os maiores e melhores pessoas profissionais da doação e transplantes do brasil

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Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos – ADOTE Uma palavra faz toda diferença! Os maiores e melhores: pessoasprofissionais da doação e transplantes no Brasil Um olhar sensível e sulista sobre os Serem Humanizados que trabalham com amor e por fé na vida Este é um relato pessoalprofissional sobre um Fórum com futuros e atuais profissionais que se interessam e amam a vida. Estas pessoas profissionais fazem da doação e transplante de órgãos e tecidos uma expressão de amor e fé na vida. É um relato pessoal pois parte de alguém que, de forma resumida, perdeu um filho, que desde seu nascimento, lutava para receber um coração e ser transplantado, de alguém que compreendeu que ajudar era o caminho para criar esperança e evitar, ao máximo, que outros pais e outros brasileiros percam seus familiares, e, ainda, é um relato de alguém que pessoal e profissionalmente sabe que muitos transplantes ficam inviabilizados pela baixa capacidade de nosso sistema de saúde ofertar aos brasileiros esperança por meio da doações de órgãos e tecidos. É um relato sobre profissionais que exercem com beleza o ofício de salvar vidas e criar esperança para a sociedade brasileira. São pessoas da saúde, comumente chamados profissionais de saúde, das mais diferentes formações, quer seja medicina, enfermagem, psicologia, assistência social ou, como no meu caso, engenharia de produção em saúde. Estes tem um quase natural requisito em seus perfis profissionais: amar a vida, mas saber transformar morte em esperança e em prolongamento e mais qualidade de vida; querer mesmo e profundamente que os brasileiros tenham o direito de fazer o bem e exercer a solidariedade da doação para fins de transplante; ter uma determinação sensível motivada pelo desejo de aliviar a dor e o medo de outros; trabalhar por amor e com amor, mas que muitas vezes fazem somente por amor, com pouco reconhecimento, baixa ou mesmo nenhuma remuneração quando sabem que ainda levaremos um tempo para ser um trabalho profissional, reconhecido e recompensado adequadamente, sem o poder motivador que o amar permite; querer mais que aprender para si mas eminentemente querer compartilhar conhecimentos, experiências e disseminar valores lindos, humanos, como o da solidariedade da doação. Assim, muitos sulistas e uns poucos encantados e gratos cariocas, se reuniram no Rio Grande do Sul, na cidade de Pelotas, no V Fórum de Discussão do Processo de Doação e Transplante, organizado pela Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos – Adote. O evento foi liderado por Francisco de Assis, professor como eu, pai como eu, da Adote como eu, e como eu alguém que perdeu o filho na fila de transplantes, mas, como eu, ganhou uma bela missão de melhorar um pouco este Brasil. Ele desde 1998, quando

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Page 1: Os maiores e melhores pessoas profissionais da doação e transplantes do brasil

Aliança  Brasileira  pela  Doação  de  Órgãos  e  Tecidos  –  ADOTE      

   Uma  palavra  faz  toda  diferença!      

Os  maiores  e  melhores:  pessoas-­‐profissionais  da  doação  e  transplantes  no  Brasil  

Um  olhar  sensível  e  sulista  sobre  os  Serem  Humanizados  que  trabalham  

com  amor  e  por  fé  na  vida      Este  é  um  relato  pessoal-­‐profissional  sobre  um  Fórum  com  futuros  e  atuais  profissionais  que   se   interessam   e   amam   a   vida.   Estas   pessoas   profissionais   fazem   da   doação   e  transplante  de  órgãos  e  tecidos  uma  expressão  de  amor  e  fé  na  vida.  É  um  relato  pessoal  pois   parte   de   alguém   que,   de   forma   resumida,   perdeu   um   filho,   que   desde   seu  nascimento,   lutava   para   receber   um   coração   e   ser   transplantado,   de   alguém   que  compreendeu  que  ajudar  era  o  caminho  para  criar  esperança  e  evitar,  ao  máximo,  que  outros  pais  e  outros  brasileiros  percam  seus  familiares,  e,  ainda,  é  um  relato  de  alguém  que  pessoal  e  profissionalmente  sabe  que  muitos  transplantes  ficam  inviabilizados  pela  baixa  capacidade  de  nosso  sistema  de  saúde  ofertar  aos  brasileiros  esperança  por  meio  da  doações  de  órgãos  e  tecidos.  É  um  relato  sobre  profissionais  que  exercem  com  beleza  o  ofício  de  salvar  vidas  e  criar  esperança   para   a   sociedade   brasileira.   São   pessoas   da   saúde,   comumente   chamados  profissionais  de  saúde,  das  mais  diferentes  formações,  quer  seja  medicina,  enfermagem,  psicologia,  assistência  social  ou,  como  no  meu  caso,  engenharia  de  produção  em  saúde.  Estes  tem  um  quase  natural  requisito  em  seus  perfis  profissionais:  

amar   a   vida,   mas   saber   transformar  morte   em   esperança   e   em   prolongamento   e  mais  qualidade  de  vida;  

querer  mesmo  e  profundamente  que  os  brasileiros  tenham  o  direito  de  fazer  o  bem  e  exercer  a  solidariedade  da  doação  para  fins  de  transplante;    

ter  uma  determinação  sensível  motivada  pelo  desejo  de  aliviar  a  dor  e  o  medo  de  outros;  

trabalhar   por   amor   e   com  amor,  mas   que  muitas   vezes   fazem   somente   por   amor,  com  pouco  reconhecimento,  baixa  ou  mesmo  nenhuma  remuneração  quando  sabem  que   ainda   levaremos   um   tempo   para   ser   um   trabalho   profissional,   reconhecido   e  recompensado  adequadamente,  sem  o  poder  motivador  que  o  amar  permite;  

querer   mais   que   aprender   para   si   mas   eminentemente   querer   compartilhar  conhecimentos,   experiências   e   disseminar   valores   lindos,   humanos,   como   o   da  solidariedade  da  doação.    

Assim,  muitos   sulistas   e  uns  poucos   encantados   e   gratos   cariocas,   se   reuniram  no  Rio  Grande  do  Sul,  na  cidade  de  Pelotas,  no  V  Fórum  de  Discussão  do  Processo  de  Doação  e  Transplante,   organizado   pela   Aliança   Brasileira   pela   Doação   de   Órgãos   e   Tecidos   –  Adote.    

O  evento  foi  liderado  por  Francisco  de  Assis,  professor  como  eu,  pai  como  eu,  da  Adote  como  eu,   e   como  eu   alguém  que  perdeu  o   filho  na   fila  de   transplantes,  mas,   como  eu,  ganhou  uma  bela  missão  de  melhorar  um  pouco  este  Brasil.  Ele   -­‐  desde  1998,  quando  

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Aliança  Brasileira  pela  Doação  de  Órgãos  e  Tecidos  –  ADOTE      

   Uma  palavra  faz  toda  diferença!      

seu  filho  Eduardo  morreu,  aos  15  anos  e  depois  de  ficar  165  dias  na  fila  de  transplantes  na  espera  por  doadores  –   luta  para  melhorar  e  aumentar  a  doação  no  Brasil.    Eduardo  morreu   em  Pelotas,  mesmo  no   ano  da   criação  da   Lei   da  Vida,   na   cidade  que   sediou   o  encontro.  O  evento  foi  organizado  em  parceria  e  com  muito  envolvimento  de  pessoas  e  organizações  que  são  fundamentais  para  a  doação  e  transplante.  Primeiramente,  houve  imensa  dedicação  das  4  CIHDOTT  de  Pelotas  (Comissão   Intra  Hospitalar  de  Doação  de  órgãos  e  Tecidos  para  Transplante  da  Santa  Casa  de  Misericórdia,  Sociedade  Portuguesa  de   Beneficência,   Hospital   Universitário   São   Francisco   de   Paula   e   Hospital   Escola   da  UFPel)  com  apoio  da  OPO  5,  Rotary  Club  de  Pelotas  Centenário  e  Associação  Comercial  de  Pelotas.  O  evento  foi  brilhante,  inspirador,  emocionante  e  muito  técnico,  com  propostas  e  casos  concretos.   Estiveram   lá   os   maiores   e   melhores,   como   todo   ciúme   inspirador   que   os  termos  possam  causar.  São  os  melhores  pois  fazem  o  melhor:  inspiram  outros.  São,  eles  e  todos  os  profissionais  de  saúde  que  amam  a  vida,  em  especial  aqueles  que  atuam  no  processo  de  doação  de  transplantes,  os  maiores  e  melhores.  Vivem  juntos  pela  causa  da  vida.  Lá  se  encontram:    

o  melhor  pai  que  alguém  pode  ter,  que  tentou  doar  os  órgãos  de  sua  sobrinha,  sem  sucesso   e,  menos   de   1   ano   depois   perdeu   o   filho   por   não   ter   doação   para   que   se  efetivasse  um  transplante  que  lhe  trocasse  o  coração;  

a  maior   gestora  do   sistema  de   transplantes   brasileiro,   hoje   no  Rio  Grande  do   Sul,  que  elevou  ao  topo  a  bandeira  da  profissionalização  da  doação;  

o   melhor   Coordenador   de   Doação   e   Transplante,   que   levou   Santa   Catarina   a   ter  maior  taxa  de  Doação  do  Brasil,  e  uma  das  melhores  do  mundo;  

a  maior  aluna  de  engenharia  de  produção  deste  país,  pois  agora,  e  já  fazem  3  anos,  pesquisa,   ensina,   coordena,   capta   recursos   e   esta   a   frente   do  melhor  projeto  para  aumentar   esperança   dos   brasileiros,   de   uma   iniciativa   com   nomes   poético   e  profundos,   tais   como   “Gestão   dá   Vida”   e   “Pesquisa   Dá   Vida”,   que   muito  profissionalmente   aumentam   o   número   de   doações,   que,   consequentemente,  aumentam  o  número  de  transplantes  e,  assim,  aumentam  o  número  e  qualidade  de  vidas  salvas  pelo  procedimento  que  mais  aproxima  os  seres  humanos  de  Deus.  Lhes,  permite,  lhes  doa,  lhes  dá  a  oportunidade  de  viver  mais.  

o  melhor   coordenador  de  procura  por   órgãos,   que  do   alto   de   sua   sabedoria   e   tão  próximo  de  sua  humildade,  viu  e  viver  a  capacitação  e  educação  como  o  maior  meio  para  aumentar  as  doações  na  região  mais  ao  Sul  do  Sul  do  Brasil;  

o  maior   e  melhor   quase  médico   transplantado  do  Brasil,   que   sabe   como  ninguém  retribuir,  até  nos  últimos  dias  do  curso  de  medicina,  se  preparando  para  a  prova  de  residência,  e  com  a  nobre  missão  de  viver  com  um  coração  que  há  oito  anos,  desde  que  saiu  da  fila  da  esperança,  doa  exemplo  e  determinação;  

o  maior   transplantador   de   pulmão,   que   de   tamanha   sensibilidade   e   brilhantismo  hoje   pode   ser   considerado   melhor   como   palestrante   e   escritor   de   que   como  transplantador  (imaginem  como  não  fala  e  escreve  bem);    

o   melhor   especialista   em   transplante   no   Brasil,   com   o   maior   reconhecimento   e  contribuição  para  o  país  ter  uma  efetiva  política  de  doação  e  transplantes;    

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Aliança  Brasileira  pela  Doação  de  Órgãos  e  Tecidos  –  ADOTE      

   Uma  palavra  faz  toda  diferença!      

a  maior   transplantadora  de   rins  para   crianças   e   adolescentes  deste  país,   com  545  vidas   salvas  ou  prolongadas;   com  1090  pais   retirados  da  dor  e,  pelo  menos,  2180  familiares  com  menos  medo  da  morte;    

a  melhor  professora  de  medicina  deste   país,   por   ser   capaz  de  multiplicar   ideias   e  ideais,   que   faz   parte   de   um   movimento   pioneiro   de   educação   em   doação   e  transplante   e   que   trouxe   mais   de   30   alunos   de   medicina   para   a   III   Amostra   de  produção  científica  e  artística  relacionada  à  doação  e  transplantes  de  órgãos,  parte  do  V  Fórum;  

os  maiores   alunos   e   alunas   de  medicina   que   este   país   já   teve   a   oportunidade   de  formar,   que   apresentaram  10   trabalhos  de   seus   cursos   e   três  deles   foram  e   ainda  serão  muito   reconhecidos   pela   capacidade   de   somar   a   contribuir,   seja   no   ônibus,  seja  na  bicicleta,  seja  na  rede  social;  

Os   termos  maior   e  melhor   se   alternam,  mas  não   se  dissociam.   São  os  maiores,   são  os  melhores,   são  mais   que   seres   humanos:   são   seres   humanizados.   São   os  maiores   e   os  melhores  pois  fazem  mais  pessoas  e  profissionais  melhoram.  São  e  dão  o  exemplo.    A  eles  sou  pessoalmente  e  profissionalmente  grato.  Obrigado  e,  acima  de  tudo,  parabéns  por  terem  sido  e  estado  neste  encontro  pelo  amor  a  vida,  pela  redução  da  dor  e  do  medo,  pela   esperança   por   um   Brasil   cada   vez   melhor   e   grandioso   em   seu   povo,   gestores   e  atitudes.    

Obrigado   aos   necessária   e   belamente   anônimos   doadores   e   seus   familiares.   Obrigado  aos   que   estiveram   no   evento   e,   aos   conhecidos,   os   maiores   e   melhores,   Obrigado  Francisco,   Obrigado   Rosana,   Obrigado   Joel,   Obrigado   Amanda,   Obrigado   Primo,  Obrigado   Pablo,   Obrigado   Camargo,   Obrigado   Valter,   Obrigado   Clotilde,   Obrigado  Maristela.  Obrigado   aos   alunos,   seus  nomes   estão   ou   estarão  na  Rede   Social   para   que  todos   saibam.   Eles   magnificamente   lá   levantaram   placas   de   doadores.   Eles   se  comprometeram,  assim  como  eu,  a  se  declarem  doadores  na  rede  social.  Decidiram  que  daquele  encontro  saíram  com  vontade  de  fazer  a  única  coisa  necessária  para  poder  ter  o  direito   de   ser   doador:   Se   declarar   doador   para   seus   familiares:   conversar,   dialogar   e  falar  sobre  seu  desejo  de  permitir  a  continuidade  no  curso  da  linha  tênue  e  bela  da  vida.    

Estes   alunos   doadores,   seja   com   fotos,   seja   com   texto,   seja   com  ambos,   vão   continuar  uma  rede  de  declaração  de  amor  à  vida.    A  vocês  que  leram  este  texto,  antecipadamente,  agradeço  e  parabenizo  por  se  juntarem  aos   maiores   e   melhores,   por   se   juntarem   aos   que   amam   a   vida,   aos   que   amam   tão  profundamente  que  querem  que  ela  continue,  mesmo  que  em  outro  Ser,  Humanizado.    Os   agradeço   por   acessarem   a   rede   de   declaração   de   doador,   digam   isso   aos   seus  familiares,  tragam  mais  pessoais  e  profissionais  para  aqueles  que  são  e  criam  o  exemplo  da   esperança   na   vida.   Acessem   www.adote.org.br   e   declarem   amor   a   vida.   Sejam  doadores,  Sejam  Seres  Humanizados.  Obrigado.  

Rafael  Paim,    Pai  do  Arthur  e  do  Vitor  (este  hoje  com  4  anos),  Vice-­‐presidente  da  Adote,  Professor  e  Pesquisador  Universitário,  amante  da  vida,  como  vocês.    25  de  novembro  de  2012,  em  voo  de  Porto  Alegre  para  o  Rio  de  Janeiro,  no  Brasil.