os maias de eça de queirós - personagens

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Os Maias Episódios da vida romântica Análise social/ sociedade de contrastes Uma sociedade desejosa de progresso, mas muito ligada ao passado, ao tradicional, ao romântico e ao ultrarromântico Crónica de três gerações: Afonso da Maia – lutas liberais Pedro da Maia – romantismo Carlos da Maia – Portugal regenerado, mas economicamente decadente

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Page 1: Os Maias de Eça de Queirós - personagens

Os Maias

Episódios da vida romântica

• Análise social/ sociedade de contrastes • Uma sociedade desejosa de progresso, mas muito ligada ao

passado, ao tradicional, ao romântico e ao ultrarromântico

• Crónica de três gerações: • Afonso da Maia – lutas liberais • Pedro da Maia – romantismo • Carlos da Maia – Portugal regenerado, mas economicamente decadente

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Estudo das Personagens Com funções variadas: - Como entidade dotada de dimensão psicológica; - Como sujeito, comparsa ou testemunha de acontecimentos; - Como componente da história mais ou menos caracterizado;

- Existe um friso de personagens em Os Maias - Questão do relevo – centralidade de Carlos - Modo de caracterização; - Problemática da educação; - Representatividade social.

- O estatuto de romance de família – pág.7 - Grande amplitude cronológica – narra a evolução e a decadência de sucessivas gerações de uma família; - O objetivo é representar as condições históricas, sociais e políticas em que essa evolução se dá;

Page 3: Os Maias de Eça de Queirós - personagens

• Desde início começa a definir-se a centralidade de Carlos: quer em termos de intriga, quer em termos sociais;

• Os antecedentes da família (Afonso e Pedro) têm lugar nos dois primeiros capítulos, enquanto Carlos assume o protagonismo em toda a restante obra;

• Surgem para sustentar a presença de Carlos em Lisboa, em Outubro de 1875;

• Cenário de tipos sociais humanos e eventos; • Existem muitas personagens que povoam o espaço social e lhe dão forma;

• O espaço físico escolhido para o desenvolvimento da ação é Lisboa, aí está simbolizada toda a nação. “ Lisboa é

Portugal”;

• Lisboa, mais do que um espaço físico, é um espaço social de onde nasce a crónica de costumes;

• A crítica social é materializada em tipos sociais, representantes estereotipados de ideias, mentalidades, costumes, políticas, conceções do mundo.

Page 4: Os Maias de Eça de Queirós - personagens

Ação Níveis Crónica de costumes

Intriga

Secundária

Principal

Estrutura da intriga Secundária Personagens – Caetano, Afonso, Pedro, Maria Eduarda Runa, Maria Monforte.

Etapas – Preparação, Legitimação da intriga

principal, Naturalismo

Principal Personagens – Carlos, Maria Eduarda, Afonso,

João da Ega, Guimarães

Etapas – Preparação, consumação, desenlace

Ação dramática Temática do incesto, a presença do destino, presságios (romântico) Fábula trágica – peripécias. Reconhecimento, catástrofe

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1 - Relaciona o título e subtítulo com os níveis da estrutura interna da obra. 2 – O peso da hereditariedade é determinante na construção da personalidade? Explica, justifica e exemplifica.

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Espaço psicológico

• Relaciona-se com a vivência íntima das personagens; • N’ Os Maias é sobretudo Carlos que desvenda a sua interioridade; • Estreita relação entre o estado de espírito e a representação do cenário físico; • A presença do sonho abre também contacto com o que de mais íntimo tem a personagem • O recurso à memória é também um momento privilegiado, reforça a centralidade da personagem e o peso da

hereditariedade

• Personagens redondas – Carlos / Ega - dotados de complexidade - interpretando comportamentos inesperados; - revelando densidade psicológica.

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Afonso da Maia • Relação conflituosa com o pai, Caetano da Maia ( fidalgo, beato, doente, absolutista) • Descrê no liberalismo • Hábitos aristocráticos / bonacheirão / cosmopolita • Solidário e bondoso • Patriarca • Adepto dos ideais da liberdade/ modernidade/ ciência • Relação pouco pacífica com o pai; • Fervoroso adepto da cultura inglesa; • Casamento pouco feliz com Maria Eduarda Runa • Desejava muitos filhos – teve um • Vê frustrada a intenção de educar o filho de forma moderna • Mulher adoentada/ infeliz • Representa um esforço regenerador e criador nunca realizado • Afonso tenta arrebatar o filho, livrando-o da influência romântica, triste, conservadora, dominadora,

beata da mãe, mas Pedro não se sentia confortável longe desse espaço, o que cria frustração em Afonso. • Continua a projetar em Carlos, seu neto, este esforço de mudar, de regenerar o país através dos seus

sucessores. • Este esforço é frustrado e acaba por morrer.(676) • (página 14, 15, 17

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Maria Eduarda Runa • Romântica, triste, conservadora, dominadora, beata; • Agarrada à vida nacional. • (pág 19)

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3 - A religiosidade está associada à moral ou é apenas uma fuga à realidade? Qual o valor da religião na formação do serhumano? Responde a estas questões num texto argumentativo, onde discutas estas ideias e ilustres com exemplos de Os Maias e da tua experiência pessoal.

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Pedro da Maia . A sua caracterização segue o cânon naturalista: características psicofisiológicas, meio social e educação. . Filho único, débil e fraco; . Teve uma educação tradicional portuguesa orientada pelo padre Vasques . Privilégio do latim e da cartilha . Crises de melancolia nervosa . Temperamento nervoso e instável, abulia e passividade . Bipolar – momentos de euforia e de posterior melancolia na sequência da more da mãe. . Exagero romântico quando se apaixona; . Casa com Maria Monforte contra a vontade de Afonso; . Viaja com ela por Itália e França, regressa a Portugal, instala-se em Arroios; . A mulher foge com Tancredo e com a filha, Pedro fica com o filho e suicida-se em Benfica; . Protótipo do herói romântico. . Preconiza o peso da hereditariedade da família Runa. . Pedro constitui um prolongamento físico do temperamento da sua mãe. . Influência do romantismo torpe - vaguear pelos botequins; - boémia alternando com a imersão no ambiente beato - Suicídio – consequência de um temperamento e formação virados para a cedência e para a fuga e não para o voluntarioso encarar das crises. Página 22,23,

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Maria Monforte Negreira Pedro sublima-a Intensa vida social/ casamento/ arroios Gosto pelo luxo e pela exuberância Gravidez – sossega-a, opta por uma vida pacata Tancredo – instável, volúvel, insatisfeita, calculista, falsa Foge com Tancredo (pág. 25,26, 31

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Carlos da Maia Conhecimento prático Aprendizagem de línguas vivas Formatura em medicina Abertura, tolerância e convivência social Elegância e destreza Pendor prático Vida ao ar livre, contacto com a natureza Exercício físico Desprezo pela cartilha e pelo catecismo Educação deficiente para o meio onde irá mover-se – lisboa Falta de educação da vontade, vai falhar quando estiver entregue a si mesmo O falhanço de Carlos é grave: incesto (consciente), viola a lei moral(661/667/674) Diletantismo Romântico, apesar da educação “britânica” (cap.III – 722 e seguintes)

Eusebiozinho Conhecimento teórico Aprende latim Bacharel em Direito e depois desembargador Isolamento e intolerante Fragilidade, decadência física, cobardia Pendor católico A cartilha/ o latim Fuga à natureza e à realidade prática da vida Devoção cega Incapacidade de resolver contrariedades Debilidade física Deformação da vontade Romantismo decadente Memorização Desvalorização da criatividade e do juízo crítica O falhanço A prostituição A corrupção (a deslealdade, a falsidade, a calúnia) Cap.III, VIII(230)

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Maria Eduarda . Bela, enigmática, sedutora; . Enfoque no olhar, no passo de deusa… (pág. 160) . Encontros casuais reforçam a sua beleza e elegância (Pág. 207) . Mesmo ausente acentua a sua sedução (pág. 265) . Encontro entre ambos, repleto de indícios (´pág. 353, 354) . A revelação do seu perfil, aproxima-a de Afonso (pág 374) . Início da relação – pág.415 . Toca – pág 440 . (cap.XIV – revelação da verdadeira relação entre Maria Eduarda e Castro Gomes – pág. 487 - Juventude desordenada e passada em ambientes duvidosos; - Responsabilização da mãe para explicar a sua vida vivida ao sabor de

relacionamentos de circunstância; - Traços naturalistas – a impossibilidade da personagem fugir aos fatores materiais

que a transcendem; - Caracterização subjetiva já que é feita sob o ponto de vista da própria personagem;

Page 16: Os Maias de Eça de Queirós - personagens

- O amor é o sentimento fatal que domina o ser humano. Explora e comenta esta ideia num texto argumentativo, ilustra com a tua perspetiva pessoal e com as tuas experiências de leitura .

Page 17: Os Maias de Eça de Queirós - personagens

Ega • Boémio estudantil em Coimbra, onde impressiona tudo e todos com as suas conceções; (pág.93, 94)

• Aspeto bizarro, esgrouviado, usa monóculo;

• Dandy – na indumentária espalhafatosa; (pág. 108, 109 - 113)

• Usa monóculo;

• Amigo e confidente de Carlos – preenche o vazio que há m Carlos/ fala por ele/ sofre por ele/ aprecia em Carlos as

qualidades que não tem; (pág. 186

• Apaixonado por Raquel Cohen; (133 )

• Literato ousado, fantasioso, com grandes capacidades, mas que nunca chega a concretizar os seus planos de autor;

• “ A hebreia”; “Memórias de um átomo”; “lodaçal”

• Defesa da “nova Ideia”/ afinidades culturais com Carlos – conflito literário no Hotel central – 177 e seg.

• Sofre de arrebatamentos românticos/ – expulsão de Ega/ o álcool pág. 274 – 284 – 295

• É ele que tem a função de revelar a verdade a Maria Eduarda. ( 690- seg)

• É ele que acompanha Carlos no regresso a Lisboa.

• Alter-ego de Eça de Queirós.

Page 18: Os Maias de Eça de Queirós - personagens

O Álcool serve ao convívio social, à construção de ilusões ou é a fuga cobarde à realidade? Explora e comenta esta questão num texto argumentativo, ilustra com a tua perspetiva pessoal e com as tuas experiências de leitura.

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Friso Social

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Alencar

- Amigo de Pedro, encontra Carlos - Representante digno do romantismo (conflito literário no Hotel central 177 e seg) (pag. 162, 163, 180, 181)

Dâmaso - Alegoria dos vícios mais perniciosos que infestavam Lisboa; - Dâmaso vive fascinado por si mesmo e pelo que considere “chique a valer”; - Impõe a sua presença (pág. 181, 194, 195); - O afastamento de Carlos acentua a sua depravação moral (pág 271 - 379) - Exibicionista; - Recurso fácil à calúnia; - Vícios e degradação moral; - Representa a imoralidade; (pág. 429/431/433 - Súmula de todos os vícios : provincialismo, cobardia, gulodice, deslealdade,… - (cap. VII) - “chique a valer!”

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Conde Gouvarinho – ministro, representante político incompetente; - Oposição entre o ser e o parecer; - Falta de modéstia; - Temperamento “maçador” “pequinhento” - Relação conflituosa com a esposa; - Aliança do poder político e o poder económico ( conde e condessa) - Retórica emproada e oca - Referências culturais medíocres e visão histórica deficitária ( pág. 143, 146, 130)

Cruges – talento artístico - Pianista com uma pontinha de génio; - Moralmente correto e tímido; - Destoante no panorama nacional - Desinserido dos hábitos mundanos (pág 111)

Page 22: Os Maias de Eça de Queirós - personagens

Taveira - Ociosidade crónica; - Empregado público, funcionário do tribunal de contas (pag. 131) - Personagem com uma situação profissional definida - Vizinho de Carlos (pág. 103) - Verdadeiro dandy (pág.129)

Craft

- Formação e mentalidades britânicas; - Inglês rico e boémio, amigo de Carlos e Ega - Colecionador de bricabraque - Representa uma mentalidade diferente - Gostos e ideias semelhantes aos de Carlos - Marcado pelo contexto social – diletante/ ociosidade/ álcool - Superioridade e distanciamento em relação ao meio social em que se insere. (pág 112)

Page 23: Os Maias de Eça de Queirós - personagens

Steinbroken

- Ministro da Finlândia - Diplomata insuportavelmente maçador e inoperante; - Diplomata excêntrico - Superficialidade e as frases feitas “c’est grave” - Pág. 111, 121, 122, 123, 126

Cohen - Jacob – diretor do banco nacional - Judeu banqueiro, representante da alta finança; - Traído por Ega, escorraça-o de sua casa; - Simboliza a burguesia instalada no poder, sem possuir a inteligência e a flexibilidade mental

para compreender e analisar o mundo. - (pág.110, 131)

Palma Cavalão – jornalismo sem escrúpulos

Sousa Neto – Administração pública

Page 24: Os Maias de Eça de Queirós - personagens

A vida social é um meio, um fim ou uma consequência?

Explora e comenta esta questão num texto argumentativo, ilustra com a tua perspetiva pessoal e com as tuas experiências de leitura.

Page 25: Os Maias de Eça de Queirós - personagens

Universo Feminino

Raquel Cohen - Amante de Ega. - Protagoniza um “adultério elegante” 135 - (pág. 134, 135) “ tinha literatura e fazia frases” - Mulher fatal do romantismo - Ama o marido, é devido aos ciúmes que tem aventuras românticas (287/8) Ver 293 – Opinião de Gouvarinho sobre Raquel

Condessa Gouvarinho - Uma das amantes de Carlos (pág. 210, 211) - - Gosto pela aventura amorosa, (139, 147) (154) - Sensual, provocante, adúltera, com traços românticos (pág 302 – 305/7 - 365); - Decadência moral da aristocracia lisboeta ; - Relação conflituosa com o marido. - rompimento ( 448 – 453)

Visão da mulher Pág.403/404

Page 26: Os Maias de Eça de Queirós - personagens

1 - O peso da hereditariedade é determinante na construção da personalidade? 2 - A religiosidade está associada à moral ou é apenas uma fuga à realidade? Qual o valor da religião na formação do ser humano? 3 - O amor é o sentimento fatal que domina o ser humano.

4 - O Álcool serve ao convívio social, à construção de ilusões ou é a fuga cobarde à realidade? 5 - A vida social é um meio, um fim ou uma consequência? 6 – Existem relações proibidas por razões pessoais, por razões sociais e ainda por razões morais, no entanto elas persistem no tempo. 7 – O papel da mulher na sociedade ao longo do tempo. Elemento de ornato, de Inteligência ou funcional?

Explora e comenta esta(s) questão(ões) / afirmação num texto argumentativo, ilustra com a tua perspetiva pessoal e com as tuas experiências de leitura.