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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
1 FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
Título: Estudo dos Conceitos Geográficos através da Música: uma proposta para o 6o ano do ensino fundamental
Autor Josélia Oliveira Paloco
Disciplina/Área Geografia
Escola de implementação e sua localização
Colégio Estadual Olavo Bilac – Ensino Fundamental
Médio e Profissional de Ibiporã/PR
Avenida dos Estudantes, n.o 777, Centro.
Município da escola Ibiporã/PR
Núcleo Regional de
Educação
Londrina/PR
Professor Orientador Prof.a Dr.a Luzia Mitiko Saito Tomita
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina – UEL
Resumo: Nas aulas de Geografia, além da falta de interesse, observa-se que a maioria dos alunos não gosta dessa disciplina e apresenta dificuldades na realização de diversas atividades e na assimilação dos conteúdos. Essa proposta surge, na tentativa de minimizar estes problemas e melhorar as aulas de Geografia no 6o ano do Ensino Fundamental. Assim, almeja com esta Unidade Didática despertar o interesse dos alunos pela Geografia utilizando a música como recurso pedagógico para fixação e compreensão dos conceitos básicos da disciplina, já que esta é considerada um valioso instrumento facilitador da aprendizagem. Para tanto, é abordado na fundamentação teórica, literatura pertinente à ciência geográfica, ao ensino da geografia e seus principais conceitos e, especificamente a música. A estratégia de ação levará em consideração a aplicação de questionário, atividades com músicas, produção de textos e vídeos, desenhos, dentre outras atividades desenvolvidas em sala de aula, resultando em um portfólio que será encaminhado à biblioteca da escola para a consulta dos demais alunos e professores.
Palavras-chave Geografia; Música; Compreensão; Conceitos geográficos.
Formato do material didático Unidade Didática
Público Alvo Alunos 6o ano do Ensino Fundamental
2 INTRODUÇÃO
No decorrer dos anos em sala de aula, percebe-se que os alunos, de maneira
geral, não têm interesse pelos estudos e, muitos desconhecem o seu papel dentro
da escola e também como cidadão. Em decorrência desse desinteresse, surge a
falta de atenção, a indisciplina e a violência em sala de aula, prejudicando a
aprendizagem do educando e desvalorizando o ensino da escola pública.
Nas aulas de Geografia, além da falta de interesse, observa-se da mesma
forma, que a maioria dos alunos não gosta dessa disciplina e apresenta dificuldades
na realização de diversas atividades e na assimilação dos conteúdos.
Nesse contexto, surge a preocupação a exemplo do por que, atualmente, a
maioria dos alunos não se interessa mais em aprender os conteúdos abordados nas
escolas e se isso ocorre em virtude da facilidade de acesso as informações, aos
acontecimentos e ao conhecimento.
Preocupa-se também, no que se refere ao ensino da Geografia em sala de
aula, se muitos não gostam dela porque essa matéria ainda é vista por muitos como
uma disciplina sem importância, passiva e condicionada ao tradicionalismo baseada
na memorização ou porque não sabem ou não compreendem os conceitos básicos e
outros conhecimentos necessários a compreensão do espaço e seus elementos.
Diante destes problemas e, na tentativa de melhorar as aulas de Geografia no
6º ano, o que se propõe com este trabalho é a realização de um estudo geográfico
pautado em atividades com música, por ser considerada um valioso instrumento
facilitador da aprendizagem.
A questão que norteará esta proposta será, no entanto, um estudo dos
conceitos básicos da Geografia: paisagem, lugar, região, território e de suas
categorias: sociedade e natureza, pois, embora tais conceitos sejam trabalhados
constantemente e nas diferentes séries do ensino fundamental, o que se percebe na
prática, é que muitos alunos fazem confusão entre eles e alguns chegam ao ensino
médio sem esses conhecimentos fundamentais para a compreensão dos conteúdos,
do espaço geográfico e da própria realidade em que cada um vive.
Nesse sentido, justifica-se, dentre inúmeros recursos, o uso da música como
recurso pedagógico no auxílio da compreensão dos conteúdos curriculares, porque
a música pode contribuir para o estudo dos conceitos básicos da Geografia,
enquanto criação social pode ser visualizada sob a ótica da espacialidade e, através
dela, é possível valorizar e preservar o interesse dos alunos para essa
compreensão.
Quando escolhido o 6o ano para aplicação dessa prática pedagógica levou-se
em consideração que alguns conceitos mencionados já são trabalhados nessa série,
no entanto, de maneira ligeira e isolada, devendo, porém, estes e outros conceitos
como, por exemplo, a região, sociedade e território serem abordados de forma mais
significativa para melhor compreensão dos próximos conteúdos.
Assim, o objetivo desse estudo consiste em despertar o interesse dos alunos
pela Geografia utilizando a música como recurso pedagógico para fixação e
compreensão dos conceitos básicos da disciplina, sendo necessário para tanto,
definir os conceitos básicos da Geografia, entendendo que os mesmos foram
criados e alterados em diferentes momentos históricos; ressaltar, através de
atividades com música, a importância do estudo do espaço geográfico; e favorecer a
integração e sociabilização dos alunos, de modo que contribuam no processo de
ensino aprendizagem em sala de aula.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Ciência Geográfica
Desde a época milenar a Geografia atrai a atenção de estudiosos e
pesquisadores por se tratar de um tema que abrange as relações humanas, bem
como o espaço terrestre na qual está inserido o indivíduo.
Segundo Andrade (1987, p. 11) “no mundo, a Geografia se tornou uma
ciência autônoma a partir do século XIX, graças aos trabalhos dos geógrafos
alemães Alexandre Von Humboldt e Karl Ritter”.
No Brasil, tanto o ensino quanto a pesquisa em Geografia
institucionalizaram-se apenas depois da Revolução dos Trinta, após a burguesia e a
classe média urbana deter uma influência mais acentuada sobre o governo
(PARANÁ, 2008). O quadro a seguir apresenta uma síntese da dimensão histórica
da Geografia.
Quadro 1 – Dimensão histórica da Geografia
Período Acontecimento
Antiguidade Oriental
Povos da Mesopotâmia e do Egito realizaram estudos dos regimes fluviais do Nilo, Tigre e Eufrates e estudos de geometria. Intensa navegação pelos mares Mediterrâneo e Vermelho.
Antiguidade Clássica
Ampliaram-se os conhecimentos sobre as relações Sociedade x Natureza (descrição, localização, acesso e características das cidades e regiões).
Idade Média
Pensamento geográfico influenciado pela visão de mundo imposta pelo poder e pela organização socioespacial então estabelecida: ideia de esfericidade da Terra.
Século XVI
Descrição e representação detalhadas dos elementos do espaço: rios, lagos, montanhas, desertos, planícies, relações homem x natureza.
Século XVII
Reconhecimento do método indutivo experimental como método cientifico.
Século XIX
Enquanto na Europa a Geografia já se encontrava sistematizada e presente nas universidades, no Brasil isso só aconteceu mais tarde porque antes de ser objeto de desenvolvimento científico, ela foi trabalhada como matéria de ensino.
Século XX
Transformações que originaram novos enfoques para a análise do espaço geográfico, além de reformulações no campo temático da Geografia.
Fonte: Adaptado de Paraná (2008) Org.: Paloco (2013)
Atualmente, “essa disciplina discute os fatos referentes ao espaço e, mais,
um espaço concreto finito e delimitável – a superfície terrestre. Só será geográfico
um estudo que aborde a forma, ou a formação, ou a dinâmica, ou a organização, ou
a transformação do espaço terrestre” (MORAES, 1987, p. 29).
Importante também mostrar que, a Geografia diz respeito a uma disciplina
que foi formada com base em correntes geográficas que foram se alterando de
acordo com as mudanças na sociedade de modo geral, como pode ser observado
no quadro a seguir.
Quadro 2 – Correntes de pensamento geográfico
Correntes
Características
Geografia Teorética ou Quantitativa
Desenvolveu-se em meados do século XX, após a Segunda Guerra Mundial e serviu de forma mais significativa para a pesquisa e o planejamento espacial do que para o ensino de Geografia na escola básica.
Geografia Humanística
Desenrolou-se em meados do século XX, após a Segunda Guerra Mundial e trouxe a dimensão afetiva e subjetiva para os estudos a respeito do espaço.
Geografia Tradicional
Se expandiu a partir do século XIX. O foco do ensino de Geografia estava na descrição do espaço, na formação e fortalecimento do nacionalismo. Quase sempre trabalhou apenas com o visível, quase nunca encontrou motivos para preocupar-se com o invisível (conceitual).
Geografia Clássica
Antecedente a Geografia Tradicional. Enfatizava a observação e a descrição minuciosa do espaço em estudo.
Geografia Crítica
Surgiu na segunda metade do século XX, contrapunha-se radicalmente ao método da Geografia Tradicional e propunha uma análise crítica do espaço geográfico.
Fonte: Adaptado de Paraná (2008) Org.: Paloco (2013)
Como se percebe, ao estudar a Geografia, é preciso que se tenha uma
perspectiva tanto dos períodos anteriores quanto os possíveis movimentos de
transformações futuros, a partir de uma análise que considere, constantemente, o
processo histórico (PARANÁ, 2008).
3.2 Ensino de Geografia
Diante da atual situação capitalista, Vesentini (2010) coloca que é preciso
elevar a escolaridade da população em geral, pois, o capitalismo necessita cada vez
mais de uma força de trabalho qualificada e com elevada escolaridade. Essa
escolaridade, segundo ele, tem que ser fundamentada no ensino construtivista e não
no técnico como era na época do Fordismo, porque o sistema vigente hoje exige
pessoas que saibam pensar por conta própria, saibam enfrentar novos desafios e
apresentam novas respostas em vez de somente repetir as já existentes. Ele aponta
também que, a escola precisa ser inovadora e que para isso é extremamente
importante que haja no ensino escolar disciplinas voltadas a levar o aluno a
compreender o mundo em que vive, desde a escala local até a planetária.
Diante dessas considerações, é importante enfatizar que a Geografia é uma
das disciplinas que contribui de forma significativa no processo de formação do
indivíduo de maneira ativa e crítica. No entanto, “na sociedade escolar, e mesmo na
comunidade escolar, aparentemente, a maioria da população ainda não percebeu a
importância da Geografia e o quanto essa disciplina pode contribuir para que o aluno
possa entender melhor o mundo e o contexto social no qual vive” (TOMITA, 2012, p.
40). Desse modo, pode-se afirmar que atualmente:
O ensino é um processo interativo, diferente de doutrinar, pregar, anunciar ou meramente repassar conteúdos e informações. A finalidade de todas as atividades de ensino na escola é promover a aprendizagem dos alunos para que desenvolvam a capacidade de visão e leitura critica, de interpretação do mundo e do próprio modo de inserção nesse meio (TOMITA, 2012, p. 35).
Entretanto, Oliveira et al. (2005) afirmam que frente os desafios e
dificuldades em tornar as aulas de Geografia um instrumento capaz de despertar o
senso crítico dos alunos, os professores têm encontrado dificuldades para atrair a
atenção destes, principalmente nas discussões de temas que eles consideram
enfadonhos e maçantes.
Para Tomita (2012, p. 35) “o ensino como um todo, incluindo o de Geografia,
tem como finalidade fazer o aluno aprender para crescer, viver e conviver na
sociedade, isto é, para a vida”. Em relação à Geografia especificamente, ela diz:
Ao refletir sobre seu ensino, temos que nos preocupar com a base teórico-metodologica e balizá-la por meio da investigação do modo como se ensina, partindo da seleção e do tratamento dos conteúdos programáticos, da utilização dos recursos técnicos e materiais, da estratégia de ensino e da avaliação e, principalmente, do arcabouço de referenciais teóricos que deverão permear todo o percurso do ensino (TOMITA, 2012, p. 37).
Nesse sentido, é importante lembrar que, “até o século XIX, não havia
sistematização da produção geográfica cujos estudos estavam dispersos em obras
diversas” (PARANÁ, 2008, p. 39). Nesse período, “os temas geográficos estavam
legitimados como questões relevantes, sobre as quais cabia dirigir indagações
científicas” (MORAES, 1987, p. 41 apud PARANÁ, 2008, p. 39). Atualmente, como
disciplina escolar:
A Geografia acompanha as diretrizes básicas legais da educação que estão centradas na formação para a cidadania, na promoção da autonomia intelectual, da criticidade – vista como a capacidade de cada um para mobilizar seus conhecimentos, para estabelecer comparações e juízos, respeitando outros posicionamentos e admitindo múltiplas leituras da realidade – e da participação. Estas referências da educação nacional presentes nos PSNs envolvem sensibilidade para o lugar e o cotidiano, preocupação com sua preservação e desenvolvimento, compreensão das desigualdades e respeito a diversidade (REICHWALD JUNIOR; SCHAFFER; KAERCHER, 2003, p. 170).
Isso quer dizer que, no ensino básico, a Geografia participa do processo de
construção dos fundamentos conceituais e instrumentais para a compreensão e
representação da vida e do mundo, através do estudo da realidade (SOMMA, 2003,
p. 170).
Dentro desse contexto, Cavalcanti (2010, p. 139) afirma que “a construção de
conceitos, no ensino de Geografia, é considerada uma habilidade fundamental para
a vida cotidiana, uma vez que possibilita a pessoa organizar a realidade, estabelecer
classes de objetivos e trocar experiências com o outro”.
Entretanto, de acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE) de
Geografia os conceitos básicos assim como o objeto da Geografia:
Se constituíram e reconstituíram em diferentes momentos históricos em função das transformações sociais, políticas e econômicas que definem e redefinem maneiras e ritmos de produzir espaço e elaborar o pensamento [...] nem todos os conceitos considerados nestas diretrizes, reconhecidos como básicos para o ensino de geografia, foram desenvolvidos ao mesmo tempo e por todas as linhas teóricas desta ciência. Cada linha teórica enfatizou e desenvolveu alguns conceitos e não outros (PARANÁ, 2008, p. 53).
Considerando que na atual Diretriz, o ensino de Geografia assume o quadro
conceitual das abordagens críticas é nesta linha que se propõe, hoje, a abordagem
dos conceitos geográficos (PARANÁ, 2008).
Assim, o conceito de lugar, por exemplo, “é o espaço onde o particular, o
histórico, o cultural e a identidade permanecem presentes, revelando
especificidades, subjetividades e racionalidades”, mas é também “o espaço onde as
empresas negociam seus interesses, afetando a organização sócio-espacial”
(PARANÁ, 2008, p. 61). Nesta perspectiva Cavalcanti diz que:
No ensino, de fato, esse conceito pode ser formado a partir da experiência fenomênica dos alunos com seus próprios lugares. O estudo do lugar, nesses termos, permite inicialmente a identificação e a compreensão da Geografia de cada um, o que é básico para a reflexão sobre a espacialidade da prática cotidiana individual e de outras práticas (CAVALCANTI, 2010, p. 94).
Para Carney (2007, p. 123) “lugar é um termo útil em Geografia e muito mais
evocativo que a visão geral das pessoas quanto a essência da Geografia –
localização do nome dos lugares”.
Já “o conceito de paisagem, assim como os outros conceitos, não é
exclusivo do quadro conceitual da Geografia” (CAVALCANTI, 2010, p. 97), sendo
que “na discussão da Geografia, começou a ser sistematizado a partir do
pensamento naturalista e foi marcado pela dicotomia entre paisagem natural e
paisagem humanizada ou cultural” (PARANÁ, 2008, p. 54).
Para Small e Witherick (1992, p. 191 apud CAVALCANTI, 2010, p. 97)
paisagem consiste em:
Termo usado para descrever o aspecto global de uma área. A paisagem física refere-se aos efeitos combinados das formas do terreno, vegetação natural, solos, rios, e lagos, enquanto a paisagem cultural (ou humana) inclui todas as modificações feitas pelo homem (vegetação, comunicações, povoações, minas a céu aberto, pedreiras, etc.).
Na formação do raciocínio geográfico, o conceito de paisagem está
estreitamente ligado ao conceito de espaço. No entanto, esses dois conceitos são
distintos. Espaço é uma parte ou porção da Terra e “a paisagem é percebida
sensorial e empiricamente, mas não é o espaço, é isto sim, a materialização de um
momento histórico” (PARANÁ, 2008, p. 55).
Quanto a região, a palavra, “antes mesmo de compor o quadro teórico da
Geografia, já era tomada para designar a relação entre uma determinada área e o
poder político administrativo exercido sobre ela”, e ainda, “de certa forma, a região
geográfica explicava a organização política territorial mundial, na qual cada Império
colonial tinha poder soberano e determinava os arranjos socioespaciais de seu
próprio território e do território de suas colônias” (PARANÁ, 2008, p. 55).
Assim, para Cavalcanti (2010, p. 104) a região atualmente é entendida como
sendo “área formada por articulações particulares no quadro de uma sociedade
globalizada, ou seja, identidade, jogo político e controle e gestão de um território”.
Por isso, seu conceito tem sido apontado como tema de estudo de programas
curriculares e livros didáticos do ensino fundamental e médio.
Já “o conceito de território, dentro desse cenário, tem uma larga utilização na
história da ciência geográfica, principalmente na área de Geografia Política e de
Geopolítica” (CAVALCANTI, 2010, p. 107).
Na DCE, “território é um conceito ligado as relações que se estabelecem
entre espaço e poder e, atualmente, é tratado nas mais diversas escalas geográficas
e sob diferentes perspectivas teóricas” (PARANÁ, 2008, p. 62).
Agora a natureza, considerada categoria geográfica, “é anterior e exterior ao
homem, mas também o constitui. É a um só tempo [...] constituída por objetos e
processos criados fora da sociedade, mas também constitutiva da humanidade
quando tomada nas relações de produção” (CAVALCANTI, 2010 apud PARANÁ,
2008, p. 65).
Quanto à sociedade, também considerada categoria geográfica, é entendida
por Santos (1985) como totalidade social, precisando que se vá além das
aparências, dos aspectos visíveis, para que se consiga compreender a produção
espacial. E ainda, é preciso compreender, também, como os determinantes políticos,
culturais e econômicos se constituem na essência social e produzem
transformações espaciais.
“O termo sociedade é polissêmico, referindo-se, por exemplo, tanto a
quaisquer tipos de parcerias entre pessoas quanto a agrupamentos de seres vivos
em geral” (CAVALCANTI, 2010, p. 117). E ainda, num enfoque geográfico, pode ser
entendida como:
Agrupamento de indivíduos que vivem de acordo com determinadas regras, num certo espaço geográfico. Temos vários exemplos de sociedade: das abelhas, das formigas, a sociedade humana, etc. em geografia, nosso interesse esta voltado para a sociedade humana, pois é ela que modifica profundamente a natureza e constrói o espaço geográfico (VESENTINI; VLACH, 1991, p. 15 apud CAVALCANTI, 2010, p. 117).
Nesse contexto, cabe salientar que sociedade e natureza são consideradas
elementos inseparáveis tendo em vista a tamanha relação dos grupos humanos, até
mesmo na antiguidade, com o meio natural.
Essa relação sociedade x natureza influenciava, segundo Ratzel e a escola
alemã (apud PARANÁ, 2008, p. 40):
As “conquistas ocultas” de um povo, ou seja, as condições naturais do meio em que vivia determinado povo estabeleciam uma relação direta com seu nível de vida, seu domínio técnico e sua firma de organização social. Quanto mais culto um povo, maior o domínio sobre a Natureza, o que proporcionaria melhores condições de vida, consequentemente, o aumento da população e a necessidade de mais espaço para continuar seu processo evolutivo.
Pode-se afirmar que, “a sociedade produz intercâmbio com a natureza, de
modo que a última se transforma em função dos interesses da primeira. Ao mesmo
tempo, a natureza não deixa completamente de influenciar a sociedade, que produz
seus espaços nas mais diversas condições naturais” (PARANÁ, 2008, p. 68).
E ainda, “os conceitos geográficos (localização, natureza, sociedade,
paisagem, região, território e lugar) podem ser perfeitamente construídos a partir das
práticas cotidianas” (CORREIA, 2009, p. 54).
3.3 Música como Recurso Pedagógico
Nas últimas três décadas, profissionais estrangeiros da geografia cultural
como Nash, 1968; Carney, 1990 e 1994; Kong, 1995; Carney e Nash, 1996;
Leyshon, Matless e Revill, 1998, realizaram pesquisa sobre a música baseados em
uma moldura geográfica, abordando diversos fenômenos musicais em todas as
escalas. Segundo eles, a maioria das pesquisas geográficas se enquadra em dez
taxonomias gerais (CARNEY, 2007, p. 129):
a) delimitação de regiões musicais, interpretação de música regional, ou as
diferenças, de lugar para lugar, das preferências e gostos musicais das
pessoas;
b) as dimensões espaciais da música com relação à migração humana, vias
de transporte e redes de comunicação;
c) a organização espacial da indústria da música e de outros fenômenos
musicais;
d) o efeito da música na paisagem cultural;
e) as relações da música com outras atrações culturais em um contexto de
lugar;
f) a relação da música com o meio ambiente natural;
g) a função da música nacionalista e antinacionalista;
h) o lugar de origem e a difusão de fenômenos musicais para outros lugares;
i) os elementos psicológicos e simbólicos da música relevantes na
modelagem, no caráter de um lugar;
j) a evolução de um estilo, gênero ou música específica de um lugar.
Segundo Castro (2009), no Brasil, poucos trabalhos foram realizados sobre
geografia e música, mas pode-se destacar os seguintes:
Quadro 3: Geografia e música no Brasil
Autor/Ano Tipo Abordagem Mello (1991) Dissertação de mestrado Composições da MPB e o Rio de Janeiro Mesquita (1997)
Artigo Geografia Social na música do Prata
Ribeiro (2006) Tese de doutorado Conceito de espaço-vivo e suas variáveis na cidade de Diamantina sob o ponto de vista dos músicos
Marcelino (2007)
Dissertação de mestrado Transformações sofridas pelo samba paulista em sua transição da zona rural na cidade de Pirapora do Bom Jesus
Pessoa de Barros (2000)
Artigo Compreensão dos rituais do candomblé, a história dos mitos e dos ritos, a partir dos seus cantos litúrgicos.
Fernandes (2001)
Dissertação de mestrado na Universidade Estadual do Ceará
Territorialidade sertaneja a partir da obra de Luiz Gonzaga.
Lima (2002) Dissertação defendida na USP
Os diferentes usos do território no contexto do evento musical, com foco no município de São Paulo
Ribeiro (2006) Tese de doutorado Propõe o conceito de “espaço-vivo” Oliveira (2006) Dissertação mestrado As estratégias territoriais presentes no movimento
Hip Hop da cidade do Rio de Janeiro Camargo (2008)
Dissertação mestrado Aborda a rave – festas de música eletrônica - a partir da geografia psicológica, que analisa o território do ponto de vista subjetivo
Dozena (2009) Tese de doutorado Quais são as territorialidades geradas pelo samba na cidade de São Paulo?
Costa (2010) Dissertação mestrado Aborda a segregação espacial produzida pelas festas raves, usando o exemplo de Salvador e Camaçari
Fonte: Adaptado de Castro (2009); Panitz (2012) Org.: Paloco (2013)
Como pode ser observado no quadro acima, “dentre as várias linguagens
que podem ser utilizadas para aproximar os conteúdos geográficos à realidade do
aluno, temos a música, que além de transmitir uma ideia, resgata a emoção e a
afetividade no ensino” (SILVA, 2013, p.30).
“Saber escolher a música a ser trabalhada em sala de aula se torna
importante, pois é preciso que ela possibilite e favoreça a imaginação dos alunos,
ampliando o pensamento acerca da realidade estudada” (VIANA; MOURA, 2012, p.
365). Nesse sentido:
Quando a proposta de utilização da música é apresentada aos alunos, a tendência que se observa é a de serem tomados pela curiosidade e ansiedade. A receptividade é quase sempre satisfatória. Tal cenário facilita muito na concentração e absorção das ideias explicitadas pela obra musical, complementando o uso do livro didático (OLIVEIRA et al., 2005, p. 74).
Essa situação se vislumbra porque “muitas letras de canções possuem uma
explícita referência espacial, constituindo-se em [...] contestações referenciadas as
condições de vida em determinados lugares” (CORREA; ROSENDAHL, 2007, p. 13).
Para Oliveira et al. (2005, p. 74) “a música, em suas diferentes acepções,
tem um grau de aceitação muito grande no cotidiano das pessoas, especialmente
dos jovens”.
Segundo Oliveira e Holgado (2012, p. 198) “ao ouvir uma música podemos
ser levados a pensar em lugares, seja pelas descrições que são feitas nas letras das
músicas ou pelos significados que podem ser atribuídos por aqueles que ouvem as
músicas”. E ainda,
As músicas, também, podem representar as mudanças que ocorrem na sociedade, seja através do que dizem as suas letras ou dos valores associados a um determinado estilo musical. E, isso pode se manifestar no espaço escolar nas falas, nas atitudes e nas roupas dos alunos (OLIVEIRA; HOLGADO, 2012, p. 199).
Para Swanwick (2003 p. 18-22 apud SILVA, 2013, p. 31) “a música
enquanto ferramenta didática tem a capacidade de unir razão e emoção,
enriquecendo dessa maneira o processo de ensino-aprendizagem, promovendo
ressignificação, resgate da afetividade e valorização dos conteúdos de geografia”.
“[...] tem o poder de nos transportar para lugares que somente os caminhos da
nossa mente conhecem” (OLIVEIRA; HOLGADO, 2012, p. 196). Nesse sentido,
O aluno, sujeito da percepção, por meio de canções pode organizar conteúdos geográficos, pois suas expressões culturais, constantes nas melodias trazem detalhes dos elementos da natureza e da sociedade, os quais entram em seu saber a partir do momento de sua percepção. As canções oferecem texto estruturado, poético e temático, além de outros elementos que ajudam na ressignificação e valorização dos conteúdos trabalhados (CORRÊIA, 2009, p. 47).
Portanto, para Corrêia (2009, p. 51) “na prática, a linguagem musical,
assentada na emoção e na razão [...] funciona como elo entre os mundos real e
imaginário e as pessoas. Esta forma de comunicação atinge, com maior facilidade,
os jovens de modo geral e em particular os grupos [...]”.
4 ATIVIDADES
Pretende-se nesta Unidade Didática, estabelecer relações entre as aulas de
Geografia e a música no intuito de chamar a atenção dos alunos para os conteúdos
ministrados em sala de aula, tornado-a mais atrativa para esse público.
A escolha desta abordagem de ensino se mostra viável, neste caso, por se
tratar de um instrumento de acesso fácil a todos os alunos, fazendo parte do seu dia
a dia e podendo ser utilizado de maneira lúdica na construção do conhecimento.
Nesse sentido, na fase de implementação da Unidade Didática, a
aprendizagem ocorrerá de forma mais dinâmica e prazerosa, pois, a teoria se inter-
relacionará à prática, na medida em que os conteúdos geográficos serão abordados
através de atividades lúdicas com músicas e com produções próprias dos
educandos.
Dessa maneira, os conteúdos propostos serão apresentados e trabalhados de
maneira dialética, fazendo sempre um entrosamento entre os conceitos científicos
da geografia e os conceitos cotidianos, considerando, os elementos da natureza, o
meio ambiente e principalmente, o saber, a experiência e o espaço vivido do aluno.
Com relação aos procedimentos das atividades à serem realizadas, as
mesmas serão desenvolvidas em sete etapas, conforme a descrição a seguir:
1. Primeiramente será elaborado um resumo/esboço do Projeto, por meio de
slides, conforme Apêndice, para apresentar aos professores na Semana
Pedagógica e depois, em sala de aula, aos alunos público alvo;
2. Após conhecerem o Projeto, os alunos responderão um questionário sobre
música, conforme descrito na atividade dois, a partir do qual poderá ser
levantado seu perfil e sua relação com música e a disciplina de Geografia;
3. Em seguida ao questionário será trabalhado com os alunos, o conceito e a
importância de Geografia, seu objeto de estudo e seus conceitos básicos, de
forma sucinta, conforme mostra na atividade três, para que este
conhecimento sirva de base para as produções que serão realizadas
posteriormente;
4. Depois a turma será dividida em seis grupos para trabalhar as atividades que
serão realizadas com as músicas, abarcando os seis principais conceitos da
Geografia: Lugar, paisagem, natureza, sociedade, região e território. Para
cada grupo será entregue uma letra de música para ser lida, interpretada e
discutida em sala de aula, conforme consta na atividade quatro. Em
sequência será apresentada a música sem imagem, apenas para ouvir e,
enquanto os alunos ouvem será solicitado que façam desenhos
representando a mensagem que a música está transmitindo à cada um da
equipe. E a partir da compreensão, dos desenhos e conclusão de cada um
será solicitada a produção de um vídeo por grupo, o qual deverá conter a
música trabalhada, esses desenhos, uma mensagem ou resumo referente
ao(s) conceito (s) representado(s) na música, além de imagens que podem
ser extraídas da internet, de revistas ou jornais (escaneadas). Cada grupo
terá seu momento para ouvir a música e fazer seus desenhos;
5. Em seguida, será passado o vídeo produzido pelos 6 (seis) grupos fazendo
uma discussão sobre a percepção de cada um sobre a música;
6. Para finalizar as atividades será solicitada aos alunos uma produção de texto
ilustrado com desenhos próprios ou colagens, abarcando todos os conceitos
trabalhados, os quais resultaram em discussões em sala de aula e depois
expostos, juntamente com as demais atividades realizadas, em um painel que
será elaborado pela professora e os alunos, para apreciação dos demais
alunos da escola e para os pais representantes dos alunos envolvidos no
Projeto, no dia de reunião;
7. Por último, será elaborado um portfólio com fotos e as atividades
desenvolvidas: imagens dos slides da apresentação do Projeto, textos, letras
de músicas e atividades, textos ilustrados e sugestões de músicas e vídeos.
4.1 Atividade 1: Apresentação do Projeto
Org.: Paloco (2013)
Objetivo
Expor à Coordenação da escola e aos alunos o Projeto e as atividades, seu objetivo,
justificativa e os benefícios que trarão no processo de ensino-aprendizagem dos
envolvidos.
Conteúdo
� Geografia e seus conceitos (região, natureza/sociedade, paisagem, lugar,
espaço, território).
� Músicas.
Tempo
2h/aula
Material
Apresentação em Power Point, caderno, caneta.
Procedimento
� Informar aos alunos que a partir desse primeiro encontro eles estarão
participando de um Projeto criado pelo Governo do Estado do Paraná.
� Fazer a apresentação dos slides.
� Pedir para cada grupo escrever as dúvidas sobre o Projeto e as atividades
que serão desenvolvidas
Avaliação
Avaliar o grau de interesse dos alunos pelo Projeto, pelas atividades, pela disciplina
e seus conhecimentos prévios sobre o tema.
Feedback
Esclarecer as dúvidas apresentadas pelos alunos.
4.2 Atividade 2: Questionário sobre Música
Objetivo
Levantar o perfil dos alunos, seu gosto musical, seu conhecimento prévio sobre o
tema abordado e a utilização da música em sala de aula.
Conteúdo
� Geografia e seus conceitos (região, natureza/sociedade, paisagem, lugar,
espaço, território).
� Músicas.
Tempo
2h/aula
Material
Questionário, caneta.
Procedimento
� Explicar para os alunos o objetivo do questionário e como deve ser
preenchido.
� Distribuir o questionário para ser respondido.
� Recolher o questionário e tabular os dados.
Avaliação
Avaliar o grau de interesse dos alunos pela música, pela disciplina e seus
conhecimentos prévios sobre o tema.
Feedback
Fazer comentários das respostas dadas às questões.
QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS: VERIFICAÇÃO DO USO DA MÚSICA NO DIA A DIA Colégio Estadual Olavo Bilac – Ensino Fundamental, Médio, Profissional e Normal Disciplina: Geografia Prof.: Josélia Oliveira Paloco Turma:________ Período:_________ Data: ___/___/___ 1 – Dados do aluno a) Gênero ( ) Masculino ( ) Feminino b) Idade ( ) 10 anos ( ) 11 anos ( ) 12 anos ( ) 13 anos ou mais c) Residente ( ) Zona urbana ( ) Zona rural 2 – O que é música para você? ( ) Lazer ( ) Meio de expressar ideias/sentimentos ( ) Arte ( ) Meio de ganhar a vida 3 – Você gosta de música? Por quê? ( ) Sim ( ) Não ______________________________________________ 4 – Que tipo de música você aprecia? ( ) Rock ( ) Funk ( ) Hip Hop ( ) Sertanejo ( ) Pagode ( ) Samba ( ) MPB ( ) Outras ___________________________________ 5 – Com que frequência você ouve música? ( ) Todos os dias ( ) De vez em quando ( ) Nunca 6 – Quando ouve uma música, você: ( ) presta a tenção na letra ( ) presta atenção só no ritmo ( ) percebe a mensagem que a música passa
7 – Você já ouviu música na escola? ( ) Sim ( ) Não 8 – Em qual ambiente da escola já ouviu música? ( ) Sala de aula ( ) Pátio ( ) Quadra ( ) Biblioteca 9 – Você acredita que a aula com música em sala: ( ) deixa a aula mais criativa ( ) tira/desvia a concentração ( ) contribui para compreensão do conteúdo 10 – Qual disciplina já utilizou a música para ensi nar em sala de aula? ( ) Matemática ( ) Português ( ) Geografia ( ) Inglês ( ) Historia ( ) Artes ( ) EF ( ) Ciências 11 – Você se lembra de alguma música que traz eleme ntos referentes a geografia, como por exemplo: território, lugar, paisagem, natureza, sociedade, etc.? Qual? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Muito obrigado! Org.: Paloco (2013)
4.3 Atividade 3: Conceitos Geográficos Cotidianos e Científicos
Objetivo
Adquirir noção básica da ciência geográfica e seus principais conceitos.
Conteúdo
� O ensino de Geografia e sua finalidade.
� Conceitos da ciência geográfica.
Tempo
5h/aulas
Material
Textos e atividades impressos, TV pendrive, caderno, caneta.
Procedimento
� Questionar o conteúdo, através das questões apresentadas.
� Fazer leitura coletiva e explicar o texto sobre a Geografia.
� Resolver as questões referentes ao texto.
� Resolver a atividade de registro dos conceitos cotidianos.
� Ler coletivamente e analisar o texto sobre os conceitos científicos da
Geografia.
Avaliação
Avaliar o grau de interesse dos alunos pelo Projeto, pelas atividades, pela disciplina
e seus conhecimentos prévios sobre o tema.
Feedback
Esclarecer as dúvidas apresentadas pelos alunos.
Nesta atividade, o estudo dos conceitos geográficos será desenvolvido, por
meio de aula expositiva dialoga, procurando confrontar os conceitos científicos da
Geografia com os conceitos cotidianos, ou seja, com os saberes que os alunos já
têm sobre a Geografia e seus principais conceitos: paisagem, lugar, região, território,
sociedade e natureza.
Portanto, estudaremos esses conceitos partindo de questões reflexivas, que
permitem aos alunos mostrar e discutir seus próprios conhecimentos.
Esta aula iniciará, então, a partir das seguintes questões:
Vocês sabem o que é Geografia?
Para que serve a Geografia?
Fonte (imagem): http://globomidia.com.br/educacao/professor#
Org.: Paloco (2013)
Depois de dialogar com os alunos sobre as questões acima e verificar seus
conhecimentos sobre o assunto, será distribuído, lido e discutido com eles o
seguinte texto:
Afinal de contas, o que é Geografia?
A Geografia é uma ciência criada há muitos séculos, na Grécia antiga. A própria palavra geografia tem origem na junção de dois termos de origem grega: geo: que significa terra e graphía que significa escrita. Assim, o termo Geografia significa escrita/descrição da Terra.
Mas quais motivos levaram os gregos a inventar e a estudar a Geografia? Os gregos foram muito poderosos na Antiguidade e ao longo de sua história conquistaram
muitos territórios. Para manter, portanto, á posse das novas áreas era necessário ter o conhecimento da natureza dessas terras e das sociedades humanas.
Com o tempo a Geografia foi adquirindo uma importância cada vez maior e, hoje ela é muito importante para a vida em sociedade. É a ciência que estuda como os seres humanos se relacionam entre si e com a natureza, ou seja, é a ciência que estudo o espaço geográfico.
A palavra espaço apresenta vários significados: espaço sideral, espaço aéreo, espaço matemático, espaço alternativo, entre outros. Porém, para a Geografia, o termo espaço está relacionado à ação humana, é fruto das modificações realizadas pelo homem ao longo da história, ou seja, espaço geográfico é o espaço no qual o homem vive e transforma. Ele compreende não somente as diferentes paisagens e lugares da terra, mas também as ações que as pessoas realizam nele.
Dessa forma, o estudo da Geografia é uma ferramenta fundamental para a compreensão do que acontece no espaço e na nossa vida. Com conhecimentos geográficos é possível entender as transformações, os acontecimentos e fenômenos que ocorrem nos mais diferentes espaços geográficos e, atuar como construtores do espaço geográfico de maneira mais significativa e racional.
Fonte: Adaptado de Tamdjian (2012); Lucci (2012); Maxi (2009) Org.: Paloco (2013)
Após a leitura e explicação do texto acima, será passado em folha sulfite, a
atividade abaixo, para contextualizar esse conteúdo e depois iniciar o estudo sobre
os conceitos básicos da Geografia.
Refletindo sobre o texto 1 – Defina a ciência Geográfica. 2 – Explique porque é importante estudar Geografia. 3 – Qual é o objeto de estudo da Geografia? 4 – O que é Espaço Geográfico?
5 – Você concorda que existem diferentes espaços g eográficos? Justifique sua resposta.
Os conceitos que veremos a seguir são importantes para o desenvolvimento
do raciocínio geográfico e fundamentais para o entendimento do espaço geográfico
em suas diferentes escalas.
Segundo Cavalcanti (2010), esses conceitos geográficos fazem parte da vida
cotidiana das pessoas e em geral elas possuem representações sobre eles, por isso,
o papel do ensino, sobretudo do educador, é o de promover o encontro desses dois
tipos de conceitos, uma vez que, os conceitos científicos têm o papel de propiciar a
formação de estruturas para a conscientização e ampliação de conceitos cotidianos,
possibilitando, dessa maneira, o desenvolvimento intelectual.
Dentro desse contexto, serão expostas as questões abaixo, para refletir e
registrar os conceitos que os alunos têm sobre cada um dos conceitos geográficos
apresentados: natureza, paisagem, lugar, região, território e sociedade:
1 - Vocês sabem o que é uma paisagem? 2 - E um lugar, o que é? 3 - Como podemos definir natureza? 4 - Território e região são as mesmas coisas? 5 - Mas e sociedade??? Fonte (imagens): http://www.boardsolutions.com.br/lousas-escolares/lousa-verde; http://pt.dreamstime.com/fotografia-de-stock-royalty-free-desenhos-animados-do-globo-do-mundo- image16346357 Org.: Paloco (2013)
As questões descritas na imagem acima serão apresentadas de forma
cronológica aos alunos, pois, ao discutir e refletir sobre cada indagação eles
registrarão, de acordo com seus saberes, suas definições, através da seguinte
atividade:
Conceitos cotidiano s
Para mim paisagem é...
Eu entendo que a natureza é ...
Mas o que é lugar? Eu defino lugar
assim...
Posso dizer que região é ...
Eu sei que território corresponde a...
E o que é sociedade? Há, eu sei que
sociedade é...
Fonte (imagem): http://portal.ifrn.edu.br/campus/natalcentral/noticias/alunos-sao-classificados-para-a-2o-fase-da-olimpiada-nacional-de-geografia Org.: Paloco (2013)
Depois do registro dos conceitos cotidianos será distribuído e, mostrado
através da TV pendrive, um quadro que traz um resumo dos significados teóricos
dos conceitos geográficos trabalhados, possibilitando fazer uma breve comparação
entre estes e as definições que foram dadas pelos alunos. Observe a seguir:
Para ler e analisar
Lugar
É a parte ou porção do espaço em que vivemos. O lugar é onde as pessoas moram, estudam, trabalham, consomem, ou seja, realizam as atividades cotidianas. É no lugar que as pessoas desenvolvem o sentimento de pertencimento a determinado grupo social, já que se trata de espaços familiares, de vivência e de experiência.
Paisagem
É tudo aquilo que nossa visão alcança em determinado momento. Porém, ela não é formada somente pelos objetos concretos e estáticos, dela faz parte também os fluxos de pessoas, informações e mercadorias, além dos aspectos imateriais, como sons, odores e texturas que podem ser percebidos pelo observador. Todos os trechos da superfície terrestre, habitadas ou não, modificadas ou não, constituem paisagens.
Região
É uma porção da superfície terrestre que apresenta certa homogeneidade em relação a aspectos naturais, culturais, econômicos ou políticos, que a diferencia das demais partes do espaço.
Território
Porção do espaço delimitada pelas relações de poder entre determinados agentes sociais: indivíduos, grupos de pessoas, empresas, Estado, etc.
Natureza
É um elemento fundamental do ambiente. Esse termo, geralmente, se refere aos fenômenos naturais da Terra e da vida em geral. Seu conceito é bastante amplo e complexo, envolvendo muitas áreas do pensamento científico e filosófico. Em determinados contextos, podem ser encontradas ora uma visão romântica, ora uma visão utilitária, nas quais ela pode ser vista como hostil ou como amiga e virtuosa.
Sociedade
Refere-se aos grupos de indivíduos (grupos sociais) que mantêm diversos tipos de relações entre si. Cada grupo social atua e estabelece as relações entre seus membros, de acordo com um conjunto de regras ou normas. Essas regras ou normas, que de certo modo, regulam a maneira de agir das pessoas, podem ser combinadas pelos membros dos próprios grupos e variam conforme a opinião e o modo de pensar de seus membros.
Fonte: Adaptado de Lucci (2012); Moreira (2012); Cavalcanti (2010) Fonte (imagem): http://www.fotosdahora.com.br/clipart/cliparts_categorias/escola/index.asp?pagina=3 Org.: Paloco (2013)
4.4 Atividade 4: Conceitos Geográficos em Músicas
Serão trabalhadas as músicas abaixo, representando os conceitos
geográficos de acordo com a percepção que cada aluno tem da música a ser
trabalhada.
PLANETA ÁGUA Guilherme Arantes EU TE AMO, MEU BRASIL Guilherme/Santiago O HOMEM E A NATUREZA Blindagem PAISAGEM NA JANELA Milton Nascimento ANJOS DAS RUAS Rosa de Saron MEU REINO ENCANTADO Daniel
Objetivo
Relacionar e identificar na música os conceitos geográficos estudados.
Conteúdo
� Conceitos de Geografia (região, natureza/sociedade, paisagem, lugar,
espaço, território).
� Música.
Tempo
15h/aulas
Material
Letra de música, questões, caderno, caneta, lápis de cor, canetinha, régua, papel
sulfite, borracha, Pen Drive.
Procedimento
� Dividir a turma em 6 (seis) grupos;
� Explicar aos alunos o objetivo da atividade;
� Distribuir uma letra de música para cada grupo e pedir para que leiam e
discutam;
� Tocar as músicas na TV Pen Drive, trabalhando com um grupo de cada vez;
� Fazer desenho representando a música trabalhada;
� Distribuir um questionário para responderem em sala.
Avaliação
Avaliar o grau de interesse dos alunos pelas atividades, pela música e o
desenvolvimento dos seus conhecimentos sobre o tema.
Feedback
Esclarecer as dúvidas apresentadas pelos alunos durante a realização da atividade
e comentar as respostas dadas às questões.
Fonte (símbolo musical): http://es.dreamstime.com/photos-images/notas-musicales.html.
1. Qual é o estilo dessa música?
2. Qual é a mensagem principal dessa música? Expliq ue.
3. Retire da letra da música frases que representem os conceitos geográficos.
4. A música mostra alguma situação que é semelhante ao lugar onde você vive?
Explique.
5. Você concorda com a mensagem que a música passa sobre a natureza? Explique.
6. O que mais chamou a sua atenção ao ouvir a músic a? Explique.
7. O que você sentiu, imaginou e pensou enquanto ou via a música? Explique.
Interpretando as músicas
4.5 Atividade 5: Produção de Vídeo
Fonte: http://sandraagueraalcova.blogspot.com.br/
Objetivo
Tornar a disciplina mais prazerosa ao aluno ao sugerir que ele produza um vídeo
retratando, segundo sua compreensão, o que a música trabalhada na aula anterior
transmitiu.
Conteúdo
� Conceitos de Geografia (região, natureza/sociedade, paisagem, lugar,
espaço, território).
� Música.
Tempo
3h/aula
Material
Letra de música, caderno, caneta, papel sulfite, TV Pen Drive. Pen Drive, desenhos.
Figuras, imagens.
Procedimento
� Dividir a turma em 6 (seis) grupos;
� Explicar aos alunos o objetivo da atividade;
� Utilizar a música e os desenhos da atividade anterior;
� Apresentar os vídeos dos 6 (seis) grupos fazendo uma discussão sobre a
percepção de cada um sobre a música.
Avaliação
Avaliar o grau de interesse dos alunos pelas atividades, pela música e o
desenvolvimento dos seus conhecimentos sobre os conceitos geográficos.
Feedback
Esclarecer as dúvidas no momento da produção e apresentação.
4.6 Atividade 6: Painel
Objetivo
Tornar a disciplina mais prazerosa ao aluno ao sugerir que ele elabore um Painel
mostrando as atividades que realizaram no Projeto.
Conteúdo
� Conceitos de Geografia (região, natureza/sociedade, paisagem, lugar,
espaço, território).
� Música.
Tempo
3h/aulas
Material
Letra de música, caneta colorida, papel sulfite, cartolina, canetão, foto, textos,
desenhos, cola, tesoura, papel craft.
Procedimento
� Dividir a turma em 6 (seis) grupos;
� Explicar aos alunos o objetivo da atividade;
� Apresentar e dividir todo o material produzido durante as atividades entre os
grupos;
� Pedir aos alunos (em grupo) para montarem uma parte do painel (em sala)
com o material recebido;
� Convidar os alunos a fixarem o Painel no corredor da escola, para
compartilhar com os demais alunos e professores;
� Tirar foto do Painel, para anexar as demais atividades do Portfólio.
Avaliação
Avaliar o grau de aprendizagem e interesse dos alunos pelas atividades, pela
disciplina/música e o desenvolvimento dos seus conhecimentos sobre o tema.
Feedback
Esclarecer as dúvidas apresentadas pelos alunos.
4.7 Atividade 7: Portfólio
Fonte:http://priscilagarciacomunicando.blogspot.com.br/2011/10/importancia-de-se-ter-um-portfolio.html
Objetivo
Tornar a disciplina mais atrativa para o aluno ao sugerir que ele elabore um Portfólio
(a ser doado à Biblioteca) retratando as atividades que participou durante o projeto
inserindo as fotos, desenhos e textos, letras de músicas, atividades, compartilhando
com os demais alunos e professores da escola.
Conteúdo
� Conceitos de Geografia (região, natureza/sociedade, paisagem, lugar,
espaço, território).
� Música.
Tempo
2h/aula
Material
Letra de música, caneta colorida, papel sulfite, canetão, foto, textos, desenhos, cola,
tesoura, pasta.
Procedimento
� Dividir a turma em 6 (seis) grupos;
� Explicar aos alunos o objetivo da atividade;
� Apresentar e dividir todo o material produzido durante as atividades entre os
grupos;
� Pedir aos alunos (em grupo) para organizar o material recebido por data;
� Convidar os alunos à entregar o Portfólio na Biblioteca para que seja
catalogado;
Avaliação
Avaliar o grau de interesse dos alunos pelas atividades, pela disciplina/música e o
desenvolvimento dos seus conhecimentos sobre o tema.
Feedback
Esclarecer as dúvidas apresentadas pelos alunos.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia : ciência da sociedade. São Paulo: Atlas, 1987. CARNEY, George O. Música e lugar. In: CORREA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeny (orgs.). Literatura, música e espaço. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2007.
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SOMMA, Miguel Liguera. Alguns problemas metodológicos no ensino de geografia. In: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos et al. (orgs.) Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. 4. ed. Porto Alegre: UFRGS, 2003. p. 163-168. TAMDJIAN, James Onnig. Geografia : estudos para a compreensão do espaço: como funciona o mundo, 6º ano. São Paulo: FTD, 2012. TOMITA, Luzia Mitiko Saito. Os desafios de aprender e ensinar geografia. In: ASARI, Alice Yatiyo; MOURA, Jeani Delgado Paschoal; LIMA, Rosely Maria de. Múltiplas geografias: ensino, pesquisa, reflexão. v. VII, Londrina: UEL, 2012. VIANA, Graciane; MOURA, Jeani Delgado Paschoal. O uso de linguagens no ensino de geografia: possibilidades de apreensão do espaço. In: ASARI, Alice Yatiyo; MOURA, Jeani Delgado Paschoal; LIMA, Rosely Maria de. Múltiplas geografias: ensino, pesquisa, reflexão. v. VII, Londrina: UEL, 2012. VESENTINI, José William. Educação e ensino da geografia: instrumentos de dominação e/ou de libertação. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri (org.). A geografia na sala de aula . 8. ed. 5. reimp. São Paulo: Contexto, 2010. p. 14-33.
DOCUMENTOS ELETRÔNICOS/IMAGENS
http://www.boardsolutions.com.br/lousas-escolares/lousa-verde. Acesso em: 11 de nov. 2013
http://pt.dreamstime.com/fotografia-de-stock-royalty-free-desenhos-animados-do-globo-do-mundo-image16346357. Acesso em: 11 de nov. 2013 http://portal.ifrn.edu.br/campus/natalcentral/noticias/alunos-sao-classificados-para-a-2o-fase-da-olimpiada-nacional-de-geografia. Acesso em: 11 de nov. 2013 http://globomidia.com.br/educacao/professor#. Acesso em: 11 de nov. 2013 http://es.dreamstime.com/photos-images/notas-musicales.html. Acesso em: 11 de nov. 2013 http://www.fotosdahora.com.br/clipart/cliparts_categorias/escola/index.asp?pagina=3. Acesso em: 11 de nov. 2013 http://sandraagueraalcova.blogspot.com.br/. Acesso em: 18 de out.2013. http://priscilagarciacomunicando.blogspot.com.br/2011/10/importancia-de-se-ter-um-portfolio.html. Acesso em: 18 de out., 2013.