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1 Curso de Direito Artigo Original OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS EM FACE DA SÚMULA 219 DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. THE ATTORNEYS 'FEES IN FACE OF PRECEDENT of defeat 219 WORK SUPERIOR COURT . Alex Bruno Rodrigues Barreto¹, Samuel Barbosa dos Santos 2. 1 Graduando do Curso de Direito. 2 Professor Especialista do Curso de Direito. Resumo O trabalho abordado verifica os honorários advocatícios sucumbenciais em face da súmula 219 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) diante da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88), do Código de Processo Civil, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (EOAB/94) e do Novo Código de Processo Civil (NCPC/15). As legislações garantem aos advogados a sua indispensabilidade perante os órgãos do Poder Judiciário. Na justiça do trabalho o princípio do jus postulandi limita a atuação do advogado na justiça laboral. Os honorários advocatícios sucumbenciais estão determinados pelas súmulas 219 e 329 do TST, e confronta com a jurisprudência que permite a verba honorária pela aplicação subsidiária do processo comum. A campanha pelos honorários não são gorjetas é mais um movimento criado pela OAB para a proteção dos honorários dos advogados e está defendido pelos advogados trabalhistas e importantes entidades de apoio aos advogados brasileiros. E assim foi criado o dia nacional de proteção dos honorários advocatícios para garantir aos advogados a receber pelo seu trabalho exercido. Palavras-Chave: honorários advocatícios sucumbenciais; justiça trabalhista; súmula 219 do TST; Projeto de Lei 3.392 de 2004; honorários não são gorjetas. The work addressed verifies the legal fees of defeat in the face of the scoresheet 219 of the Superior Labor Court (TST) on the Constitution of the Federative Republic of Brazil 1988 (CRFB / 88) of the Civil Procedure Code, the Statute of the Bar Association Brazil (EOAB / 94) and the New Code of Civil Procedure (NCPC / 15). The laws guarantee the lawyers their indispensability before the organs of the judiciary. In the labor courts the principle of jus postulandi limits the lawyer's role in labor law. The legal fees of defeat are determined by precedents 219 and 329 of the TST, and confronts with the case law that allows honorary funds by subsidiary application of the common process. The campaign by the fees are not tipping is more a movement created by the OAB for the protection of lawyers' fees and is defended by labor lawyers and important organizations in support of Brazilian lawyers. And so was created the National Day of protection of lawyers' fees to ensure that lawyers receive for their their work. Keywords: of defeat attorneys' fees; labor courts; 219 docket of the TST; Bill 3392 to 2004; fees are not tips. Contato: [email protected]; [email protected] Introdução O presente trabalho tem o objetivo geral de compreender a aplicação dos honorários de sucumbência na justiça do trabalho. Os honorários de sucumbência é ônus impostos ao vencido do pagamento das custas, das despesas processuais, dos honorários e de outras cominações legais cabíveis. Decorrem do processo e da aplicação do Código de Processo Civil de 1973 – CPC, disposto no artigo 20. Da mesma forma o art 82 do Novo Código de Processo Civil – NCPC/15: “A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor”. No direito brasileiro já houve controvérsias sobre o destinatário do pagamento dos honorários de sucumbência, sujeito ativo da norma. O art. 20 do CPC e o art. 85 do NCPC/15 dizem que a sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Entretanto, o art. 23 do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil de 1994 - EOAB, afirma que são direitos do advogado os honorários convencionados, sejam arbitrados, ou pela sucumbência: Diante da previsão legal do cabimento dos honorários advocatícios de sucumbência ao advogado e diante da súmula 219 do Tribunal Superior do Trabalho – TST questiona-se: A súmula 219 do TST restringe os honorários advocatícios de sucumbência na Justiça Trabalhista? Essa problemática envolve o questionamento sobre a efetividade do princípio do jus postulandi. De acordo com Martins Pinto (2009, p. 187): é uma locução latina que indica o direito de falar, em nome das partes, no processo, que diz respeito ao advogado”. Na inteligência do artigo 791 da Consolidação das Leis Trabalhistas de 1943 –

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Curso de Direito Artigo Original

OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS EM FACE DA SÚMULA 219 DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. THE ATTORNEYS 'FEES IN FACE OF PRECEDENT of defeat 219 WORK SUPERIOR COURT . Alex Bruno Rodrigues Barreto¹, Samuel Barbosa dos Santos

2.

1 Graduando do Curso de Direito. 2 Professor Especialista do Curso de Direito.

Resumo O trabalho abordado verifica os honorários advocatícios sucumbenciais em face da súmula 219 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) diante da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88), do Código de Processo Civil, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (EOAB/94) e do Novo Código de Processo Civil (NCPC/15). As legislações garantem aos advogados a sua indispensabilidade perante os órgãos do Poder Judiciário. Na justiça do trabalho o princípio do jus postulandi limita a atuação do advogado na justiça laboral. Os honorários advocatícios sucumbenciais estão determinados pelas súmulas 219 e 329 do TST, e confronta com a jurisprudência que permite a verba honorária pela aplicação subsidiária do processo comum. A campanha pelos honorários não são gorjetas é mais um movimento criado pela OAB para a proteção dos honorários dos advogados e está defendido pelos advogados trabalhistas e importantes entidades de apoio aos advogados brasileiros. E assim foi criado o dia nacional de proteção dos honorários advocatícios para garantir aos advogados a receber pelo seu trabalho exercido. Palavras-Chave: honorários advocatícios sucumbenciais; justiça trabalhista; súmula 219 do TST; Projeto de Lei 3.392 de 2004; honorários não são gorjetas. The work addressed verifies the legal fees of defeat in the face of the scoresheet 219 of the Superior Labor Court (TST) on the Constitution of the Federative Republic of Brazil 1988 (CRFB / 88) of the Civil Procedure Code, the Statute of the Bar Association Brazil (EOAB / 94) and the New Code of Civil Procedure (NCPC / 15). The laws guarantee the lawyers their indispensability before the organs of the judiciary. In the labor courts the principle of jus postulandi limits the lawyer's role in labor law. The legal fees of defeat are determined by precedents 219 and 329 of the TST, and confronts with the case law that allows honorary funds by subsidiary application of the common process. The campaign by the fees are not tipping is more a movement created by the OAB for the protection of lawyers' fees and is defended by labor lawyers and important organizations in support of Brazilian lawyers. And so was created the National Day of protection of lawyers' fees to ensure that lawyers receive for their their work. Keywords: of defeat attorneys' fees; labor courts; 219 docket of the TST; Bill 3392 to 2004; fees are not tips.

Contato: [email protected]; [email protected]

Introdução

O presente trabalho tem o objetivo geral de compreender a aplicação dos honorários de sucumbência na justiça do trabalho.

Os honorários de sucumbência é ônus impostos ao vencido do pagamento das custas, das despesas processuais, dos honorários e de outras cominações legais cabíveis. Decorrem do processo e da aplicação do Código de Processo Civil de 1973 – CPC, disposto no artigo 20.

Da mesma forma o art 82 do Novo Código de Processo Civil – NCPC/15: “A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor”.

No direito brasileiro já houve controvérsias sobre o destinatário do pagamento dos honorários de sucumbência, sujeito ativo da norma. O art. 20 do CPC e o art. 85 do NCPC/15 dizem que a sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios.

Entretanto, o art. 23 do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil de 1994 - EOAB, afirma que são direitos do advogado os honorários convencionados, sejam arbitrados, ou pela sucumbência:

Diante da previsão legal do cabimento dos honorários advocatícios de sucumbência ao advogado e diante da súmula 219 do Tribunal Superior do Trabalho – TST questiona-se: A súmula 219 do TST restringe os honorários advocatícios de sucumbência na Justiça Trabalhista?

Essa problemática envolve o questionamento sobre a efetividade do princípio do jus postulandi.

De acordo com Martins Pinto (2009, p. 187):

“é uma locução latina que

indica o direito de falar, em nome das partes, no processo, que diz respeito ao advogado”.

Na inteligência do artigo 791 da Consolidação das Leis Trabalhistas de 1943 –

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CLT, a presença do advogado na Justiça trabalhista torna-se facultativa, cabendo a parte a reclamar os seus direitos.

A súmula afirma os casos em que os honorários advocatícios sucumbenciais deverão ser concedidos diante das hipóteses da redação sumular, pois, não permite ao advogado gozar de sua garantia prevista no EOAB, no CPC e no novo NCPC/15.

O entendimento dos Tribunais Regionais do Trabalho e de Ministro do TST como os Srs. Dra. Delaíde Arantes e Dr. Cláudio Brandão, quanto à efetividade dos honorários sucumbenciais, porém, estão impedidos de aplicar os honorários sucumbenciais diante da restrição da súmula 219 do TST.

Para a corrente restritiva – majoritária firmada pelos doutrinadores Bezerra Leite, Martins Pinto, Amauri Mascaro, Piragibe Malta, Wagner Giglio, firmou o entendimento do TST onde deverão estar presentes os pressupostos da súmula do TST.

Desta forma, o jus postulandi das partes na Justiça do Trabalho continua presente diante do cabimento dos honorários.

A questão passa a ser irrelevante, pois, o texto da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 - CRFB/88 contempla que o advogado é indispensável no exercício da administração da justiça.

O advogado deve estar presente em todos os órgãos da justiça brasileira.

O princípio da sucumbência encontra-se amparo no art. 20 do CPC, pois, condena o vencido a pagar à parte vencedora do processo os honorários.

Desta forma, MASCARO (2011, p. 211) conceitua a sucumbência como um dos pressupostos recursais que possibilita a recorrer de uma situação que prejudica a sentença.

Diante deste conceito, a parte que perder na demanda deverá pagar as custas processuais ao advogado da parte vencedora.

A corrente liberal – minoritária composta por SAAD, SVHIAVI e SARAIVA, entendem que na justiça do trabalho os honorários advocatícios decorrem da sucumbência, de uma simples condenação que ensejará o pagamento de honorários advocatícios.

Pois, na inteligência dos artigos 20 do CPC, art. 85 do NCPC/15, a sentença condenará o vencido no pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios.

O EOAB diz que o advogado tem o direito de receber os honorários de sucumbência, conforme o entendimento do artigo 22 do EOAB e dos ensinos da corrente liberal.

O Projeto de Lei N. 3.392/2004 altera o artigo 791 da CLT/43, que tornará restrito o jus postulandi das partes, pois, será necessária a atuação do advogado nas lides trabalhistas.

Importante ressaltar que a campanha dos

honorários não são gorjetas, mas, um movimento criado pela Associação dos Advogados de São Paulo – AASP, no dia 13 de junho de 2011, para a valorização dos honorários advocatícios.

A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, no dia 10 de agosto de 2012, criou o dia nacional de defesa dos honorários advocatícios, pois, valoriza a verba honorária em razão do trabalho exercido pelo advogado.

De grande importância à garantia dos honorários, o Supremo Tribunal Federal – STF, no dia 27 de maio de 2015, conferiu aos honorários sucumbenciais a natureza alimentar, que aprovou uma proposta de súmula vinculante de nº 85.

Métodos de Pesquisa

Enfatizou-se a pesquisa exploratória na medida em que proporciona amplo acesso ao tema debatido no meio acadêmico, envolvendo assim levantamento bibliográfico como pesquisa nas doutrinas atuais, artigos, publicações, jurisprudências atuais acerca do instituto e diversidades de material publicado para o enfoque no assunto.

Critérios Éticos:

Em respeito aos direito sociais e ao princí-pio da dignidade da pessoa humana, prevista na CRFB/88, o advogado não detém a garantia dos honorários, sendo limitados pela atuação de auto-ridades judiciais, pois, quando arbitram suas deci-sões, concedendo ou não os honorários advocatí-cios, desrespeitam o trabalho do advogado profis-sional que este é assegurado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entretanto, somente será cabível se estiver em conformidade com a súmula 219 do TST. Caracterização do Estudo:

O estudo foi importante para a identifica-ção do cabimento dos honorários de sucumbência, diante da administração da justiça trabalhista. Consoante a Súmula 219 do TST os honorários de sucumbência estão vinculados às hipóteses de seu inteiro teor, delimitando as concessões aos advogados do recebimento dos honorários de sucumbência, que é uma garantia da classe.

Procedimentos do estudo:

A maneira mais eficaz de conseguir identi-ficar, em cada abordagem das obras doutrinárias, o entendimento cristalizado de cada ponto discuti-do, foi às matérias com enfoque nas atualizações jurisprudenciais e materiais publicados para se conseguir aclarar o artigo nos parâmetros atuais.

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Resultados

O entendimento do TST pela súmula 219, é unânime em relação à concessão dos honorários advocatícios sucumbenciais, e somente serão devidos se preenchidos os requisitos.

A evolução da aplicação dos honorários após a promulgação da CRFB/88, a EC45/04 cresce diariamente a divergência de posiciona-mentos jurisprudenciais de autoridades judiciárias trabalhistas quanto ao conhecimento do cabimento dos honorários advocatícios na Justiça do Traba-lho.

A questão dos honorários advocatícios na Justiça do Trabalho será resolvida quando o Proje-to de Lei 3.392 de 2004 for aprovado no Congres-so Nacional e sancionado pelo Presidente da Re-pública, pois, contemplará ao advogado o patrocí-nio das causas trabalhistas e garantirá a condena-ção pela mera sucumbência.

E ao dia nacional de defesa dos honorários advocatícios foi criado pela OAB federal, em defe-sa da garantia dos advogados e ao reconhecimen-to de sua profissão. Discursão 1. A JUSTIÇA DO TRABALHO E O PROCESSO DO TRABALHO NO BRASIL 1.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA

O judiciário trabalhista brasileiro já tem qua-se um século, pois, era de natureza administrativa e vinculada ao Ministério do Trabalho, pois, não havia a necessidade das partes de estarem repre-sentadas por advogado, que caracterizava o jus postulandi.

A Justiça trabalhista foi criada para conciliar e julgar as reclamações de empregados contra empregadores.

Com objetivo de solucionar conflitos traba-lhistas, foram criados Conselhos Permanentes de Conciliação e Arbitragem, com a presença dos juízes classistas e os vogais.

No ano de 1922, estabeleceram-se em São Paulo os Tribunais Rurais, sendo compostos por um juiz de direito local, um representante dos fazendeiros e um dos empregados, para solucio-narem “conflitos até o valor de “quinhentos mil réis”, decorrentes da interpretação e execução dos contratos de serviços agrícolas”. Porém, não obti-veram resultados satisfatórios e foram extintos.

As convenções coletivas de trabalho e a doutrina italiana influenciaram a criação da Justiça Trabalhista no Brasil.

Somente com o advento da CLT em 1943, que a Justiça trabalhista uniu-se como ramo do Poder Judiciário, dispondo de títulos à organiza-ção judiciária, do Ministério Público do Trabalho e ao Processo Judicial do Trabalho.

Com a promulgação da Carta de 1946 foram editadas várias normas processuais trabalhistas como a Lei 5.584/1970, que unificou os prazos recusais trabalhistas, estabelecendo que a assis-tência judiciária seja prestada pelos sindicatos e a concessão dos honorários de advogado que serão revestidos ao sindicato.

Desta forma, a justiça trabalhista foi integra-da definitivamente como um dos ramos do direito e como órgão do Poder Judiciário sendo composta pelas Juntas de Conciliação e Julgamento, dos Tribunais Regionais do Trabalho. O TST integrou na estrutura do Poder Judiciário após a promulga-ção da Constituição de 1946.

As lides trabalhistas não se tratavam de ações humanas, mas de uma reclamação adminis-trativa, e no processo do trabalho o autor e réu são conhecidos como reclamante e reclamado respectivamente, devido à justiça trabalhista estar integrada ao Poder Executivo.

Desse modo, justificou uma autonomia do ramo do processo do trabalho diante do CPC.

Por não ter previsão legal da Defensoria Pública para patrocinar as lides trabalhistas, a Lei 5.584 de 1970, destinou que os sindicatos reali-zassem as assistências judiciárias aos emprega-dos, conforme previsto na Lei 1.060 de 1950. De-terminou que a assistência judiciária gratuita tam-bém fosse para os nãos filiados, devendo estes comprovar a miserabilidade jurídica e não teve custos algum por meio de credenciamento de ad-vogados e estagiários de direito.

Estes serviços eram mantidos pela percep-ção de honorários e das condenações que eram pagos pelos reclamados. E como costume, os sindicatos repassavam estes valores aos advoga-dos a título de assistência judiciária.

Diante da promulgação da CRFB/88 que o Estado se tornou o garantidor da prestação judici-ária gratuita, e retirou dos sindicatos o dever de prestar a assistência, conforme o art. 5º, LXXIV: “O Estado prestará assistência jurídica integral e gra-tuita aos que comprovarem insuficiência de recur-sos” (BRASIL, Constituição, 1988).

E conforme o art. 1º da Lei 1.060/50:

Art. 1º. “Os poderes públicos federais e estadual, indepen-dente da colaboração que pos-sam receber dos municípios e da Ordem dos Advogados do Brasil, - OAB, concederão as-sistência judiciária aos necessi-tados nos termos da presente Lei”.

Com o objetivo de ser alcançado para todos os que necessitam de representação nas lides judiciais.

Nos direito sociais garantidos pela CRFB/88 os sindicatos passaram a ter sua autonomia inde-pendentemente da tutela estatal conforme o art. 8º: “É livre a associação profissional ou sindical” (BRASIL, Constituição, 1988).

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A CRFB/88 manteve as características da justiça do trabalho como o jus postulandi das par-tes, e a presença dos vogais e juízes classistas, que foi extinto a partir da Emenda Constitucional de nº 24, de 1999 –EC/24 de 99.

Reza o artigo 133 da CRFB/88 da indispen-sabilidade do advogado na administração da justi-ça.

O advogado também foi reconhecido no Poder Judiciário e a competência trabalhista foi ampliada para processar e julgar qualquer relação de trabalho. E diante da Emenda Constitucional 45 de 2004, que este disposto no artigo 114 da CRFB/88.

A realidade das relações de trabalho cres-ceu conforme a consciência social, onde os juízes trabalhistas apreciam lides mais complexas, deri-vadas de acidente de trabalho, do que as pleitea-das anteriormente, como simples reclamações de horas extras e o não pagamento de verbas traba-lhistas.

Atualmente as novas tecnologias direcio-nou o processo do trabalho à implantação do Pro-cesso Judicial Eletrônico-PJE, uniformizou os di-versos tribunais, varas do trabalho para controle e andamento do processo.

A prática de atos processuais trabalhistas exige investimentos e profissionalização crescen-tes para o seu conhecimento e de aplicação no mundo jurídico, e requer o aperfeiçoamento dos advogados trabalhistas para a sua efetiva atuação.

O direito do trabalho, portanto, constitui atual-mente, a um dos ramos do direito mais dinâmico, pois, a presença do advogado especializado já faz a diferença diante da administração da justiça. 1.2. O PROCESSO DO TRABALHO

O Direito Processual do Trabalho “é o ramo da ciência jurídica”, conforme SARAIVA (2013, p.4), que estabelece suas normas e princípios para a atuação das partes, dos juízes e seus auxi-liares nas lides trabalhistas.

Segundo LEITE (2011, p. 77), o objeto do processo trabalhista:

“Promover a pacificação justa dos conflitos decorrentes das relações jurídicas tuteladas pelo direito material do trabalho e regular o funcionamento dos órgãos que compõem a Justiça do Trabalho”.

Atua como fonte integradora das normas a suprimir as lacunas diante da legislação constitucional e infraconstitucional. Cabendo à Justiça trabalhista regular o funcionamento das relações de emprego e de trabalho, com normas e princípios próprios trabalhistas.

Por não haver um código processual próprio como os demais ramos do direito, o processo do trabalho este elencado na CLT/43, expressos nos artigos 763 e seguintes.

Deste modo, utiliza o CPC/70 de forma subsidiária quando a CLT/43 for omissa, de acordo com seu art. 769.

Foi editada a Lei no 5.584, de 26 de junho

de 1970, que dispõe sobre as normas de Direito Processual do Trabalho, e regulamenta à concessão e prestação de assistência judiciária na Justiça do Trabalho e questões de prazos processuais trabalhistas. 1.3. REFORMA PROCESSUAL TRABALHISTA

A Associação Brasileira de Advogados Trabalhista - ABRAT

1, a partir de iniciativa de ad-

vogados trabalhistas, conferiu ao Ministro da Justi-ça, Dr.Tarso Genro, no dia 18 maio de 2015, uma proposta para reforma no processo trabalhista, elencando algumas modificações no procedimento trabalhista, na justificativa de que inúmeras altera-ções ocorreram no processo comum e nada mu-dou no processo trabalhista.

Diante das alterações propostas, o jus postulandi e o cabimento dos honorários advocatí-cios sucumbenciais, não estão inseridos na expo-sição de motivos para a alteração do processo do trabalho, permanecendo da mesma maneira a sua aplicação.

A reforma no processo do trabalho brasi-leiro, de acordo com o projeto da ABRAT, instrui um procedimento próprio trabalhista em conformi-dade com os princípios do Direito do Trabalho e garantido pela CRFB/88. 1.4. PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO

Observando os princípios processuais

trabalhistas podem-se destacar os seguintes:

Princípio da concentração dos atos processuais: objetiva a reunião de todos os atos do processo em uma única audiência, conforme a previsão do artigo 849 da CLT/43.

Princípio da oralidade: ordena que os atos processuais sejam praticados pelas partes e pelo magistrado na audiência e será de forma oral.

O princípio da identidade física do juiz assegura ao magistrado que colheu as provas, realize o julgamento da ação.

O princípio da proteção tem um caráter protecionista no processo do trabalho que se origina do direito material do trabalho, pois objetiva proteger o trabalhador, a parte menos favorecida

1 ASSOCIAÇÃO LATINO AMERICANA DE ADVOGADOS

LABORALISTAS - ALAL. Reforma Processual Trabalhista. http://www.alal.com.br/noticias.asp?cod_noticia=6152. <Acesso em 28/05/2015>.

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da relação jurídica trabalhista. Em entendimento com o princípio da

proteção, RENATO SARAIVA observa que todos serão tratados de forma igual nas suas igualdades e de forma “desigual na medida de suas desigualdades” (SARAIVA, p. 48).

Princípio da conciliação dispõe que nos dissídios individuais ou coletivos serão submetidos à conciliação para solução dos conflitos trabalhistas.

Cabendo aos juízes e aos tribunais do trabalho dispor antes da audiência uma conciliação para julgar as ações trabalhistas.

O princípio da subsidiariedade determina a aplicação subsidiária do direito processual comum.

Será aplicado o CPC nos casos em que a CLT for omissa, de acordo com o mencionado art. 769 da Consolidação, por isso, cabe às autoridades judiciais observar os princípios laborais, onde a CLT é omissa em algumas matérias, e verificar a aplicação da matéria processual para não infringir as normas do procedimento.

2. PRINCÍPIO DO JUS POSTULANDI

A CLT precisamente dispõe no art. 791 que as partes poderão reclamar em juízo livremente sem a presença do advogado, à luz do princípio do jus postulandi.

A capacidade postulatória na justiça do trabalho é conferida por lei às partes para postularem diretamente ao juízo, não havendo a necessidade de estarem representadas pelo advogado, sendo facultado aos empregados e empregadores nos termos do art. 791 da CLT.

Da mesma forma, o art. 839 da CLT, dispõe que a reclamação trabalhista poderá ser realizada pelos empregados e empregadores por seus representantes e sindicatos de classe.

O jus postulandi é uma locução latina que indica o direito de falar, em nome das partes, no processo, que diz respeito ao advogado.

Wagner Giglio (2007, p. 122), compreende que o jus postulandi esta limitado na Justiça do Trabalho, em que a parte deve estar representada por advogado nos casos de recursos endereçados ao STF, STJ e ao TST.

O alcance do jus postulandi das partes esta restrito, segundo as hipóteses da súmula 425 do TST.

O jus postulandi conforme a redação sumular está limitado às Varas do Trabalho, ao Tribunal Regional do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e a todos os recursos de competência do TST, consoante com a súmula 425 do TST.

Desta forma, compreende-se que o jus postulandi não é absoluto devido à limitação do seu alcance, sendo o advogado essencial na justiça do trabalho e diante das hipóteses da súmula em verbete do TST.

3. A NECESSIDADE DO ADVOGADO DIANTE DA JUSTIÇA E DA NÃO RECEPCIONALIDADE DO ART. 791 DA CLT/43 PELA CRFB/88

A leitura do artigo 133 da CRFB/88, conforme mencionado, verifica de forma clara que “O advogado é indispensável à administração da Justiça”, estando em conflito diretamente com o artigo 791 da CLT que afirma:

Art. 791 – “Os empregados e os empregadores poderão re-clamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompa-nhar as suas reclamações até o final”.

O artigo celetista afirma que as partes poderão reclamar pessoalmente sem a presença de advogado.

A CRFB/88 institui o princípio constitucional da indispensabilidade e a imunidade o advogado.

Alexandre de Moraes em sua obra ensina que: “... necessária intervenção e participação da nobre classe dos advogados na vida de um Estado democrático de direito...” (MORAES, 2014, p. 656).

O advogado é um profissional habilitado para o exercício do jus postulandi.

Nelson Nogueira Saldanha realça em sua obra, ensina que a advocacia “é a única habilitação profissional que constitui pressuposto essencial à formação do Poder Judiciário”, citado por SILVA, (2005 p. 595).

O advogado não é apenas necessário para a administração da justiça e também contribui para o seu funcionamento.

Destaca SILVA diante do art. 133 da CRFB/88, que “A advocacia não é apenas um pressuposto da formação do Poder Judiciário. É também necessária ao seu funcionamento”, SILVA (2005, p. 595).

A Suprema Corte Brasileira afirma que na aplicação e defesa da ordem jurídica, o advogado é essencial, razão pela qual o constituinte o proclamara indispensável à administração da Justiça

2.

A corrente minoritária entende ser incompatível o jus postulandi na justiça do trabalho diante do art.133 da CRFB/88, pois, garante ao advogado a sua indispensabilidade diante da justiça.

RENATO SARAIVA (2014, p. 255), diante do referido artigo ensina em sua obra:

“Na Justiça Comum, o advogado é indispensável à administração da justiça. O reclamante não detém o jus postulandi, sendo obrigado a constituir advogado para a defesa de seus interesses”.

2 STF – Pleno – RE 603538/RS – Rel. Min. Marco Aurélio,

Data de julgamento: 26-10-2011.

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A corrente liberal minoritária compreende a

indispensabilidade do advogado nas lides trabalhistas, a teor do art. 133 da CRFB/88, não se aplicando o art. 791 da CLT. 4. EMENDA CONSTITUCIONAL 45/2004 ALCANCE NA JUSTIÇA DO TRABALHO

A EC nº 45, de 08 de dezembro de 2004, ampliou a competência e valorizou a Justiça do trabalho para dirimir as ações oriundas das relações laborais de acordo com o art. 114 da CRFB/88 já comentado.

A Instrução Normativa - IN 27 do TST3, por

força da EC45/04, editou da possibilidade da condenação em honorários advocatícios pela mera sucumbência, salvo nas relações de emprego.

A IN27/05 distingue o recebimento da verba honorária, nas lides correspondentes da relação de emprego, onde a sucumbência será concedida as partes.

Esta prevista no art. 1144 da CRFB/88, a

competência da justiça do trabalho processar e julgar as lides que englobam as relações de trabalho e de emprego, conforme a redação da EC45/04.

A doutrina clássica conceitua o trabalho por uma contraprestação realizada que objetiva um lucro. MARTINS PINTO, em sua obra conceitua o trabalho como “o esforço decorrente da atividade humana” (PINTO, 2009, p. 5), objetivando uma utilidade e ganhar riqueza.

As relações de trabalho e de emprego distinguem por um “trabalhador” que esteja prestando serviços, sem caracterizar o vínculo trabalhista.

Destacando as características do vínculo empregatício é caracterizada pelos elementos: Pessoalidade; Onerosidade; Não assunção (pelo prestador) dos riscos da atividade do tomador de serviços; Duração contínua e não eventual e subordinação.

O Ministro Maurício Godinho Delgado (2014, p. 45), diferencia a relação de trabalho da de em-prego pelo caráter genérico, aludindo a qualquer modalidade de contratação de trabalho humano admissível.

AMAURY MASCAVO (2011, p. 546), com-preende em sua obra que:

“Quando a lei dispõe de rela-ção de trabalho, quer se referir a contrato de trabalho”. “(...) o contrato de trabalho é um gênero, ou, em outras pala-

3 Anexo III.

4 Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (...)

vras, contrato de trabalho é um gênero, e não se confunde com relação de emprego, que é uma modalidade – a mais im-portante- de contrato de traba-lho”.

Trata-se do gênero que abarca a todas as formas de trabalho pactuado existente no mundo jurídico.

O vínculo empregatício será caracterizado por uma relação de emprego. Entretanto, que deverão estar preenchidos os seguintes requisitos para a caracterização do emprego;

MARTINS PINTO (2014, p. 15) caracteriza os requisitos da seguinte maneira:

“Da definição de empregado temos que analisar cinco requisitos: (a) pessoa física; (b) não eventualidade na prestação de serviços; (c) dependência; (d) pagamento de salário; (e) prestação pessoal de serviços”.

Portanto, será empregado, aquele que

preste serviço de forma pessoal, mediante uma remuneração, de maneira contínua.

A relação de trabalho será derivada de qualquer vínculo jurídico de uma pessoa natural que presta obras e serviços para outros, e sempre mediante um pagamento pelo serviço executado e de forma eventual.

Sendo a relação de trabalho um gênero da relação de emprego, que é uma espécie compreendendo todo trabalho humano.

Descreve RENATO SARAIVA (2014, p. 185), em sua obra,que as ações trabalhistas derivadas da relação de trabalho não subordinado, deverão ser patrocinadas por advogado, não se aplicando o artigo 791 da CLT.

Portanto, nas lides trabalhistas as partes deverão estar assistidas por advogado, não poderá ser aplicado o art. 791 da CLT, sendo necessária a presença do advogado nas lides derivadas da relação empregatícia.

Por força da EC 45 de 2004, O TST editou a súmula 425 supracitada, estabelecendo o alcance do princípio do jus postulandi.

Deste modo, o jus postulandi das partes deverão se enquadrar nas instâncias ordinárias, e nos recursos de competência do TST, em que as partes deverão estar representadas por advogado.

Nos casos de recursos endereçados ao Supremo Tribunal Federal – STF e ao Superior Tribunal de Justiça – STJ, que reclamante e reclamado deverão estar patrocinados por advogado, em consonância com a súmula, pois, o recurso não será julgado se interposto sem a presença do profissional da OAB.

Portanto, não se aplica o princípio do jus postulandi do art. 791 da CLT às partes, à medida que, deverão estar representadas por advogado, nos casos expressos da súmula 425 do TST.

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7

5. O EOAB REVOGOU O JUS POSTULANDI DO ART. 791 DA CLT/43?

Em decorrência da CRFB/88, a Lei 8.906/94, que alude o EOAB, disciplinou a matéria das atividades dos advogados diante do Poder Judiciário, conferindo uma prerrogativa exclusiva para os advogados.

Sendo privativa a postulação do advogado diante de qualquer órgão do judiciário, de forma a contribuir na defesa técnica da parte.

Segundo o artigo 1º do EOAB:

Art. “1º” São atividades privati-vas de advocacia”: I – “a postulação a qual-quer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais”;

Na doutrina temos o mesmo entendimento

acerca da postulação exclusiva do advogado na administração da justiça, semelhante aos ensinos do professor JOSÉ AFONSO DA SILVA, citado por PERON FERRAZ( 2011, p. 46):

“Saber se ainda se admitirá a invocação jurisdicional pelo próprio interessado nos processos trabalhistas e no habeas corpus. O princípio agora é mais rígido, preceituado, pois, não mais se admitir postulação judicial por leigos, mesmo em causa própria, salvo falta de advogado que o faça”.

A parte deve estar assistida por advogado

diante da justiça, desta forma, PIRAGIBE MALTA (2008, p. 35), dispõe que:

“As partes e outras pessoas que interferem nas lides dispunham de jus postulandi, isto é, podiam praticar por si próprias, pessoalmente, os atos processuais”.

MALTA (2008 p. 35) acerca do jus

postulandi, pela indispensabilidade do advogado à administração da justiça, ensina que, “atualmente, as partes devem estar assistidas por advogado no processo trabalhista”.

Concorda com estes ensinos, LOBO em sua obra salienta que: “apenas os advogados legalmente inscritos na OAB podem praticá-los, sob pena de exercício ilegal da profissão”. (LOBO, 2013, p. 29).

Pois, os atos dos processos, são integrantes da atuação do advogado profissional.

O art. 92 da CRFB/88 alude quais são os órgãos do Poder Judiciário em que o advogado deverá representar as partes, em consonância com o art. 133 da CRFB/88:

Art. 92. “São órgãos do Poder Judiciário”: I – “o Supremo Tribunal Fede-ral”; (...) II – “o Superior Tribunal de Justiça”; III – “os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais”; IV – “os Tribunais e Juízes do Trabalho”; V – “os Tribunais e Juízes Elei-torais”; VI –“os Tribunais e Juízes Mili-tares”; VII – “os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios”.

O STF em decisão na Ação Direta de

Inconstitucionalidade – ADIn, de nº 1.127-85,

reconheceu a inconstitucionalidade do art. 1º, I, do EOAB/94, no termo “qualquer”.

As exceções serão na Justiça do Trabalho, nos Juizados Especiais, na Justiça de Paz em que a parte postula sem advogado.

Diante desta decisão, o TST editou a súmula 425, conforme citado, restringindo o alcance do jus postulandi, não aceitando a postulação sem advogado nos Tribunais Superiores.

Portanto, evidente se faz a presença do advogado para alcançar êxito nas lides laborais, pois o direito de postular é privativo do advogado, restando revogado o art. 791 da CLT, que atribui a parte a postular em juízo sem advogado. 6. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E DA SUCUMBÊNCIA

A palavra honorários deriva do latim honora-

rius, cujo significado original relaciona-se à honra. Ainda na Roma antiga sua utilização decor-

ria de uma premiação dada ao cidadão em razão da notoriedade e da fama dos seus serviços, sen-do assim uma forma de reconhecimento público por seus dotes, conforme LOBO ( 2013, p. 158) leciona:

“(...) a advocacia incluía-se nas atividades não especulativas consideradas operea eur Lex, percebendo ao advogado ho-noraria ou munera, como senti-

5 “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 8.906,

DE 4 DE JULHO DE 1994. ESTATUTO DA ADVOCACIA E A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. DISPOSITIVOS IMPUGNADOS PELA AMB. PREJUDICADO O PEDIDO QUANTO À EXPRESSÃO "JUIZADOS ESPECIAIS", EM RAZÃO DA SUPERVENIÊNCIA DA LEI 9.099/1995. AÇÃO DIRETA CONHECIDA EM PARTE E, NESSA PARTE, JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. I – O advogado é indispensável à administração da Justiça. Sua presença, contudo, pode ser dispensada em certos atos jurisdicionais”. (...) STF, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 17/05/2006, Tribunal Pleno.

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do de compromisso social, em vez de salário (...)”.

O artigo 22, caput do EOAB/94, dispõe so-

bre três formas de honorários, os honorários con-vencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência.

Desta forma serão explanados os honorá-rios que decorrem da mera sucumbência, devendo ser arbitrado na decisão judicial à parte perdedora no processo judicial a pagar ao vencedora as cus-tas e os honorários.

Na ótica do artigo 23 do EOAB, esta previs-ta que a verba de sucumbencia pertence ao advo-gado.

O italiano Chiovenda, citado por CAHALI (1997, p. 30) em sua obra, desenvolveu a tese onde a parte que ingressar judicialmente a sua ação deve ser responsabilizado pelo ônus da su-cumbência se for vencida, pela sua derrota na demanda.

PAULO LOBO ( 2013, p. 158). ensina que a verba sucumbente pertence ao advogado, nos moldes do EOAB.

Os honorários advocatícios consistem em uma remuneração do advogado e possuem uma natureza alimentar, de acordo com o Prof. Ulisses César, citado por Claudio Peron Ferraz (2011, p. 40), que os honorários advocatícios se harmoni-zam com o salário em sua natureza alimentar, pois a verba salarial equipara-se a uma contrapresta-ção do trabalho exercida pelo profissional.

Foi aprovada pelo plenário do STF, no dia 27 de maio de 2015, a proposta de súmula vincu-lante de nº 47

6, onde confere aos honorários ad-

vocatícios o caráter alimentar. A proposta da súmula vinculante foi de inici-

ativa do Conselho Federal da OAB, e a redação sumular foi proposta pelo ministro Marco Aurélio.

A súmula vinculante deve ser aplicada de imediato, pois, já foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico do STF. 02 de junho de 2015.

LOBO (2013, p. 151) compreende que o ad-vogado estipule os valores de seus serviços, des-de que observe os critérios da entidade fiscaliza-doras da OAB na tabela de honorários.

Cabe ao advogado determinar o valor de seus serviços, não devendo ultrapassar os limites máximos inseridos na tabela dos honorários advo-catícios, expressos em Unidade Referencial de Honorários (URH)

7 por cada seccional da OAB.

A URH é o padrão utilizado para a fixação dos valores a serem cobrados pelos advogados a título de honorários advocatícios pelos serviços prestados ao seu cliente.

Os valores atuais do URH serão regidos por cada Seccional dos Estados. A Seccional do Distri-

6 STF. Pesquisa de Jurisprudência.

http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28%28honor%E1rios%29%29+E+S%2EFLSV%2E&base=baseSumulasVinculantes. < Acesso em 10/05/2015>. 7 Anexo I.

to Federal, desde maio de 2015, estabelece o valor de R$ 166,89 (cento e sessenta e seis reais e oitenta e nove centavos) da URH.

O CPC estabelece um mínimo e máximo do valor dos honorários na condenação, valores de 10% a 20%, e determina que o juiz observe os critérios elencados no art. 20, parágrafos 3º e 4º:

§ 3º “Os honorários serão fixa-dos entre o mínimo de dez por cento (10%) e o máximo de vin-te por cento (20%) sobre o va-lor da condenação, atendidos": a) “o grau de zelo do profissio-nal”; b) “o lugar de prestação do ser-viço”; c) “a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pe-lo advogado e o tempo exigido para o seu serviço”. § 4º “Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execu-ções, embargadas ou não, os honorários serão fixados con-soante apreciação equitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas a, b e c do parágrafo anterior”.

Previstos também no NCPC, art. 85, § 2º, a concessão dos honorários de sucumbência ao advogado da parte vencedora, com os mesmos critérios do antigo CPC, em seu artigo 20.

No art.36 do Código de Ética e Disciplina da OAB, prevê a possibilidade da fixação dos honorá-rios, sempre observandos os critérios estabeleci-dos pelo artigo:

Art. 36. “Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação, atendidos os elementos seguintes”: I – “a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas”; II – “o trabalho e o tempo ne-cessários”; III – “a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou de se de-savir com outros clientes ou terceiros”; IV – “o valor da causa, a condi-ção econômica do cliente e o proveito para ele resultante do serviço profissional”; V – “o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente avulso, habitual ou per-manente”; VI – “o lugar da prestação dos serviços, fora ou não do domi-cílio do advogado”; VII – “a competência e o reno-me do profissional”; VIII – “a praxe do foro sobre trabalhos análogos”.

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De maneira moderada que o advogado de-verá cobrar os seus honorários.

Diante do art. 36 do Código de ética da OAB, PAULO LOBO, “ao fixar seus honorários, e pondo frenagem à tentação da ganância” (LOBO, 2013, p. 153).

E em alguns processos em que a parte é mais humilde, o advogado apenas recebe os ho-norários se os pedidos forem aceitos.

6.1. NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – LEI 13.105 DE 2015

Da mesma maneira, o NCPC confere aos

advogados a titularidade dos honorários de su-cumbência em seu art. 85, conforme analisado.

Portanto, continua nas novas disposições do NCPC, o sujeito ativo do direito de receber os honorários, que cabe ao advogado do vencedor na lide. E da parte perdedora da ação, que deverá pagar a verba honorária para a parte vencedora da demanda. 6.2. DA SUCUMBÊNCIA

Podemos compreender que a sucumbência

é o ônus imposto ao vencido de pagamento das custas, das despesas processuais, dos honorários e de outras cominações legais cabíveis. Decorrem do processo e da aplicação do art. 20 do CPC e previsto no NCPC/ 15 no art.85.

No direito brasileiro já houve controvérsia sobre o destinatário do pagamento dos honorários de sucumbência, sujeito ativo da norma. Isso por-que, o art. 20 do CPC diz que a sentença conde-nará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou os honorários advocatícios.

Todavia, o art. 23 da EOAB, afirma o direito do advogado quanto ao recebimento dos honorá-rios, que sejam os arbitrados ou pela mera su-cumbência.

De acordo com os arts. 3º caput e 22 se-guintes do EOAB o legislador deixou de forma clara a titularidade dos honorários que pertencem ao advogado, portanto, os honorários advocatícios de sucumbência são um direito dos advogados.

No Código de Ética e Disciplina da OAB, em seu art. 35, § 1º, compreende que poderá o advo-gado celebrar contrato de honorários advocatícios e ainda perceber ao final os honorários de sucum-bência.

O STF julgou na ADIn 1.194-4, que os ho-norários pertencem ao advogado, ou ao advogado empregado, se não tiver disposição expressa em contrário no contrato. E a sucumbência pertencerá à parte vencedora, se não houver disposição con-tratual ou convenção coletiva ou individual que a estabeleçam.

Neste sentido, tornou inconstitucional o pa-rágrafo 3º, do art. 24 do EOAB, que seria nula qualquer disposição que retirasse os honorários de sucumbência do advogado.

Portanto é uma garantia o direito do advo-gado de receber os honorários advocatícios.

6.3. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NA JUSTIÇA DO TRABALHO

Na justiça do trabalho, a CLT é omissa na

matéria dos honorários advocatícios, apenas des-taca que as custas processuais, serão pagas ao final pela parte vencida, consoante o art. 789, §1º.

Através do princípio da sucumbência verifi-ca-se a possibilidade do vencido, no processo do trabalho, a ser condenado ao pagamento dos ho-norários advocatícios.

Na Justiça do Trabalho, a previsão da con-denação em honorários de sucumbência, esta nos parâmetros da súmula 219 do TST:

“Súmula nº 219 do TST; HONORÁRIOS ADVOCATÍ-CIOS. CABIMENTO (incorpo-rada a Orientação Jurispruden-cial nº 305 da SBDI-1 ao item I) - Res. 197/2015, DEJT divulga-do em 14, 15 e 18.05.2015. I – Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 15% (quinze por cento), não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. (art.14,§1º, da Lei nº 5.584/1970). (ex-OJ nº 305da SBDI-I) II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação

rescisória no processo trabalhista. III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego”.

Os ensinamentos de CHIOVENDA, acerca

da condenação em custas na justiça do trabalho, citado por SAAD (2004, p. 299), ensina que é resultado da parte contrária apenas ter perdido a ação e não depende da simples boa-fé.

Desta forma, não cabe ao reclamante pagar para o reclamado as custas processuais e a su-cumbência, por confrontar o princípio da proteção, previsto na legislação trabalhista.

Apenas nos casos das ações derivadas da relação de trabalho, sem vínculo empregatício,

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que poderá ser atribuído os honorários de sucum-bência à parte perdedora e também nos casos de ação rescisória.

A súmula 219 do TST tem fundamento legal no art. 14, § 1º, da Lei 5.584 de 197. Do cabimento aos sindicatos à prestação judiciária gratuita aos trabalhadores de sua categoria.

Do mesmo modo que a função do sindicato de prestar assistência jurídica a seus associados, também está previsto no art. 514, “b”, da CLT.

Deste modo, a verba honorária será recebi-

da pelo sindicato assistente, conforme os parâme-tros legais e da CLT, assim, o advogado do sindi-cato que recebe a verba honorária de até 15% (quinze por cento).

A CRFB/88 no seu artigo 5º, inciso LXXIV, cona a todos os necessitados.templa que o Estado preste assistência judiciária e gratui:

Os honorários de sucumbência na justiça do trabalho estão previstos somente nas hipóteses da súmula 219 do TST, onde a corrente majoritária entende juntamente com o Tribunal Superior, em que deverão ser preenchidos os requisitos das referidas súmulas para a concessão dos honorá-rios de sucumbência.

Com a promulgação da CRFB/88, O TST editou a súmula 329, permanecendo válido, a redação sumular 219 do referido Tribunal Superior e os critérios da Lei 5.584/70.

A jurisprudência8 destacam os efeitos da

Lei 10.288 e 10.537 de 2001, perante a Lei 5.584/70.

A Lei 10.288/01 declara a assistência judiciária dos sindicatos prestadas às partes, ao inserir o § 10º no art. 789 da CLT, que tratava da assistência judiciária prestada pelos sindicatos.

Os Tribunais destacam também a Lei 10.537 de 2002, pois, revogou a mesma alteração da lei 10.288 ao dar nova redação ao art. 789 consolidados, contudo, não mencionou o parágrafo 10º e outras normas de mesmo conteúdo:

Certo que as alterações realizadas pelas leis não regulou a questão dos sindicatos assistentes, prevista na Lei 5.584/70, que se encontra revogada, segundo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB , em seu art. 2º e parágrafo 3º:

Art. 2o “Não se destinando à vi-

gência temporária, a lei terá vi-gor até que outra a modifique ou revogue. (Vide Lei nº 3.991, de 1961) (...) § 3

o Salvo disposição em

contrário, a lei revogada não se

8 Tribunais Regionais do Trabalho, notadamente 2ª, 3ª, 4ª, 9ª e

15ª. BARBOSA, C. A. C.; VARGAS, L. A. de; TELESCA, M. M.; FRAGA, R. C. O cabimento de honorários advocatícios nas lides trabalhistas. Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho.

restaura por ter a lei revogado-ra perdido a vigência”.

A revogação de uma lei conforme

GONÇALVES (2012 p. 54):

“(...) é a supressão da força obrigatória, retirando-lhe a eficácia – o que só pode ser feito por outra lei da mesma hierarquia ou de hierarquia superior.”

Caso em que, ocorre a alteração parcial da

Lei 5.584/70, de forma tácita, sem repetir, na CLT, a função dos sindicatos de prestar assistência, previsto no artigo 789, parágrafo 10º.

Permanece válido o restante do texto legal dos artigos 789 e 790 da CLT.

Contudo, a lei 5.584/70 está incompatível quanto às normas constitucionais vigentes, pois, posteriores alterações legislativas revogaram diretamente os seus artigos da assistência dos sindicatos.

A CRFB/88 não retirou de vigência a lei 5.584 de 1970, “temos certo que as alterações legislativas mencionadas acabaram por fazê-lo”

9.

Deste modo, o entendimento sumulado do TST, continua em vigor.

A súmula 219 da Corte Superior do Traba-lho, somente, também permite a condenação em honorários advocatícios sucumbenciais nos casos de ação rescisória, e nas lides decorrentes da relação de trabalho.

Disposto nos artigos 485 e seguintes do CPC, a ação rescisória poderá ser rescindida nos casos expressos do artigo 485

10:

Nos casos de ação rescisória, conforme a inteligência da súmula 219 deverá o advogado da parte receber a verba honorária, pois, o TST, per-mite as condenações diante de seu entendimento.

9 BARBOSA, C. A. C.; VARGAS, L. A. de; TELESCA, M. M.;

FRAGA, R. C. O cabimento de honorários advocatícios nas lides trabalhistas. Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho. 10

Art. 485. “A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente; III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; IV - ofender a coisa julgada; V - violar literal disposição de lei; Vl - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada na própria ação rescisória; Vll - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de Ihe assegurar pronunciamento favorável; VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença; IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de docu-mentos da causa; § 1

o Há erro, quando a sentença admitir um fato inexistente, ou

quando considerar inexistente um fato efetivamente ocorrido. § 2

o É indispensável, num como noutro caso, que não tenha

havido controvérsia, nem pronunciamento judicial sobre o fato”.

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Deste modo, o jus postulandi está restrito as partes na ação rescisória, em conformidade com a súmula 425.

Contudo, se a parte vencida na demanda for beneficiária da justiça gratuita, e comprovar rece-ber menos que dois salários mínimos, não deverão pagar os honorários da parte vencida.

E conforme demonstra o Sr. Dr. Desembar-gador Júlio Bernado do Campo, do TRT da 3ª Região, integrante da 4 ª Turma da SDI em sua obra pulicada

11:

“Por derradeiro, diga-se que sendo a verba honorária na ação rescisória trabalhista disciplinada pelo artigo 20 do CPC, não está o juiz do Tra-balho adstrito ao teto de 15% (quinze) por cento, podendo tranquilamente chegar ao va-lor máximo previsto no digesto processual civil, ou seja, até 20% (vinte por cento), depen-dendo da complexidade da causa e do grau de zelo do profissional em Direito”.

Portanto, somente nas lides decorrentes

das relações de trabalho, onde a(s) parte(s) for (em) beneficiário(s) da justiça gratuita, concomi-tantemente, estar patrocinado(s) por sindicato de sua categoria, e limitados a 15% (quinze por cen-to) a verba honorária, que recebe a sucumbência.

Também serão aceitos os pedidos de con-denações de honorários nos casos de ação resci-sória, nos termos da súmula em debate.

De acordo com entendimento da IN27/05, em seu art. 5º, não serão devidos honorários ad-vocatícios pela mera sucumbência, nas ações oriundas do vínculo empregatício, damesma forma que o entendimento sumulado do TST.

Contudo, Renato Saraiva (2013, p. 209) afirma que a súmula protege aos maus pagadores, ao restringir os honorários de sucumbência nas relações de emprego.

Portanto a IN 27/2005, ao majorar tal confli-to, deixou o sujeito exposto à injustiças, pois, se ocorrer duas lides, uma da relação trabalhista, que permite a condenação em honorários advocatícios e uma da relação de emprego, que não permite a condenação sem que esteja preenchidos os requi-sitos da súmula 219 do TST, em que ocorre uma injustiça à parte menos favorecida.

Um advogado que patrocinar a causa de um prestador de serviços terá a possibilidade de rece-ber os honorários de sucumbência e o advogado que representa um empregado demitido não rece-berá os honorários sucumbenciais, causando uma controvérsia no recebimento dos honorários.

11

Migalhas. Ação rescisória trabalhista e a situação dos honorários advocatícios na nova redação da súmula 219 do Colendo Tribunal Superior do Trabalho. http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI145606,61044-Acao+rescisoria+trabalhista+e+a+situacao+dos+honorarios+advocaticios. <Acesso em 12/04/2015>.

Verifica-se uma necessidade de reformula-ção da jurisprudência do TST e no processo do trabalho, de fato que, a restrição da verba honorá-ria sobreveio após a EC45 de 2004, e que seja modificado este entendimento do TST, em razão da mera sucumbência.

Desta forma, SCHIAVI, acredita em uma re-formulação na jurisprudência do TST, e que seja reformada a súmula 219, ao fundamento de que os honorários advocatícios são devidos nas outras esferas do direito processual, apenas restrito no Judiciário Trabalhista (2009, p. 131).

No dia 12 de maio de 2015, o Tribunal Pleno do TST, pela totalidade de seus 27 (vinte e sete) Ministros, realizou alterações na súmula 219 e extinguiu a OJ 305 da SDBI-1 (Orientação Jurisprudencial da Seção de Dissídio Individual 1) do TST e que foram propostas pela Comissão de Jurisprudência e Precedentes Normativos.

Incorporou a OJ na nova redação da súmula 219 do TST

12, e acrescentou o termo

‘‘concomitantemente’’, em todos os requisitos para a concessão dos honorários de sucumbência

Consequentemente, a corrente minoritária, concorda na possibilidade de condenação dos honorários de sucumbência na justiça trabalhista, decorrentes da mera sucumbência, conforme já é garantido nas outras esferas do Poder Judiciário. E na indispensabilidade do advogado diante da justiça do trabalho. 7. JURISPRUDÊNCIAS ATUAIS NA APLICAÇÃO DOS HONORÁRIOS

A jurisprudência está divergente no

cabimento dos honorários advocatícios sucumbenciais, uma vez que, os juízes do trabalho, Desembargadores e Ministros do TST discordam em suas decisões, acerca da aplicação dos honorários de sucumbência.

Na inteligência do art. 8º da CLT, dispõem sobre a possibilidade de aplicação do direito comum, das decisões de autoridades judiciais da Justiça do Trabalho e autoriza a julgar em conformidade dos usos e costumes, pela equidade

12

SÚMULA Nº 219 DO TST “HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 305 da SBDI-1 ao item I) - Res. 197/2015, DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015 I – Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 15% (quinze por cento), não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família”. (art.14,§1º, da Lei nº 5.584/1970). (ex-OJ nº 305da SBDI-I) II – “É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista”. III – “São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego”.

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em suas sentenças. O referido artigo compreende a aplicação do

direito comum como fonte subsidiária do direito do trabalho, pois, permitem que, as autoridades judi-ciais trabalhistas decida pelo direito comum, a equidade, o direito comparado, os costumes como fonte subsidiária do direito do trabalho.

Conferindo uma desarmonia entre as deci-sões acerca da possiblidade da condenação dos honorários advocatícios de sucumbência à parte vencida.

Nos julgados de Instâncias de 1º grau, o juiz do trabalho Excelentíssimo Drº. Juiz Doutor Ozéas de Castro, da 2ª Vara da Comarca de Itajaí, Santa Catarina

13, assevera na possibilidade da

concessão dos honorários advocatícios de sucumbência, na inteligência do art. 20 do CPC, de acordo com a decisão.

Os Desembargadores Sr. Drº Grijalbo Fer-nandes Coutinho, Drº. Dorival Borges de Souza Neto e a Excelentíssima Juíza Dra. Debora Herin-ger Megiorin da 11ª Vara do Trabalho de Brasília-DF

14, aplicam subsidiariamente os artigos 133 da

CRFB/88, o art. 20 do CPC e 85 do NCPC, das Leis do EOAB e 1060/50 da gratuidade da justiça, em reconhecer os honorários advocatícios com fundamento no art. 8 da CLT, pela inexistência de norma trabalhista que discipline a matéria de for-ma diversa.

Ao sentido de que as ações derivadas das relações de emprego, decorrentes de acidente de trabalho ou de doença profissional, são devidos os honorários sucumbenciais, de acordo com o art. 20, do CPC, diante do julgado da 4ª Turma do TRT 2ª Região do Estado de São Paulo

15, pela r. De-

sembargadora Maria Isabel Cueva de Moraes. A 3ª Turma do TRT da 4ª Região

16, reco-

nhece a importância do advogado nas lides traba-lhistas, não devendo as partes submeter-se aos sindicatos, em afronta ao princípio constitucional da isonomia.

Dispõe o artigo 5º, caput, da CRFB/88 que todos são iguais perante a lei.

Não devendo haver diferenças de qualquer natureza quanto à parte está assistida por advo-gado ou por sindicato.

Quanto aos honorários sucumbenciais, este serão aplicado sob a ótica da reparação de danos e o magistrado afirma em uma “releitura” do art. 791, visto que, não há vedação à condenação ao

13

VT-Itajaí – RTORD 0003987-03.2012.5.12.0022, Juiz: Ozéas de Castro Data de Julgamento: 08/03/2013, 2ª Vara. 14

RO – 011012014.011.10.00.0, Relator Desembargador: Grijalbo Fernandes Coutinho Data de Julgamento: 20/02/2005, 11ª Turma, Data de Publicação: 06/03/2015. 15

RO – 469007120065020 SP 00469007120065020027 A20, Relatora Desembargadora Maria Isabel Cueva Moraes, Data de Julgamento 04/02/2014, 4ª Turma, Data de Publicação 22/03/2014. 16

RO - 00009824820105040027 RS 0000982-48.2010.5.04.0027, Relator Desembargadora: MARIA MADA-LENA TELESCA, Data de Julgamento: 31/07/2013, 3ª Turma, Data de Publicação: 21/07/2014.

pagamento da verba honorária, no entendimento do M. Sr. Dr. Juiz Convocado Manoel Barbosa da Silva, da Turma Recursal do TRT 3ª Região

17.

Em relação ao jus postulandi, o Código Civil de 2002 – CC/02 garante os honorários advocatí-cios no que tange à reparação integral de danos, e nada há conflito, com a súmula 219 do TST, por se tratar de um não cumprimento de obrigação, inclu-indo os honorários advocatícios.

Segundo o entendimento do Colendo Minis-tro Relator Cláudio Brandão da 7ª Turma, do TST

18, nada obsta a aplicação da Lei 5.584/70 aos

honorários advocatícios, ao CC/02, pois, trata-se de um encargo acessório da obrigação não cum-prida.

A Colenda Ministra Dra. Delaide Mirantes da Suprema Corte Trabalhista posiciona-se contrari-amente à súmula 219 do TST, pois, compreende a indispensabilidade do advogado na Justiça do Trabalho, e que nada impede a concessão dos honorários advocatícios sucumbenciais.

Como fundamento de seu entendimento na perspectiva de conceder os honorários de sucumbência na justiça trabalhista, a Ministra Dra. Delaide Arantes, em relação à ofensa ao princípio constitucional da isonomia.

Cabendo à justiça do trabalho decidir as controvérsias das relações de trabalho e das relações de emprego, portanto a condenação em honorários advocatícios na justiça laboral, não deve ter diferenças em sua aplicação, nos entendimentos da Ministra Delaide Miranda Arantes, Dra. Ministra do TST, em seus julgados

19.

Entretanto, o entendimento da súmula 219 e 329 do TST, somente serão devidos à verba hono-rária de sucumbência se preenchidos os requisitos das redações sumulares, negando qualquer pedi-do de condenação dos honorários, se não estive-rem em consonância com o seu entendimento.

A doutrina minoritária liberal, e os Srs. M. Ministros do TST Dra. Delaide Miranda Arantes e Dr. Cláudio Mascarenhas Brandão e parte dos TRT e juízes do trabalho posicionam-se de forma contrária, à súmula 219 do TST, pois, compreen-dem da indispensabilidade do advogado na Justi-ça do Trabalho, em consonância com o artigo 133 da CRFB/88, e da aplicação de forma subsidiária do art. 20 do CPC quanto à sucumbência.

17

RO 0001658-88.2013.5.03.0036, Relator Juiz Convocado: Manoel Barbosa da Silva Data de Julgamento 09/09/2014, Turma Recursal de Juiz de Fora, Data de Publicação: 19/09/2014.

18

RR – 1638-76.2012.5.04.0013, Ministro Relator Cláudio Mascarenhas Brandão, Data de Julgamento 11/02/2015, 7ª turma, Data de Publicação 20/02/2015. 19

RR – 563-31.2011.5.04.0241, Relatora Ministra: Delaide Miranda Arantes Data de Julgamento: 22/04/3015, 2ª Turma, Data de Publicação: 20/04/2015.

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8. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS E O PRO-JETO DE LEI N. 3.392/2004

Tramita no Congresso Nacional o Projeto

Lei de nº 3.392/04, de autoria da Dra. Clair da Flora Martins, em que poderá alterar o art. 791 e revoga os arts. 731, 732 e 786, ambos da CLT.

De acordo com Rúbia Zanotelli de Alvarenga, “O Projeto consagra, portanto, o Princípio da Causalidade” (2013, p. 413), pois quem der causa ao ajuizamento da demanda, deverá arcar com as custas processuais, inclusive aos honorários advocatícios.

À Luz do artigo 1º do referido projeto, a parte deverá ser patrocinada por advogado.

E poderá a parte não estar representada por advogado, nas causas próprias, quando houver algum impedimento ou recusa do advogado, ou não existir advogado no dia da inicial.

A justificativa da autora do Projeto, Sra. Dra. Clair da Flora Martins, assevera que o advogado é indispensável à administração da Justiça, de acordo com o art. 133 da CRFB mencionado, e pela incompreensão das partes aos termos técnicos nas audiências utilizados.

A não existência do jus postulandi na Justiça do Trabalho é o principal fundamento para alterar o dispositivo legal 791 da CLT, pelos erros processuais cometidos pelas partes, por não estarem devidamente representadas.

Caberá ao advogado que patrocinar a parte vencedora nas lides, o recebimento da verba sucumbencial, de acordo com o § 2º, do art. 791 do projeto lei 3.392/04.

Também deverá ser observados os mesmos critérios elencados no artigo 20 do CPC, e será previsto, da mesma maneira, na Justiça do Trabalho.

A sentença que condena a parte ao pagamento dos honorários de sucumbência independe da parte pedir no processo, pois deriva da simples condenação.

Será majorada de 15% (quinze por cento) para até 20% (vinte por cento), a fixação dos honorários ao advogado e também para a Fazenda Pública quando for vencida.

As decisões dos tribunais trabalhistas, em harmonia com a súmula 219 do TST, somente condenará o vencido aos honorários de sucumbência se a parte for beneficiária da justiça gratuita e for assistida por sindicato de sua categoria.

A autora acredita que somente haverá a condenação em honorários de sucumbência se a parte vencedora não tiver custos com advogado, devendo a parte vencida pagar os honorários arbitrados na decisão conforme a exposição de motivos do referido projeto.

O Projeto Lei tem como justificativa, a afronta aos princípios do direito da indenização judicial ou extrajudicial, conforme afirma a Dra. CLAIR.

Cabendo à parte perdedora da lide ao ressarcimento pelo ajuizamento da causa, inclusive aos honorários advocatícios.

O parágrafo 3º do Projeto Lei 3.392/04, garante ao advogado, diante do zelo e da natureza da causa, o ônus da sucumbência e nas causas sem valor econômico e nos dissídios de alçada

20.

O Presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado, no dia 12 de abril de 2013, avaliou a aprovação da Câmara dos Deputados do referido Projeto Lei, como uma grande conquista:

“Essa foi uma importante conquista da advocacia. Trata-se de uma vitória obtida a partir da mobilização dos conselheiros federais da OAB, da Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas e, em especial, das Comissões de Legislação e de Acompanhamento Legislativo da OAB Nacional”.

O Presidente da Ordem destacou ser uma “luta importante da OAB”, ao afirmar da indispensabilidade do advogado na Justiça do Trabalho, e exemplificando como uma “paridade de armas na Justiça do Trabalho”

21, pois se a parte

mais fraca na demanda estiver sem advogado causará um desequilíbrio no processo.

A Dra. CLAIR acredita que o Projeto Lei 3.392/2004 deverá ser aprovado para resolver as falhas no processo trabalhista, resolver as lacunas existentes na legislação trabalhista acerca dos honorários e garantir ao advogado a sucumbência como em todas as esferas jurídicas.

9. CAMPANHA “HONORÁRIOS NÃO SÃO GORJETAS”

Diante de mobilizações realizadas em vários

estados do país, os honorários advocatícios na Justiça do Trabalho foi um tema importante que se discutiu e iniciou uma campanha de mobilização nacional por parte dos advogados trabalhistas e de associações na área laboral.

Na Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo - AATSP, em apoio aos honorários advocatícios, foi realizado em 14 de abril de 2011, um movimento para discutir os honorários.

Foi promovido pela Associação de Advogados de São Paulo - AASP, e estiveram presentes os representantes e presidentes de várias associações, e foi discutido na presença dos advogados o tema dos honorários na justiça trabalhista.

20

Art. 2, §§ 3º e 4º da Lei nº 5.584/70; O valor da causa é de até 2 (dois) salários mínimos. 21 OAB confirma vitória na Câmara: advogado trabalhista terá honorários. Disponível em: http://www.oab.org.br/noticia/25438/oab-confirma-vitoria-na-camara-advogado-trabalhista-tera-honorarios. <Acesso em 06/05/2015>.

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Estiveram presentes nas discussões os advogados dentre outros, Dr. Eli Alves da Silva (ex-presidente da AATSP), do juiz Dr. Rui César Publio Correa, e Dr. Luiz Carlos Moro, ex-presidente da AATSTP, ABRAT e Associação Latino Americana de Advogados Laboralistas - ALAL, que estabeleceram sobre a manutenção do jus postulandi na justiça do Trabalho.

De acordo com o juiz Dr. Rui Correa, citado por PERON (2011, p. 13) a justiça do trabalho foi valorizada e extinguiu o princípio do jus postulandi.

Não existe mais razão da parte estar em juízo sem advogado continuar em vigor na justiça do trabalho, pois Eli Alves da Silva compreende que “nada justifica a manutenção do jus postulandi”, citado por PERON (2011, p. 13) nas lides trabalhistas, por não haver fundamento jurídico e de fato de sua aplicação.

Ainda no mesmo assunto, diante da capacidade processual das partes, Dr. Luís Carlos Moro, em sua obra publicada na AASP, citado por PERON (2011, p. 13), o princípio do jus postulandi foi prestigiado na justiça do trabalho na época em que não pertencia ao judiciário, estando integrado no poder executivo e não necessitava de técnicas processuais para a parte reclamar.

O advogado não ser reconhecido derivou das juntas de conciliação e julgamento, em 1932, e com a CLT/42, que a justiça trabalhista integrou o judiciário brasileiro, sendo, atualmente, um dos órgãos da administração da justiça. Desta forma o advogado Luís Carlos Moro relatou sobre o jus postulandi:

“O jus postulandi nega a efetividade aos direitos trabalhistas, pretendidos na medida da ignorância de quem os postula, quando não de quem os reduz a termo, incentivando a fuga ao trabalho social dos advogados e negando a garantia de defesa aos jurisdicionados”.

Portanto, compreende que o jus postulandi

das partes, não garante a defesa processual, mister, se faz necessário que um advogado postule os seus direitos diante da justiça trabalhista.

Promovida pela AASP, a campanha dos honorários não são gorjetas, foi iniciada no dia 13 de junho de 2011.

O presidente da entidade, o advogado Arystóbulo de Oliveira Freitas citado por PERON, (2011, p. 13), no ano de 2011, acredita no “desrespeito à atuação da advocacia”, e promoveu a Campanha que contempla a atuação dos advogados diante de todos os problemas enfrentados nas lides trabalhistas, e que obtêm êxito somente ao final, após anos de “árduo trabalho”, exercendo a atividade da advocacia.

Diante do EOAB e do CPC/73, os honorários são fixados entre um mínimo e máximo e que pertencem ao advogado conforme elencados em seus artigos.

O debate discutiu que na Justiça do Trabalho as decisões estão em desconformidade com a indevida aplicação do CPC/73, motivando inúmeros prejuízos às atividades realizadas pelos advogados nas ações trabalhistas.

Desta forma, a AASP promoveu a campanha para discutir a situação dos advogados trabalhistas, objetivando a ampla divulgação da discussão da verba honorária, de aborrecimentos causados nos processos pelo não reconhecimento de seu serviço, e a divulgar aos Presidentes dos Tribunais os casos de inobservância nas decisões dos juízes de 1ª instância.

Nas discursões reconheceu ao advogado o seu exercício diante das causas trabalhistas e a garantia de receber a sua honra, a contrapresta-ção recebida pelo seu exercício e por sua dedica-ção à sua profissão.

Os honorários advocatícios propiciam aos advogados um reconhecimento pelo seu ofício, para o aperfeiçoamento profissional, uma manu-tenção com gastos pessoais e conforme o AASP, “quando possível, a uma justa melhoria de vida para o profissional da advocacia”

22.

A campanha incentiva, aos advogados tra-balhistas, no endereço eletrônico da AASP

23, a

reclamar do inconformismo diante das decisões judiciais em arbitrar honorários de sucumbência abaixo do mínimo legal.

No dia 10 de agosto de 2012, após a cam-panha honorários não são gorjetas, em São Paulo, o presidente da OAB do referido ano, Ophir Caval-cante, homenageou os honorários, criando o Dia Nacional de Defesa dos Honorários Advocatícios, pois a OAB defende o pleito de advogados de todos os Estados.

O Dia Nacional está integrado à Campanha Nacional de Valorização dos Honorários Advocatí-cios que foi realizado em todas as seccionais da OAB em todo o país.

Para o presidente em exercício da OAB-SP em agosto de 2012, Marcos da Costa, diante do Dia Nacional de Valorização dos Honorários Advo-catícios, afirma que;

“Mais do que isso, significa possibilitar uma estrutura de trabalho digna e garantir o próprio exercício profissio-nal, pois grande parcela dos advogados conta apenas com honorários de sucum-bência para manter escritó-rios e sua família”.

22

Associação dos Advogados de São Paulo – AASP. Disponível em http://www.aasp.org.br/aasp/informativos/honorarios/editorial.asp. < Acesso em 25/05/2015>. 23

Ibidem.

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Também observou que os honorários míni-mos determinados pelos juízes não conferem ao advogado à sua importância diante da justiça, pois, não valoriza a classe dos advogados.

Para o Desembargador do Tribunal de Jus-tiça do Estado de São Paulo, Henrique Nelson Calandra, na época presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros - AMB, em participação da campanha dos honorários não são gorjetas, afir-mou na defesa de um país “mais justo e democrá-tico”, sendo desempenhado pelo advogado.

Também concorda na satisfação dos hono-rários advocatícios, pois, trata do serviço prestado, ao representar a parte e a sociedade na busca de seus direitos.

Nos ensinamentos do advogado Noé Aze-vedo, presidente emérito da OAB-SP na década de 40, contempla que os honorários não são gorje-ta. Conclusão:

A legitimidade da súmula 219 do TST está em conformidade com o ordenamento jurídico, pois os princípios e normas da legislação trabalhista estão garantidos pela CRFB/88. Na história da Justiça do Trabalho, percebe-se a evolução de sua autonomia diante do Poder Judiciário, envolvendo a presença do jus postulandi, que se encontra em vigor até os dias atuais.

Com a promulgação da CRFB/88, foi garantido o reconhecimento do advogado e a sua indispensabilidade diante da administração da Justiça, o Estado assumiu a titularidade da assistência judiciária gratuita aos necessitados e valorizou a Justiça do Trabalho diante das outras esferas judiciárias.

A EC45/04, diante das matérias trabalhistas ampliou a competência da Justiça Trabalhista para alcançar as lides trabalhistas tanto nas relações de emprego e de trabalho.

Em decorrência da EC45/04, a IN 27 do TST contemplou o cabimento dos honorários advocatícios pela mera sucumbência nas lides de relação de trabalho, com exceção da relação de emprego, que existe o vínculo de emprego e a parte deve ser beneficiária da justiça gratuita, nos moldes da Lei 1.060/50. E possibilitou que a Justiça do Trabalho julgue as ações oriundas da cobrança dos honorários.

E o Art. 133 da CRFB/88 assegura ao advogado a sua presença diante de todas as esferas da justiça, devendo o jus postulandi ser revogado de acordo com a norma constitucional expressa, e conforme a corrente minoritária liberal.

O EOAB garante aos advogados o direito de postular, não permitindo o ingresso das ações por pessoas não inscritas regularmente na OAB, sendo indispensável à presença de advogado diante da administração da justiça. Com exceções

da justiça de paz, nos juizados especiais e na justiça do trabalho, conforme o entendimento do STF.

A compreensão de que a sucumbência é ônus imposto ao vencido no pagamento das custas, despesas processuais e de honorários de advogado, estando previsto no art. 20 do CPC e no NCPC em seu art. 85. O STJ e o STF compreendem que a natureza dos honorários advocatícios é de caráter alimentar, pois trata do exercício da advocacia, devendo ser remunerado pelos seus serviços prestados.

Percebe-se que na justiça do trabalho, não há previsão legal dos honorários advocatícios, somente destaca nos artigos 789 e 832, da CLT que as custas serão pagas ao final pela parte perdedora na lide.

Os honorários de sucumbência, apenas tem previsão legal diante das súmulas 219 e 329 do TST, em conformidade com a Lei 5.584/70. Na qual só será permitido para a parte em que estiver assistida por sindicato de sua categoria profissional e simultaneamente ser beneficiário da justiça gratuita, nas lides que não derivam das relações de emprego, não devendo ultrapassar o máximo de 15%, e sendo possível a condenação em honorários nas ações rescisórias. Sendo cabível somente aos advogados do sindicato da respectiva classe representativa.

Da mesma forma, a corrente majoritária entende que o cabimento dos honorários sucumbenciais somente será devido se preenchidos os requisitos da súmula 219 do TST e da Lei 5.584/70.

A CRFB/88 não retirou de vigência a Lei 5.584/70, encontrando-se revogada, conforme a LINDB preconiza no art. 2º, §3º, em que alterou o conteúdo parcialmente contido em seu texto legal, de forma tácita, conforme delimita os desembargadores da 3ª Turma do TRT 4ª Região em suas decisões.

A corrente minoritária entende que a IN 27/2005 veio a agravar ainda mais a situação das lides oriundas da relação de emprego, pois para a concessão dos honorários advocatícios, devem estar preenchidos os requisitos das súmulas 219 e 329 do TST,

Nas lides derivadas da relação de trabalho, é permitida a condenação em honorários de sucumbência.

Nos entendimentos cristalizados pela jurisprudência das autoridades do trabalho, discordam do entendimento do TST diante da súmula 219, pois, nada obsta a condenação dos honorários decorridos da mera sucumbência. Compreende que o advogado é indispensável para o patrocínio das causas trabalhistas e na aplicação do direito comum e processual nas omissões da CLT.

Da mesma forma, aplicando o art. 133 da CRFB/88 nos seus acórdãos para o cabimento dos honorários advocatícios, não seria diferente a in-

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dispensabilidade da presença do advogado diante das demandas trabalhistas e admite à concessão dos honorários de sucumbência, discordando do entendimento da súmula 219 do TST, a Relatora Ministra Delaide Miranda Arantes, da 2ª Turma.

Atualmente, tramita no Senado Federal o Projeto Lei 3.392/04 de autoria da Dra. advogada Clair da Flora que revoga os arts. 731 732 e 786 da CLT, conforme a redação do projeto lei, as par-tes deverão ser representadas por advogados para propor as reclamações trabalhistas, apoian-do-se no art. 133 da CRFB/88, como fundamenta a autora do projeto Lei, por motivo de incompreen-são das partes aos termos técnicos, não devendo mais existir o jus postulandi na justiça do trabalho, sendo o principal argumento para alterar os dispo-sitivos da CLT.

Desse modo, os honorários advocatícios sucumbenciais serão cabíveis aos advogados em que estiverem assistindo a parte vencedora, dado que a alteração prediz ao cabimento dos honorá-rios com os mesmos requisitos do art. 20 do CPC e pelo NCPC/15, art. 85.

O Presidente da OAB Marcus Vinicius Fur-tado, diante da aprovação da Câmara dos Depu-tados em relação ao projeto lei 3.392/04, percebe que foi uma grande conquista para a advocacia trabalhista, abrangendo uma luta importante da OAB, pela indispensabilidade do advogado que será como uma “paridade de armas na Justiça do Trabalho”.

O projeto de alteração do processo do trabalho foi encaminhado ao Ministro da Justiça Dr. Tarso Genro, para conferir uma nova autonomia, no processo trabalhista, diante das constantes evoluções na legislação, e no processo comum. Não contemplando o jus postulandi e concessão dos honorários de sucumbência.

Diante das mobilizações nacionais sobre os honorários, criou-se a campanha “honorários não são gorjetas”, aos advogados trabalhistas que são indispensáveis na justiça laboral, diante do reconhecimento da legislação constitucional e infraconstitucional.

A campanha está apoiada por várias entidades, inclusive pela OAB e seccionais de todo o território nacional. A AMB também concorda com a mobilização e a campanha aos honorários aos advogados pelo seu exercício diante da administração da justiça.

Em homenagem aos honorários

advocatícios, foi lançado pelo presidente da OAB no dia 10 de agosto, o Dia Nacional de Defesa dos Honorários Advocatícios, em reconhecimento a Campanha Nacional de Valorização dos Honorários Advocatícios, objetivando a garantia de que o advogado receba os honorários advocatícios.

O advogado Noé Azevedo compreende que os honorários não são gorjetas, e incentivou as campanhas de recebimento desta garantia que é do advogado.

O STF, no dia 27 de maio de 2015, conferiu aos honorários sucumbenciais a natureza alimentar, que aprovou uma proposta de súmula vinculante de nº 85.

Conclui-se, também, que deve ser adotada a corrente minoritária liberal, pois, defende a indispensabilidade do advogado nas ações trabalhistas, e a percepção dos honorários advocatícios sucumbenciais, em conformidade com o EOAB, o CPC, acarretando ao operador do direito uma dignidade, percebendo uma valorização do Judiciário, por seu cliente e pela sociedade, uma vez que, advogado valorizado, significa cidadão respeitado. Agradecimentos

Ao grande Criador, louvo-o pela conquista e vitória alcançada, pois, somente com a sua per-missão, conclui mais um sonho.

À minha genitora, que me incentivou a al-cançar os meus objetivos e a acreditar que as minhas realizações sempre serão possíveis.

Aos meus familiares, que demonstraram que a família sempre estaria presente para os momentos mais difíceis e incompreensíveis.

Ao meu companheiro André, que nos piores momentos, sempre esteve com a sua calma e doçura diante de tudo e ao meu lado. A minha cadela Meg, que demonstrou que o seu amor e a luta diária, são primordiais para continuar a vida.

Para a minha família de santo, só tenho que amá-los a cada dia, pois, estiveram pacientemente ao meu lado nos momentos sensíveis e difíceis, e acreditaram e amparam, a minha falta de fé, nas piores horas e demonstraram que a fé e a sabedo-ria seria o grande trunfo para a vitória.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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5. BARBOSA, Cláudio Antônio Cassou, DE VARGAS, Luiz Alberto, TELESCA, Maria Madalena e FRAGA, Ricardo Carvalho. O cabimento de honorários advocatícios nas lides trabalhistas. http://www.anamatra.org.br/index.php/artigos/o-cabimento-de-honorarios-advocaticios-nas-lidestrabalhistas. <Acesso em 28/03/2015>.

6. BRANDÃO, Renata. Calandra defende, em palestra, honorários advocatícios. http://www.novo.amb.com.br/?p=14969. <Acesso em 18/05/2014>.

7. BRASIL, Câmara dos Deputados, PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 3392 de 20/04/2004. Dispõe sobre a imprescindibilidade da presença de advogado nas ações trabalhistas e prescreve critérios para fixa-ção de honorários advocatícios e periciais na Justiça do Trabalho, alterando a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

8. BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 9. BRASIL, Decreto-lei n°. 5.452 de 01 de maio de 1943. Dispõe sobre a Consolidação das Leis do

Trabalho. 10. BRASIL, Lei n°. 1.060 de 05 de fevereiro de 1950. Dispõe sobre normas para a Concessão de

assistência judiciária aos necessitados. 11. BRASIL, Lei n°. 5.584 de 11 de janeiro de 1973 – Dispõe sobre normas de Direito Processual do

Trabalho. 12. BRASIL, Lei n°. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Dispões sobre o Código de Processo Civil. 13. BRASIL, Lei n°. 8.906 de 04 de julho de 2004. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem

dos Advogados do Brasil (OAB). 14. BRASIL, Lei n

o 10.288, de 20 de setembro de 2001. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho,

dispondo sobre o jus postulandi, a assistência judiciária e a representação dos menores no foro trabalhista. 15. BRASIL, Lei n

o 10.537, de 27 de agosto de 2002. Altera os arts. 789 e 790 da Consolidação das

Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1

o de maio de 1943, sobre custas e

emolumentos da Justiça do Trabalho, e acrescenta os arts. 789-A, 789-B, 790-A e 790-B. 16. BRASIL, Lei n°. 13.105 de 16 de março de 2015. Dispõe sobre o Novo Código de Processo

Civil. 17. CAHAIL, Yussef Said. Honorários Advocatícios. 3. Ed. Ver, atual e ampl. São Paulo: Editora

Revista dos Tribunais, 1997.1399p. 18. CAMINO, L. & Pereira, C. Direitos humanos e psicologia. Em Comissão de Direitos Humanos

do Conselho Federal de Psicologia (Org.), Psicologia, ética e direitos humanos. Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 1998.

19. DA CRUZ, Meirilene Lucimara, ZAPATA, Daniela Lage Mejia: Honorários Advocatícios Sucumbenciais na Justiça do Trabalho. http://npa.newtonpaiva.br/letrasjuridicas/?p=172/. < Acesso em 19/01/2015>.

20. DA SILVA, Elen Rose Martins: Os honorários de sucumbências e o recente julgamento do Tribunal Superior do Trabalho. http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos%20_leitura& artigo_id= 7526/. <Acesso em 15/01/2015>.

21. DA SILVA, José Afonso. Comentário contextual à Constituição. Ed. Atual. até a Emenda Constitucional 83 de 05.08.2014. 9 ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

22. EDITORA SARAIVA. VADE MECUM OAB e concursos/obra coletiva de autoria da Editora Sarai-va com a colaboração de Luiz Roberto Curia, Lívia Céspedes e Juliana Nicolleti. 4 ed. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva 2014.

23. FERRAZ, Claudio Peron. O advogado é indispensável à Justiça do Trabalho? Revista do Insti-tuto Dos Advogados de São Paulo. RIASP. Nova Série. São Paulo; Editora Revista dos Tribunais, 2011.

24. GIGLIO, Wagner. Direito Processual do Trabalho. 16. Ed. São Paulo: Saraiva 2007. 25. GODINHO, Maurício Delgado. CURSO DE DIREITO DO TRABALHO. São Paulo; 13.ª edição, Ed.

Ltr, 2014.

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26. GONÇALVES, CARLOS ROBERTO. Direito Civil Brasileiro, volume 1: Parte Geral. 10 ed. São Paulo: Saraiva 2012.

27. JUS BRASIL. Caderno Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. Diário Eletrôni-co da Justiça do Trabalho. Nº1205/2013 Data da disponibilização: Terça-feira, 16 de Abril de 2013. http://www.jusbrasil.com.br/diarios/53200519/trt-15-16-04-2013-pg-384. <Acesso em 03/02/2015>.

28. JUS BRASIL. São devidos honorários sucumbenciais no processo do trabalho. http://abrat.jusbrasil.com.br/noticias/2196340/sao-devidos-honorarios-sucumbenciais-no-no-processo-do-trabalho. <Acesso em 28/04/2015>.

29. JUS BRASIL. STJ – Recurso Especial 608028 MS 2003/0196009-6. http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/7197804/recurso-especial-resp-608028-ms-2003-0196009-6. <Acesso em 15/05/2015>.

30. LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 9ª ed. São Paulo: LTr, 2011.

31. LETRAS JURÍDICAS. Honorários Advocatícios Sucumbenciais Na Justiça do Trabalho. http://npa.newtonpaiva.br/letrasjuridicas/?p=172. <Acesso em 01/03/2015>.

32. LOBO, Paulo. Comentários ao Estatuto e da OAB/ Paulo Lôbo. – 7. Ed. – São Paulo: Saraiva 2013.

33. MALTA, Christovão Piragibe Tostes. Prática no processo trabalhista. 35 ed. São Paulo: LTr, 2008.

34. MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia científica. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

35. MATIA-PEREIRA, Jose. Manual de metodologia de pesquisa científica. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2010.

36. MARTINEZ, Luciano. Curso De Direito do Trabalho: relações individuais, sindicais e coletivas do trabalho. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

37. MARTINS, Sergio Pinto. Direito processual do trabalho: doutrina e prática forense; modelos de petições, recursos, sentenças e outros. 29. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

38. MIGALHAS. Ação rescisória trabalhista e a situação dos honorários advocatícios na nova redação da súmula 219 do Colendo Tribunal Superior do Trabalho. http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI145606,61044-Acao+rescisoria+trabalhista+e+a+situacao+dos+honorarios+advocaticios. < Acesso em 14/03/2015>.

39. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30 ed. São Paulo: Atlas, 2014. 40. NASCIMENTO, Amaury Mascaro do. Curso de Direito do Trabalho: história e teoria geral do

direito do trabalho: relações individuais e coletivas do trabalho. 26 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 41. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Código de Ética e Disciplina da OAB.

http://www.oab.org.br/visualizador/19/codigo-de-etica-e-disciplina/. <Acesso em 11/05/2015>. 42. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. OAB confirma vitória na Câmara: advogado

trabalhista terá honorários. http://www.oab.org.br/noticia/25438/oab-confirma-vitoria-na-camara-advogado-trabalhista-tera-honorarios. <Acesso em 06/05/2015>.

43. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. OAB. Dia Nacional de Defesa dos Honorários Advocatícios É Lançado Hoje. http://www.oab.org.br/noticia/24283/dia-nacional-de-defesa-dos-honorarios-advocaticios-e-lancado-hoje?argumentoPesquisa=formsof%28inflectional,%20%22dia%22%29%20and%20formsof%,%20%22nacional%22%29%20and%20formsof%28inflectional,%20%22defesa%22%29%20and%20formsof%28inflectional,%20%22honor%C3%A1rios%22%29. <Acesso em 19/05/2015>.

44. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Tabela de Honorários. http://www.oabdf.org.br/servicos/certificado-digital/geral/tabela-de-honorarios/. <Acesso em 12/05/2015>.

45. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Valor da URH. http://www.oabdf.org.br/servicos/certificado-digital/geral/valor-da-urh/. <Acesso em 12/05/2015>.

46. PEREIRA, Eduardo Jansen: Honorários de sucumbência na Justiça do Trabalho. http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/justica-direito/artigos/. <Acesso em 28/12/2014>.

47. SAAD, Eduardo Gabriel. Direito processual do trabalho. 4. ed. ver. atual. e ampliada. São Paulo: LTr, 2004.

48. SARAIVA, Renato, MANFREDINI, Aryanna. CURSO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. 11. Ed. rev., e atual. Rio de Janeiro: Forense: São Paulo: Método, 2014.

49. SHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 2 Ed. São Paulo: LTr, 2009. 50. SILVA. José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 25ª Ed. – São Paulo:

Malheiros, 2005. 51. STF. ACAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (Med. Liminar) - 1127-8. Min. Relator.

Marco Aurélio. Data de Julgamento 17/05/2006, Tribunal Pleno. 52. STF. ACAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (Med. Liminar) - 1194-4. Min. Relator.

Maurício Correa. Data de Julgamento 14/02/1996, Tribunal Pleno.

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53. Supremo Tribunal Federal. Plenário aprova mais duas súmulas vinculantes. Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=292382. <Acesso em 28/05/2015>.

54. STF- PLENO – RE. 603538/RS, Relator Ministro Marco Aurélio, Data de julgamento: 26/10/2011. 55. THEODORO, Humberto Júnior. Honorários de advogado: sucumbência recíproca –

distribuição e compensação dos honorários sucumbenciais. Revista Magister de Direito Civil e Processual Civil, Porto Alegre, v.5, n.26, p.89-110, out. 2008.

56. TRT-2 - RO: 469007120065020 SP 00469007120065020027 A20, Relatora Desembargadora Ma-ria Isabel Cueva Moraes, Data de Julgamento 04/02/2014, 4ª Turma.

57. TRT-3 – RO: 0001658-88.2013.5.03.0036, Relator Juiz Convocado: Manoel Barbosa da Silva, Da-ta de Julgamento 09/09/2014, Turma Recursal de Juiz de Fora.

58. TRT–4 – RO: 00009824820105040027 RS 0000982-48.2010.5.04.0027, Relator Desembargadora: MARIA MADALENA TELESCA, Data de Julgamento: 31/07/2013, 3ª Turma.

59. TRT-10- RO: 011012014.011.10.00.0, Relator Desembargador: Grijalbo Fernandes Coutinho, Data de Julgamento: 20/02/2005, 11ª Turma.

60. TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 10ª REGIÃO. Disponível em: http://www.trt10.jus.br/conswebgsa/gsa_segunda_instancia.php?tip_processo_trt=RO&ano_processo_trt=2104&num_processo_trt=9207&num_processo_voto=400516&dta_publicacao=10/04/2015&dta_julgamento=30/03/2015&embargo=&tipopublicacao=DEJT&termos=Honorarios+sucumbenciais. <Acesso em: 10 abr. 2015>.

61. VT-ITAJAÍ– RTORD 0003987-03.2012.5.12.0022, Juiz: Ozéas de Castro, Data de Julgamento: 08/03/2013, 2ª Vara.

62. TST – RR: 563-31.2011.5.04.0241, Relatora Ministra: Delaide Miranda Arantes, Data de Julgamen-to: 22/04/3015, 2ª Turma.

63. TST – RR: 1638-76.2012.5.04.0013, Ministro Relator Cláudio Mascarenhas Brandão, Data de Jul-gamento 11/02/2015, 7ª turma. TST – Instrução Normativa Nº 27 de 2005. Dispõe sobre normas procedimentais aplicáveis ao processo do trabalho em decorrência da ampliação da competência da Justiça do Trabalho pela Emenda Constitucio-nal nº45/2004. http://www3.tst.jus.br/DGCJ/instrnorm/27.htm. <Acesso em 10/05/2005>. ANEXOS Anexo I Valor da UHR da OAB Distrito Federal em maio 2015:

URH de maio de 2015: R$ 166,89 (cento e sessenta e seis reais e oitenta e nove centavos).

Anexo III

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 27 de 2005 Editada pela Resolução nº 126 Publicada no Diário da Justiça em 22 - 02 – 05 Dispõe sobre normas procedimentais aplicáveis ao processo do trabalho em decorrência da amplia-ção da competência da Justiça do Trabalho pela Emenda Constitucional nº45/2004. Art. 1º As ações ajuizadas na Justiça do Trabalho tramitarão pelo rito ordinário ou sumaríssimo, conforme previsto na Consolidação das Leis do Trabalho, excepcionando-se, apenas, as que, por disciplina legal ex-pressa, estejam sujeitas a rito especial, tais como o Mandado de Segurança, Habeas Corpus, Habeas Data, Ação Rescisória, Ação Cautelar e Ação de Consignação em Pagamento. Art.2º A sistemática recursal a ser observada é a prevista na Consolidação das Leis do Trabalho, inclusive no tocante à nomenclatura, à alçada, aos prazos e às competências. Parágrafo único. O depósito recursal a que se refere o art. 899 da CLT é sempre exigível como requisito extrínseco do recurso, quando houver condenação em pecúnia. Art.3º Aplicam-se quanto às custas as disposições da Consolidação das Leis do Trabalho. § 1ºAs custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. § 2º Na hipótese de interposição de recurso, as custas deverão ser pagas e comprovado seu recolhimento no prazo recursal (artigos 789, 789 - A, 790 e 790 - A da CLT). § 3º Salvo nas lides decorrentes da relação de emprego, é aplicável o princípio da sucumbência recíproca, relativamente às custas.

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Art. 4º Aos emolumentos aplicam-se as regras previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, conforme previsão dos artigos 789 - B e 790 da CLT. Art. 5º Exceto nas lides decorrentes da relação de emprego, os honorários advocatícios são devidos pela mera sucumbência. Art. 6º Os honorários periciais serão suportados pela parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária da justiça gratuita. Parágrafo único. Faculta-se ao juiz, em relação à perícia, exigir depósito prévio dos honorários, ressalva-das as lides decorrentes da relação de emprego. Art. 7º Esta Resolução entrará em vigor na data da sua publicação.