os desenhos das crianças

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Conhecer a infância: OS DESENHOS DAS CRIANÇAS COMO PRODUÇÕES SIMBÓLICAS Manuel Jacinto Sarmento Síntese; Marita Martins Redin [email protected]

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Page 1: Os Desenhos Das Crianças

Conhecer a infância:

OS DESENHOS DAS CRIANÇAS COMO

PRODUÇÕES SIMBÓLICAS

Manuel Jacinto Sarmento

Síntese; Marita Martins Redin [email protected]

Page 2: Os Desenhos Das Crianças

Essa afirmação condensa um programa teórico, epistemológico e político

• Teórico: as crianças tem sido silenciadas na afirmação de sua diferença face aos adultos – expressão autônoma.

• Infância como categoria social do tipo geracional.

“Ouvir a voz das crianças”

Page 3: Os Desenhos Das Crianças

• Epistemológico: Abordagem sócio- antropológica da infância: entre o mundo adulto e as crianças existe uma diferença – alteridade da infância - insusceptível de ser resgatada pela memória que os adultos possuem das crianças que foram, mas que se exprime na peculiar organização do simbólico que a mente infantil e as culturas da infância proporcionam.

• Político: as crianças estão afastadas das decisões que dizem respeito as condições coletivas de existência. A dominação adulta é um modo de controle e de hegemonia.

Page 4: Os Desenhos Das Crianças

• Ouvir não significa necessariamente escutar.

• Essa “voz”se exprime freqüentemente no silêncio.

• As crianças possuem múltiplas linguagens para se comunicarem.

Page 5: Os Desenhos Das Crianças

O desenho das crianças

• Forma de expressão simbólica das crianças; ( precede a comunicação escrita)

• Não representa apenas a realidade que lhe é exterior; comunica, é uma forma de apreensão do mundo.

• Transporta no gesto que o inscreve, formas infantis de apreensão do mundo: permite “incorporação” da realidade externa e de “aprisionamento” do mundo pelo ato de inscrição - articuladas com as diferentes fases etárias e a diversidade cultural.

Page 6: Os Desenhos Das Crianças

Perspectiva sociológica

• Produzido por um sujeito concreto – produto singular e produtor cultural único - a criança, por quem é elaborado e construído- mobiliza saber, vontade, capacidade físico-motora, destreza técnica, emoções e afetos...

• Se inscreve na produção simbólica de um grupo social, que autoriza, inibe, , exalta, recalca, proíbe, liberta, instrui a expressão infantil.

Page 7: Os Desenhos Das Crianças

• Como expressão geracional específica, distinta da expressão plástica dos adultos.

• Precisa ser lido com a gramática interpretativa das culturas da infância – objeto simbólico.

Page 8: Os Desenhos Das Crianças

• A ênfase tem sido colocada apenas numa dimensão de análise – a do desenho como expressão de uma subjetividade em formação.

Page 9: Os Desenhos Das Crianças

Desenho como objeto simbólico:

• São decorrentes de processos culturais de aprendizagem de regras de comunicação, com seus conteúdos e as suas formas, e dependem das oportunidades e das condições de comunicação propiciadas às crianças.

Page 10: Os Desenhos Das Crianças

• Sem prejuízo do caráter autoral, são artefatos sociais, testemunhos singulares de uma cultura que se exprime na materialidade dos produtos em que se comunica.

Page 11: Os Desenhos Das Crianças

Desenhos e Culturas da Infância:

• Comunicação intrageracional e intergeracional: constituem-se nas interações de pares e das crianças com os adultos.

• É um processo de criação e reprodução: nele se presentifica um passado histórico culturalmente sedimentado e a inovação sempre inerente a toda ação humana.

Page 12: Os Desenhos Das Crianças

Planos de produção e reprodução cultural:

• Educogenia Familiar

• Cultura Local

• Cultura Nacional

• Cultura Escolar

• Cultura Global

Page 13: Os Desenhos Das Crianças

Cultura da Infância:

• Interatividade e a comunicação entre pares;

• Fantasia do real – não literalidade;

• Reiteração – o tempo da criança é um tempo recursivo.

• Ludicidade

Page 14: Os Desenhos Das Crianças

• “O desenho das crianças é, afinal, o desenho do mundo”.

Page 15: Os Desenhos Das Crianças

“É preciso olhar toda a vida com os olhos das crianças.” (Matisse, 1953)

• “ Ver é já uma operação criativa. Tudo o que vemos, na vida corrente, sofre uma deformação maior ou menor pelos hábitos adquiridos e isso é talvez especialmente sensível numa época como a nossa onde o cinema, a publicidade e a imprensa nos impõe quotidianamente um conjunto completo de imagens que são um pouco, na ordem da visão, o que é o preconceito na ordem da inteligência. O esforço necessário para lhes escapar exige uma espécie de coragem; esta coragem é indispensável ao artista que deve ver todas as coisas como se as visse pela primeira vez: é preciso olhar toda a vida como quando se era criança: a perda desta possibilidade impede-vos de vos exprimirdes de força original, quer dizer pessoal” ( Matisse, Henri Il faut regarder toute la vie avec les yeux des enfants. Propos recueillis par Régine Pernoud. Le Courrier de I’ UNESCO. Vol. 7, n 10, outubro, 1953.)