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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Page 1: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ditadura militar, concentrando-se, de um lado, na sua assimilação instrumentalizada dos órgãos e agentes vinculados aos governos

Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: ”O processo de apropriação da democracia racial durante a ditadura militar.”

Autor: Ilma Silva dos Santos de Souza

Disciplina/Área:

(ingresso no PDE)

História

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Barão do Cerro Azul – Ensino Fundamental e Médio

Município da escola: Ivaiporã

Núcleo Regional de Educação: Ivaiporã

Professor Orientador: profª.drª. Miliandre Garcia de Souza

Instituição de Ensino Superior: UEL

Relação Interdisciplinar:

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Geografia, Sociologia e Filosofia.

Resumo:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

A realidade do povo brasileiro nos depara com uma sociedade que nega a existência de racismo, preconceito e discriminação. O combate esse preconceito em nível escolar devendo sempre valorizar o ser humano. O projeto ocorre para promover o reconhecimento sobre mito da democracia racial durante a ditadura militar brasileira. O objetivo geral será investigar a democracia racial durante a ditadura militar, concentrando-se na sua assimilação instrumentalizada dos órgãos e pela revisão crítica por intelectuais. Especificamente deverá entender o processo de construção da democracia racial e a relação com a problemática do racismo na sociedade, refletir sobre o racismo e o preconceito ocorridos na Ditadura Militar brasileira e examinar a literatura acerca da democracia racial. Gilberto Freire fundamentou o "mito da democracia racial", onde a miscigenação formaria uma sociedade harmônica. Nota-se que o mito mascarou a real natureza das relações sociais no Brasil e

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escondeu o preconceito e a discriminação.

Palavras-chave:

(3 a 5 palavras)

Ensino da História. Mito da democracia racial. Democracia racial brasileira. Ditadura Militar no Brasil.

Formato do Material Didático: Unidade Didática Pedagógica

Público: (indicar o grupo para o qual o material didático foi desenvolvido: professores, alunos, comunidade...)

9º ano do Ensino Fundamental

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE PROGRAMAS E POLÍTICAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

ILMA SILVA DOS SANTOS DE SOUZA

O PROCESSO DE APROPRIAÇÃO DA DEMOCRACIA RACIAL DURANTE A

DITADURA MILITAR

Produção didático-pedagógica apresesentada à Secretaria de Estado da Educação do Paraná como parte dos requisitos para a conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE.

Orientadora: profª.drª. Miliandre Garcia de Souza

LONDRINA 2013

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O PROCESSO DE APROPRIAÇÃO DA DEMOCRACIA RACIAL

DURANTE A DITADURA MILITAR

Fonte: PORTAL DO PROFESSOR (2011)

“Todo brasileiro, mesmo o alvo de cabelo louro traz na alma, quando não na alma e no corpo (...) a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro". (Gilberto Freyre)

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OBJETIVOS

Objetivo geral:

� Investigar a ideia de democracia racial em suas múltiplas assimilações durante a

ditadura militar, concentrando-se, de um lado, na sua assimilação instrumentalizada

dos órgãos e agentes vinculados aos governos militares e pela sua revisão crítica

por intelectuais e professores ligados ao ambiente universitário.

Objetivos específicos:

� Entender como se dá o processo de construção da democracia racial e como

esta se relacionada à problemática do racismo na sociedade, em particular no

ambiente escolar;

� Refletir sobre a maneira passiva de racismo e preconceito ocorridos durante o

período de ditadura militar no Brasil;

� Analisar o processo de apropriação da democracia racial no contexto de ditadura

militar;

� Examinar a literatura acerca da democracia racial que propõe uma revisão crítica

desta durante a ditadura militar;

� Analisar como se dá, ainda hoje, a ressonância desse debate na escola em

particular e na sociedade em geral que transita entre a assimilação a crítica com

propósitos políticos como fizeram os agentes da ditadura e sua revisão crítica por

intelectuais naquele contexto.

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INTRODUÇÃO

O desenvolvimento desta Unidade Didática é resultado do Programa de

Desenvolvimento Escolar (PDE) do Estado do Paraná que deu oportunidade aos

professores voltarem às universidades para um aperfeiçoamento e reavaliação de

suas carreiras profissionais.

Ao observarmos a realidade do povo brasileiro, nos deparamos com uma

sociedade multirracial e pluriétnica, perpetua-se a crença de negar a existência de

“racismo, preconceito e discriminação”, que seja este o caminho para se alcançar

uma população justa e igualitária. Em contrapartida, existem diversos registros sobre

as dificuldades encontradas em como se trabalhar nas escolas o racismo,

preconceito e discriminação, visto que o preconceito é, por muitas vezes de forma

inconsciente, praticado por parte dos alunos.

Todo educando possui o direito de ter respeitada sua cultura, assegurado

pela Constituição Federal de 1988, e a violação desse direito acaba, por diversas

vezes, influenciando em todo seu processo educacional, sendo em alguns casos

motivo de reprovação e até de evasão escolar.

O combate ao racismo, ao preconceito e à discriminação no âmbito

escolar deve tomar as mais diferentes formas de valorização do ser humano, povos

e nações, entretanto esta valorização será alcançada quando as pessoas com suas

dessemelhanças, ainda que iguais entre si, passem a respeitar o direito de acesso

aos bens e serviços que a sociedade dispõe e criar outros, bem como de exercer

seus deveres e direitos em benefício próprio e dos demais.

A preocupação de contribuir com as práticas pedagógicas em relação aos

alunos afro descendentes do Colégio Estadual Barão do Cerro Azul – Ensino

Fundamental e Médio do Município de Ivaiporã - Paraná, também a necessidade de

promover a discussão do mito da democracia racial durante a ditadura militar

brasileira, bem como o desenvolvimento de uma postura crítica que confronte

qualquer forma de discriminação, racismo e preconceito no contexto escolar e na

sociedade em que este aluno é incluso, é que decidimos montar esta Unidade

Didática, visando assim facilitar e ampliar as práticas pedagógicas, para que

possamos observar, detectar e ampliar novas práticas educativas no combate ao

racismo.

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Na aplicação deste material pedagógico se pretende envolver os

educandos no projeto para que se percebam, antes de mais nada, como sujeitos da

história. Também para que desenvolvam diferentes habilidades, tais como a

capacidade para refletir sobre os vários tipos de fontes de maneira critica (internet,

livros didáticos, revistas e história contadas por seus descendentes), desenvolver

uma boa leitura, a habilidade de pesquisa e a produção de textos.

As atividades propostas nesta Unidade Didática foram elaboradas para ser

utilizada em sala de aula de ensino de história com alunos do 9º ano do ensino

fundamental do Colégio Estadual Barão do Cerro Azul . Prevemos que sua aplicação

poderá ter a duração de, aproximadamente, 36 horas/aula. Para uma melhor

organização do material e também para que o aluno se oriente, as atividades foram

divididas por temas de acordo com os objetivos propostos, a princípio familiarizando

o aluno com o tema a ser estudado, facilitando assim uma maior compreensão e

com a finalidade de propor uma reflexão crítica das questões abordadas pelos textos

lidos e o tema estudado. Esta proposta didática será avaliada constantemente

durante sua implantação podendo ser alterada de acordo com a necessidade

encontrada no momento da aplicação.

A comunidade do Colégio Estadual Barão do Cerro Azul partilha de várias

culturas como a africana, a ucraniana, a japonesa, entre outras, que hoje não mais

se apresentam em seu estado “puro”, mas vem se fundindo desde o processo de

colonização e imigração no Brasil. A questão da democracia racial merece um

trabalho mais aprofundado, o qual valorize as diversidades culturais do Brasil e onde

cada educando e/ou professor conheça e respeite as diversidades culturais

presentes no ambiente escolar.

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Nome: _____________________________________________________________

Idade: _____________________________________________________________

Bairro em que reside: ________________________________________________

Série em curso: _____________________________________________________

Com quem mora: ____________________________________________________

1- Respondam algumas questões sobre democracia racial, ditadura militar e também

sobre preconceito e o racismo na escola e no seu grupo social de origem.

a) Você sabe como os negros foram trazidos ao Brasil e como eram tratados?

b) O que você entende sobre democracia racial?

c) Você já ouviu alguém comentar a respeito da ditadura militar? Onde e o que

disseram?

d) Você ou alguém próximo a você já sofreu discriminação racial? Relate como foi e

o que você sentiu?

e) Em sua opinião, a população brasileira trata com igualdade negros e brancos?

f) O que pensa sobre o sistema de cotas para negros nas Universidades Públicas?

Comente a sua resposta.

2- Depois de expressar sua opinião sobre o tema acima, use as mesmas questões

para saber o que sua família tem a dizer sobre o assunto. (pai, mãe, responsável, tio,

tia e quem mais conviver com você). Anote todas as respostas para poder comentar

com os colegas na sala de aula.

Obs: conforme for acontecendo a implementação desta Unidade Didática,

estas questões poderão ser retomada para novos esclarecimentos.

O CONHECIMENTO PRÉVIO DOS ALUNOS SOBRE O TEMA “O PROCESSO DE

APROPRIAÇÃO DA DEMOCRACIA RACIAL DURANTE A DITADURA MILITAR”.

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Fruto de anos de luta do Movimento Negro para que o estado brasileiro

reconhecesse o racismo e derrubasse a idéia da democracia racial, foi

promulgada a Lei 10.639/03 que inclui na Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional a obrigatoriedade sobre o estudo sobre a cultura e história afro

brasileira nas instituições públicas e privadas de ensino e as Diretrizes

Curriculares Nacionais para a implementação da Lei.

ATIVIDADES:

1- Depois de comentar sobre os principais artigos da lei e esclarecer as dúvidas dos

alunos, será convidado duas professoras comprometidas com este tema para

ministrar palestras.

2- Fazer uma pesquisa sobre a Lei 10.639/03. Será que esta lei está sendo cumprida

nas escolas? De acordo com o Dieese, 53,9% dos trabalhadores que procuram

emprego há menos de um ano são mulheres e 53,3%, negros. A taxa aumenta entre

os desempregados há mais de um ano: nesta situação, 63,2% são mulheres e

60,6%, negros. Por que será que isto acontece?

3- Vamos ler um pouco mais sobre os negros nas escolas. Depois de lerem o texto,

faremos uma “mesa redonda” para que cada aluno coloque sua opinião a respeito.

Fonte: Estimativa (2013) Fonte: CONSTITUIÇÃO FEDERAL

TEMA I: LEI 10.639/03 Art. 26-a. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, Oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. § 2º - Os Conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileira. Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como “Dia Nacional da Consciência Negra”.

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Desigualdade racial começa na pré-escola

DA EQUIPE DE TRAINEES

O índice de repetência de crianças negras é maior que das brancas desde

a pré-escola, segundo pesquisa realizada pela psicóloga Fúlvia Rosemberg, da

Fundação Carlos Chagas. Baseada na Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por

Domicílio), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a pesquisa

mostra que, das crianças de sete anos ou mais que ainda estão na pré-escola,

63,5% são negras -pretas ou pardas-, enquanto 36,5% são brancas. Segundo a

pesquisadora, a retenção de alunos negros também é maior no ensino fundamental.

Entre os alunos que cursam a pré-escola durante a época considerada normal -com

até seis anos de idade- 43,1% são negras e 56,3% brancas, situação proporcional à

composição racial da população brasileira. A pesquisadora atribui a desigualdade

entre raças no desempenho escolar aos fatores socioeconômicos e ao que chama

de "pessimismo racial", que significa descrença na possibilidade de sucesso do

aluno negro.

Para Rosemberg, uma ideologia racista é transmitida dentro da própria

escola. "A criança negra é considerada, de antemão, o candidato mais provável à

repetência por todo o aparato educacional -do professor ao diretor e ao secretário de

Educação."

A coordenadora de educação infantil do MEC, Stela Maris Oliveira,

discorda que exista racismo por parte no sistema educacional, mas julga

"preocupantes" os dados sobre retenção escolar por raça. "Todos os profissionais da

área devem ficar atentos para não deixar que suas concepções e valores pessoais

interfiram na avaliação que fazem das crianças." Fatores socioeconômicos também

foram levados em consideração pela pesquisa para justificar o alto índice de

repetência de crianças negras na pré-escola. Segundo Fúlvia Rosemberg, o ensino

oferecido a essa população, majoritariamente pobre, é sempre de qualidade inferior

e, muitas vezes, improvisado. "Nosso modelo de expansão educacional permitiu, por

exemplo, que nas áreas mais pobres do país, pessoas sem formação específica se

tornassem professoras da pré-escola."

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O fundador do curso pré-vestibular para negros e carentes Educafro, frei

David Santos, acredita que o negro tem dificuldade em aprender aquilo com que não

se identifica. "O ensino deve partir da cultura do povo, estar ligado à sua realidade.

Os conteúdos que são passados nas escolas brasileiras são comprometidos com

ideais da elite e eurocentrismo." Para o sociólogo Antônio Sérgio Guimarães, 52, da

USP, a desigualdade de oportunidades não basta como explicação. "Muitos

estudantes negros sentem que aquele mundo não é deles. Não há filósofos nem reis

negros nos livros didáticos", diz o professor, organizador de "Tirando a Máscara",

compilação de estudos sobre o negro no Brasil. (EQUIPE DE TRAINEES 2011)

Democracia Racial no Brasil. Mito ou realidade?

\

Fonte: BRASIL ESCOLA (2013)

TEMA II: O MITO DA DEMOCRACIA RACIAL NO BRASIL “Não é que inexista preconceito de raça ou de cor conjugado com o preconceito de classes sociais no Brasil. Existe. Mas ninguém pensaria em ter Igrejas apenas para brancos. Nenhuma pessoa no Brasil pensaria em leis contra os casamentos inter-raciais. Ninguém pensaria em barrar pessoas de cor dos teatros ou áreas residenciais da cidade. Um espírito de fraternidade humana é mais forte entre os brasileiros que o preconceito de raça, cor, classe ou religião. É verdade que a igualdade racial não se tornou absoluta com a abolição da escravidão. (…). Houve preconceito racial entre os brasileiros dos engenhos, houve uma distância social entre o senhor e o escravo, entre os brancos e os negros (…). Mas poucos aristocratas brasileiros eram rígidos sobre a pureza racial, como era a maioria dos aristocratas anglo-americanos do Velho Sul” ( Gilberto Freyre)

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ATIVIDADES:

1- Vamos assistir a um vídeo onde a temática que segundo o criador trata

"Discussão, a partir da questão do sistema de cotas, sobre a falsa ideia de que o

Brasil vive sob a égide de uma "democracia racial". Obs.: Ao longo do vídeo,

adotamos os termos "pretos", "pardos" e "brancos" seguindo a classificação do

IBGE, bem como o fato de que a noção de "raça", apesar de ainda ser utilizada por

alguns pesquisadores, não encontra respaldo nas teorias científicas recentes. A cor

da pele, portanto, é entendida como elemento determinante para a assunção das

diferenças entre as pessoas.”.

Obs: Há também no mesmo site outros vídeos que podem ser explorados por

vocês.

2 - Levantar a discussão sobre o mito da democracia racial.

3- Coletar depoimentos de alunos sobre os acontecimentos em suas vidas ou na

vida de seus antepassados onde existiu ou não esteve presente a democracia racial.

4- Leiam o texto abaixo e depois e façam um comentário por escrito, colocando o

seu ponto de vista a respeito do mesmo.

Democracia Racial

Rainer Souza

No Brasil, a história de seus conflitos e problemas envolveu bem mais do

que a formação de classes sociais distintas por sua condição material. Nas origens

da sociedade colonial, o nosso país ficou marcado pela questão do racismo e,

Disponível: http://www.youtube.com/watch?v=p5Wo6_qumJ - Acesso em 12/10/2013

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especificamente, pela exclusão dos negros. Mais que uma simples herança de nosso

passado, essa problemática racial toca o nosso dia a dia de diferentes formas.

Em nossa cultura poderíamos enumerar o vasto número de piadas e

termos que mostram como a distinção racial é algo corrente em nosso cotidiano.

Quando alguém autodefine que sua pele é negra, muitos se sentem deslocados.

Parece ter sido dito algum tipo de termo extremista. Talvez chegamos a pensar que

alguém só é negro quando tem pele “muito escura”. Com certeza, esse tipo de

estranhamento e pensamento não é misteriosamente inexplicável. O desconforto, na

verdade, denuncia nossa indefinição

mediante a ideia da diversidade

racial.

É bem verdade que o conceito de

raça em si é inconsistente, já que do

ponto de vista científico nenhum

indivíduo da mesma espécie possui

características biológicas (ou

psicológicas) singulares. Porém, o

saber racional nem sempre controla

nossos valores e práticas culturais. A

fenotipia do indivíduo acaba

formando uma série de distinções

que surgem no movimento de

experiências históricas que se configuraram ao longo dos anos. Seja no Brasil ou em

qualquer sociedade, os valores da nossa cultura não reproduzem integralmente as

ideias da nossa ciência.

Dessa maneira, é no passado onde podemos levantar as questões sobre

como o brasileiro lida com a questão racial. A escravidão africana instituída em solo

brasileiro, mesmo sendo justificada por preceitos de ordem religiosa, perpetuou uma

ideia corrente onde as tarefas braçais e subalternas são de responsabilidade dos

negros. O branco europeu e civilizado, tinha como papel, no ambiente colonial,

liderar e conduzir as ações a serem desenvolvidas. Em outras palavras, uns

(brancos) nasceram para o mando, e outros (negros) para a obediência.

No entanto, também devemos levar em consideração que o nosso racismo

veio acompanhado de seu contraditório: a miscigenação. Colocada por uns como

Fonte: ESCREVIVÊNCIA (2013)

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uma estratégia de ocupação, a miscigenação questiona se realmente somos ou não

pertencentes a uma cultura racista. Para outros, o mestiço definitivamente comprova

que o enlace sexual entre os diferentes atesta que nosso país não é racista. Surge

então o mito da chamada democracia racial.

Sistematizado na obra “Casa Grande & Senzala”, de Gilberto Freyre, o

conceito de democracia racial coloca a escravidão para fora da simples ótica da

dominação. A condição do escravo, nessa obra, é historicamente articulada com

relatos e dados onde os escravos vivem situações diferentes do trabalho

compulsório nas casas e lavouras. De fato, muitos escravos viveram situações em

que desfrutavam de certo conforto material ou ocupavam posições de confiança e

prestígio na hierarquia da sociedade colonial. Os próprios documentos utilizados na

obra de Freyre apontam essa tendência.

Porém, a miscigenação não exclui os preconceitos. Nossa última

constituição coloca a discriminação racial como um crime inafiançável. Entre nossas

discussões proferimos, ao mesmo tempo, horror ao racismo e admitimos

publicamente que o Brasil é um país racista. Tal contradição indica que nosso

racismo é velado e, nem por isso, pulsante. Queremos ter um discurso sobre o

negro, mas não vemos a urgência de algum tipo de mobilização a favor da resolução

desse problema.

Ultimamente, os sistemas de cotas e a criação de um ministério voltado

para essa única questão demonstram o tamanho do nosso problema. Ainda

aceitamos distinguir o negro do moreno, em uma aquarela de tons onde o último

ocupa uma situação melhor que a do primeiro. Desta maneira, criamos a estranha

situação onde “todos os outros podem ser racistas, menos eu... é claro!”. Isso nos

indica que o alcance da democracia é um assunto tão difícil e complexo como a

nossa relação com o negro no Brasil. (SOUZA, 2013)

5- SEMINÁRIO - O desenvolvimento do seminário será realizado por meio de

palestras com profissionais da educação através das quais os alunos poderão sanar

suas dúvidas com perguntas.

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Um grande marco na luta contra o racismo foi o surgimento, em 1978, do

Movimento Negro Unificado (MNU). Em plena ditadura militar, negros e negras

foram às ruas denunciar e exigir providências contra atos de racismo e sobre o

assassinato de um operário negro.

A POPULAÇÃO NEGRA BRASILEIRA: TRAJETÓRIA DE LUTAS E REIVINDICAÇÕES

Nilma Lino Gomes

Várias pesquisas têm revelado a luta da população negra pela superação

do racismo ao longo da história do nosso país. Uma trajetória que se inicia com os

quilombos, os abortos, os assassinatos de senhores nos tempos da escravidão, tem

ativa participação na luta abolicionista e adentra os tempos da república com as

organizações políticas, as associações, a imprensa negra, entre outros. Também no

período da ditadura militar várias foram as ações coletivas desencadeadas pelos

negros em prol da liberdade e da democracia.

Fonte: GELEDÉS INSTITUTO DA MULHER NEGRA (2013)

TEMA III – Ideologia da Ditadura. O que se percebia era um trânsito entre uma ideologia da repressão política dos anos 70 (simbolizada na Escola Superior de Guerra, think tank da doutrina da ditadura militar) com a segurança pública do início do século XXI, principalmente quando os governos brasileiros eleitos em 1989, 1994 e 1998 inseriram o país na doutrina neoliberal que significou uma intensificação da concentração de renda. A lógica dos interrogatórios com requintes de tortura nas delegacias, a postura ostensivamente violenta dos agentes da PM nas ruas, a manipulação de provas, entre outras coisas, até mesmo a postura quase que institucional de justificar os atos violentos da polícia como reação à suposta resistência da vítima lembra estes períodos da repressão política.

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É na década de 80, do século XX, durante o processo de abertura política

e redemocratização da sociedade que assistimos à uma nova forma de atuação

política dos negros e negras brasileiros. Estes passaram a atuar ativamente por meio

dos novos movimentos sociais, sobretudo os de caráter identitário trazendo um outro

conjunto de problematização e novas formas de atuação e reinvindicação política. O

Movimento Negro indaga a exclusividade do enfoque sobre a classe social presente

nas reivindicações e denúncias da luta dos movimentos sociais da época. As suas

reivindicações assumem um caráter muito mais profundo: indagam o Estado, a

esquerda brasileira e os movimentos sociais sobre o seu posicionamento neutro e

omisso diante da centralidade da raça na formação do país.

O Movimento Negro reivindica que a questão racial deveria ser

compreendida como uma forma de opressão e exploração estruturante das relações

sociais e econômicas brasileiras, acirrada pelo capitalismo e pela desigualdade

social. Essa postura traz tensões no interior dos grupos reivindicativos dos anos 80 e

90. A esquerda brasileira é cobrada a se

posicionar contra a exploração capitalista

e também contra o racismo. Tal cobrança

acabou por desvelar a forma insidiosa de

o racismo se propagar, inclusive, dentro

dos setores considerados progressistas.

Ao depositar todas as forças de

superação do capitalismo via a ruptura da

estrutura de classes e instauração do

socialismo, a esquerda brasileira com

seus discursos e práticas políticas acabava por alimentar a idéia de que a questão

racial estava subsumida na classe e desprezava a luta do Movimento Negro. Esse

processo trouxe, no final dos anos 80 e início dos anos 90, tensões, críticas e

rupturas entre integrantes do Movimento Negro, os partidos de esquerda e as

entidades dos ditos novos movimentos sociais.

Todo esse processo resultou em um amadurecimento e mudança de rumo

do Movimento negro no terceiro milênio. A partir desse momento, as suas

reivindicações passam a focar uma outra intervenção política: a denúncia da postura

de neutralidade do Estado frente a desigualdade racial reivindicando do mesmo a

adoção de políticas de ação afirmativa e a intervenção no interior do próprio Estado

Page 18: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ditadura militar, concentrando-se, de um lado, na sua assimilação instrumentalizada dos órgãos e agentes vinculados aos governos

mediante a inserção de ativistas e intelectuais do Movimento Negro nas

administrações municipais e estaduais de caráter progressista e no próprio governo

federal. No entanto, mesmo quando essa inserção acontece, ao ser comparado com

o segmento branco da população, acaba por revelar a continuidade da desigualdade.

Os negros ainda encontram-se, na sua maioria, representados de forma precária e,

por vezes, subalterna, nos escalões do poder.

Essa trajetória histórica e política do Movimento Negro se desenvolve

imersa nas várias mudanças vividas pela sociedade brasileira ao longo dos últimos

anos e se dá de forma articulada com as transformações na ordem internacional, o

acirramento da globalização capitalista e a construção das lutas contra-

hegemôncias. (GOMES, 2010)

ATIVIDADES:

1- Depois de ler o texto acima, que fala a respeito das repreensões políticas dos

movimentos socialistas, comente o que você já ouviu seus pais comentarem a

respeito do golpe de 1964 e da Ditadura Militar. O que eles pensam a respeito da

ditadura daquele tempo e da democracia de hoje?

2- Façam uma pesquisa sobre presos políticos da ditadura militar e sobre as torturas

físicas e psicológicas a que eles eram expostos.

3- Vamos nos divertir, procurando as palavras listadas no caça palavras abaixo,

relacionando-as com o texto acima.

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Tratar da importância e valorização da cultura negra dentro da escola, criando

espaços para manifestações artísticas que proporcionem reflexão crítica da

realidade e afirmação positiva dos valores culturais negros pertencentes a

nossa sociedade, estimula a não desigualdade escolar.

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O Povo Brasileiro

Rosa Margarida de Carvalho Rocha

Antes da chegada de Cabral, já existiram nesta terra aproximadamente

seis milhões de habitantes, de diferentes povos indígenas. Cada povo tinha seus

costumes, sua língua, suas crenças, seu modo de vida.

Os portugueses colonizadores tinham como objetivo explorar as riquezas

do Brasil. Chegaram aqui, portanto, pensando em ganhar dinheiro e prestígio social.

Com esse propósito, iniciaram, em 1502, a exploração do pau-brasil.

Embora esta extração tivesse começado dois anos após o descobrimento, a fixação

dos portugueses na Colônia só ocorre, de fato, com o cultivo da cana de açúcar.

No século XVI, negros africanos foram trazidos à força para trabalhar nas

lavouras como escravos. Desembarcaram no Brasil negros de diferentes nações

africanas. Traziam conhecimentos agrícolas de como trabalhar o bronze, o cobre, o

ouro e a madeira. Havia também, entre eles, muitos tecelões, ferreiros e artesões.

Financiados pelos governos provinciais e imperial, imigrantes de variadas

nacionalidades aqui estiveram. Italianos, espanhóis, russos, ucranianos, turcos,

Fonte: MUNDO TEEN-2009

TEMA IV – CONSCIÊNCIA NEGRA NA ESCOLA. “A falta de valorização da cultura negra dentro da escola e na sociedade brasileira de forma geral, pode ser uma possibilidade para explicar a maior incidência das situações de fracasso escolar entre os alunos negros. Desde 2003, está em vigor no Brasil a Lei 10.639, que inclui no currículo oficial das redes de ensino a obrigatoriedade de temáticas referentes à história e cultura afro-brasileira. “Nós não valorizamos a diversidade no Brasil. Precisamos trabalhar a tolerância” (MANDELLI, 2013) :

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sírios, japoneses e chineses vieram trabalhar no Brasil, fugindo das guerras ou para

conseguir vida melhor do que sua terra.

Formou-se, então, no Brasil, uma grande mistura racial. O Brasil se tornou

um país mestiço.

Mas existem pessoas que não aceitam isso. Se você é uma delas, basta

investigar os seus antepassados: de onde você veio? E seu avô? E sua Avó? E suas

bisavós?

Nas veias da maioria dos brasileiros corre sangue índio, negro e branco.

Muitas pessoas ainda acreditam que, no Brasil, as relações raciais são

totalmente harmônicas, isto é, vivemos em uma verdadeira "democracia racial". A

história não é bem assim não!

No início da colonização, a elite brasileira considerava índios e negros

como seres inferiores, enalteciam apenas a sua própria cultura e desqualificava os

valores culturais desses dois povos.

Houve, sim, miscigenação entre brancos, negros e índios, mas isto não

impediu que se formasse, no Brasil, uma sociedade racista.

Carregamos, dentro de nós, a herança de todas as culturas e sabemos,

hoje, pelas mais modernas experiências feitas no campo da biologia e genética, que

as várias características externas do ser humano como a cor da pele, o formato do

nariz, os pelos são apenas formas de adaptação do ser humano ao ambiente. A

estrutura genética é idêntica nos vários grupos humanos. Fica a indagação: se,

geneticamente, não há como definir raça, por que existir racismo, então? (ROCHA,

2006)

ATIVIDADES:

1- Após lerem o texto, analisem:

a- Como aconteceu a formação do povo brasileiro;

b- A presença da população afro-brasileira na construção social e cultural do

Brasil;

c- A Democracia racial realmente existe;

d- Falsa democracia racial e o racismo ainda são sinônimos do nosso Brasil?

2- A partir do contorno do mapa do Brasil, identifique os povos que ajudaram a

formar a sociedade brasileira:

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Fonte: BLOG DO CARZEM, 2009

a -Para a realização desta atividade, levaremos os alunos até a sala de informática e

biblioteca, para que eles possam pesquisar em qual região do Brasil cada povo se

instalou ou já estava instalado inicialmente.

b- No dia da atividade contar com os seguintes materiais: tesouras sem ponta; cola,

papel Paraná e revistas para recorte.

c- No papel Paraná deverá ser desenhado os contornos do mapa brasileiro e cada

educando deverá colar imagens que representem as características da população

brasileira, tomando sempre o cuidado para não definir um padrão fixo para cada

povo, deixando que o aluno usar sua imaginação.

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3- Escolher um grupo que goste de dança, para poder se apresentar na hora do

intervalo para todos da escola. Os meninos poderão dançar capoeira e as meninas

danças africanas.

4- Que tal cantarmos um pouco? Vamos descobrir como a música também pode

ajudar na reflexão sobre a questão do preconceito em nossa sociedade. Vamos

cantar? Prestem atenção na letra da música “Lavagem Cerebral”, de Gabriel o

Pensador, que fala sobre o racismo no Brasil.

Fonte: WIKIPÉDIA, 2003

Lavagem Cerebral

Composição: Gabriel O Pensador

Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano "O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a água do mar" Racismo, preconceito e discriminação em geral; É uma burrice coletiva sem explicação Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união. Mas demonstra claramente Infelizmente Preconceitos mil De naturezas diferentes. Mostrando que essa gente. Essa gente do Brasil é muito burra E não enxerga um palmo à sua frente Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente Eliminando da mente todo o preconceito E não agindo com a burrice estampada no peito A "elite" que devia dar um bom exemplo É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento Num complexo de superioridade infantil Ou justificando um sistema de relação servil

Vídeo disponível no site: http://www.youtube.com/watch?v=mKDViKYxfPI&featur

e=player_detailpage

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E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação Não tem a união e não vê a solução da questão Que por incrível que pareça está em nossas mãos Só precisamos de uma reformulação geral Uma espécie de lavagem cerebral Racismo é burrice Não seja um imbecil Não seja um ignorante Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante O quê que importa se ele é nordestino e você não? O quê que importa se ele é preto e você é branco Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços Se você discorda, então olhe para trás Olhe a nossa história Os nossos ancestrais O Brasil colonial não era igual a Portugal A raiz do meu país era multirracial Tinha índio, branco, amarelo, preto Nascemos da mistura, então por que o preconceito? Barrigas cresceram O tempo passou Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor Uns com a pele clara, outros mais escura Mas todos viemos da mesma mistura Então presta atenção nessa sua babaquice Pois como eu já disse racismo é burrice Dê a ignorância um ponto final: Faça uma lavagem cerebral Racismo é burrice Negro e nordestino constroem seu chão Trabalhador da construção civil conhecido como peão No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou o que lava o chão de uma delegacia É revistado e humilhado por um guarda nojento Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino e a todos nós Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói O preconceito é uma coisa sem sentido Tire a burrice do peito e me dê ouvidos Me responda se você discriminaria O Juiz Lalau ou o PC Farias Não, você não faria isso não Você aprendeu que preto é ladrão Muitos negros roubam, mas muitos são roubados E cuidado com esse branco aí parado do seu lado Porque se ele passa fome Sabe como é: Ele rouba e mata um homem Seja você ou seja o Pelé Você e o Pelé morreriam igual Então que morra o preconceito e viva a união racial Quero ver essa música você aprender e fazer A lavagem cerebral Racismo é burrice O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista É o que pensa que o racismo não existe O pior cego é o que não quer ver E o racismo está dentro de você Porque o racista na verdade é um tremendo babaca Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca E desde sempre não para pra pensar Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar

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E de pai pra filho o racismo passa Em forma de piadas que teriam bem mais graça Se não fossem o retrato da nossa ignorância Transmitindo a discriminação desde a infância E o que as crianças aprendem brincando É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando Nenhum tipo de racismo - eu digo nenhum tipo de racismo - se justifica Ninguém explica Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural Todo mundo que é racista não sabe a razão Então eu digo meu irmão Seja do povão ou da "elite" Não participe Pois como eu já disse racismo é burrice Como eu já disse racismo é burrice Racismo é burrice E se você é mais um burro, não me leve a mal É hora de fazer uma lavagem cerebral Mas isso é compromisso seu Eu nem vou me meter Quem vai lavar a sua mente não sou eu É você. Fonte: PORTAL DO PROFESSOR,2010.

4- Após ouvirem a música, vamos analisar alguns aspectos que se destacam na letra

composta pelo mesmo cantor Gabriel o Pensador:

a- Você concorda com a afirmação do autor de que o racismo é ignorância?

Justifique sua resposta.

b- Por que o autor diz que este país é hospitaleiro com os estrangeiros e, muitas

vezes, hostil com sua população?

c- Você também pensa que existe por aqui muito racismo camuflado e todo mundo

faz questão de não enxergar?

d- Segundo a Constituição Brasileira, qualquer pessoa que se sentir humilhada,

desprezada, discriminada, etc. por sua cor de pele, religião, opção sexual, pode

recorrer a um processo judicial contra quem cometeu tal atrocidade. Você acha que

a Constituição ajuda a combater o racismo e outros preconceitos no Brasil?

Justifique.

e- Você acha que precisamos mudar essa difícil realidade! A que o compositor se

refere? O que tem que ser diferente?

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CONHEÇA A HISTÓRIA DE ALGUNS HERÓIS E HEROÍNAS NEGRAS DO

BRASIL E DO MUNDO.

Fonte: MULTIVERSOS DA PALAVRA (2011)

TEMA V – GRANDES HERÓIS QUE MODIFICARAM A HISTÓRIA DO BRASIL E DO MUNDO O silêncio existente sobre a participação do negro na história do Brasil retrata um dos aspectos perversos do racismo na sociedade brasileira. No ensino de história é negado o protagonismo negro e aprendemos erroneamente que as grandes lideranças, os grandes feitos das personalidades do país, foram protagonizados somente pelos brancos.

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1- ANDRÉ REBOUÇAS -

Fonte: AMAIVOS (2005) André Pinto Rebouças nasceu em plena

Sabinada, a insurreição baiana contra o

governo regencial. Seu pai era Antônio

Pereira Rebouças, um mulato autodidata que

obteve o direito de advogar, representou a

Bahia na Câmara dos Deputados em

diversas legislaturas e foi conselheiro do

Império. Sua mãe, Carolina Pinto Rebouças,

era filha do comerciante André Pinto da

Silveira.

O LEGADO DE ANDRÉ REBOUÇAS

1 - Sua insistência na importância dos portos e estradas ressurgiu, em escala

amplificada, no Brasil moderno, com os chamados “corredores de exportação”,

implementado nos anos 1980 com a finalidade de embarque de mercadorias, como

ele previra.

2- Saneamento da Baixada Fluminense. Sua proposta de transformá-la numa

Nova Amsterdam não se concretizou. Mas surgiram inúmeras cidades sem os

requisitos sanitários e urbanísticos que ele recomendou.

3- Propôs a criação de estradas inter-oceânicas que se concretizaram no século

seguinte.

4 - Recomendou a criação de parques florestais pelo país. Hoje, há inúmeros

parques. Sua recomendação fora baseada por uma obra que lera sobre “Yellow-

Show Park”, nos Estados Unidos.

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5 - Se preocupou com o saneamento das baías de Guanabara e Sepetiba, no Rio

de Janeiro, que hoje causam problemas ambientais.

6 - Propôs a criação de um sistema habitacional humanizado e amplo para as

populações de baixa renda.

7 - Defendeu a reforma agrária – um de seus precursores no Brasil –- e se bateu

contra o latifúndio.

8 - Defendeu a imigração européia e ficou contra a imigração asiática.

9 - Criou a proposta da higiene pública para tornar a cidade mais habitável, limpa

e confortável para seus habitantes.

10 - Foi o primeiro engenheiro brasileiro a realizar ensaios para suas obras com

cimento, impermeabilizantes para estacas e com madeiras para o mesmo fim.

11 - Teve ampla visão do emprego da madeira para o futuro das obras no país.

12 - Incentivou a navegação no interior aumentando, assim, as possibilidades

marítimas do Brasil.

13 - Copiando o que os ingleses fizeram na Índia, no combate às secas, propôs a

criação de uma malha ferroviária densa no nordeste, para facilitar o êxodo e a

remessa de recursos aos flagelados. Essa proposta mais tarde se concretizou.

Foi precursor e solidarizou-se com as seguintes questões:

- A cremação de cadáveres

- A conservação de áreas florestais

- O imposto territorial como meio de nacionalização do solo

- Construção de restaurantes para operários de obras

- A difusão de cooperativas

- A descentralização governamental

- A liberdade de comércio e abolição de direitos protecionistas

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- Investimentos públicos e privados no sertão

- A arbitragem nos conflitos internacionais

- Foi introdutor de diversas técnicas na engenharia militar, florestal, portos,

navegação, ferrovia e hidrovias

- Criou inúmeras cadeiras de engenharia na antiga Escola Politécnica do Largo de

São Francisco no Rio de Janeiro. UNIP (2009)

2- LUIZ GAMA

GENEROSO

Filho de uma escrava,

Gama não cobrava para

obter a alforria de seus

clientes

Ele tinha apenas 10 anos

de idade quando o pai,

arruinado por dívidas de

jogo, vendeu-o a um

traficante de escravos, em 1840. Numa tacada só, perdeu a família, os direitos, a

dignidade, e poderia ter perdido o futuro se não fosse um predestinado a superar

dificuldades vida afora. Luiz Gonzaga Pinto da Gama (1830-1882) conseguiu

aprender a ler e a escrever aos 17 anos, com a ajuda de um amigo, e mudou

radicalmente a biografia que parecia ser seu destino: trabalhar, trabalhar e morrer

anônimo, como acontecera a tantos outros negros brasileiros. Luiz Gama, como ficou

conhecido, deixou de ser escravo em 1848, aos 18 anos. Para conseguir a mudança

de status, comprovou, com documentos, que era filho de pai livre, um fidalgo

português, e mãe negra liberta. Virou advogado, além de poeta, e trabalhou

incansavelmente pela causa abolicionista. Advogava de graça para escravos

desesperados que batiam à sua porta e triunfou em tribunais, onde devolveu a

liberdade a mais de 500 pessoas. Nunca revelou o nome de seu pai. Se por um lado

poupou-o de ser excomungado pelo gesto vil de vender um filho, por outro,

preservou a si mesmo de ter de carregar o nome do traiçoeiro progenitor. A leitura de

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sua história, agora recontada nos recém-lançados livros “O Advogado dos Escravos”

(Lettera.doc), de Nelson Câmara, e “Luiz Gama” (Selo Negro), de Luiz Carlos

Santos, só nos faz lamentar um descompasso: que ele tenha morrido pouco antes da

Abolição da Escravatura no Brasil, em 1888. Fonte: ISTO É INDEPENDENTE (2010)

3- MARTIN LUTHER KING JUNIOR

Fonte: FRASES E CITAÇÕES, (2013) Biografia

- Marthin Luther King nasceu em 15 de janeiro de 1929 na cidade de Atlanta (estado da Geórgia).

- Formou-se em sociologia em 1948 na Morehouse College.

- Em 1951 formou-se no Seminário Teológico Crozer.

- Em 1954, tornou-se pastor da Igreja Batista da cidade de Montgomery (estado da Virgínia).

- Em 1953, casou-se com Coretta Scott King com quem teve quatro filhos.

- Em 1955, tornou-se Phd em Teologia Sistemática pela Universidade de Boston.

- Em 1955, foi um dos líderes ao boicote às empresas de ônibus da cidade de Montgomery. Este boicote era para pressionar o governo a acabar com a discriminação que havia contra os negros no transporte público dos Estados Unidos. A Suprema Corte Americana acatou as reivindicações dos ativistas e terminou com a discriminação no sistema de transportes públicos.

- Em 1957, participou da fundação da Conferência de Liderança Cristã do Sul. Luther King liderou a CLCS, que lutava pelos direitos civis.

Como pastor evangélico e ativista Norte Americano, Marthin lutou combatendo o preconceito e o racismo. Defendia a luta pacífica, baseada no amor ao próximo e na igualdade de direitos para assim construir um mundo melhor.

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- Na década de 1960, Luther King liderou várias marchas de protesto e manifestações pacíficas em defesa dos direitos iguais entre brancos e negros e o fim do preconceito e da discriminação racial.

- Em 14 de outubro de 1964, Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz em função de seu trabalho, combatendo pacificamente o preconceito racial nos Estados Unidos.

- Em 1967, King fez vários discursos protestando contra a participação dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã.

- Em 1968, King organizou a Campanha dos Pobres, pregando a justiça social e econômica.

- Em função de sua atuação social e política, Luther King despertou muito ódio naqueles que defendiam a segregação racial nos Estados Unidos. Durante quase toda sua vida adulta, foi constantemente ameaçado de morte por estas pessoas e grupos.

- Na manhã de 4 de abril de 1968, antes de uma marcha, Martin Luther King foi assassinado no quarto de um hotel na cidade de Memphis.

- Sua atuação política e social foi fundamental nas mudanças que ocorreram nas leis dos Estados Unidos nas décadas de 1950 e 1960. As leis segragacionistas foram caindo, dando espaço para uma legislação mais justa e igualitária. Embora sua atuação tenha sido nos Estados Unidos, Luther King é até hoje lembrado nos quatro cantos do mundo como símbolo de luta pacífica pelos direitos civis.

Frases de Luther King

- "Um líder verdadeiro, em vez de buscar consenso, molda-o”.

- "O que mais preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.

- "Quase sempre minorias criativas e dedicadas transformam o mundo num lugar melhor".

- "Se um homem não descobriu algo por que morrer, ele não está preparado para viver”.

- "Sonho com o dia em que a justiça correrá como água e a retidão como um caudaloso rio”.

- "O ser humano deve desenvolver, para todos os seus conflitos, um método que rejeite a vingança, a agressão e a retaliação. A base para esse tipo de método é o amor”.

- "A Verdadeira paz somente não é a falta de tensão, é a presença de justiça”.

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- "Nós temos que combinar a dureza da serpente com a suavidade da pomba, uma mente dura e um coração tenro”.

- "Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância sincera e a estupidez conscienciosa”.

- "O Amor é a única força capaz de transformar um inimigo num amigo”. Fonte: SUA PESQUISA (20013)

4- NELSON MANDELA

Luta contra o apartheid Fonte: HISTORY (2013)

O apartheid, que significa "vida separada", era o regime de segregação

racial existente na África do Sul, que obrigava os negros a viverem separados. Os

brancos controlavam o poder, enquanto o restante da população não gozava de

vários direitos políticos, econômicos e sociais.

Ainda estudante de Direito, Mandela começou sua luta contra o regime do

apartheid. No ano de 1942, entrou efetivamente para a oposição, ingressando no

Congresso Nacional Africano (movimento contra o apartheid). Em 1944, participou

da fundação, junto com Oliver Tambo e Walter Sisulu, da Liga Jovem do CNA.

Durante toda a década de 1950, Nelson Mandela foi um dos principais

membros do movimento anti-apartheid. Participou da divulgação da “Carta da

Liberdade”, em 1955, documento pelo qual defendiam um programa para o fim do

regime segregacionista.

Nelson Rolihlahla Mandela é um advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, ganhador do Prêmio Nobel da Paz

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Mandela sempre defendeu a luta pacífica contra o apartheid. Porém, sua

opinião mudou em 21 de marco de 1960. Neste dia, policiais sul-africanos atiraram

contra manifestante negros, matando 69 pessoas. Este dia, conhecido como “O

Massacre de Sharpeville”, fez com que Mandela passasse a defender a luta armada

contra o sistema.

Em 1961, Mandela tornou-se comandante do braço armado do CNA,

conhecido como "Lança da Nação". Passou a buscar ajuda financeira internacional

para financiar a luta. Porém, em 1962, foi preso e condenado a cinco anos de

prisão, por incentivo a greves e viagem ao exterior sem autorização. Em 1964,

Mandela foi julgado novamente e condenado a prisão perpétua por planejar ações

armadas.

Mandela permaneceu preso de 1964 a 1990. Neste 26 anos, tornou-se o

símbolo da luta anti-apartheid na África do Sul. Mesmo na prisão, conseguiu enviar

cartas para organizar e incentivar a luta pelo fim da segregação racial no país.

Neste período de prisão, recebeu apoio de vários segmentos sociais e governos do

mundo todo.

Com o aumento das pressões internacionais, o então presidente da África

do Sul, Frederik de Klerk solicitou, em 11 de fevereiro de 1990, a libertação de

Nelson Mandela e a retirada da ilegalidade do CNA (Congresso Nacional Africano).

Em 1993, Nelson Mandela e o presidente Frederik de Klerk dividiram o Prêmio

Nobel da Paz, pelos esforços em acabar com a segregação racial na África do Sul.

Em 1994, Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África do

Sul. Governou o país até 1999, sendo responsável pelo fim do regime

segregacionista no país e também pela reconciliação de grupos internos.

Com o fim do mandato de presidente, Mandela afastou-se da política dedicando-se

a causas de várias organizações sociais em prol dos direito humanos. Já recebeu

diversas homenagens e congratulações internacionais pelo reconhecimento de sua

vida de luta pelos direitos sociais.

Algumas frases de Nelson Mandela

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- "Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que

foram feitos para viverem como irmãos."

-"Uma boa cabeça e um bom coração formam uma formidável combinação."

- "Não há caminho fácil para a Liberdade”.

- "A queda da opressão foi sancionada pela humanidade, e é a maior aspiração de

cada homem livre”.

- "A luta é a minha vida. Continuarei a lutar pela liberdade até o fim de meus dias."

- "A educação é a arma mais forte que você pode usar para mudar o mundo”.

Dia Internacional de Nelson Mandela

- A partir de 2010, será celebrado em 18 de julho de cada ano o Dia internacional de

Nelson Mandela. A data foi definida pela Assembleia Geral da ONU e corresponde ao

dia de seu nascimento. Fonte: SUA PESQUISA (2013)

5- ZUMBI DOS PALMARES

Zumbi dos Palmares: um símbolo de resistência e luta contra a escravidão.

Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi um dos

principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil

Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos

fugitivos das fazendas. O Quilombo dos

Palmares estava localizado na região da Serra

da Barriga, que, atualmente, faz parte do

município de União dos Palmares (Alagoas). Na

época em que Zumbi era líder, o Quilombo dos

Palmares alcançou uma população de

aproximadamente trinta mil habitantes. Nos

quilombos, os negros viviam livres, de acordo

com sua cultura, produzindo tudo o que

precisavam para viver. Embora tenha nascido Fonte: RICMAIS (2012)

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livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue a um

padre católico, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua

portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa.

Porém, aos 15 anos de idade, voltou para viver no quilombo.

No ano de 1675, o quilombo é atacado por soldados portugueses. Zumbi

ajuda na defesa e destaca-se como um grande guerreiro. Após uma batalha

sangrenta, os soldados portugueses são obrigados a retirar-se para a cidade de

Recife. Três anos após, o governador da província de Pernambuco aproxima-se do

líder Ganga Zumba para tentar um acordo, Zumbi coloca-se contra o acordo, pois não

admitia a liberdade dos quilombolas, enquanto os negros das fazendas

continuariam aprisionados. Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do

quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo.

Durante seu “governo” a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias

contra os soldados portugueses. O líder Zumbi mostra grande habilidade no

planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos

militares. O bandeirante Domingos Jorge Velho organiza, no ano de 1694, um grande

ataque ao Quilombo dos Palmares. Após uma intensa batalha, Macaco, a sede do

quilombo, é totalmente destruída. Ferido, Zumbi consegue fugir, porém é traído por

um antigo companheiro e entregue as tropas do bandeirante. Aos 40 anos de idade,

foi degolado em 20 de novembro de 1695.

Importância de Zumbi para a História do Brasil

Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo

da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e

pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é

lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência

Negra. Fonte: SUA PESQUISA (2013).

ATIVIDADES:

1- Façam uma pesquisa de outros homens e mulheres negras que foram e que são

heróis até hoje na história do Brasil.

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2- Pelos relatos dos historiadores façam uma comparação entre o preconceito racial

existente nos séculos anteriores e os dias de hoje. Você acha que mudou muita

coisa? Explique sua resposta.

3- O que você pensa a respeito do sistema de cotas para negros e deficientes

entrarem nas universidades públicas.

4- Para finalizar nosso trabalho, vamos assistir “Vista a minha pele”, um vídeo onde o

autor tem a intenção de mostrar aos brancos como seria se eles é que fossem os

escravizados ou sofressem racismo, é uma história ao contrário que nos faz pensar

melhor antes de descriminarmos qualquer pessoa.

Vídeo disponível no site: <http://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM> -

Acesso em 22/10/13

Neste site há também outras versões do

mesmo tema que os alunos poderão ver

mais tarde.

Após assistirem ao filme coloquem sua impressão a respeito do que viram. Como

seria se realmente a nossa história fosse invertida, será que a cor da pele de uma

pessoa pode mudar a sua história? Elaborem um texto a respeito do assunto.

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OBRIGADA

Sou Negro

SOLANO TRINDADE

Sou negro meus

avós foram queimados pelo sol da África

minh`alma recebeu o batismo dos tambores

atabaques, gongôs e agogôs

Contaram-me que meus avós

vieram de Loanda

como mercadoria de baixo preço

plantaram cana pro senhor de engenho novo

e fundaram o primeiro Maracatu

Depois meu avô brigou como um danado

nas terras de Zumbi

Era valente como quê

Na capoeira ou na faca

escreveu não leu

o pau comeu

Não foi um pai João

humilde e manso

Mesmo vovó

não foi de brincadeira

Na guerra dos Malês

ela se destacou

Na minh`alma ficou

o samba

o batuque

o bamboleio

e o desejo de libertação (TRINDADE 1961)

Fonte: BLOG DO JEFFCELOPHANE (2010)

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