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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: Produção de sentidos no conto Chapeuzinho Vermelho: uma proposta de

leitura no ensino da Língua.

Autor: Edamara Maria Perius

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de

Implementação do

Projeto e sua

localização:

Colégio Estadual Tancredo de Almeida Neves, E. F. M.

Rua: Paulo Brondani, 294. Bairro Nossa Sra. Aparecida

Município da escola:

Laranjeiras do Sul

Núcleo Regional de Educação:

Laranjeiras do Sul

Professor Orientador:

Ms. Adriana Aparecida Vaz da Costa

Instituição de Ensino Superior:

UNICENTRO – Universidade do Centro Oeste

Resumo:

Sabemos que ler é uma das formas de compreender o mundo, por isso ler constitui-se como um dos elementos fundamentais na constituição do sujeito. Percebemos, no entanto, que há ainda uma grande dificuldade por parte dos alunos em ultrapassar os limites da mera decodificação no processo de leitura. Considerando tal problemática e pensando a escola como um lugar de socialização do conhecimento e sabendo que alguns alunos têm no ambiente escolar a única oportunidade de acesso ao conhecimento científico e filosófico, é de fundamental importância que o trabalho com a leitura em sala de aula, visto que a instituição escola é esse espaço de intermediação entre conhecimento e sujeito no contexto de ensino/aprendizagem. Tendo em vista o exposto, nossa proposta direciona-se ao trabalho com a leitura. Para tanto, selecionamos a leitura do conto maravilhoso, em especial o conto Chapeuzinho Vermelho e algumas de suas versões, buscando analisar a produção de sentido a partir de sua reescrituração em diferentes materialidades, tendo como pressuposto teórico a Análise de discurso francesa, teoria que nos possibilitará trabalhar os efeitos de sentido produzidos em cada versão do conto selecionado e as suas condições de

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produção de cada versão. Da perspectiva que trabalhamos, compreendemos que é necessário fazer com que as palavras tenham significado para o aluno, que ele, não apenas as identifique, mas que as compreenda, interprete e consiga relacioná-las, atribuindo significado para o que lê.

Palavras-chave: Leitura – conto - análise do discurso

Formato do Material Didático:

Unidade Didática

Público: Alunos do 7º ano

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA - UNIDADE DIDÁTICA

Apresentação

Esta Unidade Didática é aos alunos do 7º ano do Ensino Fundamental

do Colégio Estadual Tancredo de Almeida Neves, E. F. M do município de

Laranjeiras do Sul, sob a orientação da Professora Mestre Adriana Aparecida

Vaz da Costa, na Disciplina de Língua Portuguesa por meio da Instituição de

ensino Superior – UNICENTRO, como resultado dos estudos realizados no

PDE.

A partir desses estudos, observamos com mais nitidez que as Diretrizes

Curriculares Estaduais deixam clara a importância de se trabalhar os diversos

textos aos quais os alunos têm acesso nas salas de aula. Neste sentido os

contos são de grande relevância para o trabalho com a leitura, em especial o

Conto Maravilhoso que mexe com o imaginário, trazendo à tona lembranças de

situações vividas em outra época. Por isso é interessante que os professores

de Língua Portuguesa façam uso desse instrumento, para ensinar o educando,

pois este é um recurso eficaz pelo qual o aluno consegue assimilar e apropriar-

se efetivamente do conhecimento, haja vista que o aprendizado se torna

significativo, já que mexe com sua imaginação.

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Pensando a escola como um lugar de socialização do conhecimento e

sabendo que alguns alunos têm no ambiente escolar a única oportunidade de

acesso ao conhecimento científico e filosófico, é de fundamental importância

que a instituição seja esse espaço de intermediação entre conhecimento e

sujeito no contexto de letramento do aluno.

Conforme consta nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica

É preciso que a escola seja um espaço que promova, por meio

de uma gama de textos com diferentes funções sociais, o

letramento do aluno, para que ele se envolva nas práticas de

uso da língua – seja de leitura, oralidade e escrita. (DCEs,

2008).

É necessário fazer com que as palavras tenham significado para o aluno,

que ele, não apenas as identifique, mas que as compreenda, interprete e

consiga relacioná-las, retendo dessa forma os sentidos mais relevantes.

Sabendo que a leitura é um dos principais instrumentos para o

aprendizado, é relevante apresentar diversos textos ao aluno, como é o caso

do Conto Maravilhoso, dando, dessa forma, subsídios para que ele amplie seu

conhecimento de forma diversificada, desenvolvendo também sua

compreensão de mundo e posicionando-se como sujeito atuante e

transformador da sociedade na qual está inserido. Nesta perspectiva, é

importante ampliar o conhecimento desse aluno com atividades inovadoras

com intervenção do professor, possibilitando uma leitura crítica oportunizando-

o a formar opinião a respeito do que está lendo, para assim poder se posicionar

sobre os mais diversos assuntos da esfera social.

Neste sentido, optamos em trabalhar o conto Chapeuzinho Vermelho em

várias versões, sob a ótica da Análise de Discurso de vertente francesa que

tem como precursor Pêcheux, que propunha ver a língua não apenas como ato

de fala ou ainda como transmissora de informações, pois via a Língua sob a

ótica discursiva, que busca os fatores externos da linguagem, como a ideologia

e o histórico-social. Na perspectiva, no Brasil, Eni Orlandi deu continuidade aos

estudos de Pêcheux sobre a Análise de Discurso. Segundo a autora:

Os sentidos são determinados ideologicamente. Não há

sentido que não o seja. Tudo que dizemos tem traço ideológico

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em relação a outros traços ideológicos. E isto não está na

essência das palavras, mas na discursividade, isto é, na

maneira como no discurso, a ideologia produz seus efeitos,

materializando-se nele. (ORLANDI, 2007, p.43).

Sob essa ótica, trabalharemos a leitura do conto, em especial o Conto

Chapeuzinho Vermelho e suas diversas versões, buscando analisar a produção

de sentidos do conto a partir de sua reescrituração em diferentes

materialidades, ou seja, focaremos no modo como cada versão do conto

selecionado produz efeitos de sentidos em determinadas condições de

produção sócio-histórica, tentando levar o aluno a perceber que o histórico, o

ideológico e o social influenciam o modo como cada texto é produzido.

Desta forma, as atividades deste projeto vêm contribuir para o

aprimoramento intelectual tanto na vida em família, em sociedade, quanto na

aprendizagem acadêmica. Em se tratando de alunos do sétimo ano, do ensino

fundamental, sujeitos participantes no desenvolvimento deste projeto, as

atividades com o Conto Chapeuzinho Vermelho são relevantes, pois nesta fase

o adolescente está num processo de compreensão de seu papel na sociedade,

assimilando valores da vida adulta. Pois segundo Carvalho (1982) “desde o

século XVIII a Literatura foi, mais precisamente, endereçada ao adolescente”.

Além disso, os contos são instrumentos valiosos para se trabalhar o

aprimoramento das competências linguísticas discursivas do aluno, pois,

através do lúdico, o aluno consegue assimilar o conteúdo de maneira

prazerosa efetivando a aprendizagem da leitura de forma ampla e

contextualizada.

Neste sentido, os Contos de Fadas, em especial Chapeuzinho vermelho,

é de grande relevância, pois através dele é possível atingir os três níveis da

leitura referidos por Orlandi (2009): o nível inteligível em que o aluno conhece o

código linguístico, o nível interpretável em que o sentido está no contexto

imediato e o nível compreensível que considera o contexto sócio-histórico.

Como já vimos nosso objeto de estudo são os Contos de Fadas, em

especial o Conto Chapeuzinho Vermelho em suas várias versões e fazendo um

paralelo, observando a se há convergência ou divergência nas várias versões

do conto, em diferentes materialidades. Para tanto, num primeiro momento,

trabalharemos o conceito de conto e suas características. Em seguida

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apresentaremos individualmente a leitura de cada versão do conto, trabalhando

as condições de produção de cada uma e os sentidos produzidos.

Procuraremos também estabelecer relações entre cada versão, levando o

aluno a perceber se há convergência ou divergência de significado.

Deste modo, a realização de atividades específicas, em sala de aula ou

mesmo em outros locais, vai ampliar o interesse pela leitura de diferentes obras

de forma prazerosa e assim, chegar a um resultado final positivo.

Em suma, o objetivo maior deste material didático pedagógico é

estimular o interesse pela leitura de forma prazerosa, levando o aluno a

compreender a importância de ler não somente o conteúdo dos textos, mas os

modos de significar. Assim, para que tenhamos êxito na implementação deste

projeto, trabalharemos com práticas de leitura de textos de diferentes

materialidades textuais, encaminhamento de discussões e reflexões acerca dos

efeitos de sentido, leitura de algumas versões do Conto Chapeuzinho Vermelho

observando as resignificações, percebendo os meios de circulação da

produção do texto, o suporte, a fonte, os interlocutores, a finalidade e a época.

Adentrando na sala de aula...

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ATIVIDADE I:

Aquarela (Toquinho)

[...]

Corro o lápis em torno da mão

E me dou uma luva

E se faço chover

Com dois riscos

Tenho um guarda-chuva

[...]

http://www.kboing.com.br/musica-e-letra/toquinho/46112-aquarela/

a. Ouvir a música e, durante a audição da mesma, produzir desenhos,

numa folha de papel em branco, representando o sentimento que ela

provoca, deixando fluir sua imaginação, expressando também o que

consegue apreender da letra, relacionando com o seu cotidiano.

Professor:

Como motivação

ouvir a música

Aquarela do cantor e

compositor Toquinho

despertando a

imaginação dos

alunos.

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b. Agora numa folha de papel em branco escrever o que entende por

IMAGINAÇÃO, em seguida socializar as produções fazendo um paralelo

com o desenho da música.

ATIVIDADE II

Como os Contos de Fadas surgiram... Um pouco de história.

Desde os tempos mais remotos, os contos estão presentes na cultura

humana. Há muito tempo essas narrativas vinham sendo transmitidas

oralmente, ou seja, eram ouvidas, memorizadas, e contadas para outras

Fazer uma pequena explanação sobre a origem dos Contos com o objetivo de ampliar o conhecimento e a formação, levando o aluno a compreender a importância de ler não somente o conteúdo dos textos, mas os modos de significar.

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pessoas, que por sua vez, faziam o mesmo e essas narrativas vem se

espalhando até os tempos atuais em forma de literatura folclórica. Somente a

partir do século XVII, têm-se os primeiros registros dessas narrativas na versão

de Charles Perrault. Alguns séculos depois os irmãos Grimm, reescrevem

essas narrativas numa versão mais atualizada, ou seja, contextualizando com a

sociedade vigente. Desta forma, temos inúmeras versões até os tempos atuais,

em que os contos são reescritos retratando a cultura e as condições humanas

e sociais de cada época.

Entre as narrativas mais comuns e universais estão os contos de fadas e

os contos maravilhosos. Estas duas estruturas se confundem a ponto de

usualmente ser denominadas apenas de conto de fadas.

Segundo Nelly Novaes Coelho, (1991, p.13).

Contos de fadas, com ou sem a presença de fadas (mas sempre com o maravilhoso), seus argumentos desenvolvem-se dentro da magia feérica (rei, rainhas, príncipes, princesas fadas, gênios bruxas, gigantes, anões, objetos mágicos, metamorfoses, tempo e espaço fora da realidade conhecida,

etc.) e tem como eixo gerador uma problemática existencial. Ou melhor, tem como núcleo problemático a

realização essencial do herói ou da heroína. (COELHO, 1991, p.13)

Os contos maravilhosos, segundo a mesma autora,

São narrativas que, sem a presença de fadas, via de regra se desenvolvem no cotidiano mágico (animais falantes, tempo e espaço reconhecíveis ou familiares, objetos mágicos gênios,

duendes, etc.) e tem como eixo gerador uma problemática social (ou ligada a vida concreta). Ou melhor, trata-se sempre

de desejo de auto-realização do herói no âmbito sócio econômico, através da conquista de bens, riquezas, poder material, etc. (COELHO, 1991, p.13)

Mesmo com essa classificação, os contos de fadas se confundem com

os contos maravilhosos, pois são estórias ouvidas, contadas, estudadas,

analisadas ao longo do tempo, legitimando essa confusão dos contadores

dessas estórias mágicas, que povoam a memória fantástica do ser humano

ajudando-o a reelaborar a realidade.

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Momento de pesquisa:

Exercitando o que foi aprendido através de pesquisa:

Levar os alunos ao laboratório de informática, para fazer pesquisa em

duplas. Cada dupla pesquisará um assunto, por exemplo: as características

próprias do conto de Fadas, os elementos da narrativa, presentes neste tipo de

conto, quais foram as primeiras versões a que se tem registro, bem como os

principais autores e época. Fazer o registro em seu caderno para posterior

socialização na sala de aula.

Atividade III

Depois de um pouco de teoria vamos para a prática! O professor pode fazer a leitura do conto Chapeuzinho Vermelho na versão de Perrault com entonação, para que os alunos vivenciem a estória. Antes, porém, apresentar as condições de produção do texto e a sinopse.

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Sinopse

No conto de Perrault, a mãe de Chapeuzinho Vermelho manda a menina

levar bolo e doce para a avó que está doente. A menina precisa atravessar a

floresta para chegar ao destino, porém pelo caminho se distrai colhendo flores

e encontra o lobo que a ilude, este sai correndo chega à casa da vovozinha,

come-a e espera por Chapeuzinho Vermelho, quando ela chega à casa da avó

o lobo se faz passar pela velhinha, convida a menina para entrar e a devora da

mesma forma que o fez com a vovozinha.

Perrault, como sendo o precursor no registro escrito dos contos de

fadas, escreve este conto com o objetivo de divertir a corte francesa, exaltando

a criança, estabelecendo diferenças entre crianças e adultos, pois desde a

Idade Média as crianças eram negligenciadas e tratadas de forma bruta e até

mortas. Este contexto de reelaboração familiar, que Perrault insere, é resultado

das transformações sociais, políticas e econômicas vividas pela sociedade

Ocidental da época, no que se refere à infância. No conto, a Chapeuzinho

Vermelho é postulada pela rígida moral da corte francesa, o que faz com que

ela seja devorada pelo lobo, ou seja, ela desobedece à mãe e vai pelo caminho

perigoso da floresta, com isso ela morre, pois transgride a educação moral

rígida que recebera. Essa “desobediência” se deu pelo fato de Chapeuzinho

Vermelho ser uma menina muito bonita e ingênua, o que aguçava a luxúria dos

sedutores que a desejavam como a um objeto, esse atributo causou o seu fim,

a sua morte, ou seja, foi devorada pelo lobo.

CHAPEUZINHO VERMELHO

(Charles Perrault)

Era uma vez uma menina que vivia numa aldeia e era a coisa mais linda

que se pode imaginar. Sua mãe era louca por ela, a avó, mais louca ainda.

[...]

Um dia sua mãe, tendo feito alguns bolos, disse-lhe: “Vá ver como está

passando sua avó, pois fiquei sabendo que ela está um pouco adoentada.

Leve-lhe um bolo e este potinho de manteiga”. Chapeuzinho Vermelho partiu

logo para a casa da avó, que morava numa aldeia vizinha.

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[...]

O lobo fez isso e a porta se abriu. Ele lançou-se sobre a boa mulher e a

devorou num segundo, pois fazia mais de três dias que não comia. Em

seguida, fechou a porta e se deitou na cama da avó, à espera de Chapeuzinho

Vermelho.

[...]

...o malvado lobo atirou-se sobre Chapeuzinho Vermelho e a comeu.

Compreendendo o texto:

Comentar cada questão abaixo, mas antes deve respondê-las:

a. Quem são as personagens principais do conto?

b. O que cada personagem do conto busca?

c. O que cada personagem faz para realizar seus objetivos?

d. Chapeuzinho Vermelho é uma menina obediente? Comente.

e. Em que estação do ano você acha que acontece essa estória? Por

quê?

f. Ilustre a estória representando cada personagem do conto no espaço

abaixo.

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Chapeuzinho Vermelho

(Leandro & Leonardo)

[...]

Pela estrada afora eu vou bem sozinha

levar esses doces para a vovozinha

[...]

http://letras.kboing.com.br/#!/leandro-e-leonardo/chapeuzinho-vermelho/

Compare a música com o conto de Perrault e aponte :

Aspectos positivos: Na música: No conto:

__________________________________ ___________________________________

__________________________________ ___________________________________

__________________________________ ___________________________________

Aspectos negativos: Na música: No conto:

__________________________________ ___________________________________

__________________________________ ____________________________________

__________________________________ ____________________________________

Momento de descontração:

Ouvir a música da

Chapeuzinho Vermelho na

voz de Leandro e Leonardo

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Atividade IV:

Sinopse do conto:

Nesta versão dos irmãos Grimm, Chapeuzinho Vermelho vai levar um

pedaço de bolo e uma garrafa de vinho para a vovó que mora no meio da

floresta. Ao sair de casa a mãe da menina recomendou-lhe que não se

desviasse do caminho a fim de não quebrar a garrafa de vinho. Mal

Chapeuzinho Vermelho entra na floresta o lobo vem ao seu encontro com

conversa macia para iludir a menina. Esta desobedece à mãe e dá ouvidos ao

lobo que de bonzinho não tem nada. Logo faz a menina observar as flores e

ouvir o canto dos pássaros, distraindo-a. O lobo corre na frente da menina,

chega à casa da vovó come-a depois se deita na cama da velhinha a espera de

Chapeuzinho. Quando ela chega, estranha a vovó, mas entra na casa deita-se

na cama e o malvado come a menina e dorme. Um caçador que passa por

perto escutando um ronco estranho, verificou que se tratava do lobo. Ao que o

caçador pega uma tesoura corta a barriga da fera e salva a menina e sua avó,

depois enche a barriga do lobo de pedras, mas como elas eram muito pesadas

o lobo ao acordar, levanta-se, cai e morre.

Na estória dos irmãos Grimm, Chapeuzinho Vermelho teve um final

diferente ela vai ter outra oportunidade, já que a mentalidade mudara nestes

últimos séculos. Apesar de ainda ser tratada como objeto que fica a mercê dos

“lobos” da sociedade, nessa versão, o homem também toma o papel de

protetor, pois a Chapeuzinho é salva pelo lenhador.

Neste momento apresentar aos alunos a estória da Chapeuzinho Vermelho na versão dos irmãos Grimm, observado que esta foi reescrita quase três séculos depois da versão de Perrault e o momento histórico da sociedade era muito diferente.

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Na sociedade daquela época a preocupação com a educação feminina

foi crescendo, não pensado em termos libertadores, mas para servir melhor

aos maridos, pois segundo a mentalidade vigente, as mulheres instruídas

seriam melhores companheiras para seus maridos.

CHAPEUZINHO VERMELHO

(Irmãos Grimm)

Era uma vez uma garotinha muito meiga de quem todos gostavam,

assim que a conheciam. Mas quem mais gostava dela era mesmo sua avó...

[...]

Um dia sua mãe lhe disse:

- Venha cá Chapeuzinho Vermelho. Aqui está um pedaço de bolo e uma

garrafa de vinho para levar para a vovó: ela está doente e fraca e vai deliciar-se

com isso.

[...]

O lobo pensou consigo mesmo: “Esta coisinha nova e tenra, isto sim é

um bom bocado; vai ser mais gostosa que a velha!”

[...]

- Mas, vovó, que boca mais assustadoramente grande você tem!

- É para poder comer você melhor.

[...]

Neste momento, o caçador estava passando bem diante da casa

e pensou: “Como ronca a velha senhora: você deve ir ver se ela está precisam

do alguma coisa”. Entrou na sala e, quando chegou diante da cama, viu o lobo

lá deitado.

- Ah, velho malandro – disse ele – aqui te encontro eu, que há tanto

ando te procurando!

[...]

O caçador tirou a pele do lobo e foi com ela para casa:

[...]

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Entendendo melhor o texto problematizando-o:

a. Como você vê Chapeuzinho Vermelho? Ela é uma menina boa ou

má? Por quê?

b. Você conhece colegas, amigos, parentes que agem como a

Chapeuzinho Vermelho?

c. Em sua opinião, a Chapeuzinho foi esperta ou ingênua? Por quê?

d. E o lobo foi esperto ou ingênuo? Por quê?

e. Você conhece lobos? Em sua opinião um lobo pode ingerir

(engolir) uma pessoa? Por quê?

f. O lobo pode ser representado por personagens reais na

sociedade. Qual personagem ele representa? Comente.

g. Quando alguém bater à sua porta, você abre e convida a pessoa

a entrar em sua casa, mesmo sem saber das intenções dela?

h. A vovozinha é uma pessoa de idade, que vive sozinha. Como

você vê essa situação em que as pessoas de idade vivem

sozinhas? Você conhece situações parecidas? Comente.

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i. A história da Chapeuzinho Vermelho ocorre na floresta. Você

conhece situações parecidas como da personagem, na cidade?

j. O que você acha da atitude da mãe de mandar uma menina nova

atravessar a floresta perigosa, sozinha?

k. Em sua opinião, qual a idade da Chapeuzinho?

l. Observe as ações da avó, da mãe, da Chapeuzinho Vermelho e

do lobo. Você acha que essas ações das personagens foram

corretas em relação aos seus papéis?

m. Compare os contos da chapeuzinho Vermelho na versão de

Perrault e dos irmão Grimm e responda:

O que Chapeuzinho leva para vovó na primeira versão? E na segunda?

Como é o primeiro encontro do lobo e da Chapeuzinho Vermelho na

versão de Perrault? E como é na versão dos irmãos Grimm?

Quais são as principais diferenças nos dois contos em relação à

Chegada do lobo na casa da vovó?

Quando Chapeuzinho Vermelho chega à casa da avó, acontece um

diálogo entre Chapeuzinho Vermelho e o lobo. Quais são as principais

diferenças no diálogo entre os dois personagens, nas versões de

Perrault e dos irmãos Grimm?

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Atividade V:

Sinopse:

Na estória de Chico Buarque a Chapeuzinho não é mais vermelho e sim

Amarelo ganhando outra conotação, sendo vulnerável, insegura, com medo de

tudo, sem coragem de se aventurar, de se comprometer, se esconde de tudo,

deixando a vida passar de tanto medo. Até que um dia se flagra diante de seu

maior medo: o lobo. Compelida pela situação, a menina enfrenta o medo sendo

bem-sucedida dessa forma recupera sua autoestima, conseguindo enfrentar os

medos e a vida.

Chapeuzinho Amarelo se torna sujeito atuante e transformador da sua

própria história, de seu próprio destino, pois conhece os perigos que o lobo

representa e assim recusa-se a ser um mero objeto. Ao longo de três séculos a

Chapéu foi superando esse medo do lobo, agora está mais preparada para

enfrentar os medos que rondam a condição feminina até então, “E ele gritou:

sou um LOBO, mas a Chapeuzinho deu risada. E ele berrou: EU SOU UM

LOBO”, ela deixou que o lobo gritasse o quanto quisesse sem se importar, sem

medo, pois o LOBO nessa altura já está destituído pela menina de qualquer

Leitura do conto

Chapeuzinho Amarelo

Nesta etapa, apresentar

aos alunos a História da

Chapeuzinho Amarelo de

Chico Buarque. Dividir a

turma em grupos e cada

grupo fará a leitura

dramatizada de um

personagem. Estimulando a

leitura e levando os alunos

a refletir a cerca dos efeitos

de sentido no conto.

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poder de sedução. De opressor ele passa a ser oprimido e a causa dessa

mudança é o enfrentamento da menina. Essa mudança ocorre pelos anos 60,

quando a mulher se torna mais segura, transformando o lobo de sujeito em

objeto, pois conseguira superar os medos, os tabus que até então eram

inerentes para a condição feminina.

No Brasil, na segunda metade do século XIX começa a firmar a

consciência de que as crianças são seres em crescimento, portanto precisam

ser tratadas diferentemente dos adultos, pois precisam de cuidados, de

atenção para se constituírem adultos por completo. Surgem nesta época,

autores brasileiros preocupados em produzir uma literatura voltada ao público

Infanto-Juvenil, mas ainda de cunho moralista.

Já a mulher neste contexto vai conquistando espaço e se libertando,

mas ainda de forma muito lenta. Somente no decorrer do século XX que ela

busca redimensionar sua condição de objeto da história, que era sua condição

até então, desestabilizando a estrutura tradicional em que o homem era sujeito

e a mulher objeto. Com essa nova perspectiva, surgem autores que reavaliam

a condição do homem e da mulher, bem como a sua interação na construção

de novos papéis sociais. E Nesta nova visão da condição feminina, que Chico

Buarque reescreve a versão da Chapeuzinho Vermelho, momento em que a

mulher está em busca de sua nova identidade, diferentemente dos três últimos

séculos, em que ela era absolutamente submissa ao homem. Aqui muda a cor

da Chapeuzinho vermelho para Chapeuzinho Amarelo, pois segundo a tradição

popular a menina amarelou, no entanto isso ocorre somente no início do conto,

porque no final quem amarelou foi o lobo pelo fato de Chapéu perder o medo,

pois amadurecera em seu papel de mulher e criança, em relação aos contos

anteriores.

CHAPEUZINHO AMARELO

(Chico Buarque)

Era a Chapeuzinho Amarelo.

Amarelada de medo.

[...]

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Tinha medo de trovão.

Minhoca, para ela, era cobra.

E nunca apanhava sol

porque tinha medo da sombra.

[...]

Era a Chapeuzinho Amarelo.

E todos os medos que tinha,

o medo mais que medonho

era o medo do tal de LOBO.

Um LOBO que nunca se via,

[...]

E Chapeuzinho Amarelo

de tanto pensar no LOBO,

de tanto sonhar com o LOBO,

de tanto esperar o LOBO,

um dia topou com ele,

que era assim:

carão de LOBO,

olhão de LOBO,

jeitão de LOBO

[...]

Mas o engraçado é que,

assim que encontrou o LOBO,

a Chapeuzinho Amarelo

foi perdendo aquele medo,

[...]

Mesmo quando está sozinha,

inventa uma brincadeira.

E transforma em companheiro

cada medo que ela tinha:

FIM.

Ah, outros companheiros da Chapeuzinho Amarelo: O Gãodra,

a Jacoru, o Barão-tu, o Pão Bichôpa e todos os trosmons.

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Verificando o conhecimento:

a. Em relação ao conto Chapeuzinho Amarelo, marque (V) verdadeiro

para as questões certas ou (F) para as falsas:

( ) No início do conto, Chapeuzinho Amarelo tinha medo de tudo.

( ) Chapeuzinho Amarelo nunca teve medo de trovão.

( ) A menina morava num buraco da Alemanha.

( ) Chapeuzinho Amarelo não subia nem descia escadas.

( ) A Chapeuzinho nunca topou com o lobo.

( )O lobo quando está sozinho inventa brincadeira.

b. Assinale com x a resposta correta:

O autor do conto Chapeuzinho Amarelo é:

( ) Cecília Meireles

( ) Mauricio de Souza

( ) Chico Buarque

( ) Helena Kolody

c. O texto fala sobre:

( ) coragem

( ) curiosidades

( ) medo

d. Chapeuzinho Amarelo tinha medo de:

( ) cachorro

( ) chuva

( ) trovão

( ) descolar

( ) gato

( ) cair

( ) pesadelo

( ) pulga

( ) engasgar

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( ) minhoca

( ) sombra

e. Como você vê a estória como um todo? Que sentimento desperta em

você?

f. Se você fosse o lobo, como agiria em relação A Chapeuzinho

Amarelo?

g. Se você estivesse no lugar da mãe da menina, como agiria?

h. Se você fosse a vovozinha o que faria?

i. Faça um paralelo caracterizando os personagens do conto

Chapeuzinho Vermelho em cada uma das três versões:

Perrault Irmão Grimm Chico Buarque

Chapeuzinho

Vermelho

Lobo

Vovozinha

Mãe

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Atividade VI:

Sinopse:

Guimarães Rosa ao escreve Fita Verde no Cabelo, levanta uma temática

bem diferente, pois vai tratar do ciclo vital do nascimento até a morte. A

questão fundamental desse conto está vinculada à ingenuidade da menina em

relação à existência da morte, pois nascemos para o fim que é inevitável. A fita

verde é a promessa de renovação e de esperança, porém é um símbolo de

vaidade, representa a juventude, a jovialidade, mas que se contrapõe a morte,

ou seja, ao fim da vida. Por um lado o verde representa a esperança, por outro

ela é inventada, representando desta forma a fragilidade humana dando a

ilusão de que só a velhice precisa se preocupar com a morte.

Neste momento pode-se inserir a Nova velha estória de Guimarães Rosa, Fita

Verde no Cabelo, formando um paralelo deste conto com os contos anteriormente

trabalhados, observando as relações estabelecidas nos textos e dando novos

significados. Essa leitura poderá ser feita num primeiro momento, silenciosamente

e em seguida dramatizada, de forma a ser combinada com a turma.

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A menina perde a fita verde do cabelo, ou seja, se depara com a morte.

Ela perda a inocência, pois compreende a morte por senti-la através da morte

da avó. A partir dessa constatação a menina entende que a morte é certa.

FITA VERDE NO CABELO

(Nova Velha estória)

João Guimarães Rosa

HAVIA UMA ALDEIA em algum lugar, nem maior nem menor, com

velhos e velhas que velhavam, homens e mulheres que esperavam, e meninos

e meninas que nasciam e cresciam. Todos com juízo, suficiente menos uma

meninazinha, a que por enquanto. Aquela, um dia, saiu de lá, com uma fita

verde inventada no cabelo.

Sua mãe mandara-a, com um cesto e um pote, à avó, que a amava, a

sua outra quase igualzinha aldeia. Fita-Verde partiu, sobre logo, ela a linda,

tudo era uma vez. O pote continha um doce em calda, e o cesto estava vazio,

que para buscar framboesas.

[...]

Demorou, para dar com a avó em casa, que assim lhe respondeu,

quando ela, toque, bateu:

- “Quem é?”

- “Sou eu...” – e Fita Verde descansou a voz – “sou sua linda netinha,

com cesto e pote, com a fita verde no cabelo, que a mamãe me mandou”.

[...]

Fita-Verde mais se assustou, como se fosse ter juízo pela primeira vez.

Gritou – “Vovozinha, eu tenho medo do lobo!”.

[...]

Vamos entender um pouco mais do texto.

a. Quais são as personagens que o conto apresenta?

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b. Escreva algumas características físicas e psicológicas das personagens

Fita-Verde, e da avó.

c. Qual é o momento mais importante, mais crítico no conto?

d. No Conto observamos, Fita-Verde chegou atrasada na casa da avó, pois

se desviou do seu caminho tomando outro mais longo.

Como Fita-Verde encontra a avó quando chega a casa dela?

O que a menina sentiu ao ver a avó deitada numa na cama pálida e

quase morrendo?

e. Em relação aos contos tradicionais de Chapeuzinho vermelho visto até

aqui, quais são as principais diferenças e semelhanças, entre

Chapeuzinho Vermelho e Fita Verde no Cabelo?

f. “E a menina movida pelo susto e pelo espanto, como se fosse ter juízo

pela primeira vez, grita: - Vozinha, eu tenho medo do lobo!”. Com

certeza não era o lobo da história de Chapeuzinho Vermelho que a

menina temia. Então, quem ela temia?

g. Nos contos que você viu até aqui, temos as cores: vermelho, amarelo e

verde presentes nas narrativas. Para você o que significa a cor:

Vermelha? _______________________________________________

Amarela?________________________________________________

Verde? __________________________________________________

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h. No conto Chapeuzinho Vermelho o que poderia representar a cor

vermelha? E no conto Fita Verde no Cabelo o que poderia representar a

cor verde?

i. O que você acha que pode representar a perda da fita verde do cabelo?

j. Quais as diferenças e semelhas mais relevantes, entre a personagem

Chapeuzinho Amarelo e a Fita Verde no Cabelo?

Atividade VII:

Após a “sessão de cinema”, fazer uma comparação oral entre as versões

escritas e o filme que assistiram.

a. Chapeuzinho Vermelho é incumbido pela mãe de levar alimento para a

vovó. O que a menina leva:

Na versão de Perrault?

Para que os alunos passam

entender melhor os textos,

pode-se propor o filme Deu a

Louca na Chapeuzinho

Vermelho, para que

observem e comparem a

linguagem na versão escrita

com a linguagem da versão

cinematográfica, suas

diferenças e peculiaridades.

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Na versão dos Grimm?

Na versão de Chapeuzinho Amarelo?

Na versão Fita Verde no Cabelo?

No filme?

b. As recomendações da mãe da menina, ao levar alimento para a avó,

são as mesmas nas versões escritas e do filme?

c. Existem diferenças e semelhas entre as versões do conto escrito e a

versão cinematográfica? Comente

d. Quanto ao cenário que leva a menina à casa da avó, como é descrito:

- na versão de Perrault?

- na versão dos irmãos Grimm?

- na versão de Chico Buarque

- na versão de Guimarães Rosa?

- na versão do filme?

e. Como é o encontro da menina, personagem principal, com o lobo nas

versões escritas? E na cinematográfica?

f. O diálogo entre o lobo e Chapeuzinho Vermelho é o mesmo nas versões

escritas? E No filme?

g. O final da estória é o mesmo em cada uma das versões escritas?

Relate. E como é seu final no filme?

h. O fim da Chapeuzinho Vermelho é o mesmo nas versões escritas e no

filme?

i. Qual é o fim do lobo nas versões escritas e cinematográfica? Comente.

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j. O caçador está presente em todas as versões? Comente.

k. Relate o que acontece com a avó nas versões escritas e na

cinematográfica.

Momento de pesquisa.

Levar os alunos novamente ao laboratório de informática e dividi-

los em quatro grupos, para que cada grupo pesquise tudo sobre um dos

autores a seguir: Charles Perrault, IrmãosGrimm, Chico Buarque,

Guimarães Rosa bem como a época em que esses autores viveram, o

momento histórico e as principais obras.

ATIVIDADE VIII:

Depois de tomar conhecimento de várias versões do

conto da Chapeuzinho Vermelho e suas versões,

pode-se levar os alunos a pesquisarem outros

contos reescritos dessa mesma versão, na internet,

nas revistas, jornais, bem como as versões

cinematográficas, com o objetivo de observar a

grade quantidade de versões do conto da

Chapeuzinho Vermelho reescritos desde a primeira

versão escrita por Charles Perrault, percebendo que

todas estabelecem relação com essa primeira versão,

cada qual conforme a época de produção, aborda

um tema pertinente.

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Vamos escrever, registrando nosso conhecimento até aqui...

Após fazer a leitura e estudo de algumas versões do conto Chapeuzinho

Vermelho e assistir ao filme Deu a Louca na Chapeuzinho Vermelho, chegou a

hora de praticar a escrita. Para tanto, em duplas, escreva uma versão da

Chapeuzinho Vermelho da atualidade. Lembre-se: o conto é uma narrativa

curta, no qual o espaço e o tempo são reduzidos, apresentando poucos

personagens. Observe na introdução o início da história que você vai narrar

apresentando os fatos iniciais, os personagens, etc., observe também a

complicação, que representa a parte em que se desenvolve o conflito,

momento em que algo começa a acontecer. Tem ainda o clímax, que é o

Agora vamos praticar um

pouco a escrita, para

observarmos o

conhecimento adquirido

até aqui no que diz

respeito a algumas versões

de Chapeuzinho Vermelho

e seus intertextos.

Vamos lá, em duplas

escrever um conto de

Chapeuzinho Vermelho,

escrever sua própria

versão, observando sempre

a norma padrão da

escrita.

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momento tenso da narrativa e o desfecho, que vai mostrar a solução para o

conflito e o final da história.

Capriche, pois esses contos, depois de corrigidos serão recolhidos para

construção do livro da coletânea de contos da Chapeuzinho Vermelho da

turma.

Orientações metodológicas

Nesta Unidade Didática trabalharemos várias versões do conto

Chapeuzinho Vermelho, observando a intertextualidade presente nas diversas

versões atribuindo novos significados. Formaremos também um paralelo deste

conto, desde a produção escrita de Perrault até algumas mais recentes.

Trabalharemos ainda o conceito de conto, observando os elementos da

narrativa próprios deste gênero discursivo.

Com base nos conhecimentos adquiridos pelos alunos no decorrer das

atividades propostas, os mesmos serão incitados a produzir um conto

observando as características próprias dos contos, em seguida serão corrigidos

os textos, para confecção de uma coletânea de contos da turma que ficará

exposto na biblioteca para leitura dos demais alunos do colégio e comunidade

escolar.

Toda a metodologia está descrita no corpo do texto, como é possível

observar através das explicações antes das atividades propostas no decorrer

desta unidade Didática.

Serão utilizados na implementação deste material, alguns recursos

pedagógicos e tecnológicos presentes no colégio como: TV multimídia, data

show, rádio, internet, etc.

A leitura é um dos principais instrumentos para o aprendizado, mas é

necessário fazer com que as palavras tenham significado para o aluno, que ele

compreenda, interprete e consiga relacioná-las, retendo dessa forma os

sentidos mais relevantes. Nesta perspectiva é importante possibilitar uma

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leitura crítica oportunizando-o formar opinião a respeito do que está lendo, para

assim poder se posicionar sobre os mais diversos assuntos da esfera social.

Assim, para que tenhamos êxito na implementação desta Unidade

Didática, trabalharemos com práticas de leitura de textos de diferentes

materialidades textuais, encaminhamento de discussões e reflexões acerca dos

efeitos de sentido, observando as resignificações, percebendo os meios de

circulação da produção do texto, o suporte, a fonte, os interlocutores, a

finalidade e a época.

Referencias:

BUARQUE, Chico. Chapeuzinho Amarelo. Rio de Janeiro: Berlendis &

Vertecchia, 1985. Sem numeração de páginas.

CARVALHO, Barbosa Vasconcelos de. A Literatura Infantil: visão histórica e

crítica, Barbara Vasconcelos de Carvalho, 2ª edição, São Paulo: Edart, 1982.

COELHO, Nely Novaes. Os Contos de Fadas. São Paulo: Ática, 1991,p.13.

ORLANDI, Eni Pulcinelli. Análise do Discurso: princípios e procedimentos. 7ª

Ed. Campinas, São Paulo: Pontes, 2007.

____ Discurso e texto: Formulações dos sentidos. Campinas. São Paulo:

Pontes, 2008.

_____. A linguagem e seu funcionamento: as formas do Discurso. 5ª Ed.,

Campinas, São Paulo: Pontes, 2009.

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OLIVEIRA, Lólio L. de. A Desistória de Chapeuzinho Vermelho. São Paulo:

Editora Contexto, 1987. p. 9-10.

PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da

Educação, Língua Portuguesa, 2008.

PERRAULT, Charles. Contos de Perrault. Trad. Regis Junqueira. Belo

Horizonte: Editora Itatiaia, 1985. P. 51/55.

ROSA, João Guimarães. Ave Palavra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p.

81-2.

ZANCHET, Maria Beatriz. Tradição estética e palavra na Literatura infanto-

juvenil / Maria Beatriz Zanches organizadora; Rita Felix Fortes; Clarice

Lottermann. Cascavel. Gráfica da UNIOESTE, 1996.

http://www.kboing.com.br/musica-e-letra/toquinho/46112-aquarela/

http://letras.kboing.com.br/#!/leandro-e-leonardo/chapeuzinho-vermelho/