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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Título: A IMPORTÂNCIA DE AULAS PRÁTICAS PARA MELHOR

COMPREENSÃO E ABSTRAÇÃO DE CONCEITOS NA DISCIPLINA DE SOLOS

Autor Andrea Mello Cório Di Buriasco

Área Agricultura

Disciplina Solos

Escola de Implementação do Projeto e

sua localização

Centro Estadual de Educação

Profissional Manoel Moreira Pena

Av. General Meira 391

Município da Escola Foz do Iguaçu

Núcleo Regional de Educação Foz do Iguaçu

Professor Orientador Prof. Ms. Marcos Augusto Morais

Arcoverde

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Oeste do

Paraná - UNIOESTE

Resumo A disciplina “Solos”, dentro

do curso técnico em agropecuária,

tem um importante papel, pois o

solo desempenha uma grande

variedade de funções vitais, de

caráter ambiental. Já no início do

curso, observa-se uma dificuldade

por parte dos alunos em relacionar

os conceitos da disciplina de solos

com o seu dia a dia em decorrência

da não abstração de alguns

conteúdos em aulas teóricas. Diante

de tantas informações novas e que

requerem um melhor entendimento

de alguns saberes mais

aprofundados, propõe-se aulas

práticas como ferramenta

facilitadora do aprendizado.

Visto que disciplinas técnicas

não contam com material didático

de suporte para aulas teóricas e tão

pouco para aulas práticas, a

confecção de uma coletânea de

aulas práticas de solos no

laboratório para o 1o ano do curso

técnico em agropecuária, irá

proporcionar um incentivo aos

alunos às aulas de solos.

Palavras-chave Solos, Aulas Práticas e Incentivo

Formato do Material Didático Caderno Pedagógico.

Relação Interdisciplinar Química, Biologia e Geografia

Público Alvo Alunos do 1o ano do Ensino Médio

Técnico em Agropecuária

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE

CAMPUS FOZ DO IGUAÇU – PR

A IMPORTÂNCIA DE AULAS PRÁTICAS PARA MELHOR COMPREENSÃO E

ABSTRAÇÃO DE CONCEITOS NA DISCIPLINA DE SOLOS

Andrea Mello Cório Di Buriasco

Produção Didático-Pedagógica desenvolvida como

requisito do Programa de Desenvolvimento

Educacional (PDE) da Secretaria de Estado da

Educação, na área de Agricultura, sob a orientação

do Professor Ms. Marcos Augusto Morais Arcoverde

Foz do Iguaçu – PR

2013

APRESENTAÇÃO

No curso técnico integrado em agropecuária observa-se uma dificuldade,

por parte dos alunos, em relacionar os conceitos da disciplina de solos com o seu

dia a dia em decorrência da não abstração de alguns conteúdos em aulas

teóricas. No primeiro e segundo bimestre os conteúdos trabalhados com os

alunos são: Gênese, morfologia e física dos solos; Perfil do solo; Classificação

textural do solo; Matéria Orgânica; Água: funções na planta, água no solo,

classificação física, classificação biológica, capacidade de campo, ponto de

murcha e murcha permanente, evapotranspiração, relação solo/água/clima/planta

e Ar do solo.

Diante de tantas informações novas e que requerem um melhor

entendimento de alguns saberes mais aprofundados, propõe-se aulas práticas

como ferramenta facilitadora do aprendizado.

As perguntas propulsoras para este trabalho são: “Como estimular o

aprendizado no aluno?” “Como incentivar o professor a ministrar mais aulas

práticas e utilizar com maior frequência o laboratório do colégio?”.

Segundo Libâneo (1998, p. 19), “proporcionar ao aluno uma aprendizagem

significativa supõe da parte do professor conhecer e compreender motivações,

interesses, necessidades de alunos diferentes entre si”.

O laboratório do CEEP Manoel Moreira Pena conta com equipamentos,

reagentes, materiais de consumo, vidrarias e instrumentos que são pouco

utilizados pelos alunos do curso técnico em agropecuária. Este ambiente pode ser

bem mais explorado por professores e alunos.

Este material didático propõe modelos de aulas práticas realizadas em

laboratório que podem facilitar o entendimento de conceitos de solos contribuindo

assim no processo ensino-aprendizagem dos alunos.

Os objetivos específicos deste material são:

Propor uma coletânea de aulas práticas de solos em laboratório permitindo assim

despertar um desejo de crescimento contínuo de aprendizado.

Interagir teoria e prática atendendo assim a necessidade de uma educação para o

mundo do trabalho.

Propiciar aos estudantes a opção de aprofundarem os conhecimentos em solos

que servirão como apoio ao bom desempenho da profissão.

Incitar os alunos a perceberem a importância do solo para a sobrevivência dos

diferentes seres vivos.

Propor aulas práticas dinâmicas com maior facilidade de entendimento.

Despertar o senso crítico e investigativo nos alunos.

Incentivar professores de outras disciplinas a utilizarem mais o laboratório por

meio de aulas práticas fazendo desta ferramenta um auxiliar em suas dinâmicas.

O presente caderno pedagógico constitui um material composto por seis

unidades didáticas relacionadas ao conteúdo de solos que pode ser utilizado

como material de apoio para outras disciplinas do ensino médio integrado ao

ensino profissional.

As atividades sugeridas neste caderno para aulas práticas de solos foram

integral ou parcialmente retiradas de materiais disponibilizados pela Universidade

Federal do Paraná, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” -

ESALQ/USP, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa e Instituto

Agronômico de Campinas - IAC. Em cada unidade será disponibilizado a origem

do material bem como a autoria do experimento.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Para início das atividades propostas neste caderno será apresentado

aos alunos os objetivos deste trabalho e as atividades experimentais a serem

realizadas em cada unidade didática.

A utilização do laboratório para aulas práticas exige que haja uma

orientação aos alunos com relação às normas estabelecidas para seu uso, bem

como o uso correto de seus materiais.

Unidade didática 1: Formação do solo.

Material disponibilizado pela ESALQ/USP1

Introdução

Essa atividade explica o processo de Pedogênese e também sobre o

intemperismo, ou seja, fenômenos físicos, químicos e biológicos que agem sobre

o material de origem dos solos.

Objetivo

Demonstrar como ocorre a formação gradativa do solo pela

transformação constante das rochas pelo intemperismo.

Material:

- Madeira;

- Vidro;

- Rochas inteiras;

- Rochas menores, já fragmentadas;

- Partículas de solos dos mais variados tamanhos;

- Solo propriamente dito.

Procedimento:

Montagem das caixas com 5 divisões de mesmo tamanho e lateral de

vidro;

1 Dados da autoria: Programa de Extensão Universitária Solo na Escola/Esalq. Coordenado pelo

Prof. Dr. Antonio Azevedo do Departamento de Ciência do Solo. Experimento #5.

Distribuir as rochas e solos nos cinco espaços;

A distribuição do material na caixa deve seguir uma sequência onde no primeiro

espaço coloca-se as rochas inteiras, no segundo, rochas inteiras no fundo e

fragmentadas na superfície, no terceiro, rochas inteiras no fundo, fragmentadas

no meio e partículas menores na superfície, no quarto espaço rochas

fragmentadas no fundo, e preencher com partículas menores até a superfície.

Fonte: http://solonaescola.blogspot.com.br/2011/08/experimentos-5.html

Avaliação

Pedir aos alunos que respondam as seguintes questões:

Questão 1) Quais são os fatores de formação de solo (fatores pedogenéticos)?

Questão 2) Como o clima afeta a formação do solo?

Questão 3) Quais são os processos de formação de solo (processos

pedogenéticos)?

Questão 4) Como os organismos afetam a formação do solo?

Questão 5) Como o relevo afeta a formação do solo?

Questão 6) Como o material de origem afeta a formação do solo?

Unidade 2: Atividade microbiana do solo

Material disponibilizado pela UFPR2

Introdução

Essa atividade explica a atividade microbiana do solo incluindo todas as

reações metabólicas celulares, suas interações e seus processos bioquímicos

mediados ou conduzidos pelos organismos do solo.

Objetivos

Apresentar e fixar os conceitos de atividade microbiana e respiração do

solo. Avaliar de forma qualitativa a atividade microbiana do solo através da

respiração. Ressaltar a importância dos conceitos de atividade biológica e

respiração de um solo e ressaltar a importância destes conhecimentos para o

manejo adequado dos solos.

Material

- 2 frascos tipo kitassato capacidade 500 mL;

- 2 mangueiras de silicone (30 cm);

- 2 braçadeiras de metal;

- 2 frascos vazios de maionese (500 mL);

- 1 amostra de solo úmido (800 g);

- 200 g de glicose;

- 2 rolhas de borracha.

2 Dados de autoria: Experimentoteca de Solos – Projeto Solo na Escola – Departamento de Solos

e Engenharia Agrícola da UFPR - Jair Alves Dionísio - Professor Doutor (DSEA/UFPR).

Procedimento:

1. Conectar ao bico de saída do kitassato a mangueira de silicone e atarraxá-la com

a braçadeira;

2. Transferir 400 g de solo úmido para os Kitassatos;

3. Dividir o solo em duas partes iguais e numa delas adicionar uma colher de sopa

de açúcar;

4. Misturar bem, com auxílio da colher, até ficar imperceptível a presença do açúcar

no solo;

5. Vedar hermeticamente os kitassatos com a rolha de borracha;

6. Colocar a extremidade da mangueira do kitassato dentro do frasco de maionese

contendo água (aproximadamente 300 mL).

7. Verificar a formação de bolhas de ar dentro d`água.

8. Observação: Para que esta prática tenha êxito em condições ambientais é

necessário que seja executada nos dias quentes, com temperatura acima de

22oC, preferencialmente no verão.

Avaliação:

Pedir aos alunos que respondam as seguintes questões:

Questão 1) Conceitue a atividade microbiana do solo.

Questão 2) Conceitue a respiração do solo.

Questão 3) Explique a influência da adição de glicose na respiração do solo.

Unidade 3: Infiltração e Retenção de Água no Solo

Material disponibilizado pelo UFPR3

Introdução

Essa prática demonstra aos alunos aspectos básicos sobre os

componentes do solo, que são os minerais e matéria orgânica (fase sólida), o ar

do solo (fase gasosa) e a solução do solo (fase líquida) que ocupam o espaço

poroso do solo.

Objetivo

Demonstrar a capacidade de infiltração e retenção da água em

diferentes tipos de solo. Demonstrar a importância da matéria orgânica na

retenção da água.

Sugere-se a utilização de algumas perguntas antes de se iniciar o experimento,

para que os alunos possam formular hipóteses do que irá acontecer, para depois,

confrontar com os resultados obtidos após o experimento:

a) Quando se jogar a água sobre as amostras, ela se infiltrará (entrará nestes

solos) ou ficará ali parada?;

b) Em qual das amostras a água vai começar a pingar antes?;

c) Em qual das amostras a água vai pingar por mais tempo?;

d) Qual amostra pingará mais água?;

e) Qual das amostras demorará mais tempo para começar a pingar a água?;

f) A água que sair das amostras será cristalina ou terá uma outra coloração?;

g) Qual das três amostras armazenará mais água?;

3 Dados de autoria: Experimentoteca de Solos – Projeto Solo na Escola – Departamento de Solos

e Engenharia Agrícola da UFPR - YOSHIOKA, M.H., LIMA, M.R. de. Experimentoteca de solos:

infiltração e retenção da água no solo. Arquivos da APADEC, Maringá, v. 8, n. 1, p. 63-66, 2004.

h) Qual dessas amostras pode ser melhor para as plantas absorverem água para

seu desenvolvimento e sobrevivência?

i) Qual solo poderá inundar com maior facilidade com uma chuva forte?

Material

- Dois copos de uma amostra seca e triturada de um solo arenoso (se não tiver

pode ser areia de construção);

- Dois copos de uma amostra seca e triturada de um solo argiloso;

- Dois copos de uma amostra seca e triturada de solo de uma mata (que pode ser

coletado em parques, sendo importante a presença da matéria orgânica);

- Três garrafas plásticas descartáveis transparentes (de refrigerante tipo PET de

2L sem o rótulo);

- Pedaços de tecido ou pano;

- Barbante ou elástico;

- Água;

- Tesoura sem ponta;

- Caneta de retroprojetor;

- Jornais velhos;

- Rolo de macarrão;

- Um copo.

Procedimento:

1. Espalhar e deixar as amostras de solos secando por alguns dias sobre algumas

folhas de jornal ao ar livre, de preferência ao sol;

2. Quando estiver seco, passar (rolando) o rolo de macarrão sobre as amostras

para triturar (não deixando torrões que possam interferir nos resultados dos

experimentos);

3. Preparar as garrafas plásticas cortando-as com a tesoura no meio. A parte da

boca da garrafa será utilizada como um funil, e o fundo desta como o suporte

(Figura 01 - Esquema de montagem do experimento).

Figura 01 - Esquema de montagem do experimento

4. Prender bem o tecido com o barbante ou elástico na extremidade de cada

garrafa funil (Figura 01);

5. Colocar cada garrafa funil sobre seu suporte que é a outra parte da garrafa

cortada (o fundo), de modo que fique apoiada (Figura 01);

6. Numerar as garrafas funil (01, 02, 03);

7. Encher cada garrafa funil com um tipo de amostra de solo já preparada

anteriormente, colocando dois copos de cada solo. A garrafa 01 com a amostra

do solo arenoso. A garrafa 02 com o solo argiloso, e a garrafa 03 com o solo de

mata;

8. Encher cada garrafa funil com a mesma quantidade de água ou dois copos em

cada uma das garrafas (Figura 02);

Figura 02. Realização do experimento com as três amostras

9. Observar e anotar quanto tempo a água demorou para começar a pingar de

cada garrafa funil;

10. Observar e anotar quanto tempo a água ficou pingando e o quanto foi liberado

de cada amostra de solo, marcando com uma caneta de retroprojetor em seu

suporte (parte da garrafa que recebe a água que pinga do solo);

11. Observar a cor da água que está pingando;

12. Comparar os resultados obtidos e discutir em sala de aula.

Os prováveis resultados desta experiência são: na amostra de solo

arenoso ou areia, a água irá se infiltrar mais rapidamente e terá maior

gotejamento que na amostra de solo argiloso (que pode demorar a iniciar a

gotejar). Sendo assim, a amostra de solo arenoso terá menor capacidade de

retenção desta água, devido a essa facilidade de perda. Este aspecto pode ser

associado aos efeitos na perda de nutrientes ou lixiviação de compostos

poluentes para os corpos de água subterrâneos, ou na capacidade do solo em

suprir água em períodos mais secos. Os alunos devem observar o tempo que

levou para iniciar a gotejar, quanto tempo permaneceu gotejando e o quanto foi

liberado de água em cada amostra, bem como observar a cor da solução do solo.

Ao observar a coloração da água, a amostra de solo de mata poderá apresentar a

cor mais escura (devido à presença de compostos orgânicos solúveis), enquanto

nas outras amostras a água poderá sair mais cristalina. A quantidade de água

perdida (lixiviada) na amostra de solo coletada na mata pode ser variável, em

função da textura e da quantidade de matéria orgânica do solo. Assim, por

exemplo, se a amostra de mata for coletada em solos de textura mais arenosa,

ela pode ter resultados mais semelhantes à amostra de solo arenoso. No entanto,

a matéria orgânica, presente em maior proporção no solo de mata, é importante

para aumentar a capacidade de retenção de água em vários tipos de solo,

principalmente em um solo arenoso, que tende a reter menos água.

Avaliação

Ao final da aula cada aluno receberá o questionário abaixo já impresso

para respondê-lo.

Questões a serem respondidas depois da atividade:

a) Por que a água se infiltrou nas três amostras de solo e não ficou ali parada?;

b) Em qual das amostras a água começou a pingar antes? Por quê?;

c) Em qual das amostras a água pingou por mais tempo? Por quê?;

d) Em qual das amostras a água pingou mais (quanto foi liberado)? Tente explicar

o que houve;

e) Em qual das amostras a água demorou mais para começar a pingar? Por quê?;

f) O que aconteceu na amostra de solo com matéria orgânica?;

g) Qual a aparência da água que está saindo de cada uma das amostras?;

h) Qual das três amostras armazena mais água? Tente explicar o que houve;

i) A partir dos resultados obtidos, diga qual é a melhor amostra para o

armazenamento de água para as plantas?;

j) A partir da interpretação dos resultados obtidos com o experimento, imagine

que na horta ou jardim da sua escola tem apenas dois tipos de solo. De um lado

um solo arenoso e do outro lado um solo argiloso e de repente começou a chover

muito. Em qual dos solos poderá ocorrer mais facilmente a inundação do terreno?

Unidade 4: Consistência do solo

Material disponibilizado pelo UFPR4

Introdução

A atividade proposta nesta unidade mostra ao aluno que consistência é

a influência que as forças de coesão e de adesão exercem sobre os constituintes

do solo, de acordo com seus variáveis estados de umidade, mostra que força de

coesão refere-se à atração de partículas sólidas por partículas sólidas e que força

de adesão refere-se à atração das moléculas de água pela superfície das

partículas sólidas.

O aluno estudará aspectos práticos da consistência, que são facilmente

observados, como a dureza que certos solos apresentam quando secos, ou a

pegajosidade que alguns apresentam quando molhados. A consistência pode

variar ao longo do perfil do solo, nos seus diferentes horizontes.

Objetivos

Discutir o que é consistência do solo (dureza, friabilidade, pegajosidade,

plasticidade). Demonstrar que diferentes solos apresentam diferentes

consistências.

Material

- Amostras de solos diferentes com diferentes consistências (mais duro, mais

macio, mais pegajoso, menos pegajoso, etc.);

- Recipientes com água (pisseti);

- Bandejas plásticas.

4 Dados de autoria: Experimentoteca de Solos – Projeto Solo na Escola – Departamento de Solos

e Engenharia Agrícola da UFPR - Marcelo Ricardo de Lima - Professor Doutor (DSEA/UFPR)

Procedimentos

1 - Para trabalhar a consistência do solo utilizar solos com diferentes

consistências. Por exemplo: uma amostra de um solo muito duro quando seco e

muito pegajoso

quando molhado, e de um solo muito solto quando seco e não pegajoso quando

molhado. As amostras de solo devem ser previamente secas em bancadas sobre

uma folha de jornal.

2 - Pegar “torrões” de solo bem seco, e analisar a dureza do solo. Apertar o solo

entre o polegar e o indicador e tentar quebrar. Se não quebrar, tentar quebrar com

as mãos. O solo macio quebra-se facilmente se pulverizando. O solo ligeiramente

duro pode ser quebrado entre o polegar e o indicador. O solo muito duro é difícil

de quebrar usando ambas as mãos, e o solo extremamente duro não pode ser

quebrado mesmo usando ambas as mãos.

3 - Molhar o solo (não encharcar) e amassar bem, formando uma massa de

modelar. Apertar esta massa entre o polegar e o indicador para verificar a

pegajosidade. Ao ser molhado e amassado, o solo não pegajoso não gruda nos

dedos, o solo ligeiramente pegajoso gruda em um dos dedos, e o solo pegajoso

gruda em ambos os dedos.

4 - Molhar o solo (não encharcar) e amassar bem, formando uma massa de

modelar. Com esta massa tentar formar um fio com 3 a 4 mm de diâmetro, para

verificar a plasticidade. O solo não plástico não permite formar uma fio de 3 a 4

mm de diâmetro, o ligeiramente plástico permite fazer o fio, mas esta quebra ao

dobrar, e o solo plástico permite fazer a e dobrar o fio sem quebrar.

Atividades

Utilizar as perguntas abaixo antes de se iniciar o experimento, para que

os alunos possam formular hipóteses do que irá acontecer, para depois,

confrontar com os resultados obtidos após o experimento.

a) Os solo seco sempre é duro ?

b) O solo molhado é sempre pegajoso ?

c) É possível moldar o solo para produzir diferentes objetos ?

Avaliação

Os alunos deverão responder as questões abaixo após a obtenção dos

resultados do experimento:

a) Quais as durezas que foram encontradas nas amostras de solos?

b) Quais as plasticidades encontradas nas amostras de solos?

b) Quais as pegajosidades encontradas nas amostras de solos ?

c) Qual a importância da dureza ?

d) Qual a importância da pegajosidade e da plasticidade ?

Unidade 5: Análise Granulométrica (Dispersão Total) – Método da Pipeta

Material disponibilizado pela EMBRAPA5

Introdução

Falar para o aluno sobre a análise granulométrica do solo que é de

grande importância para o fornecimento de subsídios para a orientação de um

manejo agrícola adequado da propriedade rural e consequentemente o

crescimento das plantas.

Segundo Medeiros et al (2006):

textura do solo refere-se à proporção relativa em que se encontram, em determinada massa de solo, os diferentes tamanhos de partículas. Refere-se, especificamente, às proporções relativas das partículas ou frações de areia, silte e argila na terra fina seca ao ar (TFSA). É a propriedade física do solo que menos sofre alteração ao longo do tempo. É muito importante na irrigação porque tem influência direta na taxa de infiltração de água, na aeração, na capacidade de retenção de água, na nutrição, como também na aderência ou força de coesão nas partículas do solo. Os teores de areia, silte e argila no solo influem diretamente no ponto de aderência aos implementos de preparo do solo e plantio, facilitando ou dificultando o trabalho das máquinas. Influi também, na escolha do método de irrigação a ser utilizado.

Objetivo

Determinação das frações granulométricas de um determinado solo e

identificação de sua classe textural.

Princípio

Baseia-se na velocidade de queda das partículas que compõem o solo.

Fixa-se o tempo para o deslocamento vertical na suspensão do solo com água,

5 Dados de autoria: EMBRAPA - Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de Métodos de

Análise de Solo, 2a edição revista e atualizada, Rio de Janeiro1997.

após a adição de um dispersante químico (soda ou calgon). Pipeta-se um volume

da suspensão, para determinação da argila que seca em estufa é pesada. As

frações grosseiras (areia fina e grossa) são separadas por tamisação, secas em

estufa e pesadas para obtenção dos respectivos percentuais. O silte corresponde

ao complemento dos percentuais para 100%.

É obtido por diferença das outras frações em relação à amostra original.

Material

- rolo de madeira;

- proveta de 1000ml;

- pipetas de 50 ml;

- béquer de 250 ml;

- estufa (1050 - 1100 C);

- termômetro;

- peneiras de 0,053mm (nº 270) e de 0,2mm (no70) ;

- balança analítica;

- agitador – coqueteleira;

- vidro de relógio;

- papel de vidro;

- nitrato de prata;

- bastão de vidro

Procedimento

· Colocar 20g de solo (TFSA) em copo plástico de 250ml. Adicionar 100ml de

água e 10ml de solução normal de hidróxido de sódio, ou 10ml de

hexametafosfato de sódio, tamponado com carbonato de sódio. Agitar com bastão

de vidro e deixar em repouso durante uma noite, cobrindo o copo com vidro de

relógio.

· Transferir o conteúdo para copo metálico do agitador elétrico “stirrer” com o

auxílio de um jato de água, deixando o volume em torno de 300ml. Colocar o copo

no agitador e proceder à agitação durante 15 minutos para solos argilosos e de

textura média e 5 minutos para os arenosos.

· Passar o conteúdo através de peneira de 20cm de diâmetro e malha de 0,053

(nº 270), colocada sobre um funil apoiado em um suporte, tendo logo abaixo uma

proveta de 1.000ml ou um cilindro de sedimentação (Koettgen ou outro). Lavar o

material retido na peneira com água proveniente de depósito colocado a mais ou

menos 3 metros de altura, de modo a se obter uma pressão uniforme na

mangueira e uma lavagem eficiente e rápida das areias. Completar o volume do

cilindro até o aferimento, com o auxílio de uma pisseta.

· Agitar a suspensão durante 20 segundos com um bastão, tendo este, na sua

extremidade inferior, uma tampa de borracha contendo vários furos e de diâmetro

um pouco menor do que o do cilindro ou proveta. Marcar o tempo após concluir a

agitação.

· Preparar a prova em branco, colocando o dispersante utilizado em proveta de

1.000ml contendo água. Completar o volume, agitar durante 20 segundos e

marcar o tempo. Medir a temperatura da prova em branco e da amostra e verificar

na Tabela 2 o tempo de sedimentação da fração argila para 5cm de profundidade.

Calculado o tempo, introduzir uma pipeta de 50ml, colocada em pipetador

automático de borracha, até a profundidade de 5cm, e coletar a suspensão.

· Transferir para cápsula de porcelana, ou bécher numerado e de peso conhecido,

juntamente com a porção proveniente da lavagem da pipeta. Repetir esta

operação para a prova em branco. Colocar a cápsula na estufa e deixar durante

uma noite ou até evaporar completamente a suspensão. Retirar, colocar em

dessecador, deixar esfriar e pesar com aproximação de 0,0001g, concluindo,

assim, a determinação da argila e do resíduo da prova em branco.

· Completar a lavagem da areia retida na peneira de 0,053mm com jato forte de

água de torneira. Transferir a fração areia para lata de alumínio numerada e de

peso conhecido, eliminar o excesso de água e colocar na estufa. Após secagem

(3 a 5 horas), deixar esfriar e pesar, com aproximação de 0,05g, obtendo-se

assim o peso da areia grossa + areia fina. Transferir essa fração para peneira de

20cm de diâmetro e malha 0,2mm (nº 70), colocada sobre recipiente metálico de

mesmo diâmetro, e proceder à separação da areia grossa.

· Transferir a areia fina para a mesma lata que foi usada anteriormente e pesar.

· Colocar as duas frações de areia separadamente em sacos plásticos e anotar o

número da amostra, a fim de serem enviadas para análise mineralógica (quando

solicitadas).

Calcular o tempo de sedimentação da argila (fração menor que 0,002mm

de diâmetro), em suspensão aquosa, para uma profundidade de 5cm, a diversas

temperaturas, de acordo com os dados constantes do quadro a seguir:

Temperatura 0C Tempo Temperatura 0C Tempo

10 5h 11’ 23 3h 43’

11 5h 03’ 24 3h 38’

12 4h 55’ 25 3h 33’

13 4h 47’ 26 3h 28’

14 4h 39’ 27 3h 24’

15 4h 33’ 28 3h 19’

16 4h 26’ 29 3h 15’

17 4h 20’ 30 3h 10’

18 4h 12’ 31 3h 07’

19 4h 06’ 32 3h 03’

20 4h 00’ 33 2h 58’

21 3h 54’ 34 2h 55’

22 3h 48’ 35 2h 52’

Observação: Calculada pela Lei de Stokes, considerando a densidade de

partícula (real) igual a 2,65.

Cálculo

Calcular os valores das frações de acordo com as seguintes expressões:

teor de argila = [ argila (g) + dispersante (g) ] - dispersante (g) x 1.000

teor de areia fina = areia fina (g) x 50

teor de areia grossa = [ areia fina (g) + areia grossa (g) ] - areia fina x 50

teor de silte = 1.000 - [ argila (g) + areia fina (g) + areia grossa (g) ]

Com base nos resultados da análise acima descrita, consultar o triângulo

de grupamento textural para determinação da classe textural do solo.

Triângulo para determinação de classes texturais: IAC

Reagentes:

Solução de NaOH N - pesar 40g do NaOH e dissolver em água destilada,

completando o volume para 1 litro.

Solução de hexametafosfato de sódio - pesar 35,7g do hexametafosfato ou

calgon, dissolver em água contida em balão de 1 litro, adicionar 7,94g do

carbonato de sódio anidro e completar o volume.

Álcool a 60% - diluir 600ml de álcool etílico 98º GL em água até completar 1 litro.

Aferir a solução com um alcoômetro.

Água oxigenada a 30 volumes - obtida diretamente no comércio.

Solução de HCl a 10% - diluir 100ml de HCl concentrado em água e completar o

volume para 1 litro.

Equipamentos:

Stirrer.

Estufa.

Dessecador.

Avaliação

A avaliação desta atividade prática será na forma de Relatório de Aula

Prática onde cada aluno entregará o seu.

Segue abaixo o modelo do relatório.

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA

Disciplina - Solos

1. Identificação

Título da prática -

Nome -

Professor(a) -

Escola –

Data –

2. Introdução (Embasamento teórico do experimento descrito para situar o leitor

naquilo que se pretendeu estudar no experimento)

3. Materiais e Métodos (Descrever o experimento realizado, os métodos analíticos e técnicas empregadas, bem como descrição dos instrumentos utilizados. Este item precisa conter elementos suficientes para que qualquer pessoa possa ler e reproduzir o experimento no laboratório. Utilizam-se desenhos e diagramas para esclarecer sobre a montagem de aparelhagem) 4. Resultados e Discussão (Mostrar todos os resultados obtidos. Fazer uma análise dos resultados obtidos, com as observações e comentários pertinentes)

5. Conclusões (Síntese sobre as conclusões alcançadas com o trabalho)

6. Bibliografia (Livros, artigos e endereços eletrônicos utilizados como fonte de

consulta para escrever o relatório)

Unidade 6: Determinação do carbono orgânico e da matéria orgânica

Material disponibilizado pelo IAC6

Introdução

A atividade proposta tratará sobre a importância da presença de matéria

orgânica no solo por melhorar suas propriedades físicas, químicas e biológicas, e

ter um papel preponderante em manter a temperatura adequada do solo, suprir

nutrientes para as plantas, estabilizar a estrutura do solo e aumentar a

permeabilidade.

O carbono ocorre no solo na forma tanto orgânica como inorgânica. A

grande maioria é encontrada na matéria orgânica e em minerais carbonatados.

Em regiões de clima muito úmido, onde os perfis são submetidos a intensa

lixiviação, o carbono aparece predominantemente na forma orgânica.

Objetivo

Determinação do teor de matéria orgânica do solo.

Princípio

Oxidação da matéria orgânica do solo com solução de dicromato de

potássio em presença de ácido sulfúrico, utilizando como catalisador da

oxirredução o calor desprendido na diluição do ácido sulfúrico e titulação do

excesso de dicromato com sulfato ferroso amoniacal.

6 Dados de autoria: Otávio Antonio De Camargo, Antonio Carlos Moniz, José Antonio Jorge e José

Maria Aires Da Silva Valadares. Métodos de Análise Química, Mineralógica e Física de Solos do Instituto Agronômico de Campinas.

Material

a) Solução de dicromato de potássio 1N: dissolver 49,04g do sal K2Cr2O7 seco a

105-110oC, em água destilada, completando o volume a 1 litro;

b) Ácido sulfúrico concentrado, no mínimo a 96 %;

c) Ácido ortofosfórico concentrado (85 %);

d) Solução de sulfato ferroso amoniacal 0,5N: dissolver 196,07g do sal Fe(NH4 )2

(SO4)2.6H20 em 800 ml de água destilada. Adicionar 20 ml de ácido sulfúrico

concentrado e completar o volume a 1 litro em balão volumétrico. Filtrar com

algodão. Titular esta solução cada vez que for usá-la;

e) Difenilamina 1 %: dissolver lg do indicador em 100 ml de ácido sulfúrico

concentrado.

Procedimento

Transferir 1g de TFSA para erlenmeyer de 500 ml. Adicionar, com uma

bureta, 10 ml da solução de dicromato de potássio 1N e, imediatamente a seguir,

20 ml de ácido sulfúrico concentrado. Agitar por um minuto com uma leve rotação

manual do frasco, procurando evitar que o solo adira às suas paredes. Deixar a

suspensão em repouso por trinta minutos e adicionar cerca de 200 ml de água

destilada, 10 ml de ácido ortofosfórico concentrado e oito gotas de difenilamina 1

%. Titular com a solução de sulfato ferroso amoniacal 0,5N, até a viragem de azul

para verde. A viragem se dá com uma gota. Proceder de modo semelhante com

10 ml de solução de dicromato, para obter o título da solução de sulfato ferroso

amoniacal. Daqui, acha-se o fator:

f = meq K2Cr2O7 = 10 x1 meq sulfato ferroso amoniacal V1 x 0,5

onde:

V1 : volume de sulfato ferroso amoniacal gasto na titulação.

Para amostras com alto teor de matéria orgânica (usualmente identificadas pela

coloração escura), pesar menor quantidade de solo, tendo o cuidado de moê-las.

Cálculo:

%C = (10 – V2 x f x 0,5) x 0,4 p

Onde:

V2 : volume de sulfato ferroso amoniacal gasto na titulação da amostra;

p: peso da amostra.

% M.O. = % C x 1,725

Avaliação

A avaliação desta atividade prática será na forma de Relatório de Aula

Prática onde cada aluno entregará o seu. O modelo do relatório será o mesmo

disponibilizado na unidade 5.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CAMARGO, O. A.; MONIZ, A. C.; JORGE, J. A.; VALADARES, J. M. A. S.

Métodos de Analise Química, Mineralógica e Física de Solos do Instituto

Agronômico de Campinas. Campinas, Instituto Agronômico, 2009. 77 p. (Boletim

técnico, 106, Edição revista e atualizada).

EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de

Pesquisa de Solos. Manual de Métodos de análise de solo. 2. ed. rev. atual. Rio

de Janeiro: EMBRAPA, 1997.

ESALQ. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/USP. Departamento de

Ciência do solo. Programa de Extensão Universitária Solo na Escola. Sequencia

de Formação do solo. Experimento #5, disponível em

http://solonaescola.blogspot.com.br/2011/08/experimentos-5.html acessado em

10/09/2013.

LIBÂNEO, J. C. Adeus Professor, Adeus professora? Exigências Educacionais

Contemporâneas e Novas Atitudes Docentes. São Paulo: Cortez, 1998.

MEDEIROS, J. DA C.; CARVALHO, M da C. S.; FERREIRA, G. B. Cultivo de

Algodão Irrigado. Sistemas de Produção, Embrapa Algodão, 3 - 2a. edição.

Versão Eletrônica Set/2006. Disponível em

http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Algodao/AlgodaoIrriga

do_2ed/solos.html acessado em 17/10/2013.

UFPR. Universidade Federal do Paraná. Departamento de Solo e Engenharia

Agrícola. Projeto de Extensão Universitária Solo na Escola. Experimentoteca de

solos, Atividade microbiana – respiração do solo, disponível em

http://www.escola.agrarias.ufpr.br/arquivospdf/experimentotecasolos6.pdf

acessado em 19/09/2013.

UFPR. Universidade Federal do Paraná. Departamento de Solo e Engenharia

Agrícola. Projeto de Extensão Universitária Solo na Escola. Experimentoteca de

solos. Infiltração e Retenção de Água no Solo. Disponível em:

<http://www.escola.agrarias.ufpr.br/arquivospdf/experimentotecasolos8.pdf

acessado em 19/09/2013.

UFPR. Universidade Federal do Paraná. Departamento de Solo e Engenharia

Agrícola. Projeto de Extensão Universitária Solo na Escola. Experimentoteca de

solos, Consistência do Solo, disponível em

http://www.escola.agrarias.ufpr.br/arquivospdf/experimentotecasolos10.pdf

acessado em 19/09/2013.