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Os eventos normativos e não normativos do desenvolvimento humano. Vanessa Boch Provensi Mosena, acadêmica do curso de Psicologia da Faculdade Meridional IMED; Tatiana Lima Both, professora da Escola de Psicologia da Faculdade Meridional IMED. OBJETIVO Investigar eventos significativos normativos e não normativos ao longo do ciclo vital. METODOLOGIA UTILIZADA Salienta-se que este estudo teve como método de pesquisa a revisão de literatura quanto às temáticas relacionadas aos eventos normativos e não normativos no curso de vida. Portanto, o estudo segue a proposta de revisão de literatura conceitual (Correia; Mesquita, 2013) que corresponde ao estudo panorâmico de determinada temática para levantamento de ideias e discussão. A pesquisa foi realizada em bancos de dados (scielo, medline, capes) e livros, tendo como palavras-chaves: eventos de vida, eventos normativos, eventos não normativos, lifespan e envelhecimento humano. HIPÓTESE Eventos normativos e não normativos ocorrem ao longo da vida, repercutindo em novas estratégias e sentidos para a vida. RESULTADOS As diferentes etapas do curso de vida exigem diferentes recursos do ser humano. Assim, a primeira infância é constituída pela satisfação de suas necessidades fisiológicas e emocionais do bebê. Dessa forma, as experiências iniciais com os cuidadores primários repercutirão nas expectativas sobre si mesmo, sobre os outros e sobre o mundo, ao longo do ciclo de vida do indivíduo (Bowlby, 2006/1979). Na segunda e terceira infância se apresenta desenvolvendo o senso de obrigação e desempenho. O interesse pelo brincar é gradativamente substituído por atividades produtivas e por instrumentos utilizados para realizar tarefas (Erikson, 1976). A adolescência se caracteriza pela busca de identidade, decepções com os pais e busca de seu desprendimento, comportamentos impulsivos, oscilações entre ser criança e querer ser do mundo adulto e luto pelo corpo infantil (Aberastury, 2003). O próximo período, a vida adulta ressalta-se três elementos importantes: casamento, carreira e filhos, bem como a harmonização entre esses elementos (Erikson, 1976). Na meia-idade há uma revisão do que foi prescrito para a vida e a realidade vivenciada. Os filhos saem de casa, comumente chamado de ninho vazio é preciso lidar com o adoecimento ou morte dos pais (Carter; McGoldrick, 1985). Portanto, na velhice, questões de adoecimento e morte são temáticas relevantes, bem como aposentadoria, viuvez e novos papéis como o de avós (Neri, 2005). Quanto aos aspectos inesperados podem ser apontados o desemprego, separação, acidentes, adoecimento, morte dos filhos ou de familiares de forma trágica e separação. Identifica-se que para a superação de crises e perdas, haja SOC, isto é, Seleção de nova organização de metas compatíveis com os recursos disponíveis, uma Otimização, compreende-se a aquisição, aplicação, coordenação e manutenção de recursos internos e externos. E por fim a Compensação, a aquisição de alternativas que visem à manutenção de um funcionamento (Baltes; Carstensen, 2000). CONCLUSÃO Em todos os períodos do curso de vida há interação humana nos espaços que habitamos, os quais geram constantes crises, que potencializam, adoecem, retiram e oportunizam objetivos de vida. Até a adolescência os recursos estão predominantemente alocados em conquistas, depois surgem perdas, sendo então, indispensável o uso de SOC. REFERÊNCIAS Aberastury, A. O adolescente e a liberdade. In Aberastury, A., & Knobel, M. Adolescência normal: um enfoque psicanalítico. Porto Alegre: Artmed, 2003. Baltes, M. M.; Carstensen, L. L. The Process of Successful Aging. In Markson, E. W., & Hollis-Sawyer, L. A. Intersections of Aging: Readings in Social Gerontology. Los Angeles: Roxbury Publishing Company, 2000. Bowlby, J. Formação e rompimento dos laços afetivos. (4a ed.) São Paulo: Martins Fontes, 2006. Carter, B.; McGoldrick, M. (1995). As mudanças no ciclo de vida familiar: Uma estrutura para a terapia familiar. (2a ed.) Porto Alegre: Artmed, 1995. Correia, A. M. R.; Mesquita, A. Mestrados e doutoramentos: estratégias para a elaboração de trabalhos científicos: o desafio da excelência. Porto: Vida Econômica, 2013. Erikson , E. H. Identidade, juventude e crise. (2a ed.) Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1976. Neri, A. L. Palavras-chave em gerontologia. Campinas: Editora Alínea, 2005. Neri, A. L. O legado de Paul B. Baltes à psicologia do desenvolvimento e do envelhecimento. Temas em Psicologia, v. 14, n 1., 2006. [citado em 22 março 2014]. Disponível em World Wide Web: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1413-389X2006000100005&script=sci_arttext>.

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Page 1: Os eventos normativos e não normativos do desenvolvimento ... · Investigar eventos significativos normativos e não normativos ao longo do ciclo vital. ... do ciclo de vida do

Os eventos normativos e não normativos do desenvolvimento humano.

Vanessa Boch Provensi Mosena, acadêmica do curso de Psicologia da Faculdade Meridional – IMED; Tatiana Lima Both, professora da Escola de Psicologia da Faculdade Meridional – IMED.

OBJETIVO

Investigar eventos significativos normativos e não normativos ao longo do ciclo vital.

METODOLOGIA UTILIZADA

Salienta-se que este estudo teve como método de pesquisa a revisão de literatura quanto às temáticas relacionadas aos eventos normativos e não normativos no curso de vida. Portanto, o estudo segue a proposta de revisão de literatura conceitual (Correia; Mesquita, 2013) que corresponde ao estudo panorâmico de determinada temática para levantamento de ideias e discussão. A pesquisa foi realizada em bancos de dados (scielo, medline, capes) e livros, tendo como palavras-chaves: eventos de vida, eventos normativos, eventos não normativos, lifespan e envelhecimento humano.

HIPÓTESE

Eventos normativos e não normativos ocorrem ao longo da vida, repercutindo em novas estratégias e sentidos para a vida.

RESULTADOS

As diferentes etapas do curso de vida exigem diferentes recursos do ser humano. Assim, a primeira infância é constituída pela satisfação de suas necessidades fisiológicas e emocionais do bebê. Dessa forma, as experiências iniciais com os cuidadores primários repercutirão nas expectativas sobre si mesmo, sobre os outros e sobre o mundo, ao longo do ciclo de vida do indivíduo (Bowlby, 2006/1979). Na segunda e terceira infância se apresenta desenvolvendo o senso de obrigação e desempenho. O interesse pelo brincar é gradativamente substituído por atividades produtivas e por instrumentos utilizados para realizar tarefas (Erikson, 1976).

A adolescência se caracteriza pela busca de identidade, decepções com os pais e busca de seu desprendimento, comportamentos impulsivos, oscilações entre ser criança e querer ser do mundo adulto e luto pelo corpo infantil (Aberastury, 2003). O próximo período, a vida adulta ressalta-se três elementos importantes: casamento, carreira e filhos, bem como a harmonização entre esses elementos (Erikson, 1976). Na meia-idade há uma revisão do que foi prescrito para a vida e a realidade vivenciada. Os filhos saem de casa, comumente chamado de ninho vazio é preciso lidar com o adoecimento ou morte dos pais (Carter; McGoldrick, 1985). Portanto, na velhice, questões de adoecimento e morte são temáticas relevantes, bem como aposentadoria, viuvez e novos papéis como o de avós (Neri, 2005).

Quanto aos aspectos inesperados podem ser apontados o desemprego, separação, acidentes, adoecimento, morte dos filhos ou de familiares de forma trágica e separação. Identifica-se que para a superação de crises e perdas, haja SOC, isto é, Seleção de nova organização de metas compatíveis com os recursos disponíveis, uma Otimização, compreende-se a aquisição, aplicação, coordenação e manutenção de recursos internos e externos. E por fim a Compensação, a aquisição de alternativas que visem à manutenção de um funcionamento (Baltes; Carstensen, 2000).

CONCLUSÃO

Em todos os períodos do curso de vida há interação humana nos espaços que habitamos, os quais geram constantes crises, que potencializam, adoecem, retiram e oportunizam objetivos de vida. Até a adolescência os recursos estão predominantemente alocados em conquistas, depois surgem perdas, sendo então, indispensável o uso de SOC. REFERÊNCIAS Aberastury, A. O adolescente e a liberdade. In Aberastury, A., & Knobel, M. Adolescência normal: um enfoque psicanalítico. Porto Alegre: Artmed, 2003.

Baltes, M. M.; Carstensen, L. L. The Process of Successful Aging. In Markson, E. W., & Hollis-Sawyer, L. A. Intersections of Aging: Readings in Social Gerontology. Los Angeles: Roxbury Publishing Company, 2000.

Bowlby, J. Formação e rompimento dos laços afetivos. (4a ed.) São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Carter, B.; McGoldrick, M. (1995). As mudanças no ciclo de vida familiar: Uma estrutura para a terapia familiar. (2a ed.) Porto Alegre: Artmed, 1995.

Correia, A. M. R.; Mesquita, A. Mestrados e doutoramentos: estratégias para a elaboração de trabalhos científicos: o desafio da excelência. Porto: Vida Econômica, 2013.

Erikson , E. H. Identidade, juventude e crise. (2a ed.) Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1976.

Neri, A. L. Palavras-chave em gerontologia. Campinas: Editora Alínea, 2005.

Neri, A. L. O legado de Paul B. Baltes à psicologia do desenvolvimento e do envelhecimento. Temas em Psicologia, v. 14, n 1., 2006. [citado em 22 março 2014]. Disponível em World Wide Web: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1413-389X2006000100005&script=sci_arttext>.