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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

BRASIL enCANTADO

Autor: Profº. PDE Maxwel S. de Lima1

Orientadora: Profª. Ms. Luciana Vedovato2

Resumo

O gênero canção, mais precisamente “A Música Popular Brasileira de Protesto durante a Ditadura Militar”, serviu de corpus para que, através da Análise do Discurso Linha Francesa pudéssemos apresentar um método aos alunos do ensino médio, do Colégio Almirante Tamandaré, que os levasse para além da simples interpretação de textos, para tanto, partimos das noções de Discurso, Sujeito Discursivo e Formação Discursiva. Todos esses conceitos foram apresentados por meio de aulas expositivas e ou com o auxílio de multimídias, além disso apresentamos documentários, tais como “O dia que durou 21 anos”, “A História da Música Universal”, “A História da Música Brasileira” e “História dos Festivais – Uma noite em 67”. Sugerimos ainda a leitura e confecção de resenha do Romance “1984” de George Orwell que nos serviu como referência discursiva uma vez que no livro é apresentada, de forma ficcional, uma sociedade totalitária que cria uma nova língua, “Novalingua” na tentativa de dar um significado único às palavras, em oposição portanto, à Análise do Discurso e suas pruri-significações, fatos esses demonstrados nas análises das canções. Com isso conseguimos fazer uma analogia entre Totalitarismo com sentido único de pensamento e Democracia com respeito às diferenças.

Palavras-chave: Análise; Discurso; Canção; Popular; História; Ditadura.

1 Professor QPM da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná da disciplina de Língua Portuguesa. E.mail: [email protected] 2 Professora Doutoranda da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. E.mail: [email protected]

1. INTRODUÇÃO

O trabalho com o texto em sala de aula nem sempre é tomado com a atenção

devida. Não raro, encontramos verdadeiras sabatinas gramaticais que tomam o texto

apenas como o lugar para justificar a sintaxe e seu estudo. Mesmo que diretrizes de

toda ordem (nacionais e estaduais) digam que é preciso pensar didaticamente uma

prática discursiva de leitura e produção textuais, o que vemos no espaço escolar

está longe disso. Nesse contexto, a proposta da presente pesquisa teve por objetivo

introduzir a Canção Popular, especialmente as músicas do período da ditadura, de

forma historicizada e, para tanto, é preciso antes que expliquemos como chegamos

até aqui.

Uma vez que, o PDE3 tem como objetivo proporcionar aos professores da

rede pública estadual de ensino em atividade, possibilidades do desenvolvimento de

métodos de intervenções pedagógicas condizentes com as realidades encontradas

por eles em seus cotidianos, elaboramos o Projeto de Intervenção Pedagógica do

PDE 2013: “Brasil enCantado” desenvolvido em uma turma do Ensino Médio do

Colégio Estadual Almirante Tamandaré, na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná.

Elegemos o gênero canção, mais precisamente “A Música Popular Brasileira

de Protesto durante a Ditadura Militar”, para desenvolver nosso trabalho, para o

qual, usamos o método da Análise do Discurso linha Francesa. Neste material

propomos a utilização do referido método para análises das canções: “Pra não dizer

que não falei das flores”; “Canção da despedida”; “Vai passar”; “Acorda Amor” e “O

bêbado e o equilibrista”.

A escolha desse gênero se justifica por entendermos que a música, como

qualquer outro texto, também pode materializar as condições de produção que a

constituíram, principalmente as que foram compostas nos chamados “anos de

chumbo”, momento no qual o país viveu o ápice da repressão política. Nesse

momento de nossa História coube à música romper o bloqueio imposto pela

censura, ludibriando-a com recursos, como os de efeitos de sentido, metáforas,

paráfrase e polissemias, pois as Músicas, ao falarem do senso comum, do amor ou

do cotidiano, de fato mostravam a verdadeira situação social e política do País.

3 PDE é a sigla para Programa de Desenvolvimento Educacional que tem por objetivo proporcionar aos

professores da rede estadual do Paraná cursar ao que equivaleria ao mestrado, mas direcionado apenas para os

professores e, considerando as especificidades dos mesmos.

Diante da riqueza de possibilidades de análises das letras eleitas,

consideramos pertinente a utilização desse gênero textual. O “corpus” eleito trouxe a

temática ditadura militar no Brasil que, em interdiscurso com do livro “1984” de

George Orwell, serviu ao discurso que construímos na sala de aula, momento no

qual discorremos, em parceria com professores de História e Filosofia, sobre

conceitos de democracia e estados totalitários, além de menções à resistência

política, aos mortos, aos exilados, a anistia e do poder de influência da mídia.

Com isso pretendíamos fazer com que nossos alunos percebessem que no

texto não existem sentidos pré-determinados, que a leitura vai para além da mera

interpretação do texto, sua compreensão deve ser buscada na formação discursiva,

em seu contexto histórico-ideológico.

A perspectiva histórica favoreceu à análise e por consequência a

aprendizagem sobre a Análise do Discurso, método capaz de fazer com que nossos

alunos percebessem que nos textos, verbais e não verbais existem sentidos, outros,

que vão para além dos aparentes, tornando-os com isso, leitores mais atentos à

polissemia, aos efeitos de sentido, às metáforas.

Escolhemos uma turma da terceira série do ensino médio para o

desenvolvimento de nosso projeto por considerarmos, que nessa faixa etária

encontraríamos a curiosidade e maturidade necessárias à compreensão desses

fatos tão importantes da História recente de nosso país e que não têm sido

trabalhados de forma adequada. Contudo para nossa surpresa, alunos da segunda

série também acorreram às nossas aulas, ministradas às quartas-feiras das 14:00 às

16:00 horas.

Para a implementação do projeto com os alunos dividimos as atividades, no

que chamamos de Plano de Trabalho em Sala, em seis partes detalhadas logo

abaixo.

2. PLANO DE TRABALHO EM SALA

Atividade 1 (Um) Para começo de conversa.

Com duração de duas aulas, apresentamos documentários: “A História das

Músicas Universal, História da Popular Brasileira”, História dos Festivais e Biografias

dos compositores Chico Buarque de Hollanda e Geraldo Vandré”, além disso foi

apresentado um questionário para conhecer a preferência musical dos alunos.

Atividade 2(dois) Aprendendo os Gêneros Resenha e Debate

Com duração de seis aulas, ministradas de forma expositiva com

apresentações de Resenhas de Jornais e Revistas além das apresentações de

documentários com resenhas do livro “1984”, de George Orwell, entre outros, foi

pedido aos alunos que, como trabalho escolar, lessem e produzissem uma resenha

do livro de Orwell.

Para tanto, foi necessário ensina-los a produzir e avaliar as resenhas.

Como o texto é construído a partir de outros textos, num diálogo com outras

vozes, portanto polifônicos e heterogêneos, não pode ser observado de forma

isolada, para demonstrar escolhemos o gênero Música, uma das mais antigas

manifestações da Cultura, como intertextos a serem analisados pois, esses guardam

em si, as marcas das condições de produção, servindo como um excelente fio

condutor nos diferentes momentos históricos e, a Música Popular Brasileira de

Protesto em particular porque através desta, estabelecemos um recorte histórico, “o

já visto”, onde podemos observar, as Formações Discursivas contidas nas canções

de protesto do contexto histórico da Ditadura Militar.

A partir do referencial teórico da Análise do Discurso Linha Francesa e do

corpus da Música Popular Brasileira de Protesto foi possível fazer com que

alunos/leitores rompessem com a ideia de que na leitura do texto exista um sentido

evidente e, percebessem que o Discurso está submetido à heterogeneidade. E que

existirão tantas compreensões, quantos forem os sujeitos/leitores e suas

circunstâncias.

Além disso, como trabalhamos com a perspectiva das redações pedidas nos

Exames Vestibulares, do ENEM4, e levando em consideração que um dos

pressupostos à boa escrita é a boa leitura, um de nossos objetivos, é fazer com que

nossos alunos aprendam que a Análise do Discurso oferece para uma leitura

contextualizada e crítica dos textos.

Para tanto, trabalhamos ainda com diferentes Gêneros Textuais, tais como a

Resenha crítica. Pois para se produzir resenhas há que se levar em consideração o

desenvolvimento lógico, bem como a sequência expositiva.

Afinal, resenhas são textos predominantemente argumentativos, que além de

caracterizar de forma sucinta as obras analisadas, devem emitir juízos de valor,

elogiando ou criticando–as. Pois os juízos emitidos pelo resenhista devem conectar-

se, por meio de argumentos, ou seja, ações verbais persuasivas, que pretendem

levar o destinatário a aceitar uma determinada tese, ao mesmo tempo em que

confere legitimidade e unidade coesiva ao texto, características que contribuirão aos

alunos, não só em suas redações nos exames vestibulares, como também, mais

tarde nos bancos universitários.

Atividade 3 (três) Contextualização e Sentidos

Com duração de 5 (cinco) aulas, contextualização expositiva do filme “O dia

que durou 21 anos”, apresentação, produção e avaliação de resenha.

Em 1964, o governo Norte Americano, em conluio com setores da burguesia,

da política e das forças armadas brasileiras desferem um golpe fatal à democracia

no Brasil ao deporem, em um Golpe Cívico-Militar, o Presidente João Goulart, como

cita o filme documentário “O dia que durou 21 anos”, de Camilo Tavares.

Como não aconteceu a resistência que se esperava, o Golpe conseguiu

manter as aparências, o Congresso permaneceu aberto, se bem que enfraquecido.

No entanto a “Caixa de Pandora” havia sido aberta e, a conta-gotas os golpistas vão

se revelando.

Em 1965 com a promulgação do AI-2 os partidos políticos são extintos e com

eles as eleições diretas para presidente da República; em 1966 com o AI-3 o

Congresso é fechado e, finalmente em 1968 com a promulgação do AI-5 o regime se

mostra por inteiro –Ditadura Militar- começa a censura, e as perseguições.

4 Exame nacional do Ensino Médio. Prova aplicada pelo Governo Federal que avalia os conhecimentos dos estudantes. O ENEM equivale, atualmente, ao vestibular para muitas universidades.

No ano de 1968, a juventude do mundo se rebela contra a ordem

estabelecida, surge o movimento de contracultura com manifestações por uma

sociedade mais justa e democrática: Na França, o “Maio de 68”, na Tchecoslováquia

“A primavera de Praga” nos EUA, as passeatas contra a Guerra do Vietnã. No Brasil,

apesar de ser um país, à época, com a população de maioria analfabeta, com meios

de comunicação de massa muito precários, em que a mídia mais moderna era a

televisão, que ainda dava seus primeiros passos, artigo de luxo, acessível a poucas

e abastadas famílias das principais cidades; época em que ainda não existiam

satélites, estações repetidoras e nem se quer o vídeo tape, o rádio era o meio mais

rápido de comunicação, mas estava fortemente censurado.

Devido à censura ou autocensura imposta aos meios de comunicação,

prisões, mortes e exílio aconteceram sem que a população ficasse sabendo. Mesmo

assim a juventude, politizada, não se calou e, apesar da forte repressão, saiu às

ruas em protesto contra a ditadura, alguns, “Quixotescamente” pegaram em armas.

Contraditoriamente ao obscurantismo cultural imposto ao país; com o advento

dos festivais da canção nas principais emissoras de Tv, como Excelsior, Record e

Globo, a música popular brasileira vivia um grande momento, de criatividade e

repercussão, autores como Geraldo Vandré, Chico Buarque entre outros viram em

suas canções uma maneira de ludibriar a censura e servir à Nação como

instrumento de divulgação e resistência ao regime militar.

Foram vários os festivais da canção que fizeram sucesso durante os “anos de

chumbo”, suas estruturas narrativas mexiam com os sentimentos dos

telespectadores, com argumentos e personagens tais como o do bom moço, do

rebelde e a heroína, como revela a Chico Buarque, o repórter do documentário “Uma

noite em 67” citando Paulinho Machado de Carvalho, diretor da TV Record. É nesse

contexto histórico que surgem as canções que analisaremos.

Nas análises aqui propostas, consideramos que os festivais da canção foram

mais do que um mero suporte ao gênero canção, tornaram-se eles próprios, também

enunciadores, produzindo seu próprio gênero discursivo -programas de Tv-. Para

tanto as emissoras criaram argumentos que dividiam as platéias, como as torcidas

de futebol, a favor ou contra essa ou aquela canção.

No argumento criado pela tv, o compositor Chico Buarque era o bom moço,

branco, jovem, bonito, olhos claros, de uma familia de intelectuais do calibre de um

Sérgio Buarque de Holanda, seu pai, e sobrinho de Aurélio Buarque de Holanda.

Chico, compositor da canção “A Banda" fazia enorme sucesso, em todas

faixas etárias e classes sociais; os militares quiseram usá-la para uma campanha de

alistamento militar, Porém a proposta foi recusada pelo artista. Os militares nunca o

perdoram e começou aí seu martírio, como o artista mais censurado pelo regime.

Contudo o compositor resistiu e produziu uma obra recheada de efeitos de

sentido e metáforas, ludibriou a censura e serviu como um alto falante que

denunciou os crimes cometidos pelos usurpadores da Pátria. Sua bagagem

intelectual e conhecimento do poder do discurso fez com que sua obra sobrevivesse

para além de seu tempo, tornando-o um dos maiores artistas brasileiros de todos os

tempos.

Fato esse que não ocorreu com Geraldo Vandré, artista contestador

desempenhou o papel do revoltado no argumento montado pela televisão e, ao se

opor ao regime, com seus discursos diretos, conclamando a juventude à resistência

e luta, despertou a ira dos orgãos de repressão, que o perseguiu até que sumisse

definitivamente da cena artistica brasileira.

Atividade 4 (quatro) Noções de Análise do Discurso

Com duração de 4 (duas) aulas expositivas com auxilio de multimidia, nas

quais discorremos sobre alguns conceitos básicos, sobre o método da Análise do

Discurso, para tanto fizemos considerações sobre a noção de texto, as relações

entre textos, o texto e suas relações com a história.

Os níveis de leitura de um texto, a depreensão do tema no texto narrativo, ao

mesmo tempo em que orientamos os alunos a prestarem atenção no caráter de

oposição entre este e a “Novalíngua”, língua oficial de Oceania, criada para

satisfazer às necessidades ideológicas da sociedade totalitária descrita no romance

“1984”.

Em seguida discorremos sobre a noção de Discurso, ou seja, o que está em

curso, portanto não é estanque, que não é língua nem texto nem tão pouco fala, mas

necessita ambos para ter uma existência material, que implica uma exterioridade à

língua, isto é, a aspectos sociais e ideológicos contidos nas palavras.

Para a Análise do Discurso existe a noção de sujeito discursivo, polifônico,

cujo discurso é constituído do entrecruzamento de diferentes discursos em oposição,

portanto heterogêneos e mutáveis, para quem as condições de produção são um

dos fatores fundamentais e nelas são determinantes os aspectos históricos, sociais

e ideológicos.

Na “Novalíngua”, língua criada - na sociedade ficcional do romance “1984” -

como meio de controle ideológico, seu vocabulário é construído de modo a fornecer

a “expressão exata” das palavras, conforme sejam os interesses do Partido,

excluindo todos os outros significados, ou possibilidades de se chegar a eles.

Tanto no romance “1984” como no Brasil pós-golpe de 1964 é possível

perceber algumas semelhanças nos métodos de tortura e delação, como políticas de

curto prazo para controle da população por parte do Estado.

Todavia, enquanto em “1984” a estratégia adotada pela criação da

“Novalíngua” como política de longo prazo para limitar a extensão do pensamento,

diminuindo o número e os sentidos das palavras ao mínimo, reduzindo as

ambiguidades e significados implícitos foi vencedora. No Brasil, a estratégia da

utilização da Censura Federal não logrou o mesmo êxito, pois deixou brechas por

onde a Música Popular Brasileira ao fazer uso dos efeitos de sentido do discurso

pode denunciar à Nação a conspiração a que estava submetida, como

demonstramos nas músicas analisadas.

Contudo, há que se permanecer alerta, pois, com o avanço das tecnologias

de comunicação, vemos aumentar, exponencialmente, as possibilidades de

manipulação do inconsciente coletivo.

Atividade 5 (cinco) Análise das Canções Com 6 (seis) aulas expositivas e com recurso de multimídia.

“Pra não dizer que não falei das flores”

A canção mais conhecida de Vandré, “Prá não dizer que não falei das flores”

fruto do contexto da Ditadura Militar, colaborou na construção do Discurso de Luta

contra o regime, a música tem o estilo de hino, pode-se comprovar isso verificando a

relação dialógica que ela estabelece com o hino à Independência; com isso o papel

do enunciador é redefinido, de cancionista que canta somente para o deleite

estético do ouvinte, para o de Arauto. Portanto não é de se extranhar que “Pra não

dizer que não falei da flores” se tornou uma espécie de hino, cantado dalí em

diante em todas as manifestações populares de resistência,.

A canção, diálogou com a canção A Banda de Chico Buarque, opondo a

estrofe e o refrão -“Caminhando e cantando e seguindo a canção / Somos todos

iguais braços dados ou não / Nas escolas nas ruas campos, construções /

Caminhando e cantando e seguindo a canção / Vem, vamos embora que esperar

não é saber / Quem sabe faz a hora não espera acontecer”- à estrofe -“Estava à toa

na vida / Meu amor me chamou / Pra ver a banda passar / cantando coisas de

amor”-. Já nos versos -“Nos quartéis lhes ensinam antigas canções / De morrer pela

Pátria e viver sem razão”-, o diálogo se faz, como já referido anteriormente, com o

refrão do Hino da Independência, -“Ou ficar a Pátria livre / Ou morrer pelo Brasil”-.

Na obra de Geraldo Vandré a riqueza das metaforas não se encontra nas

canções, nelas, as construções metafóricas são pobres, faceis de memorizar pois

têm a missão de serem as mais evidentes possíveis, assemelhadas ao gênero Hino

que têm como objetivo atingir diretamente os sentimentos do interlocutor

impolgando-o. A metáfora mais rica, portanto, não esta no discurso própriamente

dito, mas no enunciador que encontra um novo Ethos, o do Herói que se entrega

em holocausto pela causa e, a partir daí a análise desliza para o campo da

psicanálise, pois não se pode esquecer que Vandré é advogado, sabe, mas parece

esquecer do poder de destruição da “hidra” que se dispõe a combater.

O uso do Gerundio nos três verbos do primeiro verso indica que andar, cantar

e seguir estão em curso e, ao mesmo tempo, em que podem assumir os papéis em

que um é, ao mesmo tempo, adjetivo e advérbio dos outros, ou seja: Caminhando é

qualidade e modo de quem canta e segue; cantando é qualidade e modo de quem

caminha canta e segue; seguindo é qualidade e modo de quem caminha e canta.

O refrão começa com uma locução verbal, -“Vem, vamos”... o verbo que

desempenha a função auxiliar, vamos, é que flexiona indicando o número, plural e a

pessoa, primeira do plural; e o tempo presente do enunciador. Ainda no refrão o

enunciador faz uso da Injunção, que é a forma de explicitar sua intenção de levar o

destinatário a assumir uma atitude qualquer

Os verbos esperar e saber indicam as ações, própriamente dita que o

enunciador não deseja, contudo por encontrarem-se no infinitivo impessoal,

assumem o papel de adjetivo, qualidade de quem resolveu deixar de esperar, que é

realçado pela figura Litotes que é a declaração de algo pela negação de seu

contrário, -Esperar não é saber- portanto quem não espera, Sabe.

Interessante notar o jogo de sentido que o enunciador pretende alcançar ao

subtrair o fonema /r/ da palavra – armados- “Há soldados armados/ amados ou não”

“Canção da despedida”

O arauto pensa, numa mistura de ingenuidade romantica e bravura épica

que, como um Hercules moderno poderá vencer o monstro de nove cabeças e

voltar, como vaticina os versos da “Canção da despedida” feita em parceria com

Geraldo Azevedo, e interpretada por Elba Ramalho quando cantava: -Já vou

embora/Mas sei que vou voltar / Amor não chora, se eu volto é pra ficar- Exilado,

como Chico Buarque e, ao contrário deste e de seu vaticinio, Vandré, como artista,

nunca mais voltou. A música “Canção da despedida” é belissima e apesar de

parecer a despedida de duas pessoas que se amam, um olhar mais atento mostra

que o diálogo se faz entre o autor e a Pátria amada.

O enunciador parte a contragosto -Eu quis ficar aqui /mas não podia / O meu

caminho a ti não conduzia- obrigado que foi pelo Ditador, General Médice, eleito,

ilegitimamente, pela Junta Militar - Um rei mal coroado não queria / O amor em seu

reinado / Pois sabia não ia ser amado-.

A primeira pessoa do verbo Ir no presente indicativo estabelece o tempo e

quem é o sujeito da enunciação -“Já vou embora”- o enunciador está se

despedindo e parte a contra gosto, como fica demosntrado pelo uso do conectivo

adversativo Mas “mas sei que vou voltar”.

No entanto a aparente certeza, demonstrada pelo uso do verbo no modo

indicativo é desmentida, pela entonação e pelo uso conectivo condicional SE que

deveria vir acompanhado de verbos conjugados no modo subjuntivo “se eu voltar”

indice de dúvida e não “se eu volto” no presente do indicativo, que é marca de

certeza. Portanto, podemos dizer que o enunciador expressa, mais de uma vez seu

desejo, mas deixa marca de sua dúvida ao usar o conectivo condicional SE.

“Acorda, amor” (Julinho da Adelaide)

Para a análise da Canção “Acorda Amor” nossa lupa focará primeiro no

autor. Como se sabe hoje, Julinho da Adelaide foi pseudônimo usado por Chico

Buarque, a razão parece óbvia, vivíamos um dos momentos mais cruéis da ditadura

militar, a repressão à resistência e uma severa política de censura fora colocada em

execução. Os serviços de informações infiltraram agentes e delatores em muitos

setores da sociedade, das Universidades, Sindicatos, Imprensa aos Clubes de

Futebol, a sensação era a de que o regime era onipresente e onisciente.

Espionavam a todos.

Uma das áreas que o regime considerava das mais sensíveis era a artística,

por seu potencial de trabalhar com o Simbólico, com o Metafórico e o Polissêmico.

Existia uma lista de artistas que eram censurados a priori, não importando o que

fosse produzido, entre eles estava o compositor Chico Buarque de Hollanda que,

percebendo brechas no sistema, cria a personagem semialfabetizada, Julinho da

Adelaide, compositor da canção “Acorda, amor”.

A personagem autor Julinho da Adelaide foi sendo construído aos poucos, e

seu “Ethos” é a de um sambista popular, que canta a “malandragem” dos morros e

favelas onde pobres e negros são estigmatizados desde sempre e, suas prisões à

vista de uma sociedade, ainda preconceituosa, são encaradas com naturalidade e

não chamam a atenção. Chico Buarque aproveita essa brecha para criar o

compositor Julinho da Adelaide que ao dialogar com seu amor, na verdade está

dialogando com a Nação que se encontra adormecida sem saber das prisões que

acontecem na calada da noite -Acorda, amor/ Eu tive um pesadelo agora-. O verso

“Acorda, amor” no modo imperativo funciona como vocativo e nomeia seu

interlocutor, seu amor, que na verdade é a Nação. Dependendo da modulação ou da

entonação da voz é possível inferir qual o estado mental do narrador, no caso é de

medo.

Interessante notar, a importância que Chico reserva ao feminino durante toda

sua obra, Em Acorda amor o feminino aparece duas vezes, como interlocutor da

personagem principal e como a dona de Julinho, um autor personagem desprezível,

afinal um homem assim, com nome no diminutivo que pertence a uma mulher, não

pode trazer perigo ao regime, Chico brinca, assim, com “o não dito”, com o

preconceito de classe e o machismo do censor, que não presta atenção na música e

a libera. Com isso, Em um jogo de fina ironia e polissemia, o compositor denuncia as

prisões e desaparecimentos que acontecem na calada da noite.

A canção “Acorda, amor” descreve uma prisão muito parecida com a de Chico

que em dezembro de 1968 é surpreendido dentro de casa por agentes da ditadura

que o levam para depor. Acorda, amor foi composta no momento mais sombrio da

ditadura militar quando misteriosas e propositalmente mal disfarçadas viaturas,

peruas Chevrolet Veraneio C-14 sem identificação rondavam acintosamente por

todas as partes e eram, no imaginário popular (que não sabia o que de fato estava

acontecendo) membros de um possível e sinistro Esquadrão da Morte, que caçava e

justiçava “bandidos” –Era a dura, numa muito escura viatura-. Com isso, um clima

de medo e insegurança permeia toda a sociedade que já não sabe mais identificar

de que lado se encontrava a lei, no verso –Chame, chame, chame lá / Chame,

chame ladrão, chame ladrão-.

Chico Buarque demonstra um domínio extraordinário da língua portuguesa

nessas rimas ricas, alcançadas com simples câmbios de fonemas – “Não reclame,

clame/ chame, chame, chame, clame” - troca o encontro consonantal nasal re-cla-

me, cla-me pelo dígrafo nasal cha-me, criando efeitos de sentido, sonoridade e

angustia.

Ninguém sabia ao certo, quem eram aqueles homens nas viaturas, Chico,

porém denuncia, nos versos – “Era a dura, numa muito escura viatura/ Minha nossa

santa criatura” – Com o uso do verbo auxiliar ser no modo indicativo, além disso,

como o verbo está no pretérito imperfeito, se refere a uma ação passada, presente

no momento do passado que sendo descrita, portanto não concluída e incerta. No

jogo de incerteza/certeza a tensão aumenta subitamente quando afirma que a

repressão já está para além do portão, aumentando ainda mais sua angustia, o jogo

das rimas nos faz lembrar –Ditadura- e no verso – “São os homens- que se trata de

policias, quando Juninho da Adelaide dialoga com gíria da malandragem que chama

policiais de “os home”. A estrofe –Se eu demorar uns meses convém, às vezes,

você sofrer/ Mas depois de um ano eu não vindo / Ponha a roupa de domingo e

pode me esquecer – Em um ato de fala Declarativo, o enunciador deixa explicito seu

desejo de mudar o estado das coisas e conversa com as famílias, e amigos das

pessoas presas ilegalmente ao mesmo tempo em que Denuncia à Nação o fato de

existem pessoas que desaparecem.

Finalmente em um intertexto com o dito popular que diz “Se ficar o bicho

come. Se correr o bicho pega” Chico em um ato de fala diretivo, dá indicações de

como os interlocutores devem agir, alertando aos que ainda permanecem em

liberdade para que tomem cuidado “Não discuta à toa, não reclame” por que “Que o

bicho é brabo e não sossega / Se você corre o bicho pega” -

“Apesar de Você”.

Apesar de toda vigilância da censura, a canção “Apesar de você” foi liberada,

afinal parecia tratar-se apenas de uma história de amor que guardava para uma das

partes ressentimentos de vingança e despeito. A música começa com um coro de

vozes que aparece num efeito de “fade” fazendo uma ameaça. O uso do advérbio de

tempo amanhã, faz a marcação temporal, o fato está acontecendo hoje, presente do

enunciador.

– “Amanhã vai ser outro dia / Amanhã vai ser outro dia / Amanhã vai ser outro

dia” - em seguida com o uso do advérbio de tempo Hoje, o narrador reforça a

marcação temporal e canta, solitário e resignado – “Hoje você é quem manda /

Falou, tá falado / Não tem discussão” - relaciona Hoje a Ditadura, e em oposição a

Amanhã à Democracia. E dá pistas de que, apesar de humilhadas e amedrontadas,

no momento, existe outras vozes, que não está só. – “A minha gente hoje anda /

Falando de lado / e olhando pro chão, viu”. Os verbos usados no gerúndio dão ideia

algo que está em processo, e a marca de oralidade – “VIU” -, faz uma ameaça não

muito velada ao Ditador.

Em um discurso direto, o narrador fala com seu – “Você que inventou esse

estado / E inventou de inventar / Toda a escuridão” - em um diálogo entre o

momento histórico do Brasil (ditadura/escuridão) e idade média, (trevas) além disso,

é criada as oposições: Hoje; escuridão; pecado; sofrimento; tristeza / Ditadura –

Amanhã; outro dia; euforia; florescer; Democracia; dia/Democracia

O censor é advertido de que talvez o interlocutor fosse o Ditador General

Médice. A canção é proibida e os discos são recolhidos.

Na segunda estrofe continua a advertência em tom de desafio ao ditador –

“Eu pergunto a você / a palavra onde e quando em frases interrogativas, diretas ou

indiretas são advérbio interrogativos e não de lugar, como poderia ser pensado.

Onde vai se esconder / Quando o galo insistir / em cantar” - quando galo canta

anunciando o dia, democracia em oposição a noite ditadura. A canção segue em um

crescente de exaltação e já é possível ouvir o coro de vozes que se juntam ao

narrador, como se fossem o despertar da Nação adormecida.

“O Bêbado e o Equilibrista”

Difícil, para quem viveu o clima da época, não se emocionar com que essa

belíssima canção que evocou o melhor dos sentimentos da Nação Brasileira. A luta

pelo retorno dos filhos pródigos; Os que ousaram enfrentar o mal, e sobreviveram.

Com melodia de João Bosco e letra de Adir Blanc, a canção “O bêbado e o

equilibrista” estabelece a relação, Mãe/Pátria “- Chora! / A nossa Pátria/, Mãe gentil”

- (intertexto com o Hino Nacional) não diz, mas deixa implícita a relação Pátria/Filho.

Portanto ao evocar o amor materno também evoca o amor filial que quer

abrandar a dor de sua Mãe, a Pátria/Mãe gentil, que chora - “Com tanta gente que

partiu/ Num rabo de foguete” - o enunciador faz uso verbo no pretérito perfeito do

indicativo para deixar claro de não resta dúvida do acontecido. Ao fazer alusão aos

exilados do Brasil, que é a Pátria, portanto, Mãe dos brasileiros que partiram “-Num

rabo de foguete” - e irmãos, por conseguinte dos que aqui ficaram e agora lutam

pelo retorno dos exilados.

Encontramos dificuldade para estabelecer qual das interpretações é a mais

bela, se a de João Bosco, o compositor ou a de Elis Regina, optamos pelas duas, se

bem que a mais representativa é a interpretada por Elis, afinal foi ela quem lançou a

música que se transformaria em Hino pela Anistia Ampla Geral e Irrestrita.

“Caia a tarde feito um viaduto/ e um bêbado trajando luto- O uso do verbo

Cair, no Pretérito imperfeito do indicativo estabelece a marcação temporal do

enunciado, fato que aconteceu antes da fala do enunciador; com referência (-Ato

Assertivo- que pode ser comprovado) ao viaduto Paulo de Frontin, que desabou na

cidade do Rio de Janeiro em 1971 na soterrando e matando muitas pessoas.

O luto de “-e um bêbado trajando luto”- faz referência à Ditadura que está no

seu momento de maior repressão –“Mas sei que uma dor/Assim pungente/Não há

de ser inutilmente/A esperança”- significa que isso vai passar, pois faz parte das

dores do crescimento da jovem Nação, -“Que sonha com a volta do irmão do Henfil”-

Henfil artista plástico, cartunista, um dos mais sensíveis e brilhantes artistas de sua

época, crítico mordaz da ditadura militar, hemofílico foi uma das primeiras vítimas da

AIDS, seu irmão, Betinho idealizador do programa Fome Zero, que evoluiu para o

programa Bolsa Família, também morto pela AIDS. O uso dos pronomes relativos

“Que sonha com a volta” remete a brasileiros e o tempo dos verbos sonhar e voltar

indica que mudou o ponto de referência do enunciador, agora no presente.

No verso – “Lá no Mata borrão do céu/Chupavam manchas torturadas” - os

usos dos advérbios de lugar indicam que é na contemplação da abóboda estrelada

que se procura alivio à emoção provocada pela angústia demonstrada no verso

Interjetivo e sintomático – “Que sufoco! ”-

Um dos momentos mais emocionante da canção está no verso “-Choram

Marias e Clarisses/No solo do Brasil” - Maria e Clarisse esposas dos mortos Manuel

Fiel Filho e Vladimir Herzog, respectivamente, citadas assim no plural homenageia a

as mulheres, mães, esposas, irmãs e filhas que também perderam seus entes

queridos durante os terríveis anos de chumbo, mulheres que através do MFA –

Movimento Feminino pela Anistia deram os primeiros passos para que trouxéssemos

de volta os exilados. As mortes de Fiel Filho e Herzog foram o início do fim da

Ditadura.

Atividade 6 - Palestra e Debate Finalmente, como última atividade foi exibido o filme “O dia que durou 21 anos”, com posterior debate com os alunos.

3. Considerações Gerais O gênero Canção, mais precisamente “A Música Popular Brasileira de

Protesto durante a Ditadura Militar”, serviu de corpus para que, através da Análise

do Discurso Linha Francesa pudéssemos apresentar um método a alunos do ensino

médio, do Colégio Almirante Tamandaré, que os levasse para além da simples

interpretação de textos, para tanto, partimos da noção de que, Discurso implica uma

exterioridade à língua, cujos sentidos dependem de aspectos históricos e

ideológicos, integrando ainda, noções e efeitos de sentido.

Para tanto conceituamos, a noção de Sujeito Discursivo, como o sujeito

inserido em uma conjuntura social, constituído por um conjunto de diferentes vozes,

ou seja, polifonia, heterogeneidade e identidade, na sequência estabelecemos o

conceito de Formação Discursiva; memória e interdiscurso.

Todos esses conceitos foram apresentados por meio de aulas expositivas ou

com auxílio de multimídias, além disso apresentamos documentários, tais como “O

dia que durou 21 anos” que contextualizou o momento político que antecedeu ao

Golpe Cívico Militar de 1964 e, A História da Música Brasileira, dos quais pedimos

Resenhas Críticas.

Sugerimos ainda a leitura e resenhas do Romance “1984” de George Orwell

que apresenta de forma ficcional uma sociedade totalitária que cria a “Novalingua”,

na tentativa de dar um significado único às palavras, em oposição portanto, à

Análise do Discurso e suas plurissignificações, fatos esses demonstrados nas

análises das canções.

Com isso conseguimos fazer uma analogia entre o Totalitarismo com

pensamento de sentido único e a Democracia e seu respeito pelas diferenças. Os

alunos demonstraram muita curiosidade e interesse em conhecer os fatos históricos

de nosso país.

Por outro lado, durante o GTR (Grupo de Trabalho em Rede) recebemos

vários “feedbacks” de colegas que consideraram acertada a escolha do Gênero

Música, por ser uma manifestação da cultura que atravessa as gerações, deixando

marcas indeléveis na memória coletiva, o que a torna um meio adequado para

posicionar os contextos históricos necessários ao desenvolvimento da Análise do

Discurso que, por sua vez é um excelente método de leitura e compreensão dos

diversos textos escritos ou não, que atravessam a sociedade, além da pertinência

do assunto proposto, principalmente no ano do cinquentenário do Golpe de 1964,

trazendo à baila um assunto ainda inconcluso na memória formadora da

Nacionalidade.

Durante os trabalhos do GTR – Grupo de Trabalho em Rede - muitos colegas

lembraram de músicas que marcaram suas vidas e, sugeriram outras músicas para

serem analisadas, sugestão que não pudemos atender por uma questão de síntese.

Outros ainda, ponderaram de que não seria possível trabalhar com as músicas em

questão pelo fato de trabalharem com públicos diferenciados, tais como, APAEs –

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais- ou mesmo de faixas etárias

referentes às séries iniciais, contudo por reconhecerem o acerto das escolhas do

gênero (canção) e do método Análise do Discurso, procuraram adaptar o projeto às

suas realidades.

Por tudo que estudamos e aprendemos durante o PDE 2.013 a utilização da

Análise do Discurso de Linha Francesa, parece ser o pressuposto teórico ideal de

estudos da linguagem para alcançar os objetivos a que nos propomos, pois faz do

Discurso seu objeto de estudos, desse modo a compreensão do texto só fará

sentido se for percebido dentro da Formação Discursiva, que leva em consideração

os sujeitos do discurso, os efeitos de sentido, a ideologia, as condições de produção,

a enunciação, a polifonia, a heterogeneidade e identidade.

Referências Bibliográficas

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de Azevedo. 3ª. Ed. São Paulo: Publifolha, 2010.

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http://www.youtube.com/watch?v=YaGl1aFtqFw (Acesso 04.10.13)

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Dominique Maingueneau; coordenação da tradução Fabiana Komesu 2ª. ed., 3ª.

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DUBOIS, Jean. Dicionário de Linguística.Mathée Giacomo, Louis Guespin,

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FERNANDES, Cleudemar Alves. Análise do discurso: reflexões introdutórias. 2ª. Ed.

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FIORIN, José Luiz. Elementos de análise do discurso / José Fiorn. 15ª. Ed. – São

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GIL, Beatriz Daruj. Modelos de análise linguística / (Org.) Elis de Almeida Cardoso,

Valéria Gil condé. – São Paulo: Contexto, 2009.

História dos Festivais / Uma Noite em 67

http://www.youtube.com/watch?v=ufsObVmajZo

História da Música

https://www.youtube.com/watch?v=ImqEJHsUm3I

História da Música Popular Brasileira;

http://www.youtube.com/watch?v=8sIBMafJ42s.

HOMEM, Wagner. Histórias de canções: Chico Buarque / Wagner Homem. São

Paulo: Leya, 2009.

ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso e leitura / Eni P. Orlandi. 3ª. Ed. –São Paulo:

Cortez; Campinas, SP: Ed. Da Unicamp, 1996 (coleção passando a limpo).

____Análise de Discurso: princípios e procedimentos / Eni P. Orlandi – 11ª. Ed.

Campinas, SP. Pontes Editores, 2013.

____Discurso Fundador / Eni P. Orlandi (Org.) – Campinas SP: Pontes, 3ª. Ed. 2003.

ORWELL, George. 1984. 29ª. Ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005.

Resenha (Distopia Característica e alguns livros...)

https://www.youtube.com/watch?v=0K8e-gkcLK8 (acesso26.10.13 18:26)

Resenha do livro “1984”;

http://www.youtube.com/watch?v=2_GWFndAkQ0

(Acesso 04.10.13 9:30 horas)

TAVARES, Camilo. “O dia que durou 21 anos”. Pequi Filmes.