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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
EMPREGABILIDADE NO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: UMA
PERSPECTIVA DE INCLUSÃO SOCIAL
Autor: Rozel Corsi Junior1
Professor Orientador: Profº. Dr. Percy Nohama2
RESUMO: Este artigo apresenta o resultado das atividades realizadas durante o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, área Disciplinas Técnicas, vinculado à linha de estudo Currículo e Formação para o mundo do trabalho, do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/PR, turma 2013 - 2014, realizadas dentro da disciplina de Gestão de Pessoas do Curso Técnico em Administração Subseqüente, da turma 3º ADM, do 3º semestre, do Colégio Estadual Professor Brasílio Vicente de Castro – Ensino Fundamental, Médio e Profissional, de Curitiba – PR, desenvolvidas no 1º semestre de 2014. Foi observada uma lacuna no currículo atual do curso, que tem levado os alunos a uma grande dificuldade em se posicionar no mundo do trabalho, pois aquilo que o aluno busca ao matricular-se no curso em questão, que é sua inserção no mundo do trabalho, não é trabalhado dentro do currículo apresentado, desestimulando sua permanência no âmbito escolar. O estudo procurou desenvolver atividades de aprendizagem relacionadas ao tema empregabilidade É nesse sentido que procurou-se desenvolver o tema, aprofundando-o para que se tornasse relevante em sua vida, criando a relação entre teoria e prática, sujeito e objeto, parte e totalidade, conhecimento geral e específico, propiciando, deste modo, a atingir seus objetivos. Pela inserção desse novo conteúdo, proporcionou-se o conhecimento teórico e prático relevante sobre o tema, bem como as competências e habilidades pessoais e profissionais exigidas para sua inclusão e permanência no mundo do trabalho.
Palavras-chave: Empregabilidade. Currículo. Educação Profissional. Mundo do
Trabalho.
1. INTRODUÇÃO
É notório que uma grande parcela da população brasileira vive em condições
precárias. A educação é a única maneira de reverter esse perverso quadro de
desigualdades, causado pela má distribuição de renda e riqueza.
Educação e qualificação profissional, são essenciais para a resolução desse
problema. O objetivo da educação não é criar empregos, mas preparar o indivíduo
para deixá-lo longe da marginalização, abrindo novas perspectivas de ocupação,
tornando-o capaz de gerir negócios, sua carreira, sua vida, sua independência,
enfim, superando as dificuldades de entrada para o mundo do trabalho.
É preciso compreender o que a globalização da economia e as inovações
tecnológicas provocaram nas empresas, suas reestruturações produtivas e
1 Professor da Educação Profissional da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná.
e-mail: [email protected]. 2 Professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR - Campus de Curitiba - PR.
e-mail: [email protected]
organizacionais e a crise do capitalismo, bem como sua redefinição a partir da
década de 70, que são os fatores que vieram reestruturar toda a educação
profissional.
Até então, ao trabalhador era exigida a especialidade naquilo que produzia.
Esse trabalhador especialista trabalhava basicamente de forma individual, não
entendendo o que e para que produzia; não conhecia os processos e não
participava de forma efetiva daquilo que produzia. Hoje, devido às mudanças
ocorridas no mundo do trabalho e aos fatores citados, é necessária maior
qualificação e mais ampla formação; pessoas que possuam não apenas
competências, mas também habilidades; que saibam trabalhar em grupo, que
entendam os processos; que tenham capacidade de adaptar-se às novas situações;
que sejam polivalentes e flexíveis, de maneira constante.
Segundo Deluiz (2001, p. 74): o trabalho repetitivo, prescrito, é substituído por um
trabalho de arbitragem, onde é preciso diagnosticar, prevenir, antecipar, decidir e
interferir em relação à dada situação concreta de trabalho. [...] ampliando-se as
operações mentais e cognitivas envolvidas nas atividades.
São essas características que criam a empregabilidade, que é a capacidade
que uma pessoa tem para conquistar e manter o emprego em uma organização e,
assim, estar em constante evolução no mundo do trabalho.
Segundo Almeida (2004), entende-se por empregabilidade a busca constante do
desenvolvimento de habilidades e competências agregadas por meio do
conhecimento específico e pela multifuncionalidade, as quais tornam o profissional
apto à obtenção do trabalho dentro ou fora da empresa.
Analisando a organização curricular do Curso Técnico em Administração da
SEED-PR, constatou-se que não existe nenhuma disciplina específica que trate do
assunto, o que dificulta a compreensão desse tema pelos alunos. Esse
desconhecimento dificulta sua permanência no mundo do trabalho, pois o mesmo
não sabe como lidar com as dificuldades de seu dia a dia. Acredita-se que esse
problema seria solucionado pelo desenvolvimento deste projeto. Nesse contexto de
mudanças, o presente trabalho tem por objetivo o desenvolvimento de atividades de
aprendizagem relacionadas ao tema empregabilidade. As atividades aqui relatadas
foram aplicadas a uma turma de 20 alunos do 3º semestre do Curso Técnico em
Administração Subseqüente do Colégio Estadual Professor Brasílio Vicente de
Castro - Ensino Fundamental, Médio e Profissional, em Curitiba - PR.
Sob essas circunstâncias, considera-se que uma nova capacidade vital deve ser
desenvolvida: “a empregabilidade”, a capacidade de beneficiar-se de reformas
pedagógicas contínuas e, dessa maneira, dar conta das novas exigências do
“trabalho” e da “vida” (Bernstein, 2000, p. 59).
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 COMPONENTES DA EMPREGABILIDADE
A crise do emprego transborda no Brasil e no mundo industrializado para a
crise da empregabilidade. Resumidamente, é a falta de qualificação profissional
dentro de um mercado de trabalho em ebulição. Existem vagas oferecidas que não
são preenchidas devido ao “analfabetismo profissional” dos candidatos.
É importante saber quais os componentes básicos da empregabilidade, aquilo
que todo indivíduo deve possuir para ter essa empregabilidade básica.
Sob a ótica de Almeida (2004, p.156), os componentes da empregabilidade
sofrem mutações, ou seja, não são estáveis, variam de acordo com as exigências do
mundo do trabalho.
Encontrar novas e adequadas formas de atuação social e profissional
visando à construção e manutenção da identidade do papel profissional é um
desafio. Refletir e reconhecer os componentes desse papel, que são flexíveis e
mutáveis, adequando-se aos movimentos de mudanças próprios da vida atual,
dando suporte ao desempenho do papel, ao longo de todo o percurso
profissional do indivíduo, é uma alternativa de empregabilidade. [...].
Segundo a autora, um dos principais componentes é a motivação. “Mas afinal
o que é motivação? Um homem ou uma mulher estão motivados quando querem
fazer algo. Um motivo não é exatamente o mesmo que um incentivo. Embora uma
pessoa possa ser inspirada ou entusiasmada por um incentivo, seu principal motivo
para querer fazer alguma coisa pode ser o medo da punição. A motivação abrange
TODAS as razões que estão por trás da maneira como uma pessoa age” (ADAIR,
2010, p. 7).
Oliveira (2002) afirma que o “bom desempenho” ocorre quando os
comportamentos observados ficam acima do padrão. O inverso acontece com o
“mau desempenho”. Ou seja, o efeito da motivação sobre o desempenho é
visivelmente observado. A motivação facilita sempre a aprendizagem e o
desempenho, e é indicador para toda a empresa. Estimula o funcionário fazendo
despertar sua vocação inata para a vida com qualidade. Resulta na percepção do
indivíduo para a importância do trabalho em equipe, aumentando ação e
produtividade.
Ainda, segundo o autor, uma das técnicas de gestão mais eficazes para
maximizar as qualidades da empresa e que a tornam mais competitiva é a
motivação dos profissionais da própria organização, seus fornecedores e canal de
distribuição.
As relações interpessoais e a comunicação também são componentes
primordiais da empregabilidade. Nesta perspectiva, “as relações interpessoais
surgem, [...], como necessárias a uma relação construtiva, exigindo que cada um
respeite as idéias dos outros, o que passa pelo aceitar o confronto e pela
capacidade de aceitar as idéias dos outros. Este confronto concretiza-se num
processo negocial onde tem cabimento a partilha de responsabilidades resultantes
das conseqüências inerentes as tarefas realizadas, bem como um processo de
auxílio, surgindo cada indivíduo como apoio dos restantes, contribuindo, dessa
forma, para a consecução dos objetivos fixados” (CABRITO, 1994).
O processo de interação humana também está presente nas organizações, e
a maneira como ocorrem essas interações está diretamente ligado aos resultados da
empresa. O convívio com o outro não é uma tarefa fácil, e o convívio no trabalho
sem entender o comportamento de cada um é quase impossível.
Para o autor, as relações interpessoais, são aqueles comportamentos que
contribuem para uma interação eficaz entre os indivíduos.
Jones e George, ainda ressaltam a importância das relações interpessoais e
sua prática nas organizações. Para eles (2011, p. 314),
(...) os líderes voltados para as relações interpessoais se preocupam basicamente
com o bom desenvolvimento das relações com seus subordinados e se esforçam
para ter a simpatia deles. Os administradores voltados para as relações
interpessoais se concentram para manter relações interpessoais de excelente
nível com os subordinados. Isso não significa, porém, que o trabalho não seja
feito quando tais líderes estão no comando, mas, sim, que a qualidade das
relações interpessoais com os subordinados é uma importante preocupação,
primordial, para os líderes voltados para as relações e resultados.
Passadori (2009) diz que a comunicação interpessoal é tão necessária para
os seres humanos quanto o ato de respirar. E, tanto quanto este, é inevitável. Ao
nascer, a primeira coisa que se faz é abrir a boca e berrar. É claro que isso poderia
ser apenas um truque instintivo para descobrir se há alguém por perto. Mas a
verdade é que no mesmo momento em que se descobre que não se está só,
aproveita-se para avisar, em alto e bom som, que a outra pessoa não estará mais
sozinha.
Melo (2012) explica que o desenvolvimento das relações entre pessoas é o
que existe para que os indivíduos possam alcançar uma integração real e um
rendimento efetivo no processo de ensino-aprendizagem. E que elas são a alma da
empresa e devem ser levadas em conta quando se busca qualidade e
competitividade.
Há uma íntima ligação entre comunicação e relações interpessoais. Pode-se
dizer que não existe uma sem a outra, que são interdependentes, entrelaçadas.
A comunicação efetiva põe as pessoas em sintonia, esclarecendo atribuições,
pontos-de-vista, objetivos, idéias, opiniões e sentimentos.
A falta de comunicação, ou uma comunicação deficiente, produz distorções
nas relações interpessoais ou produz um clima de alienação, como se cada um
estivesse fechado em si mesmo. Passadori (2009, p.42) afirma que “comunicação
interpessoal bem desenvolvida não significa apenas ser simpático, falar
corretamente e ter uma boa voz. É fazer contato, estabelecer relações confiáveis e
mantê- las, solidificá-las. A comunicação é a argamassa que sedimenta todas as
nossas relações interpessoais. A primeira não sobrevive sem a segunda. E como
esta é uma área que está sob o nosso poder de mudança, devemos desenvolvê-la e
aprimorá-la continuamente”.
O autor ainda afirma: “Não tenho dúvida de que o sucesso empresarial hoje
depende fundamentalmente do êxito conquistado por seu pessoal a partir das
relações que acontecem a cada dia e a cada momento. No mundo dos negócios a
comunicação impera; não há mais como não se relacionar e não se comunicar.
Comunicar-se bem é uma competência acessível a todos que desejem desenvolvê-
la, e hoje é condição para a melhoria de nossa vida e nosso trabalho, constituindo
poderosa ferramenta para a liderança” (PASSADORI, 2009, p. 40,41).
Convém abordar outro componente indispensável da empregabilidade que é o
marketing pessoal: “Você deve estar pensando: Eu não sou uma empresa! De fato,
você não é uma empresa; no entanto, diversos princípios e conceitos
mercadológicos podem ser readequados e aplicados ao desenvolvimento individual
de cada um de nós por meio de adoção de uma estratégia de marketing pessoal.
Para tal, deve-se entender o marketing pessoal como um conjunto de ações
planejadas que facilitam a obtenção de sucesso pessoal e profissional, seja para
conquistar uma nova posição no mercado de trabalho, seja para manter sua posição
atual. Essas ações compreendem não só a divulgação de uma melhor imagem de si
mesmo, mas também a redução das deficiências e o investimento em nossas
qualidades. Todas as ações são interligadas e convergem para um só produto:
Você! “(RITOSSA 2009, p. 17). Portanto, o marketing pessoal é o desenvolvimento
de ações que geram a possibilidade de sucesso a uma pessoa. É o ato de um
indivíduo modificar seu comportamento e sua forma de agir, visando um melhor
posicionamento no mercado, nas empresas que lhe interessam; onde a pessoa
torna-se o produto e vende a sua imagem. Para isso, é muito importante saber
apresentar-se às pessoas, sempre cuidando da maneira de vestir-se, comportar-se e
comunicar-se.
De acordo com Santos (2002), trabalhar a sua imagem de forma adequada é
uma competência em si. Toda atitude gerada reflete-se no produto: “você”. Contudo,
deve-se transmitir aquilo que é considerado uma boa imagem, e lembre-se: “a
primeira impressão é a que fica”. Dar atenção a todos indistintamente nunca é
investimento sem retorno, pelo contrário, em se tratando de marketing pessoal, a
maneira de tratar os outros pode ser considerada um alto investimento.
Por melhor que seja a sua primeira impressão, ela é superficial. Se você foi
sorridente e educado, pensarão que é “simpático”. Se falar duas ou três coisas
interessantes, poderá sair com a imagem de “inteligente”. Se estiver bem vestido e
exalar um bom perfume, será lembrado como “bem-sucedido”. Enfim, a pessoa
recebe um ou mais rótulos, em função do seu desempenho naqueles poucos
segundos, minutos ou horas em que se relacionou (MATARAZZO,2002, p.15).
Outros aspectos importantes abordados neste trabalho foram a entrevista de
emprego e as dinâmicas de grupo, passos imprescindíveis para se entrar no mundo
do trabalho. Para algumas pessoas, pode parecer fácil mostrar-se natural e
confiante e ter capacidade para o cargo em questão, mas, para a grande maioria
dos entrevistados e participantes das dinâmicas de grupo, ainda é necessário maior
preparo para essas etapas, para evitar erros que podem custar o cargo até mesmo
dos mais experientes e preparados.
De acordo com Oliveira (2004), muitos candidatos talvez digam que estão
preparados. Para eles, a entrevista é uma situação na qual a pessoa comparece,
realiza e pronto. Entretanto, não é bem assim. Numa entrevista de emprego, você é
uma espécie de vendedor especializado tentando convencer seu cliente em
potencial a adquirir um produto muito especial: você mesmo!
Ainda segundo o autor, os profissionais de vendas sabem que dificilmente se
vende algo que não se conhece. E se o produto da entrevista é a pessoa mesma, é
impossível que não se conheça. Porém, ao contrário do que se imagina, as
experiências mostram que profissionalmente as pessoas se conhecem muito pouco
e a grande maioria das pessoas não consegue responder perguntas básicas
relacionadas à sua vida profissional que surgem durante a entrevista de seleção.
VILLAMARÍN (2000) afirma que todos os estudos e pesquisas realizados a
respeito da entrevista inicial concordam com a afirmação de que uma postura
adequada e uma boa auto-imagem são essenciais. Uma coisa depende da outra. Se
você mesmo não está convencido de suas qualidades, terá sérias dificuldades para
convencer os outros. Uma auto-imagem falsa ou não condizente com os seus
verdadeiros sentimentos e convicções não surtirá o efeito desejado. E se você não
conseguir, de fato, encontrar motivos verdadeiros para entusiasmar-se com seu
projeto de vida e com as possibilidades que o futuro lhe oferece, dificilmente
conseguirá despertar vivo interesse no entrevistador.
Outro item que deve despertar o interesse no entrevistador é o currículo do
candidato. Muitos profissionais não sabem da importância de um bom currículo. Por
isso, muitas vezes, não se atentam quanto ao seu conteúdo e qualidade. Esse
documento, quase sempre, é essencial na seleção de profissionais nas empresas.
Pereira (2004) observa que “em geral um bom produto, exceto quando há
propagando enganosa, é acompanhado de uma boa apresentação. Quantos bons
produtos não se viabilizaram porque faltou uma adequada apresentação?
Igualmente, quantos maus produtos tiveram sucesso, ainda que efêmero
proporcionado por uma adequada apresentação? Com o currículo acontece o
mesmo, com algumas diferenças. Um mau profissional até consegue mentir sobre
suas qualificações em seu currículo, mas seu sucesso não passa da primeira
entrevista, isso quando conduzida por pessoas habilitadas para tal. Por mais bem
elaborado que esteja seu currículo, por si só, não é garantia de que você será o
escolhido no processo seletivo como um todo. No entanto, com um currículo mal
elaborado as chances de você ser excluído de um processo seletivo são grandes”.
Villamarín (2000) ressalta que você deve estar se perguntando se valerá a
pena tanto trabalho para elaborar um currículo que, possivelmente, não será lido.
Entretanto, ainda que um determinado empregador em potencial nem sequer se
digne a gastar mais do que 30 s para fazer uma rápida inspeção do seu currículo, ou
mesmo que nem olhe para ele, isso não quer dizer que aquele papel não teve algum
efeito. O mínimo que o empregador pode pensar de alguém que não apresentou um
currículo é o seguinte: “Bah! Esse sujeito nem sequer se deu ao trabalho de elaborar
um currículo decente. Será que nem isso ele sabe fazer?”.
Por último, abordou-se outro aspecto não menos importante que os demais
no que diz respeito à empregabilidade, que é o domínio das técnicas para falar em
público.
De acordo com Santos (2011), “falar em público não é uma tarefa simples.
Por isso, em um dado momento da vida profissional, torna-se imperioso desenvolver
essa habilidade e, assim, reinventar e refazer o percurso da comunicação,
objetivando desenvolver competência nas relações e interações com o outro. Isto se
torna mais importante quando se volta a atenção para o fato de que atualmente há
um uso crescente de comunicação gestual, monossilábica, mímica, interjeições,
dentre outras formas, que são impróprias, principalmente, para o mundo do
trabalho”.
O tema oratória parece repetitivo, mas na verdade esta técnica é tão
importante quanto a qualificação profissional para se alcançar sucesso no mundo do
trabalho. Falar corretamente e expressar-se bem já não é mais um diferencial, é uma
obrigação. Por isso, tomar cuidado com esses fatores é essencial. Saber se
comunicar com clareza e expressar suas idéias para agregar valor é uma das
principais exigências do mundo corporativo.
Conforme afirma Villamarín (2000), de uma forma ou de outra, se você pensar
um pouco, chegará à conclusão de que todos precisam desenvolver a capacidade
de expressão, pelos mais variados motivos. Em algumas oportunidades, uma boa
comunicação é indispensável, em muitas, conveniente, em quase todas, útil, porém,
em nenhuma, desnecessária.
3. METODOLOGIA 3.1 Unidade didática 1 – MOTIVAÇÃO
Foram desenvolvidas atividades objetivando despertar no aluno a reflexão e a
compreensão sobre a importância da motivação, tanto no aspecto pessoal como no
profissional, por intermédio das discussões e do material elaborado, esperando
que os alunos compreendam a importância de manterem-se motivados, para
superarem os obstáculos encontrados no dia a dia e atingirem seus objetivos,
sejam eles de natureza pessoal ou profissional.
Para que isso acontecesse, os alunos assistiram a um pequeno filme
denominado “O que você quer ser quando crescer?” de Deivison Pedroza, no qual o
autor abordou de maneira bastante lúdica, a questão da empregabilidade e também
da importância de se manter motivado, para que se possa atingir os objetivos. Após
a apresentação do filme, debateu-se a temática abordada, “motivação”, em que
foram elencados seus principais aspectos: conceito; importância e abrangência da
motivação e o que é preciso para manter-se motivado; a importância da superação e
as vantagens do profissional motivado. Os alunos foram incentivados a debater o
tema e a comentar sobre o que consideraram mais relevante no assunto.
Após, a turma foi dividida em equipes para apresentação, leitura, discussão e
debate do artigo: “Como manter-se motivado diante dos obstáculos profissionais”, de
Daniel dos Santos Rabelo e Regivalda Costa Rabelo. Na sequência, cada equipe
elaborou e apresentou um texto sobre a importância da motivação na vida pessoal e
profissional. Percebeu-se que com o aprofundamento do tema os alunos que, no
início das atividades, demonstravam certo desinteresse, aos poucos começaram a
perceber a importância e relevância do assunto, sobretudo em sua vida profissional
e conseguiram fazer relações com seu cotidiano. Para o fechamento desta unidade,
os alunos assistiram o filme de Daniel Godri sobre motivação
(http://www.youtube.com/watch?v=q0V-Q3DIyXo), que ajudou a aprofundar ainda
mais o conteúdo trabalhado. Por intermédio de pesquisa qualitativa no final das
atividades.
3.2 Unidade didática 2 – RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Esta unidade didática buscou orientar os alunos para que tivessem
conhecimento e compreensão sobre as relações interpessoais e em que esse
entendimento poderia acrescentar em suas vidas, visando relações construtivas
onde o respeito mútuo e o entendimento prevalecesse. Por meio da metodologia
aplicada e do conhecimento do assunto, esperava-se que os alunos entendessem a
importância das relações interpessoais em todos os seus aspectos e que
conseguissem aplicá-lo em seu cotidiano.
Foi exibido o desenho animado “For the Birds”, que aborda o tema relações
interpessoais. O desenho animado mostra uma situação em que um grupo de
pássaros de uma mesma espécie, todos iguais e aparentemente normais têm que
conviver com outro de outra espécie, totalmente diferente deles, trabalhando assim a
questão da diversidade, igualdade, gênero, respeito mútuo e as diferenças. Também
foi exibido outro desenho animado chamado “A Ponte’’, que trabalha as questões da
paciência, violência e respeito mútuo e como o bom senso pode melhorar e resolver
qualquer situação, posteriormente ocorreu uma discussão em grupo sobre os filmes
e a temática abordada “relações interpessoais”, elencando seus principais aspectos:
conceito, importância e abrangência das relações interpessoais em nossas vidas,
respeito, diversidade e empatia e incentivando cada aluno a comentar sobre o que
considerou mais relevante.
Em outra etapa, foi apresentado o artigo “Relações interpessoais e qualidade
de vida no trabalho” do IESDE BRASIL S.A, que tratou entre outros assuntos:
relações interpessoais, evolução do conceito de qualidade de vida no trabalho, falta
de objetivos pessoais, dificuldade em priorizar, dificuldade em ouvir, conduta
assertiva, autoestima, determinação, empatia, adaptabilidade, autocontrole,
tolerância a frustração, sociabilidade e atitudes éticas. Todos os tópicos foram
discutidos e debatidos com os alunos, por meio de estudos de casos, apresentações
e exercícios práticos.
As atividades levaram os alunos a refletirem sobre suas relações
interpessoais e como essas relações podem afetar sua vida pessoal e profissional. A
grande maioria dos alunos comentou que acharam muito interessante o assunto e
solicitaram bibliografia das questões abordadas, a fim de aprofundarem-se no tema.
Como fechamento da unidade e para aprofundamento dos estudos foi
apresentado o filme da série “Emprego de A a Z: Relacionamento na empresa”, de
Max Gehringer (http://www.youtube.com/watch?v=iuwi6oQ1JeE).
3.3 Unidade didática 3 – COMUNICAÇÃO
O desenvolvimento desta unidade didática teve por objetivo capacitar os
alunos a compreenderem a importância da comunicação em todos os seus níveis e
em todas as organizações, visando a aquisição de habilidades para as suas
relações profissionais e por intermédio do conteúdo elaborado. Esperava-se que os
alunos compreendessem a importância da aquisição dos conhecimentos
necessários, para o aprimoramento e melhoria de sua comunicação nos aspectos
pessoal e profissional.
Para dar início às atividades e objetivando a familiaridade dos alunos com o
tema, foram exibidos trechos dos filmes: “Madagascar”; “Conseqüência das atitudes”
e “O cometa Halley e as pérolas da comunicação”. Todos os filmes mostraram, por
meio de situações divertidas, o que acontece quando a comunicação não ocorre de
maneira adequada. Após a exibição dos filmes, foi aberta discussão sobre a
temática abordada “Comunicação”, destacando seus principais aspectos, seus
conceitos, sua importância e sua abrangência. Foram levantadas as seguintes
questões: O que é comunicar-se? Quais as qualidades de um bom comunicador? E
a importância de saber ouvir. Os alunos foram incentivados a comentar o que
consideraram mais relevante. Posteriormente, foi exibido o filme intitulado
“Processo de comunicação”, que desenvolve uma linguagem mais técnica, onde
foram apresentadas com detalhes todas as etapas da comunicação, conceitos, seus
principais aspectos, sua importância e abrangência e os processos da comunicação.
Após, foram debatidos esses conceitos, e todos os alunos puderam participar e
opinar sobre o tema.
Em outra etapa das atividades, apresentou-se e realizou-se a leitura,
discussão e debate do artigo “Processo de Comunicação”, de Ornellas e
Associados. Após a leitura e a discussão, procedeu-se à avaliação da aprendizagem
baseada no artigo apresentado, por meio de apresentação dos alunos sobre o tema
trabalhado.
As atividades levaram os alunos a perceber a importância da comunicação,
pois, segundo eles próprios nunca tinham trabalhado a questão apresentada e
elogiaram a forma como o assunto foi abordado, de forma simples, direta e
dinâmica.
Para o fechamento da unidade didática, com o objetivo de reforçar a reflexão
sobre o assunto, foram apresentados os filmes “A falta de comunicação”, de
Marisson Fraga e “Erro de comunicação.
3.4 Unidade didática 4 – MARKETING PESSOAL
Nesta unidade didática, por meio das atividades que foram desenvolvidas,
procurou-se levar ao aluno o conhecimento sobre o Marketing Pessoal, fazendo com
que buscassem reconhecer sua importância e identificar as ferramentas que irão
auxiliá-los em seu desenvolvimento pessoal e profissional, por meio dos trabalhos
realizados. Esperava-se que os alunos se apropriassem dos conceitos trabalhados
para que atingissem seus objetivos.
Iniciaram-se as atividades pela exibição do filme “Marketing Pessoal” de
Daniel Godri. Após a apresentação do filme, discutiu-se a temática abordada,
destacando seus principais aspectos, conceitos, importância e abrangência e o que
se deve fazer para melhorar o Marketing pessoal.
Posteriormente, a turma foi dividida em equipes para apresentação, leitura,
discussão e debate do artigo: “Marketing Pessoal: Você é o produto”, de Elaine
Farias, Michelle Muniz, Patrícia de Oliveira e Rosilene Dias. Os alunos tiveram que
elaborar e apresentar um texto por equipe sobre a importância do “Marketing
Pessoal”, que foi a atividade de avaliação do tema trabalhado na unidade didática.
Após as atividades, os alunos manifestaram-se de que nunca tinham
percebido a importância do Marketing Pessoal, que associavam à palavra à
propaganda e comerciais de televisão e consideraram o tema bastante relevante em
sua vida pessoal e, sobretudo, profissional.
Para o fechamento da Unidade didática e para aprofundamento do tema, foi
apresentado o filme da série “Emprego de A a Z: A importância do Marketing
Pessoal” de Max Gehringer (http://www.youtube.com/watch?v=uM8xEcX4Fv4).
3.5 Unidade didática 5 – ENTREVISTA DE EMPREGO E DINÂMICA DE GRUPO
Nesta etapa, foram realizadas atividades que buscaram fazer com que os
alunos conhecessem e compreendessem a importância da entrevista de emprego e
da dinâmica de grupo no processo seletivo e analisassem os comportamentos
diversos que essas práticas exigem, desde o que vestir, a postura, as perguntas
mais comuns e os erros que podem ser evitados, para que se consiga a colocação
almejada. Através dos trabalhos apresentados e aplicados nessa unidade,
esperamos que os alunos tenham entendido o processo da entrevista de emprego e
da dinâmica de grupo e que esses ensinamentos possam ser úteis nos próximos
desafios que irão enfrentar.
No início das atividades, visando à familiaridade dos alunos com o tema foi
exibido o filme “Como não se comportar em uma entrevista de emprego”. Sugeriu-se
que os alunos anotassem as situações que considerassem incorretas em uma
entrevista de emprego. Para enriquecer o debate, discutiu-se sobre o filme e a
temática abordada, destacando os principais aspectos e incentivou-se cada aluno a
comentar o que achou mais relevante.
A próxima atividade foi a apresentação, leitura, discussão e debate do manual
“Como se portar em entrevistas de emprego” de Angela Maria Scroccaro, onde os
alunos foram levados a refletir sobre o tema apresentado. Posteriormente, para
aprofundamento do tema, foram apresentados os filmes da série “Emprego de A a Z,
de Max Gehringer: “A temível entrevista de emprego” e “Como encarar as dinâmicas
de grupo”.
Como avaliação da aprendizagem, os alunos responderam às seguintes
questões:
Quais seus pontos fortes?
Quais seus pontos fracos?
O que você está fazendo para melhorar seus pontos fracos?
Como você se vê daqui a dez anos?
As repostas a essas questões fizeram com que os alunos refletissem sobre
suas qualidades e deficiências, alguns confessaram que nunca tinham pensado
nisso, pois nunca foram questionados. Mostrou-se o porquê desses
questionamentos e a importância de estar sempre em constante evolução, por meio
de cursos de graduação, de aperfeiçoamento ou reciclagem, para estar sempre
preparados para as constantes mudanças do mundo do trabalho. Também foi
comentado que geralmente as perguntas e os procedimentos em entrevistas e
dinâmicas de grupo, não mudam e que o assunto trabalhado é muito relevante e útil
para facilitar futuras pretensões profissionais.
3.6 Unidade didática 6 – ANÁLISE E ELABORAÇÃO DE CURRICULUM VITAE
O objetivo desta unidade didática foi de estimular no aluno o entendimento de
como deve ser o seu currriculum vitae, quais os aspectos que deve abranger, que
informações deve conter; enfim, capacitá-lo para que possa elaborar esse
documento da forma mais correta possível. Com a metodologia e os trabalhos
realizados, acredita-se que os alunos tenham compreendido a importância de se
redigir um currículo de acordo com os padrões exigidos pelo mundo do trabalho e
que adquiriram a competência e as habilidades necessárias para a elaboração deste
importante documento.
Visando à familiaridade dos alunos com o tema, foi exibido o filme da série
“Emprego de A a Z de Max Gehringer: “Dicas para um currículo campeão”. O filme
mostrou com clareza e riqueza de detalhes como é importante elaborar esse
importante documento.
Após o filme, foi aberta discussão sobre a temática abordada, onde foram
discutidos seus principais aspectos e os alunos foram incentivados a comentar os
pontos que consideraram mais relevantes.
Em seguida, os alunos dirigiram-se ao laboratório de informática, e com as
informações obtidas no filme e com o auxílio do professor e sites especializados,
elaboraram o curriculum vitae de acordo com o solicitado pelas empresas. Esta
atividade serviu como avaliação dessa unidade.
3.7 Unidade didática 7 – TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO
Nesta última unidade didática, procurou-se demonstrar ao aluno como a
capacidade para falar em público é imprescindível e pode ser um diferencial em sua
vida. Tentou-se fazer com que ele percebesse que utilizando métodos e técnicas
adequadas e, sobretudo, praticando, poderia aperfeiçoar essa característica
essencial para si e, conseqüentemente, para a sua vida profissional, por meio dos
conteúdos e da metodologia aplicada. Vislumbrava-se que os alunos tivessem
compreendido e reconhecido a importância do desenvolvimento dessas habilidades
para o seu desenvolvimento profissional.
Visando à familiaridade dos alunos com o tema, foi exibido o filme da série
“Emprego de A a Z, de Max Gehringer: “Como falar em público”
(http://www.youtube.com/watch?v=2Pral6tHNBI).
Posteriormente ao filme, foi aberta discussão sobre a temática abordada
“Como falar em público”, destacando seus principais aspectos (habilidades,
conhecimentos e atitudes sobre a arte de falar em público) e incentivando cada
aluno a comentar o que considerou mais relevante.
Em seguida, foi realizada a apresentação, leitura, discussão e debate do
manual “Dicas de como driblar o medo de falar”, de Reinaldo Polito.
Como fechamento da unidade didática, os alunos em sala de aula, de acordo
com o material apresentado e disponibilizado, e contando com o auxílio do
professor, fizeram apresentação de si mesmos, para toda a turma. Esta atividade
serviu como avaliação da unidade didática.
4. RESULTADOS
Os resultados relatados decorrem da pesquisa qualitativa aplicada ao final
das atividades dos 20 alunos da turma do 3º semestre do Curso Técnico em
Administração Subsequente do Colégio Estadual Professor Brasílio Vicente de
Castro - Ensino Fundamental, Médio e Profissional, em Curitiba – PR.
Na unidade didática 1 - MOTIVAÇÃO, 70% dos alunos responderam que
desconheciam a importância do tema e apenas 30% tinham conhecimento sobre o
assunto trabalhado, o que demonstra a relevância das questões apresentadas.
Quanto à avaliação da temática trabalhada 90% consideraram o tema excelente e
de grande importância e 10% avaliaram a temática como boa e que ajudou a
complementar seus conhecimentos.
Na unidade didática 2 - RELAÇÕES INTERPESSOAIS, 60% dos alunos
desconheciam o tema e nunca tinham refletido sobre sua importância e afirmaram
que o maior conhecimento do assunto possibilitará a realização de novos
procedimentos em seu trabalho e vida pessoal, 40% já tinham conhecimento do
assunto e realizado capacitação sobre as questões apresentadas. Quanto à
temática trabalhada 85% acharam o tema excelente e de grande importância e
outros 15% afirmaram que o conteúdo trabalhado foi bom e que auxiliou a
complementar seus conhecimentos.
Na unidade didática 3 - COMUNICAÇÃO, 75% dos alunos afirmaram que os
conhecimentos dos conteúdos trabalhados são importantes para o desenvolvimento
de suas atividades profissionais e vida pessoal. Os 25% restantes ainda não tinham
esta compreensão. Para 80% da turma o desenvolvimento da temática foi excelente
e contribuirá e muito para seu desenvolvimento e para 20% o tema foi bom e
auxiliou a complementar seus conhecimentos.
Na unidade didática 4 - MARKETING PESSOAL, 65% dos alunos disseram
que desconheciam o tema e sua importância em sua vida pessoal e profissional e
apenas 35% tinham essa compreensão, o que demonstra a importância do assunto
trabalhado. Quanto à avaliação da temática trabalhada para 85% o tema foi
excelente e de grande importância e 15% avaliaram a temática como boa e que
auxiliou a complementar seus conhecimentos.
Na unidade didática 5 - ENTREVISTA DE EMPREGO E DINÂMICA DE
GRUPO, para 70% da turma o assunto foi de extrema importância em sua vida
pessoal e profissional e os trabalhos realizados ajudaram e muito na melhoria da
compreensão do assunto, para os outros 30% os conteúdos sobre as questões
apresentadas são de importância relativa ao seu dia a dia. Para 80% dos alunos a
temática foi excelente e de grande importância para sua aprendizagem, outros 20%
afirmaram que a temática foi boa e que ajudou a complementar seus
conhecimentos.
Na unidade didática 6 - ANÁLISE E ELABORAÇÃO DE CURRICULUM
VITAE, os alunos comentaram antes do início das atividades desta unidade que
consideravam que a elaboração de um currículo era algo muito complicado, 70% da
turma nunca haviam feito um currículo e outros 30% confessaram que pagavam
para alguém fazer. Quando perceberam que existem sites especializados, gratuitos
e que a tarefa é bastante simples, elogiaram muito as atividades. O laboratório de
informática da escola foi essencial nessa etapa, pois colaborou para que os alunos
realizassem a transformação da teoria em prática. Todos os alunos afirmaram que
aprenderam muito com as atividades realizadas e ao final quando realizamos a
pesquisa qualitativa sobre a temática, as opiniões foram unânimes e que as
informações sobre o tema foram excelentes e de grande importância para sua vida
profissional e pessoal.
E na unidade didática 7 – TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO, 80% dos
alunos comentaram que têm dificuldade na questão da oratória, mas que também
nunca haviam trabalhado o assunto da maneira apresentada. Outros 10% afirmaram
que desconheciam que existiam técnicas para falar em público e outros 10 % que já
tinham ouvido falar em curso de oratória, mas não sabiam do que se tratava. Os
próprios alunos afirmaram que com o simples conhecimento superficial do assunto,
sentiram-se mais seguros nas apresentações que fizeram e que este conhecimento
foi muito importante e será levado mais a sério a partir de agora, outros afirmaram
que procurarão cursos para aperfeiçoamento. Quanto à avaliação da temática 80%
afirmaram que a maneira como o assunto foi abordado foi excelente e de grande
valia para sua vida pessoal e profissional e para 20% a temática foi boa e ajudou a
complementar seus conhecimentos.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No mundo atual, deve-se, cada vez mais, investir nas capacidades e
aprimorar as qualidades, cuidando da carreira, pois esse é o perfil profissional
exigido pelo mundo do trabalho. E além da exigência do mundo do trabalho, esse
investimento garante a sobrevivência profissional.
Vive-se uma era em que não basta se especializar em um assunto apenas;
tem-se que se desdobrar e entender de tudo um pouco. A era da especialidade já é
passado. Mas adequar-se a essa situação, com certeza, não é nada fácil. É preciso
muito tempo, esforço, comprometimento e dedicação para conciliar vida pessoal e
profissional.
As incertezas levam a uma única certeza: que o conhecimento é a chave de
tudo. Deve-se estar em aprendizagem constante. Esta é a receita do sucesso em
todas as áreas profissionais. No mundo atual, nada é estável, pelo contrário, vive-se
uma era de profundas instabilidades: tudo muda, tudo se altera e todos são
obrigados a mudar juntos se quiserem fazer parte dessa evolução e desse ciclo
“normal” das coisas.
A empregabilidade tem relação com a vivência de todo e qualquer
profissional. Para estar inserido no mundo do trabalho, é primordial que o
profissional tenha o conhecimento de suas verdadeiras competências e habilidades.
A empregabilidade vem sintonizar as pessoas em relação às mudanças profissionais
nas mais diversas áreas de atuação, permitindo assim, que aquele profissional
capacitado esteja inserido no contexto das organizações atuais e competitivas. O
profissional que tem competências e habilidades variadas é facilmente familiarizado
em qualquer ambiente organizacional, proporcionando mudança, postura e visão
renovada.
A produção deste material tem por intenção o estímulo da liberdade e
criatividade dos professores da rede estadual de ensino do Paraná, que poderão
utilizá-lo e aplicá-lo nos diversos temas do currículo educacional que julgarem
pertinentes.
Deseja-se que este estudo venha propiciar uma reflexão, por parte dos
professores e alunos, sobre as relações escola e mundo do trabalho e sobre a
significativa importância da qualificação e da edificação de um projeto profissional
que é possível e que cabe a cada um construir.
Espera-se também que os objetivos propostos sejam alcançados, pois a
formação de cidadãos críticos e conscientes de seus direitos e deveres, e capazes
de modificar a sociedade, são funções da escola. A empregabilidade desenvolvida é
uma, senão a única, perspectiva de inclusão social.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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