramente a Deus, por me permitir chegar at aqui, fazendo

    cumprir com todas as promessas, que ele mesmo fez um dia para minha vida, me

    ajudou ter a fora necessria para que vencesse meus obstculos, principalmente

    em meus sonhos pessoais como a minha formao acadmica que, que ele me deu

    durante esses cinco anos do meu curso, onde agora me alegra, na concluso

    acadmica concluda e entrega deste trabalho de concluso de curso.

    minha esposa Katia, pela pacincia, carinho, f, fora, compreenso que ela

    me deu durante toda a minha formao acadmica e minha famlia paternal pais

    Maria e Homero e irmo Carlos que me ajudaram e ajudam quando eu mais

    preciso. No menos importante, tantos outros familiares preciosos no corao.

    Aos meus amigos que sempre sonharam comigo nesta empreitada, me vendo

    sorrir, chorar, entre todos os momentos vividos nessa jornada acadmica, Vanessa,

    Paloma,Janaina, Bruno e tantos outros que me apoiaram.

    Aos meus amados professores que sempre estiveram comigo e que sempre

    terei a honra de contar com a amizade e considerao, Ricardo Sergio Guida,

    Angela Tacca Fabbris, ao coordenador do curso Sergio Henrique Ferreira, Cludio

    Ciryno que aprendi nessa longa jornada acadmica a estudar sempre as leis, as

    jurisprudncias para meu futuro como aluno e ser um brilhante profissional, No

    menos importante, tantos outros professores nessa passagem acadmica, a vocs

    muito obrigada por tudo e, principalmente, pela amizade.

  • SUMRIO

    1- INTRODUO.......................................................................................................06

    2- A EVOLUO DOS DIREITOS TRABALHISTA....................................................12

    2.1- HISTRIA E EVOLUO DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL..............16

    2.1.1- INFLUNCIAS EXTERNAS ...........................................................................16

    2.1.2- INFLUNCIAS INTERNAS..............................................................................17

    2.2- A CARTA CONSTITUCIONAL DE 1988 E TRANSIO DEMOCRATICA

    TRABALHISTA...........................................................................................................19

    3- A RELAO DE EMPREGO PREVISTO NO ART. 6 DA CLT...........................21

    3.1- O PODER DIRETIVO DO EMPREGADOR E A SUBORDINAO..................24

    3.2- DAS NOVAS FORMA DE PRESTAO DE SERVIO A DISTANCIA.............25

    3.3- SOB A MODERNA TICA DE SUBORDINAO..............................................25

    3.4- COMO MINIMIZAR OS RISCOS DE DEMANDAS TRABALHISTAS APS A LEI

    DO TELETRABALHO.................................................................................................27

    4- TTELETRABALHO SEM POLEMICAS: O NOVO PARAGRAFO NICO DO

    ARTIGO 6 DA CLT ...................................................................................................30

    5- A LEGALIDADE.....................................................................................................33

  • 6- CONCLUSO.........................................................................................................34

    7- EFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS.........................................................................37

    8- JURISPRUDNCIA EM ANEXO...........................................................................38

  • 6

    1- INTRODUO

    Por conta das recorrentes inovaes das atividades produtivas, bem como as

    diversas modalidades de trabalho presentes na realidade brasileira o incio do

    terceiro milnio marcado com a inovao advinda do artigo 6, do pargrafo nico

    no da Consolidao das Leis do Trabalho(CLT)

    "Art. 6. No se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do

    empregador, o executado no domiclio do empregado e o realizado a

    distncia, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relao de

    emprego.

    Pargrafo nico. Os meios telemticos e informatizados de comando,

    controle e superviso se equiparam, para fins de subordinao jurdica, aos

    meios pessoais e diretos de comando, controle e superviso do trabalho

    alheio."

    Essa modalidade no deve ser confundida como uma funo especfica nem

    uma atividade e sim, como realizamos determinadas atividades remotamente.

    Como muitas outras, destacamos algumas das modalidades possveis de

    realizao de atividades, ou seja, as que se enquadram no pargrafo nico do

    artigo 6 da Consolidao das Leis do Trabalho: pode ser um engenheiro; analista

    de Sistema; ou prestador de Servio (exclusivo de uma organizao), etc.

    Entretanto, qualquer funo que faz uso de tecnologia e de comunicao para

    exerc-la em um local diferente da empresa, local esse, pode ser sua casa, um

    centro compartilhado ou no espao de seu cliente prprio cliente.

    O elo dessa ligao de Teletrabalho a exclusividade do servio, do

    comprometimento com a organizao e/ou o contrato de trabalho estabelecido, ou

    seja, existe uma relao de trabalho entre a organizao e o trabalhador, que

    atravs de mecanismos digitais (softwares), eletrnicos (computadores) e de

    comunicao, faz existir este compromisso recproco entre as partes

    __________

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12551.htm (Pesquisa realizada no dia

    26/05/2013 as 13h0).

  • 7

    O que difere a forma tradicional que o subordinado, requisito essencial para

    uma relao de trabalha, no fica restrito e submetido ao espao da empresa;

    obrigado a se deslocar para o trabalho diariamente para exercer sua atividade.

    Nessa inovadora modalidade de trabalho, o empregado possui um acordo com

    a empresa prevendo outras possibilidades para o relacionamento fora do ambiente

    de trabalho.

    Destarte, no s dar um laptop ou algo do gnero para o empregado.

    preciso haver um projeto que compreenda um estudo dos processos da empresa

    identificando os "teletrabalhveis", diria ser necessrio uma seleo adequada do

    funcionrio que se enquadre em determinadas condies para trabalhar fora da

    empresa.

    Digamos que a modalidade de Teletrabalho em determinada empresa por

    meio da era digital, dever ter a adequao dos equipamentos e softwares a serem

    usados, o treinamento dos gerentes e demais funcionrios, para que eles tambm

    possam lidar com as condies deste profissional que no estar presente

    fisicamente, mas estar trabalhando para a empresa onde estiver.

    Existem inmeras empresas que adotam o Teletrabalho, entretanto, muitas

    delas no assumem como tal, uma vez que o conceito tido est difundido. Por

    exemplo: entre outras estratgias, a automao de foras de vendas e consultores.

    No Brasil muito comum os trabalhos de Automao de Foras de Vendas,

    Consultores Externos, Gestores Regionais, enfim, em diversas posies dentro da

    organizao.

    Podemos dizer que as principais reas de atuao esto nas reas de vendas,

    consultoria, engenharia e prestadores de servios, principalmente na rea de

    Tecnologia da Informao, executivos de grandes empresas e, mais recentemente,

    televendas/tele-atendimento (Call Centers).

  • 8

    Entre as diversas formas de prestao de trabalho, apontamos a relao de

    emprego como a espcie com maior potencial de conferir direitos e garantias

    trabalhistas. Modo que, o empregado possui um rol de direitos maior quando

    comparado a outras categorias de trabalhadores (trabalhador autnomo, eventual,

    domstico, entre outros).

    A partir do entendimento dos artigos 2 e 3 da CLT podemos extrair os 5

    elementos caracterizadores da relao de emprego: 1) prestao de trabalho por

    pessoa fsica; 2) prestao efetuada com pessoalidade pelo trabalhador; 3) de

    modo no eventual; 4) sob subordinao ao tomador de servios; e 5) com

    onerosidade (intuito oneroso).

    Podemos notar como trao marcante e caracterstico da relao de emprego a

    presena da subordinao.

    O empregado um trabalhador subordinado dirigido pelo empregador,

    enquanto o autnomo no empregado pois exerce com autonomia suas

    atividades, bem como assumem os riscos do negcio.

    O teletrabalho uma das mltiplas formas atpicas de organizao do trabalho,

    tendo tendncia para a flexibilidade da produo e do mercado de trabalho.

    Com o aparecimento das novas tecnologias, numa sociedade que consome

    informao ao ritmo de uma cultura de telesservios, o teletrabalho tem vindo como

    uma realidade tangvel, embora embrionria.

    O teletrabalho um fator de inovao que interfere na modelao laboral, nas

    estratgias de gesto, nas culturas de empresa de modo a proporcionar flexibilidade,

    reduo de custos, ganhos de produtividade e de rentabilidade organizacional,

    aumentando a qualidade e a eficcia da produo.

    O teletrabalhador desenvolve uma autonomia na organizao do seu trabalho,

    contribuindo assim para um equilbrio entre a vida familiar e pessoal, reduzindo o

    stress provocado pelos deslocamentos entre a casa e o emprego.

  • 9

    Teletrabalho contribui para a criao de novos postos de trabalho, para a

    flexibilizao do mercado de emprego. Havendo assim uma melhoria de

    empregabilidade dos trabalhadores deficientes e ainda, do ponto de vista do

    ordenamento territorial, para o sucesso das estratgias de descongestionamento

    urbano.

    As principais teleatividades, ou seja, as atividades susceptveis de serem

    exercidas distncia conduzem de forma simplificada, s ideias de manuseamento,

    tratamento, anlise e produo de informao. Est-se a falar de atividades que

    geralmente exigem um elevado nvel de concentrao e lapsos de tempo

    ininterruptos de trabalho, como escrever, pensar, criar ou planejar etc.

    VANTAGENS E DESVANTAGENS ASSOCIADAS AO DESENVOLVIMENTO DO

    TELETRABALHO

    Relativamente a estas duas categorias distintas, a forma de percepcionar os

    benefcios e os custos da adeso a esta nova modalidade de trabalho ser por

    certo diferenciada; importa reconhecer, por outro lado, que diferentes indivduos,

    apesar de integrados num mesmo estatuto, avaliam de forma muito dspar as

    vantagens/desvantagens que parecem estar associadas ao teletrabalho.

    AS VANTAGENS

    Comeamos por considerar os aspectos potencialmente favorveis envolvidos

    pelo teletrabalho, para o que se reter, salvo indicao em contrrio, a ptica do

    teletrabalhador domiciliado:

    Uma maior qualidade de vida, que decorre da possibilidade de repartir, de

    forma livre, os perodos de trabalho e de cio, e que passa tambm pela

    reduo/minimizao de deslocaes ditadas por fins profissionais ;

  • 10

    O reforo da independncia, dada a reduo de controles imediatos e,

    consequentemente, da auto-disciplina necessria para responder, de forma e em

    tempo adequados, s responsabilidades que sobre si impendem;

    Potencial aumento da responsabilizao e da motivao do trabalhador,

    envolvendo-o em compromissos de aprendizagem e valorizao profissional, o que

    depender, sobretudo, da natureza/interesse das tarefas a executar;

    Reduo drstica das barreiras temporais e geogrficas de acesso

    informao, via Internet, propiciando o acesso a um manancial de informao

    inesgotvel, e que, inclusive, se poder repercutir muito favoravelmente no plano

    das oportunidades de trabalho (benefcio universal).

    AS DESVANTAGENS DO TELETRABALHO

    Relativamente a esta vertente sero de mencionar os aspectos seguintes, dada

    a sua maior relevncia:

    O reforo do isolamento, eliminando a satisfao relacional de trabalhar na

    empresa, e potenciando as angstias de trabalhar no domiclio, sobretudo no caso

    das tarefas terem pouco interesse/potencial de valorizao;

    Potencia a degradao de competncias, pelo que se impe o estabelecimento

    de regras aferidoras da eficcia que proporcionem a devida salvaguarda dos

    interesses do teletrabalhador, inclusive nos processos de promoo na carreira;

    O facto de o teletrabalho se encontrar muitas vezes associado imposio de

    sistemas de trabalho muito exigentes, correspondendo a um elo na exteriorizao de

    custos da empresa, em que o teletrabalhador assume o processo de precarizao

    das condies de emprego e de trabalho;

  • 11

    De acordo com esta ltima perspectiva, trabalhar em casa significaria trabalhar

    demasiado, o que tambm aplicvel aos teletrabalhadores independentes:

    Assim, esta forma de trabalho relacionar-se com a insegurana laboral e

    social, o que potenciado pelo vazio legislativo prevalecente neste mbito e que

    afeta,em especial, os teletrabalhadores dependentes;

    O teletrabalho contribui ainda para estabelecer a promiscuidade entre vida

    profissional e privada, dado se tornar mais difcil estabelecer as fronteiras entre, por

    um lado, trabalho e lazer e, por outro, entre vida profissional e vida familiar, de que

    pode resultar em escasso apreo social e reduzida auto-estima.

  • 12

    2- A EVOLUO DOS DIREITOS TRABALHISTAS

    O Direito do Trabalho de formao legislativa e relativamente recente. O trabalho

    porem, to antigo quanto o homem.

    Em todo o perodo remoto da histria, o homem primitivo conduzido direta e

    amargamente pela necessidade de satisfazer a fome e assegurar sua defesa

    pessoal. Ele caa, pesca e luta contra o meio fsico, contra os animais e contra seus

    semelhantes. A mo o instrumento do seu trabalho. Nesta poca no trabalho

    como conhecemos atualmente, mas sim a constante luta pela sobrevivncia.

    Apenas muito tempo depois que se instalaria o sistema de troca e o regime

    de utilizao, em proveito prprio, do trabalho alheio.

    O trabalho escravo a mais expressiva representao do trabalhador na idade

    antiga (4.000 a.C, a coisificao do trabalhador).

    Durante a Idade Mdia existiam trs tipos bsicos de trabalhadores:

    Os vassalos, subjugados por contrato ao senhor feudal;

    Os servos da gleba, quase escravos, que podiam inclusive ser vendidos, dados ou

    trocados por outros servos e mercadorias;

    Os Artesos, que trabalhavam por conta prpria e vendiam sua mercadoria.

    Pouco a pouco o trabalhador ressurgiu, na superfcie da Histria, com uma

    caracterstica nova: passou a ser pessoa, muito embora seus direitos subjetivos

    fossem limitadssimos.

    Em fase posterior, mas ainda dentro da Idade Mdia, verificamos um fato que

    se assemelha ao sindicalismo contemporneo: surgiram naquela ocasio, e isso

    jamais ocorrera antes, em oposio, entidades representativas de produtos e de

    trabalhadores. Ambas se puseram frente a frente, em nome de interesses opostos. A

  • 13

    luta de classes, a partir da comeou a ser deflagrada atravs de organizaes

    representativas dos contendores como na era moderna do sindicalismo.

    Na Idade Mdia, com as corporaes de ofcio, observam-se trs modalidades

    de membros. Os mestres eram proprietrios das oficinas, j tendo sido aprovados na

    confeco de uma obra mestra. Os companheiros eram trabalhadores livres que

    recebiam salrios dos mestres, tratando-se de grau intermedirio surgido no sculo

    XIV. Os aprendizes eram menores que recebiam dos mestres o ensinamento

    metdico do ofcio ou profisso, podendo passar ao grau de companheiro se

    superassem as dificuldades dos ensinamentos. A pesar da existncia de maior

    liberdade ao trabalhador, a relao das corporaes com os trabalhadores era de

    tipo autoritrio, sendo mais destinada realizao de seus interesses do que

    proteo destes.

    Ainda na sociedade pr-industrial, verifica-se a locao de servios e locao

    de mo de obra ou empreitada.

    Com a Revoluo Francesa foram suprimidas as corporaes de ofcio, tidas

    como incompatveis com o ideal de liberdade individual da pessoa. No liberalismo, o

    Estado no deveria intervir na rea econmica.

    Na realidade, o Direito do Trabalho surge com a sociedade industrial e o

    trabalho assalariado.

    A Revoluo Industrial, ocorrida no Sculo XVIII, foi a principal razo

    econmica que acarretou o surgimento do Direito do Trabalho, com a descoberta da

    mquina a vapor como fonte de energia, substituindo-se a fora humana. A

    necessidade de pessoas para operar as mquinas a vapor e txteis imps a

    substituio do trabalho escravo, servil e corporativo pelo trabalho assalariado.

    Alguns autores como Granizo e Rothvoss e tambm defendido por GODINHO

    2009, trs uma tipologia bastante utilizada em manuais de Direito do Trabalho que

    consiste em na

  • 14

    existncia de quatro fases principais na evoluo do Direito do Trabalho: formao,

    intensificao, consolidao e autonomia.

    A fase de formao estende-se de 1802 a 1848, tendo seu momento inicial no

    Peels Act, (Lei de Peel) do incio do sculo XIX na Inglaterra, que trata basicamente

    de normas protetivas de menores, esse diploma legal ingls voltado a fixar certas

    restries utilizao do trabalho de menores As Leis dessa fase visavam

    basicamente reduzir a violncia brutal da superexplorao empresarial sobre

    mulheres e menores. Leis essas de carter humanitrio, de construo

    assistemtica. O espectro normativo trabalhista ainda disperso, sem originar um

    ramo jurdico prprio e autnomo.

    A segunda fase (intensificao) situa-se entre 1848 e 1890, tendo como

    marcos iniciais o Manifesto Comunista de 1848 e, na Frana, os resultados da

    Revoluo de 1848, como a instaurao da liberdade de associao e a criao do

    Ministrio do Trabalho.

    A terceira fase (consolidao) estende-se de 1890 a 1919. Seus marcos iniciais

    so a Conferncia de Berlim (1890) e a Encclica Catlica Rerum Novarum (1891)

    Papa Leo XIII. Essa Encclica fez uma ampla referncia necessidade de uma

    nova postura das classes dirigentes perante a chamada Questo Social, que trazia

    em seu texto as obrigaes de patres e empregados, enfatizando o respeito e a

    dignidade da classe trabalhadora, tanto espiritual quanto fisicamente, por outro lado,

    o operrio deveria cumprir fielmente o que havia contratado, nunca usar de violncia

    nas suas reivindicaes, ou usar de meios artificiosos para o alcance de seus

    objetivos.

    A quarta e ltima fase (autonomia) do Direito do Trabalho, tem incio em 1919,

    estendendo-se s dcadas posteriores do sculo XX. Suas fronteiras iniciais

    estariam marcadas pela criao da OIT (1919) e pelas Constituies do Mxico

    (1917) e da Alemanha (1919).

  • 15

    Com o trmino da Primeira Guerra Mundial, surge o

    chamado Constitucionalismo social, significando a incluso, nas Constituies, de

    disposies pertinentes defesa de interesses sociais, inclusive garantindo direitos

    trabalhistas.

    A primeira Constituio que disps sobre o Direito do Trabalho foi a do Mxico,

    de 1917. O seu artigo 123 estabelecia: a jornada diria de 8 horas; a jornada

    mxima noturna de 7 horas; a proibio do trabalho de menores de 12 anos; a

    limitao da jornada de menor de 16 anos para 6 horas; o descanso semanal; a

    proteo maternidade; o direito ao salrio mnimo; a igualdade salarial; a proteo

    contra acidentes no trabalho; o direito de sindicalizao; o direito de greve,

    conciliao e arbitragem de conflitos; o direito indenizao de dispensa e seguros

    sociais.

    A segunda Constituio a trazer disposies sobre o referido tema foi a da

    Alemanha Republicana de Weimar, (Repblica esta instalada na Alemanha logo

    aps a Primeira Guerra Mundial (1918), tendo seu marco final o ano de 1933) de

    1919, com repercusso na Europa, disciplinando: a participao dos trabalhadores

    nas empresas; a liberdade de unio e organizao dos trabalhadores para a defesa

    e melhoria das condies de trabalho; o direito a um sistema de seguros sociais; o

    direito de colaborao dos trabalhadores com os empregadores na fixao dos

    salrios e demais condies de trabalho, bem como a representao dos

    trabalhadores na empresa.

    Ainda em 1919, o Tratado de Versalhes, assinado pelas potncias mundiais

    europias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial. O principal ponto

    desse Tratado determinava que a Alemanha aceitasse todas as responsabilidades

    por ela causadas, durante a guerra e que sob os termos dos artigos 231 247,

    fizessem reparaes a certo nmero de naes da Trplice Entente. (A Trplice

    Entente foi uma aliana militar feita entre a Inglaterra, Frana e o Imprio

    Russo para lutarem na Primeira Guerra Mundialcontra o pangermanismo e as

    expanses alems e austro-hngaras pela Europa). nesse Tratado que previsto

    a criao da Organizao Internacional do Trabalho OIT, com sede em Genebra e

  • 16

    composta pela representao permanente de 10 pases, dentre os quais, o Brasil.

    Somente em 1946 consolidada a vinculao da OIT ONU, como instituio

    especializada para as questes referentes regulamentao internacional do

    trabalho.

    Em Conferncia Internacional do Trabalho de 1946, foi aprovado o novo texto

    da Constituio da OIT, com a integrao da Declarao de Filadlfia (declarao

    realizada na Conferncia Geral da OIT, em Filadlfia, com fins e objetivos da OIT,

    bem como dos princpios nos quais se deveria inspirar a poltica de seus membros).

    A Carta Del Lavoro, de 1927, da Itlia, instituiu um sistema corporativista,

    servindo de inspirao para outros sistemas polticos, como Portugal, Espanha e

    Brasil. No corporativismo, o objetivo era organizar toda a economia e a sociedade

    em torno do Estado, promovendo o chamado interesse nacional, interferindo e

    regulando todos os aspectos das relaes entre as pessoas. Nesse modelo, os

    sindicatos no tinham autonomia, estando organizao sindical vinculada ao

    Estado.

    Ainda no plano internacional, a Declarao Universal dos Direitos Humanos, de

    1948, tambm prev diversos direitos trabalhistas, como frias remuneradas,

    limitaes de jornada, etc.

    2.1- HISTRIA E EVOLUO DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL

    No Brasil, o Direito do Trabalho foi influenciado por fatores externos e internos:

    2.1.1- INFLUNCIAS EXTERNAS:

    Dentre as influncias advindas de outros pases e que exerceram, de certo

    modo, alguma presso no sentido de levar o Brasil a elaborar leis trabalhistas,

    sublinhem-se as transformaes que ocorriam na Europa e a crescente elaborao

    legislativa de proteo ao trabalhador em muitos pases. Tambm pesou o

    compromisso internacional assumido pelo nosso pas ao ingressar na Organizao

  • 17

    Internacional do Trabalho, criada pelo Tratado de Versalhes (1919), propondo-se a

    observar normas trabalhistas.

    2.1.2- INFLUENCIAS INTERNAS:

    Os fatores internos mais influentes foram:

    a) O movimento operrio, que participaram imigrantes com inspiraes anarquistas,

    caracterizados por inmeras greves em fins de 1800 e incio de 1900;

    b) O surto industrial, efeito da Primeira Grande Guerra Mundial, com a elevao do

    nmero de fbricas e de operrios em 1919 havia cerca de 12.000 fbricas e

    300.000 operrios;

    c) E a poltica trabalhista de Getlio Vargas (1930).

    A Constituio de 1824, seguindo o liberalismo, aboliu as corporaes de ofcio

    (art. 179, n. 25), devendo haver liberdade de exerccio de profisses.

    Observa-se a presena do trabalho escravo, at a Lei urea, de 13 de maio de

    1888, quem aboliu a escravido no Brasil. LEI TRABALHISTA MAIS

    IMPORTANTE AT HOJE PROMULGADA NO BRASIL.

    A Constituio de 1891 reconheceu a liberdade de associao em seu artigo

    72, 8, de forma genrica.

    A primeira Constituio brasileira a ter normas especficas de Direito do

    Trabalho foi a de 1934, como influncia do constitucionalismo social.

    A Constituio de 1937 expressa a interveno do Estado, com caractersticas

    do sistema corporativista. Foi institudo o sindicato nico, vinculado ao Estado, e

    proibia a greve, vista como recurso anti-social e nocivo economia.

    A CRFB/1937 era corporativista, inspirada na Carta Del Lavoro (1927) e na

    Constituio Polonesa. Logo, o Estado, iria intervir nas relaes entre empregados e

    empregadores, uma vez que o estado liberal tinha se mostrado incapaz.

  • 18

    A existncia de diversas leis esparsas sobre Direito do Trabalho imps a

    necessidade de sua sistematizao, por meio da Consolidao das Leis do

    Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei 5.452, de 1 de maio de 1943, que no um

    cdigo propriamente, pois sua principal funo foi apenas de reunir as leis

    trabalhistas existentes.

    A Constituio de 1946 reestabeleceu o direito de greve, rompendo, de certa

    forma, com o corporativismo da Carta de 1937, passando a trazer elenco de direitos

    trabalhistas superior quele das Constituies anteriores. Nesta Constituio (1946)

    encontramos a participao dos empregados nos lucros, repouso semanal

    remunerado, estabilidade, etc.

    No plano infraconstitucional, cabe fazer meno, entre outras: Lei 605, de 05

    de janeiro de 1949, dispondo sobre o repouso semanal remunerado e remunerao

    de feriados; Lei 2.757, de 26 de abril de 1956, que dispe sobre a situao dos

    empregados porteiros, zeladores, faxineiros e serventes de prdios de apartamentos

    residenciais; Lei 3.207, de 18 de julho de 1957, regulamentando as atividades dos

    empregados vendedores-viajantes; Lei 4.090, de 13 de julho de 1962, que instituiu

    a gratificao de natal (dcimo terceiro salrio).

    A Constituio de 1967 manteve os direitos trabalhistas das Constituies

    anteriores e ratificando principalmente a anterior, com as Leis 5.859/1972 (trazendo

    e regulamentando direitos para as empregadas domsticas); a Lei 5.889/1973

    (trabalhador rural) e a Lei 6.019/1974 (regulamentando as atividades do trabalhador

    temporrio). Alm dos referidos direitos, essa Constituio passou a prever o Fundo

    de Garantia do Tempo de Servio, que havia sido criado pela Lei 5.107, de 13 de

    setembro de 1966. A Emenda Constitucional n. 1, de 17 de outubro de 1969, no

    alterou os direitos trabalhistas previstos na Constituio de 1967.

  • 19

    2.2 A CARTA CONSTITUCIONAL DE 1988 E TRANSIO DEMOCRTICA

    JUSTRABALHISTA

    O sistema jurdico brasileiro tradicional sempre teve o condo de elidir ou

    delimitar, substantivamente o espao aberto construo jurdica prpria pelos

    grupos sociais. Nesse ponto o Direito do Trabalho, no Brasil, no respondeu,

    positiva e satisfatoriamente (em contraponto s matrizes democrticas dos pases

    centrais), ao problema terico da equao diferenciao/conflito. Muito menos abriu

    espao ao jurgena (criadora do direito) autnoma dos grupos sociais e

    autoadministrao dos conflitos intrassocietrios.

    De fato, no modelo jurdico brasileiro tradicional jamais foi decisivo o papel da

    negociao coletiva e seus instrumentos clssicos (conveno coletiva do trabalho,

    contrato coletivo e acordo coletivo) a par de outros mecanismos de normatizao

    autnoma como aqueles nsitos representao obreira na empresa. Em termos

    comparativos, enquanto no padro justrabalhista democrtico dos pases centrais h

    uma hegemonia das formas de autoadministrao dos conflitos sociais, na histria

    justrabalhista brasileira sempre preponderou uma dominncia inconteste da

    sistemtica de heteroadministrao dos conflitos sociais, fundada no Estado.

    A Carta de 1988 trouxe, nesse quadro, o mais relevante impulso j

    experimentado na evoluo jurdica brasileira, a um eventual modelo mais

    democrtico de administrao dos conflitos sociais no pas. Impulso relevante, se

    cotejado com a histria anterior do Direito Laboral ptrio. Impulso tmido, se

    comparado com as experincias dos pases centrais. Impulso contraditrio, se posto

    anlise com diversos outros dispositivos da mesma Constituio, que parecem

    indicar em sentido inverso autonormatizao social e prpria democratizao do

    Direito do Trabalho.

    A Constituio de 1988 inova de modo muito destacado perante todas as

    Cartas anteriores ao estatuir que todo o poder emane do povo, que o exercer por

    meio de seus representantes eleitos ou diretamente. Ora, medida que se sabe que

    a norma jurdica a consumao de um processo poltico bem-sucedido, pode-se

  • 20

    concluir que pretendeu tambm a Constituio valorizar formas autnomas de

    exerccio do poder, no apenas atravs de instrumentos polticos clssicos (ainda

    que raramente utilizados na histria brasileira, como o plebiscito e referendo art.

    14 CF/88). Mais frente, a Constituio confirmar essa inteno, ao acentuar a

    importncia das convenes e acordos coletivos (Artigos. 7, XXIV, e 8, VI, CF/88).

    __________

    http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=4553 (Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 as

    12H50).

  • 21

    .3- A RELAO DE EMPREGO PREVISTO NO ART. 6 DA CLT

    J visto como se caracteriza uma relao de emprego, temos que ter em mente

    que o empregador tenta disfarar tal relao, j que, como mencionado supra, a

    condio de empregado muito mais benfica para o trabalhador enquanto, mais

    onerosa para o lado do empregador. Destarte, muitas reclamaes so pleiteadas

    na Justia do Trabalho buscando o reconhecimento judicial da relao de emprego,

    bem como, os direitos a ela inerentes.

    Os pressupostos da relao empregatcia so de clara identificao

    aos olhos do julgador, porm, preciso uma dilao probatria mais apurada para

    se obter esta caracterizao, principalmente no tocante ao requisito da

    subordinao, pois o elemento ftico-jurdico que diferencia o empregado da

    maioria dos outros trabalhadores.

    Sobre o assunto, faremos uma reflexo sob a tica do artigo 6, Caput da CLT

    (da Consolidao das Leis do Trabalho):

    No se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do

    empregador, o executado no domiclio do empregado e o realizado a

    distncia, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relao de

    emprego.

    Artigo 83 da CLT (Consolidao das Leis do Trabalho):

    devido o salrio mnimo ao trabalhador em domiclio, considerado este

    como o executado na habitao do empregado ou em oficina de famlia, por

    conta de empregador que o remunere.

    __________

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm (Pesquisa realizada no dia 26/05/2013

    as 11h0).

  • 22

    De acordo com o art. 6. da CLT: "No se distingue entre o trabalho

    realizado no estabelecimento do empregador e o executado no domiclio do

    empregado, desde que esteja caracterizada a relao de emprego".

    A parte final do dispositivo em questo se justifica, tendo em vista que no

    trabalho em domiclio os requisitos da relao de emprego podem ser de mais difcil

    aferio.

    Mesmo assim, o direito a horas extras, no caso do empregado em domicilio,

    apresenta maior dificuldade de se caracterizar como devido, em razo do labor na

    prpria residncia do empregado, o que significa, em tese, poder trabalhar no

    horrio que entender mais adequado. Assim, somente se devidamente caracterizado

    o efetivo labor em sobre-jornada que o respectivo direito pode ser assegurado.

    O teletrabalho uma modalidade de trabalho distncia, diga se que moderna,

    em que o avano da tecnologia permite o exwercicio fora do estabelecimento do

    empregador (normalmente na prpria residncia do empregado), embora mantendo

    o contato com este por meio de recursos eletrnicos e de informtica,

    principalmente o computador e a internet.

    Enquanto o trabalho em domiclio mais comum em atividades manuais o

    teletrabalho, normalmente, desenvolvido em diversas atividades exigem

    conhecimentos mais especializados, como auditoria, gesto recursos, traduo,

    jornalismo, digitao.

    Vejamos nas palavras de Garcia, Gustavo Felipe Barbosa:

    No teletrabalho freqente ocorrer uma flexibilizao do horrio de

    trabalho. Alm disso, evita-se a necessidade de deslocamento at o esta-

    belecimento do empregador, o que economiza tempo, principalmente em

    grandes cidades, possibilitando maior tempo livre ao empregado. Para a

    presa, h economia quanto manuteno de local de trabalho e sua

    infraestrutura, mas podem surgir certas dificuldades de fiscalizao e

    controle do trabalho a ser desempenhado, justamente em razo da forma

    diferenciada de trabalho em questo. Alm disso, podem ocorrer desvan-

    tagens no teletrabalho, como a maior dificuldade de insero do

    empregado no grupo dos demais trabalhadores, bem como na sua

  • 23

    participao atuaes coletivas e sindicais, alm de serem possveis

    prejuzos na da ntima e familiar do empregado, ou mesmo situaes de

    cansao esgotamento daqueles que apresentem maior dificuldade em

    delimitar o perodo de trabalho e o tempo livre, por estarem constantemente

    conectados com o empregador.

    __________

    GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa - Manual de Direito do Trabalho. 2 ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense So Paulo: Mtodo 2010. p. 105.

  • 24

    3.1- O PODER DIRETIVO DO EMPREGADOR E A SUBORDINAO

    Sob a tica clssica do contedo da subordinao, o empregado deve prestar

    servios ao empregador sob o poder de direo deste.

    A subordinao se caracteriza com a presena constante de ordens

    especficas do empregador ou de seus prepostos, bem como com a fiscalizao

    destes, sob pena de punio.

    Como diz o ilustre Ricardo Resende, o poder diretivo:

    " o poder de dirigir a organizao da estrutura e do espao interno

    da empresa, bem como o processo de trabalho, pelo qual o

    empregador comanda a energia de trabalho do empregado no sentido

    que melhor lhe aproveite".

    no poder diretivo que se concentrar a figura do empregador que h, na

    relao de emprego, a caracterstica da alteridade, ou seja, a responsabilidade de

    todos os riscos e proveitos do empreendimento pelo empregador.

    Entretanto, o instituto da subordinao est diretamente ligado ao poder

    diretivo do empregador sobre seu empreendimento e, em sua forma mais tradicional,

    se d por ordens e fiscalizao, as quais podem ser diretas/indiretas do empregador

    sobre a atividade desenvolvida pelo empregado.

    __________

    RESENDE, Ricardo. Direito do trabalho esquematizado. Ed. Mtodo, 2011, p. 300.

  • 25

    3.2- DAS NOVAS FORMAS DE PRESTAO DE SERVIOS A DISTANCIA

    Em virtude das muitas mudanas suportadas pelo sistema produtivo, era

    digital, o fenmeno da Globalizao, bem como outros fatores relevantes, se faz

    necessrio o surgimento de novas formas de prestao de trabalho.

    Em relao a CLT do ano de 1943, tempo de realidade muito distinta da vivida

    nos dias atuais est muito superada em vrios institutos, por no ter recebido a

    devida atualizao legislativa no passar dos anos. No mesmo contexto, os tribunais

    trabalhistas e a doutrina sempre exerceram um papel de extrema importncia, pois

    buscam uma interpretao evolutiva e atual dos dispositivos.

    sabido que o teletrabalho pode ser desenvolvido no domicilio do empregado,

    ou at mesmo, em um centro de computao, escritrio virtual, ainda que seja

    alugado por hora sendo para esse fim aos interessados, pois h uma

    descentralizao do estabelecimento.

    Com o desenvolvimento da atual e nova sociedade, a qual vivemos, surgiu a

    figura do teletrabalho, que consiste sob uma nova forma de atividade na qual o

    trabalhador executa suas tarefas fora da empresa, utilizando-se do avano da

    tecnologia na rea da informtica e comunicao.

    3.3- SOB A MODERNA TICA DE SUBORDINAO

    Dentre os conceitos de teletrabalho e subordinao elencados, vimos que h

    uma certa incompatibilidade, tendo em vista que no teletrabalho, no possvel ao

    empregador nem tampouco seus prepostos dar ordens diretas ou fiscalizar a

    atividade desenvolvida.

    Posto isso, a insuficincia do conceito clssico de subordinao, evidenciado

    neste caso, surgiram novos conceitos acerca do instituto.

  • 26

    Certo relembrar o texto do pargrafo nico inserido ao artigo 6 da CLT, que

    diz que "Os meios telemticos e informatizados de comando, controle e superviso

    se equiparam, para fins de subordinao jurdica, aos meios pessoais e diretos de

    comando, controle e superviso do trabalho alheio.".

    No se pode duvidar que estas novas modalidades de trabalho esto sim sob a

    gide protetiva da relao de emprego e do direito do trabalho.

    A idia essencial a de que no novo contexto da atividade produtiva da

    empresa ps-industrial e flexvel, torna-se dispensvel a ordem direta do

    empregador, que passa a ordenar apenas a produo, como um todo, em que o

    controle se faz por meio do resultado do trabalho, como ocorre, por exemplo, no

    teletrabalho.

    Essa ideia essencial da subordinao, nesse novo modelo de organizao

    empresarial vigente e atualmente, bem como praticada em todos os pases

    submetidos ao regime capitalista, inclusive aqui no Brasil. Vejamos nas palavras de

    Garcia, Gustavo Felipe Barbosa:

    O teletrabalho uma modalidade de trabalho a distancia, tpica dos tempos

    modernos, em que o avano tecnologia permite o labor fora do

    estabelecimento do empregador(normalmente na prpria residncia do

    empregado), embora mantendo o contato por meio de recursos eletrnicos

    e de informtica, principalmente o computador e internet.

    __________

    GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa - Manual de Direito do Trabalho. 2 ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense So Paulo: Mtodo 2010. p. 105.

  • 27

    3.4- COMO MINIMIZAR OS RISCOS DE DEMANDA S TRABALHISTAS APS A

    LEI DO TELETRABALHO

    Em 16 de dezembro de 2011, foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff

    a Lei 12.551, que alterou o Art. 6 da CLT (Consolidao das Leis do Trabalho).

    Com esta mudana, agora esto equiparados os efeitos jurdicos da subordinao

    exercida por meios telemticos e informatizados exercida por meio fsicos e

    direitos. Em outras palavras, no mais se distingue o trabalho realizado no

    estabelecimento do empregador daquele executado no domiclio do empregado e o

    realizado a distncia, desde que estejam caracterizados os pressupostos da

    subordinao na relao de emprego.

    Com a popularizao do teletrabalho mediante o uso inmeros recursos

    telemticos ou informticos como celulares que acessam a internet, computadores e

    vrios softwares de comunicao a distncia tais como skype, msn, e-mail, etc.

    todos os comandos, meios de controle e superviso de empregados passam a estar

    equiparados, para fins de subordinao jurdica, aos meios pessoais e diretos de

    comando.

    Esta mudana impactar diretamente nos critrios de apurao do sobreaviso

    ou hora cheia, isto , nas situaes em que a relao de emprego comum se realiza

    totalmente distncia, cujo perodo o empregado estiver sujeito a controle, comando

    ou superviso a partir dos dispositivos mveis de comunicao.

    Para adaptar a esta mudana cultural, os empregadores devem tomar

    imediatas medidas para reduzir os riscos de demandas trabalhistas pelo uso

    descontrolado dos dispositivos mveis de comunicao. Na prtica, significa criar

    uma Poltica de Segurana da Informao, que uma norma interna para disciplinar

    a conduta de empregados, prestadores de servio e colaboradores, quanto ao uso

    da infraestrutura de tecnologia da informao, que cada vez mais se torna recurso

    bsico e indispensvel na relao de emprego. A efetividade jurdica da Poltica de

    Segurana da Informao no demanda uma legislao especfica, pois se trata de

  • 28

    um contrato escrito pactuado entre os envolvidos e qualquer controvrsia ser

    apreciada pelo Judicirio.

    Observa-se a seguir algumas orientaes bsicas que devem ser

    consideradas na elaborao da Poltica de Segurana da Informao quanto

    ao teletrabalho:

    1 - de extrema importncia que as condies do exerccio

    do teletrabalho estejam circunstanciadas na Poltica de Segurana da Informao da

    empresa e que esta minuta seja vinculada com o contrato de trabalho. Este pacto

    dever ter cincia inequvoca dos envolvidos quanto a sua utilizao.

    2- Nenhuma regra ser efetiva se a empresa deixar de adotar o monitoramento

    da jornada de trabalho do funcionrio distncia. importante que empregador

    adote algum mecanismo de controle sistmico, que seja possvel registrar os dias e

    horrios em que o empregado esteve conectado. Dessa forma, o empregador

    poder ter o controle e a preservao da prova das atividades que foram exercidas.

    3- Este monitoramento deve estar imune a eventuais violaes contra a burla

    de funcionrios, com emprego de senhas de acesso, criptografia ou identificao

    biomtrica se possvel.

    4- importante que se esclarea que com a vigncia desta nova lei, o simples

    fato do empregado responder um e-mail fora do horrio de expediente no

    configurar hora extra. Para que isto ocorra necessrio que o empregador tenha

    exigido na demanda enviada por e-mail a realizao de uma tarefa fora do horrio

    de trabalho.

    5- Se o smartphone e o notebook, por exemplo, forem ferramentas de trabalho

    do empregado, a empresa deve fornecer todo o equipamento, manuteno e arcar

    com todos os custos envolvidos, embora deva seu uso ser disciplinado pela Poltica

    de Segurana da Informao.

  • 29

    6- A empresa deve mapear de forma clara quais so os dispositivos mveis

    que so de uso cotidiano de cada profissional, para que seja possvel distinguir

    como cada um deve fazer uso da infraestrutura de tecnologia da informao.

    Ressalte-se que as pessoas que exercerem cargo de confiana no esto

    vinculadas as mudanas efetuadas pela Lei 12.551.

    7- Capacitar os envolvidos quanto ao uso correto dos recursos dentro e fora do

    horrio de trabalho.

    8- sempre recomendvel que a empresa exera um controle sobre o

    bloqueio de acessos externos rede da empresa fora do horrio de trabalho.

    Caso a empresa no adote imediatamente as medidas sugeridas, o risco

    quanto s reclamaes trabalhistas poder ser maior, pois prevalecer o total

    descontrole quanto capacidade gerencial de controlar as atividades

    do teletrabalho.

    __________

    http://jus.com.br/revista/texto/21017/como-minimizar-os-riscos-de-demandas-trabalhistas-apos-a-

    lei-do-teletrabalho (Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 AS 10H50).

  • 30

    4- TELETRABALHO SEM POLMICAS: O NOVO PARGRAFO NICO DO

    ARTIGO 6 DA CLT.

    Artigo publicado no Jornal Observador, 03/02/2012, Edio 832, Pedro

    Leopoldo, MG, pg. 02.

    Prof. Amauri Cesar Alves

    Mestre e Doutorando em Direito (PUC.Minas)

    Professor Universitrio (FPL e PUC.Minas)

    Membro da CEJ/OAB/MG

    Recentemente a Presidenta Dilma sancionou a Lei 12.551/2011, que cria o

    pargrafo nico do artigo 6 da CLT, o que vem ensejando desnecessria polmica

    entre patres e empregados.

    No se trata, ao contrrio do que crem alguns, de conferir direito novo aos

    trabalhadores mas, sim, de mero esclarecimento e atualizao do contedo protetivo

    geral da regra celetista, da dcada de 1940.

    Eis o texto do novo artigo 6 da CLT, com seu pargrafo nico:

    Art. 6. No se distingue entre o trabalho realizado no

    estabelecimento do empregador e o executado no domiclio do

    empregado, desde que esteja caracterizada a relao de emprego.

    Pargrafo nico: Os meios telemticos e informatizados de comando,

    controle e superviso se equiparam, para fins de subordinao

    jurdica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e

    superviso do trabalho alheio.

    H entendimento no sentido de que a nova regra cria vnculo jurdico

    empregatcio e, consequentemente, direitos trabalhistas para os teletrabalhadores,

    o que ensejou crticas de uns e aplausos de outros. Mero equvoco, entretanto.

    Inicialmente vale destacar que o teletrabalho nada mais do que a prestao

    laborativa distncia, portanto fora do estabelecimento empresarial, e

  • 31

    destacadamente realizada na residncia do trabalhador (trabalho em domiclio), j

    prevista pela CLT desde 1943, apenas qualificada pela possibilidade de transmisso

    eletrnica de informaes e dados.

    Assim, a possibilidade de existncia do vnculo empregatcio decorrente do

    teletrabalho no novidade e no foi fixada pela Lei 12.551/2011.

    A relao de emprego decorre da confluncia, no plano dos fatos, dos

    requisitos previstos no artigo 3 da CLT, ou seja,trabalho por pessoa fsica,

    com pessoalidade, no-eventualidade, onerosidade e subordinao. Assim, se o

    trabalhador em domiclio, seja teletrabalhador ou no, labora na forma prevista

    pelo artigo 3 da CLT ser empregado. Caso ausente qualquer requisito acima

    destacado, o teletrabalhador no ser empregado e no far jus aos direitos

    trabalhistas.

    O novo pargrafo nico do artigo 6 da CLT apenas consagra o que a doutrina

    e a jurisprudncia j compreendiam, ou seja, a subordinao jurdica pode se dar

    tambm distncia, sendo certo que, com ou sem o novo dispositivo legal, os meios

    telemticos e informatizados de comando podem ser instrumentos de controle

    patronal quanto ao modo da prestao laborativa.

    Perceba-se o seguinte: para que haja relao de emprego no teletrabalho deve

    haver subordinao jurdica, sendo que tal pode se dar pelo controle presencial ou

    distncia. A nova lei no trouxe a desnecessidade de controle patronal quanto ao

    teletrabalho para que se fixe a relao de emprego, somente positivou o

    entendimento j construdo jurisprudencialmente no sentido de que tal controle pode

    tambm ser telemtico ou informatizado.

    Outro equvoco interpretativo no sentido de que a lei nova trouxe a

    possibilidade da cobrana de horas extras decorrentes do teletrabalho ou do uso de

    telefones celulares e outros meios de comunicao distncia. Tal possibilidade j

    existe na regra celetista, como se infere da melhor interpretao de seu artigo 62,

    inciso I:

  • 32

    Art. 62 No so abrangidos pelo regime previsto neste captulo:

    I os empregados que exercem atividade externa incompatvel com a

    fixao de horrio de trabalho, devendo tal condio ser anotada na

    Carteira de Trabalho e Previdncia Social e no registro de empregados;

    Ora, o empregado somente no faz jus ao pagamento de horas extras em suas

    atividades externas, dentre elas as realizadas em seu domiclio, se no forem estas

    compatveis com o controle de jornada. Assim, se o teletrabalhador ou qualquer

    outro empregado continua desenvolvendo suas atividades laborativas aps a

    jornada ordinria dever receber por tal labor, desde que seja possvel o controle do

    trabalho pelo empregador, independentemente do texto da lei 12.551/2011.

    A nova lei, embora no tenha tratado de jornada, pode ser compreendida como

    passvel de ensejar nova distribuio do nus da prova quanto s horas extras do

    teletrabalhador e de outros tantos que desenvolvem , total ou parcialmente, trabalho

    externo. O entendimento era, at ento, que competia ao trabalhador externo provar

    que sua jornada era passvel de controle pelo empregador, para que ento pudesse

    receber pela sobrejornada. Agora possvel compreender que se houver uso de

    meios telemticos e informatizados de comando, ento nus do empregador a

    prova de que no controlava a jornada externa de seu empregado, visto que tais

    instrumentos se equiparam aos meios pessoais e diretos de subordinao jurdica.

    Assim, o empregado que, fora do estabelecimento de trabalho, em sua casa ou

    em outro local, continuar prestando seu labor, seja via celular, smartphone ou

    computador, dever receber pela sobrejornada, pois estar disposio de seu

    empregador conforme artigo 4 da CLT.

    Possvel concluir, portanto, que embora no haja direito novo trazido pela lei

    nova, h a possibilidade de melhor aplicao da regra celetista sobre trabalho

    externo, o que dever ser confirmado pelo Poder Judicirio Trabalhista no sentido da

    proteo parte hipossuficiente da prestao laborativa.

    __________

    http://www.direitodotrabalhoessencial.com.br/artigos/teletrabalho-sem-polemicas-o-novo-

    paragrafo-unico-do-artigo-6o-da-clt/ (Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 as 12h30)

  • 33

    5- A LEGALIDADE

    No tocante ao trabalho, trabalho este prestado no domiclio do

    empregado (mantido na nova redao), a inteno foi abranger aqueles

    empregados, pessoas fsicas, que executam seu labor em casa, porm com

    pessoalidade, no eventualidade, subordinao e onerosidade. Como ocorre, por

    exemplo, com muitos profissionais da rea da engenharia, costura e diversos outros

    setores.

    fato, no restar dvidas acerca da presena da relao de emprego

    (verificada a presena dos demais requisitos).

    No novo enfoque da subordinao, os trabalhadores em domiclio, podem, sim,

    ser tidos como subordinados e, desse modo, efetivos empregados. No se pode

    negar que, de maneira geral, em princpio, tais trabalhadores enquadram-se no tipo

    jurdico excetivo do art. 62 da CLT, realizando o parmetro das jornadas no

    controladas de que fala a ordem jurdica trabalhista (art. 62, I, CLT). E tambm, a

    possibilidade de indenizao empresarial pelos gastos pessoais e residenciais

    efetivados pelo empregado no exerccio de suas funes empregatcias no interior

    de seu lar.

  • 34

    6- CONCLUSO

    O custo elevado de manter um empregado registrado leva

    muitos dos empregadores a maquiar o contrato de emprego camuflando

    o empregado, como por exemplo: vendedores que por vezes so representantes

    comercial autnomos. Essa prtica caracteriza fraude em face do empregado,

    prejudicando-o em a seus direitos trabalhistas.

    sabido que a dificuldade de encontrar um diferenciador entre vendedor e

    representante comercial. Preciso , ento um estudo mais profundo do contrato de

    trabalho, com nfase eu seus conceito, em outras palavras, seus requisitos e

    elementos essenciais, pois o artigo 1 da Lei 4.886/1965 estabelece que para

    exercer a profisso de representante comercial autnomo, a pessoa fsica ou jurdica

    dever realizar com habitualidade, entretanto sem vnculo empregatcio, em razo

    de uma ou mais pessoas, a intermediao de negcios mercantis, diligenciando

    propostas e pedidos e retransmitindo-os empresa representada, podendo ou no

    praticar atos relacionados com a execuo dos referidos negcios.

    As recorrentes inovaes das atividades produtivas, bem como as diversas

    modalidades de trabalho presentes na realidade brasileira o incio do terceiro

    milnio marcado com a inovao advinda do artigo 6, do pargrafo nico no da

    Consolidao das Leis do Trabalho(CLT), cuja inteno foi abranger aqueles

    empregados, pessoas fsicas, que executam seu labor em casa, ou em local de seu

    prprio custeio, porm com pessoalidade, no eventualidade, subordinao e

    onerosidade. Como ocorre, por exemplo, com muitos profissionais da rea da

    engenharia, vendedores autnomos, costura e diversos outros setores.

    Ao ter conhecimento dessas informaes, cabe salientar que a alterao em

    comento teve um carter ampliativo da norma at ento em vigor, uma vez que no

    a contraria e sim complementa, sendo, portanto, uma alterao de cunho aditivo,

    posto que acrescentou uma nova situao ftico-jurdica regra da no relevncia

    jurdica do local da prestao dos servios para fins de caracterizao da relao

    empregatcia, qual seja o trabalho "realizado a distncia".

  • 35

    O grande feito da Lei 12.551/11 foi reconhecer legalmente a existncia da

    subordinao em uma evolutiva modalidade de prestao de servios, qual seja

    o trabalho a distncia, garantindo aos trabalhadores inseridos neste contexto, a

    proteo integral trabalhista.

    Essa nova regulamentao, tende a facilitar a comprovao em juzo da

    existncia da relao empregatcia, pois, a partir de ento, opera uma presuno,

    diga-se, relativa, acerca de sua existncia no trabalho a distncia.

    Contudo, o texto positivado traz maior segurana jurdica aos jurisdicionados,

    no deixando dvidas acerca dos direitos de muitos trabalhadores, tendo em vista

    que a alterao milita em prol, ou seja, no sentido de reforar a existncia da relao

    empregatcia nas modalidades de trabalho a distncia teletrabalho.

    O trabalho a distncia, ou seja, em casa vem se difundindo no Brasil e no

    mundo, principalmente em razo da utilizao de inovadores recursos em

    telecomunicaes e tecnologias de informaes em busca da gesto sustentvel.

    Os profissionais, tcnicos e trabalhadores em geral, instalados em suas casas,

    em escritrios virtuais ou em outros espaos alternativos da prpria organizao,

    dispondo de equipamentos que os mantm conectados com a organizao ou com

    uma rede de trabalhadores com os quais cooperam, podem processar informaes

    (tarefas burocrticas e administrativas normalmente feitas nos escritrios da

    organizao), produzir ideias, desenvolver pesquisas e demais atividades rotineiras

    e intelectuais.

    Posto isso, no se deve esquecer que o teletrabalho consubstancia o ato de

    exercer atividades que podem ser realizadas em um domiclio ou algum local

    intermedirio, visando a competitividade e flexibilidade nos negcios.

    Vive-se num sculo onde impera a globalizao, a liberalizao dos mercados

    e outras alteraes ambientais que, para sobreviverem neste ambiente turbulento,

  • 36

    exigem das organizaes alternativas viveis para os seus negcios, estruturas

    organizacionais e formas de trabalho flexveis.

    Dentro do contexto de mutaes, existem profissionais que perceberam a

    relevncia das inovaes nas organizaes, como o caso do teletrabalho.

    Por outro lado,muitas das desvantagens apontadas ao teletrabalho, em geral,

    se referem, ao teletrabalho feito em casa, realizado por um profissional em perodo

    integral, normalmente pouco qualificado, que presta servio para um empregador

    exclusivo, em condies contratuais ambguas ou claramente desfavorveis para o

    trabalhador. Ora, essa forma de teletrabalho no representa, na atualidade, nem a

    nica nem a forma mais adequada de teletrabalho. Logo, novos estudos so

    requeridos para conhecer melhor a realidade que cerca o sistema de teletrabalho, o

    contexto organizacional virtual em que esto instalados e quem exerce a atividade

    remota.

    Contudo, o grande desafio que se apresenta ao sistema de teletrabalho a sua

    gesto dos aspectos comportamentais.

    De uma forma geral, as empresas proporcionavam uma infraestrutura

    adequada, at por que sem isso no haveria trabalho. Porm, os teletrabalhadores

    ressentiam-se de um sentimento de isolamento, falta de convivncia pessoal com

    colegas de trabalho, falta de colaborao de seus pares . A comunicao virtual para

    quem trabalha em casa, pode requerer outras habilidades ainda a serem mais bem

    estudadas, para as quais ainda no se tm respostas adequadas.

  • 37

    7- REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS

    ACORDO N 20121253036; Juiz Relator: LUIZ EDGAR FERRAZ DE OLIVEIRA;

    data de publicao 05-11-2012BARROS.

    GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa - Manual de Direito do Trabalho. 2 ed. ver. e

    atual. Rio de Janeiro: Forense So Paulo: Mtodo 2010.

    RESENDE, Ricardo. Direito do trabalho esquematizado. Ed. Mtodo, 2011.

  • 38

    http://www.direitodotrabalhoessencial.com.br/artigos/teletrabalho-sem-polemicas-o-

    novo-paragrafo-unico-do-artigo-6o-da-clt/

    (Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 as 12h30).

    http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=4553

    (Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 as 12H50).

    http://jus.com.br/revista/texto/21017/como-minimizar-os-riscos-de-demandas-

    trabalhistas-apos-a-lei-do-teletrabalho

    (Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 AS 10H50).

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12551.htm

    (Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 as 13h0)

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm

    (Pesquisa realizada no dia 26/05/2013 as 11h0).

  • 39

    ANEXOS

  • 40

    JURISPRUDNCIAS

    TRT 2 Regio

    ACORDO N: 20121253036

    Juiz Relator: LUIZ EDGAR FERRAZ DE OLIVEIRA

    Juiz Dsignado: 0

    Turma: 6

    Data da publicao: 05-11-2012

    Secretaria: TURMAS

    PODER JUDICIRIO FEDERAL

    Justia do Trabalho

    TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2 REGIO

    Gabinete do Desembargador Luiz Edgar Ferraz de Oliveira

    6 TURMA

    PROCESSO N 0000931-70.2011.5.02.0055

    RECLAMANTE: ODAIR LOURENO LEIJOTO

    RECLAMADA: DHB COMPONENTES AUTOMOTIVOS S/A

    VARA DE ORIGEM: 55 VT DE SO PAULO

    RECURSO ORDINRIO (fls. 77/86) do Reclamante contra a sentena de

    IMPROCEDNCIA (fls. 72/75). O Recorrente postula a reforma da r. deciso para

    que sejam deferidos: o adicional pelo exerccio do cargo de confiana; a indenizao

    decorrente dos gastos realizados pela implantao do Home Office em sua

    residncia; o Bonus Zaffari; a diferena de quilometragem; e os danos material e

  • 41

    moral em funo da dispensa em perodo de pr-aposentadoria. Contrarrazes (fls.

    88/91). Dispensado o envio do feito d. Procuradoria Regional do Trabalho, por no

    configuradas as hipteses do 1 do art. 85 do Regimento Interno deste Tribunal.

    VOTO

    1. Conheo do recurso, tempestivo (fls. 76/77) e assinado por quem de direito (fls.

    32). Reclamante beneficirio da Justia Gratuita.

    2. Do adicional pelo exerccio do cargo de confiana. Entende o Reclamante que,

    alm de seu salrio base, deveria receber um adicional de 40%, previsto no

    pargrafo nico, do art. 62, da CLT, pelo exerccio de cargo de confiana.

    Entretanto, conforme mencionado pela r. deciso de origem (fls. 73), a interpretao

    do dispositivo legal invocado encontra-se equivocada. A norma em questo no

    determina o pagamento destacado de nenhuma gratificao ou adicional; apenas

    define que os empregados indicados no inciso II, do art. 62 da CLT (gerentes, chefes

    de departamento ou filial) devem possuir um padro mais elevado de vencimentos

    (compreendendo a gratificao de funo, se houver) a fim de que sejam excludos

    do regime de horas extras.

    PROCESSO N 00009317020115020055 6 TURMA 1

    _________

    Documento elaborado e assinado em meio digital. Validade legal nos termos da Lei n. 11.419/2006.

    Disponibilizao e verificao de autenticidade no site www.trtsp.jus.br informando:cdigo do

    documento = 432279 PODER JUDICIRIO FEDERAL

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    PODER JUDICIRIO FEDERAL

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    Portanto, insustentvel a tese explicitada no apelo do Recorrente. Mantenho.

    3. Da indenizao decorrente dos gastos realizados pela implantao do Home

    Office em sua residncia. O Recorrente alega que a Reclamada, apesar de negar

    em contestao o trabalho em regime de Home Office, confessou este fato pelo

    depoimento pessoal do preposto na audincia de fls. 5, razo pela qual requer a

    reforma da sentena e a condenao da Recorrida por litigncia de m-f. De fato,

    admitiu a Reclamada, na audincia referida, que desde janeiro de 2006 o

    reclamante passou a trabalhar em regime home office. Todavia, ainda assim, o

    pagamento da indenizao no merece ser acolhido. De incio, necessrio

    salientar que trabalhar em regime de home office consiste apenas em trabalhar em

    domiclio. No houve a transferncia da filial para a residncia do Autor, pois o local

    no poderia ser utilizado pelos demais empregados da Reclamada. Alm do mais,

    as despesas que o Reclamante espera ser ressarcido (condomnio, energia eltrica,

    IPTU, aluguel) confundem-se com os gastos dos prprios moradores da

    propriedade, no sendo possvel mensurar a proporo que teria sido utilizada

    exclusivamente para o trabalho do Reclamante. Nesse sentido:

    (...) a possibilidade de indenizao empresarial pelos

    gastos pessoais e residenciais efetivados pelo empregado

    no exerccio de suas funes empregatcias no interior de

    seu home office supe a precisa comprovao da

    existncia de despesas adicionais realizadas em estrito

    benefcio do cumprimento do contrato, no sendo

    bastante, em princpio, regra geral, a evidncia de certa

    mistura, concorrncia, concomitncia e paralelismo entre

    atos, circunstncias e despesas, uma vez que tais

    peculiaridades so inerentes e inevitveis ao labor em

    domiclio e ao teletrabalho. (Processo: AIRR - 62141-

  • 43

    19.2003.5.10.0011; Data de Julgamento: 07/04/2010;

    Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, 6 Turma

    Data de Publicao: DEJT 16/04/2010.)

    Frise-se que o Reclamante, em nenhum momento, alegou que as contas do

    apartamento teriam sofrido majorao aps a implantao do trabalho em re-

    PROCESSO N 00009317020115020055 6 TURMA 2

    __________

    Documento elaborado e assinado em meio digital. Validade legal nos termos da Lei n.

    11.419/2006.Disponibilizao e verificao de autenticidade no site www.trtsp.jus.br informando:

    codigo do documento = 432279

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    gime de Home Office. Por tais razes, mantenho a r. deciso de origem. Quanto

    ao pedido de condenao por litigncia de m-f, no restaram presentes as

    circunstncias do art. 17, do CPC, pois a Reclamada apenas utilizou-se do direito

    defesa, no causando qualquer transtorno ao bom andamento do processo.

    Mantenho.

    4. Do Bnus Zaffari. Pretende o Recorrente, neste momento processual, a

    modificao do pedido contido na inicial ao alegar que a MM. Juza a quo

    confundiu vale alimentao com o bnus extra que era concedido com o ttulo de

    bnus Zaffari. Isso porque, da anlise da prefacial (fls. 13/14), constata-se que a

    nomenclatura Bnus Zaffari refere-se somatria das despesas com alimentao

    e combustvel, exatamente da forma como interpretada na sentena. Tal concluso

    tambm pode ser corroborada pelos documentos de n 145 a 152, indicados pelo

    Reclamante para embasar o seu pedido, pois tratam-se de tickets utilizados para

    pagamento de aludidas despesas. Sendo assim, diante das infundadas alegaes

    do Recorrente e da farta documentao juntada pela Reclamada comprovando o

    ressarcimento das despesas com alimentao e combustvel (docs. 09, 31/32,

    99/100, 134, 135, entre outros), irretocvel a deciso da MM. Juza a quo.

    Mantenho.

    5. Da diferena de quilometragem. Em suas razes, o Recorrente limita-se a alegar

    a existncia de diferenas, ignorando o fato de o pedido ter sido declarado inepto na

    Sentena a fls. 74. Da anlise da inicial, verifica-se que o pedido em questo

    realmente carece de causa de pedir, estando correta, portanto, a r. deciso de

    extino do feito sem resoluo de mrito, nos termos do art.s 267, I, e 295, I e

    pargrafo nico, I, do CPC. Mantenho.

  • 45

    6. Do dano material e moral em funo da dispensa em perodo de pr-

    aposentadoria. Ao contrrio do que alega o Recorrente, o pedido de danos materiais

    encontra-se devidamente julgado a fls. 73. O pagamento de indenizao foi

    indeferido pelo fato da resciso do contrato de trabalho ter ocorrido fora do perodo

    de vigncia da garantia de emprego. Tal circunstncia, por si s, afasta qualquer

    imputao de responsabilidade, tanto de cunho material quanto de carter moral,

    Reclamada, pois a faculdade de rescindir imotivadamente o contrato de trabalho

    possui natureza potestativa e est includa em

    PROCESSO N 00009317020115020055 6 TURMA 3

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    Documento elaborado e assinado em meio digital. Validade legal nos termos da Lei n. 11.419/2006.

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  • 46

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    tre os direitos assegurados ao empregador (art. 487, da CLT). Diante disso, no

    restando demonstrada a prtica de qualquer ato ilcito por parte da Reclamada,

    mantenho a r. deciso de origem.

    ACORDAM os Magistrados da 6 Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2

    Regio em: CONHECER do recurso interposto pelo Reclamante e NEGAR-LHE

    PROVIMENTO.

    LUIZ EDGAR FERRAZ DE OLIVEIRA

    RELATOR/smt

    PROCESSO N 00009317020115020055 6 TURMA 4

    __________

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    Disponibilizao e verificao de autenticidade no site www.trtsp.jus.br informando: cdigo do

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