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Os documentos secretos da maçonaria Um novo livro revela-lhe como foi criado um serviço de espiões, a lis- ta dos expulsos e outros papéis confidenciais da organização.

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Page 1: Os documentos secretos da maçonaria · Os documentos secretos da maçonaria Um novo livro revela-lhe como foi criado um serviço de espiões, a lis-ta dos expulsos e outros papéis

Os documentossecretos da maçonariaUm novo livro revela-lhe como foi

criado um serviço de espiões, a lis-

ta dos expulsos e outros papéis

confidenciais da organização.

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Os convites a Passos Coelho e António José Seguro. A acta da criação do sen/iço de espionagem.A lista dos inimigos. Conheça os documentos confidenciais revelados em Segredos da MaçonariaPortuguesa e leia alguns excertos do livro do jornalista da SÁBADO António José Vilela

Os maçons têm

um passaporte

(ao lado, o do GOL)

A CONFISSÃOEA LISTA DE INIMIGOS¦I "Para entrar no Grande Oriente Lusitano

[e conseguir um passaporte de identificação

maçónico como este da LojaUniversalis ] é pre-ciso cumprir dois pressupostos obrigatórios:ser homemeterumrrnnimode 18 anos. Além

disso, o candidato tem de ser sujeito aos 'devi-

dos inquéritos' que comprovem o seu 'bom

comportamento e reputação' e a 'cultura neces-

sária para compreender os fins da Ordem'.

A entrada do candidato é proposta através

de uma petição, assinada por um ou mais

mestres maçons, que é fechada num envelo-

pe onde apenas constam três palavras: 'Re-

servada ao Altar'. No convite da iniciação do

profano, pode ler-se um pequeno extracto

da Constituição do GOL - A Maçonaria e os

seus princípios - que diz, por exemplo, que a

maçonaria 'não aceita dogmas e combate to-das as formas de opressão sobre o Homem,luta contra o terror, a miséria, o sectarismo e

a ignorância, combate a corrupção e enalte-

ce o mérito'.

NO DOCUMENTO de três páginas, que in-clui a referida petição de iniciação, é solici-

tado ao candidato que se identifique e espe-

cifique o estado civil, a escolaridade, a pro-fissão (é desejável juntar o curriculum vitae),

o rendimento anual e a morada onde vive -neste último caso, exige-se até a indicaçãodas residências anteriores, com o nome da

rua e o número da porta 'nas localidades

onde isso seja necessário'.

A ficha do GOL tem ainda outras pequenascuriosidades. Uma delas é a referência que o

futuro iniciado tem de fazer às 'pessoas quemais intervieram' na sua educação ou os car-

gos que exerce em associações, entidades ou

partidos políticos - em caso de já ter sido pro-

posto para qualquer outra obediência maçó-nica, deve identificá-la.

O inquérito chega até a assemelhar-se a

uma espécie de confissão porque o candida-

to é questionado sobre a prática de actos 'que

julgue condenáveis e de que esteja arrepen-dido' . Como as boas práticas não estão só na

consciência de cada um, o GOL exige a certi-

dão do registo criminal (e cópia do BI e três

fotografias) e também que o candidato refi-

ra se já foi processado (é necessário indicar o

motivo) e se a contenda judicial terminou

em condenação ou absolvição.

Finalmente, antes de assinar o juramentode verdade (os dois maçons proponentes res-

ponsabilizam-se também através de um com-

promisso de honra), o candidato tem de in-dicar os nomes e as moradas dos seus melho-

res amigos e também dos seus 'inimigos'."

Antes da iniciação, os futuros

maçons têm de indicar ao GOL

se exercem cargos em partidos

O DOCUMENTO COM A EXPULSÃODE 31 MAÇONS¦i "Em caso de expulsão, por não pagaremas quotas ou por qualquer outro motivo, os

nomes dos maçons são sempre afixados nasede daGLLP/GLRP e comunicados atodos os

mestres veneráveis das oficinas. Em alguns

casos, como aconteceu a 31 de Outubro de

2005, os nomes dos excluídos são colocados

numa lista, que é enviada às lojas pelo gran-de secretário (...).

Na maçonaria, e sobretudo no

GOL, há uma longa tradição de

desleixo que até já impediu mui-

tas expulsões de 'irmãos' quenão

pagavam as quotas. Mas tam-bém já se verificaram casos em

que a paciência se esgotou, como sucedeu

em 2006, quando o GOL comunicou às lo-

jas a rejeição de seis profanos e a irradiaçãode 31 maçons. Na lista assinada pelo grão-mestre António Reis estavam os nomes de

José Manuel Torres Couto, ex-líder e funda-dor da UGT, e do antigo representante da

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? UNITA em Portugal, o angolano IsaacWam-

bembe. Mas também os socialistas Jorge

Cosme, Victor Louro Silva, Vitalino Canas e

António Vitorino.

Segundo várias fontes do GOL, há mui-

to que era notada a 'ausência maçónica' de

António Vitorino, que terá sido iniciado no

GOL, e na Loja Convergência (...).

Mas António Vitorino terá sido

sempre um 'irmão'

pouco solidário,\ que terá até causa-

do algum embara-

ço a outro maçoninfluente da sua

própria loja, o co-

ronel Carlos Sara-

mago Pinto.

\Em 1995, quan-

!

do António Vitori-

no foi convidado e

assumiu a pasta de

; vice-primeiro-mi-i

nistroe de ministro

da Defesa do XIIIGoverno, liderado

por António Guterres, o maçon sentava-se

nas sessões da Loja Convergência ao lado do

'irmão' e coronel do Exército, que se terá ofe-

recido para o ajudar a lidar com as armadilhas

do Ministério da Defesa Nacional, sobretudo

ao nível das pessoas de confiança que o an-

tigo ministro Fernando Nogueira (PSD) lá te-

ria plantado. Mas a conversa nunca terá pas-sado daí, porque António Vitorino deixou

simplesmente de aparecer na maçonaria de-

pois de ter sido empossado ministro."

Sebastião Herédia, cunhado de

D. Duarte, foi um dos maçons

que fundaram a Loja Brasília

Os socialistas

Vitalino Canas

(em dma)

e António

Vrtorino

passaram

pelo Tribunal

Constitucional

e foram

iniciados na

maçonaria

AS ESTRATÉGIAS PARA"TER PODER, MUITO PODER"

§¦ "A primeira sessão da Loja Brasília, n.° 11,

ocorreu a 22 de Setembro de 2006. Instalada

secretamente a oriente de Santa Maria da Fei-

ra, tinha como objectivo o recrutamento de

profanosinfluentes.ouquepudessemvirasê-lo, no Norte e no Centro do País (preferencial-

mente no eixo Coimbra, Porto e Viseu), uma

mudança radical em relação ao que acontece-

ra anos antes quando fora fundada a loja. Em

2001, a Brasília encontrava-se sediada em Lis-

boa (...) mas acabou rapidamente desmem-

brada e abateu colunas [expressão que signi-

fica fechar a loja] depois de uma boa parte de

os 'irmãos' se incompatibilizarem de forma

grave. (...) As feridas do passado nunca sara-

ram e talvez isso também explique por querazão, ao contrário do que aconteceu com a

Mercúrio, nenhum dos oficiais de 2001 daßra-

sfJia (ou qualquer outro dos elementos daloja]

tenha estado entre os peticionários que reer-

gueram em 2006 as colunas da oficina.

O deputado

socialista

Rui Paulo

Figueiredo

foi um dos

fundadores

da Loja

Brasília

(documento

ao lado)

OS OITO MESTRES MAÇONS encarregados da

tarefa vieram todos da Loja Mercúrio: Rui

Paulo Figueiredo; o espião Jorge Silva Carva-

lho; o líder da Juventude Socialista, Duarte

Cordeiro; Ruben Raposo, vereador do PS da

Câmara Municipal Almada; Sebastião Heré-

dia, cunhado de D. Duarte e dono dos cafés

Herédia; Emanuel Martins, do PS de Oeiras;

João Pinheiro, advogado no escritório Jar-

dim, Sampaio [Jorge], Magalhães e Silva e

Associados e depois presidente da mesa da

Assembleia-Geral da empresa pública Indús-

tria de Desmilitarização e Defesa. E ainda Pau-

lo Noguês, que deixara de ser venerável da

Loja Mercúrio para ocupar idênticas funções

na nova loja que passou a reunir-

se no Porto e em Coimbra.

A Loja Mozart seria aberta

pouco depois, ainda nesse ano.

'Existe claramente uma estraté-

gia: ser a elite da maçonaria e ter

poder, muito poder', garantia,

com preocupação, um dos fundadores da

maçonaria regular. A situação também não

agradava a alguns maçons que suspeitavamda existência de cada vez mais iniciados cu-

jos nomes não eram afixados no quadro dos

Passos Perdidos, na sede de Alvalade. Ou queeram dispensados de pagar quotas e de par-

ticipar nas sessões rituais."

sy

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Lista de maçons expulsos pela CLLP/GLRP.

A comunicação interna foi mandada

a todas as lojas da maçonaria regular

O livro Segredos da

Maçonaria Portuguesa,

que é apresentado

esta quinta-f eira,

dia 31 de Janeiro

OS VENERÁVEIS JORGESILVA CARVALHO E

NUNOVASCONCELLOS¦l '"Meus Irmãos. De pé eà Ordem', orde-

nou o espião Jorge Silva Carvalho, dirigindo-se de imediato ao venerável mestre instala-

dor: '[...] Entrego-te este malhete e coloca

mo-nos todos sob a tua autoridade fraterna.Nesse instante, e após a passagem temporá-ria do malhete, Silva Carvalho retirou do pes-coço o colar de venerável mestre, que usavadurante o último ano, e depositou-o no do

mestre instalador. Depois, cedeu-lhe tambémo lugarno cadeirão, o Trono de Salomão,e sentou-se numa cadeira à esquerda,no lado sul do templo secre-

to maçónico.Sucederam-se, então,

os golpes de malhete, pri-meiro do venerável insta-

lador, depois do primeiro e

segundo vigilantes da Loja- 'Declaro vaga a cadeira de

venerável mestre desta

Respeitável Loja e convidotodos os seus oficiais, que

vão ser hoje substituídos nos seus cargos, a

entregar os seus colares de função ao 'irmão'mestre-de-cerimónias [...]', disse o mestreinstalador.

A 29 de Setembro de 2008, Nuno Vascon-cellos, presidente da Ongoing e iniciado a 24de Janeiro de 2006 na Loja Mercúrio, n.° 354,estava prestes a ser instalado venerável mes-tre da Loja Wolfgang Amadeus Mozart, n.°

49. O venerável cessante que lhe passou o

malhete, num templo maçónico de Lisboa,foi o seu amigo espião Jorge Silva Carvalho,

que dirigia há cerca de seis meses o Serviçode Informações Estratégicas de Defesa

\ (SIED).A sessão da loja, após a

abertura dos trabalhos em

grau de aprendiz (o i.° grau),seguiu à risca o manual da'Cerimónia Secreta do Mes-tre Instalado', um cerimonial

longo e extremamente ritua-lizado, que decorreu após o

secretário da loja anunciar a

data da sessão da Loja Mo-zart, onde Nuno Vasconcel-

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? los fora eleito pelos 'irmãos' como o novo

venerável.

O mestre-de-cerimónias instalador co-

meçou por tirar o avental e as luvas brancas

ao patrão da Ongoing, levando-o de ime-

diato para o exterior do templo. O futuro

'chefe' tinha ainda de se sujeitar ao último

e derradeiro escrutínio dos 'irmãos': 'É o ho-

mem, o maçon, que espera à porta da Loja,

como no dia da sua iniciação, sem nada que

faça recordar os seus títulos, sem nada queo qualifique ou estabeleça direitos particu-lares impedindo a vossa livre decisão', anun-

ciou o venerável mestre instalador."

Nuno Vasconcellos,

presidente da Ongoing,

era um dos membros

ilustres da Loja Mozart

OS CONVITESA PASSOSCOELHO E SEGURO¦ "Sob grande secretismo para o exterior

da maçonaria, o líder do PSD esteve num jan-tar organizado pela Loja Fernando

Teixeira (...)¦ O encontro de Pedro

Passos Coelho com a Irmandade,dedicado à 'análise da situação

portuguesa e o futuro'decorreu na noite de 4 de

Fevereiro de 2011 (dois dias

depois de encerrar as jor-nadas parlamentaressociais- democratas), ne

Bairro Alto Hotel, uma

pequena unidade hote-

leira de cinco estrelas

situada no centro de

Lisboa, no Largo Camões

O hotel tem uma discreta sala

de reuniões chamada O Poeta;

com capacidade para ape-nas 40 pessoas. Fica no 5.'

piso, por baixo do terraçode onde se vê o rio Tejo. (...)

Quase um mês antes do

jantar, a 10 de Janeiro, a

Grande Secretaria da

GLLP/GLRP anunciou o

distinto convidado à Ir-mandade, salientando queeram poucos os lugaresdisponíveis e que cada ma-

çon teria de pagar 35 euros

e indicar a loja maçónica a

que pertencia. (...)Posteriormente ao encon

tro, em várias entrevistas, o grão-mestre da

GLLP/GLRP, José Moreno, evitou sempreabordar ou sequer confirmar o encontro rea-

lizado num local emblemático para os ma-

çons, pois o Bairro Alto Hotel foi reconstruí-

do exactamente no sítio onde esteve o Hotel

L'Europe, que alojou o ocultísta inglês Aleis-

ter Crowley quando, nos anos 30, este-

ve em Portugal para se encontrar com

Fernando Pessoa.

Em 2008, o ex-espião Jorge Silva

Carvalho passou a liderança da Loja

Mozart a Nuno Vasconcellos. Ao lado,

já se vê as iniciais do empresário

na lista interna dos veneráveis

O LÍDER DO PSD tam-bém nunca falou pu-blicamente sobre o

assunto, nem sequerna pequena agenda

diária de curtas men-

sagens, algumas com os roteiros diá-

rios, que tinha por hábito colocar noTwitter. No dia do jantar comosmaçons(na véspera encerrara as jornadas parla-

mentares do PSD), Pedro Passos Coelho

escreveu apenas três twitts com algumasfrases-chave da sua entrevista publicadanesse dia pelo Diário Económico. ."(...)

"O mesmo comportamento discreto

teve António José Seguro, que participounos outros dois encontros organizados pe-los maçons regulares. O último deles, quetambém incluiu jantar, aconteceu no Hotel

Sol Play, no concelho de Oeiras, a 17 de Mar-

ço de 2011, cerca de um mês e meio após o

encontro dos 'irmãos' com Passos Coelho.

(...) O jantar, que também custava 35 euros

por pessoa, foi anunciado com o seguin-te tema: Portugal, como estamos e para

onde queremos ir.

Dias antes do encontro,António José Seguro não

quis falar publicamente so-

bre o assunto. Um ano an-

tes já fizera o mesmo, limi-tando-se a confirmar, antes

e logo após o evento, que

apenas tinha sido convidado

para o seminário Ibéria 2010,realizado a 17 de Abril noHotel D. Afonso, em MonteReal.

Nessamanhã, o ainda de-

putado do PS esteve real-

mente no seminário organi-zado por uma loja dos altos graus da ma-

çonaria regular, a Pisany Buraay. Foi aliás

dele a primeira intervenção formal, que teve

como tema A Ibéria no contexto histórico/po-lítico. Antes, os trabalhos foram abertos com

os cumprimentos da praxe de AgostinhoGarcia, o soberano grande comendador dos

Altos Graus do Rito Escocês Antigo e Acei-

te, e também de um amigo pessoal do po-lítico socialista, José Carlos Nogueira. Tra-

tava-se do anterior grande comendador dos

Altos Graus (exerceu o cargo durante 10

anos, entre 1998 e 2008) e um dos funda-

dores do PS nas Caldas da Rainha, a cidade

onde já residia a família da mulher de An-

tónio José Seguro e para onde o político se

mudou após o casamento. Entre os maçonsdas Caldas da Rainha, contava-se o sogrode António José Seguro."

A loja Fernando Teixeira reuniu40 maçons para um encontrocom Pedro Passos Coelho

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Pedro Passos Coelho e António José

Seguro estiveram em discretas "sessões

brancas" (abertas a profanos)

da maçonaria regular

Os chefes e as lojasda maçonaria regularLIVRO REVELA OS 54 VENERÁVEIS MESTRES

MAÇONS DA CLLP/CLRP EM 2009/10

CONDECORAÇÃOMAÇÓNICAA CARMONARODRIGUESH "No interior do templo,um grupo de 'irmãos' ficou

encarregado de concretizar

um plano, milimetricamen-

te traçado a régua e esqua-dro, que começou com a

discreta aproximação ao

presidente da autarquia. A

23 de Março de 2007, o grão-mestre da

GLLP/GLRP, Mário Martin Guia, foi recebi-

do por Carmona Rodrigues e o encontro não

foi sequer divulgado pela autarquia. No

local, e durante o encontro, fonte oficial do

gabinete da Presidência chegou a mentir

deliberadamente a um jor-nalista explicando que a reu-

nião não fora tornada públi-ca porque era com 'funcio-

nários da Câmara'.

Dias antes, a 15 de Março,o grande secretário da ma-

çonaria regular, Coelho Antunes, revelara

por escrito o encontro a todos os maçons,inclusive os representantes dos altos graus:'A propósito da instalação do nosso R. I.

Mário Martin Guia como grão-mestre da

GLLP/GLRP, Sua Excelência o Presidente

da Câmara Municipal de Lisboa, Sr. Prof.

DouLor A. Carmona Rodri-

gues [um independenteeleito pela lista do PSD],oferece uma recepção nos

Paços do Conselho pelas 18

horas do próximo dia 2,3 de

Março.' Na curta mensa-

gem, Coelho Antunes ape-lava à comparência emmassa dos maçons (...)¦

António José Seguro foiconvidado por uma loja dos Altos

Graus da maçonaria regular

NO DIA SEGUINTE, a 24 de

Março de 2007, o grão-mestre Mário Mar-

tin Guia assinou um decreto interno a no-

mear seis 'irmãos' para uma comissão pre-sidida pelo ex-grão-mestre Trovão do Ro-

sário, o maçon que liderava as negociações

secretas, que decorriam há cerca de um ano,

com a Câmara de Lisboa. O objectivo pare-cia estar cada vez mais próximo: a autar-

quia preparava-se para ceder um valioso

palacete, localizado no Príncipe Real, paraaí ser instalada a sede da GLLP.

A 22 de Fevereiro desse ano, Trovão do

Rosário, que estava no fim do mandato, pre- ?

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miara Carmona Rodrigues com a Grã-Cruz

da Ordem Honorífica General Gomes Freire

de Andrade - uma distinção que só é atri-

buída a figuras externas à maçonaria com

grande peso na sociedade civil. No docu-

mento interno onde justificou a

condecoração, o grão-mestreescreveu que o fize-

ra por causa da

'colaboração' queo presidente da

Câmara de Lisboa

tinha 'dignadoprestar à Grande

Loja Legal de Por-

tugal'.Na noite da

atribuição da dis-

tinção, a partirdas 2ih, Carmona

Rodrigues participou no Colóquio Entrea-

berto Maçonaria e o Mundo Exterior, umasessão organizada pela GLLP/GLRP que

juntou maçons e profanos. O evento foi

divulgado publicamente, mas a informa-

ção sobre a iminência do acordo formal da

futura sede seguiu apenas para os 'irmãos',incluindo o maçon José Cal Gonçalves, o

chefe de gabinete de Carmona Rodrigues

que viria a entrar na Loja Mozart - 'Apósa apresentação da sua palestra, o senhorPresidente da Câmara Municipal de Lis-

boa reuniu-se com o nosso M. R. G. M.confirmando a cedência à GLLP/GLRP do

edifício camarário situado na Praça do Prín-

cipe Real." [A cedência acabou por nunca

se concretizar.)

Na tarde de 21 de Março de 2009,o GOL aprovou a criação do"núcleo interno de intelligence"

Acta da Grande Dieta do GOL (o

parlamento onde estão todas as

lojas) que revela a criação dos

serviços secretos internos

A ACTA DE CRIAÇÃO DO SERVIÇOINTERNO DE ESPIONAGEM¦H"A maçonaria só subsiste pela via do

segredo e, por isso, o grupo vive constante-

mente sob ameaça e pela ameaça. Só assim

se compreende que a traição e as punições

façam parte do seu código genético: a quebra

dos juramentos, dos segredos, tem sido sem-

pre punida com sanções morais e até físicas .

Noutros casos pontuais, os maçons portu-

gueses têm criado órgãos ou entidades paratentarem identificar os traidores e res guarda-rem os segredos da Irmandade. Por exem-

plo, o GOL mandatou uma 'comissão

extraordinária de inquérito' para vigiar os

'irmãos' e descobrir quem propiciava as

fugas de informação para a revista SÁBADO.

A decisão, que foi aprovada na sessão da

Grande Dieta de 15 de Maio de 2010, resul-

tou de uma iniciativa pessoal do seu presi-dente, o jurista Carlos Vasconcelos, também

maçon na Loja Lusíadas Renascida.

DURANTE A DISCUSSÃO que antecedeu a vo-

tação da sessão, onde estiveram presentes 72veneráveis mestres que representavam 49

lojas maçónicas (as restantes cinco lojas do

GOL estavam impedidas de participar nos

trabalhos por 'motivos regulamentares'),só seis maçons fizeram curtas intervençõesem representação das lojas Coerência, Al-berto Sampaio, 8 de Maio, Simpatia e União,Dos Hereges e 25 de Abril. Mas todos ma-

nifestaram apoio à criaçãoda comissão. Até porque,conforme frisou o maçonRui Santos (Loja Alberto

Sampaio), era cada vezmaior a 'precisão da infor-

mação' que estava a ser pu-blicada. José Castelo, venerável da Loja Sim-

patia e União, sugeriu ainda que a comissão

solicitasse a 'ajuda de alguns especialistasem sistemas de informação' que existiam'nas fileiras do GOL'. (...)

Na reunião seguinte da Grande Dieta, os

maçons elegeram, por voto secreto, os três

membros que iriam tratar da tarefa de man-ter dentro da casa os segredos da podero-sa Irmandade do Bairro Alto. (...) Apesar de

complexa, a tarefa do trio de maçons não

era nova no GOL, conforme fez questão de

salientar o 'irmão' Armando Isaac, da Loja

25 de Abril, sugerindo que o trabalho teria

de começar por verificar o que já fora feito

por uma outra comissão eleita no ano an-terior pela Grande Dieta. O maçon referia-

se a um 'núcleo interno de intelligence' des-

tinado a cumprir 'as funções próprias da-

queles organismos no âmbito da defesa e

prevenção' .Por outras palavras, os maçons

do GOL tinham já aprovado os seus pró-prios serviços secretos internos na sessão da

Grande Dieta, realizada na tarde de 21 de

Março de 2009." •

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