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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2013

Título: Possibilidades de Intervenção Pedagógica: TDAH no Ensino Fundamental

Autor Conceição Aparecida Penteado Martins

Disciplina/Área Educação Especial

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização

Escola Estadual Indira Gandhi – Ensino. Fundamental - Av,

São Paulo, nº 4981

Município da escola Umuarama

Núcleo Regional de Educação Umuarama

Professor Orientador Leonor Dias Paini

Instituição de Ensino Superior UEM

Relação Interdisciplinar Todas as áreas

Resumo

Este Caderno Pedagógico pretende refletir sobre o tema: POSSIBLILIDADES DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA: TDAH NO ENSINO FUNDAMENTAL, em função de algumas problemáticas diagnosticadas no ensino regular. Os professores têm demonstrado fragilidades em desenvolver uma prática pedagógica que consiga atender alunos com algum tipo de dificuldade na aprendizagem, principalmente aqueles que são avaliados como alunos de inclusão. Estes alunos geralmente apresentam ritmo lento, falta de atenção e concentração, dificuldade para compreender as explicações, necessitando de um apoio mais individualizado do professor, e muitos deles, mesmo com uma maior atenção, não conseguem obter êxito no desenvolvimento das atividades. Após um levantamento feito na Escola Estadual Indira Gandhi – Ens. Fund., constatamos que os alunos atendidos na Sala de Recursos Multifuncional Tipo I são diagnosticados com TDAH. Então nos perguntamos Quais as possibilidades de intervenção do professor com o aluno TDAH? Em busca de resposta a essa questão foi organizado o presente trabalho que consiste em analisar as bases teóricas que fundamentam este transtorno, para discutir junto aos professores, as possibilidades de desenvolver propostas de intervenção pedagógica que possam contribuir com sua prática em sala de aula. O trabalho está dividido em oito temas, acompanhados por textos e atividades que subsidiarão os estudos.

Palavras-chave TDAH, Educação Inclusiva, Intervenção pedagógica em

TDAH.

Formato do Material Didático Caderno Pedagógico

Público Alvo Professores, pedagogos e direção.

APRESENTAÇÃO

Este Caderno Pedagógico faz parte de uma das atividades propostas no

PDE- Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná. Esse

programa teve início em 2007, e vem procurando atingir cada vez mais seu objetivo

em aprimorar o trabalho desenvolvido por milhares de educadores nas escolas

públicas estaduais. Tem como organização atividades de integração teórico-práticas,

atividades de aprofundamento teórico e atividades didático-pedagógicas.

É um programa que conta com a parceria de Instituições Superiores, e vem

possibilitado o retorno de vários educadores da rede pública estadual à academia,

dando oportunidade aos mesmos de atualizarem e aprofundarem seus

conhecimentos teórico-metodológicos, resultando de uma intervenção prática

pedagógica nos estabelecimentos de ensino em que estão lotados.

Este material pedagógico foi elaborado, com o objetivo de desenvolver uma

proposta de trabalho a partir de estudos e reflexões que oportunizem possibilidades

de intervenção do professor do ensino regular com alunos diagnosticados com

TDAH.

A realidade escolar revela que grande parte dos professores do ensino

regular ainda não possui segurança e conhecimento para desenvolver uma prática

pedagógica que garanta a aprendizagem de todos os alunos, principalmente

daqueles que apresentam algum tipo de necessidade educacional especial.

Esse é um problema que vem incomodando muitos profissionais da

educação, e que merece um olhar diferenciado, e foi na expectativa de juntamente

com professores, equipe pedagógica e direção da Escola Estadual Indira Gandhi –

Ensino Fundamental do Município de Umuarama – PR, que o presente material foi

organizado, com a proposta de analisar e refletir sobre o TDAH, e verificar algumas

possibilidades de um trabalho pedagógico que possa contribuir com a superação

das dificuldades de aprendizagem. Para que se consiga alcançar o objetivo

proposto, o conteúdo que compõe este material foi dividido em 8 (oito) temas. Sete

desses serão acompanhados por um texto que oferece subsídios para reflexões

entre os cursistas mediadas pelo ministrante, e o último será a exibição do filme: O

Milagre de Anne Sullivan, que também será objeto de reflexão pelos participantes do

curso. Ao final de cada tema, serão propostas atividades de aprofundamento dos

conceitos trabalhados nos respectivos temas:

Tema I – Apresentação para os professores do trabalho a ser

desenvolvido: Nesse primeiro encontro, procuraremos aplicar um questionário

sobre o TDAH, com a intenção de verificar até que ponto os professores tem

conhecimento sobre o assunto. Em seguida realizaremos a dinâmica: Café Inclusivo,

a qual permitirá aos participantes vivenciar situações de pessoas com necessidades

educacionais especiais. Para encerrar faremos uma apresentação sobre os temas a

serem trabalhados nos próximos encontros.

Tema II – História e consolidação da Educação Especial Inclusiva: Nesse

encontro buscaremos refletir sobre os 4 (quatro) paradigmas da história da

Educação Especial, como também explicitar a trajetória legal da Educação Especial

que ao longo da história, foi possibilitando o atendimento aos indivíduos com

necessidades educacionais especiais.

Tema III – Conceitualização do TDAH: Com esse estudo procuraremos

refletir sobre o conceito do TDAH e quais são os problemas enfrentados pelos

sujeitos que tem esse tipo de transtorno. Para maior compreensão deste transtorno

assistiremos ao filme “Procurando Nemo”, com o objetivo de identificar e analisar os

personagens que apresentam TDAH.

Tema IV – Como são realizados os diagnósticos do TDAH? Analisaremos

junto com grupo uma tabela que traz o número de alunos diagnosticados com

TDAH, no Núcleo Regional de Educação de Umuarama. A partir desta análise

pretendemos explicar como é feito o diagnóstico do TDAH, procurando trazer para

questionamento do grupo a preocupação de alguns estudiosos quanto ao cuidado

que se precisa ter ao se fazer esse diagnóstico.

Tema V – Como é feito o tratamento do TDAH? Procuraremos abordar com

esse tema as possibilidades de tratamento para os alunos diagnosticados com

TDAH, bem como a importância do envolvimento e atenção de todos que interagem

com estes alunos, contribuindo desta forma com o tratamento.

Tema VI – A medicalização como tratamento do TDAH: Esse é um dos

temas mais polêmicos deste trabalho, procuraremos colocar os benefícios e os

aspectos prejudiciais da medicalização e refletir, juntamente com os cursistas, as

práticas e o papel da medicalização no tratamento do TDAH.

Tema VII – Possibilidades de intervenção pedagógica junto aos alunos

com TDAH: Nesse encontro primeiramente solicitaremos aos cursistas, para que

apontem as intervenções pedagógicas que possam de alguma forma facilitar a

aprendizagem dos alunos com TDAH. Em seguida apresentaremos estratégias de

mediação de Paulo Mattos, no seu livro “No Mundo da Lua”, para compreender

melhor as possibilidades de intervenção junto aos alunos.

Tema VIII – É possível desenvolver um trabalho pedagógico com alunos

diagnosticados com TDAH, incluso no ensino regular com maiores

possibilidades de sucesso em sua aprendizagem? Nesse encontro teremos 3

(três) momentos, o primeiro será a exibição do filme “O milagre de Anne Sullivan”,

que mostra o trabalho de uma educadora feito com uma aluna surdo cega,

possibilitando ao grupo reflexões acerca das situações de intervenções pedagógicas

apresentadas no filme. Em seguida faremos uma avaliação sobre o trabalho que foi

desenvolvido ao longo dos 8 (oito) encontros, procurando analisar se os

conhecimentos abordados contribuíram com a prática pedagógica dos cursistas.

Para finalizar, aplicaremos novamente o questionário do primeiro encontro com o

objetivo de avaliar se houve alguma mudança de conhecimento a respeito do tema

trabalhado.

ACÕES A SEREM DESENVOLVIDAS

1º ENCONTRO:

Temática: Apresentação para os professores do trabalho a ser desenvolvido.

ATIVIDADE:

- Questionário sobre o TDAH. (Transtorno de Déficit de

Atenção e Hiperatividade).

- Dinâmica: Café Inclusivo.

- Apresentação sobre os temas a serem trabalhados

nos próximos encontros.

OBJETIVOS:

Perceber os valores pessoais, reconhecendo a si

próprio como ser único e diferente dos demais.

Trabalhar o autoconhecimento com o grupo, através da

percepção de suas emoções, limites, dificuldades,

facilidades, valores, apelos sociais e história de vida.

Aplicar questionário para coletar dados acerca do

conhecimento dos professores sobre o assunto.

Nortear o desenvolvimento do curso como um todo.

RECURSOS:

Data show.

Alimentos para o café inclusivo.

Questionário impresso.

CONTEÚDOS:

Questionário.

Dinâmica. Café Inclusivo

Apresentação dos temas a serem trabalhados no

decorrer do curso.

DESENVOLVIMENTO:

Após a acolhida aos professores será aplicado o

questionário sobre o tema proposto neste trabalho,

onde cada professor deverá responder individualmente.

Na sequência será feita a dinâmica do “café inclusivo”,

para isso dividiremos os professores em três grupos.

Cada grupo vai representar um tipo de deficiência que

será pré-estabelecida: o cego, que terá seus olhos

vendados; o surdo, terá sua boca selada com fita o que

o impedirá de falar e deficiente dos membros

superiores, que terão seus braços amarrados nas

costas. Feito isso, todos deverão ir até a mesa do café

e obedecer ao seguinte comando: os participantes

terão 10 (dez) minutos para comer e todos deverão

comer. Após o tempo estabelecido, todos deverão

relatar o que sentiram, levando em conta as facilidades

e as dificuldades encontradas, e que podem tirar de

positivo e negativo da experiência.

Para encerrarmos o primeiro encontro será feita uma

apresentação dos temas dos próximos encontros e a

seguir será apresentado o vídeo com a mensagem

“Bem vindo a Holanda”.

Breve reflexão sobre a

mensagem “Bem vinda

à Holanda”.

Esta mensagem fala de uma pessoa que se preparou

para fazer uma viagem para a Itália, embarcou no avião

com a certeza que estava partindo para a viagem de

seus sonhos, mas teve uma grande surpresa quando

desembarcou e foi anunciado que ela estava na

Holanda, o que a fez ficar angustiada, pois não era

essa viagem que ela tanto esperou. Esta mensagem

aborda o fato de que às vezes estamos tão

preocupados com aquilo que não temos que nos

esquecemos de aproveitar o que está ao nosso

alcance. Contextualizando às vezes o professor se

preocupa tanto com aquilo que gostaria que seu aluno

respondesse e não percebe que as respostas que os

mesmos estão dando podem ter muito mais significado.

AVALIAÇÃO:

Observação durante a dinâmica e análise das

respostas do questionário, para verificar se os

professores e equipe estão desenvolvendo ações na

sua prática pedagógica condizentes as deficiências de

seus alunos, se existem momentos em que conseguem

partilhar suas possíveis dificuldades e inseguranças

com os outros profissionais da escola procurando apoio

e apoiando quem necessita.

2º ENCONTRO:

Temática: História e consolidação da Educação Especial Inclusiva.

ATIVIDADE:

Exposição com slides da história da Educação Especial

e a legislação que rege a mesma.

Formação de pequenos grupos para leitura e debate

baseados em textos sobre o assunto. Em seguida cada

grupo fará uma exposição sobre as questões

debatidas, aos outros grupos.

OBJETIVOS:

Possibilitar debates sobre os 4 (quatro) paradigmas

ocorridos no processo histórico da Educação Especial.

Analisar as leis que foram criadas para viabilizar a

Educação Especial.

RECURSOS:

Data show.

Textos impressos

CONTEÚDOS:

História da Educação Especial.

Legalização da Educação Especial.

DESENVOLVIMENTO:

Primeiramente será feito uma exposição abordando a

história da Educação Especial. Em seguida serão

formados 4 (quatro) grupos que deverão ler um texto

sobre o assunto e cada grupo deverá explicar um dos

paradigmas da educação especial, que será dividido

previamente. Em um segundo momento, será feito uma

explanação de algumas leis sobre a Educação

especial. Posteriormente, serão formados pequenos

grupos cabendo a cada um explicar o que entenderam

e se essas leis realmente trouxeram benefícios para as

pessoas com necessidade educacionais especiais e se

as mesmas poderiam ser melhoradas.

AVALIAÇÃO:

Será feita através de observações analisando o

envolvimento nas atividades e a participação nos

grupos e nos momentos de discussões.

Tema II

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Apesar de vários avanços alcançados, os relatos históricos da educação

especial revelam que por um longo período, as pessoas com necessidades

especiais, de alguma forma, foram vítimas de segregação. Somente a partir da

década de 70 se inicia timidamente um movimento de integração e, em meados da

década de 90, começa a discussão no Brasil a respeito da Inclusão Escolar que até

os dias atuais, é muito questionada por muitos estudiosos sobre o assunto.

A história da educação especial foi marcada por quatro paradigmas: a)

extermínio; b) institucionalização; c) integração; d) inclusão.

a) Paradigma do Extermínio

Na época da Inquisição Católica por volta do século XV, as estruturas sociais

eram definidas por leis divinas, que era dominada pela Igreja Católica, “em que

qualquer ideia ou pessoa que pudesse atentar a esta estrutura teria de ser

exterminada” (NOGUEIRA, 2008, p.03). Essas pessoas com algum tipo de

deficiência eram tratadas como pessoas do mal, sendo torturadas e assassinadas.

Na Idade média, essa crença passa ser vista como obra de Deus ou outros seres

superiores.

Miranda traz a seguinte explicação:

Na Antiguidade, os deficientes eram abandonados, perseguidos e eliminados devido às suas condições atípicas. Na Idade Média, o tratamento variava segundo as concepções de caridade ou castigo predominantes na comunidade em que o deficiente estava inserido, o que era uma forma de exclusão (MIRANDA 2008, p. 30).

Nessa fase, a história da educação especial revela a crueldade cometida com

as pessoas que fugiam dos padrões de normalidade pregados pela sociedade da

época.

b) Paradigma da Institucionalização

Em 1800, na França, acontece a primeira tentativa de se educar uma criança

que era considerada como deficiente. Tal fato ocorre com investimento feito por

Jean Itard, que um novo momento surge para as crianças com deficiência segundo

(SMITH, 2008, p.32) “ [...] anunciou o um princípio positivo quando se pensou que a

educação era uma resposta aos problemas associados à deficiências.”

Outro destaque que se dá neste período é para o trabalho do médico francês

Philippe Pinel, que sistematizou os primeiros estudos científicos sobre a mente

humana. Com isso, surgiram os procedimentos para classificar e identificar as

deficiências. As pessoas com deficiência começam receber tratamentos

diferenciados, passando a ser segregadas em instituições para receberem

tratamentos médicos, dando início, o paradigma da institucionalização.

Vale salientar, que no final da 2º guerra, com a elaboração da Declaração

Universal dos Direitos Humanos (1948), as pessoas com doenças mentais e outras

deficiências, começam a ser consideradas com direitos e deveres de participação

social. Segundo esse documento, no seu Artigo 1º:

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade (NAÇÕES UNIDAS, 1948).

Nesta época, o governo brasileiro cria programas de intervenção estatal para

garantir serviços sociais, possibilitando a visibilidade da Educação Especial.

Exemplo disso é a LDB n. 4024/61, que menciona a oferta de serviços educacionais

aos portadores de deficiência, dentro do possível, no ensino regular, integrando-os

pela primeira vez em um texto de diretrizes curriculares, Revogada pela Lei 9.394, de

1996:

Art.88. A educação excepcional, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade. (Revogado pela Lei nº 9.394, de l996). Art.89. Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos conselhos estaduais de educação, e relativa à educação de excepcionais, receberá dos poderes públicos tratamento especial mediante bolsas de estudo, empréstimos e subvenções (BRASIL, 1961).

Essa mesma lei, no Artigo 89, menciona também, o incentivo financeiro às

instituições particulares que oferecessem esses serviços, como o da Sociedade

Pestalozzi e das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAES). Dada

essa abertura, surge o paradigma de serviços com a intenção de integrar e

reintegrar pessoas com deficiências na comunidade.

c) Paradigma de Integração

Na década de 70 são realizadas várias discussões sobre a integração social

dos deficientes mentais na sociedade, conquistando adeptos no mundo todo, que

buscavam ampliar as oportunidades de participação social de pessoas com

deficiência. Segundo Miranda (2003): “A prática da integração social no cenário

mundial teve seu maior impulso a partir dos anos 80, reflexo de movimentos e luta

pelo direito dos diferentes” (p.5)

Foi neste período que a Educação Especial passa a ser visualizada como

uma educação voltada para as pessoas com deficiência que necessitam de

cuidados clínicos e terapêuticos, procurando integrá-los em ambientes escolares, o

mais próximo possível daqueles oferecidos à pessoa normal..

Essa nova visão que viabiliza o atendimento no contexto da escola comum e

a um aumento de matrículas devido ao aumento das populações urbanas e seu

acesso a escola, mudando a oferta da Educação Especial, fazendo aumentar as

classes especiais nas escolas regulares, procurando atender a grande demanda de

alunos com dificuldades de aprendizagem que não se adaptavam ao ensino, voltado

para atender o aluno ideal nas escolas públicas. Passando ser público alvo dessa

modalidade, alunos com deficiências não acentuadas, ou leves, e os distúrbios de

aprendizagem, sem um sistema educacional preparado para atender os diferentes

estilos e ritmos de aprendizagem, caminham para o fracasso, e aqueles que não

conseguirem serão excluídos:

A integração escolar, nos países que a ela aderiram, e a adopção do novo conceito vão desencadear o subsistema de Educação especial dentro das escolas do ensino regular, para os alunos com necessidades educativas especiais e os professores de Educação

especial que os acompanham. O sistema mantém-se a todos os níveis e estes alunos e os professores que os acompanham terão de fazer os possíveis e os impossíveis para aceder às regras e ao funcionamento do sistema regular, para ter direito a um lugar no meio escolar normal, enquanto que o sistema não se questiona nem preconiza a mudança. Se não conseguirem serão excluídos (SANCHES e TEODORO, 2006, p. 68).

A conclusão que se chega que a única responsabilidade das instituições era a

de receber as pessoas com deficiência, ficando sob a responsabilidade dos mesmos

a superação de suas dificuldades.

d) Paradigma de Inclusão

Entre a de 1970 e 1980, surge o paradigma de suportes trazendo a

diversidade como um fator de enriquecimento social e o respeito às necessidades de

todos os cidadãos. Nasce a inclusão social.

Conforme traz o Ministério da Educação e Secretaria de Educação Especial:

Este paradigma associou a ideia da diversidade como fator de enriquecimento social e o respeito às necessidades de todos os cidadãos como pilar central de uma nova prática social: a construção de espaços inclusivos em todas as instâncias da vida na sociedade, de forma a garantir o acesso imediato e favorecer a participação de todos nos equipamentos e espaços sociais, independentemente das suas necessidades educacionais especiais, do tipo de deficiência e do grau de comprometimento que estas apresentem (BRASIL, 2004, p.

13).

Nasce o discurso de que todas as pessoas independentes de suas condições

não precisam mais ser segregadas, pois independente de suas deficiências podem

ser participativas e capazes, pois lhe serão oferecidos condições sociais,

econômicos, físicos e instrumentais para isso.

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Emenda LDB - ENTEC / SEESP. Parecer CNE / CEB nº 17-2001, de 03/07/2001- Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Disponível em: http://www.dislexia.org.br/index. php?>. 2001. Acesso em 17 abr. 2013.

______, LEI Nº 4.024, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1961. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4024.htm>Acesso em 09 mai. 2013.

______, Educação inclusiva v.1: A fundamentação filosófica/ coordenação geral SEESP/MEC, organização Maria Salete Fabio Aranha – Brasilia: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2004. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/fundamentacaofilosofica.pdf>. Acesso em 25 abr. 2013.

MIRANDA, Arlete Aparecida Bertoldo. Educação especial no Brasil: desenvolvimento Histórico – Cadernos de Historia da Educação – nº 7 jan. / dez. 2008. Disponível em:<http://livrosdamara.pbworks.com/f/Historiade NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos 1948. Disponível em:<http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_ universal.htm>. Acesso em 25 abr. 2013. NOGUEIRA, Carolina Matos. A História da Deficiência: tecendo a história da assistência à criança deficiente no Brasil. Dissertação apresentada no programa de pós-graduação em políticas públicas do Centro de Educação e Humanas e Centro de Ciências Sociais para obtenção de título de mestre – Universidade do Estado do Rio de Janeiro – RJ – 2008. SANCHES, Isabel; TEODORO, Antonio. Da integração à inclusão escolar: cruzando perspectivas e conceitos. Revista Lusáfona de Educação, 2006. Disponível em <http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rle/n8/n8a05.pdf>. Acesso 25 em abr. 2013. SMITH, Deborah Deutsch. Introdução à Educação Especial -Ensinar em Tempo de Inclusão. Tradução Sandra Moreira de Carvalho, 5º ed. – São Paulo: artmed, 2008.

A Legalização da Educação Especial

Os discursos sobre a educação especial eram vários, muitos deles se

preocupavam de fato com a condição dessas pessoas, outros precisavam defender

suas ideias de acordo com o momento histórico que estavam vivendo para não

perder seu prestígio político. Diante do quadro que se apresentava muitas leis foram

elaboradas.

O embasamento legal mundial da Educação Especial.

A partir de 1970 o movimento de inclusão é marcado em âmbito mundial,

trazendo mudanças da forma em que eram vistas as pessoas com deficiências,

passando da fase de excluir as diferenças para a contemplação da diversidade,

trazendo reflexos na estrutura econômica, social e política de cada momento vivido.

A década de 1990 é marcada com o surgimento de textos legais como a

Declaração de Jomtien naTailândia, pensada como uma proposta de Educação para

todos:

[...] “a educação é um direito fundamental de todos, mulheres e homens, de todas as idades, no mundo inteiro".Declararam, também, entender que a educação é de fundamental importância parao desenvolvimento das pessoas e das sociedades, sendo um elemento que "pode contribuir para conquistar um mundo mais seguro, mais sadio, mais próspero e ambientalmente mais puro, e que, ao mesmo tempo, favoreça o progresso social, econômico e cultural, a tolerância e a cooperação internacional” (BRASIL, 2004, p.15).

A Declaração de Salamanca, na Espanha, é outro documento importante que

traz a discussão sobre a Educação especial.

A Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, realizada pela UNESCO, em Salamanca (Espanha), em junho de 1994, teve como objeto específico de discussão, a atenção educacional aos alunos com necessidades educacionais especiais (BRASIL, 2004, p.15).

Outra que podemos destacar é a Convenção de Guatemala em 1999, que

teve como objetivo acabar com a discriminação defendendo os direitos humanos das

pessoas com deficiência deixando isso bem claro no seu artigo II e III:

Artigo II: Esta Convenção tem por objetivo prevenir e eliminar todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e propiciar a sua plena integração à sociedade. Artigo III: Tomar as medidas de caráter legislativo, social, educacional, trabalhista, ou de qualquer outra natureza, que sejam necessárias para eliminar a discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e proporcionar a sua plena integração à sociedade [...] (BRASIL, 2001).

Estes são alguns documentos que foram elaborados com a preocupação de

que as discussões sobre os direitos das pessoas deficientes não ficassem apenas

em boas pretensões, mas que realmente fossem legalizadas e tivessem mais forças

nesta grande luta que ainda necessita de muitas conquistas.

Fundamentos legais no Brasil

Em 1988, a Constituição Federal estabelece no Brasil diretrizes para tratar a

Educação Especial como modalidade de educação escolar obrigatória e gratuita,

conforme trata o Artigo 58, (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) (LDB

9394/96).

Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação (BRASIL, 1996).

A Constituição Federal pela primeira vez, por meio da Diretriz da Educação

Especial, deixa claro como realmente deve ser tratada a modalidade de Educação

Especial, legalizando seu funcionamento.

Em 1999, o Governo Federal publica o caderno que teve como título:

Adaptações Curriculares dos Parâmetros Curriculares Nacionais – Estratégias para

a educação de alunos com necessidades educativas especiais, com a preocupação

de subsidiar o professor no trabalho de inclusão.

Entendemos que o paradigma da inclusão desses alunos implica a reestruturação dos sistemas de ensino, a partir da qualificação (capacitação) dos professores, viabilizando a reorganização escolar de modo a assegurar aos alunos as condições de acesso e, principalmente, de permanência, com sucesso, nas classes comuns. Considerando a necessidade de colaborarmos para sua formação continuada, a Secretaria de Educação Especial do MEC tem a satisfação de entregar-lhe a publicação “Saberes e Práticas da Inclusão (BRASIL, 2003).

Em 11 de setembro de 2001, foi homologada pelo Ministério da Educação a

Resolução nº 02, do Conselho Nacional de Educação, referente às Diretrizes

Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.

Esta Resolução traz um avanço no que diz respeito à universalização e marca

a atenção à diversidade no Brasil quando traz que:

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. (BRASIL, 2001)

Dessa forma, esta resolução, deixa claro que compete à escola se adaptar ao

aluno e não o contrário, dando condições para que o mesmo consiga atingir os

objetivos traçados para sua educação.

A legalização de Educação Especial no Paraná

Na década de 1970, o Departamento de Educação Especial é estruturado,

integrando a organização político-administrativa da SEED, criando Classes

Especiais com o atendimento das deficiências por área. No período de 2000 a 2002,

a discussão sobre a inclusão mobiliza parte do sistema educacional paranaense,

procurando sistematizar uma política pública de inclusão educacional, mas sem

respaldo político e não atingindo os objetivos, o Departamento de Educação

Especial acaba sendo alvo de descontentamento da comunidade escolar.

O MEC/Seesp, reiterado pela SEED/DEE, trazia um discurso de inclusão que

ganhava força na mídia e nos documentos oficiais e reforçava na mente da

sociedade que esse seria um processo que se daria por decreto, exterminando-se

classes e escolas especiais da noite para o dia e, junto com elas, a Educação

Especial.

No entanto, não foi dispensado suporte técnico, material e pedagógico

necessário à aprendizagem, com qualidade aos alunos com necessidades

educacionais especiais matriculados no ensino regular reforçando então, a exclusão.

A partir de 2003, a SEED retoma as políticas públicas em Educação Especial,

a inclusão passa a ser implementada de forma gradativa, com uma rede de apoio ao

aluno, profissionais da educação e a família. A primeira ação concreta foi concurso

público para Educação Especial, expandindo dessa forma, o atendimento

especializado como autorização de funcionamento de salas de recursos, a

contratação de Intérpretes de Libras e Professores de Apoio Permanente, entre

outros.

Esses dados históricos indicam o claro compromisso com a expansão do

atendimento na rede pública de ensino, com prioridade à escola regular como o

espaço preferencial para atender alunos com necessidades educacionais especiais

e, foi com esta preocupação que a partir de 2003, as semanas pedagógicas

realizadas a cada começo de semestre foram contempladas com momentos de

estudos sobre a Educação Especial, não sendo apenas essa a preocupação de

SEED, pois ofertou também momentos de estudos para os professores em todas as

áreas, sendo que foram formados ao longo dessa década, grupos de estudos em

que os professores tinham oportunidades de se reunir com seus pares para discutir

sobre sua área.

A inclusão é um fato que ainda hoje é muito discutida por todos e muito ainda

é preciso fazer para que ela aconteça. O primeiro passo foi dado, entretanto, ainda

se faz necessário muitas discussões e estudos para sua concretização.

Como foi relatado anteriormente, uma das preocupações com a inclusão, no

Estado do Paraná, foi oferecer apoios pedagógicos que contribuíssem com o

atendimento dos alunos com necessidades especiais. Dentre esses apoios, foi

criada as Salas de Recursos Multifuncionais – Tipo I, que é definida pela Instrução

nº 016/2011, SEED/SUED da seguinte forma:

Sala de Recursos Multifuncional – Tipo I é um atendimento

especializado, de natureza pedagógica que complementa a

escolarização de alunos que apresentam deficiência Intelectual,

deficiência física neuromotora, transtornos globais do

desenvolvimento e transtornos funcionais específicos, matriculados

na Rede Pública de Ensino. O objetivo dessas salas é apoiar o

sistema de ensino, com vistas a complementar a escolarização

destes alunos. (PARANÁ, 2011)

É importante destacar, que quando se fala em Sala de Recursos

Multifuncional tipo I, existe uma diferença no atendimento da Política Nacional de

Educação (MEC), sendo que a educação especial deve garantir o Atendimento

Educacional Especializado de acordo com Decreto Federal 7.611/11, no § 1º do art

2º, alíneas I e II como:

[…] conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e continuamente, prestado das seguintes formas: I - complementar à formação dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, como apoio permanente e limitado no tempo e na frequência dos estudantes às salas de recursos multifuncionais; ou II - suplementar à formação de estudantes com altas habilidades ou superdotação.(BRASIL, 2011)

A diferença está em que no estado do Paraná, nas escolas de ensino para o

público-alvo da educação especial, além do atendimento defendido pelo MEC, é

acrescido o atendimento aos alunos com Transtornos Funcionais Específicos, assim

definidos na Instrução nº 016/21, SEED/SUED:

Transtornos Funcionais Específicos: Refere-se à funcionalidade específica (intrínsecas) do sujeito, sem o comprometimento intelectual do mesmo. Diz respeito a um grupo heterogêneo de alterações manifestadas por dificuldades significativas: na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas, na atenção e concentração. (PARANÁ, 2011).

Não podemos deixar de considerar que esta decisão da Secretaria Estadual

de Educação é muito significativa, pois essas dificuldades de aprendizagem estão

postas no cotidiano escolar, e não há dúvida que esses alunos necessitam

realmente de um atendimento especializado.

REFERÊNCIAS.

BRASIL.Emenda LDB - ENTEC / SEESP. Parecer CNE / CEB nº 17-2001, de 03/07/2001- Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Disponível em: http://www.dislexia.org.br/index. php?>. 2001. Acesso em 17 abr. 2013.

______.Estratégias para a educação, de alunos com necessidades educacionais especiais/ coordenação geral: SEESP/MEC ; organização: Maria Salete Fábio Aranha.-Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2003.(Saberes e práticas da inclusão). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/serie4.pdf>. Acesso em 25 abr 2013.

______.Decreto Federal Nº 7611/11, Casa Civil, 2011. Disponível em: <http://www.leidireto.com.br/decreto-7611.html>. Acesso em 10 mai.2013.

______.LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> Acesso em 09 mai. 2013.

______, Educação inclusiva v.1: A fundamentação filosófica/ coordenação geral SEESP/MEC, organização Maria Salete Fabio Aranha – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2004. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/fundamentacaofilosofica.pdf>.Acesso em 25 abr. 2013.

PARANÁ, Secretária de Estado da Educação – Superintendência da Educação. Instrução nº 016/2011 –SEED/SUED. Disponível em:<http://www.educacao.pr. gov.br/>. Acesso em 11 abr. 2013.

3º ENCONTRO:

Temática: Conceitualização do TDAH.

ATIVIDADE:

Explanação do tema com vídeo:

Filme Procurando Nemo e texto sobre o tema.

OBJETIVOS:

Mostrar como é conceitualizado o transtorno de Déficit

de Atenção e Hiperatividade.

Trabalhar com o grupo sobre o conceito, evidenciando

a importância do conhecimento do mesmo para

trabalhar com alunos que possuam esse transtorno.

RECURSOS:

Data show.

Texto

CONTEÚDOS: Conceito do Transtorno de Déficit de Atenção e

Hiperatividade.

DESENVOLVIMENTO:

O trabalho será iniciado com apresentação do vídeo

contendo uma entrevista de Paulo Mattos que procura

esclarecer qual o conceito do TDAH. Na sequência

exibiremos o filme procurando Nemo. Terminado o

filme colocaremos em debate qual a relação que é

possível ser feita da fala do psiquiatra Paulo Mattos e o

filme Procurando Nemo, questionando principalmente

se algum dos personagens do filme apresenta este

transtorno. Para terminar o trabalho o grupo deverá ler

o texto Conceitualização do TDAH e sintetizar aquilo

que foi lido.

AVALIAÇÃO:

Observação da capacidade da compreensão do

material exibido, assim como o nível de atenção e

concentração do grupo.

TEMA III

CONCEITUALIZAÇÃO DO TDAH

A maioria dos professores vem encontrando em suas aulas vários alunos que

não conseguem manter por muito tempo a atenção, prejudicando a aprendizagem

dos mesmos e muitas vezes dos outros alunos por acabarem de alguma maneira

tumultuando as aulas. Intensos estudos são feitos procurando descobrir as causas

desse problema. Estudiosos sobre o assunto como Mattos (2004) e Arruda (2006)

apontam variados motivos para isso, no entanto, o que vem de encontro com o

nosso interesse é o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade). Mas

o que vem a ser esse transtorno? Alguns estudiosos definem o TDAH como um

transtorno mental de origem neurológica.

Sabendo que o TDAH é um transtorno mental, é imprescindível que se

entenda melhor o que é este transtorno. A medicina define o transtorno mental

como a dificuldade que o individuo possui em exercer suas aptidões, não conseguir

lidar com situações de stress comuns da vida e como também não conseguir

produzir no trabalho, atrapalhando sua comodidade, tendo prejuízo global em sua

vida.

Inúmeros neurologistas trazem a definição da neurologia do TDAH. Para

Arruda são:

[...] alterações genéticas vão determinar modificações na produção de neurotransmissores (substancia químicas responsáveis pela transmissão do impulso elétrico de uma célula nervosa para outra) em importantes áreas cerebrais responsáveis pela nossa capacidade de prestar atenção e “brecar”, inibir comportamentos indesejáveis. A disfunção dessas áreas vai provocar consequentemente, os sintomas principais do TDAH: dificuldade de atenção, hiperatividade e impulsividade. Os principais neurotransmissores envolvidos no TDAH são a dopamina, a noradrenalina e a seratonina. As numerosas evidências cientificas existentes mostram que o metilfenidato, principal medicamento utilizado no tratamento do TDAH, vai atuar nessas áreas cerebrais normatizando a ação dos neurotransmissores, fazendo o breque funcionar (ARRUDA, 2006, p.6).

O TDAH é justificado pela interferência que o mesmo causa no

desenvolvimento psíquico, na memória, na relação familiar, social e na autoestima

da pessoa. Já se tem várias comprovações das consequências causadas em

pessoas com TDHA como: problemas de aprendizagem que podem ser de

expressão oral, compreensão e interpretação de textos e matemática. Outras

questões a ser observadas, é o caso de repetência de pelo menos um ano escolar,

faltas repetitivas na aulas; abandono dos estudos e expulsão da escola. Outro fator

é o desenvolvimento emocional que se mostra mais lento do que nas pessoas que

não possuem o transtorno.

Geralmente o comportamento dessas pessoas é de desafio da autoridade

como hostilidade e birras. Pesquisas mostram que são vítimas mais frequentes de

traumatismo cranianos, intoxicações acidentais e internações em UTI, em

comparação com quem não tem esse transtorno. Outro detalhe que deve ser

comentada são os riscos que correm que são três vezes maiores de acidentes

domésticos, duas vezes mais de traumas, suturas e hospitalização. Existem relatos

também, de que um grande índice de pessoas com TDAH tem dificuldade de se

relacionar com outras pessoas. Nota-se um maior risco de gravidez e doenças

sexualmente transmissíveis antes dos dezoito anos. As pesquisas revelam um risco

maior em envolvimento em acidentes automobilísticos, incidência de multas por

excesso de velocidade e por não respeitar sinais de trânsito. Muitos autores afirmam

também um maior risco de uso, abuso e dependência de substâncias químicas.

Dentre todos os sintomas do TDAH, o considerado principal é a dificuldade de

atenção, presente em algum grau em todos os casos. Outro fator relevante para

detectar este transtorno e que ajuda a diferenciar o mesmo de outros, é que os

sintomas não podem ser controlados e ocorrem em qualquer contexto ou

companhia.

Embora seja considerado como principal, já observamos que a dificuldade de

atenção não é o único sintoma do TDAH, sintomas como hiperatividade e a

impulsividade também fazem parte deste transtorno, mas como são definidos estes

sintomas? Procuraremos fazer uma breve definição de cada um. Segundo Arruda

(2006), são elas: a) dificuldade de atenção, b) hiperatividade, c) impulsividade:

a) Dificuldade de Atenção: Pode-se definir atenção como o esforço de

focalização do pensamento em um estímulo específico. Nas várias fases da vida

pode se perceber a existência de atenção. No bebê através do seu olhar de suas

atitudes, no pré-escolar na sua capacidade para ouvir histórias com atenção e com o

passar o tempo vem os estudos o trabalho, ficando mais fácil detectar a falta de

atenção e quando a mesma se apresenta em maior grau provoca dificuldade

importante no aprendizado. É comum ouvir pais com filhos com o TDAH dizendo:

meu filho “sonha acordado”, “vive no mundo da lua”, “esquece recados”, “muda de

uma atividade incompleta para outra”, essa são apenas alguns exemplos de

citações.

b) Hiperatividade: é mais fácil de ser identificada, pois desde pequeno a

criança é agitada, fala excessivamente, em alto volume, possui inquietação corporal

excessiva e desnecessária sem um objetivo funcional. Sendo comuns frases para

identificá-las como: “tem bicho de carpinteiro no corpo”, “é elétrica, parece ligado nos

220”.

c) Impulsividade: muitas vezes este sintoma não é reconhecido pelos pais

com filhos que tem TDAH, embora façam colocações como: “é atirado”, “impaciente”,

“irritado”, “explosivo”, queixas essas, que se referem diretamente à impulsividade,

presente em todos que possuem o TDAH.

É importante que os profissionais da educação percebam isso e procurem

caminhos que venham favorecer o ensino aprendizagem de todos os seus alunos.

Outro profissional que aborda este assunto, é o médico psiquiatra e professor

da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Paulo Mattos que escreve várias

considerações a respeito do TDAH.

Segundo o autor, é preciso ficar atento ao fato de que nem todas as pessoas

que possuem TDAH são necessariamente iguais no seu comportamento, elas

podem apresentar os mesmos sintomas, mas a sua expressão vai depender de

quem é o indivíduo que tem esse transtorno.

Ele explica que existem três tipos de TDAH: a forma predominante desatenta,

sendo que esta é a forma mais comum, a forma predominantemente hiperativo-

impulsiva, sendo esta a forma mais rara e a forma combinada, que acontece quando

existem sintomas tanto da primeira como da segunda. Por serem causadoras de

maiores problemas tanto para o indivíduo como para as demais pessoas, esta é a

forma em que se procura ajuda médica.

Mattos (2004) alerta que para se concluir o diagnóstico se faz necessário

observar os seguintes itens:

1) Estão presentes antes dos sete a doze anos;

2) Os problemas devem ocorrer pelo menos em dois ambientes diferentes (ex:

escola, e casa),

3) Os sintomas devem atrapalhar o sujeito na escola, na profissão ou não

relacionamento com os outros;

4) Outros sintomas como ansiedade, ou depressão ou outro sintomas parecidos não

sejam a explicação para o problema.

A importância em se fazer estas observações e de não se tirar conclusões

precipitadas, rotulando a pessoa de algo que não possui.

As crianças com TDAH apresentam muitas vezes na escola lentidão em

concluir suas atividades, muitas vezes, por estarem sempre desligadas, cometem

vários erros por falta de atenção, não tem o costume de prestar atenção em

detalhes, atrapalhando seu desempenho na realização das atividades. A

impulsividade também é um fator que atrapalha, pois os mesmos acabam

resolvendo suas atividades sem ao menos ler até o final as mesmas.

Quando o aluno é apenas desatento, o diagnóstico demora em acontecer,

devido o mesmo apresentar uma hiperatividade mínima ou totalmente ausente, não

perturbando na sala de aula, no entanto, ele não consegue o mesmo rendimento

dos demais alunos e quanto mais complexo for o conteúdo mais isso se torna

evidente.

Mattos (2004) define o TDAH como um transtorno psiquiátrico ou

neuropsiquiátrico, justificando os problemas emocionais comuns em conjunto com

este transtorno.

As crianças portadoras de TDAH apresentam mais problemas psicológicos que as crianças que possuem apenas dificuldades escolares (por outras razões), mas que não tem TDAH. Baixa auto-estima, oscilações grandes de humor, sensação de fracasso e instabilidade nas relações com os demais colegas são as queixas mais frequentes. As crianças e os adolescentes com TDAH tendem a ser mais rejeitados pelos colegas. (MATTOS, 2004, p.35)

Além dos problemas de comportamentos podem existir outras dificuldades

nos alunos com TDAH, que provocam o aumento nos seus problemas na escola,

como a dificuldades com a leitura, matemática, escrita e linguagem. Essas são

dificuldades que acontecem na população em geral, no entanto associado com o

quadro de TDAH são mais frequentes.

Não são poucas as descobertas científicas que mostram que a causa para o

TDAH não é apenas um, mas o que mais se destaca é a de que existe uma

participação genética. Mattos afirma que:

Quem examina uma criança com TDAH frequentemente reconhece a existência do mesmo transtorno, ou pelo menos alguns dos sintomas dele, no pai ou na mãe. Muito frequentemente, quando elas são entrevistadas na presença dos pais, já identificamos alguns sinais neles próprios (em geral inquietude na cadeira, movimentação das mãos e dos pés, impulsividade para responder as perguntas antes de ouví-las por completo, pegar coisas com as mãos e manipular o tempo todo, etc.). (MATTOS, 2004, p.41).

A questão de que uma das causas do TDAH é a genética vem sido discutida

por vários estudiosos do assunto, no entanto esta afirmação é feita apenas através

de observações, não existe nenhum exame médico que possa comprovar essa

afirmação.

REFERÊNCIAS.

ARRUDA, Marco Antonio.Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)uma Conversa com os Pais – Instituto Glia – Cognição & Desenvolvimento – Ribeirão Preto – 2006. MATTOS, Paulo. No mundo da Lua:Perguntas e respostas sobre o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos, 4º ed. – São Paulo: Lemos Editorial, 2004.

Análise do filme Procurando Nemo. Dory e o TDAH.

Roteiro para análise do filme: Procurando Nemo.

Informações Técnicas:

Título Original: Finding Nemo.

Produção: Graham Walters.

Fotografia: Graham Walters.

Trilha sonora: Thomas Newman.

País de Origem: EUA

Classificação: Livre.

Gênero: Animação Infantil

Duração: 100 minutos.

Ano de Lançamento:.2003

Direção Andrew Stanton; Lee Unkrich

Roteiro: Andrew Stanton, Bob Peterson, David Reynolds.

Objetivo: Identificar e analisar o comportamento dos personagens do filme que

apresentam o TDAH.

Procurando Nemo é um filme que podemos contextualizar dentro de uma

perspectiva de inclusão social de sujeitos com necessidades especiais, mostrando

que vários personagens deste filme têm algum tipo de deficiência, inclusive o Nemo.

O inicio do filme se passa na Grande Barreira de Coral, onde os pais de

Nemo, Marlin e Coral um casal de peixe-palhaço, observam com muito amor sua

ninhada e planejam o futuro de seus filhotes. Marlin vai dormir enquanto isso um

predador ataca a ninhada matando a mãe que tenta defender seus bebês, e quase

toda ninhada, sobrando apenas Nemo.

Marlin, diante da tragédia torna-se um pai que superprotege seu filho Nemo,

que nasceu com deficiência em uma de suas nadadeiras e além disso apresenta

um comportamento agitado, destemido e impulsivo (características típicas de

TDAH), deixando seu pai o tempo todo em estado de alerta.

Quando Nemo vai para a escola em sua primeira aula, não consegue

obedecer aos limites impostos pelo professor ( outro sintoma do TDAH), e sai

nadando ultrapassando os limites de segurança dos recifes e corais, deixando seu

pai desesperado, que grita para que Nemo volte, mas em demonstração de rebeldia

(ato de impulsividade = TDAH) ele se afasta ainda mais sendo capturado por um

mergulhador.

O pai de Nemo tenta ir até o filho, mas o perde de vista e encontra Dory, uma

peixinha que sofre de “perda de memória recente”, é outra típica TDAH, desatenta,

distraída, esquecida, sonhadora, agitadíssima. É ela que encoraja Marlin, para que

continue a nadar a procura de seu filho, que foi aprisionado e se encontra no

aquário de um dentista e faz novos amigos.

Marlin e Dory vivem diversas aventuras à procura de Nemo, uma delas é o

encontro com três tubarões, sendo que um deles Chum, é imperativo e tenta

controlar sua vontade de comer os peixes.

Numa discussão com Dory, Marlin pede para que ela siga seu próprio

caminho, no entanto ela pede para que ele não a deixe sozinha, que ele foi a única

pessoa que conseguiu ficar por tanto tempo com ela (típico do TDAH: algo muito

comum entre os que sofrem deste transtorno é o constante medo da rejeição e baixo

estima).

O filme termina com o encontro entre pai e filho, após vencerem vários

obstáculos com ajuda de Dory.

O filme “Procurando Nemo”, embora seja um filme de animação infantil é

muito interessante e pode ser observado o comportamento de alguns personagens

que apresentam características de TDAH, favorecendo o debate entre os

participantes deste curso sobre o tema que nos propusemos estudar.

4º ENCONTRO:

Temática: Como são os diagnósticos do TDAH?

ATIVIDADE:

Apresentação e análise de uma tabela com o número

de alunos diagnosticados com TDAH no Núcleo

Regional de Umuarama.

Leitura e debate sobre o diagnóstico do TDAH.

OBJETIVOS:

Levar o grupo a refletir sobre o elevado número de

alunos com este diagnóstico.

Mostrar ao grupo sobre como é feito este diagnóstico

e os cuidados necessários para não cometer erros

que poderão prejudicar nossos alunos.

RECURSOS:

Data show.

Tabela de levantamento de alunos diagnosticados

com o TDAH.

CONTEÚDOS: Diagnóstico do individuo com TDAH.

DESENVOLVIMENTO:

Será apresentado para os participantes uma tabela

que traz o levantamento de alunos com TDAH no

Núcleo Regional de Umuarama, procurando junto

com os mesmos refletir sobre os fatores que levam a

um número elevado de alunos avaliados com este

transtorno. Em seguida será feito uma leitura do texto

de Moysés e Collares, sobre este diagnóstico em

pequenos grupos, com a preocupação de se fazer

uma análise sobre as colocações das autoras e até

que o ponto o grupo concorda ou discorda das

mesmas. Na sequência será aberto um plenário onde

todos deverão relatar suas conclusões.

AVALIAÇÃO: Será feita através da participação e interesse

demonstrado por cada participante.

TEMA IV

COMO SÃO OS DIAGNÓSTICOS DO TDAH?

Resenha:

Moysés, Maria Aparecida Affonso; Collares, Cecília Azevedo Lima. O lado escuro da dislexia e do TDAH. (orgs.). FACCI, Marilda Gonçalves Dias; MEIRA, Marisa Eugênia Melillo; TULESKI Silvana Calvo Exclusão dos Incluídos: Uma crítica da psicologia da educação à patologização e medicalização dos processos Educativos Eduem – Maringá – 2011.

Nesta obra Moysés e Collares (2011) procuram deixar bem claro que

acreditam na existência da diferença no trato da linguagem escrita pelas pessoas, e

que algumas tem muita facilidade e outras dificuldades extremadas, mas

questionam a transformação dessas dificuldades em uma doença neurológica que

de acordo com as autoras nunca se conseguiu comprovação.

As autoras explicam que a sociedade formula padrões e normas a serem

obedecidas, e aqueles que saem fora são tidos como problemáticos, necessitando

de um diagnóstico para se saber a causa, transformando questões coletivas, de

ordem social e política em questões individuais e biológicas.

Em se tratando de um problema biológico, compete à medicina resolver

através de medicamentos, Moysés e Collares (2011, p.136), deixam isso bem claro a

escreverem: “A medicina afirma que os graves e crônicos problemas do sistema

educacional seriam decorrentes de doenças que ela, medicina seria capaz de

resolver; cria, assim, a demanda por seus serviços, ampliando a medicalização”.

Afirmam ainda, que a maioria de discursos sobre medicalização tem como tema à

dislexia e o TDAH.

Segundo as autoras, as hipóteses de que as doenças neurológicas

comprometem a aprendizagem e o comportamento vem acontecendo a mais de um

século, no entanto até os dias de hoje não conseguiram serem comprovadas.

Inúmeras pesquisas no decorrer desses anos foram realizadas e mesmo

sem uma resposta concreta e de experiências que são feitas com pequenos grupos,

os neurologistas afirmam que o uso de anfetaminas pode resolver os problemas de

comportamentos e aprendizagem das crianças. As autoras criticam o fato de que os

estudos são feitos por um número pequeno de sujeitos estudados e que para

realmente chegar a uma conclusão sobre algo desconhecido é preciso uma

amostragem maior, bem definida feita com rigores estatísticos.

As autoras esclarecem que quando nos referimos a problema de

aprendizagem e comportamento a associação ao TDAH é praticamente inevitável, é

importante se colocar que esse transtorno já teve outras nominações, acredita-se

pela falta de um diagnóstico preciso que pudesse ser comprovado, foram feito

alterações em sua nomenclatura e na forma de diagnosticar.

Atualmente o diagnóstico é feito através de entrevistas com pacientes,

familiares e professores que relatam os sintomas que passa pela interpretação de

um especialista. Para se chegar ao diagnóstico são respondidas 18 questões

conhecido por SNAP IV, ficando apenas a cargo do especialista o resultado do

mesmo.

Moysés e Collares (2011) colocam que o diagnóstico para o TDAH é realizado

levando em consideração cinco critérios: A, B, C. D e E, sendo que:

O critério A (Snap IV), por sua vez, é composto de 18 perguntas; as

nove primeiras se referem à desatenção e as seguintes, à

hiperatividade e impulsividade. Respondendo afirmativamente a seis

itens em um subgrupo, está feito, respectivamente, o diagnóstico de

predominância de déficit de atenção ou de hiperatividade no TDAH

que, na verdade, já fora definido quando os pais foram convencidos

de que a criança tinha problema. Bem quais são as 18 perguntas,

afinal? (MOYSÉS E COLLARES, 2011, p.144).

1- Não consegue prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou tarefas. 2-Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades de lazer. 3- Parece não estar ouvindo quando se fala diretamente com ele. 4-Não segue instruções até o fim e não termina deveres da escola, tarefas ou obrigações. 5-Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades. 6-Evita, não gosta ou se envolve contra vontade em tarefas que exigem esforço mental. 7-Perde coisas necessárias para atividades (p. ex.: brinquedos, deveres da escola, lápis ou livros). 8-Distrai-se com estímulos externos.

9-É esquecido em atividades do dia adia. 10- Mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira. 11-Sai do lugar na sala de aula ou em outras situações em que se espera que fique sentado. 12-Corre de um lado para outro ou sobe demais nas coisas em situações em que isso é inapropriado. 13-Tem dificuldade em brincar ou envolver-se em atividades de lazer, de forma calma. 14-Não para ou frequentemente está a “mil por hora”. 15-Fala em excesso. 16-Responde às perguntas de forma precipitada antes de elas terem sido terminadas. 17-Tem dificuldades de esperar sua vez. 18-Interrompe os outros ou se interrompe (mete-se nas conversas / jogos) (MOYSÉS E COLLARES, 2011, p.145).

Elas levantam a questão de que se formos analisar estes critérios, quantos de

nós não estaríamos enquadrados nesse diagnóstico. No entanto é importante

colocar que o critério A não deve ser avaliado separadamente, ele deve estar em

conjunto com os demais critérios que são:

B) Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos sete anos de idade; C) Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos dois contextos diferentes (por ex: na escola, no trabalho, na vida social e em casa); D) Há problemas evidentes na vida escolar, social o familiar por conta dos sintomas; E) Se existe outro problema (tal como depressão, deficiência mental. Psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele (MOYSÉS E COLLARES, 2011, p.146)

As autoras deixam claro que não concordam com o uso desses critérios para

se ter o diagnostico do TDAH quando fazem a seguinte afirmação:

Critérios estranhos para que se pretenda serem objetivos, suficientes para diagnosticar uma doença neurológica: no critério B, quantos comportamentos devem estar presentes, no mínimo? Os critérios C e o D são exatamente iguais, além de que chama atenção que uma doença neurológica possa não se manifestar em todo e qualquer contexto, mas só em dois. Como os pais de uma criança que procuram essa saída podem não se influenciar por questões com essas? Afinal, se procuraram ajuda (provavelmente porque induzidos a isso), é lógico que acham que seu filho tem problemas de relacionamento. Em relação ao critério E. (MOYSÉS E COLLARES, 2011, p.145)

É importante afirmar que seguindo o raciocínio das autoras o diagnóstico

realizado para diagnosticar o TDAH é muito frágil e se levanta a questão a quem

interessa manter um número tão elevado de crianças que cada vez mais vem sendo

diagnosticada com esse transtorno? Após várias pesquisas se percebe que a

indústria farmacêutica é uma das que tem recebido grandes vantagens com isso

devido o crescente números de caixas de remédios que são vendidas para esse fim.

LEVANTAMENTO DE ALUNO COM TDAH DE UMUARAMA - 2013.

MUNICÍPIO INSTITUIÇÃO Nº DE

ALUNOS COM TDAH

ALTO PARAÍSO C. E. VILA ALTA

ALTO PIQURI E.M. PAULISTÂNEA 0

ALTO PIQURI E.M. SIBIRINO 8

ALTO PIQURI E. M. PARIGOT DE SOUZA 0

ALTO PIQURI CEEBJA 5

ALTO PIQURI E. E. DO CAMPO DUQUE DE CAXIAS 0

ALTO PIQURI E. E. DO CAMPO PROF. JUCUNDINO FURTADO

0

ALTO PIQURI C. E. PAPA JOÃO XXII

ALTO PIQURI E. E. MANUEL BANDEIRA 0

ALTO PIQURI E.E. DO CAMPO VINÍCIUS DE MORAES 0

ALTÔNIA E. M. RUBENS TESSARO 4

ALTÔNIA E. M. GOV. JAYME C. JÚNIOR 0

ALTÔNIA E. E. ANÁLIA FRANCO 3

ALTÔNIA C. E. LÚCIA ALVES DE OLIVEIRA SCHOFFEN

10

ALTÔNIA E. E. DO CAMPO OURO VERDE 2

ALTÔNIA E. E. SÃO JOÃO 3

CAFEZAL E. M. SOUZA NAVES 1

CAFEZAL E. E. DO CAMPO DE GUAIPORÃ 4

CAFEZAL C. E TIRADENTES 0

CRUZEIRO DO OESTE E. M. EMILIANO PERNETA 2

CRUZEIRO DO OESTE E. M. TASSO DA SILVEIRA 0

CRUZEIRO DO OESTE E. M. NÍSIA FLORESTA 0

CRUZEIRO DO OESTE C. E. ALMIRANTE TAMANDARÉ 2

CRUZEIRO DO OESTE C. E. ANCHIETA 0

CRUZEIRO DO OESTE C. E. CRUZEIRO DO OESTE 2

DOURADINA E. M. AMARAL FONTOURA 0

DOURADINA C. E. DOURADINA 0

ESPERANÇA NOVA E. M. DRUMOND DE ANDRADE 10

FRANCISCO ALVES E. M. IRMÃ DULCE 1

FRANCISCO ALVES E. E. VICENTE TOMAZINI 1

ICARAÍMA E. M. JÚLIO LEVINO 4

ICARAÍMA C.E. DES. ANTÔNIO F. F. DA COSTA 0

IPORÃ E. M. DE ICARAÍMA 0

IPORÃ E. M. GENI APARECIDA GIORDANO 14

IPORÃ E. E. DR. ANTENOR PÂMPHILO DOS 5

SANTOS

IPORÃ C. E. DE IPORÃ 2

IVATÉ E. M. DELAZIR PINEZI 0

IVATÉ E. M. HERCULÂNDIA 3

MARIA HELENA E. M. WALTER BERGMAN 1

MARIA HELENA C. E. PROF. LEONÍDIA PACHECO 1

NOVA OLÍMPIA E. M. NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS 0

NOVA OLÍMPIA C. E. DUQUE DE CAXIAS 1

PEROBAL E. M. MARIA RODRIGUES TRAVAGLIA 6

PEROBAL C. E. ANA NERI 1

PÉROLA E. M. PEROBAL 0

PÉROLA C. E. NESTOR VICTOR 0

S. JORGE DO PATROCÍNIO E. M. PROF. WALDEMAR BIACA 2

S. JORGE DO PATROCÍNIO C.E. MINISTRO PETRÔNIO PORTELA 0

TAPIRA E. M. ARMINDA R. SOUZA 0

TAPIRA C. E. PRES. CASTELO BRANCO 6

TAPIRA C.E. SÃO JOSÉ 1

TAPIRA C. E. CAMPOS SALES 4

UMUARAMA E. M. JOÃO BATISTA DE MELO 2

UMUARAMA E. M. CAMPOS SALLES

UMUARAMA E. M. SEBASTIÃO DE MATOS 5

UMUARAMA E. M. SERRA DOS DOURADOS 0

UMUARAMA E. M. SÃO FRANCISCO DE ASSIS 0

UMUARAMA E. M. ÂNGELO MOREIRA DA FONSECA 0

UMUARAMA E. M. EVANGÉLICA 2

UMUARAMA E. M. OURO BRANCO 0

UMUARAMA E. M. SENADOR SOUZA NAVES 3

UMUARAMA E. M. JARDIM BIRIGUI 1

UMUARAMA E. M. CARLOS GOMES 0

UMUARAMA E. M. TEMPO INTEGRAL 0

UMUARAMA E. M. PIO XII 3

UMUARAMA E. M. PADRE JOSÉ DE ANCHIETA 0

UMUARAMA E. M. VINÍCIUS DE MORAES 0

UMUARAMA E. M. SÃO CRISTOVÃO 0

UMUARAMA E. M. DR. GERMANO 0

UMUARAMA E. M. MALBA TAHAN 0

UMUARAMA E. M. SOUZA NAVES 3

UMUARAMA CEEBJA 2

UMUARAMA C. E. PROF. HILDA T. KAMAL 6

UMUARAMA E. E. INDIRA GANDHI 9

UMUARAMA C.E. PQ. JABUTICABEIRA 2

UMUARAMA C. E. VER. JOSÉ BALAN 0

UMUARAMA C. E. PE. MANUEL DA NÓBREGA 1

UMUARAMA C. E. MONTEIRO LOBATO 8

UMUARAMA C. E. PROF. PAULO A.TOMAZINHO 3

UMUARAMA C. E. PEDRO II 6

UMUARAMA C. E. PRINCESA IZABEL 6

UMUARAMA C. E. TIRADENTES 0

UMUARAMA C. E. DRA. ZILDA ARNS 1

UMUARAMA C. E. LOVAT 0

UMUARAMA E. E. DO CAMPO CASA BRANCA 0

XAMBRÊ E. E. DO CAMPO CASA BRANCA 0

XAMBRÊ C. E. PAULO XI 5

NÚMERO TOTAL DE ALUNOS DIAGNOSTICADO COM TDAH.

Escolas Municipais = 74 Escolas Estaduais = 100

5º ENCONTRO:

Temática: Como é feito o tratamento do TDAH.

ATIVIDADE: Leitura e discussão de um texto que aborda a questão

de como é feito o tratamento do TDAH

OBJETIVOS:

Entender as possibilidades de tratamento deste

transtorno.

Perceber que existem opiniões diversificadas a este

respeito.

RECURSOS:

Data show.

Slides

Texto impresso

CONTEÚDOS: Tratamento do TDAH.

DESENVOLVIMENTO:

Após explanação através de slides sobre o tema,

procurando colocar a diversidade de opiniões sobre o

assunto, será feito a leitura e debate de um texto que

fala sobre o assunto baseando em opiniões de alguns

estudiosos sobre o mesmo, procurando opinar que está

mais próximo da nossa realidade como professores.

AVALIAÇÃO: Será feita com base na participação de cada elemento

do grupo.

TEMA V

TRATAMENTO DO TDAH

Mattos ao se referir ao tratamento do TDAH, fala da importância da

medicação, desde que seja receitada por profissionais capacitados e competentes.

No entanto, admite a importância de tratamentos com técnicas psicológicas que

podem colaborar para aqueles que possuem esse transtorno, deixando bem claro

que estes profissionais precisam conhecer muito bem o TDAH.

Para o tratamento das pessoas que tem este transtorno, mais uma vez,

aparece a importância de um acompanhamento com vários profissionais e de forma

diversificada, como é citado por Feltes e Prischula:

Para o tratamento de TDAH é necessário um manejo completo, multifatorial e interdisciplinar, em que deve ser avaliado cada fator específico envolvido no caso: sintomas predominantes, nível de desenvolvimento, sexo, idade, ambiente familiar, ambiente escolar, nível social. Não há uma única abordagem terapêutica que seja

comum a todos os casos (FELTES e PRICHULA, 2010, p.122).

É preciso que todos os que estão envolvidos com estas pessoas estejam

atentos e contribuam com o seu tratamento.

Embora em seu trabalho Feltes e Prichula admitam que o TDAH esteja

presente nas escolas, elas fazem o seguinte alerta:

Sabemos que o TDAH é uma das grandes dificuldades enfrentadas pelos professores nas escolas, por ser ainda um tema novo, não tendo a escola muitas informações sobre o que realmente seja TDAH, leva as escolas a cometer sérios erros, hoje na maioria das vezes falam que a criança é hiperativa e na verdade ela só é imatura ou ansiada em ter algo novo e diferente na escola, ela na realidade precisa é gastar energia (FELTES e PRICHULA, 2010, p.133).

É necessário um comprometimento não somente da escola mais também de

órgãos competentes que facilitam um trabalho multiprofissional, favorecendo o

diagnóstico correto destes alunos. Segundo as autoras é recomendável no mínimo

seis meses de observação contínua, para que não haja erros quanto aos métodos

de lidar com estas crianças com TDAH, impedindo que as mesmas sejam rotuladas

por falta de informações dos docentes e de profissionais que ajudem no diagnóstico

e na intervenção quanto as dificuldades de aprendizagem.

Eidt (2004), em seu trabalho alerta para o diagnóstico que se tem dado para o

TDAH, de acordo com os resultados alcançados com a medicação, se o

comportamento da criança medicalizada corresponde aos resultados esperado

conclui-se que ela apresenta o transtorno. Segundo ela, isso ocorre devido ao

avanço da farmacologia e da divulgação que o medicamento consegue resultados

rápidos e eficiente. Fatalmente o diagnóstico diferenciado não acontece,

favorecendo a rotulação, a medicação e os fracassos das crianças como justificativa

de um suposto distúrbio.

Não é possível esquecer que algumas doenças não são reflexos de apenas

aspectos biológicos, que na sociedade também existem reflexos das relações

sociais que não podem ser desprezados para não acontecer o erro ao se

diagnosticar. A psicologia deve considerar que homem e sociedade estão

ligados,“[...] comportamentos desatentos e hiperativos são também resultantes das

contradições estabelecidas internamente pela sociedade neoliberal”(EIDT, 2004

p.34)

O TDAH para ser entendido numa perspectiva histórico cultural, precisa ver a

concepção de homem de forma hegemônica e como acontece as relações de

produção no atual estágio capitalista, que é responsável pelas delimitações de

conceitos e explicações que são aceitos e divulgados identificando

consequentemente o indivíduo como portador de TDAH.

A teoria Histórica Cultural acredita que a transmissão do conhecimento deve

acontecer considerando a produção histórica dos mesmos, e só dessa forma que

realmente ocorrerá a aprendizagem. Essa teoria está sendo pouco estudada nas

escolas, o que contribui para que muitos professores duvidem da capacidade de

aprendizagem de seus alunos, justificando muitas vezes, casos de desatenção,

hiperatividade e indisciplina nas escolas. Segundo Eidt isso pode explicar os

inúmeros artigos que são escritos na década de 1970, sobre DTAH:

É interessante notar que na década de 1970 houve tanta a difusão do ideário escolanovista como o aumento expressivo do número de artigos sobre TDAH. Possivelmente não se trata apenas de uma coincidência. Sugere-se que pesquisas sejam desenvolvidas, procurando aprofundar a discussão sobre a relação entre os fatos (EIDT, 2004, p.43).

Dessa forma, é preciso analisar com cuidado especial os acontecimentos

diante dos fatores sócio econômicos num determinado momento histórico da

sociedade, pois os mesmos podem trazer conclusões mais corretas em relação a um

determinado fato que ocorre em um determinado momento histórico trazendo

aumento ou diminuição de índices.

Ao analisar um transtorno mental ou um comportamento diferente não se

pode ver apenas o aspecto biológico achando isso natural, é necessário que

questões sociais sejam associadas, pois o comportamento do homem difere de

acordo com o período histórico vivido por ele, ficando a cargo da sociedade julgar se

são adequados ou não para época que se está vivendo.

Analisando este conceito é que Eidt, faz a crítica quanto ao encaminhamento

de alunos com TDAH ao psicólogo, explicando que os mesmos não consideram o

motivo que a criança foi encaminhada, quais são as queixas que fizeram estas

chegarem ao seu consultório, eles acabam ficando focados apenas na criança.

Outra mudança que se faz necessária defendida pela autora, é a atribuição

que se dá ao fracasso escolar culpando a criança, deslocando as questões sociais

para o âmbito individual.

Essa idéia reforça que é necessário analisar o momento histórico em que está

inserida a pessoa que possui o transtorno, como destaca Eidt:

Em se tratando do TDAH, objeto de estudo do presente trabalho, destaca-se a importância de analisar a influência da ideologia neoliberal em relação à subjetividade humana, datando as manifestações comportamentais da atualidade como expressões de um período histórico determinado (EIDT, 2004, p.53).

Na realidade a ideologia vivenciada em cada momento histórico determina o

comportamento da sociedade, necessitando, portanto de que a mesma seja

analisada para se concluir qualquer tipo de comportamento.

REFERÊNCIAS.

EIDT, Nadia Mara. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: Diagnóstico ou Rotulação? Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Centro de Ciências da Vida PUC – Campinas como parte dos requisitos para obtenção de título de mestre em Psicologia Escolar. Campinas – SP, 2004.

FELTES Adriana Maria PRICHULA Leila Maria A escola e o professor perante o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (orgs)TIBURSKY, Alessandra; FINK, Rosane de F. Ferrari, CANAN Silvia R.. Psicopedagogia em Debate - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões Frederico RS: URI/FW, 2010. – (Série Pesquisa em Ciências Humanas). Disponível em: <http://www.fw.uri.br/site/publicacoes/Publicações arquivos / 120.pdf>. Acesso em 14 mai. 2013.

6º ENCONTRO:

Temática: A medicalização como tratamento do TDAH.

ATIVIDADE:

Vídeo com uma entrevista de Maria Aparecida de

Affonso Moysés.

Leitura e debate do texto que fala sobre a Ritalina

com a opinião de Moysés.

OBJETIVOS:

Entender os cuidados que precisam ser feitos no uso

deste medicamento.

Analisar até que ponto a autora do texto está correta

quando se coloca contra a medicalização.

RECURSOS:

Data show.

Vídeo.

Texto impresso.

CONTEÚDOS: Medicalização para o TDAH.

DESENVOLVIMENTO:

Exibição do vídeo que mostra o que pensa a Pediatra

Moysés a respeito da medicalização para o TDAH.

Em seguida será feitos pequenos grupos que

deverão ler um texto sobre o tema que traz o

questionamento e opinião da Pediatra acima citada

levantando suas opiniões a respeito do mesmo,

finalizando com o grande grupo debatendo o tema

procurando chegar a uma conclusão sobre o assunto

levantado.

AVALIAÇÃO: Observação da integração de todos e participação

através de suas opiniões.

TEMA VI

A MEDICALIZAÇÃO COMO TRATAMENTO DO TDAH.

Resenha:

CARDENAL, Isabel. A ritalina e os riscos de um “genocídio do futuro”. Portal

Unicamp – Campinas – 2013. Disponível em:

<http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2013/08/05/ritalina-e-os-riscos-de-um-

genocidio-do-futuro>.

No texto a autora explica que a ritalina, da família das anfetaminas, que é

prescrita para pessoas que são portadoras do TDAH, vem cada vez sendo alvo de

discussões sobre seu uso. Alguns defendem este medicamento como sendo a

grande salvação pra quem tem esse transtorno, outros a consideram como uma

droga severa. Este medicamento tem como indicação a melhora da concentração,

diminuição do cansaço e conseguir com que o indivíduo retenha mais informações

em um tempo menor.

Ela é considerada como uma droga que pode trazer dependência química por

ter a mesma ação que a cocaína. O questionamento maior é que esse medicamento

vem sendo indicado para crianças sem uma devida rigorosidade no diagnóstico.

Em uma entrevista concedida ao Portal Unicamp a pediatra e professora

Maria Aparecida de Affonso Moysés, afirma sua grande preocupação com o uso

descontrolado dessa droga em nosso país, ela levanta a questão de estarmos

sujeitos a exterminação do futuro. E que o mais importante é a orientação familiar.

Quando o Portal lhe perguntou sobre o que ocasionou a falta da distribuição

desse medicamento no mercado brasileiro, ela respondeu que não sabia a causa,

mas que isso teve um impacto muito forte nas famílias, deixando-as muito

preocupadas com o fato de seus filhos não conseguirem o medicamento,

demonstrando que o fato de não se ter o medicamento era mais complicado que o

uso do mesmo. Afirmou ainda acreditar que a falta do mesmo foi uma estratégia do

mercado, que costuma tirar um produto do mercado por certo tempo e depois voltar

a oferecer com preços mais elevados.

A doutora explica que a ritalina, tem como substância o metilfenidato que

estimula o sistema nervoso, aumentando a concentração de dopaminas que é um

neurotransmissor que da o sentimento de prazer nas sinapses, mas não em nível

fisiológico. Segundo ela, o metilfenidato consegue aumentar por muito mais tempo a

dopamina do que os próprios prazeres da vida, que não conseguem competir com

esse medicamento, que transmite prazer e acalma. o classificado como um

mecanismo de dependência química, tal como a cocaína.

Moysés explica ainda, que a ritalina é indicada para pessoas com TDAH, no

entanto ela não indica, pois quando se avalia o custo beneficio, se percebe como é

complicado o uso desse medicamento devido suas reações para se conseguir a

melhora de comportamento de uma criança.

Os sintomas segundo a doutora pode ser observado em qualquer livro de

farmacologia e dentre eles estão a crise de abstinência se a criança já desenvolveu

dependência química , apresentar surtos de insônia , sonolência, piora na atenção e

cognição, surtos psicóticos, alucinações, podem ocorrer riscos de suicídios, cefaléia,

tontura e um efeito chamado de zombie like, fazendo com que a pessoa fique

quimicamente contida em si mesma. Isso são reações adversas, sinal de toxidade,

podendo também ocorrer alteração no sistema vascular com possibilidade de

hipertensão, taquicardia, arritmia e até parada cardíaca. No sistema gastrointestinal

causa boca seca, falta de apetite, dor no estômago, altera a secreção de hormônio

sexual e diminui a secreção do hormônio de crescimento. Ela afirma que analisando

a relação custo beneficio não vale a pena o uso desse medicamento.

A falta de comportamento das crianças está se tornando um problema social,

mas segundo a mesma a resolução não está no fato de se colocar um diagnóstico

de uma doença neurológica ou neuropsiquiátrica e utilizar um psicotrópico para uma

criança.

Segundo Moysés, foi feito uma pesquisa em 2011, onde foram levantadas

todas as publicações de 1980 a 2010, que falava sobre o tratamento do TDAH, num

equivalente de 10 (dez) provando a eficácia do metilfenidato, destes apenas 12

(doze) foram considerados publicações científicas e tinha registros que a orientação

familiar é mais eficaz do que o medicamento. Então é necessário que as famílias

sejam orientadas de como se deve lidar com essas crianças. Os dados dessa

pesquisa não trouxeram nada de concreto sobre o rendimento escolar e nada que

mostre a melhora do prognóstico em longo prazo. Outro fato que a doutora chama

atenção, é que não há nada que comprove que a criança que não for tratada pode

se tornar um dependente químico ou delinqüente, e que o diagnóstico de TDAH tem

um grande índice em crianças de forma discriminada. Prova disso é que de 5% a

10% de pessoas são diagnosticadas com um tipo de problema, a medicina tem que

assumir que isso é um problema social e não algo inato, neurológico ou muito

menos genético como é o caso do TDAH.

Quando o Portal da Unicamp questionou a doutora de quem está sendo

medicado, ela responde que são as crianças que estão sempre questionando, que

sonham, “viajam”. E afirma que o mundo só é transformado por pessoas que ousam

sonhar, questionam e lutam por um mundo diferente. E que os medicamentos estão

impedindo estas manifestações, repetindo a frase de um psiquiatra uruguaio, “a

gente corre o risco de estar fazendo um genocídio do futuro”. Que isso pode

provocar empecilhos para a construção de um futuro e um mundo diferentes.

Moysés se refere a França como um país com índice quase zero de

diagnóstico de TDAH, e isso se deve aos valores culturais desse povo. Segundo a

mesma isso não se deve por ser esse um país desenvolvido, pois aponta os EUA

como o primeiro grande consumidor de ritalina, seguido pelo Brasil, deixando claro

que isso realmente é por causa dos valores culturais de cada região geográfica.

Existem trabalhos que apontam diagnósticos de médicos que apontam mais o TDAH

em meninos, outros em meninas, isso acontece provavelmente por falta de

identificação. Alguns trabalhos apontam as crianças pobres com maior probabilidade

de receber esse diagnóstico.

Falamos em uma epidemia dos diagnósticos, o que não acontece na França,

por causa da formação dos médicos e de valores da sociedade.

Aqui no Brasil existe recentemente o Fórum sobre Medicalização da

Educação e da Sociedade, na qual Moysés e o Departamento de Pediatria da FCM-

Unicamp, são integrantes, contando com 40 (quarenta) entidades acadêmicas

profissionais e mais de 3.000 (três) mil pessoas físicas que estão procurando

divulgar as críticas literárias cientifica sobre esse tratamento e tentando encontrar

outras formas de atender as famílias e jovens que vivenciam e sofrem com esse

processo de medicalização.

7º ENCONTRO:

Temática: Possibilidades de intervenção pedagógica junto aos alunos com TDAH.

ATIVIDADE:

Debates em pequenos grupos para levantar

hipóteses de intervenção pedagógica que possam

contribuir com ensino aprendizagem dos alunos com

TDAH.

Slides sobre algumas sugestões de Paulo Mattos

sobre intervenção pedagógica para alunos com

TDAH.

Plenário para socialização das sugestões e

conclusão do tema apresentado.

OBJETIVOS:

Promover momento para que cada um dos

participantes sugiram intervenções pedagógicas que

possam facilitar o ensino aprendizagem do aluno com

TDAH.

Ouvir atentamente as opiniões de todos e ajudar os

integrantes do grupo a expressarem sem temor suas

ideias.

Possibilitar aos participantes, escolher dentre as

várias sugestões de intervenções pedagógicas, de

acordo com suas expectativas e práticas

pedagógicas, as que acreditam poderão ter êxito com

os alunos diagnosticados com TDAH.

RECURSOS:

Data show.

Slides.

Texto impresso.

CONTEÚDOS: Sugestões de intervenções pedagógicas para alunos

com TDAH.

DESENVOLVIMENTO:

Baseado nos encontros anteriores será feito

pequenos grupos que deverão sugerir algumas

possibilidades de intervenção junto aos alunos com

TDAH. Em seguida cada grupo deverá apresentar

suas sugestões que serão confrontas e analisadas

sua possível aplicação. Em seguida traremos através

de slides e de um texto com as sugestões de Paulo

Mattos contidas no seu Livro titilado “No mundo da

Lua”, tentando fazer comparações com as que o

grupo apresentou quais realmente são viáveis para

ser aplicadas nos dia a dia com nossos alunos com

TDAH.

AVALIAÇÃO:

Observação da participação de todos, verificando

suas contribuições com as sugestões sobre as

intervenções para facilitar o ensino aprendizagem

doas alunos diagnosticados com TDAH.

TEMA VII

ALGUMAS POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

JUNTO AO ALUNO COM TDAH.

Resenha:

MATTOS, Paulo. No mundo da Lua: Perguntas e respostas sobre o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos, 4º ed. – São Paulo: Lemos Editorial, 2004.

Mattos no livro intitulado “No mundo da Lua” refere-se ao tratamento do

TDAH, falando da importância da medicação, desde que seja receitada por

profissionais capacitados e competentes, no entanto admite a importância de

tratamentos com técnicas psicológicas que podem colaborar para aqueles que

possuem esse transtorno, deixando bem claro que estes profissionais precisam

conhecer muito bem O TDAH.

Ele diz que o TDAH muitas vezes tem como forma predominante a

desatenção, não raras vezes pessoas com esse transtorno acabam sendo rotuladas

como indolentes, preguiçosas, burras ou limitadas. Elas próprias percebem suas

dificuldades, pois sempre precisam de um tempo maior para terminar suas

atividades, aulas de apoio, precisam se esforçar muito mais e mesmo assim não

conseguem tirar notas boas, resultando em uma baixa-estima, desinteresse pelos

estudos e ansiedade.

Como já citado no tema III o aluno que possui o TDAH, apresentam alguns

sintomas como: a hiperatividade não deixa o aluno ficar por muito tempo sentado,

fazem barulho, não conseguem manter seus materiais organizados, falam o tempo

todo provocando irritação nos colegas e professores.

A impulsividade e a desatenção fazem com que as pessoas que tem esse

transtorno sejam precipitadas em suas avaliações, colocando seu ponto de vista

antes mesmos de analisar o fato por completo, acabando muitas vezes sendo

injustas, causando ressentimento das outras pessoas. Outro problema é a mudança

contínua de planos, sem avisar os envolvidos, mostrando com isso sua constante

insatisfação.

Outro fator bastante interessante que não pode deixar de ser observado, é

que algumas pessoas que tem esse transtorno são agressivas, podendo apresentar

ataques de raiva, hostilidade verbal, desobediências as regras escolares, são

implicantes, estando sempre envolvidas em discussões, provocando brigas, esse

quadro é classificado como Transtorno Desafiante de Oposição.

Outro Transtorno é o de Ansiedade, que por ser exagerada acaba por

interferir no seu desempenho escolar.

A depressão também pode acompanhar o TDAH e geralmente o aluno é

triste, muito quieto, se sente sempre culpado, chora com facilidade e não se envolve

em qualquer tarefa.

O Transtorno de Conduta, também deve ser observado, neste caso a pessoa

é geralmente cruel com animais, se apropria de coisas que não lhe pertence, é

mentirosa, destrói coisas que não são suas e demonstra interesse exagerado ou

precoce com sexo.

No entanto segundo Mattos (2004, p.105), “Frente a qualquer destes indícios,

é importante que tais comportamentos sejam avaliados por especialistas. É preciso

ter cautela para não se atribuir tudo ao TDAH, também!”

Na realidade, os alunos de hoje tem uma liberdade exagerada pelo próprio

convívio social e muitos deles têm comportamentos que se confundem com os que

têm TDAH precisando realmente que se analise cada caso pra não se chegar a

uma conclusão errada.

Embora com um número excessivo de alunos que temos na sala de aula, o

que aumenta a dificuldade de se trabalhar com alunos que tem TDAH, se faz

necessário que o, professor perceba que os mesmos tem suas limitações e que

realmente esteja interessado em ajudá-lo mesmo sabendo que não é uma tarefa

fácil.

De acordo com o autor o professor precisa estar atento para poder enxergar

que o os alunos com TDAH, não atende as regras não porque não querem, mas

porque não conseguem atendê-las. É preciso procurar formas de manter a atenção

destes alunos e mesmo assim o professor pode perceber que o aluno continua com

dificuldades na aprendizagem, é importante detectar se estes alunos não possuem

outro problema que esteja associado ao TDAH.

Segundo Mattos existem outras dificuldades de aprendizagem que podem

acompanhar o TDAH que são os Transtornos do Aprendizado, classificados em:

transtorno de leitura, transtorno da expressão escrita, transtorno da matemática.

Muitas crianças com TDAH e com transtornos de aprendizagem não sentem

prazer com os estudos porque tem consciência de suas dificuldades e não acreditam

que vão conseguir algum progresso significativo.

Na realidade o TDAH é bastante complicado e muitas vezes não entendido,

mas os alunos com este transtorno existem e estão nos bancos escolares e

necessitam de um olhar diferenciado, Mattos enumera várias sugestões para

trabalhar com estes alunos:

-Procurar como medida de avaliação sempre levar em consideração o esforço que o

aluno teve para fazer alguma coisa e não o resultado final.

- Elogiar sempre quando o aluno conseguir fazer algo de forma adequada, o que ele

tem de bom, seus progressos e mostrar que ele é capaz de melhorar se houver

esforço da parte dele.

- Elogiar quando ele conseguir você terminar uma conversa sem interromper no

meio em vez de criticá-lo por isso.

- Elogios são sempre melhores que criticas e castigos e acabam elevando a auto-

estima.

- Fazer um treinamento do aprender a parar, a olhar a ouvir e pensar antes de

responder. Podendo ser feito em situações do cotidiano de sala de aula, como fazer

o aluno a meditar sobre quais as conseqüências em fazermos uma coisa que

desejamos muito, se fizermos esta será que poderemos realizar outra que também

queríamos.

- Para falta de memória pedir sempre que o aluno leia em voz alta, que repita o que

leu nas partes mais importantes, resumir o que leu tanto em voz alta como por

escrito, fazer lembretes em cartões. Não esquecer que só é possível memorizar

coisas que tem algum vínculo com outra já conhecida. Então procure sempre

vincular aquilo que se está estudando com algo real da vida do aluno. Outro tipo de

vínculo que ajuda é o visual, sendo mais fácil decorar listas ou tabelas se cada uma

das coisas estiver vinculada a uma imagem ou desenho.

- Brincadeiras e exercícios de memorização das coisas do cotidiano ajudam muito

quando se exige memorização nos estudos.

-Procurar sempre se comunicar de forma clara com o aluno, sem explicações longas

e com muitos detalhes.

-O professor precisa ter a capacidade de modificar as suas estratégias de ensino,

procurando adequá-las ao estilo de aprendizagem e as necessidades do aluno.

Como cita Mattos (2004, p.96) “Se ele aprende matemática melhor com jogos, então

o professor ideal será aquele que consegue produzir uma variedade de jogos

matemáticos interessantes.”

- Tarefas longas fazem com que os alunos percam sua concentração, o ideal seria

dividí-las em pequenas etapas, que não exijam muito tempo, conseguindo maior

estímulo por parte dos alunos e o sucesso na realização das mesmas.

- É necessário que se estabeleça rotinas constantes e previsíveis, regras

claramente estabelecidas e procurar sempre colocar limites no comportamento do

aluno.

- Outro fator importante é que se ouça o aluno, veja suas sugestões para contribuir

com sua aprendizagem, fazendo que ele perceba positivamente a posição do

professor.

- O professor deve agir de forma que aos poucos o comportamento do aluno vá se

modificando, mais isso deve ocorrer gradativamente, procurando começar sempre

pelas mais prejudiciais.

- A exigência do cumprimento das regras e a flexibilização de comportamento devem

ser equilibradas. O indivíduo com TDAH tem que aprender a obedecer as regras,

mas também deve saber que as mesmas podem ser amenizadas dependendo do

momento, no entanto é preciso que isso seja explicado para ele.

- Procurar adaptações tanto de conteúdo como de metodologias que facilitam a

aprendizagem do aluno co TDAH é muito importante.

- Geralmente estes alunos não conseguem ficar parados por muito tempo uma

solução seria colocá-lo como ajudante do professor, permitindo sua movimentação

pela sala um pouco mais que o normal.

- Geralmente o aluno é punido por algo que está fora das normas, seria interessante

e muito importante sempre elogiar ou premiar quando o mesmo apresenta um

comportamento adequado.

- Quando se inicia algo novo a tendência sempre se procura partir do mais simples

para o mais complexo, no entanto é sempre importante lembrar que o que é mais

fácil para os outros alunos tidos como comum pode ser muito difícil para aquele que

tem TDHA.

- Quanto à avaliação é necessário que haja uma preocupação em adotar critérios

diversificados, procurando sempre observar os progressos do aluno.

- Outras dicas importantes ao trabalhar com estes alunos é sempre procurar colocá-

los longe de janelas, que façam trabalhos em pequenos grupos, a proximidade com

o professor é muito importante, procurar tanto quanto for possível incentivar a

participação deste aluno nas atividades.

Conforme Mattos os alunos com TDAH necessitam de um tratamento

diferenciado com o objetivo de aumentar suas chances de ser bem sucedidos, não

se frustrando e percebendo que são capazes de desenvolver as atividades que lhes

são atribuídas.

Não pretendemos afirmar que esta seja uma tarefa fácil e que provavelmente

muitas destas dicas não sejam possíveis de ser realizadas por muitos professores,

no entanto estes alunos estão em suas salas de aula e merecem uma atenção

especial.

Síntese de ações do professor para trabalhar alunos com TDAH.

Elogiar sempre o que o aluno consegue fazer adequadamente.

Elogios elevam a autoestima.

Treinar o aluno a parar, olhar.

Treinar o aluno a ouvir e pensar antes de responder.

Pedir para o aluno ler em voz alta e resumir o que leu, ajuda a memória.

Vincular sempre o que se está estudando com algo real da vida do aluno.

Utilizar imagens ou desenhos para favorecer a retenção na memória de listas e tabelas.

Brincadeiras e exercícios de memorização de coisas do cotidiano favorecem a aprendizagem.

Adequar suas estratégias de ensino para facilitar a aprendizagem do aluno.

As tarefas devem ser divididas em pequenas etapas para estimular o aluno.

Estabelecer regras claras, rotinas constantes e previsíveis e colocar limites no comportamento do aluno.

Ouvir as sugestões dos alunos.

O cumprimento de regras e flexibilização de comportamento devem ser equilibrados.

Adaptar conteúdos e metodologias.

Colocar como ajudante do professor alunos que não conseguem ficar parados por muito tempo.

Elogiar e premiar quando o aluno apresentar comportamento adequado.

Lembrar que o mais fácil para os outros alunos pode ser muito difícil para aquele que tem TDAH.

Utilizar critérios diversos de avaliação.

Na avaliação deve ser considerado o esforço do aluno, não o resultado final.

Procurar fazer trabalhos em grupos pequenos.

Trazer sempre o aluno para perto do professor.

Manter o aluno longe de janelas.

8º ENCONTRO:

Temática: É possível desenvolver um trabalho pedagógico com alunos

diagnosticados com TDAH, incluso no ensino regular com maiores possibilidades de

sucesso em sua aprendizagem?

ATIVIDADE:

Assistir ao filme “O Milagre de Anne Sullivan”.

Debate sobre as possibilidades mostradas no filme ao

se trabalhar com alunos com necessidades

educacionais especiais.

Responder novamente ao questionário do primeiro

encontro.

OBJETIVOS: Perceber as possibilidades de se realizar um trabalho

que tenha sucesso com alunos com necessidades

educacionais especiais.

RECURSOS: Data show.

Filme: O Milagre de Anne Sullivan.

CONTEÚDOS: Possibilidade de êxito ao trabalhar com alunos com

TDAH.

DESENVOLVIMENTO:

Iniciar o encontro relembrando os temas discutidos nos

encontros anteriores, procurando motivar o grupo para

o filme que será exibido, com a intenção de promover

um debate sobre as intervenções feito por Anne

Sullivan com sua aluna, tentando fazer a

contextualização do mesmo, analisando se na prática

do dia a dia do professor existem intervenções

possíveis de serem aplicadas com alunos com

necessidades especiais.

Em seguida será, aplicado novamente o questionário

do primeiro encontro com o objetivo de avaliar se

houve mudanças comportamentais diante das

temáticas apresentadas.

MENSAGEM: A Parábola do lápis

Esta mensagem mostra a importância de cada um e

todos são criados com o propósito de realizar grandes

obras.

AVALIAÇÃO: A avaliação será feita através da análise das respostas

do questionário.

TEMA VIII

É possível desenvolver um trabalho pedagógico com alunos diagnosticados

com TDAH, incluso no ensino regular com maiores possibilidades de sucesso

em sua aprendizagem?

Roteiro para análise do filme: O milagre de Anne Sullivan.

Informações Técnicas:

Título no Brasil: O Milagre de Anne Sullivan

Título Original: The Miracle Worker

País de Origem: EUA

Gênero: Drama

Tempo de Duração: 106 minutos.

Ano de Lançamento: 1962.

Direção Arthur Penn

Música: Composta por Laurence Rosenthal

Lançamento em DVD: 2001

Objetivo: Identificar o comportamento de Hellen antes e após a intervenção de Anne

Sillivan, e verificar como uma intervenção correta pode contribuir para o

desenvolvimento de uma pessoa.

Sinopse

O filme foi baseado no livro de Helen Keller, The History of my Life, que conta

sua história de vida, ela ficou surdo cega antes da aquisição da linguagem. Até por

volta de sete anos de idade não manifestava consciência sobre si, ou sobre as

pessoas e objetos à sua volta. Só a partir da intervenção pedagógica, proporcionada

pela professora Anne Sullivan, que teve uma infância muito triste, era cega quando

criança, por isso seus pais a abandonaram, junto com seu irmão deficiente físico, em

um orfanato de crianças especiais. Um lugar imundo e cruel que deixou lembranças

horríveis a ela, inclusive a morte do irmão. Por isso Anne encontra dificuldades em

passar o conhecimento das libras para Helen, pois teve que superar suas próprias

lembranças. Mesmo com dificuldades ela persiste na tarefa, e consegue se

aproximar de Helen, fazendo que a mesma comece a compreender o mundo das

palavras e por meio delas, o mundo das coisas e das ideias, protagonizando uma

das maiores histórias de vida e superação que já existiu.

Contribuições para o ensino

A história de Helen Keller permite refletir sobre o papel da linguagem para o

desenvolvimento da inteligência humana. De forma semelhante, o filme possibilita a

discussão acerca da mediação intencional e de seus efeitos na trajetória do

aprendiz.

O filme “Milagre de Anne Sullivan”, nos faz perceber como a intervenção de

forma correta pode favorecer o desenvolvimento do individuo e a importância da

persistência em casos que muitas vezes parecem que não haverá progresso. Por

ser um filme que relata uma história real, podemos ter esperanças no progresso de

muitos alunos que necessitam de atendimento educacional especial e que o sucesso

desse atendimento esta em grande parte por aqueles profissionais que vão ser os

mediadores que devem ter conhecimentos e acreditarem no seu trabalho.

Questões para análise:

1) Como se comportava Helen antes da chegada da professora à sua casa?

2) Quais foram as estratégias empregadas por Anne Sullivan, na tentativa de

educar Helen?

3) Qual a importância da linguagem na educação de Helen?

4) O que definiu a formação da consciência de Helen?

5) Conclua sua análise com uma avaliação do filme.

REFERÊNCIAS:

ARRUDA, Marco Antonio.Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)uma Conversa com os Pais – Instituto Glia – Cognição & Desenvolvimento – Ribeirão Preto – 2006.

MATTOS, Paulo. No mundo da Lua:Perguntas e respostas sobre o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos, 4º ed. – São Paulo: Lemos Editorial, 2004.

BRASIL. Emenda LDB - ENTEC / SEESP. Parecer CNE / CEB nº 17-2001, de 03/07/2001- Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Disponível em: <http://www.dislexia.org.br/index.php?>..2001. Acesso em 17 abr. 2013.

______, Educação inclusiva v.1: A fundamentação filosófica/ coordenação geral SEESP/MEC, organização Maria Salete Fabio Aranha – Brasilia: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2004. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/fundamentacaofilosofica.pdf>. Acesso em 25 abr. 2013.

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Unkrich Título Original: Finding Nemo.Fotografia: Graham Walters. Trilha sonora:

Thomas Newman. País de Origem: EUA. Classificação: Livre. Gênero: Animação

Infantil. Roteiro: Andrew Stanton, Bob Peterson, David Reynolds. Duração: 100

minutos, 2003.

O MILAGRE DE ANNE SULLIVAN. Título original: The Miracle Worker. Direção:

Arthur Penn. País de Origem: EUA. Gênero: Drama. Duração: 106 minutos. Ano de

Lançamento: 1962. Música: Composta por Laurence Rosenthal. Lançamento em

DVD: 2001.

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KNISLEY, Emily Perl. Bem vindo à Holanda. Disponível em:

<http://www.slideshare.net/1950/bemvindo-a-holanda-presentation>. Acesso em\; 15

out. 2013.

APÊNDICE A - Questionário proposto aos professores quem atendem aos alunos do

7º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Indira Gandhi, com a finalidade

de subsidiar o trabalho a ser desenvolvido pela professora Conceição Aparecida

Penteado Martins no curso PDE, Área Educação Especial.

Professor (a): ---------------------------------------------------------------------------------------

Disciplina:--------------------------------------------------------------------------------------------

Turmas atendidas: ( ) 7º A ( ) 7º B ( ) 7º C ( ) 7º D

Considerando que a Escola Estadual Indira Gandhi possui duas salas de Recursos

Multifuncional Tipo I, responda as questões abaixo:

1) Você sabe identificar quais os alunos de sua(s) turma(s) recebem atendimento na

sala de Recursos Multifuncional Tipo I ?

( ) sim ( ) não

Justifique sua resposta.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2) Qual dificuldade que você encontra na sua disciplina para trabalhar com alunos

que recebem atendimento na Sala de Recursos Multifuncional Tipo I ?

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3) O que você sabe sobre transtorno de aprendizagem?

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4) Você considera que o Atendimento Educacional Especial nas Salas de Recurso

Multifuncional tipo I, propicia progresso na aprendizagem dos alunos com TDAH?

Comente.

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5) Você considera necessário e importante que os professores do ensino regular

tenham conhecimento sobre TDAH? Explique.

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

6) O aluno com TDAH tem características/ sintomas específicos, você sabe quais

são? Em sua opinião qual deles é mais difícil de enfrentar, no ensino regular?

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

7) Quem é responsável em dar o laudo de transtorno de aprendizagem

especificamente do TDAH?

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

8) Pontue os critérios a serem observados para o diagnóstico do TDAH?

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

9) Na maioria dos casos os indivíduos com TDAH são medicalizados. Em sua

opinião quais são as conseqüências deste medicamento?

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

10) Qual o tratamento que deveria receber os aluno com TDAH?

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

11) Como você acredita que deve ser o atendimento educacional dos indivíduos com

TDAH?

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Obrigada pela sua participação.