os instrumentos de avaliação da aprendizagem no contexto

110
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto do Modelo Pedagógico do Movimento da Escola Moderna Dissertação de Mestrado em Educação Pré-escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico Rita Catarina Ferreira Ferraz Trabalho Orientado por: Professor Doutor Carlos Alberto Ferreira Vila Real, 2016

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Page 1: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no

contexto do Modelo Pedagógico do Movimento da

Escola Moderna

Dissertação de Mestrado em Educação Pré-escolar e Ensino do 1ºCiclo do

Ensino Básico

Rita Catarina Ferreira Ferraz

Trabalho Orientado por:

Professor Doutor Carlos Alberto Ferreira

Vila Real, 2016

Page 2: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem

no contexto do Modelo Pedagógico do Movimento

da Escola Moderna

Dissertação de Mestrado em Educação Pré-escolar e Ensino do 1ºCiclo do

Ensino Básico

Rita Catarina Ferreira Ferraz

Trabalho Orientado por:

Professor Doutor Carlos Alberto Ferreira

Composição do Júri:

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

Vila Real, 2016

Page 3: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

“A pedagogia é feita das coisas do quotidiano, das coisas simples”

Sérgio Niza

Page 4: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto
Page 5: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

I

Agradecimentos

Apesar deste relatório de estágio ser um trabalho a nível pessoal, a sua

concretização só foi possível devido à colaboração e apoio de inúmeras pessoas.

A todos os que acompanharam este meu percurso, quero deixar os meus

agradecimentos, especialmente:

- Aos meus pais, por todo o esforço que sempre fizeram para me darem a

oportunidade de ingressar e concluir este meu percurso universitário;

- Ao meu orientador, Professor Doutor Carlos Alberto Ferreira, pela

disponibilidade, dedicação, amizade, profissionalismo, exigência e particularmente pela

paciência ao longo do desenvolvimento deste relatório;

- À Professora Olga Alves, por me abrir as portas da sua sala e por me ter confiado

parte da educação dos seus alunos, por toda a amizade, sinceridade e disponibilidade e,

principalmente, por me ter mostrado, com a sua prática, a magia do Modelo Pedagógico

do Movimento da Escola Moderna;

- À Educadora Manuela Rua Martins, pela boa disposição, por ter uma

personalidade que admiro, por toda a disponibilidade e por todo o “à vontade” em que me

deixou dentro da sua sala e com as suas crianças, sendo eu a sua primeira aluna estagiária;

- Aos meus verdadeiros amigos e ao meu namorado, por todo o apoio e amizade,

que nunca me deixaram desistir quando o meu psicológico fraquejava;

- Ao Centro Escolar das Árvores e a todas as pessoas que o fazem funcionar,

principalmente ao diretor do centro, o Professor Luís Guedes, por me ter recebido tão

bem durante os dois estágios curriculares e por toda a amizade;

- Por último, aos “meus meninos” da educação pré-escolar e do 1º CEB por me

aceitarem, por tudo o que me ensinaram, por me ajudarem a crescer pessoal e

profissionalmente e por permitirem que eu também os ajudasse a crescer.

A todos o meu mais sincero obrigada!

Page 6: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

II

Resumo

A avaliação determina o processo de ensino-aprendizagem e está presente durante

a sua realização, sendo, deste modo, entendida como instrumento regulador das práticas

pedagógicas (Pires, 1995).

O presente relatório de estágio visa apresentar e refletir sobre o trabalho

desenvolvido na prática de ensino supervisionado na educação pré-escolar e, de forma

particular, no 1ºciclo do ensino básico, uma vez que foi neste ciclo de ensino que

realizámos a prática de avaliação das aprendizagens integrada no modelo pedagógico

Movimento da Escola Moderna.

Daí que este trabalho se estruture por duas partes: na primeira é apresentado o

enquadramento teórico e normativo que orientou a prática de ensino supervisionada e na

segunda fazemos a apresentação e a reflexão sobre essa prática, de forma mais detalhada

sobre aquela relativa à avaliação das aprendizagens no contexto do modelo pedagógico

do Movimento da Escola Moderna.

Com base na investigação teórica que fundamentou a reflexão sobre a prática de

ensino supervisionado, verificou-se que os instrumentos de avaliação utilizados no

modelo pedagógico do MEM não só auxiliam como são parte fundamental para a

concretização da avaliação dos alunos no sentido de estimular a sua aprendizagem.

Palavras-Chave: Avaliação; Movimento da Escola Moderna; Instrumentos.

Page 7: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

III

Abstract

The assessment determines the teaching-learning process and is present during its

realization, being thus understood as regulatory instrument of pedagogical practices

(Pires, 1995).

This report of training course aims to present and reflect on the work developed

in the practice of supervised education in pre-school education and, in particular, in the

first cycle of basic education, as it was in this cycle of education that held the practice of

evaluation of integrated learning in the pedagogical model of Modern School Movement.

That is why this work is structured in two parts: the first are the theoretical and

normative framework that guided supervised teaching practice and in the second we do

the presentation and consideration of this practice, in more detail about that on the

assessment of learning in the context of the pedagogical model of the Modern School

movement.

Based on theoretical research that substantiate the reflection on the practice of

supervised education, it was found that the assessment tools used on the pedagogical

model of MEM not only assist as are a fundamental part for the implementation of the

evaluation of students in order to stimulate their learning.

Keywords: Evaluation; The Modern School Movement; Instruments.

Page 8: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

IV

Page 9: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

V

Índice

Agradecimentos ............................................................................................................................ I

Resumo ......................................................................................................................................... II

Abstract ....................................................................................................................................... III

Índice ............................................................................................................................................ V

Índice de tabelas ........................................................................................................................ VII

Introdução .................................................................................................................................. 10

1 Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar e Ensino Básico ........................ 12

2 Conceito de Avaliação das Aprendizagens .......................................................................... 20

3 Funções pedagógicas da Avaliação da Aprendizagem ....................................................... 23

3.1 - A Avaliação Diagnóstica ............................................................................................... 23

3.2 - A Avaliação Formativa ................................................................................................. 24

3.3 - A Avaliação Sumativa................................................................................................... 28

4 O Movimento da Escola Moderna Portuguesa e o Modelo Pedagógico ........................... 30

5 Os Instrumentos de Avaliação e de Planificação no modelo pedagógico do Movimento

da Escola Moderna .................................................................................................................... 35

5.1. O Conselho de Cooperação Educativa ......................................................................... 35

5.1.1. O Diário de Turma ............................................................................................ 37

5.1.2. O Plano Individual de Trabalho (PIT) ............................................................ 39

5.1.3. Mapa de Tarefas ................................................................................................ 42

5.1.4. O Plano Semanal e o Plano Diário ................................................................... 43

5.2. As Listas de Verificação ............................................................................................ 44

6 O Papel do Professor no Processo de Ensino e de Avaliação das Aprendizagens no

contexto do Modelo Pedagógico do Movimento da Escola Moderna ................................... 46

7 Caraterização dos Contextos de Estágio ............................................................................. 48

7.1. Caraterização do meio sociogeográfico da instituição ........................................... 48

7.2. Caraterização da instituição ..................................................................................... 49

7.3. Caraterização das Turmas ....................................................................................... 51

7.3.1. Caraterização do Grupo da Educação Pré-Escolar ....................................... 51

7.3.2. Caraterização da turma 1º ciclo ....................................................................... 53

8 Exemplos da Prática Pedagógica no Estágio ...................................................................... 57

8.1. A prática na Educação Pré-Escolar .............................................................................. 57

8.1.1. Planificação Educação Pré-Escolar ....................................................................... 58

8.1.2. Previsões Diárias ..................................................................................................... 62

8.1.3. Reflexão dias 4, 5 e 6 de maio de 2015 ................................................................... 63

Page 10: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

VI

8.2. A Prática no 1.º Ciclo do Ensino Básico ....................................................................... 65

8.2.1. Planificação 1.º Ciclo do Ensino Básico ................................................................. 66

8.2.2. Plano Semanal ......................................................................................................... 80

8.2.3. Previsões Diárias ..................................................................................................... 81

8.2.4. Reflexão dias 7 e 9 de dezembro de 2015 e dia 25 de janeiro de 2016 ................ 83

9 A prática de Avaliação das Aprendizagens no Modelo Pedagógico do MEM no contexto

de estágio do 1ºCEB .................................................................................................................. 85

Considerações Finais ................................................................................................................. 94

Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 97

Anexos ...................................................................................................................................... 103

Page 11: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

VII

Índice de tabelas

Tabela 1: Carga Horária do Jardim de Infância .......................................................................... 50

Tabela 2: Carga Horária do 1ºCEB ............................................................................................. 50

Tabela 3: Carga Horária 1ºCEB- Centro Escolar das Arvores .................................................... 50

Tabela 4: Horário da turma 3ºA .................................................................................................. 56

Page 12: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

VIII

Siglas

1.ºCEB – 1.º Ciclo do Ensino Básico

2.ºCEB – 2.º Ciclo do Ensino Básico

AEC – Atividades de Enriquecimento Curricular

AEDC – Agrupamento de Escolas Diogo Cão

AFD – Atividade Físico-Desportiva

CCE – Conselho de Cooperação Educativa

CEA – Centro Escolar das Árvores

DT – Diário de Turma

EMR – Educação Moral e Religiosa

MEM – Movimento da Escola Moderna

NEE – Necessidades Educativas Especiais

OCEPE – Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar

PAA – Plano Anual de Atividades

PE – Projeto Educativo

PIT – Plano Individual de Trabalho

TEA – Tempo de Estudo Autónomo

TEIP – Território Educativo de Intervenção Prioritária

TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação

UC – Unidade Curricular

UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Page 13: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

IX

Page 14: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

10

Introdução

Para a realização de uma prática de ensino formadora dos alunos, é necessário que

a formação inicial do professor envolva diferentes contextos. Para isso, é muito

importante a prática de ensino supervisionado, ou estágio, que constitui um “momento

essencial para que o universitário possa fazer a conexão entre teoria e prática, tornando-

se atividade relevante no que diz respeito ao desenvolvimento de competências

indispensáveis à atuação pedagógica responsável” (Barros, Silva & Vásquez, 2011,

p.510).

Visto que, quando o professor tem em conta a diversidade de alunos que tem na

sala e as suas caraterísticas individuais estes aprendem melhor (Grave-Resendes, 2002),

torna-se indispensável que se criem “estratégias pedagógicas de diferenciadas para

atender a heterogeneidade existente em qualquer grupo humano numa escola pública”

(González, 2003, p.228). Um modelo que prima pela diferenciação pedagógica é o

Modelo Pedagógico do Movimento da Escola Moderna.

As estratégias de diferenciação devem ser tidas em conta em todos os momentos

de ação que ocorrem na sala de aula, particularmente na avaliação das aprendizagens,

pois é do juízo de valor resultante desta que se decide quanto ao sucesso do aluno.

De forma a existirem informantes, numa perspetiva de avaliação formativa

continua, sobre o percurso de aprendizagem dos alunos, as suas vitórias, as suas

dificuldades, é necessário que se criem instrumentos e técnicas que auxiliem durante este

percurso (González, 2002).

Estes instrumentos vão auxiliar também os alunos a autorregularem o seu processo

de ensino-aprendizagem, realizando sucessivas autoavaliações que os irão levar a uma

tomada de consciência “crítica e clarificadora (…) dos conhecimentos e das práticas

sociais da sua construção” (Niza, 2013, p.145).

O presente relatório de estágio é, desta forma, o culminar de um trabalho realizado

no estágio pedagógico- nas unidades curriculares de estágio I e estágio II- que dizem

respeito, respetivamente, á prática de ensino supervisionado na educação pré-escolar e no

1ºciclo do ensino básico. Apesar de descrever e refletir a prática de ensino por nós

realizada nos dois níveis de ensino, neste relatório de estágio privilegiaremos a prática de

ensino no 1º ciclo do ensino básico (1º CEB), particularmente a da avaliação das

aprendizagens, que seguiu o modelo pedagógico do Movimento da Escola Moderna e

que, por isso, constituiu uma experiência de formação relevante.

Page 15: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

11

Daí que o presente relatório esteja constituído por capítulos integrados em duas

partes distintas: a primeira referente ao enquadramento teórico e normativo e a segunda

parte relativa à descrição e à reflexão da prática de ensino supervisionada na educação

pré-escolar e no 1º CEB. No enquadramento teórico fazemos uma breve referência aos

documentos normativos que orientaram a prática de estágio, abordamos o conceito de

avaliação das aprendizagens e as funções pedagógicas dessa avaliação. A seguir, fazemos

uma caraterização do Movimento da Escola Moderna e do seu modelo pedagógico, que,

como referimos orientou a nossa prática de ensino no estágio no 1º CEB. Por fim,

caraterizamos os instrumentos de planificação e de avaliação das aprendizagens usados

no modelo pedagógico do MEM.

Na segunda parte do relatório começamos por fazer uma breve caracterização dos

contextos de estágio (meio, escola e turmas) e, a seguir, fazemos a apresentação e a

reflexão sobre a nossa prática de ensino supervisionada na educação pré-escolar e, com

maior detalhe, no 1º CEB. Terminamos o relatório com a descrição e a reflexão, à luz do

enquadramento teórico delimitado, da prática de avaliação das aprendizagens realizada

no 1ºCEB, que assumiu especificidades decorrentes da implementação do modelo

pedagógico do MEM e dos instrumentos de avaliação usados nesse modelo pedagógico.

Seguem-se as considerações finais, onde fazemos uma reflexão final global sobre a

vivência nos dois estágios, destacando aquela relativa à prática de avaliação das

aprendizagens realizada.

Page 16: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

12

1 Orientações Curriculares para a Educação Pré-

Escolar e Ensino Básico

No quadro da administração centralizada concentrada que rege o sistema

educativo, atualmente Ministério da Educação, são produzidas regras formais, instruções

oficiais e outros documentos normativos, que visam orientar o processo de ensino e de

aprendizagem nos diferentes níveis e anos de escolaridade.

As Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar e as Orientações

Curriculares para o Ensino Básico são exemplos desses documentos. Estes últimos, com

o avançar do tempo, foram alvo de consecutivas reformulações e, consequentemente, os

programas e a avaliação das aprendizagens dos alunos também sofreram alterações.

A Lei nº 46/86, de 14 de outubro- Lei Base do Sistema Educativo- determina o

quadro geral que regula o sistema educativo, sistema este que é definido, no seu artigo 1º,

ponto 2, como

“o conjunto de meios pelo qual se concretiza o direito à educação, que se exprime pela

garantia de uma permanente acção formativa orientada para favorecer o

desenvolvimento global da personalidade, o progresso social e a democratização da

sociedade”

Ainda no artigo 2º, ponto 5 é estabelecido que a educação escolar deve

desenvolver o espírito democrático, crítico e criativo, criadora de cidadãos competentes,

respeitadores dos outros e dos seus ideais, que se incorporem no meio social tendo como

finalidade a sua evolução progressiva.

Mais recentemente, Ministério da Educação e Ciência publica o Decreto-Lei n.º

139/2012, de 5 de julho, que faz a revisão das estruturas curriculares dos ensinos básico

e secundário. Este normativo introduziu alterações na organização, na gestão e no

desenvolvimento do currículo dos ensinos básico e secundário, bem como na avaliação e

certificação dos conhecimentos e das capacidades desenvolvidos pelos alunos,

extensíveis às várias ofertas curriculares do ensino básico e secundário, ministradas em

estabelecimentos do ensino público, particular e cooperativo.

Page 17: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

13

Logo no preâmbulo do Decreto-Lei 139/2012, de 5 de julho, é referido que a

revisão da estrutura curricular visa “melhorar a qualidade do que se ensina e do que se

aprende”, assim como conceder autonomia pedagógica e organizativa às escolas,

valorizando também o profissionalismo e liberdade de escolha dos professores quanto às

metodologias a adotar.

No artigo 2º, ponto 1, o currículo é definido como “o conjunto de conteúdos e

objetivos que, devidamente articulados, constituem a base da organização do ensino e da

avaliação do desempenho dos alunos”. Segundo Pacheco (2012, p.3), esta definição situa-

se perante uma visão tyleriana, pois “define como ponto de partida os objetivos e como

ponto de chegada os resultados”.

Com a publicação deste decreto são reformuladas as ofertas formativas em todos

os níveis de ensino. Também se reorganizam os currículos básicos e secundários visando

a promoção do sucesso escolar e da distribuição da carga horária.

Na organização do currículo no ensino básico, este normativo no artigo 8.º, ponto

2, aprova as matrizes dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e refere que estas integram

as “áreas disciplinares e disciplinas”, a “carga horária semanal mínima de cada uma das

disciplinas” e ainda a “carga horária total a cumprir”. O ponto 3 do mesmo artigo, refere

que o desenvolvimento disciplinar no 1.º ciclo é da responsabilidade do docente titular da

turma e que nos restantes ciclos é da responsabilidade do conselho de turma. O ponto 4

do mesmo artigo menciona, contudo, que os programas e metas curriculares dos três

ciclos são homologados pelo governo.

No que respeita à avaliação das aprendizagens, o artigo 23º, ponto 1, é referido

que a avaliação constitui um processo regulador, orientador e certificador do percurso

escolar dos alunos. Esta avaliação incide nos conhecimentos e capacidades definidos nas

metas curriculares e nos programas, como se pode verificar no ponto 2 do artigo indicado:

“a melhoria do ensino através da verificação dos conhecimentos adquiridos e das

capacidades desenvolvidas nos alunos e da aferição do grau de cumprimento das

metas curriculares globalmente fixadas para os níveis de ensino básico e secundário”.

Já no ponto 4 do artigo 23º lê-se que a finalidade da avaliação da aprendizagem é

“conhecer o estado do ensino, retificar procedimentos e reajustar o ensino das diversas

disciplinas aos objetivos curriculares fixados”.

Page 18: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

14

No que diz respeito à avaliação diagnóstica, no artigo 24º, ponto 2, é mencionado

que “é realizada no início do ano letivo, ou sempre que oportuno, para estabelecer

estratégias de diferenciação pedagógica que possibilitem a superação das dificuldades dos

alunos, facilitando, deste modo, a sua integração escolar e o apoio à orientação escolar e

vocacional”. No artigo 25.º, no ponto 2 é referido que esta avaliação vai muito de “visa

facilitar a integração escolar do aluno, apoiando a orientação escolar e vocacional e o

reajustamento de estratégias de ensino”.

No normativo em análise é referida a avaliação formativa como sendo continua e

sistemática e que tem como finalidade obter informação sobre o desenvolvimento da

aprendizagem de modo a adaptar e formular estratégias de ensino adequadas. No artigo

25º ponto 3, é indicado que esta avaliação formativa visa a criação de “medidas

pedagógicas adequadas às características dos alunos e à aprendizagem a desenvolver”.

A avaliação sumativa é apresentada, no artigo 26.º, ponto 1, como sendo aquela

em que traduz “um juízo global sobre a aprendizagem realizada pelos alunos, tendo como

objetivos a classificação e certificação”. Está prevista a avaliação sumativa interna e outra

externa. A avaliação sumativa interna é aquela realizada no âmbito de cada disciplina

pelo professor, já a externa é concretizada por exames nacionais a português e a

matemática no último ano dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico. O artigo 25º ponto 4,

indica a avaliação sumativa como sendo aquela que permite a decisão de o aluno progredir

na escolarização, de retenção ou reorientação do seu percurso de aprendizagem.

Um ano depois, o Ministério da Educação e Ciência, apresenta uma adenda ao

Decreto-Lei 139/2012, através do Decreto-Lei 91/2013, de 10 de julho, com

reformulações nos artigos 2.º, 8.º, 9.º, 12.º, 13.º, 14.º, 26.º, 29.º do Decreto-Lei nº

139/2012. Estas alterações incidem, no que ao 1º ciclo do ensino básico diz respeito, na

mudança da designação de áreas disciplinares para disciplinas e no inglês ser uma

disciplina de oferta complementar. Mantém-se, contudo, a obrigatoriedade de, no 4º ano

de escolaridade, nas disciplinas de matemática e português, a avaliação ser classificadora.

Ainda é indicado que a formação de oferta complementar tem de abranger a área da

cidadania e que é obrigatória a frequência do apoio ao estudo.

Quanto às Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (OCEPE), estas

foram aprovadas pelo Despacho n.º 5220/97, de 4 de agosto.

Foi em consonância com a Lei n.º 5/97, de 10 de fevereiro (Lei Quadro da

Educação Pré-Escolar) que se organizam as orientações curriculares para a educação pré-

escolar e, de acordo com esta, no artigo 2.º, ponto 1, “ a educação pré-escolar é a primeira

Page 19: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

15

etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida”. Ainda neste

normativo, no artigo 3.º, ponto 1, completa esta realidade, afirmando que a educação pré-

escolar se “destina às crianças com idades compreendidas entre os 3 anos de idade e a

idade de ingresso no ensino básico”.

No artigo 10.º, alínea c) do mesmo normativo é referido que a educação pré-

escolar contribui “para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso

da aprendizagem”.

As OCEPE pretendem que sejam fomentadas condições para que se desenvolvam

competências pedagógicas, morais e sociais, tendo em vista a formação e evolução

equilibrada no processo de aprendizagem das crianças e no seu sucesso na etapa seguinte.

Estas orientações também integram um conjunto de princípios que pretendem apoiar o

educador nas decisões da sua prática.

É nas OCEPE que se encontram as áreas de conteúdo definidas como “âmbitos de

saber, com uma estrutura própria e com pertinência sócio-cultural, que incluem diferentes

tipos de aprendizagens, não apenas conhecimentos, mas também atitudes e saber-fazer”

(Ministério da Educação, 1997, p.47). Estas áreas surgem de modo a que a criança realize

atividades que estimulem o seu desejo de transformação, criação e exploração. As áreas

de conteúdo inerentes á educação pré-escolar são, segundo o Ministério da Educação

(1997), três: a formação pessoal e social, expressão e comunicação, e o conhecimento

do mundo.

Com a área de formação pessoal e social pretende-se o desenvolvimento social

e moral, promovendo o bem-estar e a autoestima das crianças. Pretende-se, do mesmo

modo, o desenvolvimento da identidade individual, para se a criança reconheça as suas

caraterísticas, capacidades e limitações. É considerada uma área transversal às outras

áreas curriculares, assim como é considerada uma área integradora. É transversal pois

deve contribuir para a aquisição de atitudes e valores de solidariedade e integradora uma

vez que serve de base para as outras áreas. Possibilita a interação de valores que não se

ensinam mas, têm antes, que de ser vivenciados para serem adquiridos. A partir da

construção desta autonomia, a criança começa a perceber e aceitar as suas

responsabilidades, o que irá facilitar a integração no meio onde se encontra. Com a

aquisição destas competências, a criança passa a ter uma participação democrática que

auxilia à consciencialização dos valores mencionados anteriormente, levando a que esta

Page 20: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

16

expresse em atitudes de compressão e tolerância. A consciencialização e interiorização

destes valores, fomenta uma educação para a cidadania.

Com a área da expressão e comunicação pretende-se que os desenvolvimentos

psicológicos, motor e simbólico se relacionem determinando “a compreensão e o

progressivo domínio de diferentes formas de linguagem” (Ministério da Educação, 1997,

p.56). Esta área inclui o domínio das expressões motora, dramática, plástica e musical.

A expressão motora destina-se ao desenvolvimento da motricidade global da criança,

incluindo a motricidade fina, visando o domínio e a utilização do seu corpo no espaço; a

expressão dramática “é um meio de descoberta de si e do outro, de afirmação de si próprio

na relação com o(s) outro(s) que corresponde a uma forma de se apropriar de situações

sociais” (Ministério da Educação, 1997, p.59); a expressão dramática “é um meio de

descoberta e de afirmação de si em relação com os outros” (Ministério da Educação, 1997,

p.59). Esta descoberta é potencializada por atividades de jogo simbólico, incitadas pelo

educador, onde diferentes materiais permitem criar situações do dia-a-dia. Quando o

educador assim o entender, pode passar-se a atividades de dramatização mais complexas,

onde as crianças já têm que deter um domínio significativo dos seus movimentos e

linguagens; a expressão plástica envolve um elevado controlo da motricidade fina,

valorizando a exploração de materiais e instrumentos relacionados com a expressão

plástica; a expressão musical visa a exploração de diversos ritmos e sons, onde a criança

aprende a ouvir, identificar e reproduzi-los; a expressão musical “assenta num trabalho

de exploração de sons e ritmos, que a criança produz e explora espontaneamente”

(Ministério da Educação, 1997, p.63). Este domínio das expressões está relacionada com

a educação musical e com as bases desta: escutar sons e ruídos da natureza, cantar para

enriquecer a linguagem e formas de ritmo, dançar de forma a ligar o ritmo com a

expressão motora, tocar para, por exemplo, acompanhar o canto e a dança em atividades

e, por fim, criar instrumentos e jogos de sons, podendo relaciona-los com a expressão

plástica. Outro domínio que a área de Expressão e Comunicação inclui é o domínio da

linguagem oral e abordagem à escrita, com o qual se pretende o desenvolvimento da

linguagem oral e a sensibilização da criança para a escrita. A aquisição da linguagem oral

deve dar-se num clima onde o educador fomente o diálogo, nunca repreendendo as

crianças com mais dificuldades, para que o grupo tenha interesse em comunicar. A

comunicação não verbal pode ser um grande auxilio da linguagem oral, o que implica que

seja trabalhada a partir da exploração de movimentos representativos da linguagem. A

sensibilização para a linguagem escrita deve ser feita num clima onde o educador crie

Page 21: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

17

condições para a criança imitar a escrita, de modo a que esta se familiarize com esse

código de linguagem. Esta imitação de escrita pode ser feita a partir de desenhos ou de

tentativas de escrita do seu nome. Como instrumento fundamental neste contacto com a

escrita encontramos os livros e como momento complementar a este contacto encontra-

se o modo como o educador partilha a leitura destes. O tipo de livros e as suas leituras

devem ser variados de modo a incentivar o interesse das crianças. É neste domínio que se

referenciam as novas tecnologias uma vez que são “formas de linguagem com que a

criança contacta diariamente” (Ministério da Educação, 1997, p.72). Tanto os meios

audiovisuais como os meios informáticos são verdadeiros transmissores de conteúdos, de

culturas diferentes. A educação para os média deve trabalhar-se aqui, de modo a estimular

uma atitude crítica nos alunos face a este meios. Por fim o domínio da matemática, no

qual “cabe ao educador partir de situações do quotidiano para excitar o pensamento

lógico-matemático” (Ministério da Educação, 1997, p.73). A estimulação do pensamento

lógico-matemático passa por criar situações onde se adquiram as noções matemáticas de

número, formar conjuntos, encontrar e formar padrões, pesar, seriar e ordenar, medir.

Estas noções são intensificadas pela organização que se dá ao grupo, num determinado

momento de vivência num tempo e num espaço concretos. Para além da recriação de

situações do quotidiano, podem ser utilizados materiais autocorretivos, como cubos e

“leggos”, que “permitem a organização por cor, forma e tamanho” (Ministério da

Educação, 1997, p.75). Também jogos como puzzles e dominós auxiliam na

interiorização de diferenças, semelhanças e complementaridade.

Com a área do conhecimento do mundo pretende-se despertar nas crianças a

curiosidade através de momentos de “descoberta e de exploração do mundo” (Ministério

da Educação, 1997, p.79), o que é fomentado pelas relações com as outras áreas. As

noções, as relações e os saberes sobre o meio envolvente deverão consideradas na

educação pré-escolar. Nesta área são tratados temas e conteúdos das várias ciências

relativos a fenómenos do meio físico e social que possibilitem a sua compreensão pela

criança e, dessa forma, a sua integração no meio de que faz parte. A sensibilização para

o conhecimento científico deve partir dos interesses das crianças sobre os fenómenos do

meio físico e social. Como foi mencionado, logo no início, onde se tratou a área da

formação pessoal e social como uma área transversal, aqui evidencia-se essa

transversalidade, com o aprofundamento de temas como educação ambiental, onde se

inclui cuidados a ter na preservação do meio ambiente, e na educação para a saúde, onde

se tratam assuntos de saúde e higiene.

Page 22: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

18

Baseadas nas OCEPE, surgiram as Metas de Aprendizagem finais para a educação

pré-escolar que estão estruturadas segundo áreas de conteúdo, e que têm como finalidade

clarificar as condições base para o sucesso escolar. Estas metas são um instrumento que

auxiliam os docentes do 1.º ano de escolaridade a fazerem o levanto do nível de

desenvolvimento em que as crianças se encontram.

Relativamente à organização e gestão curricular na educação pré-escolar, no

artigo 12.º, ponto 1, da Lei n.º 5/97, é referido que os estabelecimentos de ensino devem

exercer horários que permitam a realização de atividades pedagógicas.

Segundo a circular n.º 17/DSDC/DEPEB/2007, cabe ao educador examinar “os

objectivos gerais enunciados na Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar”, “a organização

do ambiente educativo”, “as áreas de conteúdo definidas nas OCEPE” e “a continuidade

e a intencionalidade educativas”.

Nesta circular, é referido que o educador deve participar não só na construção do

projeto educativo da instituição, como no projeto curricular do estabelecimento para,

deste modo, elaborar o projeto curricular de grupo. O projeto curricular de grupo deve ir

ao encontro das linhas orientadoras dos dois projetos anteriormente referidos e também

das caraterísticas e necessidades do grupo.

Como a educação pré-escolar é completiva com a ação educativa da família,

segundo o Despacho n.º 5220/97, de 4 de agosto, a família também deve participar na

construção tanto do projeto curricular do estabelecimento como do projeto curricular de

grupo.

Ainda neste normativo, é referido que ao educador pressupõe: observar cada

criança e o grupo; planear o processo educativo; concretizar ações intencionais

educativas; tomar consciência do processo educativo e dos seus efeitos para avaliar;

retirar conhecimentos de cada criança e do grupo para comunicar e trocar informações

com outros educadores; e, por fim, articular o processo educativo entre a entrada na

educação pré-escolar com a entrada na educação obrigatória.

A circular nº.: 4 /DGIDC/DSDC/2011, refere que a avaliação na educação pré-

escolar deve abranger uma conceção maioritariamente formativa desenvolvendo

“um processo contínuo e interpretativo que procura tornar a criança protagonista da

sua aprendizagem, de modo a que vá tomando consciência do que já conseguiu, das

dificuldades que vai tendo e como as vai ultrapassando”

Page 23: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

19

De acordo com o Decreto-Lei 241/2001, de 30 de agosto, artigo 3º, ponto 3(e),

onde se define o perfil geral de desempenho profissional do educador de infância e do

professor dos ensinos básico e secundário, o educador “avalia, numa perspectiva

formativa, a sua intervenção, o ambiente e os processos educativos adoptados, bem como

o desenvolvimento e as aprendizagens de cada criança e do grupo”.

Page 24: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

20

2 Conceito de Avaliação das Aprendizagens

Ao longo dos tempos a avaliação das aprendizagens foi assumindo diferentes

conceções e práticas (Mendes, 2005), sendo difícil encontrar um único conceito (Pacheco,

1995). A avaliação das aprendizagens é uma atividade natural, muitas vezes praticada

inconscientemente, podendo ser formal ou informal, mas que é de extrema importante

que se realize diariamente (Rea-Dickins & Germaine, 1992).

Para Pacheco (1995) a avaliação das aprendizagens é um processo de recolha e

análise de informações sobre as aprendizagens, do qual resulta um juízo de valor que se

exprime de diferentes formas.

No mesmo sentido, Ferreira (2009, p.146) diz que “entende-se a avaliação como

processo de recolha e de análise de informações, a partir de um referente, traduzido em

critérios ou em normas de avaliação”. Avaliar é relacionar um referido, o que é aprendido,

com um referente, o objetivo a atingir, os critérios de avaliação, resultando numa

valoração (Ferreira, 2007; Lesne, 1984).

Atualmente, a avaliação da aprendizagem faz parte do processo de ensino e de

aprendizagem, estando nele integrada (Zabalza, 1998; Ferreira, 2007). Segundo Mendes

(2005, p.5), passou a considerar-se a avaliação como um “elemento essencial para a

melhoria das práticas pedagógicas” pelo que foi ultrapassada a ideia que a avaliação é um

“processo exterior e posterior ao processo de ensino-aprendizagem”.

Quando se realiza a avaliação da aprendizagem é importante que se explicitem os

critérios que estão a ser utilizados (Rea-Dickins & Germaine, 1992). Assim, a avaliação

das aprendizagens deve ser realizada em cooperação entre os alunos e entre os alunos e o

professor, por ser uma modalidade bastante complexa e de elevada carga moral (Mendez,

2005).

Deste modo, cabe ao professor esclarecer os processos de avaliação que utiliza

aos alunos e encarregados de educação para que estes participem ativamente nesse

processo, (Pacheco, 1998), mas também decidir qual o caminho a seguir para

desemprenhar corretamente esses processos durante a sua prática.

Page 25: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

21

Na educação escolar o ato de avaliar compreende funções e finalidades, nunca

perdendo de vista que o aluno é sempre o centro de toda a atenção, quer seja antes, quer

seja durante ou após o ato avaliativo (Ferreira, 2007).

A avaliação das aprendizagens prevê diversos jogos com diferentes lógicas

(Pacheco, 1998) tais como o de intercâmbio conflitual no diálogo social entre os

diferentes intervenientes no processo de ensino-aprendizagem, o de ajuda à aprendizagem

na turma e o de orientação na articulação entre a escola e a sociedade. Para Perrenoud

(1992 cit por Santana 1998, p.11) “mudar a avaliação significa provavelmente mudar a

escola, (…) significa transformar consideravelmente as regras do jogo dentro da sala de

aula”.

Atualmente a avaliação “começa a estar mais preocupada com as questões práticas

relacionadas com a regulação e o aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem”

(Ferreira, 2009, p.147), para além de medir, facilitar e ajudar a relação professor-aluno

(Mendes, 2005).

A prática da avaliação das aprendizagens inclui três etapas: a primeira é a fase de

recolha de informação sobre as aprendizagens dos alunos; a segunda é a fase da análise

da informação recolhida sobre as aprendizagens dos alunos em comparação com o

referente; e, por fim, a elaboração de um juízo de valor exprimido de forma qualitativa

ou quantitativa, dependendo da finalidade e da modalidade da avaliação que se pratica

(Ferreira, 2007).

Zabalza (1998) confere à avaliação a função de facilitadora de recolha de

informação, visto que a partir desta tanto o professor como os alunos apercebem-se do

que é preciso e do que falta para atingir os objetivos, o que é preciso mudar no processo

de aprendizagem. Já Méndez (2001 cit por Ferreira 2007) afirma que esta tem a função

de regular o processo de ensino-aprendizagem. Mas Alves (2001 cit por Ferreira 2007,

p.18) diz que a função da avaliação é a da “formação global dos alunos, a sua integração

na sociedade e a preparação para o mercado de trabalho”.

Podemos, contudo, afirmar que são quatro as funções exercidas pela avaliação das

aprendizagens: a função pedagógica, a função social, a função de controlo e a função

crítica (Pacheco, 1995).

A função pedagógica é a mais visível uma vez que é através desta que os

discentes são hierarquizados de acordo com o seu mérito (Ferreira, 2007). Esta é a única

das quatro funções que apresenta dimensões identificadas por Pacheco (1995): a

dimensão pessoal porque a avaliação da aprendizagem destina-se a informar alunos e

Page 26: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

22

professores sobre os percursos de aprendizagem dos primeiros; dimensão didática dado

que é através da avaliação da aprendizagem que se regulam e certificam as aprendizagens

dos alunos; dimensão curricular porque através do diagnóstico possibilitado pela

avaliação é possível a elaboração de planos individuais de trabalho, gerindo os conteúdos

programáticos em função das necessidades de cada aluno; dimensão educativa já que é

através da avaliação da aprendizagem que é possível verificar a qualidade do sistema

educativo.

A função social traduz-se pela “certificação das aprendizagens feitas pelos alunos

no processo de escolarização” (Ferreira, 2007, p.19), ou seja, é através da avaliação que

se verifica se os alunos realizaram as aprendizagens exigidas socialmente. Esta

certificação leva ao enaltecimento dos alunos que adquirem as aprendizagens (Pacheco,

1995), fazendo com que desde cedo se criem situações de desigualdade perante estes,

associadas a formas de poder (Ferreira, 2007).

A função de controlo exercida pelo professor de modo a controlar a turma e o

trabalho por ela realizado, com a finalidade de manter um clima favorável ao processo de

ensino-aprendizagem e criar as condições pedagógicas necessárias para o sucesso escolar.

Por fim, a função crítica que se efetua no decorrer do processo de ensino-

aprendizagem, através da autoavaliação, analisando o desenvolvimento curricular e os

processos de avaliação, com a finalidade da sua melhoria.

Page 27: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

23

3 Funções pedagógicas da Avaliação da Aprendizagem

Sendo a avaliação entendida “como uma ação pedagógica necessária para a

qualidade do processo de enino-aprendizagem” (Santos, 2006, p.2), são as suas funções

e finalidades que distinguem os procedimentos da avaliação da aprendizagem (Ferreira,

2007).

Tradicionalmente têm sido identificadas três funções pedagógicas da avaliação

das aprendizagens: a função diagnóstica, a função formativa e a função sumativa

(Ferreira, 2007). Estas funções são “concretizadas em diversos momentos, antes, durante

e depois do processo de aprendizagem” (Ferreira, 2009, p.147) possibilitando a tomada

de decisões diferentes (Ferreira, 2009).

Estas funções da avaliação não deviam ser aplicadas separadamente, mas antes

reciprocamente (Santos, 2006).

3.1 - A Avaliação Diagnóstica

A avaliação diagnóstica ocorro antes do processo de ensino e de aprendizagem,

permitindo recolher e analisar informações sobre os pré-requisitos dos alunos necessários

para iniciar novas aprendizagens (Ferreira, 2009). Esta modalidade corresponde à

avaliação inicial, que se pode efetuar no início do ano letivo ou em momentos mais

particulares como no inico de uma aula, de uma unidade de conteúdos ou dos períodos

letivos (Pacheco, 1995).

Esta avaliação deve ser sistemática já que permite ao professor adequar a sua ação

pedagógica ao ponto de partida de cada aluno, por forma a criar condições iniciais que

proporcionem a aprendizagem dos seus alunos (Barbosa, 2008). Neste sentido, Santos

(2006, p.2) afirma que a avaliação diagnóstica “só terá sentido se estiver referida como

ação inicial do processo didático-pedagógico que serve para apontar o caminho a ser

seguido no processo de ensino-aprendizagem”.

Trata-te se uma avaliação que tem como objetivos verificar o domínio dos pré-

requisitos dos alunos, dos seus conhecimentos prévios e permite, ainda, clarificar os seus

Page 28: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

24

interesses, aptidões, personalidades, a sua disposição para aprender e ainda determinar

em que fase do processo de aprendizagem os alunos se encontram (Ferreira, 2007).

Haydt (2002 cit por Santos, 2006, p.2) segue esta linha de pensamento

acrescentado que esta função da avaliação também é utilizada para “estimar possíveis

problemas de aprendizagens e suas causas”. Permite, ainda, aprofundar dificuldades que

possam ocorrer no decorrer do processo de ensino-aprendizagem (Ferreira, 2007).

Mesmo tendo diferentes objetivos, a principal finalidade desta avaliação é

“determinar o grau de preparação do aluno” (Ferreira, 2007, p.24) antes de iniciar as

novas aprendizagens.

É através do diagnóstico que o professor pode tomar decisões relativas à

planificação da ação didática, uma vez que a avaliação diagnóstica facilita esta

planificação, especialmente quando é realizada em conjunto com os alunos (Ferreira,

2007), “com vista à criação de condições que favoreçam e facilitem a construção das suas

aprendizagens significativas” (Ferreira, 2007, p.25).

3.2 - A Avaliação Formativa

A avaliação formativa é uma prática dinâmica, relacionada com o ensino

individualizado que faz parte da pedagogia para a mestria com o objetivo de conceber

situações e estratégias que conduzam o maior numero possível de alunos ao sucesso

escolar (Pacheco, 1998). É perante esta perspetiva que a avaliação formativa é

entendida como “uma estratégia de democratização e de recusa ao insucesso escolar e às

desigualdades na educação escolar” (Allal, 1988; Perrenoud, 1988 cit por Ferreira, 2007,

p.57).

Neste âmbito, Ferreira (2009) reconhece que esta avaliação está inserida no

processo de ensino e de aprendizagem, destinando-se à recolha e análise de informação

sobre o percurso dos alunos e a regulação do processo de ensino e de aprendizagem. Esta

regulação é a principal função da avaliação formativa (Fernandes, 2008; Ferreira, 2007).

Assim, a prática da avaliação formativa é “uma autêntica metodologia para melhor

ensinar e aprender” (Barreira, Boavida & Araújo, 2006 cit por Ferreira, 2009, p.148),

visto que fornece feedback imediato para a regulação do processo de ensino e de

aprendizagem e que possibilita, também de imediato, detetar os erros para posteriores

remediações (Pacheco, 1995).

Page 29: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

25

Segundo Perrenoud (1992 cit por Mendes, 2005, p.11) “a avaliação formativa

coloca à disposição do professor informações mais precisas, mais qualitativas, sobre os

processos de aprendizagem, as atitudes e as aquisições dos alunos”, estando direcionada

principalmente para a gestão das aprendizagens dos alunos (Brain, 1988 cit por Mendes,

2005).

Numa perspetiva formadora do aluno e do professor, a avaliação formativa traduz-

se numa prática de descrição e de compreensão dos processos de aprendizagem dos alunos

para a utilização de ações corretivas de ajuda e orientação (Pacheco, 1998). Carateriza-

se, assim, por incidir sobre o processo de ensino e aprendizagem e não nos resultados ou

produtos deste, proporcionando a tomada de consciência das evoluções dos alunos e das

suas dificuldades no momento em que ocorrem (Ferreira, 2007). Isto permite que se possa

intervir momentaneamente com estratégias que reforcem os êxitos e que ajudem à

superação das dificuldades de aprendizagem (Ferreira, 2009).

As reflexões e as regulações são realizadas tanto pelos alunos como pelos

professores, o que, por vezes, acontece em conjunto e, quando esta acontece em conjunto

há mais probabilidade de se atingir os objetivos planeados (Ferreira, 2007). Desta forma,

as reflexões e as regulações conjuntas nunca perdem de vista o cumprimento dos

objetivos, muito pelo contrário, o que permite “enriquecer o desenvolvimentos do[s]

aluno[s] e do[s] professore[s]” (Ferreira, 2007, p.61).

Incidindo sobre os processos de aprendizagem dos alunos, na prática da avaliação

formativa não se pune ou sanciona os erros alunos, porque estes são considerados como

fazendo parte do processo de aprendizagem (Pinto & Santos, 2006).

A avaliação formativa é realizada com três funções: informar, dar feedback e

regular o processo de ensino e de aprendizagem (Barreira, Boavida & Araújo, 2006;

Ferreira, 2007). A função de informação consiste em informar o professor, o aluno e o

seu encarregado de educação sobre o percurso de aprendizagem. Já o feedback consiste

na informação proporcionada ao aluno logo após a recolha e a análise de informações

sobre os êxitos e sobre as dificuldades que o aluno tem que ultrapassar. Por fim, a função

de regulação traduz-se no ajustamento intencional da ação pedagógica às diferentes

necessidades dos alunos.

Das três funções acima descritas Sadler (1989, 1998 cit por Fernandes, 2008,

p.353) considera a principal a do feedback “pois é através dele que os professores

comunicam aos alunos o seu estado em relação às aprendizagens e as orientações que,

supostamente, os ajudarão a ultrapassar eventuais dificuldades”. Já Hadji (2001, p.20)

Page 30: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

26

considera a função de informação como a principal função da avaliação formativa, porque

“a partir do momento em que informa, ela é formativa, quer seja instrumentada ou não,

acidental ou deliberada, quantitativa ou qualitativa”, embora não seja necessária nenhuma

metodologia padrão para a avaliação ser formativa (Ferreira, 2007).

Tendo como referencias estas funções, Pacheco (1995) identifica os seguintes

pressupostos da avaliação formativa: a individualização do ensino, a compensação

educativa e uma conceção de ensino e de aprendizagem. O pressuposto da

individualização do ensino consiste em implementar um ensino diferenciado na sala de

aula, que leva a que a formulação de objetivos e a avaliação sejam adaptadas aos alunos.

Desta forma entende-se que a avaliação formativa é um

“instrumento de ajuda ao aluno, que o consciencializa para as dificuldades e para os

percursos alternativos (…) requerendo do professor a recolha de dados e por parte do

aluno uma auto-avaliação constante e motivadora” (Pacheco, 1995, p.110)

Já a compensação educativa consiste na ideia da “existência de diferentes ritmos de

aprendizagem e de que o processo de aprendizagem é individual” (Ferreira, 2007, p.73)

sendo necessário identificar estratégias para o sucesso dos alunos. A compensação

educativa aplica-se com programas de remediação- tarefas de apoio à superação de

dificuldades de modo a alcançar os objetivos- e com programas de enriquecimento- apoio

aos alunos que estão num nível de desenvolvimento mais avançado (Pacheco, 1995). Uma

vez que as estratégias de avaliação diferem entre professores, será difícil existir uma única

conceção de ensino e de aprendizagem (Pacheco, 1995). Assim sendo, para a avaliação,

o ensino e a aprendizagem devem construir-se novas conceções apesar das dificuldades

que a tradição coloca, onde o ensino não seja transmissor mas sim orientador e onde a

aprendizagem dos conteúdos seja transmitida com uma atitude positiva para que se torne

significativa em relação à estrutura interna (Pacheco, 1995).

Inspirada nas teorias socioculturais e socioconstrutivistas, Fernandes (2008) refere

que a avaliação em causa deve ser simultaneamente formativa e formadora de modo a

que os alunos, como principais protagonistas de todo o processo de ensino e de

aprendizagem, regulem autonomamente esse processo (Mendes, 2005). A avaliação

formativa deverá ter uma dimensão formadora, visto que, nesta última, a regulação é

garantida pelo aluno, enquanto a primeira diz respeito às estratégias pedagógicas do

professor (Abrecht, 1994), fazendo da avaliação das aprendizagens um processo

Page 31: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

27

conjunto. Mas não é possível que se realize uma avaliação formadora sem se criarem

sistemas de diferenciação (Santana, 1998), diferenciação esta que Niza (2000) afirma ser

um direito de qualquer aluno.

São duas as estratégias de aplicação da avaliação formativa identificadas por Allal

(1986) distingue duas: a avaliação formativa pontual de regulação retroativa e a avaliação

formativa contínua de regulação interativa.

A avaliação formativa pontual enquadra-se numa perspetiva behaviorista,

fundamentada na pedagogia por objetivos do domínio cognitivo (Allal, 1986; Ferreira,

2007). Esta estratégia realiza-se após períodos curtos do processo de ensino e de

aprendizagem, com recurso a controlos escritos, de modo a verificar se os objetivos foram

atingidos (Ferreira, 2009). Os controlos escritos consistem na aplicação de fichas/testes

formativos, permitindo ao professor verificar se os objetivos foram alcançados ou não,

tornando a avaliação formativa pontual (Ferreira, 2007). Após esta verificação realizada

pelo docente do comprimento ou não dos objetivos, realiza-se uma retroação aos objetivos

não alcançados (Allal, 1986). Esta retroação é concebida através de estratégias corretivas

tais como: “repetição dos conteúdos pelo professor, resolução de mais exercícios pelos

alunos, estudo suplementar e trabalho em pequenos grupos” (Ferreira, 2009, p.148) que

têm a finalidade de superação de dificuldades, de modo a alcançar os objetivos que não

tinham sido alcançados (Ferreira, 2009). Estas estratégias que o professor concebe para a

erradicação das dificuldades traduzem-se na regulação retroativa (Ferreira, 2007).

Contudo, esta modalidade da avaliação formativa pontual apresenta as seguintes

limitações sugeridas por Allal (1986):: a avaliação formativa pontual apenas se realizar

no final do processo de ensino-aprendizagem; as estratégias aplicadas pelos alunos não

serem percetíveis ao professor durante as aprendizagens; as estratégias corretivas,

anteriormente mencionadas, que não são apropriadas para as aprendizagens de atitudes e

valores.

Já numa perspetiva cognitiva, a avaliação formativa contínua baseia-se na

pedagogia pela descoberta e nas teorias de Piaget (Allal, 1986). Esta estratégia

desencadeia-se por observação dos alunos durante a realização das tarefas de

aprendizagem (Allal, 1986), ou seja durante o processo de aprendizagem, com a

finalidade de recolher, analisar e interpretar continuamente as informações sobre o

processo de ensino-aprendizagem (Ferreira, 2007). Por se desencadear durante o processo

de aprendizagem, esta depende das observações que o docente realiza dos seus alunos,

com recurso a listas de verificação e/ou grelhas de observações, onde o professor possa

Page 32: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

28

fazer registos descritivos (Ferreira, 2007). Quando esta observação não é possível, o

professor pode recorrer “a fichas de trabalho que permitam evidenciar as estratégias

utilizadas pelos alunos durante a realização de determinadas tarefas” (Ferreira, 2007,

p.95), recorrendo, neste caso, a uma modalidade mista tal como propostas por Allal

(1986).

Permitindo a avaliação formativa identificar as dificuldades no momento em que

surgem, também possibilita compreender as suas causas através de uma entrevista

realizada ao aluno (Allal, 1986). Através dessa entrevista, o professor tem de obter

informações sobre os raciocínios do alunos para os relacionar com as caraterísticas das

tarefas. A partir do diagnóstico elaborado, o professor negoceia com o aluno uma

estratégia de ensino e de aprendizagem individualizada, porque ajustada à dificuldade e

ao que a motivou, numa perspetiva de regulação interativa (Allal, 1986).

Deste modo a avaliação formativa ajuda a compreender o que os alunos sabem de

forma independente e o que ainda necessitam de praticar (Barbosa,2008). Com a prática

desta modalidade da avaliação os alunos a desenvolvem-se cognitiva e emocionalmente,

“[formando-se] cidadãos reflexivos, autônomos, críticos, capaz de viver e conviver,

participando e interagindo num mundo em permanente mudança e evolução” (Barbosa,

2008, p.6).

3.3 - A Avaliação Sumativa

Ao invés de se realizar durante o processo de ensino e de aprendizagem como

acontece com a avaliação formativa, a avaliação sumativa ocorre no final desse processo

(Fernandes, 2008).

Esta função pedagógica da avaliação da aprendizagem é o suporte do sistema

escolar (Pacheco, 1998), já que exprime para o exterior, segundo juízos de valor final e

global (Ferreira, 2009), “o posicionamento do aluno numa escala” (Ferreira, 2009, p.149),

através da atribuição de notas. Hierarquizam-se os alunos através de notas de uma escala

de classificação (Pacheco, 1998) sendo estas produzidas através da comparação dos

resultados dos alunos com os critérios normativos e dos resultados dos alunos entre si

(Ferreira, 2009).

A hierarquização dos alunos com as classificações de cordo com as aprendizagens

realizadas e medidas, torna-se a principal finalidade da avaliação sumativa (Ferreira,

2009) “medindo unicamente a prestação dos alunos numa perspectiva de sucesso ou

Page 33: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

29

insucesso” (Pacheco, 1998, p.119). É através da nota que se tomam decisões de aprovação

ou reprovação dos alunos (Ferreira, 2009).

Devido a esta comparação, valoração, repetição, aprovação e seleção, tanto de

resultados como de alunos relativamente ao processo de aprendizagem que esta avaliação

“também é designada de avaliação certificativa” (Ferreira, 2007, p.31). Pois, esta função

pedagógica de avaliação “proporciona informação sintetizada que se destina a registar e

a tornar público o que parece ter sido aprendido pelos alunos.” (Fernandes, 2008, p.358),

certificando as aprendizagens feitas.

Page 34: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

30

4 O Movimento da Escola Moderna Portuguesa e o

Modelo Pedagógico

O Movimento da Escola Moderna (MEM) é uma associação de professores

referentes a todos os níveis de ensino (Grave-Resendes, 2002) “que assenta num projeto

democrático de autoformação cooperada de docentes” (Niza, 2013, p.142) “unidos pelo

compromisso de transformação continuada das suas práticas pedagógicas” (Serralha,

2009, p.5).

Historicamente, MEM descobre os seus princípios na pedagogia de Freinet, que

foram evoluindo segundo a linha instrucional de Vigotsky e de Bruner (Niza, 2013), e na

pedagogia institucional. Nóvoa (1996, cit. por González, 2003) destaca personalidades

como António Sérgio, Faria de Vasconcelos, Adolfo Lima, César Porto, Maria Amália

Medeiros, João dos Santos, Rui Grácio, entre outros, que através da descoberta da Escola

Moderna enriqueceram a pedagogia portuguesa.

Os professores do MEM entendem a escola como “ um espaço de iniciação às

práticas de cooperação e de solidariedade de uma vida democrática” (Niza, 2013, p.144).

Os docentes dos vários graus de ensino sentiram necessidade de criarem “grupos

cooperativos” por interesses e áreas, em núcleos regionais de modo a realizarem

momentos de autoformação cooperada, através da apresentação, descrição e reflexão

sobre as suas práticas pedagógicas (Niza, 2013; González, 2003).

Como tal, esta reflexão socio-centrada e contextualizada, segundo as vivências de

cada docente, que permite que se concretizem as aprendizagens da profissão (Serralha,

2009) incide nas “estratégias, as técnicas e os instrumentos de organização que utilizam

e também sobre os materiais pedagógicos que vão construindo” (González, 2003, p.42).

Vários são os momentos que Serralha (2009, p.8) descreve que esta associação de

professores pratica e preconiza, onde se faz a divulgação e reflexão “daqueles que

praticam o modelo pedagógico do MEM”. Esses momentos são: os grupos cooperativos

expostos anteriormente; os sábados pedagógicos da responsabilidade de cada núcleo

regional e que se realizam numa tarde e uma vez por mês; o encontro nacional da páscoa

que se destina apenas aos sócios e é visto como um momento de “balanço da vida do

Page 35: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

31

movimento”(Serralha, 2009, p.10); os encontros nacionais de especialidade que se

destinam a refletir sobre problemas específicos ocorridos nos vários graus de ensino e a

partir dela são elaboradas “estratégias para ultrapassar essas dificuldades”; o congresso

nacional que se realiza anualmente, sempre no mês de julho, num local escolhido pela

direção da associação, que segue o ideal de um sábado pedagógico, com a diferença de

que ocorre durante três dias; os cursos de iniciação ao modelo que se dividem em duas

modalidades que são a oficina e o estágio, e que são orientados pelos sócios do

movimento para todos os que se querem associar a esta prática; as tardes de conselho de

coordenação pedagógica que, a partir de temas já refletidos nos grupos, pretendem

“apoiar essas aprendizagens, reconstruindo-as, em função de andaimes que

negociadamente vai estabelecendo”(Serralha, 2009, p.12).

Os docentes que formaram o MEM, ambicionavam que, para além de o MEM

constituir um meio de evoluir a profissão, fosse um meio de transformação da ação

educativa (Serralha, 2009). Assim, chamaram modelo pedagógico a esta “obra coletiva,

que se (re)cria e (re)constói na reflexão sobre a ação” (Serralha, 2009, p.22).

O MEM desenvolve, desta forma, um modelo de autoformação cooperada de

professores (Grave-Resendes, 2002), transportando os seus ideais para um modelo de

cooperação educativa (Niza, 2013) que se carateriza como sendo um

“modelo socio-cêntrico cuja prática democrática da gestão dos conteúdos,

das atividades, dos materiais, do tempo e do espaço se fazem em cooperação. A

participação dos alunos na organização gestão e avaliação cooperadas de toda a vida

da turma constituem um exercício de cidadania democrática activa” (Grave-Resendes,

2002, p.41).

O modelo pedagógico do MEM é “um modelo de organização e de gestão das

práticas de aprendizagem e de educação” (Grave-Resendes, 2002, p.41) que assenta em

três conceitos nucleares: a cooperação, a comunicação e a participação democrática

(Grave-Resendes, 2002).

Estes conceitos são operacionalizados a partir de três pressupostos do processo

educativo: a expressão livre dos alunos que valoriza as experiencias de vida, ideias e

opiniões da cada criança/aluno (Niza, 2013); as aprendizagens em interação que

permitem atividades de exploração, das quais podem surgir projetos de pesquisa

autopropostos ou incitados pelo docente (Niza 2013); o sentido social das aprendizagens

Page 36: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

32

onde se praticam aprendizagens em grupo que garantam a heterogeneidade, respeito e

interajuda para o enriquecimento cognitivo e sociocultural (Niza, 2013).

O sentido ético do trabalho é conseguido por uma gestão cooperada deste, onde,

além da avaliação e planificação conjunta de atividades, também se estabelecem

cooperativamente estratégias para ultrapassar as dificuldades (Serralha, 2009). Neste

sentido, esta cooperação “implica um diálogo entre os participantes” (Serralha, 2009,

p.23) através do qual defendem e/ou explicam os seus pontos de vista. Ao transportar o

seu raciocínio para o exterior, cada aluno, não só tem a oportunidade de se tornar mais

autónomo, conferindo, também, a oportunidade de o grupo aceder ao mesmo

conhecimento (Serralha. 2009). Daí a importância da organização social do trabalho, pois

é através desta participação democrática direta em todo o processo de aprendizagem que

“a escola devolve à sociedade cidadãos intervenientes e democratas críticos e

fraternalmente activos” (Niza, 1999 cit por Serralha, 2009, p.25).

O que diferencia esta pedagogia das outras é a forma como esta dispõe, conduz e

avalia os conteúdos, o espaço, o tempo, o trabalho e as aprendizagens (Grave-Resendes,

2002), de modo a construir uma cultura partilhada fundamentada na reflexão de todas

essas práticas (González, 2003).

O modelo pedagógico do MEM atua, assim, como um potencializador do

“desenvolvimento moral e social das crianças e jovens” (González, 2003, p.42), aplicando

“metodologias ativas e diferenciadas de trabalho pedagógico, que fomentam a

participação democrática dos educandos” (Grave-Resendes, 2002, p.29) durante o ensino

formal.

É através do diálogo, entre o professor e os alunos do grupo/turma, que se

negoceia e combina todo o trabalho escolar (Pires, 1995 cit. por González, 2003), de

modo a assegurar uma qualidade pedagógica, no sentido ético do trabalho, que permita

“e cada um dos alunos progridem no seu itinerário de aprendizagem, construam e se

apropriem dos saberes” (González, 2003, p.42).

Para assegurar essa qualidade pedagógica é fundamental que se associem

estratégias de diferenciação do trabalho de grupo/turma a tarefas de tempo de trabalho

individual, autónomo (Pires, 1995 cit. por González, 2003). Desta forma o

educador/professor consiga auxiliar direta e individualmente os alunos que precisam,

impulsionando a entreajuda no resto da turma (González, 2003).

Partindo das necessidades e interesses dos alunos desde o planeamento, realizado

através da elaboração do plano semanal em conselho de cooperação educativa (CCE), da

Page 37: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

33

partilha das responsabilidades e ainda da regulação/avaliação, realizada também através

do CCE com o auxílio de instrumentos como o PIT, o mapa de tarefas e o diário de turma,

constroem-se valores e significados culturais/científicos (Grave-Resendes 2002 & Niza,

2013).

Niza (1999 cit. por Serralha 2009, p.25) afirma que a escola pode desenvolver

“cidadãos intervenientes e democratas críticos e fraternalmente activos”. É então da

“conceção de escola como comunidade de partilha das experiencias culturais (…) e dos

conhecimentos herdados pela historia das ciências e das culturas” (Niza, 2013, p.144) que

nascem três finalidades educativas: a iniciação às práticas democráticas; a reinstituição

dos valores e das significações sociais; a reconstrução cooperada da cultura (Niza, 2013).

É através deste “sistema interativo de cooperação que o conhecimento de apropria e

integra” (Niza, 2013, p.145)

De acordo com Niza (2013), destas finalidades educativas, resultam sete

princípios estratégicos de estruturação educativa:

1. Os meios pedagógicos veiculam, sem si, os fins democráticos da educação de

maneira a clarificar e dar sentido à escolha dos materiais e processos e, ainda, a

organização dos objetos e das regras.

2. A atividade escolar, enquanto contrato social e educativo “explicitar-se-á através

da negociação progressiva dos processos de trabalho que fazem evoluir a

experiência individual e o conhecimento de métodos e conteúdos” (Niza, 2013,

p.145).

3. A prática democrática da organização partilhada por todos institui-se em

conselho de cooperação que abarca toda a vida na escola deste o planeamento à

avaliação.

4. Os processos de trabalho escolar reproduzem os processos sociais autênticos

uma vez que esta aproximação entre a escola e a vida social evita simulacros e

“truques didáticos” (Niza, 2013, p.146) que faltem ao respeito às crianças/alunos.

Desta forma, é mais produtivo e proveitoso para os alunos que o professor utilize

situações do quotidiano destes para a construção do processo de aprendizagem.

5. A informação partilha-se através de circuitos sistemáticos de comunicação

valorizando socialmente os saberes e produções criados pelas crianças/alunos e

que dão sentido a essa partilha.

6. As práticas escolares darão sentido social imediato às aprendizagens dos alunos

se se salientar “o valor motivacional e cívico” (Niza, 2013, p.147) no

Page 38: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

34

desenvolvimento individual e na “partilha como exercício solidário” (Niza, 2013,

p.147).

7. Os alunos intervêm ou interpelam o meio social e integram na aula “atores”

educativos comunitários como fonte de conhecimento nos seus projetos, ou seja,

os alunos pedem ajuda e colaboração à diversa comunidade escolar para a

realização dos seus projetos. A escola “revitaliza, enriquece e ganha valor social

de pertença” (Niza, 2013, p.148).

Este modelo pedagógico necessita de uma forte articulação, envolvimento e

implicação com as famílias e a comunidade, para que os vários intervenientes no processo

de ensino e aprendizagem não só tomem consciência de que são uma fonte de

conhecimento e formação, como para que os diferentes graus de ensino possam cumprir

o seu papel de mediador e promotor cultural (Niza, 2013).

Este modelo pedagógico do MEM foi evoluindo e sendo aperfeiçoado graças à

partilha, entreajuda e colaboração realiza pelos docentes que o praticam sobre os trabalhos

realizados nas suas escolas. Como afirma Niza (2009, p.3) “o conhecimento pedagógico

não se aplica à educação, antes faz parte da educação como actividade social e cultural”.

Page 39: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

35

5 Os Instrumentos de Avaliação e de Planificação no

modelo pedagógico do Movimento da Escola Moderna

Seguindo a visão cultural de Vygotsky, Liberal (2010) afirma que o uso de

instrumentos assume o desenvolvimento e relação que o homem mantém com o meio.

Além das situações oficiais de avaliação das aprendizagens, todos os momentos

eram planificados e avaliados e os instrumentos que sustentavam estes momentos

continham informações essenciais para a avaliação (Santana, 1998). Esta autora afirma

ainda que “só podemos falar de avaliação cooperada quando a planificação também o é”

(p.15).

Todos os instrumentos de pilotagem que os docentes do modelo defendem,

utilizam e põem em prática para o planeamento e para a avaliação da ação educativa

asseguram a regulação das aprendizagens dos alunos (Serralha, 2009).

Considera-se que os instrumentos de avaliação e de planificação do ensino e da

aprendizagem contribuem para a organização democrática, para a exposição de

experiencias pessoais em grupo (Folque, 1999) e para a colaboração partilhada no

processo de ensino e de aprendizagem.

5.1. O Conselho de Cooperação Educativa

O espaço e o momento de regulação, articulação, reordenação, organização,

coordenação e de instituição da construção educativa é o Conselho de Cooperação

Educativa (CCE) (Niza, 2012).

Investigado, desenvolvido e aperfeiçoado no âmbito do MEM, devido a análises

da pedagogia institucional, o CCE é então uma “estrutura organizativa e formadora por

excelência” (Louseiro, 2011, p.13).

Niza (2012) define o CEE como sendo

Page 40: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

36

“o centro e o motor do sistema de trabalho de aprendizagem, no interior de uma

comunidade que constrói em cooperação democrática as suas competências culturais

e a sua formação democrática por meio das produções curriculares que partilha, com

o envolvimento discreto, atento e afetuosamente estruturado do professor” (p.435).

Deixou de se realizar, segundo Garcia (2010, p.7), uma “avaliação social fundada

na assembleia cooperativa de Freinet [e] passou-se a uma regulação fixada em conselho

de cooperação educativa”, onde toda a turma se reúne em torno dos vários temas para

debater e decidir esses temas. Em diálogo, os alunos tomam decisões respeitantes “às

relações sociais, (…) à avaliação e programação do trabalho” (Garcia, 2010, p.7).

Niza (1991 cit por Louseiro, 2011) esclarece os dois princípios base do CEE, que

integram as comunidades cooperativas de aprendizagem: a participação democrática

direta e a cooperação. O CEE é, desta forma, determinante para o desenvolvimento moral,

social e cívico de cada individuo (Niza, 2012).

Enquanto processo dinâmico, leva o aluno a pensar e refletir individualmente

sobre as suas atitudes, ações e aprendizagens, ocorrendo alterações e mudanças interiores

“dentro dos padrões morais e sociais construídos em cooperação” (Louseiro, 2011, p.15).

Consideram-se CCE todos os momentos em que o grupo/turma se junta para

resolver ou deliberar sobre um dado assunto (Louseiro, 2005). Existem, assim, os

conselhos diários, onde se dão os momentos de planificação e avaliação do dia; o conselho

semanal que ocorre, normalmente, à sexta-feira e é onde se discutem os registos no diário

de turma, se avalia o plano individual de trabalho (PIT) de cada aluno, avalia-se a semana

(plano semanal), planifica-se a semana seguinte e, ainda, avaliam e reorganizam as tarefas

(Grave-Resendes, 2002). Existe, ainda, um conselho extraordinário, que ocorre sempre

que um assunte seja urgente e não possa esperar pelo final da semana para ser discutido

em conselho semanal (Louseiro, 2005).

O CCE semanal é administrado por um presidente e um secretário. Nestas funções

não está presente a hierarquia de poder, mas sim o valor da igualdade e da cooperação

(Louseiro, 2011), visto que as pessoas que cumprem estas duas tarefas se ajudam na

administração do conselho, sem que exista reclamação de poder por um ser intitulado de

presidente. Estas funções, como todas as outras, são trocadas rotativamente para que todos

os alunos da turma as possam desempenhar (Grave-Resendes, 2002). São também estes

alunos que, todas as semanas, elaboram a chamada ata do conselho. Esta ata destina-se

ao registo de todos os dados, intervenções, ocorrências, para que posteriormente se possa

Page 41: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

37

observar toda a evolução do percurso da turma ao nível da maturidade, tipo de

intervenções, sugestões e compromissos assumidos (Louseiro. 2011). A leitura desta ata

é o primeiro ponto de todos os conselhos semanais, de maneira a recordar orientações e

obrigações acordadas em grupo, tornando esta leitura um ótimo momento “para avaliar

os compromissos e decisões tomadas” (Serralha, 2009, p.46).

O tempo destinado ao CCE é considerado um tempo de trabalho no qual cada

aluno se exprime livremente no seu balanço semanal, onde se planificam e avaliam os

percursos e as aprendizagens dos alunos, se negoceiam atividades e projetos, se dizem e

ouvem críticas e opiniões em relação a tudo o que é falado (Amado, 1995; Ventura, 2010).

As reuniões de CCE servem “para planeamento, avaliação, análise de ocorrências

significativas, reflexão ética para clarificação e construção de regras de vida para o

desenvolvimento sociomoral” (Niza, 2012, p.564). Também nelas se organiza o trabalho

e se faz a gestão compartilhada do currículo. Esta gestão e organização é apoiada pelo

diário de turma e por instrumentos de planificação e de avaliação (Niza, 2012).

Daí que o CCE seja, segundo Santana (1998, p.17) o momento chave para a

avaliação e regulação da dinâmica da turma e “consiste na leitura e discussão do diário

de turma, na avaliação do PIT, na avaliação do plano semanal, na planificação da semana

seguinte e na avaliação e redistribuição de tarefas”. Pires (1995) considera esta avaliação

e regulação como um tempo perfeito para a autoavaliação e para a heteroavaliação, já que

os alunos os alunos praticam e participam cooperativamente nas decisões para o processo

de ensino e de aprendizagem e na sua avaliação.

5.1.1. O Diário de Turma

O diário de turma (DT) é um instrumento de pilotagem do modelo pedagógico do

MEM português, que se orienta pela finalidade da participação democrática na escola e

mais tarde na sociedade (Garcia, 2010).

Niza (1991 cit por Garcia, 2010) define o diário como “a memória histórica e

registo cultural de um grupo de alunos com o seu professor, ou de uma escola” (p.7).

Sendo o diário parte integrante, o motor do CCE (Louseiro, 2011), completa e

enriquece as suas funções, fornecendo informações (Niza, 2012) que auxiliam e tornam

o conselho o “centro de tomada de decisões democraticamente negociadas” (Niza, 2012,

p.144).

Page 42: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

38

Uma vez que este instrumento faz parte do CCE, a sua leitura é realizada

semanalmente e dela “surgem decisões, recomendações, regras de vida que permitem a

regulação dos comportamentos” (Xarepe, 1995, p.12).

Da mesma forma, este instrumento atua não só na produção de juízos de valor

tomados sobre processo de aprendizagem, como na “qualidade no plano do

desenvolvimento individual e dos contributos trazidos à turma na resolução dos seus

problemas quotidianos e nos progressos culturais e de desenvolvimento enquanto grupo

social de educação” (Niza, 2012, p.143).

Segundo o movimento, o DT é uma das bases do princípio da cooperação, uma

vez que este permite a concretização de uma democracia direta, transformando a escola

numa instituição de onde saem cidadãos ambientados às práticas democráticas,

preparados para a vida em sociedade (Garcia, 2010).

Enquanto instrumento mediador e operacionalizador do desenvolvimento

sociomoral e da cooperação educativa, o DT, torna-se um estimulador do processo de

planificação e de avaliação do trabalho intelectual e das aprendizagens (Niza, 1991 cit

por Garcia, 2010).

Vygotsky (cit por Folque, 1999, p.10) refere que “ler e escrever devem ser coisas

que a criança necessite (…) [e] escrever deve ser relevante para a vida”. Desta forma se

percebe que além da sua dimensão democrática, o diário de turma possui também uma

dimensão curricular no que diz respeito à aprendizagem da leitura e da escrita

principalmente (Garcia, 2010), visto que desde cedo os alunos se apoderam deste

instrumento como forma se expressar os seus sentimentos e ideias, utilizando a escrita e,

posteriormente, com a leitura deste leva a que pratiquem este conteúdo.

Utilizado em todos os níveis de ensino (Garcia, 2010), o diário permite uma “visão

longitudinal das evoluções do grupo” (Louseiro, 2011, p.16) mediante o tipo de

acontecimentos e o tipo de escritas registados (Louseiro, 2011).

Nele, professor e alunos registam os acontecimentos mais significantes (Garcia,

2010) para serem levados a CCE. É constituído por quatro colunas, que se destinam à

recolha de ocorrências significativas, quer a nível curricular quer a nível social (Grave-

Resendes, 2002). Duas dessas colunas destinam-se ao registo das ocorrências positivas e

negativas mais significativas para o grupo/turma, e são, respetivamente, o gostamos e o

não gostamos (Serralha, 2009). De seguida a coluna do queremos, na qual se registam as

sugestões e propostas, e, por fim, a coluna do fizemos na qual os alunos registam as

concretizações do decorrer da semana (Serralha, 2009). Na educação pré-escolar, as

Page 43: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

39

colunas são igualmente preenchidas ao longo da semana, sendo “ilustradas e apoiadas

pelas tentativas de escrita [das crianças]” (Folque, 1999, p.9), o que permite que o grupo

realize uma avaliação sociomoral relativamente à sua “participação no planeamento

organizacional e pedagógico” (Folque, 1999, p.9).

As colunas do DT são, desta forma, “verdadeiros informantes significativos como

auxiliares à programação e avaliação das atividades de aprendizagem” (Serralha, 2009,

p.47) que se destinam à “avaliação qualitativa, da atividade escolar e dos comportamentos

sociais, (…) [que auxilia] o juízo do professor em relação à turma e toma uma feição de

transparência democrática e de desocultação da informação” (Niza, 2012, p.144).

A autorregulação e autoavaliação das ocorrências escritas no DT, seguidas de uma

“tomada de consciência espontânea” (Puig, 1995 cit por Serralha, 2009, p.44) são atitudes

e momentos que o professor deve não só esperar como potenciar.

É da leitura, discussão e análise das ocorrências da coluna do não gostamos que

se constrói e desenvolve uma atitude crítica e reflexiva, contribuindo para a formação de

cidadãos conscientes e responsáveis na sociedade (Serralha, 2009). Devido ao debate e

argumentação proporcionados na analise dos registos da referida coluna, o aluno deixa de

pensar e de se preocupar unicamente consigo e passa a preocupar-se com o que ocorre na

turma, vendo-a como uma comunidade de aprendizagem (Serralha, 2009).

Na perspetiva de Serralha (2009) os registos efetuados destacam as ocorrências

significativas ao longo da semana, mas também articulam “interesses e necessidades

sentidas” (p.47) do grupo, já que quando um aluno faz um registo no DT este passa de

um problema individual para um problema coletivo (Serralha, 2009).

Dadas as suas caraterísticas, Niza (2012, p.145) afirma que o DT é um “verdadeiro

catalisador emocional”, pois auxilia à instalação do hábito de “racionalização e

formalização mediadora, através da escrita de emoções e dos conflitos”, tornando-se, por

isso, um instrumento de gestão de conflitos.

Assim, a regulação da vida da turma só se realiza se existir um momento, CCE, e

um instrumento, DT, que fomentem o “desenvolvimento social e moral dos alunos”

(Garcia, 2010, p.8).

5.1.2. O Plano Individual de Trabalho (PIT)

O plano individual de trabalho (PIT) é um plano, um guia, um mapa, um roteiro

planeado do trabalho que cada aluno tem que realizar na semana (Niza, 2012; Grave-

Page 44: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

40

Resendes, 2002). Este plano de trabalho, constituído por tarefas de aprendizagem, visa a

aprendizagem de conteúdos dos programas (Niza, 2012).

Este é um instrumento individual que possibilita a cada aluno delinear, gerir e

otimizar o seu percurso de aprendizagem em consonância com os conteúdos

programáticos, a sua participação na vida da turma, o seu ritmo de aprendizagem.

Também permite ao professor, mais facilmente, gerir as necessidades de cada aluno

(Santana, 1998; 1999). Desta forma, a instituição do PIT torna possível a diferenciação

pedagógica (Santana, 1998; 1999).

Cada aluno é que gere, avalia e verifica o cumprimento, ou não, dos trabalhos que

se propôs realizar na semana (Niza, 2012; Grave-Resendes, 2002). Este instrumento

também permite ao aluno a gerir, verificar e avaliar “o registo de outros trabalhos e

responsabilidades assumidas pelo aluno como ator, no contexto de atividades de

manutenção e organização do trabalho da turma ou da escola” (Niza, 2012, p.373). Todas

as informações registadas neste, apesar de individuais, vão ao encontro dos registos da

turma (Niza, 2012).

As atividades propostas e realizadas no PIT são igualmente guiadas, propostas,

reguladas e orientadas pelo professor, apesar de serem conduzidas segundo um mapa que

é completamente gerenciado pelos alunos, no que diz respeito ao que querem ou não

trabalhar (Santana, Rodrigues & Segura, 1999) em consonância com as dificuldades que

apresentam.

Uma parte deste instrumento é o guia do trabalho realizado no tempo de estudo

autónomo (Assunção, 2011), tempo este que é decidido e organizado logo no início da

semana (Niza, 2012).

Considera-se que este instrumento é regulador do trabalho, pois permite que cada

um participe na planificação, no controlo e na avaliação cooperada do seu trabalho

escolae, respeitando o ritmo de cada aluno no processo de aprendizagem (Santana,

Rodrigues & Segura, 1999; Grave-Resendes, 2002).

A dimensão avaliativa do PIT pressupõe, como afirma Liberal (2010, p.51) “a

existência de outros instrumentos e momentos “ que auxiliem a reflexão dos alunos.

Na realidade, a verdadeira função do PIT é a “pilotagem individual e coletiva de

todas as aprendizagens realizadas por cada um e por todos os alunos da turma” (Santana,

Rodrigues & Segura, 1999, p.13). É através deste instrumento que se “materializa os

percursos individuais dos alunos e institucionaliza o apoio direto do professor, dentro da

sala de aula e aos alunos que mais necessitam” (Rodrigues, 1999, p.30). Através dela

Page 45: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

41

efetua-se a “medição dos processos sociais e cognitivos em que se envolve, participando

nas diferentes atividades organizadas para esse efeito” (Liberal, 2010, p.40).

Só faz sentido que os alunos utilizem e oficializem o PIT, se a partir dele se

desenvolver o currículo, ou seja, se através dele os conteúdos programáticos forem

trabalhos e apreendidos com sucesso pelos alunos e, ainda, se “a turma for entendida

como um grupo de trabalho cujo crescimento decorre da partilha dos saberes construídos

por cada um dos seus membros” (Santana, Rodrigues & Segura, 1999, p.13).

No PIT constam os seguintes espaços: nome, semana em que se realiza, tarefa do

aluno, atividades possíveis de realizar, número de atividades a que o aluno se propõe,

número de atividades realizadas, registo dos projetos e composição do grupo, registo da

comunicação dos projetos e/ou outros trabalhos e um espaço destinado à autoavaliação e

heteroavaliação do professor e colegas (Grave-Resendes, 2002) e, ainda, as parcerias

(Santana, 1999), que são constituídas por pares de alunos ou de aluno com o professor

que realizam trabalhos em conjunto.

Parte da informação registada no PIT é gradualmente transferida para os mapas

de registos e são estes que tornam possível a realização de uma avaliação formativa, que

se desenvolve ao longo de todo processo educativo e em cooperação (Niza, 2012).

A auto e a héteroavaliação do trabalho no PIT contribuem para que os alunos

tomem consciência do seu percurso de aprendizagem e se tornem mais autónomos e

responsáveis, facilitando a autorregulação do seu processo de aprendizagem (Pires, 1995;

Grave-Resendes, 2002), já que se ajusta a “quantidade, a qualidade e a dificuldade do

trabalho que se propõe a realizar” (Grave-Resendes, 2002, p.93).

Estas situações de avaliação do PIT, que ocorrem no CCE, não têm

necessariamente que ser realizadas por todos os alunos numa só sessão. Por vezes,

avaliam-se apenas os PIT’s de alguns alunos, o que permite aos respetivos os alunos e ao

professor concentrarem-se na reflexão e do discurso crítico gerado no contexto da sua

avaliação (Liberal, 2010).

Esta avaliação do trabalho realizado no PIT deve ser descritiva para que se perceba

melhor o que foi feito e como foi feito, o que não foi feito e porquê, de modo a que os

alunos possam explicar as razões do não cumprimento de tarefas (Assunção, 2011).

Este instrumento permite a que exista uma consciencialização dos progressos e

das dificuldades no currículo, de modo a que cada um trabalhe onde tem mais

necessidade, o que faz do PIT um “operacionalizador da diferenciação” (Santana, 1999,

p.20).

Page 46: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

42

Desta forma, o PIT é o instrumento de pilotagem no qual as diversas áreas se

encontram, de modo a que “a gestão do trabalho [realizada] por casa aluno e a regulação

cooperada das aprendizagens ao longo dos diversos momentos da semana através da

avaliação feita no grupo [seja possível] ” (Santana, 1999, p.24).

5.1.3. Mapa de Tarefas

A gestão cooperada dos recursos materiais e dos espaços onde ocorrem as

aprendizagens é realizada entre alunos e professor (Santana, 1998; Serralha, 2009). Um

dos instrumentos que controla e operacionaliza esta estão cooperada dos materiais e

espaços é o mapa ou quadro de tarefas (Santana, 1998; Serralha, 2009).

O mapa de tarefas é um mapa de registo sob a forma de “uma tabela de dupla

entrada” (Grave-Resendes, 2002, p.49) onde se encontram os nomes dos alunos e as

tarefas a realizar.

Entende-se aqui por tarefas “as atividades de manutenção da sala de aula e

algumas funções desempenhadas pelos alunos” (Grave-Resendes, 2002, p.49).

Logo no início do ano, por negociação, o professor e os alunos definem quais as

tarefas necessárias ao funcionamento da sala de aula, qual o tempo da sua realização e se

é necessário que a tarefa seja partilhada ou não (Grave-Resendes, 2002). A atribuição

deste poder aos alunos, que tradicionalmente pertencia ao professor, permite que estes

amadureçam, se responsabilizem e se automatizem (Serralha, 2009).

As tarefas do mapa são reorganizadas e avaliadas semanalmente em CCE,

permitindo uma organização cooperativa e a construção de um excelente momento de

socialização (Grave-Resendes, 2002; Serralha, 2009; Santana, 1998). Por vezes, é

necessário clarificar o que significa cumprir bem uma dada tarefa para que a avaliação

realizada seja mais objetiva e justa (Grave-Resendes, 2002).

A tomada de consciência sobre o cumprimento ou não da tarefa destinada a cada

aluno permite que este entenda o poder de participação de cada um na vida da turma

(Santana, 1998).

A participação ativa e livre dos alunos nas tarefas faz com que estes não só

adquiram aprendizagens sociais, como aperfeiçoem a sua vida democrática (Serralha,

2009). Ainda na visão desta autora

Page 47: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

43

“esta participação implica um compromisso coletivo pela ordem social no grupo, uma

disciplina que vai nascendo ao ritmo dos interesses e das necessidades que emergem

do confronto dessas muitas vontades que se cruzam durante a realização de um

trabalho comum ou da vida em comunidade” (Serralha, 2009, p.29).

Uma vez que as tarefas a realizar resultam do interesse que estas apresentam para

a turma, quando os alunos sentem que deixam de fazer sentido, são substituídas por outras

(Santana, 1998).

É mediante os pareceres dados pelos colegas sobre a forma como a sua tarefa e a

do restante grupo foi realizada ou se faz sentido esta existir ou não, que se prática uma

avaliação cooperada das tarefas, onde “todos possam ter consciência de que o bom

funcionamento do grupo depende da forma como cada um desempenha as

responsabilidades então assumidas” (Serralha, 2009, p.28).

5.1.4. O Plano Semanal e o Plano Diário

Só se pode considerar que a avaliação das aprendizagens é cooperada quando a

planificação das mesmas também o é (Santana, 1998).

Consideram-se planos de trabalho os instrumentos de planificação, verificação e

controlo das atividades, tempos e conteúdos, que além de responsabilizarem,

conjuntamente, professor e alunos, permitem a diferenciação do trabalho (Grave-

Resendes, 2002).

Os planos são assim “listagens das atividades” (Santana, 1998, p.15) a realizar no

decorrer da semana ou do dia, de maneira a cumprir o projeto curricular e respeitar as

rotinas da turma (Grave-Resendes, 2002). Quando o plano é de cariz semanal, estamos a

referir-nos à planificação semanal, planificação esta que irá ser uma referência para a

elaboração da planificação diária (Santana, 1998).

Os planos semanal e diário são operacionalizados em CCE, semanal ou diário,

pelos alunos e pela professora (Santana, 1999; Grave-Resendes, 2002).

Apesar de serem, inicialmente, elaborados pelo professor, quando a turma assume

esta tarefa, esta vai sendo realizada rotativamente durante a semana (Grave-Resendes,

2002), como todas as outras.

A elaboração dos planos inicia-se no momento em que o grupo sente necessidade

de organizar o trabalho a ser realizado (Santana, 1998). É uma elaboração que se realiza

de forma negociada, determinando não só os conteúdos programáticos a tratar, mas

também os apoios aos projetos e alunos, as comunicações a serem apresentadas e o tipo

Page 48: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

44

de trabalho que será realizado no coletivo (Santana, 1999). Da mesma forma, a gestão e

a avaliação resulta de acordos entre a turma e o professor (Grave-Resendes, 2002).

Os planos estão afixados na sala para o coletivo, com a intenção de ser “uma

memória do que foi combinado” (Grave-Resendes, 2002, p.63), para que todos se sintam

responsáveis pelo seu cumprimento (Santana, 1998).

5.2. As Listas de Verificação

Para melhorar a regulação “nos diversos domínios de aprendizagem”(Ventura,

2010, p.67) são utilizadas as listas de verificação.

As listas de verificação, no modelo do MEM, são tabelas de dupla entrada onde

se dispõem os nomes dos alunos e os conteúdos a desenvolver (Grave-Resendes, 2002),

por disciplinas.

Para isso, é feita a apresentação do currículo, ou seja, dos conteúdos

programáticos, logo no inico do ano letivo numa linguagem adequada para que os alunos

entendam. Esta apresentação é feita sobre a forma de listas de verificação e irá transformar

a sala “num local de vida, de construção, de intervenção social” (Serralha, 2009, p.34),

visto que esta apresentação poderá lembrar acontecimentos reais do quotidiano dos

alunos, fazendo com que estes os relacionem com o programa. É ainda nesta apresentação

dos conteúdos programáticos que se negoceia a sua distribuição pelos períodos letivos

(Serralha, 2009).

Para além de permitirem verificar e regular os progressos e as situações onde se

encontram os alunos, apoiam também o desenvolvimento de projetos durante os trabalhos

de aprendizagem de conteúdos (Niza, 2012).

Estas listas estão afixadas na sala o que permite não só aos alunos uma constante

regulação dos conteúdos aprendidos e a aprender, como à restante turma saber o que cada

um aprendeu e precisa aprender, para assim construírem planos de recuperação e apoio,

para os alunos com mais dificuldades (Luciano, 2001). Estes planos de apoio podem ser

fundados com parcerias, pois com os registos das avaliações nestas listas, os alunos que

não conseguem cumprir um objetivo sabem facilmente quem já cumpriu e podem pedir

ajuda (Luciano, 2001).

Existem dois géneros de listas de verificação na sala de aula: as que estão afixadas

para o coletivos e uma réplica destas para cada aluno, com a finalidade de existência de

“uma maior aproximação (…) e mobilização dos conteúdos programáticos” (Grave-

Page 49: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

45

Resendes, 2002, p.138). Dá-se elevada importância a estes registos individuais, pois

quando as autoavaliações do aluno não coincidem com a da turma e do professor é

estabelecido um diálogo com vista a um consenso (Grave-Resendes, 2002).

Esta relação entre as auto e heteroavaliações realizadas em cooperação fazem com

que a tomada de consciência seja no sentido do que realmente importa, isto é,

consciencializar o aluno do que já foi aprendido e do que fazer quanto ao que ainda não

foi aprendido (Grave-Resendes, 2002). São assim valorizadas as conquistas e as

evoluções, nunca se entendendo esta avaliação como forma de penalização, visto que

estas alistas de verificação também auxiliam as relações na turma e a prática do professor,

no que respeita às estratégias de ensino que utiliza (Grave-Resendes, 2002). Grave-

Resendes (2002) explica que esta cooperação se complementa quando os pais têm acesso

a estas avaliações, permitindo-lhes perceber o que é feito e de que forma é feito.

Page 50: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

46

6 O Papel do Professor no Processo de Ensino e de

Avaliação das Aprendizagens no contexto do Modelo

Pedagógico do Movimento da Escola Moderna

O desenvolvimento da criança ocorre quando o adulto, simultaneamente, desafia

e apoia o grupo, visando a criação de um ambiente propício e seguro onde a comunicação

e participação guiada se tornem um processo de colaboração (Folque, 1999; Oliveira-

Formosinho, 2003).

Atualmente já não existe a ideia de que é o professor que controla totalmente o

comportamento e as aprendizagens dos alunos, pois cabe, também, aos alunos a tomada

de consciência das aprendizagens feitas através da “moral coletiva que brota do interior

do grupo” (Serralha, 2009, p.30). Como afirma Louseiro (2011, p.39) “a liderança tem

que ser reconhecida e não imposta aos alunos”.

Antes de mais, o professor tem primeiro que acreditar em si e nos seus alunos

(Louseiro, 2011). Para tal, deve aceitar os seus alunos com as suas caraterísticas

individuais, tem de compreendê-los, de criar laços, de ouvi-los, de valoriza-los, de ajudá-

los, de permitir a partilha de experiencias pessoais com os colegas (Folque, 1999;

Louseiro, 2011).

Os professores têm que incentivar e motivar os alunos a conhecerem e a

planificarem consigo os conteúdos programáticos, bem como a avaliarem as

aprendizagens que fazem, isto é, têm que assumir práticas de “gestão cooperada do

currículo” (Niza, 2005, p.56). Para que tal aconteça, cabe ao professor simplificar ou

clarificar a linguagem dos programas, de forma a ganhar tempo para realizar uma

avaliação formativa de qualidade (Pires, 1995).

Dado que a escola tem a função de certificar o processo de aprendizagem, é

necessário que o professor se aproprie de instrumentos de recolha de dados para conseguir

verificar o percurso dos alunos (Pacheco, 1998). Desta forma, os professores que orientam

a sua prática educativa pelo modelo pedagógico do MEM têm a colaboração dos alunos

na planificação e na avaliação dos conteúdos programáticos aprendidos e, ainda, na

Page 51: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

47

elaboração de instrumentos de avaliação das aprendizagens, na decisão das atividades e

dos recursos a usar no processo de ensino e de aprendizagem (Serralha, 2009).

A prática de avaliação da aprendizagem do professor deve ser clarificada aos

alunos e aos encarregados de educação, para que todos possam participar ativamente no

processo de avaliação de aprendizagem (Pacheco, 1998).

Esta partilha da avaliação e dos instrumentos que a operacionalizam permite ao

professor obter registos que contenham informações sobre a situação de cada aluno, o que

sobre o que já foi feito e o que se pode fazer, de modo a organizar o apoio ao trabalho dos

alunos que o necessitarem (Assunção, 2011).

Apesar do papel ativo do professor na formação de uma vida democrática dos

alunos em todas as suas dimensões, incluindo a avaliação das aprendizagens, é o aluno

quem tem o papel central na sua avaliação (Folque, 1999; Fernandes, 2008).

O facto de o aluno participar nos momentos de planificação e de avaliação das

aprendizagens, constitui um momento de partilha de decisões e impulsiona a regulação

dos percursos de aprendizagem com a colaboração de todos (Garcia, 2010).

Sendo a função formativa e formadora da avaliação a mais relevante no modelo

pedagógico do MEM, o professor deve promover a autoavaliação e a autorregulação nos

alunos, fazendo com que estes se tornem mais autónomos e responsáveis pela sua

avaliação e pelas suas aprendizagens, a partir “conhecimento das finalidades que têm que

atingir” (Fernandes, 2008, p.352). No caso da avaliação do diário de turma, o professor é

um elemento da turma que intervém, apenas, com a sua opinião no final da avaliação feita

pelos alunos, evitando-se, assim, que o seu estatuto não interfira nas opiniões e nos

comentários dos alunos (Serralha, 2009). Daí que o papel do professor seja o de

colaborador e o de alguém que dá apoio no esclarecimento de dúvidas e nas tomadas de

decisão (Serralha, 2009).

Desta forma o professor é considerado como um verdadeiro impulsionador da

cooperação, da democracia ativa, da organização partilhada, estimulando a autonomia, a

comunicação, as atitudes críticas e a responsabilidade (Folque, 1999).

Page 52: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

48

7 Caraterização dos Contextos de Estágio

7.1. Caraterização do meio sociogeográfico da instituição

O desenvolvimento humano passa pela sua interação com o meio onde está

inserido, assim este é influenciado pelo meio onde está, mas também o influencia

(Ministério da Educação, 1997). O meio sociogeográfico da instituição, ou, por outras

palavras, o meio onde está inserida a instituição interfere com a organização do meio

educativo e com o meio social. Esta organização do meio educativo e social com o meio

envolvente contribui não só para o desenvolvimento dos alunos, mas também fornece

informações sobre as caraterísticas destes (Ministério da Educação, 1997).

As práticas de ensino supervisionado realizadas decorreram no concelho de Vila

Real e na freguesia de Vila Real. Esta freguesia nasceu com a união das freguesias da

Nossa Senhora da Conceição, São Pedro e São Dinis. Vila Real é sede do Concelho e

Capital do Distrito.

Apesar do seu caráter urbano, a cidade de Vila Real mantém características rurais

bem marcadas e carateriza-se por um forte envelhecimento da população. Assim a cidade

contém uma zona histórica, junto à Câmara Municipal onde se pode encontrar o comércio

local.

Vários são os pontos atrativos e dinâmicos que dão vida à cidade, e a tornam uma

cidade rica em instituições históricas, cientificais e culturais tais como: o Teatro de Vila

Real, junto ao Dolce Vita Douro e ao Parque Corgo; a sede do Parque Natural do Alvão,

junto à Câmara Municipal (onde se encontram espécimes de plantas e animais que

habitam naturalmente na Serra do Alvão); o Museu de Vila Velha igualmente junto à

Câmara Municipal; a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) onde se

encontra o Jardim Botânico; a Biblioteca Municipal; próximo da central de autocarros

encontramos o Pavilhão dos Desportos; o Santuário de Panóias; a Torre da Quintela; a

Casa de Diogo Cão, a Casa dos Marqueses de Vila Real; a Capela da Misericórdia; o

Palácio de Mateus; a Casa de Carvalho Araújo; a Casa dos Brocas (onde viveu Camilo

Castelo Branco); a Igreja de São Dinis; entre outros.

Page 53: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

49

O Concelho é atualmente constituído por vinte freguesias e tem uma área de cerca

de 370km2, onde residem aproximadamente 50.000 habitantes.

7.2. Caraterização da instituição

Todas as instituições devem organizar-se em torno de um ambiente facilitador do

desenvolvimento das aprendizagens dos seus alunos (Sousa e Filho, 2008). Deste modo,

o professor pode adequar, previamente, o seu ensino de acordo não só com os programas

e metas, mas também com o ambiente da própria instituição.

O Centro Escolar das Árvores (CEA) foi onde ocorreu a minha prática de

observação e de responsabilização, ou seja, a minha prática de ensino supervisionado na

educação pré-escolar e no ensino do 1º CEB, pertence ao Agrupamento de Escolas de

Diogo Cão (AEDC).

O AEDC é constituído por dezanove estabelecimentos de ensino dos quais apenas

um é destinado ao 2º e 3ºciclos, sendo este a EB 2,3 Diogo Cão, onde se situa a sede do

agrupamento. Dos restantes dezoito estabelecimentos, quatro são destinados para o

jardim-de-infância, apenas dois para o do 1º CEB, e os restantes doze abrangem jardins-

de-infância e 1ºCEB simultaneamente. Assim, estes dezanove estabelecimentos acolhem

cerca de 2500 alunos. Este é um “território educativo de intervenção prioritária” (TEIP)

desde 2009.

O AEDC possui de um plano anual de atividades (PAA) e o seu Projeto Educativo

(PE) intitula-se “Escola, um caminho para a cidadania”. Este PE surgiu do projeto de

intervenção “Crescer com Envolvimento numa Escola de Excelência e Cidadania”, o qual

assenta em três eixos principais: a continuidade, uma escola de pessoas para pessoas e a

qualidade do serviço educativo.

No que diz respeito ao CEA, segundo a página do Município de Vila Real (2011),

este nasceu

(…) a 15 de Setembro [do ano de 2011], o primeiro de três centros escolares de que o

Município ficará dotado numa primeira fase, o Centro Escolar do Sudeste, o de

Mouçós e o Centro Escolar das Árvores, inaugurado pelo Secretário de Estado do

Ensino e Administração Escolar, Dr. João Casanova de Almeida.(…) Frequentarão o

Centro Escolar das Árvores cerca de 200 crianças no 1º ciclo, mais 75 no pré-escolar.

O novo centro escolar que agora se vai inaugurar custou cerca de 2,4 milhões de euros,

comparticipados em 80% pelo ON2/FEDER e está dotado de 8 salas do 1º ciclo, 3

Page 54: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

50

salas para o pré-escolar, 2 salas polivalente, 1 sala para crianças com necessidades

educativas especiais, 1 refeitório, 1 biblioteca/mediateca, 1 sala de professores, 1 sala

de direção e 1 sala para receção aos pais e encarregados de educação (…).

Com apenas cinco anos de existência, o CEA é um centro novo e em ótimas

condições, ajudando, deste modo, a proporcionar um ensino de qualidade.

A carga horária estabelecida para a educação pré-escolar e para o ensino do 1ºCEB

encontra-se nas tabelas seguintes, tabelas estas presentes no presente no projeto educativo

do agrupamento.

Fonte: Projeto Educativo AEDC

Tabela 2: Carga Horária do 1ºCEB

Fonte: Projeto Educativo AEDC

No que diz respeito à carga horária do 1ºCEB patente na tabela anterior, no CEA,

esta é ligeiramente alterada, como pode ser observado na tabela seguinte.

Tabela 3: Carga Horária 1ºCEB- Centro Escolar das Arvores

Fonte: Regulamento Interno- Escola das Arvores

O CEA possui oito turmas do 1ºCEB e três turmas de jardim-de-infância

albergando desta forma 324 pessoas. Destas 324 pessoas 39 são do corpo docente, 17 do

Tabela 1: Carga Horária do Jardim de Infância

Page 55: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

51

corpo não docente e 268 são do corpo discente, onde 201 são do 1ºCEB e 67 da educação

pré-escolar.

7.3. Caraterização das Turmas

7.3.1. Caraterização do Grupo da Educação Pré-Escolar

Segundo a Lei n.º5/1997, de 10 de fevereiro, artigo 3º, ponto 4 “o número de

crianças por cada sala deverá ter em conta as diferentes condições demográficas de cada

localidade”. O Despacho 5048-B/2013, artigo 18º, afirma que as turmas de educação pré-

escolar são constituídas, no máximo, por vinte e cinco crianças e no mínimo por vinte

crianças.

O grupo onde decorreu a minha prática de ensino supervisionada era um grupo

homogéneo, de quinze crianças, com três anos de idade, sendo que quatro eram rapazes

e onze raparigas. Nesta fase inicial da nossa prática de ensino supervisionada, as crianças

eram irrequietas, faladoras, brincalhonas e muito diferentes umas das outras no que toca

a interesses e escolhas. Nenhuma das crianças era portadora de necessidades educativas

especiais (NEE), mas existia uma criança no grupo alérgica que era alérgica a vários

alimentos, sendo necessário que estivesse exposto na sala os alimentos que esta não podia

ingerir e o procedimento a ser tomado se alguma reação alérgica acontecesse. O grupo

mantinha-se atento e com imenso cuidado em relação a esta criança, principalmente na

hora dos lanches.

De uma forma geral, o grupo era assíduo e pontual, apesar de quatro crianças que,

sendo assíduas, não eram pontuais, o que tornava difícil o acolhimento da manhã na sala.

Destas quinze crianças, apenas quatro tinham frequentado a creche, enquanto as

outras onze não o tinham feito. O facto de a maior parte do grupo não ter frequentado a

creche fez com que fosse difícil a adaptação ao jardim-de-infância, o que fez com que o

primeiro período fosse de estabelecimento de novas rotinas e de comprimento de regras.

Por isso,

“a educação e o cuidado nas creches possibilitam que a criança tenha oportunidades

de conhecer e aprender coisas em relação ao mundo a sua volta (…). A rotina tem que

ser usada para dar a criança uma segurança quanto às atividades que são desenvolvidas

na creche, para que ela aprenda sobre o espaço a sua volta” (Rocha, Serrão, Feyes &

Pereira, 2011, p.11).

Page 56: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

52

Quanto ao agregado familiar das crianças, apenas sete crianças viviam com os

pais. Seis crianças tinham um dos pais emigrados, uma tem os pais divorciados e ainda

outra que vive com os avós paternos, que a retiraram de uma instituição.

Maioritariamente, as crianças eram filhos únicos, pois apenas cinco crianças tinham

irmãos, fazendo assim com que a média de pessoas no agregado familiar seja de três

pessoas. A família é assim a primeira intermediária entre o ser humano e a sua cultura,

constituindo o primeiro vínculo para relações afetivas, sociais e cognitivas (Dessen &

Polonia, 2007).

Neste grupo, a média de idade dos pais era, aproximadamente, de trinta anos,

sendo a média das mães aproximadamente vinte e oito anos. As habilitações académicas

das mães iam desde o 1ºciclo até ao ensino superior, havendo uma maior incidência de

profissões em domésticas e professoras. Quanto aos pais, as habilitações literárias

também iam do 1ºciclo até ao ensino superior, com profissões muito variadas, mas a

maioria trabalhava no estrangeiro. A maioria das crianças residia em meio urbano.

Das quinze crianças do grupo, apenas cinco frequentavam o prolongamento da

manhã e da tarde devido aos horários pouco flexíveis dos trabalhos dos pais. Apenas

quatro crianças não almoçam na escola.

No que respeita à comunicação e à participação, este grupo comunicava bem e era

bastante participativo. Por vezes esta comunicação era desorganizada, pois a criança

acabou de sair do estádio pré-verbal, onde as suas ações e evoluções eram realizados sem

que houvesse linguagem (Piaget, 1972 cit. por Pádua, 2009). Desta forma a passagem da

ação ao pensamento verbal acontece de forma lenta e trabalhosa (Piaget, 1970 cit. por

Pádua 2009) pelo que a educação pré-escolar deve acompanhar e auxiliar.

As crianças tinham bastante interesse e curiosidade acerca do mundo que as

rodeava, fazendo sempre muitas perguntas e observações sobre assuntos variados. Apesar

de todo este interesse e curiosidade, as crianças do grupo tinham algumas dificuldades de

concentração, mesmo em assuntos e brincadeiras que lhes despertavam interesse.

Em diversas atividades e situações, a falta de capacidade de concentração

interferiu no processo de aprendizagem das crianças e, por vezes, foi necessário

recomeçar a atividade em questão, ou sentar o grupo todo para haver um diálogo sobre

um dado assunto. A capacidade de aprendizagem do grupo era difícil, devido, segundo a

educadora cooperante, aos diferentes interesses e comportamentos das diferentes crianças

do grupo.

Page 57: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

53

O comportamento do grupo caraterizava-se por ser barulhento e desorganizado,

pois todas as crianças dentro da sala pensavam e queriam ser o centro das atenções. Isto

devido ao egocentrismo da criança na fase de desenvolvimento em que cada uma se

encontrava, o que, segundo Piaget (1931, cit. por Dayan, 1994) resulta da indiferenciação

entre si e o restante grupo. Apesar destas caraterísticas, o grupo era muito meigo, afável

e extrovertido e dinâmico.

Globalmente, o grupo apresentava interesse pelo corpo humano, o que levou a que

surgisse um projeto sobre alguns sistemas do corpo humano. Este era o seu principal

interesse, até que, durante algum tempo, se criou a “área do hospital”, onde as crianças

gostavam muito de brincar.

Outros dos interesses do grupo eram a área da pintura, a área das construções e a

área da dramática, criadas no início do 2.º período com a minha chegada. Na primeira

área verificou-se uma grande evolução, ao nível da motricidade e do conceito de espaço,

disposição e organização, nos trabalhos que faziam. Na segunda área foi notória que a

criatividade das crianças foi projetada da sua mente para os objetos, produzindo novas e

diferentes composições. A terceira área foi criada pois havia uma grande variedade de

dedoches e fantoches na sala, até que se escreveu uma história em “big book” inventada

pelo grupo. Esta área auxiliou muito na evolução da linguagem e ordenação das ideias do

grupo, com a invenção de brincadeiras e de histórias pelas crianças.

Quando já nos encontrávamos perto do final do ano letivo, todo o grupo se

encontrava desconcentrado, tanto nas atividades como nas brincadeiras nas áreas,

desencadeando problemas de comportamento nas crianças. Estas situações fizeram com

que eu e a educadora cooperante mudássemos de estratégia, deixando assim o grupo

aproveitar os últimos dias para brincarem mais uns com os outros.

Entende-se, por isso, que quando o educador estabelece uma relação com cada

criança, individualmente, está a criar um ambiente facilitador para a sua inserção no grupo

de crianças e para que estas criem relações entre si, nunca podendo esquecer que cada

criança tem caraterísticas próprias (Ministério da Educação, 1997).

7.3.2. Caraterização da turma 1º ciclo

De acordo com o artigo 19.º do Despacho normativo n.º 7-B/2015, de 7 de maio,

as turmas do 1ºCEB são constituídas por vinte e seis alunos, quando em circunstâncias

Page 58: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

54

normais, ou seja, quando nenhum dos alunos é portador de necessidades educativas

especiais.

A minha prática de ensino supervisionado no 1.ºCEB foi realizada numa turma do

3.ºano composta por vinte e seis alunos, onde dezasseis pertencem ao sexo masculino e

dez ao sexo feminino. Os alunos eram assíduos e pontuais.

A faixa etária da turma estava compreendida entre os oito e os nove anos de idade:

seis alunos com nove anos de idade e os restantes vinte com oito anos de idade. Nesta

turma nenhum destes alunos é repetente do 3.ºano.

Na sua maioria, a maioria dos alunos da turma reside na cidade de Vila Real, com

apenas alguns alunos que residiam em freguesias dos arredores da cidade.

Todos os alunos viviam com os pais e irmãos, à exceção de quatro alunos que

viviam apenas com um dos pais e ainda um deles que vivia com os pais e os avós. A

média de idades dos pais era cerca de quarenta e um anos e as suas habilitações literárias

vão desde o 1ºCEB ao ensino superior, com maior incidência no ensino secundário.

Quanto às mães, a média de idade destas era de cerca de trinta e sete anos e as suas

habilitações literárias vão desde o 2ºCEB ao ensino superior, com maior incidência no

ensino superior. Relativamente às funções praticadas pelos pais e mães, estas são diversas.

Analisando estes dados e em concordância com a importância da participação da

família na vida pessoal e escolar dos alunos, pode-se concluir que, no caso de três alunos

desta turma, o seu seio familiar era disfuncional, o que era revelado, tanto em diálogos,

como no comportamento e, especialmente, no seu aproveitamento escolar. A família

funciona assim como um importante mediador político, social, educacional que, em

conjunto com a escola, contribuem e influenciam o desenvolvimento do aluno e a sua

representação do mundo exterior (Sousa & Filho 2008; Dessen & Polonia 2007).

Apesar de a educação pré-escolar ainda ser facultativa em Portugal, todos os

alunos da turma tinham frequentado este nível de enino. Somente dois alunos não a

tinham frequentado com assiduidade. Frequentar a educação pré-escolar favorece a

formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo como meta a plena inserção

das crianças na sociedade como ser autónomo, livre e solidário (Ministério da Educação,

1997).

No que diz respeito à participação, esta turma era bastante participativa,

espontânea, interessada, expressiva e comunicativa, explicando o seu raciocínio, mesmo

que com algumas dificuldades, e estavam sempre curiosos e dispostos a adquirirem novas

aprendizagens.

Page 59: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

55

Quanto ao comportamento, os alunos tinham um comportamento bastante

responsável, sendo alunos que respeitavam muito a regras definidas, ficando preocupados

e reflexivos quando tal não acontecia. Tal facto revelava a formação cívica dos alunos, a

cooperação, a solidariedade e a interajuda, atitudes estas estimuladas no contexto do

modelo pedagógico do MEM. Existiam, contudo, três alunos que demonstram, muitas

vezes, mau comportamento e falta de solidariedade com os seus colegas. O

comportamento destes alunos era discutido na turma e no conselho de cooperação

educativa, resolvendo-se, assim, os conflitos surgidos.

No que respeita às relações pedagógicas e interpessoais dos alunos, do professor

com os alunos e das estagiárias com os alunos, estas eram motivadores e críticas de ambas

as partes. Tal acontecia, devido ao bom ambiente criado e à não sobreposição da relação

pedagógica à relação interpessoal. Quanto à relação entre a professora e os alunos, para

além de pedagógica, era afetiva. Ela não se limitava a transmitir conhecimentos aos

alunos, também os ouvia e negociava com eles as ideias e as sugestões que propunham,

mantendo assim uma relação de respeito mútuo. Nas relações entre os alunos, como já foi

dito anteriormente, estavam presentes os valores vinculados pelo MEM, sendo, por isso,

solidárias e afáveis. São as relações pedagógicas e interpessoais que dinamizam e dão

sentido ao processo educativo (Silva & Navarro, 2012).

A turma tinha um aproveitamento escolar satisfatório, já que, na sua maioria,

adquiria facilmente os conhecimentos. Apesar disto, cinco alunos tinham bastantes

dificuldades na matemática e no português. Um destes cinco alunos ainda se encontrava

num processo de aprendizagem da leitura e da escrita. Também quatro deles tinham sido

referenciados ao gabinete de psicologia, porque a professora não entendia o

aproveitamento e atitudes destes na sala de aula, procurando, em conjunto com a

psicóloga, uma explicação e uma intervenção para estes problemas.

As aprendizagens do domínio das ciências/estudo do meio eram feitas pelos

alunos através do trabalho de projeto (pesquisas). O trabalho de projeto consiste num

“plano de acção orientado por determinadas intenções ou finalidades que o originam e

que é realizado por uma sequência de actividades que visam concretizar essas intenções”

(Cortesão; Leite & Pacheco, 2002 cit. por Ferreira, 2010, p.98). Todo este processo era

realizado pelos alunos que trabalhavam em pequenos grupos, pedindo auxilio à professora

apenas quando era estritamente necessário. O projeto desenvolvido era no final avaliado

no diário de percurso de pesquisa. Um meio escolar onde são organizados projetos forma

“melhores cidadãos, atentos, capazes de pensar e agir, inteligentemente críticos para não

Page 60: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

56

serem facilmente ludibriados, (…) rápidos na adaptação às condições sociais mais

iminentes” (Kilpatrick, 2006 cit. por Ferreira, 2009, p.144).

A turma seguia o horário exposto na tabela 4 respeitando a carga horária estipulada

por lei em todas as disciplinas. No que refere à disciplina de estudo do meio, a carga

horária definida por lei para esta área é diminuta, considerando, como é referido no

programa, que os conteúdos trabalhados têm de acontecer através do ensino experimental

das ciências. No horário da turma também constavam as ofertas complementares, o apoio

ao estudo e as atividades de enriquecimento curricular (AEC), que eram a música e a

atividade físico-desportiva.

Também existiam dois alunos que estavam inscritos na educação moral e

religiosa, que era opcional. Apesar de não constarem no horário, desde o final do primeiro

período que alguns alunos, durante o tempo do almoço de sexta-feira, realizavam

atividades de teatro, lecionadas por um professor formado na área.

Tabela 4: Agenda Semanal da turma 3ºA

Fonte: Documento cedido pela Professora Cooperante

Page 61: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

57

8 Exemplos da Prática Pedagógica no Estágio

Neste ponto será apresentada uma planificação referente a uma das semanas de

ensino supervisionado na educação pré-escolar e no 1.ºCEB. Seguido de cada uma das

planificações irão constar as respetivas previsões diárias e reflexões semanais. No que

concerne à prática de ensino supervisionado no 1.ºCEB também será ainda apresentado o

plano semanal e duas listas de verificação, elaboradas e utilizadas apenas pela professora

estagiária.

8.1. A prática na Educação Pré-Escolar

Page 62: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

58

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

Escola de Ciências Humanas e Sociais

Mestrado em Ensino da Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico

8.1.1. Planificação Educação Pré-Escolar

U.C.: Estágio I

Docente: Professor Doutor Joaquim José Jacinto Escola

Educadora Cooperante: Educadora Maria Manuela Rua Martins

Discente: Rita Ferraz nº50954

Instituição: Centro Escolar das Árvores

Vila Real

4, 5 e 6 de maio de 2015

Page 63: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

59

Áreas de

conteúdo

Objetivos Atividades/Estratégias Recursos Avaliação

FORMAÇÃO

PESSOAL E

SOCIAL

- Identificar diferentes

momentos da rotina

diária;

- Demonstrar empenho

nas atividades que

realiza;

- Realizar as tarefas

que lhe foram

destinadas;

- Expressar as suas

ideias para criar ou

recriar atividades,

materiais e situações;

- Contribuir e colaborar

nas atividades de

pequeno/grande grupo;

- Manifestar opiniões,

preferências,

apreciações críticas;

- Partilhar brinquedos e

outros materiais com os

colegas;

4/5/2015

Manhã:

1- Acolhimento;

2- Reunião em grande grupo onde o tema

principal será os alunos contarem as

novidades do fim-de-semana para colocar

nas Noticias do fim de semana. O que os

alunos quiserem contar é escrito numa folha

e depois os alunos desenham sobre o que

contaram;

3- Lanche da manhã;

4- Brincar nas diferentes áreas;

5- Ir até à biblioteca aprender a trabalhar com

os computadores.

Tarde:

1- Acolhimento;

2- Preparar festa do dia da mãe que irá ocorrer

no fim do dia;

3- Festa da mãe.

5/5/2015

Manhã:

1- Acolhimento;

4- Dividir o grupo em dois outros grupos e

dividir também as plantas existentes na sala

pelos grupos. De seguida ir com um dos

grupos para a horta plantar as plantas que

lhes foram destinadas (enquanto isto o grupo

que ficou na sala pode ficar a brincar).

Quando o primeiro grupo a ir para a horta

- marcadores;

- folhas de papel;

- plantas;

- terra;

- água;

- computador;

- papel de cenário;

- canetas;

- mapa das tarefas;

- calendários

Avaliação Diagnóstica:

- Dialogo com os alunos para

averiguação de

conhecimentos prévios.

Avaliação Formativa:

Contínua:

- Observação não

instrumentada dos alunos,

durante o decorrer das aulas;

Pontual:

- Registos sob formas de

desenhos em atividades ou

fichas tipo;

EXPRESSÕES

Plástica:

- Utilizar de forma

autónoma, materiais de

colorir para representar

vivências como

histórias, paisagens;

Page 64: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

60

-Emitir juízos sobre os

seus trabalhos e os dos

colegas;

- Criar objetos, cenas

reais, em formato

tridimensional,

utilizando materiais de

diferentes texturas,

formas e volumes;

- Produzir composições

plásticas através de

temas reais.

Motora:

- Realizar atividades

utilizando corretamente

a motricidade fina.

voltar à sala faz o registo do que esteve a

fazer. O segundo grupo vai para a horta

plantar o que lhe foi destinado e quando

voltar para a sala faz o mesmo que o

primeiro grupo.

2- Lanche da manhã;

3- Ir até à biblioteca aprender a trabalhar com

os computadores.

Tarde:

1- Acolhimento;

2- Iniciação do projeto sobre o corpo humano.

(dividir as crianças por grupos, saber se

querem fazer o corpo em 3D, registar o que

sabem e o que querem saber)

3- Brincar nas diferentes áreas;

4- Lanche da tarde.

6/5/2015

Manhã:

1- Acolhimento;

2- Continuação dos projetos do corpo humano

(passar conceitos básicos a cada grupo e

escolher os materiais que se vão utilizar na

construção de cada sistema em 3D)

3- Lanche da manhã

4- Brincar nas diferentes áreas.

Tarde:

1- Acolhimento;

2- Brincar nas diferentes áreas

MATEMÁTICA

- Descrever posições

relativas dos objetos;

LINGUAGEM

ORAL E

ABORDAGEM À

ESCRITA

- Fazer e responder a

perguntas

demonstrando que

compreendeu a

informação transmitida

oralmente.

- Partilhar informação

oralmente atreves de

frases coerentes.

Page 65: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

61

CONHECIMENTO

DO MUNDO

- Estabelecer

semelhanças e

diferenças entre

matérias segundo as

suas propriedades;

- Identificar partes

externas e internas do

corpo;

-Comparar o processo

de germinação das

sementes com o

crescimento de plantas;

- Manifestar

comportamentos de

conservação da

natureza.

3- Montar molde do corpo da criança escolhida

pelo grupo no papel de cenário;

4- Lanche da tarde.

TIC

- Identificar as

tecnologias como

meios de comunicação.

OBS:

Esta planificação pode sofrer alteração consoante o ritmo e necessidades do grupo.

Page 66: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

62

8.1.2. Previsões Diárias

Dia 4 de maio de 2015

Horas (+/-) Atividades

09:00h-09:40h Acolhimento da manhã

09:45h- 10.30h Reunião em grande grupo

10:30h- 11:00h Lanche da manhã

11:00h-11.30h Brincar nos diferentes espaços/áreas

11:30h-11:45h Atividade na biblioteca

11:45h-12:00h Preparar para o almoço

12:00h-14:00h Almoço

14:00h-14:10h Acolhimento da tarde

14:10h-15:30h Preparar festa para o dia da mãe

15:30h-15.45h Brincar nos diferentes espaços/áreas

15:45h-16:00h Lanche da tarde

Dia 5 de maio de 2015

Horas (+/-) Atividades

09:00h-09:40h Acolhimento da manhã

09:40h- 10.40h Atividade na horta

10:40h- 11:00h Lanche da manhã

11:00h-11.30h Registos da atividade na horta

11:30h-11:45h Atividade na biblioteca

11:45h-12:00h Preparar para o almoço

12:00h-14:00h Almoço

14:00h-14:10h Acolhimento da tarde

14:10h-14.45h Brincar nos diferentes espaços/áreas

14:45h-15.45h Iniciação ao projeto do corpo humano

15:45h-16:00h Lanche da tarde

Dia 6 de maio de 2015

Horas (+/-) Atividades

09:00h-09:10h Acolhimento da manhã

09:10h- 10.30h Projeto do corpo humano

10:30h- 10.50h Lanche da manhã

10.50h-11.30h Projeto do corpo humano

11:30h-11:45h Atividade na biblioteca

11:45h-12:00h Preparar para o almoço

12:00h-14.00h Almoço

14:00h-14:10h Acolhimento da tarde

14:10h-14:45h Brincar nos diferentes espaços/áreas

14.45h-15.45h Projeto do corpo humano

15:45h-16.00h Lanche da tarde

Nota: Todos os elementos que se encontram presentes no plano semanal e em itálico não são da

responsabilidade da aluna estagiária.

Page 67: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

63

8.1.3. Reflexão dias 4, 5 e 6 de maio de 2015

Nesta semana de aulas, muitas das atividades foram realizadas num horário

diferente daquele que foi planificado, outras atividades não se realizaram e outras ainda

foram realizadas sem estarem planificadas. Desta forma, a planificação não foi cumprida

na sua totalidade, embora muitos dos objetivos previstos tenham sido cumpridos.

Somente no que respeita às atividades, tive que as adaptar no tempo e em relação aos

interesses dos alunos.

Nos diálogos em grande grupo, a maior parte dos alunos começou a expressar as

suas ideias e novidades para os colegas. Apesar das dificuldades verificadas nessa

expressão de ideias e novidades, foi notória a evolução de alguns alunos que eram mais

irrequietos, porque começaram a estar mais atentos e a participar. Considero, por isso, a

necessidade de estimular mais a oralidade das crianças para que se expressem melhor,

isto é, um raciocínio logico, que em algumas delas não acontece.

As atividades na biblioteca relacionadas com as TIC tornaram-se cada vez mais

apreciadas pelas crianças, pois estavam sempre curiosas e emprenhadas nas atividades

que as professoras da biblioteca preparam no computador. O trabalho com o rato e com

o teclado do computador também possibilita o desenvolvimento da motricidade fina e a

coordenação motora.

Esta semana demos início ao projeto do corpo humano, no qual as crianças

escolheram o sistema do corpo humano queriam trabalhar. Depois dos grupos estarem

constituídos em função dos interesses de cada um dos seus elementos, não foi fácil a

organização do trabalho em pequenos grupos. Ficou, por isso, decidido que enquanto a

educadora estagiária ia trabalhar com um grupo para o polivalente, os restantes grupos

ficavam na sala com a educadora titular a realizarem outras atividades que estivessem em

atraso. Esta organização do trabalho facilitou o arranque do projeto com os diferentes

grupos, pois os alunos saiam da sala e não se distraiam com as atividades das outras

crianças.

A primeira vez que levei os grupos para o polivalente foi para estes explicarem o

porquê de terem optado por um dado sistema do corpo humano e para dizerem o que

sabiam, o que queriam saber e o que queriam fazer no final para apresentarem o projeto.

Talvez por não me ter explicado bem, ou por não perceber a ligação de certas perguntas

que as crianças faziam, foi difícil perceber o que as crianças gostariam de aprender sobre

o sistema do corpo humano que iriam trabalhar.

Page 68: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

64

A atividade na horta teve que ser realizada no dia 6 pois no dia anterior as

condições meteorológicas impossibilitaram o trabalho no exterior. Esta atividade na horta

correu melhor do que o esperado, pois resolvi constituir os grupos de acordo com as

plantas que estes gostariam de plantar ou tinham trazido de casa. Então, dei-lhe tarefas

como, por exemplo, de regar, e estes organizaram-se, respeitaram-se a ajudaram-se

fazendo com a atividade corresse bem.

Esta semana foi marcada pelos festejos do dia da mãe, que se comemorou com um

pequeno lanche para todas as mães no polivalente da escola.

Page 69: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

65

8.2. A Prática no 1.º Ciclo do Ensino Básico

Page 70: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

66

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

Escola de Ciências Humanas e Sociais

Mestrado em Ensino da Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico

8.2.1. Planificação 1.º Ciclo do Ensino Básico

U.C.: Estágio II

Docente: Professora Doutora Ana Maria Bastos

Professora Cooperante: Professora Olga Alves

Discente: Rita Ferraz nº50954

Instituição: Centro Escolar das Árvores

Vila Real

7 e 9 de dezembro de 2015 e 25 de janeiro de 2016

Page 71: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

67

Áreas Conteúdos Metas

Curriculares

Objetivos Atividades/Estratégias Recursos Avaliação

Português Oralidade (O3)

Interação

discursiva:

- Pedido de

esclarecimento,

informação e

explicação;

Compreensão e

expressão:

- Tom de voz,

articulação, ritmo;

- Vocabulário;

- Estruturas frásicas;

Produção de

discurso oral:

- Introdução aos

géneros escolares:

apresentação oral,

pequeno discurso

persuasivo;

1. Escutar para

aprender e

construir

conhecimentos;

2. Produzir um

discurso oral

com correção;

3. Produzir

discursos com

diferentes

finalidades;

1.1.Descobrir pelo

contexto o

significado de

palavras

desconhecidas;

1.3. Pedir

esclarecimento

acerca do que ouviu;

2.1.

- Falar com um tom

audível;

- Falar com boa

articulação;

- Falar com um ritmo

adequado;

2.2. - Mobilizar

vocabulário cada vez

mais variado;

- Usar vocabulário

cada vez mais

complexo;

3.2. - Recontar o que lê;

Dia 7

- Tarefas;

- Plano Diário (PD);

- Conselho:

Este é realizado pela turma

e a estagiária apenas interfere

quando necessário. Neste lê-

se e analisa-se a ata realizada

pelos presidentes da semana

anterior. Lê-se e avalia-se o

diário de grupo da semana

passada; avaliam-se as tarefas

da semana passada e

distribuem-se as novas. Por

fim elabora-se o plano

semanal.

Intervalo;

- Inglês;

Almoço

- Matemática:

Ficha de consolidação de

conhecimentos de

matemática. Nesta estarão

presentes todos os conteúdos

abordados durante o primeiro

período. É uma ficha que

Humanos:

- Alunos;

- Professora

Cooperante;

- Estagiárias;

Espaciais:

- Sala de aula;

Materiais:

-Caderno

diário;

- Blog da

turma;

- Quadro

interativo;

- Computador;

- Terrina;

- rolhas;

- plástico;

- algodão;

- folhas de

papel;

- mola;

- água;

Avaliação

Diagnóstica:

- Dialogo com

os alunos para

se averiguarem

os seus

conhecimentos

prévios.

Avaliação

Formativa

Contínua:

- Observação

instrumentada,

dos alunos,

durante o

decorrer das

aulas com lista

de verificação

de

comportamento;

-Autoavaliação

dos alunos no

Plano diário;

Page 72: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

68

Leitura e Escrita

(LE3)

Fluência de

leitura:

- Palavras regulares

e irregulares;

Compreensão de

texto:

- Textos de

características:

dramáticas e

poéticas;

- Vocabulário;

- Sentidos do texto:

tema, assunto,

informação

essencial,

antecipação de

conteúdos,

intenções e emoções

5. Ler em voz

alta textos;

6. Ler textos

diversos;

7. Apropriar-se

de novos

vocábulos;

8. Organizar os

conhecimentos

do texto;

11. Elaborar e

aprofundar

ideias e

conhecimentos;

13. Mobilizar o

conhecimento

da representação

gráfica e da

pontuação;

- Recontar o que

ouve;

- Descrever o que lê;

- Descrever o que

ouve;

3.4. Fazer uma

apresentação oral

sobre um tema;

5.1. Ler todas as

palavras regulares e

irregulares

corretamente;

5.4.

- Ler um texto com

articulação correta;

- Ler um texto com

entoação correta;

6.1. - Ler um pequeno

texto poético;

- Ler um pequeno

texto poético;

7.1. Reconhecer o

significado de novas

palavras;

servirá para perceber onde

estão presentes as

dificuldades dos alunos para

os preparar para a ficha de

avaliação de matemática. A

ficha vai ser realizada

individualmente e depois

corrigida em coletivo.

- Português:

Relatório dos trabalhos na

horta. No dia 4 de dezembro a

turma foi até à horta da escola

para explorar a fauna

existente naquele lugar. Hoje

irá ser elaborado o relatório

desse trabalho, diretamente

no blog para fazer

imediatamente a postagem.

Intervalo;

- Expressões:

Os alunos que fizeram as

plantações na horta, irão fazer

o registo por desenhos;

Continuação dos trabalhos

sobre o natal.

Dia 9

-Tarefas;

-

circunferências

de cartão;

- rolos de

papel;

- cola;

- cola quente;

- cartão;

- lápis de cor;

- marcadores;

- papel de

cenário;

- tintas;

- lã;

- diário de

grupo;

- mapa de

tarefas;

- material “a

arca dos

contos”;

- problema

“Partilhando

Pizas”

- Ficha de

consolidação

de

conhecimentos

de matemática;

Avaliação

Formativa

Pontual:

- Registos

escritos durante

todo o decorrer

de trabalhos, no

caderno ou no

computador;

Page 73: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

69

das personagens e

sua relação com

finalidades da ação;

- Opinião crítica;

Pesquisa e registo

da informação

Ortografia e

Pontuação:

- Sinais de

pontuação;

Produção de

Texto: - Textos de

caraterísticas

informativas/

expositivas;

- Revisão de texto:

planificação,

vocabulário e

ortografia;

17. Escrever

textos

expositivos/

informativos;

20. Rever textos

escritos;

8.1. Identificar

informações

equivalentes, ditas

de forma diferente e

noutros contextos;

11.2. - Procurar

informação na

internet para

preencher esquemas

anteriormente

elaborados de modo

a responder a

questões elaboradas

em grupo;

11.3. Exprimir de

maneira apropriada

uma opinião crítica;

13.3. Utilizar

corretamente os

sinais de pontuação;

17.1. Escrever um

pequeno texto a

partir de ajudas que

identifiquem a

introdução ao tópico;

20.1. Verificar se o

texto contém as

ideias previamente

definidas;

- Avaliação do plano do dia

anterior e elaboração do

novo:

É a turma que o avalia e o

elabora e só se for necessário

é que a estagiária intervém.

- Português:

Atividade “A arca dos

Contos”. Esta atividade é

realizada segundo um jogo de

cartas. Estas cartas estão

distribuídas por temas

(personagens, espaço, objetos

mágicos, ações, caraterização

e palavra-chave). A turma vai

estar dividida por grupos de 3

alunos (grupos estruturados

pela estagiária previamente).

Depois de serem explicadas

as regras e da turma estar

dividida por grupos, um

elemento de cada grupo irá a

frente retirar uma carta de

cada tema. A partir das cartas

que saíram, cada grupo irá ter

que inventar uma história

onde obrigatoriamente têm

que estar todos os elementos

que lhes saíram.

Intervalo;

- Poema

“pequeno

sótão”;

- imagem para

padrões

circulares;

- grelhas de

percurso de

pesquisa;

-

Page 74: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

70

Educação

Literária (EL3)

Leitura e audição:

- Textos literários

selecionados pelo

aluno sob orientação

(Listagem PNL);

- Formas de leitura:

em voz alta;

Compressão do

Texto:

- Regularidades

versificatórias:

rimas;

- Personagens

principais;

- Expressão de

sentimentos, ideias

e pontos de vista;

21. Ler e ouvir

textos literários;

22.Compreender

o essencial dos

textos escutados

e lidos;

24. Ler em

termos pessoais;

20.2. Verificar a

adequação do

vocabulário usado;

20.3.

- Identificar erros

ortográficos no

texto;

- Corrigir erros

ortográficos no

texto;

21.1.

- Ler obras de

literatura para a

infância;

- Ouvir a leitura de

obras de literatura

para a infância;

21.3. Ler em voz alta

após a preparação da

leitura;

22.1. Reconhecer

rimas;

22.7. Propor títulos

alternativos para

textos;

22.9.

-Matemática:

Padrões circulares. Nestes irá

ser realizado uma atividade

prática, onde com a

construção dos padrões irão

ser descobertas estrelas.

Serão entregues aos alunos

duas circunferências (com

números de 0 a 9), dois fios

de lã, com cores que eles

escolheram previamente. No

início da atividade, irei

suscitar a curiosidade dos

alunos fazendo perguntas

sobre o que acham que vamos

fazer com aqueles materiais,

dando pistas e falando das

tabuadas para chegarem a

uma lógica. Quando em

conjunto, os alunos

descobrirem um padrão

iremos passar parta a

construção dos padrões nas

circunferências com a lã.

Almoço

- Estudo do meio:

Experiência sobre “a água

molha tudo?” realizada pelas

crianças como complemento

Page 75: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

71

Apresentação de

textos e de livros

Gramática (G3)

Classes de

Palavras:

- Advérbios de

negação e

afirmação;

27.Compreender

processos de

formação de

organização do

léxico

- Responder,

oralmente a questões

sobre os textos;

- Responder por

escrito a questões

sobre o texto;

24.1. - Ler sob orientação

do professor um

texto;

- Ler por iniciativa

própria textos

diversos;

24.2. Apresentar à

turma textos e livros

lidos, justificando a

escolha;

27.6.

- Identificar

advérbios de

negação;

- Identificar

advérbios de

afirmação;

27.7. Saber o que são

palavras invariáveis.

da apresentação da sua

pesquisa;

Apresentação da pesquisa

sobre “a água molha tudo?”

Dia 25

- Tarefas;

- Plano Diário (PD);

- Conselho:

Este é realizado pela turma

e a estagiária apenas interfere

quando necessário. Neste lê-

se e analisa-se a ata realizada

pelos presidentes da semana

anterior. Lê-se e avalia-se o

diário de grupo da semana

passada; avaliam-se as tarefas

da semana passada e

distribuem-se as novas. Por

fim elabora-se o plano

semanal.

Intervalo;

- Inglês;

Almoço

- Português:

Advérbios. Este conteúdo

será lecionado com o auxílio

de um poema, elaborado pela

estagiária. A estagiária ira

Page 76: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

72

entregar a cada aluno um

poema, pedindo-lhes para

lerem primeiro em silêncio e

depois irá ser lido em coletivo

duas vezes pela turma.

Quando a leitura em coletivo

estiver terminada, irei pedir

aos alunos para procurarem

no poema palavras que eles

pensam que indicam

afirmação e negação e para as

escreverem no caderno.

Quando todos, ou a maior

parte, terminarem irei fazer

no quadro uma espécie de

tabela que irá ser preenchida

aleatoriamente pelos alunos.

Quando esta estiver

totalmente preenchida irá ser

discutida com a turma para

que os alunos possam

perceber o que está bem e o

que está mal, consolidando

conhecimentos.

- Matemática:

Problema “Partilhando

Pizas”. A turma irá ser

dividida em grupos de dois,

conforme estão divididos nas

mesas (os alunos com mais

Page 77: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

73

dificuldades irão juntar-se

com alunos que os possam

ajudar). Depois será entregue

a cada um dos alunos um

problema que foi retirado do

caderno elaborado pela APM.

No final de cada grupo irá ao

quadro explicar o seu

raciocínio para resolver o

problema e no fim de cada

explicação iremos discutir em

grande grupo.

- Expressões:

Elaboração do Brasão da

turma. Em continuação ao

PAS (programa alimentação

saudável), onde a turma está

inserida, foi proposto à turma

a criação de um brasão que os

representasse e que inclui-se

um lema da turma também. A

planta do brasão foi entregue

pelos enfermeiros do PAS e a

turma teve que o continuar a

contruir.

Matemática

Números e

Operações (NO3)

Page 78: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

74

Os números

Naturais:

- Números ordinais;

- Números naturais

até ao milhão;

- Numeração

romana;

A Representação

decimal de

números naturais:

- Leitura por ordens

e por classes;

- Arredondamentos;

A Adição e

Subtração de

números naturais:

- Algoritmo da

adição e subtração;

- Problemas

envolvendo juntar,

acrescentar e retirar;

A Multiplicação de

números naturais:

1. Conhecer os

números

ordinais;

3. Conhecer a

numeração

romana;

4. Descodificar

o sistema de

numeração

decimal;

5. Adicionar e

subtrair números

naturais;

6. Resolver

problemas;

7. Multiplicar

números

naturais;

1.1 Utilizar

corretamente os

numerais ordinais;

3.1. Utilizar

corretamente os

numerais romanos;

4.2.

- Efetuar leitura por

classes;

- Efetuar leitura por

ordens;

4.5. - Arredondar um

números natural à

décima;

- Arredondar um

número natural à

centésima;

- Arredondar um

número natural à

milésima;

5.1. Adicionar

números naturais

utilizando o

algoritmo da adição;

5.2. Subtrair

números naturais

utilizando o

algoritmo da

subtração;

Page 79: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

75

- Tabuada do 6, 7 e

8;

- Múltiplos de 2 e 5;

- Algoritmo da

multiplicação;

- Problemas

envolvendo cálculos

com tabuadas;

Os números

racionais não

negativos:

- Frações como

representação de

uma grandeza;

- Frações

equivalentes;

8. Resolver

problemas;

11. Medir com

Frações;

6.1. Resolver

problemas

envolvendo

situações de juntar,

acrescentar e retirar;

7.1. Conhecer a

tabuada do 7 e do 8;

7.8. Multiplicar

quaisquer dois

números utilizando o

algoritmo da

multiplicação;

7.9.

- Reconhecer os

múltiplos de 2;

- Reconhecer os

múltiplos de 5;

11.3.

- Utilizar

corretamente o termo

numerador;

- Utilizar

corretamente o termo

denominador;

11.5. Utilizar as

frações para designar

grandezas formadas

por certo número de

partes equivalentes a

uma que resulte de

Page 80: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

76

Geometria e

Medida (GM3)

A localização e

orientação no

espaço:

- Coordenadas em

grelhas

quadriculadas;

Figuras

geométricas:

- Circunferência e

círculo;

1. Situar-se e

situar objetos no

espaço;

2. Reconhecer

as propriedades

geométricas;

divisão equitativa de

um todo. 11.9. Reconhecer

que frações com

numeradores e

denominadores

diferentes podem

representar a mesma

quantidade;

11.10. Identificar

frações equivalentes;

1.6. Identificar

pontos numa grelha

quadriculada através

das respetivas

coordenadas;

2.3.

- Utilizar

corretamente o termo

circulo;

- Utilizar

corretamente o termo

circunferência;

Page 81: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

77

Organização e

Tratamento de

Dados (OTD3)

Representação e

tratamentos de

dados:

- Diagrama de

caule-e-folhas;

- Frequência

absoluta;

- Moda;

- Mínimo, máximo e

amplitude;

- Problemas

envolvendo análise

e organização de

dados, frequência

absoluta, moda e

amplitude.

1.Representar

conjuntos de

dados;

2. Tratar

conjuntos de

dados;

3. Resolver

problemas;

1.1.Representar

conjuntos de dados

expressos na forma

de números inteiros

não negativos em

diagramas de caule e

folhas;

2.1. Identificar a

frequência absoluta;

2.2. Identificar a

moda;

2.4.

- Identificar o

máximo;

- Identificar o

mínimo;

- Calcular a

amplitude;

Page 82: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

78

3.1. Resolver

problemas

envolvendo

tratamento de dados;

Estudo do

Meio

Bloco 3. À

descoberta do meio

natural:

1. Os seres vivos do

ambiente próximo;

Bloco 5. À

descoberta dos

materiais e objetos:

2. Realizar

experiências com a

água;

*

1.3. Reconhecer a

utilidade das plantas;

1.5. Identificar

fatores do ambiente

que condicionam o

crescimento das

plantas;

2.4. Verificar,

experimentalmente o

efeito da água em

certos materiais;

Expressões Expressão e

Educação Plástica:

Bloco 2-

Descobertas e

*

Page 83: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

79

*Estas áreas disciplinares não têm definidas metas curriculares.

organização

progressiva de

superfícies:

Desenho

- Atividade gráficas

sugeridas;

- Atividade livre

- Ilustrar de forma

pessoal o que

interpreta;

- Ilustrar de forma

pessoal o que

observou;

- Desenhar sobre um

suporte previamente

preparado;

- Utilizar lã para

elaborar construções

matemáticas;

Page 84: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

80

8.2.2. Plano Semanal

Português:

- Relatório da ida à horta;

- Atividade “A arca dos Contos”;

- Ler, mostrar e contar;

- Terminar trabalho de texto de um aluno;

- Ir à Biblioteca Municipal: atividade “a minha turma salva um livro”;

- Advérbios;

Matemática:

- Ficha de Consolidação de conhecimentos;

-Padrões Circulares;

- Ficha de Avaliação de Conhecimentos;

- Problema “Partilhando Pizas”

Estudo do Meio:

- Pesquisas

- Experiência com roldanas;

Expressões:

- Continuação dos trabalhos sobre o Natal;

- Representação dos órgãos dos sistemas do corpo humano;

- Elaboração do “brasão” da turma.

Apoio ao estudo/Estudo autónomo

- Movimentação de livros na biblioteca

Inglês

E.M.R

A.E.C.:

- A.F.D.

- Música

Nota: Todos os elementos que se encontram presentes no plano semanal e em itálico não são da

responsabilidade da aluna estagiária.

Page 85: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

81

8.2.3. Previsões Diárias

Dia 7 de dezembro de 2015

Horas (+/-) Atividades

09:00h-09:20h Elaboração do Plano Diário e

Cumprimento das Tarefas

09:20h- 10.35h Conselho de Cooperação Educativa

10:35h- 10.45h Lanche da manhã

10.45h-11.05h Intervalo

11:05h-12:05h Inglês

12:05h-14:05h Almoço

14:05h-15.20h Matemática:

- Ficha de consolidação de

conhecimentos

15:20h-16:10h Português:

- Relatório dos trabalhos na horta

16:10h-16:20h Lanche da tarde

16.20h-16.30h Intervalo

16:30h-17.30h Expressões:

- Continuar trabalhos sobre o natal.

Dia 9 de dezembro de 2015

Horas (+/-) Atividades

09:00h-09:20h Elaboração do Plano Diário e

Cumprimento das Tarefas

09:20h- 10.35h Português:

- Atividade “A arca dos contos”

10:35h- 10.45h Lanche da manhã

10.45h-11.05h Intervalo

11:05h-12:05h Matemática:

- Padrões Circulares

12:05h-14:05h Almoço

14:05h-16:10h Estudo do meio:

- Apresentação da pesquisa sobre “a água

molha tudo?” e experiência sobre a

mesma

16:10h-16:20h Lanche da tarde

16.20h-16.30h Intervalo

16:30h-17.30h A.E.C.:

- Música

Dia 25 de janeiro de 2016

Horas (+/-) Atividades

09:00h-09:20h Elaboração do Plano Diário e

Cumprimento das Tarefas

09:20h- 10.35h Conselho de Cooperação Educativa

10:35h- 10.45h Lanche da manhã

10.45h-11.05h Intervalo

11:05h-12:05h Inglês

12:05h-14:05h Almoço

Page 86: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

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14:05h-15.20h Português:

- Advérbios

15:20h-16:10h Matemática:

- Problema “Partilhando Pizas”

16:10h-16:20h Lanche da tarde

16.20h-16.30h Intervalo

16:30h-17.30h Expressões:

- Representação dos órgãos relativos aos

sistemas do corpo humano;

- Elaboração do brasão da turma

Nota: Todos os elementos que se encontram presentes no plano semanal e em itálico não são da

responsabilidade da aluna estagiária.

Page 87: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

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8.2.4. Reflexão dias 7 e 9 de dezembro de 2015 e dia 25 de janeiro de 2016

Esta semana, sete e nove de dezembro de dois mil e quinze e vinte e cinco de

janeiro de dois mil e dezasseis, realizei a minha terceira e última semana de

responsabilização. Esta foi realizada separadamente devido a feriados e férias de Natal.

Nestes três dias, a maior dificuldade sentida foi, na segunda-feira dia vinte e cinco

de janeiro, perante uma dúvida dos alunos sobre se uma das palavras que estava no quadro

era simultaneamente advérbio de negação e de tempo. Depois de muitas estratégias para

a tentar responder à dúvida dos alunos, tive de pedir ajuda à professora cooperante, pois

estava com medo de transmitir um conceito errado aos alunos. Apesar de ter estudado

muito para lecionar o tema dos advérbios, senti que devia ter aprofundado mais o estudo.

Em reflexão com a professora cooperante, esta explicou que este conteúdo é de difícil

entendimento para alunos desta faixa etária, mas, apesar disso, senti que podia ter feito

mais e melhor.

Como aspetos positivos destes três dias de aulas foi a melhor circulação pela sala

de aula. Durante todas as atividades, mesmo aquelas relacionadas com os advérbios, dei

mais espaço do que nas semanas anteriores para os alunos explicarem o seu raciocínio,

percebendo o quão isso é importante para eles. Consegui perceber a importância da

explicação do seu raciocínio, uma vez que principalmente nas atividades dos “padrões

circulares” e no exercício “partilhando pizzas” foi notória a evolução do tipo de

linguagem empregue e de como os alunos se dão mais facilmente conta dos erros se os

verbalizarem em explicações para os outros.

Esta semana, a produção e utilização de recursos foi variada e bem aproveitada, o

que melhorou a minha prática. Também utilizei recursos que não foram produzidos por

mim. Penso que explorei bem todos os recursos de modo a que as aprendizagens fossem

mais significativas nos alunos. Através desses recursos, julgo que foram explorados os

conteúdos e realizadas as atividades de forma correta.

Nesta semana de responsabilização, durante o exercício dos padrões circulares

utilizei uma lista de verificação de conhecimentos matemáticos, e durante o tempo de

estudo autónomo utilizei uma lista de verificação de comportamento. Estas listas

encontram-se em anexo e foram utilizadas apenas em cinco alunos, pois permite-me estar

mais atenta aos parâmetros que quero avaliar em cada aluno. Apesar de utilizar as listas

de verificação num numero reduzido de alunos não foi fácil utiliza-las, uma vez que, por

vezes, com o entusiasmo do que estava a realizar com os alunos, esquecia-me de estar

Page 88: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

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atenta a certos parâmetros, pelo que tenho que melhorar esta atitude de responsabilidade

quanto ao que necessito avaliar.

Fiquei muito satisfeita com o trabalho realizado nestas aulas da minha

responsabilização, pelo que percebi que para praticar uma boa prática de estágio é

imprescindível estudar e aprofundar todos os conteúdos por mais fáceis que estes possam

aparentar ser e ainda percebi que é importante dar tempo aos alunos para refletirem e

regularem o seu percurso de aprendizagem.

Page 89: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

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9 A prática de Avaliação das Aprendizagens no Modelo

Pedagógico do MEM no contexto de estágio do 1ºCEB

O relato de prática que se irá ser apresentado e refletido refere-se unicamente à

prática de avaliação das aprendizagens no contexto do estágio do 1ºCEB, uma vez que

foi neste ciclo que realizei a avaliação das aprendizagens dos alunos de acordo com as

orientações do modelo pedagógico do MEM.

De acordo com a sugestão da professora e das colegas do grupo de estágio, o

primeiro contacto com a prática de avaliação das aprendizagens como docente deu-se

com a elaboração de duas ficha de avaliação de conhecimentos, uma para a disciplina de

português e outra para a disciplina de matemática. Para a elaboração da mesma, a

professora cooperante cedeu-nos os conteúdos programáticos que pretendia que com ela

fossem avaliados, de modo a que os exercícios nela propostos estivessem de acordo com

as aprendizagens que os alunos já tinham realizado. Com a construção destas fichas

percebemos que não são só de conteúdos programáticos abordados que determinam a

construção de uma ficha de avaliação de conhecimentos. Tudo o que é realizado na sala

de aula, os interesses dos alunos e ocorrências de momentos também são determinantes

na sua elaboração, como seja, por exemplo, o texto a escolher para a ficha de português

ser sobre uma festividade que ocorresse nessa época do ano e os exercícios de matemática

irem de encontro aos interesses dos alunos.

Os alunos também iam realizar uma ficha de avaliação de conhecimentos relativa

à disciplina de estudo do meio, que a professora não nos incumbiu de elaborar, pois nesta

são colocadas também questões sobre as aprendizagens que os alunos fazem

relativamente aos projetos existentes na sala. A professora cooperante lembrava imensas

vezes que não fazia sentido os alunos pesquisarem e aprenderem sobre temas variados,

alguns que podem não constar no programa, e depois os alunos sentirem que as

aprendizagens feitas não eram relevantes.

Além das fichas de avaliação de conhecimentos, nós estagiárias tivemos

igualmente que elaborar os critérios de correção para cada uma das fichas, atribuindo a

cotação a cada uma e subdividindo essa cotação pelos parâmetros que iriam ser avaliados

Page 90: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

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em cada resposta. Para a delimitação dos critérios de avaliação das respostas, a professora

cooperante forneceu-nos alguns que nos serviram de orientação, visto que nunca tínhamos

elaborado critérios de avaliação. Foi necessário a construção de critérios de avaliação e

estes tinham d conter cotação, pois, para avaliar, a professora tinha de relacionar o

referido com o referente (Lesne, 1984) que possibilitava a formulação de um juízo de

valor quantitativo para cada aluno. Uma das reflexões realizadas pela professora

cooperante em conjunto com as estagiárias ocorreu quando os alunos tinham uma nota

negativa numa ficha mas perto de alcançarem a positiva. Nesta situação, a professora

registava na ficha de avaliação de conhecimentos que era entregue aos alunos uma nota

positiva. O valor real da avaliação ficava nos registos pessoais da professora, enquanto

os alunos recebiam uma nota positiva mesmo que baixa. Explicava-nos que o fazia para

não desmotivar os alunos em questão e explicava a esses alunos que a nota era positiva

mais baixa, que tinham conseguido fazer aprendizagens, mas tinham que se aplicar ainda

mais para fazerem melhor.

As fichas de avaliação de conhecimentos não eram vistas como instrumentos de

selecionar ou penalizar os alunos, eram antes percecionadas pela professora cooperante

como instrumentos burocráticos e de verificação de conhecimentos. Tinham a finalidade

de criar e melhorar as estratégias de ensino e de aprendizagem para que nas fichas de

avaliação de conhecimentos seguintes os resultados fossem melhores, significando, por

isso, que as aprendizagens tinham sido feitas.

Uma vez que a professora cooperante orientava a sua prática pedagógica pelo

modelo pedagógico do MEM, o grande momento de avaliação das aprendizagens, dos

valores, das atitudes, das responsabilidades era realizado no CCE.

O CCE diário era realizado todos os dias ao início da manha com a avaliação do

plano do dia anterior e com a planificação do novo plano do dia. A avaliação do plano

diário não era realizada no final desse mesmo dia, pois o horário não o permitia e, segundo

a professora cooperante, o facto de o plano diário anterior e a planificação do novo plano

diário serem realizadas seguidamente, facilitava à turma saber o que não tinham realizado

no dia anterior, transportando esse conteúdo para o novo plano diário. Eram os alunos

que realizavam esta avaliação. O aluno que tinha a tarefa do plano diário dirigia-se ao

quadro, onde este estava registado, e a restante turma ajudavam na avaliação. A avaliação

era realizada por cores, que estavam decididas desde o 1.ºano de escolaridade, e era quase

sempre reflexiva, visto que os alunos quando uma tarefa não era cumprida explicavam o

motivo e quando os alunos não sabiam explicar eu ou a professora cooperante

Page 91: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

87

explicávamos. Apenas em alguns casos é que existia discussão, pois se alguns elementos

da turma não concordavam com a avaliação feita, tinham que chegar a um consenso. A

planificação do novo plano diário era realizada com a minha ajuda, enquanto responsável

pela semana, e em consonância com plano semanal e a avaliação do plano diário do dia

anterior.

O CCE semanal era realizado em dois momentos: à sexta-feira ao final da tarde e

à segunda-feira ao início da manhã. O CCE não era realizado apenas num só momento,

normalmente à sexta-feira (Louseiro, 2005), porque, além de o horário não permitir, para

esta turma fazia mais sentido desta forma.

A minha prática de ensino supervisionado era realizada nos primeiros três dias da

semana, pelo que no CCE de sexta-feira, onde eram realizadas as avaliações do plano

diário e do plano semanal, não eram da minha responsabilidade. Apesar disso, sei como

era realizada a avaliação do plano semanal, pois era feita com os mesmos procedimentos

da avaliação do plano diário, utilizando o sistema das cores e refletindo o porquê de não

se realizarem certas atividades e se terem acrescentado outras. Durante a avaliação deste,

os alunos que a conseguiam acompanhar, iam fazendo o registo no caderno. Estes alunos

ficavam encarregues de na elaboração do plano semanal no CCE de segunda-feira me

dizerem as atividades que não foram realizadas para as registarmos novamente, apesar da

professora cooperante já me ter posto a par dessas atividades.

Quanto ao CCE semanal realizado à segunda-feira logo ao início da manhã, este

já era da minha responsabilidade, e ocorria no tempo da oferta complementar. Aqui os

alunos que tinham as tarefas de presidente e secretário começavam logo a preparar o

espaço para o conselho. Colocavam uma mesa em frente à restante turma e enquanto um

deles ia buscar o mapa de tarefas e o diário de turma, o outro iniciava a escrita da ordem

de trabalhos no quadro, para que fosse tudo muito organizado. Esta ordem de trabalhos

consistia sempre em quatro pontos: ler e aprovar a ata da semana anterior, ler e discutir

as ocorrências do diário de turma, avaliar e distribuir as tarefas e elaboração do plano

semanal.

No ponto um que era a leitura e aprovação da ata da semana anterior, o presidente

pedia ao presidente e secretário da semana anterior para irem à frente da turma ler a ata

que eles próprios tinham elaborado. A professora cooperante, quando introduziu a escrita

da ata do conselho, explicou ao alunos como se elabora uma ata de reuniões, com todos

os pontos e a escrita correta da mesma, para estes perceberem a sua importância. No fim

da leitura, os restantes colegas tinham o direito de comentar, explicando o que devia estar

Page 92: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

88

escrito e não estava, o que estava escrito e não era necessário, ou apenas concordando

com tudo. Neste espaço de reflexão, discussão e avaliação, por vezes eu ou a professora

cooperante tínhamos que intervir, por exemplo, por causa de alguma situação que

gostaríamos que estivesse registada ou até para fazer correções ao nível do português.

Estes registos eram verdadeiras fontes de informação, como declara Louseiro (2011) para

observar evoluções ao nível das intervenções, cumprimento de compromissos. Quando

era unanime que faltava na ata uma informação relevante que devia ser registada ou que

era necessário retirar alguma informação que não fazia sentido, o presidente e secretário

iam ao computador efetuar as alterações. Estas alterações não eram realizadas no

momento por causa do tempo que dispúnhamos para o conselho, mas ocorriam no

primeiro estudo autónomo da semana. Após estes procedimentos, imprimiam a ata para

esta ser anexada ao dossier da turma.

No ponto dois encontrava-se a leitura e a discussão do diário de turma e, como foi

descrito na primeira parte, era o instrumento orientador do trabalho e da vida da turma.

Tudo era exposto, discutido, negociado, avaliado a partir do diário de turma e,

principalmente, era neste momento que turma, eu e a professora cooperante nos

apercebíamos das evoluções dos alunos ao nível de conteúdos e ao nível de maturidade.

O diário de turma era composto apenas por três colunas, o gostamos, o não gostamos e o

desejo. Nesta turma não existia a coluna do fizemos/realizamos, como afirma Serralha

(2009), pois para a professora não fazia sentido, uma vez que as atividades que

correspondem a esta coluna já eram avaliadas no plano diário. Todos os registos eram

assinados e, por vezes, vários alunos assinavam o mesmo registo para não existir muitas

vezes a mesma ideia escrita. A leitura do diário era feita pela ordem como estão dispostas

as colunas e, no fim da leitura de cada coluna, eram feitos os comentários pela restante

turma. Em concordância com Serralha (2009) foi notório tanto nas minhas

responsabilizações, como nas das minhas colegas estagiárias e nas da professora, que os

registos que mais ajudavam a turma a crescer como grupo e individualmente eram os da

coluna do não gostamos. Nesta coluna eram colocados comportamentos que os alunos

não gostaram de algum colega, atividades que não gostaram de fazer, problemas que

surgiam fora da sala de aula ou mesmo problemas em aulas onde o professor titular não

era a professora cooperante. Desta forma, era a partir desta coluna que comentários e

atitudes inesperadas surgiam. Por exemplo, um dos comentários que mais me marcou foi

sobre uma ocorrência na aula de música, onde um aluno não gostou de uma atitude do

professor e gerou-se uma discussão que ocupou grande parte do tempo do conselho.

Page 93: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

89

Depois de até a professora cooperante já ter intervindo e a discussão continuar, um aluno

colocou o dedo no ar e o seu comentário foi que não se devia estar a discutir nem a acusar

pessoas que não estavam na sala para se defender, finalizando dizendo que era um assunto

que devia ser discutido na aula de música. Como foi emocionante presenciar este

comentário, pois são este tipo de intervenções, extremamente reflexivas e pensadas antes

de serem expostas à turma, que me dão força e sentido na minha prática. Eram atitudes

como estas que, de conselho para conselho, iam aumentando, eram registadas por mim

para um futuro registo nas listas de verificação e eram registadas, claramente, pela

professora cooperante para a avaliação formal do aluno, pois além da dimensão

democrática a leitura e discussão do diário tinha também uma dimensão curricular

(Garcia, 2010) como pude observar. Também a coluna do desejo trazia diversas

informações não só para a criação de projetos, como para a obtenção de informações

relevantes a serem transmitidas aos encarregados de educação. Existiam alunos que, com

todo o direito, se apoderavam desta e das outras colunas para registarem momentos e

problemas que vinham de casa, talvez como uma forma de pedir ajuda e que a professora

cooperante esclarecia com turma, nem que fosse necessário a criação de um conselho

extraordinário para a resolução do problema. Era desta leitura e discussão que saiam os

registos mais importantes para colocar na ata do conselho.

O ponto três referia-se à avaliação e redistribuição das tarefas da turma. Estas

tarefas foram negociadas e decididas no início do ano e eram todas realizadas a pares. As

tarefas estão dispostas numa tabela de dupla entrada, onde no comprimento é colocada a

semana a que se refere a realização e na largura as tarefas a realizar. A distribuição das

tarefas era feita pela ordem de disposição das tarefas e os pares eram feitos pelos números

dos alunos. Na avaliação das tarefas os alunos percebiam a importância do seu

cumprimento na vida da turma (Santana, 1998), visto que a sua avaliação eram todos

muito justos e responsáveis. Por vezes, os alunos faltavam durante a semana porque

estavam doentes e na sua avaliação diziam logo que não cumpriram a tarefa. Quando uma

situação destas acontecia durante a minha responsabilização, eu ou a professora

cooperante tínhamos que intervir dizendo que o aluno não cumpriu mas não teve culpa.

Quando existiam alunos que não cumpriam a tarefa, apesar do receio em assumir,

explicavam ou tentavam explicar o porquê não terem sido responsáveis. Também

existiam alunos que, por vezes, não cumpriam a tarefa e não o queriam admitir, gerando

uma discussão que levava à necessidade da minha intervenção ou intervenção da

professora cooperante.

Page 94: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

90

O último ponto da ordem de trabalhos do conselho era sempre a elaboração do

plano semanal. Este era o único ponto onde a minha participação e colaboração era mais

ativo, uma vez que na elaboração do plano semanal eram introduzidos novos temas ou

atividades para trabalhar. Esta planificação conjunta era muito importante para a dinâmica

da turma, visto que era a partir dela que iriam surgir todos os planos diários ao longo da

semana. Durante a elaboração do plano semanal os alunos já começavam a fazer

comentários do que pensavam sobre um assunto, a interrelacionar o assunto com

vivências pessoais, a discutir com o parceiro de mesa sobre alguma atividade. Todas estas

observações que realizava eram um foque importante para poder engendrar e alterar

estratégias que já tinha definido para iniciar um conteúdo, ou até para detetar muitos dos

conhecimentos prévios sobre um assunto. Desta forma, era realizada uma avaliação

diagnóstica já que esta ocorre no início do processo de ensino e de aprendizagem

(Ferreira, 2009), que me permitia, segundo Barbosa (2008), adequar o processo de ensino

e de aprendizagem e as estratégias à situação em que os alunos se encontravam, apesar

de nem sempre esta tarefa ser fácil. Era realizada sem o auxílio de nenhum instrumento,

pois apenas fazia registos no meu caderno. Muitas vezes estas observações e registos não

eram fáceis de fazer, pois tinha que estar atenta ao que os alunos diziam e escrever o que

era relevante e, ainda, ajudar na elaboração do plano semanal. Percebi com isto que era

necessário muita experiencia e prática enquanto docente para o conseguir fazer.

O CCE semanal era praticamente conduzido pela turma, principalmente pelos

alunos que tinham a tarefa se presidente e secretário, que eram como uns mediadores das

discussões e apreciações feitas. De acordo com Pires (1995) e em consonância com o que

observava durante a momento de CCE, este era o momento alto de reflexão e regulação

coletiva e individual, visto que todos os assuntos e problemas eram tratados de forma

democrática e cooperada. Desta forma, é aqui que todos os estudos realizados pelos

professores e investigadores do MEM ganhavam todo o sentido prático e pedagógico.

Outro momento alto de avaliação/regulação das aprendizagens era a autoavaliação

do PIT. Esta autoavaliação do PIT não era realizada em CCE semanal, como refere

Serralha (2009), pois era realizada quinzenalmente nos tempos de estudo autónomo

(TEA) da semana. Esta autoavaliação do PIT nunca foi realizada no TEA das minhas

responsabilizações, mas assisti a este momento quando a turma estava com a professora

cooperante e quando este foi realizado durante a responsabilização de uma colega

estagiária. Desta forma, a autoavaliação do PIT realiza-se de forma quinzenal, pois ao

longo do tempo a professora cooperante apercebeu-se que as atividades a que os alunos

Page 95: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

91

se propunham realizar não eram exequíveis apenas numa semana. Esta problemática

deve-se muito ao facto de a professora cooperante não poder conter no horário os TEA

que desejaria. Assim sendo, de quinze em quinze dias, a professora convidava alguns

alunos nos TEA semanais, de modo a não serem todos a fazer sua autoavaliação para a

turma, o que para além de exigir muito tempo, seria cansativo para os alunos e permite

ainda, como assegura Liberal (2010), que os alunos e o docente direcionem e concentrem

o seu discurso critico para a avaliação. Nesta autoavaliação os alunos diziam o que se

comprometeram a fazer e o que fizeram, se realizaram mais atividades do que as propostas

ou se não cumpriram aquilo a que se tinham proposto. Depois de explicitarem estas

questões, avaliavam-se dizendo, por exemplo, que conseguiram cumprir o seu PIT e que

trabalharam bem, ou então que se deviam ter esforçado mais e que no próximo irão

cumprir o seu PIT. No fim desta autoavaliação, a turma exercia o seu direito de

heteroavaliação, explicando se concordava ou não com a autoavaliação do colega e

sugerindo, por exemplo, que este variasse mais nas atividades escolhidas. Mais uma vez,

apenas no final dos comentários dos colegas a aluna estagiária e a professora cooperante

se manifestavam. Neste momento, como em muitos outros, mantinham-se também

diálogos muito ricos no que diz respeito à autoformação cooperada, pois tanto o aluno

que estava a realizar a autoavaliação do seu trabalho como os colegas ficavam abertos à

receção de críticas e de elogios, pensando no trabalho que poderiam realizar

posteriormente. Contrariamente ao que que foi afirmado anteriormente por Grave-

Resendes (2002), este PIT não continha nenhum espaço para os colegas registarem a sua

heteroavaliação, esta era apenas feita oralmente. Os espaços de registo de

heteroavaliações existentes eram: um para a professora cooperante e outro para os pais

do aluno que, desta forma, poderiam participar ativamente no processo de aprendizagem

do seu filho.

Contrariamente ao que aconteceu nos anos anteriores, este ano os alunos não

trabalharam com listas de verificação, porque, segundo a professora cooperante, eram

muito extensas, complexas e de difícil descodificação. Mas, apesar de não se encontrarem

expostas e nem serem registadas pelos alunos, a professora cooperante fornecia-as aos

pais nas reuniões dos períodos letivos, para que estes se inteirassem do aproveitamento

escolar dos seus filhos e pudessem participar ativamente nos percursos de aprendizagem.

Apesar de não ser considerado nenhum instrumento de registo destinado à

avaliação das aprendizagens dos alunos, um momento onde as reflexões, avaliações e

aprendizagens eram ricas era o momento do trabalho de projeto. Durante o tempo de

Page 96: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

92

trabalho de projeto os alunos tinham uma grelha onde descreviam os seus conhecimentos

prévios, o que pensavam saber, como iriam apresentar o trabalho, onde iriam procurar

informação. Também possuíam uma outra grelha destinada à auto e heteroavaliação do

grupo, realizadas nos dias em que nele trabalhavam, onde registavam quem trabalhou e

quem não trabalhou. Quando o projeto estava finalizado dava-se a apresentação deste para

a restante turma e esta fazia apreciações aos trabalhos dos colegas e, como foi assistido

durante a minha prática de ensino supervisionado, era um momento para elevar a

autoestima e estimular os alunos com mais dificuldades, pois neste momento esses alunos

conseguiam mostrar o que durante o resto do tempo passava despercebido. Essa

motivação e estímulo eram concretizados pela turma na sua avaliação do projeto

apresentado, o que levava a que fosse recebida pelos autores do projeto com muito mais

emoção e sentido.

Durante todo este processo de avaliação das aprendizagens nos diferentes

momentos e recorrendo a diferentes instrumentos, o meu papel manteve-se sublime e

transparente transformando-me numa orientadora passiva, pois como afirma Fernandes

(2008) é o aluno quem tem o papel central na sua avaliação. Durante estes momentos de

avaliação, aproveitava para registar situações que durante a minha prática mais ativa não

tinha oportunidade, sendo desta forma momentos imprescindíveis em todos os sentidos

para todos os elementos da sala, não sendo eu como aluna estagiária exceção, até porque

era uma forma para ir adquirindo cada vez mais experiencia. Tentava incentivar os alunos

da melhor maneira, como afirma Niza (2005) a planificarem, gerirem e avaliarem o seu

currículo, apesar de serem processos aos quais os alunos já estavam habituados com a

professora cooperante.

A liberdade e a naturalidade do processo de avaliação e planificação das

aprendizagens na sala tornavam estes momentos mais ricos e pedagógicos para os alunos,

visto que os acontecimentos têm sentido para eles e para a sua realização pessoal. Os

alunos tornavam-se ativos e participativos, sem medos de penalizações e represálias, pois

sabiam que todos os momentos eram para refletir e para regular os percursos de

aprendizagem.

Penso que é pertinente salientar que, desde o início da minha prática, apesar de

existirem semanas que eram apenas da minha responsabilidade, a professora cooperante

afirmou desde logo que ela, eu e as minhas colegas estagiárias estávamos juntas para nos

ajudarmos e auxiliarmos, mesmo quando não era a semana da nossa responsabilização.

Considero que isto fez de nós um grupo de cooperação e que este facto ajudou a que a

Page 97: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

93

minha prática de ensino supervisionado fosse rica e proveitosa para a minha formação

enquanto futura docente.

Page 98: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

94

Considerações Finais

Após a análise, o confronto e a interpretação das informações recolhidas e

apresentadas, é oportuno referir, primariamente, que iniciar as práticas democráticas e de

cooperação desde cedo no seio escolar, permite que os alunos não só regulem como se

responsabilizem pelo seu percurso de aprendizagem.

É a partir da experiência e de uma constante de reflexões, desde o início da prática

de ensino supervisionada, que nos vamos encontrando na profissão e que transformamos

a nossa ação para que os alunos tenham sucesso. Estas reflexões eram extremamente

difíceis de realizar inicialmente, o que só com a prática se revelou um ato útil e com

sentido para mim.

Foi a partir destas que apareceram imensas questões sobre as práticas de avaliação

das aprendizagens na sala de aula. A realidade à qual estava habituada não fazia sentido,

tanto se fala de avaliação formativa, mas na verdade a dimensão que mais se pratica é a

avaliação sumativa. Como é referido no Decreto-Lei 139/2012, de 5 de julho, a finalidade

da avaliação formativa é a obtenção de informações sobre o processo de desenvolvimento,

não sendo esta a principal modalidade da avaliação.

Relativamente à avaliação realizada no modelo pedagógico do MEM, como em

todos os outros, existe o seu momento formal onde são aplicados os testes de avaliação

de competências, mas todo o trabalho que é realizado antes e depois destes momentos irá

interferir no juízo de valor final a ser tomado.

A partilha de poder e cooperação do planeamento, organização e avaliação do

trabalho realizado pelo professor e pelos alunos, permite que se direcione o ensino e a

aprendizagem de modo a responder às necessidades dos alunos (Grave-Resendes, 2002).

Estes momentos de cooperação tornam-se imprescindíveis para que os alunos se

apropriem do programa, o que irá influenciar deste logo o modo como se fazem e

consciencializam as avaliações.

No modelo pedagógico do MEM avalia-se para o sucesso e não só para classificar,

daí que como foi notório se realizem vários momentos de avaliação. Esta existência de

vários momentos de avaliação auxiliam a diferenciação pedagógica, que leva o professor

e alunos a criar estratégias e momentos para ultrapassar dificuldades.

Page 99: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

95

Se o momento de avaliação das aprendizagens dos alunos for apenas realizado

pelo professor, dificilmente os alunos tomarão consciência das suas dificuldades, no seu

processo de aprendizagem, para as conseguirem ultrapassar (Liberal, 2010).

É desta forma indispensável, segundo o modelo, a utilização de instrumentos que

detenham registos sobre a organização pedagógica, com o objetivo autorregulem o seu

processo de aprendizagem. Com a utilização destes, realiza-se uma verdadeira avaliação

formativa e formadora. Isto porque, além do professor regular o processo de ensino-

aprendizagem enquanto ocorre (formativa), este é, simultaneamente, acompanhado de

autoavaliações realizadas pelos alunos, onde estes se apropriam dos critérios e tomam

consciência de todo o processo (formadora) (Pires, 1995).

A turma tem então ao seu dispor instrumentos que além desta operacionalidade

pedagógica, auxiliam e facilitam as relações de cooperação, o desenvolvimento de

atitudes e valores fundamentais, como foi constado na prática de estágio curricular, tanto

para a organização da vida da turma como para a criação de cidadãos críticos e reflexivos.

Outro aspeto que considero fundamental é o facto de, quando o instrumento, ou

parte deste, deixa de fazer sentido na turma, reformula-se de maneira a que o trabalho

continue e se torne mais organizado e pedagógico.

González (2003) afirma que a utilização destes instrumentos separadamente da

técnica de trabalho não faz sentido, sendo necessário amalgamar a técnica aos

instrumentos para se conseguir obter resultados pedagógicos positivos. E acrescenta ainda

que a utilização destes faz com que o professor diferencie e oriente o trabalho com a

turma.

A organização do espaço e do tempo influência e interfere nas aprendizagens dos

alunos. Desta forma, alunos e professor, devem ter perfeita consciência e domínio de

instrumentos como o mapa de tarefas, o plano semanal e diário para que as aprendizagens

sejam significativas e isso irá interferir nas auto e heteroavaliações realizadas.

Um outro fator que se considera importante é a participação dos pais nesta

pedagogia cooperada. O facto de estes estarem informados sobre o modelo pedagógico

que o professor pratica e sobre o que vai ocorrendo durante o processo de ensino-

aprendizagem, traduz-se na forma como estes encaram e apoiam os filhos nos seus

trabalhos fora da escola e, uma vez que os alunos passam a maior parte do seu dia na

escola, ajuda também a que o tempo que estes passam com os pais seja de qualidade, por

exemplo em assuntos para dialogar.

Page 100: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

96

Penso que é pertinente, agora no final, referir que na minha prática na educação

pré-escolar tentei inserir instrumentos como o diário de turma e o mapa de tarefas na

minha sala e, depois de estar na prática no 1ºCEB e destes trabalho de pesquisa sobre os

instrumentos, percebi que não o fiz da maneira correta. Não negociei nem conversei sobre

os alunos, explicando o que são tarefas e perguntando quais as que eles pensavam ser

relevantes para a nossa sala, pois fui apenas eu que decidi isso. Quanto ao diário de turma

este nunca foi avaliado nem lido, principalmente porque as crianças são sabiam nem

entendiam o sentido dele. É gratificante, para mim, perceber tudo o que consegui aprender

e esclarecer tanto na prática do 1ºCEB como com a construção deste relatório.

Em suma, o sentido e finalidade da avaliação determina-se das relações

estabelecidas entre os instrumentos e a “auto e heteroavaliação [ajudando na] tomada de

consciência daquilo que realmente cada um já sabe e daquilo que tem que trabalhar para

melhorar” (Grave-Resendes, 2002).

Page 101: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

97

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Page 106: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

102

- Decreto-Lei n.º 241/2001, de 30 de Agosto. (Aprova os perfis específicos de

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- Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho. (Estabelece os princípios orientadores da

organização e da gestão dos currículos, da avaliação dos conhecimentos e capacidades a

adquirir e a desenvolver pelos alunos dos ensinos básico e secundário).

- Decreto-Lei n.º 91/2013, de 10 de julho. (Adenda do Decreto-Lei n.º139/2012)

- Despacho n.º 5220/97, de 4 de agosto. (Aprova as Orientações Curriculares da Educação

Pré-Escolar).

- Despacho normativo n.º 7-B/2015, de 7 de maio. (Estabelece os procedimentos da

matrícula e respetiva renovação, as normas a observar na distribuição de crianças e

alunos, constituição de turmas e período de funcionamento dos estabelecimentos de

educação e de ensino).

- Circular nº 17/DSDC/DEPEB/2007, de 10 de outubro. (Gestão do Currículo na

Educação Pré-Escolar).

- Circular nº.: 4 /DGIDC/DSDC/2011, de 11 de Março. (Avaliação na Educação Pré-

Escolar).

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http://www.diogocao.edu.pt/ consultado em 27 de junho de 2016

http://www.cm-vilareal.pt/index.php/noticias/arquivo-de-noticias/1807-centro-escolar-

das-arvores consultado em 25 de junho de 2016

Page 107: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

103

Anexos

Page 108: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

Lista de Verificação de Comportamento

Nome do aluno:

Itens a Observar Sim Não Apresenta

dificuldades

- Cumpre as regras da sala de aula.

- Coloca o dedo no ar para falar.

- Não interrompe a aula com intervenções inoportunas.

- Não perturba os colegas.

- Cumpre as tarefas que lhe são dirigidas.

- Respeita os colegas, a professora e a estagiária.

Nome do aluno:

Itens a Observar Sim Não Apresenta

dificuldades

- Cumpre as regras da sala de aula.

- Coloca o dedo no ar para falar.

- Não interrompe a aula com intervenções inoportunas.

- Não perturba os colegas.

- Cumpre as tarefas que lhe são dirigidas.

- Respeita os colegas, a professora e a estagiária.

Nome do aluno:

Itens a Observar Sim Não Apresenta

dificuldades

- Cumpre as regras da sala de aula.

- Coloca o dedo no ar para falar.

- Não interrompe a aula com intervenções inoportunas.

- Não perturba os colegas.

- Cumpre as tarefas que lhe são dirigidas.

- Respeita os colegas, a professora e a estagiária.

Nome do aluno:

Itens a Observar Sim Não Apresenta

dificuldades

- Cumpre as regras da sala de aula.

- Coloca o dedo no ar para falar.

- Não interrompe a aula com intervenções inoportunas.

- Não perturba os colegas.

- Cumpre as tarefas que lhe são dirigidas.

- Respeita os colegas, a professora e a estagiária.

Nome do aluno:

Itens a Observar Sim Não Apresenta

dificuldades

- Cumpre as regras da sala de aula.

- Coloca o dedo no ar para falar.

- Não interrompe a aula com intervenções inoportunas.

- Não perturba os colegas.

- Cumpre as tarefas que lhe são dirigidas.

- Respeita os colegas, a professora e a estagiária.

Page 109: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto

Lista de Verificação de Conhecimentos Matemáticos

Nome do aluno:

Itens a Observar Sim Não Apresenta

dificuldades

- Interpreta o que lhe é solicitado nos exercícios.

- Utiliza uma linguagem matemática adequada.

- Explica o seu raciocínio de forma clara.

- Transporta o seu raciocínio de forma clara para o papel.

- Resolve os exercícios sem ultrapassar nenhuma etapa.

- Pede esclarecimento do que não entendeu.

Nome do aluno:

Itens a Observar Sim Não Apresenta

dificuldades

- Interpreta o que lhe é solicitado nos exercícios.

- Utiliza uma linguagem matemática adequada.

- Explica o seu raciocínio de forma clara.

- Transporta o seu raciocínio de forma clara para o papel.

- Resolve os exercícios sem ultrapassar nenhuma etapa.

- Pede esclarecimento do que não entendeu.

Nome do aluno:

Itens a Observar Sim Não Apresenta

dificuldades

- Interpreta o que lhe é solicitado nos exercícios.

- Utiliza uma linguagem matemática adequada.

- Explica o seu raciocínio de forma clara.

- Transporta o seu raciocínio de forma clara para o papel.

- Resolve os exercícios sem ultrapassar nenhuma etapa.

- Pede esclarecimento do que não entendeu.

Nome do aluno:

Itens a Observar Sim Não Apresenta

dificuldades

- Interpreta o que lhe é solicitado nos exercícios.

- Utiliza uma linguagem matemática adequada.

- Explica o seu raciocínio de forma clara.

- Transporta o seu raciocínio de forma clara para o papel.

- Resolve os exercícios sem ultrapassar nenhuma etapa.

- Pede esclarecimento do que não entendeu.

Nome do aluno:

Itens a Observar Sim Não Apresenta

dificuldades

- Interpreta o que lhe é solicitado nos exercícios.

- Utiliza uma linguagem matemática adequada.

- Explica o seu raciocínio de forma clara.

- Transporta o seu raciocínio de forma clara para o papel.

- Resolve os exercícios sem ultrapassar nenhuma etapa.

- Pede esclarecimento do que não entendeu.

Page 110: Os Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem no contexto