OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGIGA

BRINCANDO COM O CORPO E ENSINANDO PARA A VIDA: MANIFESTAÇOES CULTURAIS AFRICANAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Autor: Janaina da Silva Baldaia

Disciplina/Área Educação Física

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual Silvio Vidal-EFM Rua Professor Geraldo Longo. Jardim São Jorge

Município do Colégio Paranavaí

Núcleo Regional de Educação Paranavaí

Professor Orientador Aguinaldo Souza dos Santos.

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Paraná – Campus de Paranavaí.

Relação Interdisciplinar

Sim, Língua Portuguesa, Arte

Resumo

Esta Unidade Didática intitulada “Brincando com o corpo, ensinando para a vida: Manifestações culturais Africanas na Educação Física Escolar” tem como objetivo resgatar a história dos povos Africanos e Afro-Brasileiros por meio de brinquedos e brincadeiras, gerando uma consciência corporal, unindo teoria e prática docente. O que destaca na pertinência da temática é que disciplina de Educação Física como componente curricular da educação básica tem o compromisso de contribuir na inserção dos estudos das diversidades étnicas, de forma organizada, planejada e sistematizada. Como forma de atender os dispositivos da Lei 10.639/03. Para tanto, esse material apresentará aos alunos os jogos recreativos, os brinquedos e as brincadeiras de origem africana, como forma de mostrar a importância da Cultura Afro Brasileira na constituição da sociedade como um todo. Será desenvolvido com alunos matriculados no 7o ano do ensino fundamental, no período matutino, em encontros semanais, perfazendo um total de 32 horas de atividades direcionadas aos alunos e 32 horas de elaboração, organização e correção das atividades.

Palavras-chave Consciência corporal; jogos recreativos; cultura afrobrasileira

Formato do Material Didático Unidade Didática

Público Alvo Alunos do 7º ano.

Este material de Intervenção Pedagógica, elaborado na forma de “Unidade

Didática” tem como objetivo resgatar a história dos povos Africanos e Afro-Brasileiros

por meio de brinquedos e brincadeiras, gerando uma consciência corporal, unindo

teoria e prática docente, com alunos do 7º ano do ensino fundamental.

A opção por este campo de estudo da educação física, teve como meta cumprir

a Lei Federal nº 10.639/03 – MEC, sancionada pelo Governo Federal, em março de

2003, onde estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no

currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura

Afro-Brasileira". Dessa forma cultura Afra Brasileira será apresentada aos alunos por

meio dos jogos recreativos, das brincadeiras e brinquedos de origem africana.

Segundo as DCE (2008, p. 60) as aulas de educação física são excelentes para

promover o bom relacionamento, o convívio e o respeito entre as diferenças de

desenvolvimento de idéias e de valorização humana. Dessa forma, pretende-se utilizar

uma prática educacional dinâmica e informativa, promovendo o efetivo exercício da

cidadania, no resgate social e humano dentro da escola, com reflexos na família e na

sociedade.

Para efeitos didáticos a Unidade Didática será composta em três etapas:

1ª Etapa: Montar a árvore genealógica dos alunos, com o objetivo de inserir a

temática da ancestralidade e a valorização da descendência. Verificar a presença das

diferentes descendência, apresentar atividades que mostre a localização do Continente

Africano e dessa forma introduzir a questão da cultura Africana e Afro Brasileira. Para

essa etapa foram previstas 08 aulas.

2ª Etapa: Aulas utilizando a TV multimídia e data-show, relacionadas aos

principais aspectos associados a cultura Africana, aos jogos recreativos e as

brincadeiras e brinquedos africanos e dessa forma resgatar o sentido de brincar nas

aulas de educação física; Realizar junto com os alunos uma pesquisa orientada sobre

jogos e brincadeiras africanas. Para essa etapa destinou-se 08 aulas.

3ª Etapa: Destinada a prática das brincadeiras e brinquedos. Para essa unidade

foram previstas 10 aulas. Para apresentar o resultado da implementação a comunidade

escolar, foram destinadas 06 aulas.

Para concluir, haverá as orientações metodológicas, já que essa Unidade

Didática pode constituir-se como um instrumento de pesquisa a professores da rede

estadual de educação do Estado do Paraná que também acreditam a escola é um local

de formação de pessoas, espaço ideal para a valorização das diversas culturas

existentes no país, que contribuem significativamente para tornar o Brasil uma nação

rica, múltipla e plural.

Caro professor, ao ler este material, verá a preocupação de uma professora de

Educação Física em promover o respeito, o conhecimento e o reconhecimento sobre a

motricidade de diferentes culturas e principalmente favorecer uma educação para e nas

relações étnico-raciais.

Atividade 1 – Observe a imagem

Autor: http://blocs.xtec.cat/poesiabellvitge/category/primaria/page/4/

Autor: http://www.canstockphoto.es/colecci%C3%B3n-cuenta-iconos-hombres-mujeres-9703793.html

1ª ETAPA

ÁRVORE GENEALÓGICA e CONTINENTE

AFRICANO

1- Recorte a criança que

mais se assemelha com

você.

2- Recorte duas

imagens que mais

se assemelha com

seus pais.

Cole as imagens selecionadas e desenhadas na árvore.

Autor: http://www.smartkids.com.br/passatempos/familia-arvore.html

Você acabou de montar sua árvore genealógica fictícia.

Mas como é a sua verdadeira árvore genealógica?

Desenhe a mãe do seu pai.

Desenhe o pai do

seu pai.

Desenhe o pai da sua mãe.

Desenhe a mãe da sua mãe.

Atividade 2 – Buscando informações

Responda:

Você pode encontrar essas informações com seus familiares e também em

documentos como certidões de nascimento e casamento de seus pais e avós.

Atividade 3 – Minha árvore genealógica

Com as informações obtidas na atividade anterior, monte sua árvore genealógica. Na

arvore, você deve colocar o nome da pessoa, a nacionalidade, o grau de parentesco e

uma foto. Caso não encontre uma foto, procure uma imagem que se pareça com seus

familiares.

Autor: http://www.smartkids.com.br/passatempos/familia-arvore.html

a) Quem são seus familiares?

b) De onde vieram seus pais?

c) De onde vieram seus avôs maternos?

d) De onde vieram seus avôs paternos?

e) Pergunte ao seu avô e a sua avó materna de onde vieram os pais

deles.

f) Pergunte ao seu avô e a sua avó paterna de onde vieram os pais

deles.

g) É possível identificar etnias e nacionalidades diferentes entre seus

familiares?

Agora que as

árvores estão

prontas vamos

fazer um mural

expositivo com as

mesmas.

Atividade 4 - A árvore genealógica mostra quem são seus familiares, suas

origens e etnias. Observe o mural de árvores genealógicas que montamos e responda:

Autor: http://ademarioar.blogspot.com.br/ 2011/08/relacoes-etnico-raciais-e-diversidade.html

Como vimos acima Etnia compreende os fatores culturais e as tradições de um

grupo de pessoas. Como o Brasil é formado por muitos afros descendentes, ou seja,

com descendência africana, vamos estudar um pouco da cultura desses povos. Mas

você sabe onde fica a África?

Atividade 5 – Interdisciplinaridade

a) Localize no Mapa Mundi o continente Africano e o continente Americano,

circule-os com cores diferentes.

b) Em qual País você mora?

c) Em qual continente está o país que você mora? Ache o seu País no mapa e

pinte de verde.

d) O que separa o Brasil da África?

e) Você sabe como os Africanos chegaram ao Brasil? Explique.

Etnia compreende os fatores culturais,

como a nacionalidade, religião, língua e as

tradições, enquanto raça compreende

apenas os fatores morfológicos, como cor

de pele, constituição física, estatura, entre

outros.

Sabendo disso, responda:

Há indivíduos de outras etnias e raças

entre nossos familiares?

Consegue identificar alguém de origem

Africana entre as descendências?

Autor: http://pixabay.com/pt/mapa-%C3%A1mundi%C3%ADses-28615/

f) Anote tudo o que sabe sobre a África, como exemplo, nome de país, animal,

religião, comidas, brincadeiras e o que mais souber.

Atividade 6 – Um pouco de história

Vamos ver como os africanos chegaram ao Brasil? Vamos ler a história

ludicamente, utilizando o projetor. Essa história em quadrinhos chama-se “O

príncipe que veio da África”. Trata-se de uma história de ficção, mas que se

baseia em elementos da história do negro no Brasil, abordando o tráfico, o

trabalho escravo, a resistência do negro e a abolição.

Autor: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=32199

Autor: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=32199

Responda

a) O que aconteceu com Jeremim?

b) Para onde ele foi levado?

c) Ele queria ir?

d) Do que será que brincava Jeremim e sua amiga na África?

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS DA ETAPA 1

As atividades dessa primeira etapa tem o objetivo de inserir a temática

“AFRICA” aos alunos do 6º ano.

Na atividade 1, levaremos imagens de homens, mulheres, crianças,

adolescentes e idosos de ambos os sexos e de diferentes nacionalidades,

pediremos que cada alunos escolha personagens que os represente e

represente seus familiares. Serão orientados a buscar imagens que se

assemelham com as suas características. As imagens serão coladas em uma

árvore genealógica, enquanto fazem a atividade questionaremos a questão da

descendência.

Na atividade 2, 3 e 4 os alunos buscarão informações junto com seus

familiares, para descobrirem suas origens e descendência. Pediremos que

levem fotos dos familiares para montarmos uma árvore genealógica real.

Montarei a minha junto com os alunos. Essa atividade tem o objetivo buscar

entre nossos familiares os de origem africana. Nesse momento discutiremos os

conceitos de etnia e raça. Buscaremos inserir o tema África nessa atividade e a

partir dela, apresentaremos o continente africano.

Para mostrarmos aos alunos onde é o continente Africano,

trabalharemos o mapa mundi na atividade 5, relacionando o continente africano

ao continente americano com foco na América do Sul e no Brasil. O objetivo é

mostrar a distância percorrida pelos navios que traficaram os africanos.

A atividade 6 mostrará ludicamente em forma de quadrinhos, como

tiraram os africanos de seu habitat e trouxeram para o Brasil. O Gibi intitulado

“O príncipe que veio da África está disponível em forma de slides no endereço

eletrônico: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=32199 será lido

coletivamente utilizando o data show. Após leitura, trabalharemos questões

reflexivas do texto.

Atividade 1- BONECA ABAYOMI

Hoje aprenderemos a fazer uma boneca de pano, prestem atenção ao vídeo que

vamos assistir e respondam as seguintes questões:

Fonte: Oficina ministrada por Edeji, quilombola artesã do Quilombo Peixoto dos Botinhas, Capão da

Porteira. Viamão-RS

Qual o nome da boneca que está sendo

confeccionada?

Que materiais ela utiliza?

Qual a origem da boneca?

Porque a boneca é negra?

Vamos confeccionar uma boneca igual?

2ª ETAPA

Brinquedos, brincadeiras e jogos

africanos

ABAYOMI - ENCONTRO PRECIOSO: ABAY= ENCONTRO

OMI= PRECIOSO

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS DA ATIVIDADE 1

Para aprender a fazer a boneca, será apresentado na TV multimídia um vídeo,

intitulado “Oficina Abayomi com Alejandra Pinel”, publicado em 17/05/2013.

Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=z8NfFymBbv0>. O vídeo

tem a duração de 7:34, e mostra como confeccionar a boneca Abayomi. Após a

confecção da boneca, os alunos farão uma visita no site

http://www.bonecasabayomi.com.br/ para pesquisarem o significado da palavra

Abayomi e ainda conhecer vários modelos da boneca.

No Brasil, são feitas como bonecas de pano, a partir do aproveitamento

de sobras de tecido. São feitas apenas com nós ou linhas enroladas, sem uso

de cola ou costura e com mínimo uso de tesoura. Geralmente são pequeninas,

mas podem atingir 1,50m, são sempre negras, porque representam

personagens da mitologia, de circo, figuras do cotidiano, orixás, conto de fada e

manifestações folclóricas e culturais. Não há marcação dos olhos, nariz e boca.

Fonte: BATISTA, 2009, p. 19.

VALE A PENA SABER!

Conta os historiadores que dentro dos navios que raptavam os africanos para

serem escravizados no Brasil, as mulheres-mães rasgavam a barra da saia e

faziam Abayomis para as crianças brincarem. E já aqui, escravizados ou nos

quilombos, continuaram confeccionando as Abayomis (que pode ser menina ou

menino) pedindo saúde e prosperidade. Feita com retalhos de panos e com nós,

por ser um encontro precioso, a Abayomi é dada como presente a alguém. Sendo

uma relação de troca ou oferta, expressa as relações de reciprocidade própria dos

povos que mantém estreita relação com a terra.

Atividade 2- PEGUE O BASTÃO (EGITO) Vamos brincar?

Atividade 3- AMPE (GANA)

Escolham um líder entre vocês. Os demais formem um semicírculo. O líder vai

ficar de frente para o jogador que se encontra em uma das extremidades do círculo.

Ambos vão bater palmas, pular, e depois saltar e colocar um pé à frente. Se os dois

colocarem o mesmo pé para frente, o líder está fora e o jogador vira líder. Se colocarem

os pés diferentes, o líder se move para o próximo jogador e começa a mesma rotina.

Um ponto é marcado cada vez que o líder é bem-sucedido. Cada jogador toma um

rumo como um líder. Ganha quem obtiver mais pontos.

Pegue um cabo de vassoura cada

um e façam um grande círculo. Coloque

a vara na vertical e em pé a sua frente,

com uma das pontas tocando o chão. Na

hora que eu gritar, você vai deixar a sua

vara equilibrada e correr para a vara do

seu colega que está a sua direita. Se a

vara cair antes de pegá-la você está fora

do jogo. O vencedor será o último que

ficar.

Atividade 4- PEGUE A CALDA (NIGÉRIA)

Atividade 5- SALTANDO O FEIJÃO (NIGÉRIA)

Um aluno vai ficar com uma corda no

chão. Os outros farão um círculo ao redor do

mesmo de mãos dadas. O aluno com a corda

rente ao chão vai balançá-la, os demais não

poderão deixar a corda bater nos pés. Ou seja,

terão que pular para não serem atingidos pela

corda. O último que não se deixar atingir será o

vencedor.

Vocês vão se dividir em duas

equipes. Cada equipe vai fazer uma fila

segurando o ombro do colega. O último da

fila vai colocar um lenço no bolso. O

primeiro da fila deve comandar uma corrida

entre equipes e tentar pegar o lenço do

último de cada equipe. Ganha quem

conseguir pegar o lenço primeiro.

Atividade 6- PESQUISA ORIENTADA

Façam cinco equipes. No laboratório de informática, cada equipe pesquisará um

jogo de origem africana e ensinará as demais equipes como se joga.

.

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS DAS ATIVIDADE 2,3,4,5

Os cinco jogos serão trabalhados com os alunos, o objetivo simplesmente

brincar. Os alunos deverão aprendê-los tendo em vista que ao´final da

implementação ensinarão os demais alunos do colégio. O encaminhamento

detalhado de como se realiza cada jogo aqui explicitado pode ser encontrado

em:

<http://www.laab.ufpa.br/phocadownload/laabpublicacoes/Apostila%20Jogos%

20infantis%20africanos%20e%20afro-brasileiros.pdf>

Equipe 1

JOGO: ACOMPANHE MEUS PÉS

Equipe 2

JOGO: KAMESHI MPUKU (O rato e o gato)

Equipe 3

JOGO: PENGO PENGO

Equipe 4

JOGO: UMPHUCO

Equipe 5

JOGO: DA GA

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Na atividade 6, no laboratório de informática, as equipes pesquisarão o

jogo de origem africana e ensinarão as demais equipes como se joga. O

objetivo é aprendê-los paras no final da implementação ensinar aos demais

alunos do colégio.

Para facilitar a leitura desse material, colocaremos aqui as regras dos

cinco jogos selecionados.

JOGO: Acompanhe meus pés - As crianças estão em um círculo. O líder

canta e bate palmas. Ele para de cantar na frente de uma das crianças e realiza

algum tipo de dança. Se a criança conseguir copiar os passos ela se torna o

novo líder. Se não conseguir o líder escolhe outra criança e repete a dança.

Como variação, a troca também pode ocorrer caso a criança escolhida erre o

passo.

JOGO: Kameshi mpuku (O rato e o gato) - Originou-se com o povo Luba, do

Congo. Os jogadores se organizam em linhas e colunas iguais (4x4, 5x5 etc.)

deixando um espaço de aproximadamente um metro entre eles. Em cada linha

os alunos ficam de mãos dadas. A seguir são escolhidos três alunos (o

coordenador, o rato e o gato). Para iniciar o jogo, o gato persegue o rato entre

as linhas formadas pelos jogadores.

CONTINUAÇÃO DO JOGO: Kameshi mpuku (O rato e o gato) - Quando o

coordenador gritar "parar o rato" os jogadores soltam as mãos do colega da linha e

seguram nas mãos dos jogadores da coluna. Isso muda a direção dos

corredores. O rato e o gato devem ficar atentos às mudanças constantes entre

linha linhas e colunas. O jogo termina quando o rato for pego, ou o tempo limite for

atingido.

JOGO: PENGO PENGO - Há dois líderes. Cada criança, por sua vez vai até os

líderes e estes a pedem para escolher entre carne e arroz ou azul e verde. Após a

escolha da criança esta vai para trás do líder que representa a sua escolha.

Depois que todas as crianças escolherem, estas formam uma fila atrás do seu

líder agarradas pelas mãos ou cintura. Os lideres, segurando as mãos um do outro,

iniciam um cabo de guerra. Ganha quem arrastar o líder da equipe adversária.

JOGO: UMPHUCO - (Da palavra ukuphuca "jogar para puxar"): Algumas pedras

são colocadas em um buraco raso. Cada jogador tem uma pedra pelo menos três

vezes maior do que as pedras colocadas no buraco, com esta ele tenta tirar as

pedras menores do buraco. Um por um, cada jogador lança a pedra maior no

buraco e recolhe as pedras menores que saíram do buraco. O jogador que pegar

mais pedras ganha.

JOGO: DA GA - Da Ga significa "jiboia". Risque um quadrado ou retângulo que

será a "Casa da Cobra". Escolha um jogador para ficar dentro e ser "a Serpente".

Todos os outros jogadores devem ficar próximos à linha do quadrado. A cobra

tenta tocar nos jogadores. Se tocado, o jogador junta-se a cobra no interior do

quadrado. De mãos dadas e usando apenas a mão livre eles tentam tocar outros

jogadores. O último que não foi pego vence.

Atividade 7- APROFUNDANDO O ASSUNTO

Ainda em equipes, vocês deverão pesquisar outros jogos ou brincadeiras de

origem africana. Sigam os seguintes passos:

Escolham um jogo ou brincadeira que agrade;

Aprendam a jogá-lo para ensinar os demais alunos do colégio;

Construa os materiais necessários para jogá-los;

Ilustrem o jogo ou brincadeira escolhida.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Na atividade 7 os grupos de alunos buscarão outros jogos de origem africana,

os jogos escolhidos deverão ser ilustrados, com as regras explicitadas, pois

serão utilizados no amostra de brincadeiras e brinquedos africanos no final da

implementação.

Para concluir a implementação vamos organizar uma semana de Consciência

Negra, no colégio.

Atividades previstas:

1º DIA: Sessão cinema

6º e 7º ano: Vídeo: Menina Bonita do Laço de Fita de Ana Maria Machado.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=46Wv5JUyEJg

Síntese: A obra “Menina Bonita do Laço de Fita”, foi publicada pela autora Ana

Maria Machado, no ano de 1996. A autora narra a história de uma linda e graciosa

menina negra e de um coelhinho que achava a menina a mais linda que já tinha visto

em sua vida, o coelho sonhava em ter uma linda filha pretinha.

No decorrer da história o coelho sempre pergunta à menina: “Menina bonita do

laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?” A menina sempre inventa

explicações sobre a cor de sua pele. O coelhinho faz de tudo para tornar-se negro:

entra numa lata de tinta preta, come jabuticabas até passar mal e toma muitas xícaras

de café.

Certo dia, a mãe da menina, ouvindo a conversa entre os dois, explicou ao

coelho o verdadeiro motivo da menina ter a pele negra: “Arte de uma avó preta”. O

coelho resolve procurar uma coelha preta para que possa ter filhotes.

Assim, nascem muitos coelhinhos, todos diferentes, multicoloridos e, é claro,

uma linda coelhinha pretinha.

3ª ETAPA

SOCIALIZANDO A IMPLEMENTAÇÃO

ATIVIDADES

a) Faça uma ilustração do filme.

b) Qual o tema central do vídeo?

c) Quais os personagens principais?

d) Qual era o problema do coelho?

e) Como a menina resolveu o problema?

f) Você alguma vez já quis trocar a sua cor? Explique.

8º e 9º ano: Vídeo: Filme - O xadrez das cores.

Obra de ficção, este curta-metragem conta a história de Cida, uma mulher negra

de quarenta anos que vai trabalhar para Maria, uma senhora de oitenta anos,viúva, sem

filhos e extremamente racista. A relação entre as duas começa tumultuada, com Maria

tripudiando Cida por ela ser negra. Cida tudo atura emsilêncio por precisar do dinheiro,

até que decide se vingar, através de um jogo de xadrez.

ATIVIDADES

a ) Qual o sentimento predominante entre patroa e empregada?

b) Como a empregada se sentia diante dos comentários e atitudes da patroa?

c) O que você achou da reação da empregada? O que você faria se estivesse

no lugar dela?

d) O que você considera positivo na atitude da empregada e da patroa?

e) Levante situações semelhantes vivenciadas o observadas em seu dia a dia.

1, 2º e 3º ano: Vídeo: Filme - Vista a minha pela

ATIVIDADES

O filme Vista minha pele, lançado em 2003 no Brasil, sob a direção de Joel Zito

Araújo, faz uma inversão da estrutura da realidade social brasileira. Narra a história de

Maria, uma menina branca e pobre que estuda em um colégio particular graças a bolsa

de estudo que tem pelo fato de sua mãe ser faxineira da escola. A maioria de seus

colegas, que são negros e ricos, hostiliza-a por sua cor e por sua condição social, com

exceção de sua amiga Luana, filha de um diplomata, que por ter morado em países

pobres, possui uma visão mais abrangente da realidade. Maria quer ser “Miss festa

junina” da escola, mas isso requer um esforço enorme, que vai desde a predominância

da supremacia racial negra até a resistência de seus pais, a aversão dos colegas e a

dificuldade de vender os bilhetes para seus conhecidos, que em sua maioria eram

pobres. Maria tem em Luana uma forte aliada e as duas vão se envolver em uma série

de aventuras para alcançar seus objetivos. O filme pode ser acessado por meio do link:

<http://vids.myspace.com/index.cfm?fuseaction=vids.individual&VideoID=467073

62>

ATIVIDADES

a) Resuma o que significa ser branco e negro no Brasil?

b) Qual a concepção de raça que temos?

c) Quais cenas o incomodaram? Por quê?

d) Qual a evidência de desigualdades relativas a diferenças étnico-raciais no

Colégio que você estuda?

e) Aponte algumas estratégias de combate a atitudes preconceituosas e

discriminatórias no espaço escolar?

2º DIA: PALESTRA

As dificuldades ou não de ser afrodescendente.

3º DIA: MURAIS ILUSTRATIVOS

4º DIA: OFICINA DE BONECA ABAYOMI

5º DIA: JOGOS E BRINCADEIRAS

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS DA ETAPA 3

Para essa etapa buscaremos ajuda dos demais professores do colégio,

tendo em vista que trabalharemos uma semana de consciência negra no colégio.

No primeiro dia dessa semana, pediremos aos professores das primeiras

aulas passarem um filme já selecionado de acordo com o nível dos alunos e

discutam com eles as questões reflexivas sobre a temática. A ideia é que todos do

colégio trabalhem o mesmo tema, porém com enfoques diferentes. Os filmes

selecionados foram: Menina Bonita do Laço de Fita; O Xadrez das Cores e Vista a

Minha Pele.

O segundo dia será destinado as palestras, buscaremos na comunidade

pessoas afrodescendentes, que falarão de suas expewriências. Nomeamos essa

palestra como “As dificuldades ou não de ser afrodescendente”.

O terceiro dia será dedicados aos painéis ilustrativos, para tanto pediremos

ajuda aos professores de arte do colégio, para montarem com seus alunos paínéis

referentes a cultura africana.

O quarto dia será ofertada uma oficina de bonecas “ABAYOMI”, Onde

ensinaremos os alunos a confeccioná-las. Enquanto participam da oficina,

contaremos a origem e a história da boneca.

REFERÊNCIAS

LEMOS, F. Brincar é coisa séria. Revista Vida e Saúde. p. 4-5, Outubro, 1993.

LIMA, Ana Paula. A Lei Federal 10.639/03 e o Combate ao Racismo: Ação Docente e

Promoção de Justiça e Igualdade na Escola. Curitiba. 2008. Dissertação (Mestre em

Educação).Universidade Tuiti do Paraná.

MARANHÃO, Fabiano. Jogos africanos e afro-brasileiros nas aulas de educação física:

processos educativos das relações étnico-raciais. 2009. Dissertação (Mestrado em Educação) –

PPGE/UFSCar, São Carlos, 2009.

MUNANGA, Kabengele. Superando o Racismo na Escola – Apresentação. Brasília 2005.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Educando para as Relações Étnico-Raciais II.

Superintendência da Educação. Diretoria de Políticas e Programas Educacionais. Coordenação

de Desafios Educacionais Contemporâneos. Curitiba: SEED – PR., 2008.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento

de Ensino Fundamental. História e cultura afro-brasileira e africana: educando para as

relações étnico-raciais / Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da

Educação. Departamento de Ensino Fundamental. – Curitiba: SEED-PR, 2010. - 110 p. –

(Cadernos Temáticos).

TRAQUINÁLIA, Claudinéia dos Santos. Jogos e brincadeiras tradicionais. Mandaguari, 2009.

Disponível em:

<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2010/20

10_uem_edfis_artigo_claudineia_dos_santos_trinquinalia.pdf.> Acesso em agosto de 2014.

O 5º e último dia, será a conclusão da implementação, onde todas as

brincadeiras aprendidas no desenvolvimento desse material serão ensinadas

aos demais alunos do colégio. A intenção é fazer uma grande oficina de

brinquedos e brincadeiras. Para tanto, as equipes de alunos, se revezarão

entre si, para brincarem com os outros alunos que não conhecem esses

jogos e brincadeiras.