os desafios da escola pÚblica paranaense na … · texto de mônica lima, publicado no livro a...

16
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

Upload: dinhthuan

Post on 09-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2013

Título: Repensando o ensino de História a partir das músicas de capoeira

Autor Mariangela Polese Magalhães

Disciplina/Área (ingresso no PDE)

História

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual Arnaldo Busato

Município da escola Coronel Vivida – Pr

Núcleo Regional de Educação

Pato Branco

Professor Orientador Prof.º Dr. Vanderlei Sebastião de Souza

Instituição de Ensino Superior

UNICENTRO – Guarapuava

Relação Interdisciplinar

Resumo

Trabalhar sobre a cultura Afro-brasileira sempre foi

um desafio para os professores de História. A partir

da Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003, que

torna obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-

brasileira na disciplina de História, foi possível

repensar livros didáticos e recursos didáticos que

possibilitem o ensino e o conhecimento da história e

da cultura Afro, que possam ser aplicados a alunos

do ensino fundamental e médio. A estratégia

proposta para trabalhar esse assunto é analisar

letras de músicas de capoeira, arte criada pela

cultura africana, que representa uma das maiores

manifestações da sociedade afro-brasileira. É

comum encontrar nas letras de músicas de

capoeira, narrativas que cantam e contam aspectos

centrais da vida social e cultural do povo brasileiro,

possibilitando o uso das letras das músicas para

2

discutir e refletir o ensino de história em sala de

aula.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras)

História, Cultura Afro-brasileira, capoeira

Formato do Material Didático

Unidade Didática

Público Alvo Turma de 9º ano do Ensino Fundamental.

APRESENTAÇÃO: A seguinte Produção Didático-pedagógica tem como objetivo analisar as letras

de músicas de capoeira como proposta metodológica a ser trabalhada no 9º ano do

ensino fundamental no Colégio Estadual Arnaldo Busato, do município de Coronel

Vivida- PR, para refletir sobre a história e a cultura afro-brasileira, que até pouco

tempo atrás raramente aparecia nos livros didáticos. Nem mesmo na disciplina de

História havia um planejamento de conteúdos minimamente adequado para o

conhecimento da história e das expressões culturais desse grupo social.

Nos últimos anos, no entanto, a disciplina de História vem discutindo com

mais frequência, e de forma mais profunda, as características e contribuições da

cultura afro-brasileira para os alunos do ensino básico, como é possível perceber no

texto de Mônica Lima, publicado no livro A escrita da história escolar: memória e

historiografia:

Sabemos que será nas salas de aula que grande parte dos jovens brasileiros

poderá tomar contato pela primeira vez com o continente africano visto como

local de produção de saberes, técnicas, ideais e riqueza humana. Isso

certamente contribui não apenas para ampliar seus conhecimentos sobre a

história da humanidade, mas também para adquirir outra visão da África e

dos africanos, ou seja, para fortalecer seus argumentos internos contra o

racismo, visando uma compreensão da identidade brasileira (e latino-

americana, e também americana) com todos seus matizes (Lima, 2009,

p.152).

Até algum tempo atrás, professores e alunos evitavam discutir sobre o

preconceito racial presente nas escolas, no ambiente familiar e na sociedade em

geral, presos muitas vezes a idéia de que no Brasil vivia-se uma plena “democracia

3

racial”. De acordo com a historiadora Emilia Viotti da Costa (1999), essa idéia é mito

antigo que remonta ao século XIX e é reforçado ao longo do século XX por autores

como Gilberto Freyre, cuja obra reafirmava a idéia de que a sociedade brasileira

construiu relações raciais relativamente integradas, onde negros, indígenas e

brancos viveriam em harmonia e tinham possibilidades semelhantes de ascensão

social. Para Emilia Viotti da Costa, o mito da democracia racial ainda está presente

na cultura brasileira de maneira difusa, apresentando-se como um elemento

estruturante das ralações raciais. Na compreensão dessa autora:

Combater mitos que ainda estão vivos na sociedade é sempre uma tarefa

difícil e perigosa. No Brasil, o mito da democracia racial não está

completamente morto. Embora profundamente enfraquecido nos centros

urbanos, o sistema de clientela e patronagem ainda sobrevive no Brasil -

quase intacto, como em algumas regiões do interior, ou remodelado para

ajustar-se à sociedade moderna. Isso explica porque ainda hoje é difícil, no

Brasil, organizar um bem-sucedido movimento negro” (Costa, 1999 p.384).

Atualmente, no Brasil, a discriminação racial é um ato que pode ser visto e

punido por lei, ao passo que o preconceito não, pois tem a ver com emoções e

pensamentos profundos, dificilmente você vai encontrar alguém, no Brasil, que

assuma ser racista.

Para que esse trabalho seja realizado de forma objetiva e proveitosa,

iniciaremos com uma aula sobre a história do Brasil e o período da escravidão,

destacando a chegada dos primeiros negros, passando pelo surgimento da

capoeira, sua proibição, e legalização, até chegar aos dias atuais, destacando os

problemas enfrentados pelos negros, principalmente a questão do preconceito racial,

e o racismo, para isso é importante destacar a Lei 10.639/03 que determina a

obrigatoriedade do ensino da História e cultura afro-brasileira no ensino fundamental

e médio. Os assuntos questionados e trabalhados são encontrados no livro didático,

textos complementares, música, figuras, documentos, filme, laboratório de

informática onde serão feitas as buscas e pesquisas, palestra e apresentação

artística.

O desenvolvimento do trabalho será dividido em duas partes, a primeira

contextualizando a história do negro no Brasil e o preconceito racial, destacando

problemas atuais. No segundo momento trabalhar a história da capoeira como luta

dos negros pela libertação.

Para conhecer e entender o período colonial brasileiro e a vinda dos primeiros

4

negros africanos para o Brasil é necessário leitura e discussão de textos

encontrados no livro didático, em textos complementares e pesquisa, bem como

analisar imagens e figuras.

Para despertar a compreensão e a motivação sobre a capoeira será passado

aos alunos o filme “Besouro”, do diretor João Daniel Tikhomiroff (2009), que conta a

história do lendário capoeirista Besouro Magangá, famoso por suas lutas e feitos. Os

alunos também participarão de uma palestra ministrada por um professor de

capoeira falando sobre sua origem histórica e os fundamentos, além de fazer uma

demonstração prática dos movimentos.

Continuando a história do Brasil, são apresentadas aos alunos as letras de

músicas de capoeira de diversos autores, a maioria delas de domínio público, para

que eles façam uma relação com o conteúdo de História estudado.

Depois, os alunos serão divididos em grupos e eles confeccionarão suas

próprias músicas, tendo como tema história do Brasil, escravidão e capoeira.

Após a confecção das músicas, haverá uma apresentação à turma das

paródias, além de apresentação de capoeira, para que os alunos trabalhem a

história, a teoria e a prática.

Para finalizar, os alunos participarão de jogos e atividades que lembrem as

brincadeiras e a própria sociabilidade das crianças escravas.

A avaliação ocorrerá durante toda a implementação, será continuada, sendo

avaliado os trabalhos e a participação dos alunos.

ATIVIDADES ATIVIDADE 1 – ESCRAVIDÃO E RELAÇÕES ÉTNICAS NO BRASIL COLÔNIA

Duração: 3 horas/aula

Objetivo: Compreender as relações étnicas e o sistema escravista na colônia, bem

como o desenvolvimento e as características da cultura afro no início da

colonização.

5

Aula 1 - Para entender melhor o assunto que será trabalhado, vamos ler um texto

retirado do livro Casa Grande e Senzala, do historiador e sociólogo Gilberto Freire,

para fazer uma análise do contexto social da época do Brasil colônia.

Vida opulenta, e até espaventosa, a daqueles colonos portugueses que, dispondo de capitais para se estabelecerem com engenhos,conseguiram prosperar no Brasil, logo nos primeiros tempos, à custado açúcar e do negro - os de Pernambuco com 23 engenhos movidos a bois ou a água produzindo, em 1576, de 50 a 70 mil arrobas de açúcar; os da Bahia com 18. Cada engenho desses construído à razão de 10.000 cruzados pouco mais ou menos; e com 50 peças de escravos ao seu serviço e 15 ou 20 juntas de bois. E uma produção anual - a dos melhores, pelo menos - de 6 a 10.000 arrobas de açúcar mascavo (Freyre, 2003, p.179).

Aula 2 e 3- Após a leitura dos textos propostos, reunidos em grupos de quatro, os

alunos vão discutir com os colegas as características da sociedade escravocrata,

depois passarão para o caderno os detalhes de como estava dividido o Brasil

colônia, tanto do ponto de vista social e cultural quanto econômico.

Orientação metodológica:

Professor, para a leitura, você vai utilizará o texto da página 179 do livro Casa

Grande e Senzala, encontrado na biblioteca da escola, onde descreve a

prosperidade dos senhores de engenho de Pernambuco e da Bahia às custas do

açúcar e do trabalho escravo de negros vindos da África. Depois da leitura, fazer

uma explanação sobre a importância da mão de obra escrava para o enriquecimento

dos senhores de engenho e da corte portuguesa. Como complemento a explanação

do texto de Gilberto Freire, os alunos reunidos em grupos farão a discussão e a

anotação das informações no caderno. Para falar sobre as relações étnicas e sociais

e a forma de vida nas fazendas de açúcar, por exemplo, o professor pode trabalhar

com a gravura presente em várias edições de Casa Grande e Senzala, em que é

reproduzido, em forma de pintura, o cotidiano da vida num engenho de açúcar do

nordeste brasileiro durante o período colonial.

O livro Casa Grande e Senzala também pode ser encontrado em história em

quadrinhos (disponível apenas na internet). O professor poderá utilizar imagens

retiradas do livro em quadrinhos para discutir com os alunos as relações étnicas e

raciais na colônia, enfatizando sempre o sistema escravocrata e exploração colonial.

6

ATIVIDADE 2 – O COMÉRCIO DE NEGROS AFRICANOS PARA ABASTECER A

MÃO DE OBRA ESCRAVA BRASILEIRA

Duração: 2 horas/ aula

Objetivo: Entender as diferenças entre a idéia de continente africano e dos vários

países que compõe essa região geográfica chamada África, levando em

consideração a distância e a cultura de cada povo.

Aula 1 e 2- Utilizando o mapa mundi e o mapa do continente africano para localizar

os diferentes países da África de onde vieram os negros, como viviam na sua terra e

como eram tratados aqui, o trajeto que faziam, os navios negreiros e a distância

entre Brasil e África.

Orientação metodológica:

Nessa atividade, é importante destacar que o continente africano era e é

formado por países diferentes, cada um com sua cultura, idioma e religiosidade, e

que os primeiros africanos trazidos para o Brasil para serem escravizados eram

separados de suas famílias e seus conterrâneos para que não falassem a mesma

língua e, conseqüentemente, não se comunicassem.

ATIVIDADE 3 – COMO ERAM TRATADOS OS NEGROS NO BRASIL NA ÉPOCA

DA ESCRAVIDÃO

Duração: 3 horas/ aula

Objetivo: Refletir sobre a importância, valorização e contribuição dos negros na

construção da identidade cultural e étnica -brasileira.

Aula 1 e 2- Vamos a biblioteca e com a ajuda do livro didático, outros livros e textos pesquisar como os senhores tratavam os seus escravos: a) Enquanto seres humanos;

7

b) Economicamente;

c) Sexualmente;

d) Punições;

e) Castigos;

f) Mutilações;

Aula 3- Após a leitura os alunos vão montar um quadro descrevendo os itens

pesquisados, conforme informações:

SER HUMANO

(Geralmente eram

considerados

animais, algumas

negras serviam de

$ama de leite de

crianças brancas,

outras de escravas

sexuais)

ECONOMICAMENTE

(Eram considerados

como bens, que

podiam ser

comprados e

vendidos)

SEXUALMENTE

(Algumas escravas

eram amantes dos

senhores)

PUNIÇÕES

8

(Para cada tipo de

infração havia um

tipo de punição)

CASTIGOS

(Chibatadas,

pelourinho,

palmatória, etc)

MUTILAÇÕES

(Furar o olho, para o

escravo não mais

fugir, a sinhá cortava

a orelha da escrava

bonita por ciúme, etc)

OUTROS

(Algum outro assunto

que chamou a sua

atenção)

Orientação metodológica:

É interessante destacar para o aluno que esse tratamento era dado ao negro

na época da escravidão, justificado por uma forma de racismo que subjugava até

mesmo a humanização dos africanos. É importante ressaltar que mesmo após a

abolição da escravidão, o negro, no Brasil, não foi tratado como um cidadão, nem

mesmo amparado pelo estado, situação que colocou a grande maioria da população

negra á margem do desenvolvimento, excluindo-o das salas de aulas, do mercado

de trabalho e dos direitos de igualdade. Essa situação de exclusão é, em grande

medida, ainda hoje uma realidade em diferentes regiões do país, realidade essa que

é alimentada pela discriminação racial que impera nas relações étnicas no Brasil.

9

ATIVIDADE 4- LEIS QUE ANTECEDERAM A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

Duração: 3 horas/ aula

Objetivo: Refletir sobre as diversas leis criadas pelo governo imperial para amenizar

as críticas recebidas dos abolicionistas nacionais e estrangeiros.

Aulas 1 e 2- Vamos ao laboratório de informática pesquisar como os negros

conseguiram sua liberdade, destacando a Lei do Ventre Livre, Lei do Sexagenário e

a Lei Áurea.

Aula 3- Aproveitando a internet, pesquisar personalidades negras que se destacam

atualmente na mídia e quais se destacam na luta contra o preconceito racial e a

discriminação.

Orientação metodológica:

Ao discutir esse assunto com os alunos e fazer essa atividade, deixar bem

claro que as leis abolicionistas eram feitas com jogos de interesses do Império, e

que a liberdade só foi conseguida com muita luta de abolicionistas e pelos próprios

escravos.

ATIVIDADE 5- CONHECENDO A LEI 10.639/03 QUE TORNA OBRIGATÓRIO O

ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA NOS

ESTABELECIMENTOS DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO, OFICIAIS E

PARTICULARES.

Duração: 3 horas/aula

Objetivo: Compreender a importância da lei para o contexto sócio-político da cultura

afro-descendente e afro-brasileira e os avanços da luta contra o racismo e o

preconceito no Brasil.

Aulas 1, 2 e 3- Você conhece a Lei nº 10.639, de janeiro de 2003? A partir de 09 de

10

janeiro de 2003, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que institui a

obrigatoriedade da inclusão do ensino de História da África e da cultura afro-

brasileira nos currículos nas escolas públicas e particulares do ensino fundamental e

médio. Depois de ler discuta com seus colegas sobre a obrigatoriedade do ensino.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o A Lei n

o 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar

acrescida dos seguintes arts. 26-A,

"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e

particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-

Brasileira.

§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o

estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a

cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional,

resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e

política pertinentes à História do Brasil.

§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão

ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de

Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.

§ 3o (VETADO)"

"Art. 79-A. (VETADO)"

"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia

Nacional da Consciência Negra’."

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.” (SEED-PR, 2006,

p.13)

Orientação metodológica:

Junto com os alunos ler as partes principais da Lei nº. 9.394, de 20 de

dezembro de 1996, e explicar que foram acrescidos os arts. 26-A, 79-A e 79-B, para

entender a importância da lei 10.639/03 para o contexto sócio-político da cultura

afro-descendente e a afro-brasileira e os avanços da luta contra o racismo e o

preconceito no Brasil.

ATIVIDADE 6- CONHECENDO A HISTÓRIA DO BRASIL ATRAVÉS DAS LETRAS

DE MÚSICAS DE CAPOEIRA

Duração: 2 horas/aula

Objetivo: Identificar a capoeira como expressão de um grupo étnico e social, bem

como sua contribuição para a História do Brasil.

11

Aulas 1 e 2- Para repensar o ensino de História do Brasil através das músicas de

capoeira vamos ouvir e acompanhar algumas letras de músicas de capoeira que

falam do cotidiano dos negros na época da escravidão e como o negro é visto pela

sociedade hoje.

Orientação metodológica:

Algumas letras de música de capoeira podem ser encontradas na internet, em

domínio público. Escolher as que falem sobre a escravidão, sobre as características

da cultura e da sociedade afro-brasileira e sobre o preconceito racial hoje. É

interessante dar uma cópia para cada aluno, ou passar no projetor multimídia, para

que possam acompanhar as letras. Após ouvir, fazer um questionamento sobre o

contexto da letra da música relacionando sempre com o assunto que está sendo

trabalhado.

ATIVIDADE 7- CINE DEBATE

Duração: 4 horas/aula

Objetivo: Proporcionar aos alunos, através da imagem cinematográfica, cenas que

reproduzem o cotidiano da época, como eram os costumes, vestimentas, economia

e o trabalho do período escravocrata no Brasil.

Aulas 1, 2 e 3 - Vamos assistir o filme “Besouro”, do diretor João Daniel Tikhomiroff

(2009), que conta a história do lendário capoeirista Besouro Mangangá, famoso por

suas lutas e feitos.

Orientação metodológica: O filme apresenta um subsídio de apoio, talvez não seja

necessário passar todo o filme, mas é fundamental o professor assistir o filme antes,

ou mesmo buscar comentários sobre a produção,, para explicar e problematizar as

interpretações presentes nas imagens e no enredo do mesmo.

Aula 4 - Após assistir o filme cada aluno fará um relatório destacando o surgimento

da capoeira, quem a praticava na época, como eram vistos os capoeiristas, o

12

contexto social, econômico, cultural e político daquele momento.

Orientação metodológica: É interessante passar aos alunos, antes do filme, uma

lista de observações que eles devem fazer do contexto do filme, como a época do

que conta a história, a vestimenta, a linguagem, o cenário etc.

ATIVIDADE 8 – CONHECENDO A ARTE DA CAPOEIRA

Duração: 3 horas/aula

Objetivo: Apresentar aos alunos a capoeira como luta, dança, jogo, história, cultura

e patrimônio nacional.

Aula 1, 2 e 3- Para entender melhor a arte da capoeira, os alunos terão uma

palestra com um professor do município que fará uma explanação sobre a história e

o desenvolvimento da capoeira, fundamentos, movimentos, golpes e

instrumentalização.

Orientação metodológica:

É interessante convidar um professor ou mestre de capoeira que possa contar

sobre o surgimento, a história e a evolução da capoeira, respondendo as perguntas

e curiosidades dos alunos.

ATIVIDADE 9- CAPOEIRA: CONHECENDO E PRATICANDO

Duração: 3 horas/aula

Objetivo: A partir a de uma apresentação de um grupo de capoeira, o objetivo é

promover a confraternização entre os aluno e o grupo de capoeira, despertando um

saudável espírito de competição e compreensão da história, da arte e da cultura

afro-brasileira.

13

Aula 1, 2 e 3: Os alunos assistirão uma apresentação de capoeira com

instrumentalização, músicas e movimentos, no final serão convidados a participar da

roda.

Orientação metodológica:

Os alunos serão incentivados a participar, mas é importante respeitar as

dificuldades e os limites de cada um.

ATIVIDADE 10– CONFECÇÃO DE PARÓDIAS COMO ESTRATÉGIA DE

APRENDIZADO HISTÓRICO

Duração: 3 horas/aula

Objetivo: Permitir que o aluno que expresse sua criatividade, inserindo em músicas

já prontas, letras que trazem assuntos estudados no conteúdo de História.

Aula 1, 2 e 3: Que tal agora formarmos grupos e produzir algumas paródias de

músicas conhecidas utilizando assuntos já estudados.

Orientação metodológica:

É interessante que os alunos ouçam novamente as músicas para ver o ritmo e

a letra, para então fazer as paródias. No final, eles podem apresentar para a turma

ou outras turmas.

ATIVIDADE 11- RESGATANDO JOGOS E BRINCADEIRAS CRIADOS PELOS

ESCRAVOS

Duração: 3 horas/aula

Objetivo: Resgatar brincadeiras e atividades de recreação e lazer esquecidas pelas

crianças

14

Aula 1, 2 e 3- Que tal formar equipes e fazer brincadeiras iguais as que as crianças

escravas brincavam?

- Quilombo (o mesmo que pique-bandeira)

- Caçada noturna (o mesmo que cabra cega)

- Escravos de Jó

- Resgate (esconde-esconde)

Orientação metodológica:

A maioria dos alunos não deve conhecer essas brincadeiras e jogos, é

interessante pesquisar sobre elas e repassar as instruções. É importante também

comentar o significado social e cultural desses jogos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, Rogério Andrade. Histórias africanas para contar e recontar. São

Paulo: Editora do Brasil,2001

CASTILHA, Fábio André. Aspectos pedagógicos da capoeira. Passo Fundo:

Editora Méritos, 2012. – 159 p.

FREIRE, Gilberto, 1900-1987. Casa-grande e senzala: formação da família

brasileira sob o regime da economia patriarcal. 48 ed. São Paulo: Global, 2003

LIMA, Mônica. “Aprendendo e ensinando história da África no Brasil: desafios e

possibilidades”. In: Helenice Rocha, Marcelo Magalhães e Rebeca Gontijo (orgs). A

escrita da história escolar: memória e historiografia. Rio de Janeiro: FGV, 2009.

COSTA, Emília Viotti da. “O mito da democracia racial no Brasil”. In COSTA, Emília

Viotti da. Da monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo: Unesp,

1999, pp.365-384.

TIKHOMIROFF, João DanieL. Besouro. (Longa Metragem, 95 min.) Brasil: Globo

15

Filmes; Mixer; Teleimage, 2009.