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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA TURMA - PDE/2013

Título

A INSTALAÇÃO/ARTE NO ESPAÇO ESCOLAR

APRECIAÇÃO DE IMAGENS E EXPERIENCIAÇÃO.

Autor NEUZA APARECIDA REGHIN RICHTER

Disciplina/Área ARTE

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização

COLÉGIO ESTADUAL PAULINA PACÍFICO BORSARI – ENSINO

FUNDAMENTAL, MÉDIO E NORMAL. LOCALIZADO A RUA

SERGIPE N° 175

Município da escola RANCHO ALEGRE

Núcleo Regional de Educação CORNÉLIO PROCÓPIO

Professor Orientador KENNEDY PIAU FERREIRA

Instituição de Ensino Superior UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL

Relação Interdisciplinar História

Resumo

Esta unidade didática propõe atender os alunos do 9° ano do ensino fundamental, do Colégio Estadual Paulina Pacífico Borsari – ensino fundamental, médio e normal, levando-os a identificar o que é instalação no campo da Arte e possibilitar o exercício prático de produção de instalações no espaço escolar. O estudo proposto consiste em criar estratégias que possibilitem o despertar do aluno para novas formas de ver e viver o mundo da arte, e, consequentemente desenvolver a capacidade crítica e a formação de novos valores. Espera-se que com a abordagem do tema Instalação na escola, o estudante seja capaz de atribuir novos sentidos às produções artísticas contemporâneas, bem como, seja capaz de construir significados em relação às suas experiências de produção artística. Em outras palavras, espera-se que os educandos sejam capazes de estabelecer relações, justificar, analisar, discutir e criar artisticamente. As especificidades da categoria artística denominada Instalação serão trazidas para o contexto social de cada um, como forma de colocar o aluno defronte a um mundo onde a diversidade de temas, procedimentos e técnicas é viva e imperante. O desenvolvimento dos trabalhos com os estudantes contará com a sistematização de conhecimentos,

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apreciação/análise de obras artísticas, pesquisas sobre arte e seus materiais, o fazer artístico e exposição de trabalhos para a comunidade escolar e local. É fundamental que o professor oriente os educandos para a compreensão dos processos artísticos e demais especificidades da Instalação, como categoria artística.

Palavras-chave (3 a 5 palavras) INSTALAÇÃO; OBRA ARTÍSTICA; ESPAÇO; ALUNO.

Formato do Material Didático UNIDADE DIDÁTICA

Público Alvo

ALUNOS DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

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APRESENTAÇÃO

Está produção didático-pedagógica, em forma de unidade

didática parte da preocupação de oferecer aos alunos uma formação que venha

produzir um novo olhar para o ensino-aprendizado na disciplina de Arte em especial

no que se refere instalação como linguagem ou categoria artística. O projeto de

pesquisa que tem como título "A Instalação/Arte no Espaço Escolar - Apreciação de

Imagens e Experienciação" é uma produção que busca entender e produzir

instalações, ressaltando seu caráter hibrido que articula na sua produção e

apreciação de elementos das várias categorias artísticas.

O PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional é uma

política pública do Estado do Paraná, que estabelece diálogo entre professores do

ensino superior e os da educação básica (Paraná, 2013) que tem por objetivo

fornecer subsídios teóricos metodológicos para serem sistematizados e aplicados

em sala de aula, com a finalidade de criar possibilidades entre professores e alunos

e alunas, isto é, os sujeitos do processo pedagógico, visando ampliar novos

horizontes e produzir novos conhecimentos.

Segundo o propósito do PDE, este documento apresenta-se

como produção didático-pedagógica, na forma de unidade didática, intitulada como

A instalação /arte no espaço escolar apreciação de imagens e experienciação, que

será implementado no Colégio Estadual Paulina Pacífico Borsari – Ensino

Fundamental, Médio e Normal – Rancho Alegre/PR, que terá como público alvo os

alunos de 9ª ano do Ensino Fundamental.

Para atender e contribuir com o ensino-aprendizado no que se

refere à instalação está unidade propõe procedimentos metodológicos que devem

ser adotados em ambiente escolar. Os procedimentos contarão com a

sistematização de conhecimento, apreciação/análise de obras, pesquisas sobre

procedimentos artísticos, e o desenvolvimento do fazer artístico. Propõe-se também

uma exposição dos trabalhos realizados pelos estudantes para a comunidade

escolar e local.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Considerando que as Instalações vêm ganhando espaço no

fazer artístico, a presente pesquisa tem seus encaminhamentos teórico-

metodológicos subsidiados em conceitos e teorias de autores que evidenciaram a

temática Arte Contemporânea, nas quais a Instalação teve foco destacável, em

autores que colocaram a arte como elemento fundamental na educação e em

autores que desenvolveram pesquisas relacionadas à temática Arte

Contemporânea/Instalação. As teorias de Rosalind Krauss (1984), Michael Archer

(2001), Anne Cauquelin (2005) e Cacilda Teixeira da Costa (2004) são referências

que dão base ao entendimento da temática. As teorias de Demerval Saviani (1995),

Ana Mãe Barbosa (2003), Ernest Fischer (2002) e Ana Luiza Ruschel Nunes (2003)

desempenham o papel que estabelece o paralelo entre arte e educação. As

pesquisas de Milton Sogabe e de Célia Soares da Costa Reghin perpassam pela

escalada de pesquisadores que desfrutando dos conhecimentos adquiridos

trabalharam através da arte contemporâneas novas formas para a busca de

ressignificação de valores.

As pesquisas sobre a temática Instalação é ampla e a cada

leitura aumenta-se o leque de entendimento sobre a sua pluralidade. Diversos

conceitos são apresentados, porém todos se voltam para um mesmo paradigma, o

ambiente como parte do processo artístico ou a evidenciação do ambiente como a

própria arte onde o espectador pode dela fazer parte. Dá-se o nome de ambiente ao

espaço onde acontece a inserção do objeto artístico e a penetração do espectador,

podendo este ainda até recriar a obra.

Em Archer (2001), os ambientes podem ser evidenciados,

através dos “olhares” de um público, os espectadores.

(“...observar a arte não significa “consumi-la” passivamente,

mas tornar-se parte de um mundo ao qual pertencem essa arte e esse espectador.”

Archer. 2001, p.235).

Krauss (1984) busca definir o conceito de escultura em seu

texto “A escultura no campo ampliado”, criando relações entre escultura, arquitetura,

paisagem, não-escultura, não arquitetura e não-paisagem, sendo a estes atribuídos

por inversão a não-arquitetura ser a própria paisagem e a não-paisagem a própria

arquitetura. Já Cacilda Teixeira da Costa (2004) apresenta uma definição de

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Instalação bem simplificada, onde, ela coloca que o artista usa a arquitetura sem se

confundir com ela. Entendendo-se por esse viés a arquitetura e a não-arquitetura, já

alegada no texto de Krauss (1984). A discussão de Archer (2001) sobre as

mudanças ocorridas na arte durante os últimos quarenta anos, onde expõe a

presente relação da arte com a vivência cotidiana do indivíduo, ainda com mostra de

imagens, assegura a viabilização da aquisição do conhecimento em Arte

Contemporânea, conhecimento básico necessário para o entendimento da temática

Instalação.

A Arte Contemporânea não comporta olhares passivos, ela

pede a interpenetração no cerne da expressão artística elaborada, podendo ser

psíquica ou física, de qualquer forma atemporal.

Enquanto posicionamentos da arte na educação, suas

possibilidades de mudanças individuais e/ou coletivas e de ressignificação de

valores as teorias de Demerval Saviani (1995), Ana Mãe Barbosa (2003), Ana Luiza

Ruschel Nunes (2003) e Ernest Fischer (2002) afirmam a importância da arte no

ensino escolar para a formação de um indivíduo “(...) Dessa forma, o ponto

fundamental a reiterar e a ser demarcado nestas considerações finais é que o

Trabalho, a Arte e a Educação, na contemporaneidade, são possibilidades materiais

da formação-humana.” (Nunes, 2003, p. 241).

A busca de conhecimento, bagagem formalizada para a

inserção da temática Instalação na escola, teoria e experienciação, se fortalece nas

provocações de Saviani (1995). A educação transforma e sendo o educador um

mediador das possibilidades de transformação, ainda se colocando a arte como

fonte certa de agregação de possibilidades, a busca do aprofundamento do

conhecimento é imprescindível.

(... a relação entre educação e a sociedade, bem como a

responsabilidade dos professores em transformar, não o mundo, mas sim cada

indivíduo que assiste a sua aula compreendendo melhor o mundo e seus

conhecimentos, assim como seu papel dentro do sistema, seus deveres e seus

direitos para a construção de um país melhor. Essas pequenas revoluções que

acontecem na sala de aula (aquilo que podemos nos aventurar a chamar de ruptura

ou quebra de paradigmas) podemos dar a chance de uma transformação histórica

num período maior de tempo. Saviani, 1995)

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Fischer (2002) também faz referência à capacidade de

transformação que a arte pode imperar em um indivíduo e ainda destaca a arte

como meio de tornar o indivíduo capaz de compreender a realidade, podendo este

sair do estado de fragmentação para um estado de totalizado e íntegro.

Em Ana Mae (2003) a interpenetração da arte e a educação é

o ponto que toca os veios da Arte Contemporânea, no caso, a Instalação, aonde o

entendimento não se remete simplesmente à junção de arte com educação.

Analisando a Instalação por este viés a interpenetração arte e educação pode ser

também vista às luzes das formas da Instalação: objeto e espaço, espaço e público,

público e objeto e/ou objeto, espaço e público.

As primeiras motivações para a idealização deste projeto de

pesquisa que tem como foco a Instalação se deram a partir da leitura do texto de

Reghin (2008), no qual se podem perceber os efeitos da prática exercida, tanto no

quesito pesquisa temática como a prática experienciada por alunos.

Finalizando as ideias o texto de Sogabe (2008) historia o

surgimento da Instalação e suas transformações ocorridas no decorrer dos tempos,

ressaltando as tecnologias na Instalação Arte. Em seus escritos coloca os modos

dessa representação artística, passando desde seu surgimento a partir da

exploração do espaço tridimensional, onde a arte ocupa um espaço até o próprio

espaço como objeto artístico.

Partindo da dificuldade de se entender a teoria da arte

Instalação que pode ser confundida com as múltiplas formas da Arte

Contemporânea como Arte Conceitual, Performance, Minimalismo entre outras,

entende-se o esquivo por educadores em trazê-la para o ensino da arte escolar,

ainda agravante, se colocando o poder das tecnologias no cotidiano dos indivíduos,

principalmente dos indivíduos/alunos, que são os maiores detentores do

conhecimento prático dos veículos tecnológicos. Segundo Hernandes: “... a arte está

situada no campo das comunicações, do audiovisual, da internet, da gestão de

museus como espaços de consumo, da publicidade e do aluno consumidor e

produtor de imagens”... (2000, p. 27).

No contexto das evoluções artísticas as

colocações de Cauquelin são pertinentes:

A forma contemporânea de arte coloca um doloroso problema

para todos, para o público, mas também e talvez mais ainda para os que têm a

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missão de analisá-la. (p. 17) (...) Precisamos, portanto, atravessar essa cortina de

fumaça e tentar perceber a realidade da arte atual que está encoberta. Não somente

montar o panorama de um estado de coisas – qual é a questão da arte no momento

atual – mas também explicar o que funciona como obstáculo a seu reconhecimento.

Em outras palavras, ver de que forma a arte do passado nos impede de captar a arte

de nosso tempo. (p. 18) (...) Sem dúvida é essa arte moderna que nos impede de

ver a arte contemporânea tal como é. Próxima demais, ela desempenha o papel do

‘novo’, e nós temos a propensão de querer nela incluir à força as manifestações

atuais (p. 19). (CAUQUELIN, 2005)

Os pré-conceitos estabelecidos ao longo dos tempos pela não

apropriação devida da temática ou ainda pelo mistério não desvendado provocam os

medos, as amarras que seguram o destrinchar da Arte Contemporânea no ensino

escolar. Sebastião Natálio da Silva, artista plástico diz: “O artista contemporâneo é

também um pesquisador de temáticas e materiais. Ele não se prende à forma

tradicional de fazer arte, por muitas vezes é mal interpretado”. (SILVA. 2008).

A intervenção causada pela arte desperta olhares, olhares

despertam distintos pensamentos e distintos pensamentos despertam novas

possibilidades, novos significados. A arte olhada, sensibilizada pode se tornar

veículo de transformação, como também à crítica e a interpretação.

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FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA

Ensinar arte é viver arte, é exercitar o pensamento visual é

instigar os alunos para o contato e percepção das características dos processos

artísticos, na perspectiva da produção e da fruição.

De acordo com as Diretrizes Nacionais da Educação de Artes

(PARANÁ, 2008), o conhecimento da arte envolve:

•a experiência de fazer formas artísticas e tudo que entra em

jogo nessa ação criadora: recursos pessoais, habilidades, pesquisa de materiais e

técnicas, a relação entre perceber, imaginar e realizar um trabalho de arte;

•a experiência de fruir formas artísticas, utilizando informações

e qualidades perceptivas e imaginativas para estabelecer um contato, uma conversa

em que as formas signifiquem coisas diferentes para cada pessoa;

•a experiência de refletir sobre a arte como objeto de

conhecimento, onde importam dados sobre a cultura em que o trabalho artístico foi

realizado, a história da arte e os elementos e princípios formais que constituem a

produção artística, tanto de artistas quanto dos próprios alunos.

As atividades propostas nessa unidade didática foram

estruturadas de a partir do aporte teórico fornecido por Miram Celeste se propõe

trabalhar com o conceito de aprendizagem significativa (Ausubel, 1969) que entende

a aprendizagem como um processo que envolve a interação da nova informação

abordada com a estrutura cognitiva dos alunos.

“Ainda de acordo com as diretrizes nacionais de arte

(PARANÁ, 2008, p.53) entende-se que aprender arte envolve não apenas uma

atividade de produção artística pelos alunos, mas também a conquista da

significação do que fazem, pelo desenvolvimento da percepção estética, alimentada

pelo contato com o fenômeno artístico visto como objeto de cultura através da

história e como conjunto organizado de relações formais. É importante que os

alunos compreendam o sentido do fazer artístico; que suas experiências de

desenhar, cantar, dançar ou dramatizar não são atividades que visam distraí-los da

“seriedade” das outras disciplinas. Ao fazer e conhecer arte o aluno percorre trajetos

de aprendizagem que propiciam conhecimentos específicos sobre sua relação com

o mundo. Além disso, desenvolvem potencialidades (como percepção, observação,

imaginação e sensibilidade) que podem alicerçar a consciência do seu lugar no

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mundo e também contribuem inegavelmente para sua apreensão significativa dos

conteúdos das outras disciplinas do currículo”.

Nessa perspectiva, uma aprendizagem em arte só é

significativa quando o objeto de conhecimento é a própria arte. É por meio dela que

o aluno será provocado a saber manejar e conhecer os diferentes recursos,

procedimentos e instrumentos que lhes são peculiares.

É preciso abrir espaço para que o aluno possa desvelar o que

pensa, sente e sabe, ampliando sua percepção para uma compreensão de mundo

mais rica e significativa. O maior desafio é tornar a aprendizagem significativa esta

unidade, superando o emperramento do planejamento “oficial”, tantas vezes

repetido, ou os relatórios frios e mecânicos, que não desafiam o educador a

aprender refletindo também sobre sua própria prática.

Através de projetos, pode-se perceber a diferentes

possibilidades de se trabalhar com os estudantes a instalação no ambiente escolar.

Trabalhar com as ideias de Miram Celestes exige uma reflexão

constante, e através dela podemos avaliar os passos planejados e dar sequência a

próximas ações.

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PRODUÇÃO DIDÁTICA

INVESTIGANDO O CONHECIMENTO DO ALUNO SOBRE O QUE É A ARTE.

PARA REFLETIR

Qual o seu conceito de arte?

A arte está presente em sua vida? De que modo?

Você realiza ou já realizou alguma atividade artística?

PROPOSTA DE ATIVIDADE

Distribuir para os alunos folhas para anotações.

Pedir para cada aluno escrever o seu conceito de arte em duas vias, uma para ser

entregue ao professor e outra para ele mesmo.

Leitura do texto: Como entender a arte?

A humanidade se expressa através da arte desde os tempos

mais primórdios. Com materiais diversificados, desde os próprios dedos, sangue e

gordura de animais, carvão e materiais tirados da natureza até objetos como tintas

manipuladas, pincéis e objetos ressignificados, como os ready made1 de Marcel

Duchamp, o homem vem também mudando seu modo de olhar as obras artísticas.

Como entender essa arte que vem a cada dia se apropriando

dos mais diversificados espaços e materiais? Como diz Argan “O campo fenomenal

da arte é dificilmente delimitável”. A arte vem se apropriando de objetos, lugares,

pessoas. As formas de vivência de cada época histórica, os acontecimentos sociais,

políticos e econômicos vem influenciando o despertar da criticidade dos indivíduos.

Os novos olhares para o mundo circundante vêm também se ressignificando em

meio à evolução dos modos de vivência e sobrevivência dos indivíduos. Da Arte

Rupestre2, realizadas nas paredes das cavernas aos murais, telas, árvores, mares,

os próprios indivíduos e a arte virtual a história da humanidade se articula com a arte

e sua história.

As realizações artísticas vêm solidificando com o passar dos

tempos à ideia de possibilidades ampliadas de expressão. A diversidade é uma

característica da arte do nosso tempo. O belo, no sentido restrito, já não é mais o

único parâmetro de avaliação da obra de arte. As propostas de um artista podem

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levar o observador a entender o objeto artístico como uma obra que contribui para a

interpretação e para a construção da história da humanidade. Mesmo que o intuito

do artista seja simplesmente expor sua obra para apreciação, ela pode gerar

interpretações diferentes das pretendidas pelo artista, ampliando as perspectivas do

público.

Ready Made1: O termo é criado por Marcel Duchamp (1887 - 1968) para designar um tipo de objeto, por ele inventado, que consiste em um ou mais artigos de uso cotidiano, produzidos em massa, selecionados sem critérios estéticos e expostos como obras de arte em espaços especializados (museus e galerias). Arte Rupestre2: Representações gráficas (desenhos, símbolos, sinais) feitos pelos homens da Pré-História em paredes de cavernas ou ao ar livre, que representavam seu cotidiano e a vida das comunidades local (algumas datadas de 40.000 A.C.)

DEBATE

Dividir a sala em grupos de alunos para discussão dirigida. Cada aluno leva para a

discussão em seu grupo o seu conceito de arte.

Seu conceito de arte sofreu alguma alteração após a leitura do texto?

Seu conceito de arte sofreu alguma alteração após o conhecimento de outros

conceitos colocados pelos integrantes do seu grupo?

Cada grupo deverá elaborar um conceito de arte para ser apresentado e discutido

em sala.

ATIVIVIDADE

Propor uma composição visual com desenho, pintura ou recorte e colagem sobre o

processo de transformação da arte no mundo ocidental.

INVESTIGANDO O CONHECIMENTO SOBRE ARTE CONTEMPORÂNEA:

Apresentar o Vídeo - ISTO É ARTE? (MATERIAL EDUCATIVO DVDTECA ARTE

NA ESCOLA) Documentário que apresenta conceitos, transformações e imagens

ocorridas no domínio da arte, do século 20 à contemporaneidade.

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ATIVIDADE

Você sabe o que é arte contemporânea? Já estudou ou ouviu falar dela? Você

consegue identificar os elementos que a caracterizam como arte contemporânea? O

contemporâneo é o tempo atual. Toda arte produza atualmente pode ser

considerada como arte contemporânea?

Leitura do Texto - Arte Contemporânea

Caracterizada por apresentar uma ampla disposição para a

experimentação de materiais, ideias e tecnologias, que instiga o artista a buscar

possibilidades de fusões de linguagens, a arte contemporânea. Este tipo de arte teve

origem após a 2ª Guerra Mundial e é provocativa, pois tende a levar o espectador a

um novo olhar sobre o objeto artístico e o olhar reflexivo sobre o objeto artístico é

estimulante para um pensamento crítico, que por meio das novas percepções leva o

sujeito a se reconhecer como sujeito histórico.

O contemporâneo é o tempo atual, porém, nem toda arte

realizada na atualidade pode ser denominada de arte contemporânea. A arte

contemporânea traz a apropriação de novos suportes, novas técnicas, nova temas e

novas posturas diante as instituições artísticas. Nesta arte sons, luz, palavras,

alimentos, pessoas, etc. podem ser tomados como parte da obra ou como o próprio

objeto artístico, não sendo mais, a pintura e o desenho, o objeto principal e/ou

essencial.

Através de obras artísticas a humanidade vem conhecendo o

pensamento de determinada época, os modos de vida, as questões políticas,

religiosas, econômicas, sociais e também se reconhecendo como parte integrante e

constituinte desta mesma época. A arte contemporânea, conduzida por questões

que afetam a todos, na rua, nos conceitos, nas relações pessoais, na mídia e na

própria arte, requisita uma nova forma de representação dos problemas atuais,

combinando e integrando imagens, textos, performances, tecnologias e instalações.

Através da complexidade e da não limitação da arte

contemporânea, os conceitos sobre a própria arte vêm se reestruturando. Dos

monumentos ao sol ou aos mortos, como os menires1, dólmenes2 e cromlech3, da

Pré-História à arte “Onda de Som” de Jean Shin.

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Onda de Som, Jean Shin, 2007. Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2012/04/18/instalacoes-jean-shin-440870.asp dia

01/08/20013

Menires1: Grandes blocos de pedra fincados no chão, em sentido vertical.

Dólmenes2: Dois menires com uma pedra apoiada em cima como uma mesa gigante, formando

galerias cobertas. Cromlech

3: Menires e dólmenes organizados em círculos.

PARA REFLETIR

Como você se comporta diante de uma obra de arte?

Tenta entender o que o artista quis dizer com ela? Procura encontrar sentido no que

vê ou simplesmente contempla sem questioná-la?

O aluno deve anotar os seus posicionamentos.

ATIVIDADE

Propor um debate em grupos de alunos sobre as reflexões individuais.

Pedir para um aluno de cada grupo anotar os comentários feitos.

Colocar a disposição dos alunos imagens impressas de arte contemporânea para

apreciação.

Pedir para cada grupo escolher uma imagem, após observação da imagem

responder as questões. Qual o significado da imagem escolhida por vocês?

Qual o critério que vocês usaram para escolher a imagem?Na escolha que fizeram

para cada imagem há relação entre o que entenderam como arte e as

manifestações que conhecem?

Porque a escolha desta imagem e qual a sensação que provoca em vocês?

Esta imagem é familiar a vocês? Reporta a algum lugar ou situação específica?

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O que fica mais forte e releva a essência desta imagem? Resuma numa palavra

sensação ou sentimento a essência desta imagem?

O aluno deverá construir seu conceito de Arte Contemporânea.

INVESTIGANDO O CONHECIMENTO SOBRE INSTALAÇÃO ARTE ATRAVÉS DE

PRÁTICA INTERATIVA DE ALUNOS E OBRA

PARA REFLETIR

Mas afinal o que é arte instalação? Você sabe dizer o que é uma instalação e qual o

tipo de linguagem artística é utilizado nesse estilo de arte?

PESQUISA

Pesquisa de produções que contemplam, na Arte Contemporânea, a categoria das

instalações artísticas, de modo a se familiarizarem com este tipo de trabalho.

Trazer para a sala de aula imagens pesquisada de forma impressa.

ATIVIDADE

Discutir, ler, interpretar, conceitos contidos nas produções expostas.

O aluno deverá relatar o que encontrar de significativo nas imagens.

Construir com os alunos, um conceito de instalação a partir das discussões e

reflexões socializadas no grupo.

Registrar as conclusões do grupo, os conceitos construídos sobre instalação.

Para fechamento das questões propositoras e para ampliar o conceito de Instalação

poderão também ser apresentados os vídeos (MATERIAL EDUCATIVO DVDTECA

ARTE NA ESCOLA) - CARLOS FAJARDO: PARA TODOS OS SENTIDOS,

documentário com obras realizadas entre 1968 e 2003, o artista em seu ateliê

discutindo o conceito de instalação.

NUNO RAMOS ARTE SEM LIMITES; onde Nuno fala sobre sua obra e apresenta

algumas de suas instalações.

O vídeo da série Todo o Passado Dentro do Presente - ARTE

CONTEMPORANEA – INSTALAÇÃO E PERFORMANCE.

Neste vídeo são aprofundados mais alguns conceitos presentes nas produções dos artistas, sendo as instalações o foco principal a ser trabalhado com destaque para

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os elementos que envolvem as relações de espaço, tempo e corpo dos produtores e dos leitores. No material são propostos alguns trabalhos para facilitar os encaminhamentos do professor. Disponível em http://artenaescola.org.br/hotsites/todo-

passado/img/material/mlac-instalacao.pdf

Leitura do Texto - Instalação

A Instalação Arte é uma linguagem artística da Arte

Contemporânea. Suas representações se apropriam do diálogo entre objeto

artístico, espaço utilizado e espectador. Esse diálogo pode ser feito através do

objeto, do cantar, do ouvir, do dançar, do esculpir, entre outras infindas

possibilidades. Para o entendimento dessa linguagem artística é necessário olhar

através da obra, mergulhar no que está sendo apresentado, não tão somente para

decifrar seus códigos, mas para apreciar, se sentir e se perceber como parte da

obra.

O artista, através da arte, inventa, constrói, cria e transforma a

matéria em algo significativo, até mesmo atribui significados e sons, gestos e cores

aos mais variados elementos.

As instalações se caracterizam por apresentar o ambiente ou

espaço como uma dimensão e exigindo sempre a participação direta do espectador

na exploração do espaço pelo deslocamento de seu corpo entre os dispositivos,

numa espécie de “presença cênica”.

A Instalação é um lugar, sala ou outro espaço onde o próprio

artista e/ou o espectador é também tratado como um material. Durante o processo

de produção, o autor/artista se vê mergulhado em um caos criador: conflito entre o

impulso pra criar e a forma desejada; entre a subjetividade do ser e a objetividade da

forma; entre o sentimento/pensamento e a forma.

O espaço tridimensional é usado na instalação, fazendo

com que esta se remeta à escultura se distinguindo pelo corpo do espectador que

entra em dinâmica com a obra (sujeito/objeto/espaço/tempo). Indo além da escultura

em si, a Instalação não se limita à ocupação de uma determinada área de um

espaço como as peças escultóricas, mas se apropria de uma arquitetura chamando

a atenção para o lugar que é transformado.

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O examinar atento da arte dos dias atuais se confronta com

uma desconcertante profusão de estilos, formas, práticas e programas. Quanto

mais se olha para os objetos que ganham novos significados a cada criação mais

dúvida surge para o entendimento se o objeto é arte ou não. Neste sentido o olhar

através da obra artística se faz imprescindível, uma vez ainda que as qualificações

padronizadas de uma obra de arte, mesmo diante de tão grande evolução, ainda se

destaca como prioridade.

Na arte das instalações o estranhamento ganha seu espaço e

a definição do belo se desconstrói diante desses novos olhares, dos novos

conceitos.

Repare e analise essas imagens. Você a considera como sendo uma obra de arte?

Esse é um exemplo de arte instalação, uma obra, super

interativa, que é chamada de “Anything Can Break” e foi criada pela a artista Pinaree

Sanpitak.

Fonte: http://zirrah.com/o-som-e-arte-a-instalacao-da-bienal-de-sydney-na-zmagtv/ acessado 01/08/2013

Outro exemplo de instalação, obra Onda de Som, de 2007 da

artista Jean Shin já é reconhecida em muitos países pelas instalações que

transformam objetos do dia a dia em elegantes expressões de sua nova identidade.

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Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2012/04/18/instalacoes-jean-shin-440870.asp acessado dia 01/08/20013

PARA REFLETIR

Qual sua primeira impressão diante das obras? Qual relação pode ser estabelecida

entre objeto, espaço e espectador? Como você se vê fazendo parte da obra? Qual

sua opinião quanto ao espaço escolhido? Qual o impacto da obra no meio assistido?

Que tipo de relação o material utilizado pelo artista faz com o que se vive na

atualidade?

INVESTIGANDO OBRAS E ARTISTAS BRASILEIROS

Quais artistas brasileiros você conhece?

ATIVIDADE

Pesquisar na internet imagens de obras de artistas brasileiros (Nuno Ramos, Cildo

Meireles, Hélio Oiticica, Lygia Clark e Ligia Pape) bem como sobre a importância de

suas obras no cenário artístico nacional e internacional. Trazer para a sala de aula

de forma impressa e em forma de apresentação em Power point.

Apresentar o trabalho para a classe na forma de mídia digital usando data show ou

TV pendrive.

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APRENDENDO UM POUCO MAIS SOBRE OS ARTISTAS BRASILEIROS E SUAS

OBRAS

Para algumas vertentes da arte moderna ocidental (primeira

metade do sec. XX) cada linguagem artística tinha sua própria característica e seu

próprio espaço de apresentação. Em muitos tipos de arte a relação com o púbico era

de passividade. Para os artistas cabia-lhes o papel de produtores e ao público de

espectadores. O produto (a obra) ficava separado do espectador, inclusive

fisicamente no espaço. O artista era aquele que tinha um conhecimento especial, e o

público que não possuía esse conhecimento, caberia a ele simplesmente contemplar

a obra.

Na década de 1960, essa separação começa a ser

questionada. Os artistas não queriam mais aquela arte apresentada restritamente

em museus, galerias, teatros e em salas de concertos. A arte passa a ser pensada

como algo mais próximo da vida das pessoas, do mundo, podendo se manifestar em

lugares comuns e não em lugares tradicionais. O público é convidado a fazer parte

da obra.

A partir dessa época muitos artistas recolocam novas

propostas em cena. Uma delas é a apropriação de materiais e objetos do cotidiano,

de elementos que já existem. Tais objetos colocados fora do seu contexto usual e

elevados à categoria de obra de arte passam a ter um novo sentido um novo

significado.

Essas novas perspectivas se estruturando mais ou

menos ao mesmo tempo em várias partes do mundo.

O cenário artístico brasileiro conta com muitos artistas entre

quais podemos destacar alguns. Infelizmente a mídia não reserva muito espaço para

eles. Fazemos uma breve abordagem sobre alguns artistas.

Hélio Oiticica (1937-1981) nasceu no rio de Janeiro. Foi um

dos artistas mais importantes e mais inventivos da década de 1960. Ele produziu

pintura concreta, estruturas espaciais neoconcretas, objetos, manifestações

ambientais, proposições comportamentais e experimentações audiovisuais. Os

Parangolés (um tipo de obra pra se vestir) são trabalhos que reivindicam a

participação do público. O artista que já tinha iniciado sua produção artística com

meios bidimensionais, nos anos de 1950, aos poucos foi levando sua obra para o

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espaço tridimensional.

Oiticica acreditava que o artista deveria assumir uma postura

de propositor, e o público como participante, através de uma experiência integrada.

Os Parangolés, que são um tipo de capa colorida, só faz sentido na proposta do

artista se o público vestir e experimentar.

Outra obra sua de grande importância é a Tropicália. O artista

sugere uma proposta da apreciação sensorial mais ampla de sua obra, através do

tato, do olfato, da audição e do paladar.

Outra obra de destaque são os Penetráveis, criados para

serem vivenciados (ou penetrados) pelo espectador. Nessa obra, o artista passa a

criar espaços de convivência que rompem com a relação formal entre arte e

observador e pedem presença ativa e distendida no tempo.

Hélio Oiticica, Núcleo, óleo sobre madeira, 1960. (fonte: http://hausdesart.blogspot.com.br/2010/12/helio-oiticica-esquema-geral-da-nova.htm acessado 01/08/2013

Cildo Meireles é um artista carioca, que construiu várias

instalações. Nelas pode ter que uma experiência sensorial mais ampla. Sua

produção, o coloca como referência da produção artística contemporânea nacional e

o projeta internacionalmente.

A diversidade de suas obras marca um elo entre as pesquisas

multissensoriais de Hélio Oiticica e Lygia Clark em meados dos anos 60, voltados na

relação da obra com o corpo do espectador participativo, e a linhagem de artistas

conceituais que entrariam em cena na passagem para os anos 70. Assim como os

artistas citados, Cildo Meireles estava interessado em diminuir o intervalo que

separa a arte da vida.

Já no inicio de seus trabalhos suas obras ultrapassam

metáforas; não se tratava de obras que se referem ao mundo à distância, mas sim,

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que se constroem a partir de notas de dinheiro, garrafas, caixas de fósforos, enfim,

objetos do cotidiano, sem grandes significados, além da utilidade, para pessoas.

Seus primeiros trabalhos considerados como instalação

utilizam uma variedade de suportes, técnicas e materiais. Quase sempre dialogam

não só com as questões poéticas e sociais específicas do Brasil, mas também com

os problemas gerais da estética e do objeto artístico.

Um dos trabalhos mais consagrados de Cildo Meireles é

Desvio para o Vermelho – concebido no ano 1967 e que desde então tem sido

montado em diferentes versões. Esta obra é exibida em Inhotim em caráter

permanente desde 2006. “Desvio para o vermelho”, obra em que coloca em questão

a estrutura do espaço tridimensional monocromático.

Cildo Meireles, Desvio para o vermelho I: Impregnação, II: Entorno, III: Desvio, materiais diversos, 1967-84, foto: Pedro Motta fonte: http://www.inhotim.org.br/arte/obra/view/170 acessado 01/08/2013

Constituída por três ambientes interligados, no primeiro

deles (impregnação) deparamos com uma exaustiva coleção monocromática de

móveis, objetos de arte em diferentes tons, reunidos “de maneira plausível mais

improvável” por algo peculiar doméstico. Nos ambientes seguintes, Entorno e

Desvio, tem lugar o que o artista chama de explicações anedóticas para o mesmo

fenômeno da primeira sala, em que a cor satura a matéria. Aberta a uma série de

simbolismo e metáforas, desde a violência do sangue até conotações ideológicas, o

que interessa ao artista nesta obra é oferecer uma sequência de impactos sensoriais

e psicológicos ao espectador: uma série de falsas lógicas que nos devolvem sempre

ao mesmo ponto de partida.

Lygia Clark (1920-1988) foi uma das primeiras artistas

brasileiras que convidam o público a interagir com suas obras. Suas propostas

indicavam que o público devia deixar a sua função de mero observador, para se

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tornar parte do trabalho, vivenciando, andando, deitando ou manipulando a obra.

Assim como Hélio Oiticica, Ligia partiu de uma produção bidimensional, abstrata e

geométrica chegando a propostas em que o objeto se desloca do seu espaço

tradicional (quadro, parede), para o espaço tridimensional. Trata-se de uma nova

relação com o espaço, pois a obra deixa de figurar na parede para ganhar o

ambiente de outra forma. Mas não, na forma de esculturas e sim como objeto a ser

manipulados pelo público.

A obra Bicho de Lygia é um exemplo de que as pessoas

em contato e interagindo com a obra, podem mexer e manipular, criando assim

formas particulares. Ou seja, na verdade, obra de arte é o resultado da interação.

Seu nome, Bicho é proposital, mais próximo da vida e mais distante dos objetos

inanimados que são os quadros. Esse processo de romper com o tradicional quadro

preso na parede foi uma maneira de romper com aquilo que separa a obra de arte

da relação direta entre público e espaço.

A casa é o corpo, (uma instalação de oito metros, que

permite a passagem das pessoas por seu interior, para que elas tenham a sensação

de penetração, ovulação, germinação e expulsão do ser vivo).

Lygia Clark Bicho (caranguejo duplo), 1961 alumínio, 53 x 59 x 53 cm Acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo SP Foto: Romulo Fialdini fonte: http://www.itaucultural.org.br/tridimensionalidade/arq/livro03.htm acessado 06/11/2013

Lygia Pape, pertenceu à mesma geração artística de

Lygia Clark e Hélio Oiticica, pertencendo juntamente com eles ao Grupo Frente

(1953), núcleo dos concretistas no Rio de Janeiro. Durante os anos cinquenta, junto

aos artistas deste grupo, amadureceu as divergências poéticas com os concretistas

de São Paulo, até chegarem a uma decisão coletiva de ruptura e formarem o

movimento neoconcreto. Tal atitude, formalizada em manifesto, tem desdobramento

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numa exposição, em 1959. Pape é uma das mais importantes artistas no cenário

brasileiro. Com Clark e Oitica estava no topo de uma inventiva vanguarda no Brasil.

A importância de seu trabalho não pode ser, portanto, ressaltada sem que

remetamos sua inquietação experimental nesse momento importante da arte

brasileira contemporânea. Em 1963 o grupo dos neoconcretos se dissolveu, a artista

se voltou para o cinema.

Quando voltou às artes plásticas, (em 1967, por ocasião da

importante mostra “Nova Objetividade Brasileira”), trouxe, para espanto

generalizado, sua obra Caixa de Baratas, onde a artista agrupa em uma caixa de

acrílico translúcido, com um espelho ao fundo, uma série de baratas como se

estivessem organizadas em uma coleção cientifica. Lygia Pape produz objetos e

instalações marcadas pela ironia, pelo humor negro e por críticas à situação política.

Em caixa de Formigas (1967), onde a artista coloca em um recipiente de madeira

enormes saúvas vivas que andam sobre um fundo com inscrição: a gula ou a

luxúria. No centro, há um espiral e um pedaço de carne crua, o que faz com que as

formigas se cocentrem ali. A primeira sensação que as obras podem provocar no

expectador é a de aversão, pois o expectador se vê refletido junto àqueles insetos. A

caixa “Brasil”, escrita em letras prateadas no fundo da tampa e em seu interior está

colocada fios de cabelos das três raças: o índio, o branco e o negro. Nessas e em

outras obras de Lygia Pape revela-se as opções de parte da arte moderna e

contemporânea que criticaram as ideias de beleza e de bom gosto como sendo as

únicas ideias dignas de serem artísticas.

Obra “Caixa de Baratas” de Ligia Pape.

Fonte:http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=obra&cd_verbete=915&cd_obra=14846

acessado 06/11/2013

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Sobre esse assunto ver: Hugo B. Bozzano, Perla Frenda, Tatiane Cristina Gusmão. Arte e Interação,

São Paulo,ano 2013.

Agnaldo Faias. Arte brasileira hoje. São Paulo: Publifolha, 2002.

INVESTIGANDO A LEITURA DE IMAGEM

Ler uma imagem é fazer uma nova interpretação com um estilo

próprio sem fugir do tema original. É uma nova criação, uma reconstrução de algo já

existente. Ao se recriar uma obra não é necessário empregar a técnica usada pelo

artista, técnicas diferentes podem ser utilizadas. O que vale é exercitar a criatividade

criando algo novo tendo um elo com a fonte inspiradora.

A leitura atribui significados, no caso de obras artísticas,

estabelecerem relações entre as situações que nos são impostas pela nossa

realidade e de nossa atuação frente a estas questões, na tentativa de compreendê-

las e resolve-las. A leitura se torna real quando estabelecemos essas relações,

numa leitura de uma obra de arte devemos observar os elementos que compõem,

formam a obra, ou seja, os elementos expressivos, como a linha, a cor, o volume, a

perspectiva.

Durante esta leitura é possível a cada espectador colocar o

que pensa sobre a obra que está vendo, pois cada ser humano percebe, vê e sente

uma obra de Arte de acordo com sua história de vida, com o que já sabe e conhece

sobre arte, também é possível localizar a obra no tempo histórico e no espaço,

observando o tema, os significados, ou seja, contexto em que foi criada, auxiliando

na compensação e no significado da obra em questão.

Na obra “O Jardim da Infância“, de Lia Mena Barreto, onde

cadeiras são organizadas em círculo remetendo o espectador ao contexto de jardim

da infância. A maneira como os elementos estão expostos é econômica no uso dos

elementos visuais. Para representá-lo, Lia cria uma instalação de 32 cm com 11

cadeiras de criança, não há cadeiras inteiras ou coloridas. As cadeiras estão

destruídas, queimadas e estão ordenadas em círculo. O objeto cadeira de criança

não é percebido como objeto “em evidência fechada, em seu sentido óbvio”

(BARTHES, 1990, P.46), mas, passa a ser entendido em seu sentido simbólico,

como uma infância aos pedaços e destruída por elemento externo, não presente – o

fogo/a violência – e que mostra a sua ação sobre a cadeira/infância.

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Obra: “Jardim de Infância”, 1995 de Lia Mena Barreto. Fonte http://cpeadheidimar.blogspot.com.br/2011/06/jardim-da-infancia. html acessado dia 08/11/2013

ATIVIDADE

Apresentação da obra “O Jardim da Infância“, de Lia Mena Barreto.

Leitura de imagem:

O que você vê na obra?

Que conceito de cadeira você tem?

Será que o seu conceito é o mesmo que a artista quis expressar nessa obra?

Nome da obra é jardim de infância, a que jardim você acha que a artista se refere?

Que ralação essa obra tem com jardim de infância? É uma sala de aula de educação

infantil?

Como a artista organizou as cadeiras (espaço)?

Qual a relação dessas cadeiras com a infância?

Já vimos que em uma instalação além dos objetos o espaço e o expectador fazem

parte da obra. Pense que você faz parte dela o que estaria sentindo, pensando?

EXPERIMENTANDO O FAZER ARTÍSTICO

Obra “Caixa de Baratas” de Ligia Pape.

Apresentar a imagem da obra “Caixa de Baratas” de Ligia Pape.

Responder as questões:

Isto é belo? Isto é arte? Qual seu pensamento quanto à arte apresentada? O que

você colocaria nesta caixa?

Em grupos construir uma caixa com base na obra “Caixa de Baratas”.

Fotografar o processo artístico

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Apresentar a Instalação para a comunidade escolar.

ATIVIDADE

Montar Instalação com materiais do cotidiano escolar.

Em grupos, criar ensaios instalacionais com objetos do cotidiano escolar e materiais

disponíveis na sala de aula. Os alunos poderão usar carteiras, mesas, livros

mochilas, sucatas, vassouras, rodo, tecidos, retalhos de papel, objetos de uso

pessoal, tudo aquilo que é móvel neste contexto. Socializar cada proposta

apresentada pelos grupos, fazendo uma rodada de ideias, percepções, escutas e

olhares em torno das questões motivadoras para a realização dos projetos.

Registrar com fotografias as produções coletivas de modo a perpetuar a

efemeridade da construção.

ATIVIDADE

Experimentando o fazer artístico Instalação a partir de todo o conhecimento

adquiridos no decorrer das atividades

Dividir a sala de aula em grupos de alunos, para a realização de um tipo de

manifestação contemporânea: uma instalação. Pedir para os estudantes considerem

o que estudaram, ou seja, as características da arte contemporânea, as

possibilidades de explorar diferentes meios e materiais. Ao criar a instalação eles

devem procurar explorar os vários sentidos, extrapolando as fronteiras entre as

linguagens. Poderão ser usados materiais que exale cheiro, que podem ser tocados,

e também músicas que já existem ou outros sons. Inclusive usar sabores, ativar o

paladar. Os estudantes devem pensar como a obra vai ocupar o espaço. É

importante lembrá-los de que podem apropriar-se de imagens, textos e objetos em

sua produção. Pensem numa ideia/tema/conceito que pretendem explorar.

O grupo deverá estabelecer a sala em que será usada para montar sua instalação e

pedir permissão junto à direção.

Estabelecer coletivamente os critérios de avaliação.

A partir da pesquisa os alunos passarão ao estudo sobre a criação artística,

incluindo os materiais e ferramentas a serem utilizados.

Arquitetar a instalação em salas da escola.

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Não deve esquecer-se de dar nome para a sua criação.

Após a montagem das instalações os professores e alunos da escola serão

covidados para a exposição dos trabalhos.

Cada grupo deve apresentar seu trabalho.

Por fim, deve ser realizado um debate sobre os trabalhos apresentados.

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AVALIAÇÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Instalação, espaço, interação, obra, espectador,

cotidiano, vivenciar, manipulação, objetos, tridimensional,

ambiente, experiênciação, lugar, experimentações,

artistas, contemporâneo.

Há diversos artistas brasileiros contemporâneos que trabalhão com instalação além

daqueles que foram citados, neste trabalho. Muitos artistas não citados nesse

trabalho estão inseridos em um aspecto da cultura transformadora cheio de

novidades que permitem uma gama de ações educacionais a serem desenvolvidas

nas escolas com nossos alunos. Trabalhando com arte contemporânea e

especificamente com Instalação, há diversas possibilidades de explorar o conteúdo

na sala de aula e fora dela, levando aos nossos alunos informações e possibilidades

de criações.

Segundo LUKESI (1995), a avaliação escolar é um processo

pelo qual se observa, verifica, analisa, se interpreta um determinado fenômeno

(construção do conhecimento), situando-o concretamente quanto aos dados

relevantes, objetivando uma tomada de decisão em busca da produção humana.

A avaliação será diagnostica e processual, mediada através do

registro das atividades individuais e dos trabalhos coletivos propostos, sendo os

mesmos sempre mediados pelo professor que orientará os alunos. Os trabalhos se

finalizarão em um portfólio impresso onde constarão anexado todos os registros,

fotos, imagens, relatórios, pesquisas e anotações desenvolvidas nas aulas. Será

ainda considerando o desempenho do aluno, a mesma terá prevalência dos

aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados alcançados durante a

realização das atividades.

Também será montada uma exposição para comunidade

escolar onde serão apresentados todos os elementos abordados no projeto.

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DOCUMENTOS CONSULTADOS ONLINE BIAZUS, Maria Cristina. Contextualização: Guto Lacaz e sua obra contemporânea. Disponível em http://penta.ufrgs.br/edu/cbiazus/lacaz.htm acessado em: 01/09/2013. http://cildomeireles.blogspot.com.br/ acessado em 05/11/2013 http://cpead-heidimar.blogspot.com.br/2011/06/jardim-da-infancia.html acessado dia 08/11/2013 http://www.cantacantos.com.br/blog/?p=9401#sthash.Z5GoXcmv.dpuf acessado dia 01/08/2013 http://www.escritoriodearte.com/artista/henrique-oliveira/ acessado em 01/09/2013. http://hausdesart.blogspot.com.br/2010/12/helio-oiticica-esquema-geral-da-nova.htm acessado 01/08/2013 http://www.henriqueoliveira.com/default.asp acessado em: 31/08/2013 http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=581 acessado em 31/08/2013. http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_item=1&cd_idioma=28555&cd_verbete=915 acessado em 05/11/2013 http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=obr a&cd_verbete=915&cd_obra=14846 acessado 06/11/2013 http://www.itaucultural.org.br/tridimensionalidade/arq/livro03.htm acessado 06/11/2013 http://www.inhotim.org.br/arte/obra/view/170 acessado em 01/08/2013 http://artenaescola.org.br/hotsites/todo-passado/img/material/mlac-instalacao.pdf 04/11/2013

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