os desafios da escola pÚblica paranaense na … · curriculares da educação, “será dada...

16
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

Upload: dodien

Post on 25-Jan-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

FORMAÇÃO FINANCEIRA E CIDADÃ PARA ALUNOS DO ENSINO

MÉDIO

Aldemara de Fatima Schadeck Nascimento

Lopes1

Karolina Barone Ribeiro da Silva2 RESUMO Este trabalho é o relato de atividades desenvolvidas junto à uma turma do 1º ano do Ensino Médio de um colégio na cidade de Palmital/PR, dando ênfase à resolução de problemas e mídias tecnológicas, com pesquisa baseada no ensino da matemática financeira. Foram utilizados recursos de multimídia para mostrar aos alunos uma estética completamente consumista, apresentando objetivamente as mudanças na forma de consumo de algumas décadas até os dias de hoje, fazendo-os refletir sobre a importância do consumo consciente e responsável, para que analisem como está sua relação com o orçamento familiar e mecanismos de compra, créditos e poupança. O tema abordado neste relato surgiu da inquietação em como explorar conteúdo dessa natureza, tendo em vista a falta de maturidade e consciência dos alunos do Ensino Médio, referentes ao consumo consciente e ao planejamento financeiro. O objetivo principal deste artigo é utilizar o tratamento da informação em atividades que auxiliem os alunos a planejar financeiramente sua vida e a de sua família, bem como alertá-los para o consumo consciente. Dessa forma, é possível inserir o aluno num contexto onde o desenvolvimento das habilidades matemáticas na utilização do seu cotidiano o levem a refletir sobre métodos de economia permitindo planejar o seu próprio futuro financeiro, além de incentivar o espírito

de liderança e coletividade. Palavras-chave: Matemática Financeira. Recursos Tecnológicos. Consumo.

INTRODUÇÃO

Durante anos trabalhando com turmas do Ensino Médio, percebe-se que os

alunos apresentam certa dificuldade em entender conteúdos matemáticos, talvez por

falta de motivação e interesse e também de estabelecerem relações entre o que

aprendem em sala de aula e o seu cotidiano.

Para PONTES (2007, p. 27);

A matemática se destaca como uma ferramenta de planejamento, sendo que por intermédio dela enseja-se a conclusão de distintas possibilidades de planos, destacando o planejamento da vida econômica, da realidade financeira de uma amplitude de realidades, de uma empresa, de uma família, de uma pessoa e assim por diante.

1 Professora. Aluna do Curso do PDE ofertado pela Universidade Estadual do Centro-Oeste. 2015.

E-mail:[email protected] - ÁREA DE CONHECIMENTO: Matemática. 2 Professora. Mestre em Estatística. Professora do Departamento de Matemática da Universidade

Estadual do Centro-Oeste. Orientadora de Trabalho de Conclusão de Curso do PDE.

Diante dessa afirmação percebe-se que a escola tem um papel de levar

informações acerca da dinâmica da matemática e da relevância de se planejar,

relacionando ambos os contextos para que, no processo de educação, o indivíduo

possa interligar os sentidos de ambas as perspectivas e ainda torná-los cidadãos

capazes de participar ativamente na sociedade, de forma crítica, deixando-os

conscientes de seus direitos e deveres para que possam participar da vida

econômica, social e política do país.

O presente artigo é o resultado das atividades realizadas no espaço

reservado as aulas de matemática, onde os alunos puderam perceber a importância

da formação financeira e cidadã. Quando D’Aquino menciona (2008, p.4) “Desde o

surgimento do dinheiro, surgiu a necessidade de se pensar sobre ele”.

Foi com essa concepção que o capitalismo se desenvolveu e inúmeros

empresários consolidaram-se no mercado, bem como diversos economistas

desenvolveram suas teorias sobre o dinheiro. É nessa mesma linha de raciocínio

que a Educação Financeira deve atuar na Educação Básica, ou seja, desenvolver a

competência dos alunos em pensar sobre o dinheiro de modo a criar meios racionais

de administrá-lo, por consequência, de consumo.

Para tanto o objetivo primordial deste artigo foi utilizar o tratamento da

informação já que segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica Estado do

Paraná (PARANÁ, 2008, p. 61);

Esse conteúdo estruturante contribui para a leitura crítica e interpretação de informações de fatos que ocorrem na sociedade, descritas em atividades que auxiliem os alunos a planejarem financeiramente sua vida e a de sua família, bem como alertá-los para o consumo consciente.

Quanto às tendências metodológicas da Educação Matemática nas Diretrizes

Curriculares da Educação, “será dada ênfase, à resolução de problemas e mídias

tecnológicas”, Paraná, (2008, p. 61).

A Matemática Financeira pode ser uma via de compreensão do aluno, no

entendimento da resolução de problemas, tornando-o mais crítico até mesmo ao

assistir um documentário ou reportagem sobre consumo, direitos e deveres do

cidadão junto a operações de créditos, contribuindo na dimensão sócio-político-

pedagógico e na formação crítica do aluno. Levando-o a pensar como se faz

cálculos com lucros, investimentos e demais operações financeiras.

Pretende-se que esse tema contribua com o desenvolvimento das atividades

práticas realizadas em sala de aula com alunos do 1º ano do Ensino Médio,

utilizando ferramentas tecnológicas que possam ser exploradas pedagogicamente

com mais frequência, tornando real e significativa a ideia e conceitos da matemática

no cotidiano do aluno, inspirando assim novas descobertas dentro do planejamento

financeiro escolar e familiar.

EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA O ENSINO MÉDIO

Nos últimos anos algumas pesquisas surgiram com temas relevantes na área

financeira e o que vem a ser educar financeiramente as pessoas, por meio de cursos

ou nas aulas ministradas nas escolas. Alguns autores nominam o termo de finanças

pessoais ou matemática financeira, mas o realmente conta é como as pessoas vem

conseguindo compreender os conceitos da matemática para uso pessoal.

Para se falar em uma Educação Financeira temos que primeiramente nos

apropriar de alguns conceitos. Ao nosso entendimento para se ter uma Educação

financeira precisa-se também ter conhecimento da Matemática Financeira.

Sobre Matemática Financeira, Kistemann Jr (2011) descreve a importância do

estudo desde as primeiras civilizações. “Ela era utilizada em cobranças de

empréstimosrealizados, e em períodos remotos os juros eram pagos por meio de

sementes, grãos ou outros tipos de bens”

Para Saito, 2008 apud Muniz Junior (2013),

Nesse sentido, a Educação Financeira pode ser entendida como um processo de transmissão de conhecimento que permite o aprimoramento da capacidade financeira dos indivíduos, de modo que estes possam tomar decisões fundamentadas e seguras, tornando-se mais integrados à sociedade, com uma postura pró ativa na busca de seu bem-estar. (SAITO, 2008, p. 20) apud MUNIZ JUNIOR (2013).

A aplicação do tema Educação Financeira na escola não deve ser pensada

somente na disciplina de matemática, mas sim de forma interdisciplinar. Kern (2009)

afirma que;

Desta forma, trabalhar com Educação Financeira através de uma prática interdisciplinar seria uma alternativa, uma vez que o assunto necessita de um olhar com atenção de mais de uma disciplina e não só o olhar matemático”. (KERN, 2009, p. 31).

Segundo Campos (2013) entende-se por Matemática Financeira; Como sendo um corpo de conhecimento que estuda a variação do dinheiro ao longo do tempo. Baseia-se em técnicas matemáticas para resolver problemas de fluxo de caixa e de equivalência de capitais, tanto em regime de juros simples como de juros capitalizados, isto é, preocupa-se em criar modelos que permitem avaliar e comparar o valor do dinheiro em diversos pontos do tempo (CAMPOS, 2013).

Observou-se que no processo de conceitos sobre o tema, as pesquisas em

sua maioria são voltadas para a consciência crítica do cidadão.

RELATO DAS ATIVIDADES

O Projeto foi implementado junto à turma do 1º ano do ensino médio.

FAZENDO UM PASSEIO RÁPIDO PELA HISTÓRIA DA ECONOMIA

Para entender como a economia funciona, é preciso saber, como ela nasceu.

Desde quando existe o dinheiro? E os bancos? Como chegamos ao modelo que

nós, nossas famílias, o governo e as empresas usam atualmente?

No dia 04/08/15, iniciei com a apresentação do projeto de implementação

para a turma, apontando as principais ideias e atividades que seriam realizadas,

qual a metodologia usada no desenvolvimento do tema de estudo e de que forma

seriam avaliados. Incentivando-os a participarem com entusiasmo e seriedade,

entendendo que parte do sucesso da implementação depende do comprometimento

de cada um. Os alunos demonstraram bastante interesse pelo assunto. O tempo

gasto para apresentação foi de uma aula.

No dia 13/08/15, atividade n° 2 – Fazendo um passeio pela história da

economia, percebi que poucos tinham conhecimento sobre a história do Sistema

Monetário e como surgiram os bancos. Houve muitos questionamentos e

participações, alguns alunos fazem coleção de moedas e cédulas antigas e se

propuseram em trazer para próxima aula e expor aos colegas. Responderam as

questões solicitadas e realizamos um debate com as respostas. O tempo estimado

(duas aulas) foi o suficiente para a realização desta atividade.

CONHECENDO AS MOEDAS CORRENTES DO MUNDO

Cada país tenta administrar sua moeda da forma mais vantajosa para sua

economia, porém, todas as moedas se cruzam nas negociações entre os países.

Existem moedas chamadas de forte, como o dólar (Estados Unidos), o euro (países

europeus) e o iene (Japão), as mais utilizadas no comércio internacional. As outras

não são consideradas fortes porque os investidores não sentem muita confiança na

economia desses países.

A palavra moeda tem uma definição mais abrangente do que o simples objeto

de valor padronizado de material metálico, já que envolve mais que apenas o

dinheiro (em papel ou metal), mas também o valor depositado em instituições

bancárias e as operações que podem ser feitas a partir daí. A moeda é hoje parte

integrante da sociedade, controla, interage e participa dela, independentemente da

cultura. Sejam quais forem os meios de troca, sempre se tenta basear em um valor

qualquer para avaliar outro.

A operação de troca entre moedas de diferentes países é chamada de

Câmbio, e para um melhor entendimento de como isso ocorre no mundo, a aula

prática realizada com os alunos abordou esse contexto na aula descrita abaixo.

No dia 14/08/15, atividade n° 3 – Conhecendo as Moedas correntes do

mundo, foi muito interessante e produtiva, os alunos conheceram as moedas de

diversos países, houve muitos questionamentos e curiosidades, após o debate sobre

os questionamentos os alunos realizaram uma pesquisa sobre o preço atual do dólar

e do Euro. Em seguida foi revisado o conteúdo de grandezas diretamente

proporcionais para chegarmos na regra de três conteúdo que eles usariam para

resolver as situações problemas referente a conversões de moedas. Percebi que

apesar de ser uma atividade não voltada para a realidade de meus alunos,

conheceram diversas moedas e suas taxas de câmbio em relação a real e

perceberam o quanto nossa moeda e desvalorizada com relação as moedas forte

como o Dólar e Euro. O tempo estimado (três aulas) foi suficiente para a realização

das atividades.

MATEMÁTICA FINANCEIRA, PORCENTAGENS, JUROS SIMPES E

COMPOSTOS

A Matemática Financeira é uma ferramenta útil na análise de algumas

alternativas de investimentos ou financiamentos de bens de consumo. Consiste em

empregar procedimentos matemáticos para simplificar a operação financeira a um

Fluxo de Caixa.

Os conceitos abaixo descritos dos sub tópicos sobre Capital, Juros, Juros

Simples e Compostos e Taxas de Juros, foram retirados do site

somatematica.com.br conforme informação nas referências.

Capital

O Capital é o valor aplicado através de alguma operação financeira. Também

conhecido como: Principal, Valor Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês

usa-se Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras financeiras).

Conceitos de Juros

Juros representam a remuneração do Capital empregado em alguma

atividade produtiva. Os juros podem ser capitalizados segundo dois

regimes: simples ou composto.

Juros Simples: o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado sobre o

capital inicial emprestado ou aplicado.

Juros Compostos: o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir do saldo

no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada intervalo de tempo é

incorporado ao capital inicial e passa a render juros também.

O juro é a remuneração pelo empréstimo do dinheiro. Ele existe porque a

maioria das pessoas prefere o consumo imediato, e está disposta a pagar um preço

por isto. Por outro lado, quem for capaz de esperar até possuir a quantia suficiente

para adquirir seu desejo, e neste ínterim estiver disposta a emprestar esta quantia a

alguém, menos paciente, deve ser recompensado por esta abstinência na proporção

do tempo e risco, que a operação envolver. O tempo, o risco e a quantidade de

dinheiro disponível no mercado para empréstimos definem qual deverá ser a

remuneração, mais conhecida como taxa de juros.

Quando usamos juros simples e juros compostos?

A maioria das operações envolvendo dinheiro utiliza juros compostos. Estão

incluídas: compras a médio e longo prazo, compras com cartão de crédito,

empréstimos bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta de

Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso

para o regime de juros simples: é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do

processo de desconto simples de duplicatas.

Taxa de juros

A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro emprestado,

para um determinado período. Ela vem normalmente expressa da forma percentual,

em seguida da especificação do período de tempo a que se refere:

8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).

10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).

Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que é igual a taxa

percentual dividida por 100, sem o símbolo %:

0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).

0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre)

Juros simples

O regime de juros será simples quando o percentual de juros incidir apenas

sobre o valor principal. Sobre os juros gerados a cada período não incidirão novos

juros. Valor Principal ou simplesmente principal é o valor inicial emprestado ou

aplicado, antes de somarmos os juros. Transformando em fórmula temos:

J = P .i .n

Onde:

J = juros

P = principal

(capital)

i = taxa de juros

n = número de

períodos

Exemplo: Temos uma dívida de R$ 1.000,00 que deve ser paga com juros de 8%

a.m. pelo regime de juros simples e devemos pagá-la em 2 meses. Os juros que

pagarei serão:

J = 1000 x 0.08 x 2 = 160

Ao somarmos os juros ao valor principal temos o montante.

Montante = Principal + Juros

Montante = Principal + (Principal x Taxa de juros x Número de períodos)

M = P. (1 + (i . n) )

Exemplo: Calcule o montante resultante da aplicação de R$70.000,00 à taxa de

10,5% a.a. durante 145 dias.

SOLUÇÃO:

M = P. (1 + (i.n) )

M = 70000 [1 + (10,5/100).(145/360)] = R$72.960,42

Observe que expressamos a taxa i e o período n, na mesma unidade de tempo,

ou seja, anos. Daí ter dividido 145 dias por 360, para obter o valor equivalente em

anos, já que um ano comercial possui 360 dias.

No dia 18/08/15, iniciamos a atividade n°4 – Matemática Financeira-

Porcentagens- juros simples e composto, nesta atividade revisamos todas as

questões sobre porcentagens comecei conversando com eles sobre o que eles já

sabiam sobre porcentagens, questionando-os primeiramente sobre as porcentagens

mais simples como: 50%, 100%, 25%, 10%, para depois explanar as demais e

esclarecer as dúvidas existentes.

Em seguida eles realizaram as situações problemas propostas. As atividades

de porcentagem que teve mais participação e curiosidades por parte dos alunos foi a

situação problema n°(2) referente a fatura da água, pois é uma situação problema

que envolve a realidade de sua residência, o consumo de água de sua casa.

Outra situação curiosa também foi a situação problema n°(7) e n°(8) que é

referente ao cálculo de quantos quilômetro o carro percorre com (1) um litro de

combustível, nesta atividades os alunos foram para pesquisa de preço atualdos

combustíveis no qual fizeram análise de um percurso de 100km, qual seria o

combustível mais viável, houve muitas participações e questionamentos.

Ainda referente ao conteúdo de juros a situação problema (1) foi a que mais

se destacou e os alunos gostaram muito, nesta os alunos montaram um ambiente de

uma casa que poderia ser um quarto, sala ou cozinha utilizando panfletos

atualizados de uma loja, planejaram o ambiente, realizaram a compra dos móveis e

comparam os valores se a compra fosse feito à prazo ou a vista, após calcularam os

juros dessa diferença de preço.

Percebi que alguns alunos tinham muito jeito para planejar ambientes

cuidaram até nos detalhes de combinação dos móveis, espaço enfim desenvolveram

a atividade como verdadeiros design. Os alunos resolveram todas as situações

problemas com muita seriedade mais as que mais se destacou foi as situações

problemas que envolvia a cotidiano deles. Isso comprova que devemos sempre

estar contextualizando a matemática. Realizamos as atividades proposta com dez

aulas. Ultrapassando o tempo estimado.

FILME: OS DELÍRIOS DE CONSUMO DE BEKY BLOOM

No dia 22/09/2015, iniciamos a atividade n°5, com o Filme: Os Delírios de

Consumo de Becky Bloom. Após assistir ao filme, os alunos escreveram um texto

relacionando o consumismo com a Educação Financeira e ainda realizamos um

debate sobre o assunto onde cada aluno relatou um caso, um ato de consumismo

que aconteceu em sua vida. Nesta atividade todos os alunos se envolveram,

acredito que realmente despertou o interesse pelo consumo consciente, entenderam

que devemos ser responsáveis não só financeiramente como também com relação

ao meio ambiente.

Para complementar a atividade passei o vídeo “A história das coisas”

disponível em https://youtu.be/Q3YqeDSfdfk sugerido pelo professor JONILSO

VIANEI NOVACOSKI na atividade 2 do módulo 1 deste GTR. Os alunos acharam

muito interessante o vídeo pois relata como funciona o capitalismo e como as

corporações manipulam as pessoas e governos a consumirem cada vez mais. O

tempo estimado (quatro aulas) foi suficiente visto que os alunos escreveram o texto

solicitado em casa.

COMPRA DE UM NOTEBOOK

A compra de um NOTEBOOK é uma situação de consumo popular entre os

jovens e necessária no mundo atual. Envolve muitas pesquisas (de preços, modelos,

tecnologia, qualidade) e tomadas de decisão, configurando-se como uma situação

rica de ser trabalhada com os adolescentes. Além disso, é uma compra recorrente,

porque o computador é um exemplo clássico de “obsolescência planejada”, ou seja,

é um produto que foi feito para perder a qualidade, a funcionalidade e a atualidade

rapidamente, precisando ser substituído com frequência. Logo, mesmo quem já tem

um NOTEBOOK terá, cedo ou tarde, a necessidade de comprar outro.

Atividade realizada em etapas, tendo cada uma a importância específica e

oferece a oportunidade de o aluno criar uma metodologia que combine consumo e

poupança, envolvendo a avaliação de suas necessidades, a busca de informações

de produtos com características que atendam a elas e o planejamento financeiro

para realizar a compra.

No dia 25/09/2015, iniciamos a atividade n°6, Compra de um Notebook. Nesta

atividade os alunos primeiramente pesquisaram o preço à vista e a prazo de um

notebook que gostariam de ter. Realizaram a pesquisa nas lojas da cidade e

internet. Após a pesquisa de preço analisaram como poderiam pagar o produto. A

opção de compra era à vista ou parcelado em 12 vezes.

Próximo passo dos alunos foi de analisar as formas de pagamento mais

viável, uma compra à vista com a economia da poupança, financiando para comprar

à vista ou em parcelas na própria loja. Então os alunos foram novamente as

pesquisas, verificaram na loja quanto sairia o produto parcelado em 12 vezes, em

seguida foram em uma financiadora da cidade para financiar o valor do produto à

vista, pagando o financiamento em 12 parcelas também e por último simulamos um

cálculo de poupança na sala de aula, entendo a fórmula do juro composto.

Os alunos chegaram a seguinte conclusão que das três opções de

pagamento apresentada a opção poupança seria mais viável, pois poupariam o

mesmo valor cada mês e ao final dos 12 meses compraria o produto à vista e

sobraria dinheiro na poupança e que poderiam ainda continuar poupando para

adquirir outros produtos.

Nesta atividade além de incentivar a tomada de decisões financeiras

considerando o custo de oportunidade, evidenciou para os alunos os altos juros

cobrados na compra a prazo e nos financiamentos. O tempo estimado de (quatro

aulas) foi suficiente.

ORÇAMENTO FAMILIAR

Orçamento familiar: é colocar no papel todas as suas despesas mensais (ou

seja, tudo aquilo que você gasta no mês) e todas as suas receitas (isto é, todo o seu

salário e outros ganhos).

No dia 01/10/2015, iniciamos a atividade n°6, Orçamento Familiar. Nesta

atividade os alunos aprenderam a organizar seus gastos e utilizaram a planilha

cálculo no laboratório de informática. Primeiramente fizemos alguns comentários

diferenciando receita de despesas e ainda foi apresentado algumas dicas de

economia que devemos ter quando vamos a supermercado, dicas domésticas, dicas

em relação a dívidas.

O interessante que durante as aulas os alunos acrescentavam mais algumas

dicas que eles ou sua família utilizava para fazer economia de gastos. Em seguida

foi apresentado aos alunos uma planilha com os possíveis gastos de uma família

com uma receita de dois salários mínimos, pesquisamos também as porcentagens

ideal que é destinada para cada despesa. Por exemplo: 25% de nossa receita com

alimentação, 15% com saúde, 8% com educação, 30% com moradia (aluguel, água,

luz, tel.) e assim por diante.

Após esta pesquisa realizaram os cálculos para verificar os valores

destinados a cada porcentagem, preencheram a planilha, e responderam as

questões destinadas a esta atividade.

Na outra aula fomos ao laboratório de informática conhecer a planilha cálculo

e cada aluno construiu sua planilha. Foi sugerido para que eles realizassem esta

atividade com a receita de sua família e que estimulassem seus familiares a ter o

hábito de fazer o orçamento familiar, pois é de extrema importância para quem quer

manter seus gastos organizados. O tempo estimado de (quatro aulas) foi suficiente.

CUIDANDO DOS PEQUENOS GASTOS

Pequenas compras diárias como: Cafezinho; um doce, uma balinha no

semáforo, uma bijuteria, uma revista, um pão de queijo, uma coca cola, levam seu

dinheiro embora.

No dia 15/10/15, iniciamos a atividade n°7 com os conteúdos “cuidando dos

pequenos gastos”. Nesta atividade os alunos tiveram a oportunidade de analisar

seus gastos diários, entenderam que economizando pouco valor por dia, semana ou

mês, pode gerar uma poupança significativa no futuro. Os alunos não realizaram

cálculos e sim utilizaram os simuladores de poupança, encontrados nos sites

http://www.simuladorpoupanca.com/ e

http://www.clubedospoupadores.com/simulador-de-juros-compostos, e resolveram

algumas situações problemas propostas na unidade didática. Os alunos

apresentaram muito interesse pela atividade, alguns alunos comentaram que iriam

começar a poupar, pois ficaram surpresos com o valor que poderão ter no futuro se

começarem a poupar hoje. O tempo estimado de (quatro aulas) foi suficiente.

EMPREENDEDORISMO

A escola como espaço de socialização e formação dos jovens, necessita de

despertar no educando o jovem empreendedor, trabalhar atividades que envolvam o

empreendedorismo, pois nos dias atuais o empreendedorismo vai mais além da

capacidade de criar e gerir empresas, aproveitar oportunidades, ter sucesso, gerar

emprego, renda e riqueza, define se também como o tipo de comportamento que

favorece a interferência criativa e realizadora no meio, em busca de um

conhecimento pessoal e coletivo, através do desenvolvimento da capacidade

intelectual para investigar e solucionar problemas, tomar decisões, ter iniciativa e

desenvolver o espírito de liderança.

No dia 27/10/2015, iniciamos a atividade n°8 sobre Empreendedorismo. Nesta

atividade os alunos iniciaram com uma pesquisa sobre o empreendedorismo. Na

aula seguinte foi feito o encerramento de nossas atividades com uma palestra sobre

o empreendedorismo que foi ministrado pelo professor Sérgio Cristóvão Zarpellon,

esta atividade foi muito válida, pois os alunos perceberam que para sermos

empreendedores precisamos de ter tomada de decisões autônomo, ter espirito de

liderança e coletividade e principalmente precisamos ser educado financeiramente

para poder organizar seus gastos, obter seu lucro dentro do seu próprio negócio.

Quando o estudante aprende a planejar, estabelecer metas, lidar com as

dificuldades a partir de uma perspectiva mais criativa e otimista, se tornando mais

autossuficiente. O tempo estimado de (quatro aulas) foi suficiente

A dificuldade encontrada durante a implementação foi quanto ao uso do

laboratório de informática para pesquisa, nem todos os equipamentos estavam

funcionando, a questão da internet também muito lenta dificultando assim o

andamento das atividades.

A avaliação foi feita durante as aulas através da participação e realização das

atividades pelos alunos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Educar financeiramente os alunos no Ensino Médio e prepara-los para o

futuro não só profissional mas também de conhecimento necessário para planejar

suas ações financeiras, é um processo que demanda motivação para que a relação

entre os estudantes e as escolas com o dinheiro seja reavaliado e compreendido,

visando uma mudança de hábitos e comportamentos arraigados sobre o dinheiro,

substituindo-os por uma nova atitude, mais saudável e sustentável.

Incutir nos alunos não somente os conhecimentos básicos da Matemática

Financeira foi o maior objetivo desse estudo, mas leva-los a refletir e a participar por

meio de questionamentos e indagações que elucidassem suas dúvidas participando

ativamente das atividades propostas foi algo que surgiu e surpreendeu de maneira

positiva o desempenho das aulas, pois os alunos desenvolveram assim o senso

crítico e até mesmo mudanças de comportamento.

Os conteúdos abordados foram fundamentais, isso prova que a escola tem

um papel primordial no desenvolvimento da aprendizagem, pois é um local de ampla

reflexão, questionamentos e transformações que marcam para sempre a vida dos

alunos.

Durante as atividades práticas com os alunos, percebeu-se que é preciso

ampliar as aulas de educação financeira nas escolas, todo cidadão precisa ser

igualmente consciente em relação à boa gestão de seu dinheiro. Com essas

iniciativas em sala de aula, é possível formar uma nova geração de alunos mais

conscientes e sustentáveis financeiramente, entendendo que o aluno se tornará um

adulto, pai de família e um provedor de grande consciência financeira. A

consequência disso são famílias mais estruturadas e poupadoras e não pessoas

endividadas como vem ocorrendo nos últimos meses por conta de uma economia

que apresenta sérios problemas econômicos e que afetam todas as pessoas.

Percebeu-se ainda que todos os conteúdos foram agregadores de novas

experiências, mas com o empreendedorismo, eles tiveram um impacto positivo ainda

maior. Eles puderam compreender melhor que para ser um empreendedor, também

é preciso ter um bom desempenho escolar, além de fazer uma diferença positiva nas

relações familiares, a partir do momento em que se tornam participativos das aulas e

de todas as atividades propostas, eles melhoram seu comportamento dentro de

casa, até mesmo em relação à disciplina com seus pais. Aprendem que, para

realizar um sonho, é preciso planejar, se capacitar e, assim, ter mais segurança e

perspectivas de sucesso.

Com a elaboração deste artigo, posso afirmar que os alunos participantes

desse estudo estão mais preparados para administrarem seu dinheiro, uma vez que

com os conteúdos aplicados em situações reais, mobilizou a socialização e o

envolvimento do orçamento familiar, aumentando as chances da resolução de

problemas antes inimagináveis. A Matemática Financeira assim poderá proporcionar

uma vida mais tranquila aos alunos que puderem enxergar que se deve haver um

planejamento em tudo que se envolva dinheiro

REFERENCIAS CAMPOS, André Bernardo. Investigando como a educação financeira crítica pode contribuir para tomada de decisões de consumo de jovens-indivíduos-consumidores (jic's), 2013. 178 f. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal de Juiz de Fora - Instituto de Ciências Exatas, Juiz de Fora, 2013. D’AQUINO, Cássia. Educação Financeira. Como educar seu filho. Coord. Gustavo Cerbasi. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. KISTEMANN Jr., M.A. Sobre a produção de significados e a tomada de decisão de indivíduos-consumidores. Tese de Doutorado – Unesp - Rio Claro-SP, 2011.

KERN, D. T. (2009). Uma reflexão sobre a importância de inclusão de educação financeira na escola pública. Acesso em 30 de 10 de 2015, disponível em Univates-bdu: http://www.univates.br/bdu/bitstream/10737/87/1/DeniseKern.pdf MUNIZ, I. J. Finanças no ensino médio: atividades na perspectiva da educação econômico financeira. XI Encontro Nacional de Matemática. Anais do XI Encontro Nacional de Educação Matemática – ISSN 2178-034X. Curitiba, 2013. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica para a Escola Pública do Paraná, 2008. PONTES, J. P. Didática da Matemática – A dinâmica da sala de aula. Lisboa: Ministério da Educação, 2007. __________________ http://www.somatematica.com.br/emedio/finan.php - Acesso em 16 de nov. 2015.