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OS DIREITOS HUMANOS E A LITERATURA: PRÁTICAS PARA UMA
EDUCAÇÃO EMANCIPADORA
FONTES, Nathalia Soares 1
LIMA, Cláudia Araújo de 2
RESUMO:
O artigo propõe evidenciar a pedagogia Histórico-Crítica como teoria e prática que viabilizem
a disseminação dos direitos humanos voltados à educação emancipadora do indivíduo, uma vez
que compreende a tomada de consciência, incorporação efetiva da historicidade social, e sua
transformação em ferramentas de revoluções da sociedade para que, através da reflexão, possa
modificá-la. Ressaltar-se-á a educação como direito garantido em âmbitos nacional e
internacional e sua necessidade de concernência com a prática. O ensino da literatura e suas
especificidades serão ressaltados em sua perspectiva formativa e compreensão da sociedade
como disciplina viabilizadora da expansão do entendimento acerca dos direitos dos indivíduos
críticos. Analisa-se os documentos que respaldam os direitos humanos a fim da disseminação
dos conhecimentos acumulados socialmente de forma que possibilite a construção do indivíduo
crítico e ativo. O texto propõe estabelecer, por meio de revisão bibliográfica, relações entre os
direitos humanos, à educação e o direito à literatura com intuito de viabilizar a efetivação da
apropriação e prática dos direitos humanos.
Palavras-chave: Direitos humanos, Pedagogia Histórico-Crítica, Literatura.
1 INTRODUÇÃO
A formação dos direitos se dá a partir das necessidades de se assegurar e respaldar a
concreticidade das condições básicas de vida. Segundo Bobbio (2004), os direitos surgem a
partir das necessidades existentes, assim é a circunstância que determina a existência de um
direito. Além disso, sua formação é gradativa e muda a cada nova necessidade do homem.
1 Graduada em Letras – Português/Espanhol, mestranda em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul – Campus do Pantanal.
2 Doutora em Ciências na área de Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação
Oswaldo Cruz (2014). Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário de Brasília (1991), mestrado em
Integração de Pessoas com Deficiência pela Universidade de Salamanca/Espanha (2000) e mestrado em Saúde
Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz (2004).
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Nem a ciência, nem os seus diversos ramos, nem a arte, possuem uma história
autônoma, imanente, que resulte exclusivamente da sua dialética interior. A
evolução em todos esses campos é determinada pelo curso de toda a história
da produção social, no seu conjunto: e só com base neste curso é que podem
ser esclarecidos de maneira verdadeiramente científica os desenvolvimentos e
as transformações que ocorram em cada campo singularmente considerado.
(LUKÁCS, 1965, p. 12)
Portanto, numa concepção marxista, é negado o entendimento que seja possível
compreender o desenvolvimento do conhecimento humano com base exclusivamente em suas
conexões imanentes. Logo, a partir da historicidade da humanidade é que se constituem o
esclarecimento da ciência, da filosofia, da arte e também dos direitos.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) expressa o desejo de garantir a
educação básica a fim de torná-la um direito inalienável do indivíduo. O artigo 26 prevê que
toda a pessoa possui direito ao ensino e que deve estar aberto a todos em plena igualdade. É
previsto no mesmo artigo que a educação deve favorecer o reforço dos direitos das liberdades
fundamentais. Logo, identifica-se a educação como essencial para a formação do ser humano.
Além de ser uma proposta do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (2007), que
estimula a reflexão e o desenvolvimento de uma pedagogia participativa que inclua
conhecimentos, análises críticas e habilidades para a promoção dos direitos humanos.
Em âmbito nacional, a Constituição Federal (1988) prevê, no artigo 205, que a educação
é um direito de todo o indivíduo, sendo obrigação do Estado e da família, visando o pleno
desenvolvimento do cidadão. Endossando a importância da educação, Saviani (1999) entende
o ensino como parte do processo educativo, em que o professor é o produtor, tornando-se
responsável pela socialização do saber, uma vez que possui competências técnicas de atuação
e o aluno é o consumidor, cabendo-lhe aprender os conteúdos que ultrapassem o saber
espontâneo. Assim, a igualdade estaria no acesso ao saber sistematizado.
Segundo Dore (2006), para Gramsci, a educação pode ser em certa medida,
transformadora, sempre que possa proporcionar às classes subalternas os meios iniciais para
que, após uma longa trajetória de conscientização e luta, se organizem e se tornem capazes de
“governar” aqueles que as governam. Visava a quebra da hegemonia e da doutrinação do
homem a partir de uma mente emancipada. Assim, para ele, a escola tinha uma função social
importantíssima, pois os agentes principais das mudanças seriam os intelectuais e, um dos seus
instrumentos mais importantes para a conquista da cidadania, seria a escola. A escola, em sua
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concepção, deveria ser socializada para o conhecimento da população em geral, dando-lhes a
aprendizagem científica, que cabia somente à elite.
Posto isso, a educação é de extrema importância para levar o indivíduo a níveis mais
altos de compreensão de sua existência e dar a ele ferramentas para transformação de seu meio,
enfatizando a escola como mediadora entre o saber popular e o saber erudito, no sentido de sua
superação. Somente através da igualdade é que os seres se posicionarão em um mesmo patamar
de poder, a fim de dominar sua espécie de maneira justa.
Nessa perspectiva, esse artigo ressaltará a importância do ensino literário, que, segundo
Candido (2011), é um direito e tem sua função ligada a construção da humanização no indivíduo
através da formação de significados, manifestação de concepções e emoções dos seres
individuais e coletivos, e, sem dúvida, uma forma de conhecimento.
Na Declaração dos Direitos Humanos, o artigo 27° declara que toda a pessoa tem o
direito de tomar parte livremente na vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar
no progresso científico e nos benefícios que deste resultam. Assim, a arte literária é um direito
do indivíduo e tem sua validade reconhecida em níveis mundiais.
A literatura é definida como:
A arte, e, portanto, a literatura, é uma transposição do real para o ilusório por
meio de uma estilização formal da linguagem, que propõe um tipo arbitrário
de ordem para as coisas, os seres, os sentimentos. Nela se combinam um
elemento de vinculação à realidade natural ou social, e um elemento de
manipulação técnica, indispensável à sua configuração, e implicando em uma
atitude de gratuidade. (CANDIDO, 1972, p. 53).
Segundo Candido, a literatura é uma criação humana na tentativa de coisificar suas
emoções através de manipulação técnica. Desse modo, através dessa objetivação, o homem
entra em contato com seus próprios sentimentos, entretanto, exteriorizados. Além disso, a
literatura permite o homem a viver dramas da humanidade de todas as épocas, tanto no passado,
quanto a projeção do futuro.
A escolarização da literatura proporciona a aquisição de conhecimentos interiores e
exteriores pela mediação, proporcionando uma visão emancipada de si e do mundo, objetivando
a superação da alienação. Seu papel humanizador manifesta o que o indivíduo é, e molda o que
ele pode ser com o exercício da reflexão, o afinamento das emoções e a aquisição do saber.
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Diante desse pressuposto, consideramos relevante reforçar o papel da literatura a partir
das concepções de Antonio Candido e da pedagogia Histórico-Crítica proposta por Saviani na
perspectiva de uma educação emancipadora, de modo a contribuir para a discussão da
importância de uma educação que propicie o pensamento crítico. O objetivo desse artigo é
salientar a educação através da literatura como prática de emancipação do indivíduo e
instrumentalizar a prática pedagógica, contextualizando com os direitos adquiridos pelo
homem.
A discussão se dará em dois momentos distintos: 1) O direito à educação; 2) O direito à
literatura. A partir da discussão desses dois tópicos, acreditamos ser possível estabelecer um
entendimento acerca da validação da literatura, sua prática na educação e ressaltar sua visão
emancipadora como meio transformador da sociedade.
2 O DIREITO À EDUCAÇÃO
O debate sobre o reconhecimento do direito é complexo, uma vez que tem a premissa
de se tornar obrigação e, além disso, necessita-se do reconhecimento das necessidades dos
indivíduos como sendo as mesmas de todos.
Por quê? Porque pensar em direitos humanos tem um pressuposto:
reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é
também indispensável para o próximo. Esta me parece a essência do
problema, inclusive no plano estritamente individual, pois é necessário
um grande esforço de educação e autoeducação a fim de reconhecermos
sinceramente este postulado. Na verdade, a tendência mais funda é achar
que os nossos direitos são mais urgentes que os do próximo. (CANDIDO,
2011, p. 174)
Embora a fundamentação e definição de direitos ainda seja um campo a ser esgotado, é
inegável o reconhecimento do homem em garantir que a necessidade de todos seja suprida de
forma igualitária. Essa consciência, mesmo positiva, ainda não é suficiente para garantir que os
direitos conquistados historicamente sejam executados na prática social. Bobbio (2004) afirma
que, mais do que debater sobre os fundamentos dos direitos, importa-nos debater e viabilizar
sua prática no exercício de atender as necessidades básicas de todos de forma justa. A partir do
reconhecimento de que todos têm as mesmas necessidades, empenha-se a um exercício árduo,
que é fazer coincidir os direitos teóricos com as práticas.
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O Plano Nacional dos Direitos Humanos (2007) visa, na educação, a formação de
sujeitos de direito e fortalecimento do sentimento de convivência pacífica. Visando, nesse
contexto, a formação de uma mentalidade coletiva para o exercício da solidariedade, do respeito
e da tolerância. Seu objetivo é promover a adoção de valores que evidenciem a liberdade, a
justiça e a igualdade.
No novo documento para a educação, Base Nacional Comum Curricular, em
concernência com as Diretrizes Curriculares Nacionais, a educação integral do indivíduo é
assegurada, assim, a Educação Básica visa “[...] à formação humana integral, à construção de
uma sociedade mais justa, na qual todas as formas e discriminação, preconceito e exclusão
sejam combatidas” (2016, p. 33). A seguridade à educação é inquestionável. Todo indivíduo
socializado deve ter acesso a todo conhecimento adquirido pelas gerações anteriores.
Entretanto, como aponta Bobbio, os fundamentos filosóficos do direito “não terá
nenhuma importância histórica se não for acompanhada pelo estudo das condições, dos meios
e das situações nas quais este ou aquele direito pode ser realizado” (2004, p.16). Assim, aponta-
se aqui a necessidade de igualdade na educação, uma vez que, garantido em lei, todos os
indivíduos devem ter acesso a ela. Entretanto, mais do que ter direito a ir à escola, ressalta-se
que a educação deve propiciar a liberdade de pensamento no indivíduo.
Na Constituição Federal (1988), artigo 5º, é assegurado que todos são iguais perante a
lei, garantindo-se a inviolabilidade à liberdade. Nos parágrafos quatro e cinco desse artigo,
declara o direito à liberdade de pensamento e consciência, além de sua manifestação. Contudo,
como se formará indivíduos de consciência livre e de pensamento crítico se não a partir de uma
educação emancipadora? Segundo Ferrari (2011), baseado no pensamento marxista, a função
social da escola é combater a alienação e a desumanização que foram impostos pelo
capitalismo.
Baseada em Oliveira e Felismino (2010), Gramsci, por sua vez, afirmava que a educação
tem a função de tirar o homem do senso comum e levá-lo ao bom senso, no qual a escola
desenvolveria essa ascensão a partir do conjunto de valores históricos da sociedade, sendo
compartilhado para todos de maneira esclarecida por meio da consciência, promovendo a crítica
contra hegemônica. Dessa forma, a tomada de consciência contribuiria para a mudança do senso
comum social.
...têm um grande valor filosófico, já que a hegemonia do
proletariado representa a transformação, a construção de uma
nova sociedade, de uma nova estrutura econômica, de uma nova
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organização política e também de uma nova orientação ideológica
e cultural. Como tal, ela não tem consequências apenas no nível
material da economia ou no nível da política, mas no nível da
moral, do conhecimento, da ‘filosofia’. Portanto, a revolução é
entendida por Gramsci – e ele continuamente o repete – como
reforma intelectual e moral. (GRUPPI, 1978, p. 2)
Nessa perspectiva, Demerval Saviani (1999) elaborou uma nova tendência educacional,
a Pedagogia Histórico-crítica, que entende a educação a partir do contexto social, podendo
interferir para sua transformação, além de valorizar a consciência e a percepção social,
incluindo o saber sistematizado e a valorização dos conteúdos. Além de se constituir como uma
pedagogia participativa e viabilizadora do senso crítico como requerido no Plano Nacional de
Educação em Direitos Humanos (2007), incluindo mecanismos que podem permear a
seguridade dos direitos a partir da aquisição dos conhecimentos. Em sua concepção, seria
possível transformar a realidade social a partir de um ensino emancipador, em que formaria
indivíduos críticos e reflexivos, capazes de analisar e intervir na realidade a que pertencem.
Assim, a educação, por meio de sua pedagogia, se mostraria como uma ferramenta importante
para a propiciação do pensamento e suas manifestações.
Pedagogia Histórico-Crítica é o empenho em compreender a questão
educacional a partir do desenvolvimento histórico objetivo. Portanto, a
concepção pressuposta nesta visão da Pedagogia Histórico-Crítica é o
materialismo histórico, ou seja, a compreensão da história a partir do
desenvolvimento material, da determinação das condições materiais da
existência humana. (SAVIANI, 2008: p. 102).
A pedagogia Histórico-crítica tem como partida a realidade social. Isso se dá porque
"[...] os conteúdos reúnem dimensões conceituais, científicas, históricas, econômicas,
ideológicas, políticas, culturais, educacionais que devem ser explicitadas e apreendidas no
processo ensino-aprendizagem" (SAVIANI, 2008, p.15). Nesse sentido, os conteúdos se
originam nos conhecimentos históricos acumulados socialmente, não em práticas inertes, mas
nas relações de trabalho e de produção.
Saviani compreende que, mesmo precário, os indivíduos têm conhecimentos prévios, e
seria a partir dele que a prática social e seus problemas seriam explicados, seguindo para a
instrumentalização por práticas pedagógicas que, a partir da catarse – momento de elevação da
compreensão social – o indivíduo concretize esse percurso em sua nova prática social, adquirida
pelo conteúdo assimilado. Assim, nessa formulação, Saviani desenvolve seu método em cinco
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etapas. Nelas, os alunos e professores igualmente, porém em posições distintas, partem da
prática social em uma relação que visa a solução dos problemas sociais suscitados. São elas:
Prática Social, momento de conscientização do que ocorre na sociedade de forma que
o assunto desenvolvido seja evidenciado como já presenta na sociedade. Problematização,
tentativa de compreensão real das questões a fim de viabilizar soluções possíveis. Seguida da
Instrumentalização, em que os estudantes se apropriam dos instrumentos teóricos e práticos
necessários para a resolução dos problemas. Nessa etapa, Saviani (1999) reflete “trata-se da
apropriação pelas camadas populares das ferramentas culturais necessárias à luta social que
travam diuturnamente para se libertar das condições de exploração em que vivem”. (p. 81)
A partir da tomada de consciência, produzida na Catarse, o estudante sai do senso
comum para entrar no plano científico, com base em uma visão consistente e estruturada, sendo
assim, de fato, a incorporação dos instrumentos culturais. Enfim, é na Prática Social Final que
o estudante consegue realizar suas atividades de modo autônomo e emancipado, manifestando
seus conceitos alcançados através da mudança intelectual.
É preciso, no entanto, ressalvar que a alteração objetiva da prática só
pode se dar a partir da nossa condição de agentes sociais ativos, reais.
A educação, portanto, não transforma de modo direto e imediato e sim
de modo indireto e mediato, isto é, agindo sobre-os sujeitos da prática.
Como diz Vázquez (1968: 206-7): "A teoria em si (...) não transforma
o mundo. Pode contribuir para a sua transformação, mas para isso tem
que sair de si mesma, e, em primeiro lugar tem que ser assimilada pelos
que vão ocasionar, com seus atos reais, efetivos, tal transformação.
Entre a teoria e a atividade prática transformadora se insere um trabalho
de educação das consciências, de organização dos meios materiais e
planos concretos de ação; tudo isso como passagem indispensável para
desenvolver ações reais, efetivas. Nesse sentido, uma teoria é prática na
medida em que materializa, através de uma série de mediações, o que
antes só existia idealmente, como conhecimento da realidade ou
antecipação ideal de sua transformação". (SAVIANI, 1999, pág. 81-82)
Em sua concepção, a escola deveria ser um lugar de estimulação e interação para que os
alunos desenvolvessem suas atividades de forma que obtivessem resultados satisfatórios. Nesse
sentido, limita-se o sentido da existência da escola em transmitir o conhecimento científico
(SAVIANI, 2008, pág. 15). Através dessa prática, evidencia-se que o papel da escola é
transmitir o ensino sistematizado de conteúdo e, portanto, pode ser o principal meio de
transformação do ser humano, pois é mediante a educação que o indivíduo se alicerça para uma
vida em sociedade sabendo discernir, optar, analisar e criticar o meio em que vive, modificando-
o.
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Contudo, Bobbio (2004) ressalta que, embora haja a concessão dos direitos humanos, é
inegável que a prática desse ainda é pouco executada. Considera-se, portanto, os apontamentos
de Saviani e seu método relevantes para a formação crítica do ser humano a fim de exercer sua
liberdade e fazer com que o direito à educação esteja em concernência com a prática no intuito
de emancipação e pensamento crítico. Trata-se de viabilizar a educação que levará os indivíduos
a níveis altos de compreensão do mundo e instrumentalizá-lo por meio dos conhecimentos
científicos a fim de que teoria e prática dos direitos humanos convirjam.
3 O DIREITO À LITERATURA
O reconhecimento de um direito tem grande representação na sociedade. Admitir que
todos os indivíduos têm direito a ter suas necessidades básicas supridas não é considerar
privilégios aos seres, pois trata-se de sua existência. Contudo, reconhecer que os menos
abastados tenham direito ao conhecimento clássico e erudito, normalmente, não é debatido.
Menos ainda compreender que todo conhecimento histórico da sociedade é direito de todo
homem.
Segundo Antonio Candido (2011), a literatura é um direito do indivíduo. Em sua
concepção, os bens coletivos deveriam ser partilhados entre todos de forma igualitária. Assim,
tanto os bens que asseguram a vida física, quanto os que asseguram a vida espiritual deveriam
ser palpáveis a todos.
Elas afirmam que o próximo tem direito, sem dúvida, a certos bens
fundamentais, como casa, comida, instrução, saúde, coisas que
ninguém bem formado admite hoje em dia que sejam privilégio de
minorias, como são no Brasil. Mas será que pensam que o seu
semelhante pobre teria direito a ler Dostoievski ou ouvir os quartetos
de Beethoven? Apesar das boas intenções no outro setor, talvez isto não
lhes passe pela cabeça. E não por mal, mas somente porque quando
arrolam os seus direitos não estendem todos eles ao semelhante. Ora, o
esforço para incluir o semelhante no mesmo elenco de bens que
reivindicamos está na base da reflexão sobre os direitos humanos.
(CANDIDO, 2011, p.174)
Na análise de Candido, segundo o sociólogo Lebret, os bens sociais têm seu valor
atrelado à necessidade que temos de algo, assim, eles podem ser considerados incompressível
ou compressível. Nessa perspectiva, os bens que asseguram a sobrevivência física e a
integridade espiritual não podem ser suprimidos, sendo eles: a moradia, a alimentação, a
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instrução, a liberdade, a saúde e também os direitos à crença, à opinião, ao lazer. Portanto,
partindo dessa premissa, por que não o direito à literatura?
Vista deste modo a literatura aparece claramente como manifestação
universal de todos os homens em todos os tempos. Não há povo e não há
homem que possa viver sem ela. Isto é, sem a possibilidade de entrar em
contato com alguma espécie de fabulação. (CANDIDO, p.174)
Não obstante, a arte supre as necessidades do homem pela representação do mundo
como objeto de sua criação, tornando-se indispensável como a necessidade do homem em
respirar. Ter conhecimento da arte é apropriar-se dos bens culturais produzidos pela
humanidade, de modo que, a partir da exposição a esse conhecimento, o indivíduo lapida sua
personalidade e afina seu olhar para questões sociais.
A literatura corresponde a uma necessidade universal que deve ser
satisfeita sob pena de mutilar a personalidade, porque pelo fato de dar
forma aos sentimentos e à visão do mundo ele nos organiza, nos liberta
do caos e, portanto, nos humaniza. Negar a fruição da literatura é
mutilar nossa humanidade (CANDIDO, 1995, pág. 186).
A literatura é a arte da palavra e possui grande importância para a sociedade. Seu valor
está na possibilidade de reflexão e identificação, resultado da vivência de dramas históricos por
meio das narrativas. Assim, o indivíduo não precisa passar fome para sentir a dor dessa mazela,
porque no exercício da leitura literária ele incorpora o drama vivido de forma reflexiva e crítica,
modificando-o e contribuindo para sua mudança de prática social.
Evidencia-se também que, por meio da arte literária é possível proporcionar o
desenvolvimento do senso crítico do ser humano, enriquecendo-o intelectualmente e
culturalmente através do aguçamento da percepção dos fatos narrados, fazendo com que o leitor
valide ou não o comportamento e ações vividas. Não são as histórias que determinam a
positividade ou negatividade dos fatos, mas, por meio das ações, o leitor se coloca favorável ou
crítico aos acontecimentos.
Nesta perspectiva, a leitura literária contribui para o enriquecimento intelectual e
cultural do leitor, desenvolvendo seu senso crítico e despertando-o para novas experiências.
Humaniza porque nos faz vivenciar diferentes realidades e situações. Ela atua em nós como
uma espécie de conhecimento porque resulta de um aprendizado sistematizado.
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[…] a literatura tem sido um instrumento poderoso de instrução e
educação, entrando nos currículos, sendo proposta a cada um como
equipamento intelectual e afetivo. Os valores que a sociedade
preconiza, ou os que considera prejudicais, estão presentes nas diversas
manifestações da ficção, da poesia e da ação dramática. A literatura
confirma e nega, propõe e denuncia, apoia e combate, fornecendo a
possibilidade de vivermos dialeticamente os problemas. (CANDIDO,
2011, pág. 177)
Por meio da vivência dialética dos problemas, a literatura transforma os seres a partir
do confronto com a realidade, uma vez que permite possibilidades múltiplas e, muitas vezes,
incoerente. Desse modo, proporciona ao indivíduo a inserção nos problemas sociais de forma
crítica e com suas próprias concepções do meio em que está inserido.
A partir de todo exposto, é evidente que a literatura é uma necessidade e, portanto, um
direito. Além disso, Candido ressalta que é “um instrumento consciente de desmascaramento,
pelo fato de focalizar as situações de restrição dos direitos, ou de negação deles, como a miséria,
a servidão, a mutilação espiritual” (2011, p. 122). Nesse contexto, a literatura está relacionada
a luta pelos direitos humanos. Posto isso, necessita ter seu lugar assegurado nas instituições
educacionais e garantido para todas as classes sociais de forma igualitária.
[...] por possuir essa função maior de tornar o mundo compreensível
transformando sua materialidade em palavras de cores, odores, sabores
e formas intensamente humanas que a literatura tem e precisa manter
um lugar especial nas escolas. (COSSON, 2014, pág. 17)
Evidencia-se, desse modo, o ensino literário como ferramenta de emancipação dos
indivíduos, que os permitem pensarem por si, refletindo sobre as injustiças sociais a fim de
igualar suas realidades. Só a partir da igualdade é que a sociedade pode ser considerada justa.
3.1 LITERATURA E A DISSEMINAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
Uma vez estabelecido o direito e a seguridade prática à educação e à literatura é
importante ressaltar nessa última seus aspectos formativos do ser humano de direito. Cabe-nos
questionar os acontecimentos da sociedade de forma crítica e ativa, entretanto, empenha-se
evidenciar como a literatura pode se tornar esclarecedora na prática escolar, contribuindo para
tornar a teoria uma realidade.
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Tanto no caso da literatura messiânica e da idealista dos românticos,
quanto no caso da literatura realista, na qual a crítica assume o cunho
de verdadeira investigação orientada da sociedade, estamos em fase de
exemplo de literatura empenhada numa tarefa ligada aos direitos
humanos. (CANDIDO, 2011, p. 187)
Em O direito à literatura, Candido aborda sob dois ângulos diferentes a relação da
literatura com os direitos humanos. Num primeiro momento, ele ressalta a necessidade do
indivíduo, caracterizando a literatura como algo que deve ser suprido. “A literatura corresponde
a uma necessidade universal que deve ser satisfeita sob pena de mutilar a personalidade, porque
pelo fato de dar forma aos sentimentos e à visão do mundo ela nos organiza, nos liberta do caos
e portanto nos humaniza”. (p. 188)
Não obstante, a literatura é abordada em seu caráter instrumentalizador, em que se torna
um meio de desmascaramento social, pelo fato de focalizar as situações de restrição dos direitos,
ou de negação deles, como a miséria, a servidão, e mutilação espiritual.
O estudo apaixonado da natureza humana do homem – faz parte da
essência de toda literatura e de toda arte autêntica; daí que toda boa arte
e toda boa literatura sejam humanistas, não só ao estudarem
apaixonadamente o homem e a verdadeira essência de sua natureza
humana, mas, também, por defenderem apaixonadamente a integridade
humana do homem contra todas as tendências que a atacam, a
envilecem e a adulteram. (LUKÁCS, 1965, p. 21)
Nessa concepção, por meio da leitura literária, o homem poderia visualizar as mazelas
sociais de forma objetiva, assim, fomentar meios de superação do caos. Entretanto, necessita-
se esclarecer que, em uma sociedade de desigualdades sociais, o conhecimento clássico é
suprimido das classes menos favorecidas, encontrando-se, muitas vezes,
respaldo/“justificativa” na impossibilidade de entendimento por parte dessas classes.
Sem dúvida, o sistema da produção capitalista representa o grau
econômico mais elevado no quadro do processo evolutivo das
sociedades divididas em classes. Mas também não há dúvida de que,
para Marx, tal sistema de produção é essencialmente desfavorável ao
desenvolvimento da literatura e da arte. (LUKÁCS, 1965, p. 19)
Contudo, não se pode subestimar a capacidade do indivíduo, tampouco negá-lo alcance
aos conhecimentos se baseando em sua condição social. Logo, os bens culturais precisam
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perpassar todas as camadas da sociedade. Assim, os clássicos da literatura nacional e universal
precisam ser ensinados a todos os estudantes de forma igualitária. Nesse interim, é válido
ressaltar que, embora o sujeito não tenha conhecimento da cultura clássica por questões de sua
situação social, ele tem direito a adquiri-lo. Não deve ser do interesse escolar manter, aos menos
afortunados, o ensino raso e popular, uma vez que esse já será adquirido em sua vida cotidiana,
mas é na escola que o indivíduo deve ter acesso ao erudito e rebuscado, elevando-o a níveis
altos de complexidade e explorando suas potencialidades.
Em nossa sociedade há fruição segundo as classes na medida em que
um homem do povo está praticamente privado da possibilidade de
conhecer e aproveitar a literatura de Machado de Assis ou Mário de
Andrade.... Para que a literatura chamada erudita deixe de ser privilégio
de pequenos grupos, é preciso que a organização da sociedade seja feita
de maneira a garantir uma distribuição equitativa dos bens.
(CANDIDO, 2011, p. 188 – 189)
A escola, como instituição que sistematiza o conhecimento, deve ser uma agente da
socialização do saber, transformando-se em um viabilizador da transposição de níveis
intelectuais, no qual propicie o mais alto nível de conhecimento alcançado pela humanidade.
Assim, mediante o acesso ao universo literário é possível estabelecermos as relações de poder
e caos, para, com uma visão objetiva, questionar as possibilidades da desconstrução da
concepção de meritocracia disseminada culturalmente.
Nesse contexto, o pobre nunca alcançará níveis altos de intelectualidade porque a ele
cabe a cultura popular que lhe é conferida, subestimando sua capacitada e impossibilitando sua
ascensão cultural e intelectual. Essa realidade e sua mudança já é assegurada em documentos
como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a própria Constituição Federal, contudo,
a prática desse direito precisa ser difundida por meio de todos os veículos. Vê-se a literatura
como um agente disseminador dos conhecimentos universais, portanto, os direitos humanos.
Nas sociedades que procuram estabelecer regimes igualitários, o
pressuposto é que todos devem ter a possibilidade de passar dos níveis
populares para os níveis eruditos como consequência normal da
transformação de estrutura, prevendo-se a elevação sensível da
capacidade de cada um graças à aquisição cada vez maior de
conhecimentos e experiências. (CANDIDO, 2011, p. 190)
Na perspectiva de Candido, à medida que a igualdade é estabelecida, os indivíduos
podem ultrapassar as barreiras sociais e chegarem a níveis intelectuais elevados. Assim, a partir
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desse exercício dialético, as camadas menos privilegiadas podem compreender sua posição na
sociedade a ponto de se perceberem portadores de direitos, consequentemente, reivindicarem
melhores condições de vida e a quebra da hegemonia.
Considera-se que, por meio do prazer estético, é possível humanizar. Segundo Vigotski
(1998), a arte possibilita dar aos sentimentos uma realidade social, em que viabiliza a relação
dos indivíduos com seus sentimentos por meio da catarse. Nesse interim, o ser humanizado
entende sua existência e os fatos que perpassam na sociedade. Portanto, a ascensão do homem
para seu estado humanizado está diretamente ligada as concepções de luta e de direito que
devam embater.
É certo que quanto mais igualitária for a sociedade, e quanto mais lazer
proporcionar, maior deverá ser a difusão humanizadora das obras
literárias, e, portanto, a possibilidade de contribuírem para o
amadurecimento de cada um. (CANDIDO, 2011, p. 189)
Evidencia-se que, ao contrário do senso comum em que se acredita que os clássicos não
interessam a todos, Candido ressalta que é por meio deles que as desigualdades são estreitadas
e todo indivíduo se interessa pelos assuntos universais em certa medida. Portanto, validar o
acesso de todos aos diferentes níveis de cultura está inserido na luta pelos direitos humanos,
evidenciando a tomada de consciência por meio dessa alteração de entendimento.
No poder universal dos grandes clássicos, que ultrapassam a barreira da
estratificação social e de certo modo podem redefinir as distâncias
impostas pela desigualdade econômica, pois têm a capacidade de
interessar a todos e portanto devem ser levados ao maior número.
(CANDIDO, 2011, p. 192)
Por fim, os direitos do homem são inalienáveis. Quanto a isso não há questionamentos.
Necessita-se de meios para viabilizá-lo. Em uma sociedade justa essa necessidade precisa ser
suprida em todos os níveis, desde as que asseguram a sobrevivência física, até as que
emancipam o indivíduo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de todo exposto, buscou-se evidenciar a necessidade da promoção de um ensino
emancipador em que se aponta a proposta da Pedagogia Histórica-Crítica como uma corrente
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pedagógica de ensino que viabilize a prática dos direitos ligados a educação. A literatura, como
posto, é uma ferramenta bastante eficaz no âmbito educacional que, ao libertar a fantasia e as
emoções, muda a maneira de ver a realidade, fazendo-nos enxergar os conflitos externos e
internos em que vivemos. Dessa forma, emancipados poderemos transformar a nós mesmos e
a nossa realidade social.
Compreende-se que, através da literatura nas instituições escolares, é possível
vislumbrar a formação de indivíduos de direitos e emancipados para transformarem a si e seu
meio social. Nessa perspectiva, as contribuições marxistas favoreceram esse ensino
emancipador na medida em que busca compreender as raízes da estrutura social, pois para que
haja mudança efetiva na sociedade é necessário conhecer profundamente os problemas sociais,
de modo que as soluções sejam eficazes e não medidas emergenciais.
O professor possui uma grande responsabilidade. A de instrumentalizar os indivíduos
de conhecimentos científicos, filosóficos e artísticos em que intentem a desalienação através de
uma educação que propicie uma mudança de mente e visão, que emancipe o indivíduo a fim de
transformar a sociedade em um lugar de igualdades.
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