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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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SEXUALIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR: ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS E DINÂMICAS

Solange Cristina Bertasso1

Silmara Sartoreto de Oliveira2

Resumo

A adolescência é um período caracterizado por mudanças no corpo, no estado emocional, nas relações familiares e sociais. Etapa em que se inicia a construção da identidade do adolescente, onde ocorre uma transformação biopsicossocial e também de atitudes, frente às influências do meio social. Nessa fase ele começa a expressar sua sexualidade de diversas maneiras, é, naturalmente, um período de dúvidas, incertezas e descobertas, sendo necessário que os jovens tenham uma imagem positiva da sexualidade e do sexo, incluindo-a nos seus projetos de vida, oportunizando a melhoria da autoestima. O presente artigo fundamenta-se na apresentação dos resultados obtidos após a implementação do Projeto de Intervenção Didático Pedagógica, realizada junto a alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, de uma escola da rede pública estadual do município de Apucarana, Paraná. O principal objetivo deste trabalho foi oportunizar ao aluno a compreensão das mudanças que ocorrem em seu corpo, a fim de que se apropriassem das informações tais como: métodos contraceptivos associados à prevenção de gravidez precoce e IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis), considerando os valores socioculturais e a sexualidade como parte do desenvolvimento humano. Para isso foram utilizadas estratégias de ação com diferentes enfoques, direcionadas aos assuntos que remetem à sexualidade por meio de dinâmicas, favorecendo assim o desenvolvimento deste conteúdo dentro do processo ensino aprendizagem. Diante das atividades propostas constatou-se que houve grande participação e interesse por parte dos alunos. Resultados positivos foram percebidos com relação ao comportamento e mudança de opiniões, explicitando a importância do projeto com abordagem de temas relacionados a sexualidade no ambiente escolar.

Palavras-chave: Sexualidade; Dinâmicas; Gravidez.

1 Professora da rede pública estadual do Paraná, integrante do Programa PDE/2013. 2 Doutora em Educação para a Ciência pela FC/Unesp/Bauru, Professora Adj. na Área de

Metodologia e Prática de Ensino de Ciências e Biologia do Dep. Biologia Geral do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Londrina, Orientadora do PDE/2013.

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1 Introdução

A elaboração deste artigo favorece a compreensão da importância da

educação sexual no processo formativo dos alunos. Visto que em minha trajetória

profissional venho identificando problemáticas frequentes relacionadas às questões

comportamentais sobre sexualidade na faixa etária da adolescência, as quais são

um grande desafio a serem superados na abordagem destes conceitos no ambiente

escolar.

Do ponto de vista biológico, psicológico e social, a adolescência é uma etapa

muito vulnerável do ciclo humano e merece atenção e processos especiais de

cuidado. É um período em que o jovem estabelece seu caráter e sua forma de

perceber o mundo. É necessário compreender esse processo de transformação de

vida como, fundamental para se conhecer o adolescente, sendo essencial

considerar as interferências das mudanças sociais, na família e na escola, que

influenciam seu modo de viver.

Por meio da convivência com nossos semelhantes, busca-se sempre

analisar, descobrir e aprender algo para a apropriação de novos conhecimentos

significativos ao nosso cotidiano.

Diante desta colocação efetiva-se a importância do desenvolvimento de uma

proposta adequada, consciente e emancipadora, envolvendo “Sexualidade”,

baseado na reflexão, formação de conceitos e atitudes voltadas para a afetividade,

respeito ao próprio corpo e projeto de vida dos jovens e adolescentes.

Durante a abordagem desta temática no ambiente escolar procurou-se fazer

a aproximação entre a teoria e prática por meio de práticas pedagógicas

diversificadas com abordagem problematizadora, uso de recursos instrucionais e

pedagógico-tecnológicos, entre outras, viabilizando assim o processo ensino

aprendizagem.

Figueiró (2005 b) enfatiza a necessidade de induzir nas aulas o pensar,

debater e a refletir, para que construam seus próprios valores. Diante desta

colocação acrescenta em seu artigo:

Os professores podem contar com muitas estratégias, como por exemplo: dramatização, debate sobre filmes, dinâmicas de grupo e leitura (acompanhada de discussões com os colegas, em sala). [...] Se for lhes dado as chances para pensar, muitos perceberão, por si próprios, que a

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escolha (a decisão pelo momento da iniciação sexual) exige responsabilidade (Apud FIGUEIRÓ, 2009).

Considera-se essencial a participação desses alunos em oficinas com

dinâmicas, onde os mesmos possam estabelecer uma imagem positiva desta fase

da vida, superando preconceitos, compreendendo a importância de se prevenir de

forma consciente, resgatando valores, direcionando seus projetos de vida,

oportunizando a melhoria da autoestima.

O uso de metodologias diferenciadas para abordagem do tema sexualidade

permite que os adolescentes participassem de forma mais descontraída

compreendendo que suas ações servem de base para formação de sua identidade,

estando cientes de que são construtores de seus caminhos.

1.1 Diretrizes Curriculares e as relações de contexto no enfoque da

sexualidade

O Paraná no ano de 2009, através da Secretaria de Estado da Educação

(SEED), viabilizou aos educadores o acesso ao material do caderno temático sobre

sexualidade que aborda questões de gênero, doenças sexualmente transmissíveis,

educação sexual, entre outros temas correlatos.

No ano seguinte, foi disponibilizado à comunidade escolar da Rede Pública

Estadual de Educação Básica do Paraná um material de apoio, (DCGDS) Diretrizes

Curriculares de Gênero e Diversidade Sexual, as quais apresentam orientações e

pontos de reflexões que englobam abordagens problematizadoras sobre as

questões de gênero, sexualidade e diversidade sexual (PARANÁ, 2010).

De acordo com a Diretriz de Gênero e Diversidade Sexual, a escola é o

ambiente propício para se trabalhar questões desta natureza, visto já estarem

presentes no universo escolar, estando atreladas a mito, tabus, preconceitos,

discriminação, exclusão e violência (PARANÁ, 2010).

O debate sobre a sexualidade no espaço escolar faz-se necessário e

urgente, desde que sejam contemplados seus aspectos culturais, sociais, históricos

e pedagógicos. De acordo com Maio (2010):

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A escola pode deixar de ser um espaço de opressão e repressão na questão da sexualidade, para se tornar um ambiente efetivamente seguro, livre e educativo para todas as pessoas. E, hoje, não é mais possível que as questões relativas à sexualidade passem despercebidas ou que sejam tratadas com deboche ou indignação moral (in PARANÀ, 2010, p. 60).

O glossário organizado por Silveira (2010) define sexo biológico como o

conjunto de características fisiológicas, informações cromossômicas, órgãos

genitais, potencialidade individual para o exercício de qualquer função biológica que

diferencia machos e fêmeas. O sexo produz, interdita, possibilita e regula o corpo

limitando certos tipos de escolhas para a produção de um corpo sexuado que seja

culturalmente aceitável e inteligível. Assim, o sexo é uma norma através da qual

alguém se torna viável (in PARANÁ, 2010).

Já a sexualidade é aprendida, ou melhor, é construída ao longo de toda a

vida, de muitos e diferentes modos, por todos os sujeitos, por isso é entendida como

um conceito dinâmico que se modifica conforme as posições do sujeito e suas

disputas políticas. A sexualidade tem a ver tanto com o corpo, como também com os

rituais, o desejo, a fantasia, as palavras, as sensações, emoções, imagens e

experiências (PARANÁ, 2010).

Tais informações dão suporte ao enfoque de temas que envolvem a

sexualidade no trabalho com alunos nas escolas da Rede Pública Estadual.

Nesse sentido, deve-se dizer que a temática abordada no projeto cujos

dados estão diagnosticados neste artigo, não está citada nas Diretrizes Curriculares

da Educação Básica de Ciências (PARANÁ, 2008) como conteúdo estruturante nem

básico, mas é significativo para o desenvolvimento da identidade do adolescente

sendo relevante ao cotidiano em que está inserido. Diante desta colocação, faz-se

necessária a abordagem deste assunto como relação contextual, “A relação

contextual pode ser um ponto de partida, de modo a abordar o conteúdo mais

próximo à realidade do estudante para uma posterior abordagem abstrata e

específica” (PARANÁ, 2008, p.74).

Fazer as relações de contexto, aproximando aos conteúdos citados na DCE

compete ao professor, pois o documento afirma que o mesmo deve desenvolver o

papel de mediação entre o que o estudante já sabe (conhecimento empírico) e que

se pretende que aprenda (conhecimento científico), para que isso ocorra é

importante destacar o conceito de zona de desenvolvimento proximal.

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Para Vygotsky (1991) “esse conceito representa a distância entre o que o

estudante já sabe e consegue efetivamente fazer e resolver por ele mesmo e o que

o estudante ainda não sabe, mas pode vir, a saber, com a mediação de outras

pessoas”. O professor quando toma esse julgamento como fundamento do processo

pedagógico propicia que o estudante realize sozinho, aquilo que hoje realiza com a

ajuda do professor - mediação (apud PARANÁ, 2008, p.58).

Acrescenta-se a tudo isso que as Diretrizes Curriculares de Ciências

ressaltam a atividade em grupo como importante componente da prática

pedagógica, pois auxilia na troca de experiência, confronto de ideias e

desenvolvimento de atitudes colaborativas de modo a contribuir para que o processo

de construção do conhecimento pelo aluno aconteça de forma significativa

(PARANÁ, 2008, p.75).

A sexualidade está associada ao desenvolvimento do indivíduo como um

todo, faz parte de sua vivência e compõe sua personalidade. Esse processo é

contínuo, sendo fundamental a participação ativa do aluno na obtenção de

conhecimentos sendo capazes de interpretar e reelaborar conceitos pré-

estabelecidos, que venha auxiliar na formação da sua cidadania, diante das

situações que vivência em seu cotidiano.

Quanto às reflexões e discussões, Figueiró (2007 p.28) salienta:

[...] que a educação sexual é muito mais que aulas sobre a Biologia e a Fisiologia da sexualidade; refere-se a propiciar oportunidades para discussões, reflexões, debates em grupo, com os colegas, coordenado por um educador. Neste processo, é muito importante o espaço que se disponibiliza para trabalhar, sentimentos emoções, atitudes e valores.

Durante o processo de implementação das atividades foram disponibilizados

espaços para as discussões sobre o desenvolvimento da sexualidade, tendo em

vista que o adolescente necessita de condições adequadas, estímulos positivos e

construtivos, ajuda emocional, apoio familiar e social, que os auxiliem na construção

de sua identidade.

Mediante estas reflexões serão apresentadas no próximo item as etapas de

desenvolvimento das atividades realizadas.

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2 Percurso Metodológico

2.1 Sujeitos e local da intervenção

O Projeto de Intervenção Pedagógica “Sexualidade e adolescência:

Formando valores e educando para a vida”, foi desenvolvido durante a participação

do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, promovido pela Secretaria de

Educação do Estado do Paraná.

Este projeto que embasa produção final composta por este artigo, foi

implementado no Colégio Estadual “Vale do Saber”- Ensino Fundamental e Médio,

localizado no município de Apucarana-PR, as atividades foram desenvolvidas nas

aulas de ciências no período de fevereiro a maio de 2014. T

Considerando o fato de ser uma escola de periferia, que apresenta diversos

problemas de ordem social, emocional e socioculturais, optou-se por implementar as

ações do projeto sobre sexualidade, visto ser este tema relevante no cotidiano dos

adolescentes deste estabelecimento de ensino.

Foram participantes da pesquisa, uma turma do 9º Ano do Ensino

Fundamental do período matutino, composta por 24 alunos, com faixa etária entre

13 a 15 anos, compatível com a série.

2.2 Desenvolvimento das atividades

Num primeiro momento, após o início das aulas apresentou-se a temática

aos alunos observando suas expectativas e anseios em relação à abordagem de

temas ligados a sexualidade. Foi enviado e recolhido um comunicado aos pais e um

termo de consentimento de livre esclarecido para que tomassem ciencia das ações

estabelecendo assim um canal de diálogo no ambiente familiar sobre os

acontecimentos envolvendo o projeto durante a implementação.

Iniciou-se a introdução dos conteúdos, disponibilizando aos alunos toda

informação necessária, fazendo as relações de contexto, assumindo o papel de

mediação entre o que o estudante já sabe (conhecimento empírico) e que se

pretende que aprenda (conhecimento científico).

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Foram utilizadas como estratégias de ação, práticas direcionadas a tratar os

assuntos que remetem a sexualidade com os adolescentes através de metodologias

diferenciadas com dinâmicas abordando diferentes enfoques dentro deste tema,

músicas, brincadeiras, filmes, utilização de imagens (slides), relatórios, produções de

texto, entre outros recursos importantes que contribuíram para apropriação dos

conteúdos.

Ao se abordar a sexualidade como foco de trabalho no ambiente escolar,

considera-se ser essencial aproximação entre a teoria e prática com o intuito de

viabilizar assim o processo ensino aprendizagem. Para isso foram utilizadas práticas

pedagógicas com abordagem problematizadora, recursos instrucionais e

pedagógico-tecnológicos. Desenvolveu-se atividades em grupo, com intuito de

proporcionar um enfoque integrador sobre o tema, favorecendo dar mais espaço às

discussões e reflexões sobre questões relacionadas à sexualidade.

Para este artigo optou-se em apresentar e discutir somente os resultados

coletados a partir da realização de algumas dinâmicas. Considerando ser um valioso

instrumento educacional que favorece o processo ensino aprendizagem numa

relação de contexto entre a teoria e a prática favorecendo a todos a condição de

sujeitos desta ação. Foram elas:

1. Dinâmica da Transmissão

2. Dinâmica: Cuidando do Ninho/ “Bebê-ovo”

O desenvolvimento destas atividades encontra-se no anexo I.

3 Apresentação e discussão dos dados obtidos

Ao optar pelo desenvolvimento de atividades em grupo e pelas dinâmicas

como referência nesta pesquisa, considera-se como fundamental o fato das ações

coletivas constituírem um caminho para se inferir na realidade, ocasionando

mudanças significativas contribuindo para a construção de saber coletivo.

Quanto ao Projeto, a partir da apreciação dos dados coletados na

implementação, estabeleceu-se como princípio utilizar como ferramenta a retomada

dos objetivos agrupando ideias afins, de forma que se constituíssem em dois itens

de análise. São eles:

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1. Prevenção das ISTs (infecções sexualmente transmissíveis);

2. Gravidez na Adolescência;

Para tanto, optou-se por realizar uma dinâmica onde os alunos responderam

previamente um questionário que indicava o grau de conhecimento de cada um

sobre questões relacionadas à sexualidade e a relação existente no convívio

familiar. Como resultado, 50% dos alunos responderam que consideram ter sido

educado sexualmente pelo convívio com amigos ou na escola e quando

questionados sobre a opinião de quem deveria assumir a Educação Sexual dos

jovens, 99% dos alunos disse ser a Família.

No que se refere ao item que aborda a questão familiar, os autores Dias,

Gomes (1999), complementam dizendo que é extremamente importante a atitude

dos pais, a maneira como percebem a sexualidade de seus filhos, bem como as

demais transformações decorrentes da adolescência. Uma percepção adequada

pode revelar aos pais o que está acontecendo com seus filhos em termos de

experiências sexuais, conseguindo identificar quando estes desejam conversar

sobre sua sexualidade ou quando estão prestes a iniciar sua vida sexual.

Segundo Bretas, et al (2011), o adolescente busca sua identidade adulta

amparando-se nas primeiras relações afetivas, já interiorizadas, no convívio com

seus familiares associando à realidade que vivencia no contexto social.

Outro item importante desta análise é que do total de 24 alunos que

responderam os questionamentos nesta etapa da pesquisa, 87% afirmaram que os

valores morais estão se perdendo e que os jovens precisam se conscientizar e não

devem sair por aí se relacionando com várias pessoas sem pensar nas

consequências, 62% alegaram não conhecer bem as formas de contágio e

prevenção das IST’s e cerca de 58% destes alunos concordaram que o grupo de

amigos pode incentivar o adolescente a ter suas primeiras relações sexuais.

Mediante apreciação destes dados, Almeida & Centa ( 2009), afirmam que

diante da falta de orientação e da ausência de diálogo na família, o adolescente

tende a procurar informações com outros adolescentes, ainda mais ou igualmente

imaturos, o que contribui para a prática do sexo inseguro e aquisição de informações

errôneas.

Ressaltam ainda que a relação interpessoal entre pais e filhos adolescentes

é um momento único e deve ser aproveitada em cada minuto, pois é justamente

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neste tipo de contato que acontece a apreensão de valores que tendem a

permanecer para o resto da vida.

1 Prevenção das IST (Infecções sexualmente transmissíveis):

Mediante os dados citados no item anterior com relação à falta de

conhecimento sobre métodos contraceptivos, buscou-se parceria junto

ao NATTA (Núcleo de Aconselhamento, Testagem e tratamento de Apucarana) e a

Sede da Regional de Saúde do município que prontamente me forneceram cartazes,

folders e outros materiais para divulgação na escola e me emprestaram um Kit com

vários Métodos, os quais foram colocados em exposição na biblioteca. Em pequenos

grupos fizeram a visitação e foram atendidos individualmente, percebendo-se a

satisfação em terem sanadas as suas dúvidas, de acordo com (Figura 1 e Figura 2).

Figura 1:Exposição dos métodos

contraceptivos

Fonte: BERTASSO,2014

Figura 2: Visitação dos alunos

Fonte: BERTASSO,2014

Durante a “Dinâmica da Transmissão” (anexo I), foram apresentados aos

alunos dados cedidos pelo NATTA sobre os índices de contaminação pelo vírus HIV

em nossa região.

Compartilham-se aqui alguns dados desta dinâmica coletados com a turma

com a qual foi realizada a atividade: Participaram 22 alunos onde ao final, 12

estavam contaminados e 10 não se contaminaram. (Figura 3 e Figura 4).

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Figura 3: Dinâmica da transmissão

Fonte: BERTASSO,2014

Figura 4: Confirmação da contaminação

Fonte: BERTASSO,2014

Após esta atividade alguns alunos me procuraram para pegarem

camisinhas, alegando surpresa com os resultados da atividade comparando com

fatos da vida real.

Segue alguns recortes dos depoimentos de alunos após realização da

atividade:

Aluno A: “... Nossa! Nem imaginei que tivesse alguma coisa misturada no copinho com água quando troquei o líquido com meu colega. Se eu soubesse que era uma pegadinha, tinha ficado com meu copo parado num canto.”

Aluno B: “... Eu acho que ninguém pensou que tinha alguma coisa nesses

copos que contaminasse o outro, parecia tudo igual. Eu mesma achei estranho a professora pedir para ficar andando e escolher com quem ia trocar a água... Eu não queria trocar o líquido, mas os colegas insistiram e acabei aceitando.”

Aluno C: “... Realmente, não é seguro sair tendo relação sexual com qualquer um, pois as doenças não estão estampadas no rosto de nenhuma pessoa.”

Constatou-se que o aluno B se contaminou no primeiro contato, pois a troca

de líquido ocorreu com o aluno que havia pegado o copo com o hidróxido.

De acordo com os autores Bretas, et al (2009), a grande maioria dos

adolescentes inicia a vida sexual mais cedo e que por este motivo são mais

vulneráveis às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e ao Vírus (HIV), e que

isso ocorre devido à liberação sexual, facilidade dos contatos íntimos precoces,

estímulos vindos dos meios de comunicação, bem como a falta de acesso à

informação e discussão sobre temas ligados a sexualidade e anticoncepção.

É importante ressaltar que apesar da ampla divulgação sobre as formas de

prevenção das DST/AIDS desenvolvida no Brasil, muitos jovens ainda não adotam

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tais práticas, o que aponta uma dissociação entre o acesso à informação e a

transformação desse saber em práticas no cotidiano dos adolescentes.

2 Gravidez na Adolescência

A segunda dinâmica realizada foi “Cuidando do ninho” ou “Bebê ovo” (anexo

I), nela foram oportunizadas situações de vivenciar o sentimento de

responsabilidade que envolve a maternidade e a paternidade precoce e refletir

quanto aos problemas que abrangem esta questão.

Foram realizados debates com uma abordagem de valores morais, sociais,

de afetividade, respeito, cidadania, autoestima, associados ao projeto de vida destes

adolescentes. Discutiu-se sobre as transmissões das características hereditárias,

determinação de sexo do bebê, formação de gêmeos idênticos e fraternos entre

outros assuntos.

Dos 28 ovos distribuídos, foram recolhidos 26. Apenas 2 mortes, apontando

o envolvimento e a responsabilidade da turma. (Figura 5 e Figura 6).

Figura 5: Dedicação

Fonte: BERTASSO,2014

Figura 6: Finalização da dinâmica

ovos recolhidos

Fonte: BERTASSO,2014

Durante o desenvolvimento desta dinâmica, percebeu-se o envolvimento dos

meninos que se destacaram assim como às meninas em alguns aspectos como:

responsabilidade, criatividade e participação nos debates.

No que se refere a este componente de análise vivenciado na dinâmica,

comprova-se que mais do que um fenômeno biológico, a paternidade convoca os

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adolescentes para ocuparem novos lugares, assumirem novos papéis dando novo

significado aos seus projetos de vida.

De acordo com Luz & Berni (2010), a paternidade mesmo que indesejada

insere o adolescente no mundo dos adultos e isso traz satisfação... Desta forma, a

vivência da paternidade na adolescência esta cheia de significados,

responsabilidades e sentimentos, por isso esses futuros pais, precisam receber

orientações, apoio e terem suas necessidades atendidas para que possam

desempenhar seu papel como pai e cuidador de maneira mais eficaz.

Durante a implementação desta atividade buscou-se por meio da

problematização, orientar, apresentar diferentes visões sobre questões de

sexualidade em especial gravidez precoce, associados à formação de valores.

Egypto (2003, p. 20) assim explica:

[...] a orientação sexual na escola pode ser concebida como uma intervenção pedagógica que favorece a reflexão sobre sexualidade, problematizando os temas polêmicos, favorecendo ampla liberdade de expressão em ambiente acolhedor, que visa promover bem-estar sexual, vínculos mais significativos (a partir da própria relação professor-aluno) ampliando a cidadania.

A “dinâmica Cuidando do ninho” foi uma simulação de como seria a vida dos

alunos, no caso de uma gravidez precoce. Com relação à experiência vivenciada

nesta atividade, observou-se a abordagem de aspectos importantes como: relações

afetivas, emocionais e familiares.

Em depoimento alunos relataram acontecimentos e opiniões com relação a

esta prática, conforme alguns trechos abaixo:

Aluno 1: “...Achei importante o projeto para refletir como seria se eu tivesse uma gravidez precoce. Claro que cuidar de um ovo nem se compara com um bebê...foi muito legal em casa debatemos bastante esse assunto e eu não quero isso para mim, ia mudar muito minha vida.”

Aluno 2: “...Gostei muito da dinâmica, acho que se fosse um filho de verdade eu não ia ter condições de cuidar. Na minha opinião todos os colégios deveriam fazer isso para ajudar os adolescentes a pensar um pouco na vida... na minha casa eu tinha vergonha de falar dessas coisas com meus pais, agora posso falar com eles sobre isso.”

Aluno 3: “...Meu Deus! Se fosse um filho de verdade seria muito mais trabalhoso, teria mais responsabilidade, teria que parar de estudar para cuidar do filho, ia ser difícil trabalhar...Meu pai ficou bravo quando me viu cuidando do ovo. Acho que se fosse de verdade ele ia me tocar de casa.”

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Aluno 4: “...Prof. foi uma experiência e tanto! Tenho que me cuidar mais e aprender usar esses métodos anticoncepcionais, eu não sabia quase nada desse assunto... A adolescência é pra ser vivida, não ficar arrumando filho antes da hora, sem parar para pensar nas consequências... percebi que é muito importante viver, curtir a adolescência e planejar o meu futuro.”

Mediante as discussões relatadas, percebe-se a importância das relações

estabelecidas durante os momentos de reflexões realizadas pelo grupo,

principalmente no tocante ao envolvimento familiar como mencionam o aluno 1 e o

aluno 2.

Segundo Romanelli (1997), é no interior da família que o indivíduo mantém

seus primeiros relacionamentos interpessoais com pessoas significativas,

estabelecendo trocas emocionais que funcionam como um suporte afetivo

importante quando os indivíduos atingem a idade adulta. Estas trocas emocionais

estabelecidas ao longo da vida são essenciais para o desenvolvimento dos

indivíduos e para a aquisição de condições físicas e mentais centrais para cada

etapa do desenvolvimento psicológico.

O aluno 3 e o aluno 4, relatam a preocupação com a falta de informação

sobre o uso dos métodos contraceptivos e as implicações decorrentes de uma

gravidez precoce. No que se refere a estes itens de análise, enfatizados pelos

alunos, Pires & Gandra (2002), complementa dizendo que a falta de conhecimento e

de acesso aos métodos anticoncepcionais, a insegurança, a falta de instrução e o

desajuste familiar são alguns fatores que colaboram para o aumento da gravidez

não planejada entre os jovens.

Quanto aos debates realizados durante a atividade, Maistro (2009), afirma

que discutir sobre os mais diversos assuntos que remetem à vida e a sexualidade,

desmistifica-os e permite que dúvidas sejam sanadas, valorizando o presente e

apostando no futuro.

A prática cotidiana prova que o contexto escolar desempenha um papel

importante na orientação dos jovens com relação a diversas temáticas que

despertem o seu interesse, neste enfoque destaca-se a questão da sexualidade.

Segundo Lorencini Júnior, (1997, p.95):

[...] a sala de aula pode ser uma espécie de laboratório de possibilidades de expressão da liberdade, permitindo que os alunos pensem e reflitam sobre si próprios. Essa atitude crítica promove a autonomia pessoal com autoconfiança e autoestima, qualidades fundamentais para traduzir e transformar a decisão em ação [...]

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O Autor acima ainda afirma que a educação sexual na esfera escolar deve

constituir processos de mudança e transformação, partindo do envolvimento coletivo

dos alunos, na busca particular dos sentidos da sexualidade.

Como remate é importante frisar que o adolescente necessita de condições

adequadas, estímulos positivos e construtivos, ajuda emocional, apoio familiar e

social, que auxiliem na construção de sua identidade.

Considerações finais

Procuramos por meio deste trabalho, iniciar um processo de discussões

sobre sexualidade no âmbito escolar, pois se compreende que a partir desta

transformação contribui-se para que esses jovens tenham uma visão positiva sobre

sexualidade, que pensem com responsabilidade sobre seu corpo e emoções, que

repensem seus valores pessoais e sociais, sendo capazes de construir seus

próprios valores como sujeitos de sua sexualidade.

Este estudo propiciou uma reflexão sobre dados coletados a partir de

discussões com abordagem de questões relacionadas à sexualidade, tendo como

principal encaminhamento metodológico, as dinâmicas de grupo.

O resultado desta pesquisa baseou-se na abordagem de dois itens de

análise explorados nas dinâmicas: Prevenção das ISTs e gravidez precoce.

Observou-se durante esta trajetória um processo de ensino aprendizagem cujo

resultado do trabalho coletivo foi utilizado como caminho para transformação da

realidade e o conhecimento deixou de ser individual e passando a ser de todos.

Por meio do desenvolvimento das atividades buscou-se abordar os

conteúdos curriculares sobre reprodução humana numa relação de contexto

levando-se em consideração as necessidades e realidades psicossociais dos

alunos.

Constatou-se que o fato de explorar esse tema com dinâmicas diferenciadas

favoreceu o envolvimento dos alunos através de reflexões e discussões

espontâneas. Essas interações entre aluno/aluno e professor/aluno forneceram

subsídios que contribuíram para a transmissão das informações nessa fase da vida

de mudanças e descobertas.

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O impacto das atividades, associado aos dados apresentados durante os

debates, propiciaram algumas mudanças significativas com relação a postura que

devem adotar mediante uma situação real. Com isso puderam perceber que não

está no rosto das pessoas que elas têm ou não alguma doença sexualmente

transmissível, ressaltando a importância do uso de preservativos no momento em

que forem ter relação sexual.

A dinâmica cuidando do ninho favoreceu um leque de discussões e

contribuiu para estabelecer um canal de diálogo no ambiente familiar. Mesmo assim

percebeu-se que alguns pais se mantiveram alheios a situação, o que causou certa

frustração por parte do aluno.

Percebe-se no decorrer das discussões em grupo, o quanto é importante à

participação da família apoiando, orientando, propiciando momentos de diálogo para

que possam adquirir segurança e confiança em seu meio familiar, evitando que se

sinta perdido diante de acontecimentos que podem surgir em sua vida.

Identificou-se a necessidade de uma educação sexual mais ampla com

diálogos e discussões das dúvidas dos adolescentes, tanto na escola como no

âmbito familiar, durante toda a vida reprodutiva do ser humano, uma ação

permanente.

Em suma, cabe à comunidade escolar considerar as etapas de

desenvolvimento do adolescente como um todo, observar que o comportamento

sexual hoje é diferente do passado. Mediante estas colocações procurou-se

implantar ações adequadas à realidade do aluno por meio de debates, atividades

diversificadas e significativas, baseadas em práticas pedagógicas que efetivamente

contribuam na transformação da informação em conhecimento, acolhendo o aluno

em suas dúvidas e suas angústias, respeitando a sua subjetividade.

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Referências

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ANEXO I

Atividades desenvolvidas na pesquisa (Dinâmicas)

Dinâmica da Transmissão:

Com utilização de Fenolftaleína com hidróxido de sódio, abordarmos

questões sobre a importância da prevenção nas relações sexuais, das infecções

sexualmente transmissíveis (IST), da valorização do corpo da promoção da saúde.

Participaram da atividade 22 alunos, durante a realização da dinâmica,

foram disponibilizados 20 copos com água e dois com hidróxido de sódio, os alunos

tinham que ir circulando durante a execução de uma música, quando a música

parava, eles decidiam se aceitava ou não ter contato com o colega mais próximo.

Foram 8 pausas durante a música.

Após análise dos resultados obtidos os alunos discutiram a problemática

apontando reflexões importantes a serem incorporadas em seu cotidiano.

Dinâmica: Cuidando do Ninho / “Bebê-ovo”

Propiciamos, dentro do desenvolvimento de um processo educativo que os

alunos vivenciassem o sentimento de responsabilidade que envolve a maternidade e

a paternidade precoce podendo refletir quanto aos problemas que abrangem esta

questão. Foram realizados debates com uma abordagem de valores morais, sociais,

étnico-raciais, de afetividade, respeito, cidadania, inclusão social, autoestima,

associados ao seu projeto de vida.

Os alunos tiveram que cumprir as seguintes etapas: caracterização do bebê

ovo de acordo com o sexo determinado no sorteio, confecção do quarto,

documentos do bebê, relatório diário e depoimentos em sala e uma ficha conclusiva

com questões para reflexão sobre a experiência vivenciada.