os desafios da escola pÚblica paranaense na …...de denominadores iguais e diferentes e resolver...
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
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UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA COMO SUPORTE PEDAGÓGICO PARA
SE TRABALHAR OS CONCEITOS DA ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO: uma
intervenção com os alunos do 7° ano do Ensino Fundamental
Sonia Aparecida de Paula Pellegrini 1
Resumo: O trabalho a seguir trata da implementação e análise de uma sequência didática
de atividades para o ensino da adição e subtração de frações, desenvolvida na disciplina de
matemática 2015/08, para tal tivemos o auxílio da metodologia da Engenharia Didática, este
procedimento metodológico baseou-se em atividade de pesquisa e análise de materiais que
tratam de frações, sendo resultado da produção didática realizada como requisito parcial do
Programa de Desenvolvimento Educacional. O trabalho foi desenvolvido com trinta alunos
do 7° ano do Ensino Fundamental, cujo o objetivo foi proporcionar um nível maior de
compreensão dos conceitos da adição e subtração de fração, analisar as contribuições que
uma sequência didática que trabalhe este conteúdo pode oferecer para a compreensão e
desenvolvimento do processo de aprendizagem. A metodologia ora proposto é de cunho
qualitativo, já que considera a existência de uma relação dinâmica entre o mundo real e o
sujeito. Finalmente, constatamos que a metodologia da Engenharia Didática e as atividades
propostas favoreceram a evolução do conhecimento informal para a formal. Que os alunos
resolvem os problemas de forma prática, aplicando os conceitos da adição e subtração com
frações estabelecendo relação com o significado estudado, construindo o conhecimento de
acordo com suas necessidades.
Palavras chave: Adição e subtração de frações. Engenharia Didática. Aluno.
1 Introdução
A consciência da dificuldade que os alunos, em geral, apresentam em
compreender os conceitos e operar com Números Racionais, juntamente com
resultados de pesquisas e os baixos resultados de avaliações realizadas pelo Ideb,
Prova Brasil, Provinha Brasil, Saresp, Enem e SAEB em todo o Brasil. Neste sentido,
optou-se por desenvolver este trabalho, acreditando que esta prática pedagógica de
se aliar os materiais manipuláveis à metodologia da Engenharia Didática possa
contribuir com o ensino de Matemática, possibilitando ao aluno uma aprendizagem
significativa da Matemática a partir de atividades que propicie entender e estabelecer
1
� Professora participante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, Turma 2014
– SEED/PR, Especialista em Ensino de Matemática, Professora da Rede Pública Estadual na cidade
de Goioerê – Paraná. E-mail: [email protected]
../../../../../../../SÔNIA%20PELEGRINI-2016/C:/Users/Sonia/Downloads/[email protected]
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conexões entre conceitos e situações do cotidiano. Sendo assim, foi desenvolvido
uma sequência didática de atividades com problemas da adição e subtração de
frações. Com esta perspectiva, o projeto: “Uma sequência didática Matemática como
suporte pedagógico para trabalhar os conceitos da adição e subtração de fração
com alunos do 7° ano do Ensino Fundamental” apresentado ao Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE é parte integrante às atividades da formação
continuada da Rede Estadual de Educação do Paraná. Foi desenvolvido com trinta
alunos do 7° ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Jardim Universitário,
Município de Goioerê - Paraná, no período de agosto a setembro de 2015.
O objetivo desta proposta é proporcionar um nível maior de compreensão do
conceitos da adição e subtração de frações e a partir das contextualizações feitas,
analisar as contribuições que esta sequência oferece para compreensão e
desenvolvimento do processo da aprendizagem dos alunos.
Partindo de uma aprendizagem não simbólica das operações com frações,
com o intuito de dar significado ao ensino das operações com números racionais,
para que o aluno compreenda e identifique as diferenças entre operar com frações
de denominadores iguais e diferentes e resolver problemas, com o intuito de dar
significado ao ensino das operações com números racionais, para que o aluno
compreenda e identifique as diferenças entre operar com frações de denominadores
iguais e diferentes e resolver problemas, foi utilizada a metodologia da Engenharia
Didática da Matemática, aliada ao uso de materiais manipuláveis com atividades e
problemas, oportunizando ao aluno a construção do conhecimento, estabelecendo
relações com situações reais e atribuindo significado às operações.
Pensando em criar um ambiente de reflexão, discussões e que
proporcionasse ao aluno a compreensão dos conceitos ora sugeridos, foi elaborado
uma sequência de atividades, envolvendo situações do seu cotidiano. A Unidade
Didática foi organizada em 5 (cinco) seções: - Adição e subtração com frações –
denominadores iguais - Equivalência de Frações com tiras de papel - Quebra-
cabeça - Operando com denominadores diferentes - Comparando as partes com
inteiro e Operando com o Tangran - adição e subtração de frações com
denominadores diferentes associando as parte com o inteiro. A seguir, apresentamos
a fundamentação teórica que subsidiou o desenvolvimento deste trabalho.
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1.1 Fundamentação Teórica
O número fracionário, suas representações e operações são conteúdos
trabalhados desde as séries iniciais, porém a forma de abordar a adição e subtração
de fração que os livros didáticos apresentam, as observações e experiências como
educadora e também as diversas avaliações que os alunos são submetidos ao
longo dos anos escolares os resultados das provas para medição de qualidade:
Saeb2, Ideb3, Prova Brasil4, Provinha Brasil5, Saresp6, Enem7 evidenciam que são
muitas as dificuldades dos alunos em compreender os diferentes significados
associados aos números racionais, percebe-se que os alunos apresentam muitas
dificuldades, no que tange aos conceitos das operações de frações e tais
dificuldades se arrastam pela vida acadêmica dos nossos jovens.
Segundo o Brousseau, o aluno:
(...) só terá verdadeiramente adquirido [um] conhecimento quando for capaz de aplicá-lo por si próprio às situações com que depara fora do contexto do ensino, e na ausência de qualquer indicação intencional. Tal situação é chamada situação adidática (BROUSSEAU, 1996, p. 49-50).
De acordo com os PCNS - Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática,
as escolas têm iniciado formalmente o conceito de número racional a partir do 4° e
5° ano do Ensino Fundamental, estendendo este estudo até o 6° e 7° ano da mesma
modalidade. O que também é sugerido pelas DCES (2008) - Diretriz Curricular da
Educação Básica de Matemática do Estado do Paraná.
Os números racionais e suas operações é parte integrante do currículo desde
os anos finais do Ensino Fundamental fase I, porém, para nos PCNS (BRASIL,
1998) é no quarto ciclo (7, 8°e 9° ano) que os números e as operações devem ser
trabalhados de forma à ser consolidados pelos alunos, que nesse ciclo eles deverão
ampliar seus conhecimentos com relação aos mesmos.
2 � Sistema de Avaliação da Educação Básica
3 � Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
4 � Avaliação para diagnóstico, em larga escala, desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC)
5 � A Provinha Brasil é uma avaliação diagnóstica aplicada aos alunos matriculados no segundo ano do ensino Fundamental (MEC)
6 � Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo
7 � Exame Nacional do Ensino Médio
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Ainda segundo os PCNS:
Neste ciclo, o ensino de Matemática deve visar ao desenvolvimento: Do pensamento numérico, por meio da exploração de situações de aprendizagem que levem o aluno a: ampliar e consolidar os significados dos números racionais a partir dos diferentes usos em contextos sociais e matemáticos e reconhecer que existem números que não são racionais; resolver situações-problema envolvendo números naturais, inteiros, racionais e irracionais, ampliando e consolidando os significados da adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação; * selecionar e utilizar diferentes procedimentos de cálculo com números naturais, inteiros, racionais e irracionais. (BRASIL,1998 p.81)
Nessa perspectiva abordaremos os conceitos da adição e subtração de
frações com denominadores iguais e diferentes através de uma metodologia
diferente daquela usual, a Engenharia Didática, utilizando uma sequência de
atividades com diferentes materiais como forma de estratégia de ensino -
aprendizagem das frações.
A Engenharia Didática é um referencial de pesquisa que visa unir a pesquisa
à prática. Almouloud (2007) relata que essa teoria, se apresentada como
metodologia didática de cunho experimental, uma sequência didática realizada em
sala de aula, que relaciona o saber matemático e a prática investigativa a partir de
observações prévias e coleta de dados do campo de pesquisa e ainda diz:
(....) pode ser utilizada em pesquisa que estudam os processos de ensino e aprendizagem de um dado objeto matemático e, em particular, a elaboração de gêneses artificiais para um dado conceito. (ALMOULOUD, 2007, p.171)
Segundo os PCNS (1998),
Para desempenhar seu papel de mediador entre o conhecimento matemático e o aluno, o professor precisa ter um sólido conhecimento dos conceitos e procedimentos dessa área e uma concepção de Matemática como ciência que não trata de verdades infalíveis e imutáveis, mas como ciência dinâmica, sempre aberta à incorporação de novos conhecimentos. (BRASIL, 1998, p.36).
A Engenharia Didática se caracteriza por sua forma particular de organizar os
procedimentos metodológicos de pesquisa desenvolvidos em sala de aula. A
metodologia é composta por quatro fases: Análises prévias, concepção e análise a
priori, experimentação e análise a posteriori e validação da experiência.
A primeira fase, análises preliminares, o objetivo aqui é identificar os
problemas de ensino aprendizagem: a forma com os conteúdos estão sendo
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ensinados e conhecer o público alvo, analisar e estruturar uma sequência de
situações problemas do conteúdo a ser apresentado. Levando em consideração os
conteúdos específicos da pesquisa, para que se possa propor alguma intervenção
positiva ao ensino.
Para Machado deve atender as seguintes orientações:
[...] considerações sobre o quadro teórico didático geral e sobre os conhecimentos didáticos já adquiridos sobre o assunto em questão, bem como: a análise epistemológica dos conteúdos contemplados pelo ensino, a análise do ensino atual e de seus efeitos, a análise da concepção dos alunos, das dificuldades e obstáculos que determinam sua evolução [e] a análise do campo dos entraves no qual vai se situar a efetiva realização didática. (MACHADO, 1999, p. 201)
Para Almouloud,
(...) a primeira fase é aquela na qual se realizam as preliminares que podem comportar as seguintes vertentes: a) Estudo da organização Matemática, b) Analise da organização didática do objeto matemático escolhido, c) Definição da(s) questão(ões) da pesquisa. (ALMOULOUD, 2007, p.272-273).
A segunda fase é a construção das situações e análise a priori, nessa fase
serão elaboradas as atividades. Segundo Artigue (1996) essa fase é composta por
uma parte descritiva e uma parte preditiva, escrevendo as escolhas feitas num
âmbito macrodidático, amplo e geral, relativas à organização global da engenharia e
num âmbito microdidático, relativas à organização de uma sessão ou de uma fase.
Em seguida, de posse das escolhas macrodidático parte para um plano de
ação, as intervenções das escolhas microdidáticas. As escolhas microdidáticas
estão relacionadas com a questão comportamental do aluno. Ou seja, é preciso
descrever e analisar as escolhas efetuadas do conteúdo, da abordagem, da
sequência de ensino e dos recursos que serão utilizados. A partir dessas escolhas
elabora-se e implementa-se um plano de ação com uma sequência didática. Ao
mesmo tempo explica-se como tentar oferecer o desenvolvimento do controle das
relações comportamentais dos alunos com as atividades e situações propostas e
ainda formulando hipóteses a serem comparadas e analisadas com os resultados
finais de forma que venha contribuir para a validação da engenharia. A ideia foi
extraída de: (ALMOULOUD, 2007).
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A terceira fase é a aplicação da sequência didática, momento que se registra
as observações e produções feitas pelos alunos em sala de aula, (Pais, 2002) é
também uma etapa de suma importância para garantir a proximidade dos resultados
práticos com a análise teórica. Nesse momento da aplicação da sequência didática,
o professor fará observações e registros diários das atividades desenvolvidas com
os alunos, enfim, dos acontecimentos de sala de aula, com relação a aprendizagem
e dificuldades dos alunos no desenvolvimento das atividades da sequência didática.
Para coleta de tais informações, que darão subsídios no momento final do relato da
pesquisa, o professor poderá se dispor dos relatos e materiais produzidos pelos
alunos durante as aulas, áudio e vídeo.
A quarta fase é a análise a posteriori e validação. De acordo com Artigue
(1996), observações do pesquisador pelo registro sonoro ou através da produção
escrita se apoiam sobre o conjunto de dados obtidos ao longo da experimentação
feita.
Segundo Almouloud (2007), a análise a posteriori, trata das informações
obtidas quando da aplicação da sequência didática, tende a enriquecer a
experimentação complementando os dados por meio de questionários, entrevistas,
entre outros. A validação é o confronto direto entre os dados obtidos na análise a
priori e a posteriori, explicando quais conjecturas, hipóteses formuladas são ou não
validas.
Com este propósito, desenvolvemos nossa produção didático pedagógica e
implementação, buscando favorecer o ensino e a aprendizagem das operações com
frações. Os recursos didáticos, como os materiais manipuláveis, no ensino de
Matemática, composto com atividades que envolve a adição e subtração de frações
vem enriquecer e auxiliar na compreensão do conteúdo trabalhado.
2 Metodologia
Ao adotar a metodologia da Engenharia Didática como nosso método de
pesquisa, consideramos o campo de análise nas ações e nos meios da ação sobre o
sistema de ensino como um processo empírico e conduz a investigação sobre as
ações de ensino com particular cientificidade. (CHEVALLARD apud ARTIGUE,
1996).
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Segundo ARTIGUE (1996) apud ALMOULOUD (2007) a metodologia de
pesquisa.
É uma forma de trabalho didático comparável ao trabalho do engenheiro que, para realizar um projeto, se apoia em conhecimentos científicos da área. Pode ser utilizada em pesquisa que estudam os processos de ensino e aprendizagem de um dado objeto matemático e, em particular, a elaboração de novas estratégias para um dado conceito (ARTIGUE 1996, apud ALMOULOUD, 2007, p.171).
De acordo com Almouloud e Silva, em Engenharia didática: evolução e
diversidade. A Engenharia Didática foi um avanço metodológico que surgiu no início
de 1980, quando a noção de engenharia didática emergiu na didática da
matemática. Ela pode ser dividida em três fases: Análise preliminar; Concepção e
análise a priori e Aplicação da Sequência Didática. ( Almouloud e Silva,2012,p.26)
2.1 Encaminhamentos da pesquisa
Nosso trabalho foi desenvolvido com 30 alunos de 7° ano do Ensino
Fundamental da Escola Estadual jardim Universitário – EFM, Município de Goioerê -
Paraná, no período matutino, de agosto a setembro de 2015. O objetivo principal da
proposta foi implementar uma sequência de atividades que favorecessem o ensino e
a aprendizagem do conceito da adição e subtração de fração, utilizando-se de
materiais manipuláveis, com uma carga horária de 32h/a, desenvolvida no segundo
semestre de 2015.
2.2 Implementação
Ao implementar o projeto, tivemos a preocupação de despertar nos alunos a
relação entre a adição e subtração de fração com a sua vida diária. As atividades
foram propostas por seção, sendo que em cada seção foi trabalhado atividades que
levasse o aluno a entender e diferenciar os processos da operação com
denominadores iguais e diferentes. Para introduzir os significados, trabalhamos com
lápis e papel, em sala de aula convencional e material manipulável. Para iniciar os
estudos, foi apresentado uma situação problema e o material manipulável que ilustra
cada ação das seções.
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Sempre iniciamos a abordagem por meio de um diálogo, onde o aluno era
conduzido a observar e trazer de seu convívio os conceitos relacionados com
frações. Nas atividades impressas, utilizando-se de papel para rascunho, lápis e
borracha usando o material manipulável para representar cada situação os alunos
construíam o movimento dos conceitos e registraram por meio de desenhos, textos
ou resolução das atividades suas impressões, conclusões e relações de
aprendizagem.
Após explorar e trabalhar cada “ação” proposta na Unidade Didática
Pedagógica, os alunos realizaram as atividades de fixação e verificação de
aprendizagem vinculada aos significados dos conceitos estudados, posteriormente
corrigidos, individualmente ou coletivamente. Os encaminhamentos realizados
permitiram a autora não apenas observar os níveis dos conceitos abstraídos pelos
alunos, naquela abordagem, mas também, organizar e (re)organizar tais conceitos
mediando as situações de vivencia, trazidas pelos alunos, para dar significados aos
conceitos já assimilados em outras situações de aprendizagem, seja na escola ou
em seu cotidiano.
3 ANÁLISE DOS RESULTADOS (Análise a posteriori)
A realização da implementação deu-se por meio de cinco seções, sendo que
em cada seção havia uma atividade de introdução aos conceitos e uma atividade de
fixação. Porém, apresentaremos a análise dos resultados de apenas três seções
proposta em nossa implementação da produção didático pedagógica. A primeira
referente a “Adição e Subtração de frações- Denominadores iguais’, que dá
significado ao todo e as partes. A segunda “Equivalência de frações com tiras de
papel”. A terceira “Quebra- cabeça”, onde se estabelece conexões entre os conceitos
presentes na adição e subtração de frações com denominadores diferentes a partir
de situações reais trabalhando coletivamente.
ANÁLISE DE ATIVIDADES ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE FRAÇÕES COM
DENOMINADORES IGUAIS
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Trabalhando a atividade da adição e subtração de frações com
denominadores iguais a partir de situação do dia a dia, observou se que os alunos
apresentaram grande interesse, pois se tratava de algo que tinham um
conhecimento prévio do conceito. Fato que se evidencia quando da solicitação da
resolução das atividades em sala de aula.
Figura 1: Registro do aluno 1 do 7° ano a respeito do conceito de frações
Figura 2: Registro do aluno 2 do 7°ano a respeito do conceito de frações
Na ação 1, observa-se que o aluno estabelece relação entre o “todo contínuo”
e a parte considerada.
Em seguida foi desenvolvida a atividade onde os alunos deveriam dividir uma
folha de papel quadrada em dezesseis triângulos e pintá-lo de forma que duas
arestas de mesma cor não se encontrassem, formando assim um mosaico, o
objetivo foi verificar noções do “todo” e suas relações com as partes e ainda
trabalhar a operação da adição e subtração com denominadores iguais.
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Figura 3: mosaico do aluno 3 do 7° ano representação do todo contínuo
Figura 4: Registro do aluno 3 do 7° ano representação e conceito de frações
A atividade foi desenvolvida em grupos, dessa forma puderam compartilhar
suas experiências e sanar suas dúvidas. Por meio das representações gráficas e
escritas, observa-se que todos os alunos compreendem e estabelecem, relação
entre o conceito “parte do todo” com o “inteiro”, ou seja, apresentaram com clareza a
ideia do “todo”, na forma contínua e resolvem a as operações solicitadas.
Figura 5: mosaico do aluno 4 do 7° ano representação do todo contínuo
Figura 6: Registro do aluno 4 do 7° ano representação e conceito de frações
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ANÁLISE DE ATIVIDADES COM EQUIVALÊNCIA
Ao trabalhar o significado de equivalência de frações, quando solicitado aos
alunos que dividissem as tiras de papel em duas partes, em três, em quatro, em seis
e em oito e em seguida escreverem a fração que representava cada parte, eles não
apresentaram nenhuma dificuldade ou surpresa. Este fato comprova que os alunos
trazem este conceito do meio social em que vivem. Este conceito foi evidenciado
em várias ações da Unidade Didática trabalhada. A primeira evidência desse
conceito foi observado, quando solicitado para registrar frações representadas nos
materiais manipuláveis.
Figura 6: atividade representação de frações em tiras
Figura 7: Atividade equivalência de frações
Após trabalhar noções de inteiro, dividir o inteiro de formas e tamanhos
diferentes, comparar partes, confeccionando o próprio material, os alunos
desenvolveram atividades, que possibilitaram aplicar os conceitos estudados
realizando as atividades proposta.
A ação abaixo tem por objetivo que o aluno compreenda a equivalência de
frações bem como sua utilização na resolução das operações da adição e subtração
frações de denominadores diferentes.
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Figura 7: do aluno 5 do 7° ano Equivalência de frações em tiras
Figura 8: do aluno 6 do 7° ano Equivalência de frações em tiras
Nas atividades de fixação fica evidente que os alunos estabelecem relação
entre equivalência de frações e proporcionalidade.
Os PCNS apontam que:
O conceito de equivalência assim com a construção de procedimentos para a obtenção de frações equivalentes são fundamentais para resolver problemas que envolvam a comparação de números racionais expressos sob forma fracionaria e efetuar cálculos com esses números. (BRASIL, 2008, p.103)
Observando as atividades desenvolvida pelos alunos é possível constatar
que, houve entendimento, em relação à equivalências, por exemplo 1/3 equivale 2/6,
e a comparar partes com o todo. Isto se verifica respostas que eles deram nas
atividades:
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Figura 9: do aluno 7 do 7° ano Equivalência de frações
Figura 10: do aluno 8 do 7° ano Equivalência de frações
ANÁLISE DE ATIVIDADES QUEBRA CABEÇA
O objetivo desta ação foi proporcionar ao aluno condições de estabelecer
conexões entre os conceitos presentes na adição e subtração de frações com
denominadores diferentes a partir de situações reais trabalhando coletivamente.
Para tal, propomos uma situação, a qual foi representado o terreno da horta da
escola. Onde cada hortaliça representava uma parte (uma fração). O terreno foi
dividido em oito partes de acordo com as hortaliças que seriam cultivadas.
A ação foi realizada em equipes de quatro alunos. Cada equipe recebeu um
kit contendo 1 retângulo representando o terreno vazio (todo) e outras oito figuras
representando as partes da horta a ser cultivadas. De posse do material, as equipes
desenvolveram as atividades, testando, fazendo comparações, de conforme os
questionamentos:
Seu terreno está vazio monte os carteiros na figura que representa sua
horta. Que hortaliças ocupam a maior e a menor parte do terreno?
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Observando o quebra cabeças que você montou, que fração
representam canteiro da alface e de tomate juntos juntas?
Agora, os canteiro da alface, do tomate e do couve juntos. Que fração
representam juntos? Represente com um desenho.
Ainda observando o quebra cabeças montado represente com uma
figura a parte da horta onde estão o repolho, a cebolinha, a salsa e o
canteiro vazio? Que fração foi encontrada?
Figura 11: Quebra- cabeça atividade - operações com frações
Figura 12: Quebra- cabeça atividade - operações com frações
Observamos que ao manipular o material, fazer experimentações,
compartilhar conhecimentos com o grupo, os alunos resolveram as operações da
adição e subtração de frações com denominadores diferentes, sem que com isso
recorressem a cálculos de mínimo múltiplo comum, regra matemáticas ou a
“macetes matemáticos”, percebe se que os conceitos foram assimilados e aplicados,
conforme se verifica nas atividades a seguir:
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Figura 13: do aluno 9 do 7° ano Adição e subtração de frações com denominadores
diferentes
Figura 14: do aluno 10 do 7° ano Adição e subtração de frações com denominadores
diferentes
Nesta seção, foi possível trabalhar comparação de frações. Não só por meio
da representação geométrica, divisão do inteiro, mas também estabelecendo
comparações entre o numerador e o denominador. Por exemplo: 1/2 e 2/4 em
quantas partes foi dividido o inteiro? Quem é maior? Quantos meios podemos formar
um inteiro?
Na atividade de fixação e verificação, acreditamos que em média 25% dos
alunos apresentaram dificuldades em operar com as frações, juntar os canteiros e
separá-los, contudo tais dificuldades foram superadas uma vez que as atividades
foram desenvolvidas em grupos, onde houve grande cooperação por parte de ambos
na execução das atividades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a implementação, constatamos que a forma de abordagem e as
relações propostas nas atividades favoreceram o aprendizado dos alunos do 7º ano
do Ensino Fundamental de forma significativa. A turma demonstrou empenho,
envolvimento e interesse em desenvolver as atividades, fatores que tornaram a
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implementação muito gratificante e produtiva. Percebemos que a metodologia e
atividades propostas favoreceram a evolução do conhecimento informal para a
formal. Que os alunos resolveram os problemas de forma prática, aplicando os
conceitos das operações com fração estabelecendo relação com o significado
estudado. Com o desenvolvimento da prática pedagógica pode-se ter subsídios para
ensinar melhor o conteúdo de frações e também considerar a importância e
necessidade dos materiais manipuláveis, pois eles facilitam a aprendizagem dos
alunos, cujo manuseio tornou concreta a abstração, mostrando que uma fração é
parte do todo, que uma mesma fração pode ter várias equivalências e
representações, sendo eficaz na comparação de frações e também sendo possível
resolver as operações sem o uso de formula e “macetes matemáticos".
Constatou-se, ainda a partir da prática, que a contextualização do conteúdo
relacionando com a vivencia dos alunos, aproximou-os, favorecendo a compreensão
e consequentemente a aprendizagem das operações com frações. Desta forma,
chega-se à conclusão de que é possível ensinar frações por meio da metodologia da
engenharia e obter uma aprendizagem efetiva.
A experiência vivenciada durante a realização da pratica permitiu refletir sobre
o significado e a importância do planejamento quanto aos recursos a serem
utilizados, a forma que se vai ser exposto e trabalhado o conteúdo em sala de aula,
pois o aluno precisa ter acesso aos conhecimentos compreendendo a sua essência,
daí a necessidade de se buscar novas metodologias de ensino que proporcione um
aprendizado significativo.
Nesse sentido, pode-se constar que o trabalho realizado, segundo os
princípios da engenharia didática, contribuiu para atingir os objetos no intuito de
contribuir para a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem dos alunos,
considerando não só seus conhecimentos prévios, mas dando- lhes condições para
romper as fronteiras do conhecimentos matemático para o conhecimento informal,
que é fator importante para o processo de ensino-aprendizagem em sala de aula.
Além disso, nos possibilitou uma visão maior dos sabres que ensinamos, um melhor
entendimento e compreensão de pratica, tornando assim a Engenharia Didática, ao
ser aplicada em sala de aula, um agente facilitador do processo de aprendizagem,
pois permitiu ao aluno a construção do conhecimento por meio das reflexões sobre o
conteúdo estudado. Essa construção do conhecimento leva o aluno ao
desenvolvimento do raciocínio e do pensamento crítico, dando –lhe condições de
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resolver situações-problema, que envolvam conteúdos de outras disciplinas
trabalhados em sala de aula.
Diante do exposto, podemos concluir que, trabalhando a sequência de
atividades a partir de problemas e atividades contextualizadas os alunos
evidenciaram e diferenciaram as operações da adição e subtração de frações com
denominadores iguais e diferentes. Que por meio dos materiais manipuláveis
utilizados em situações reais, os alunos conseguiram estabelecer conexões entre os
conceitos presentes na adição e subtração de frações, tanto de forma coletiva como
individual, dessa forma a sequência de atividades contribuíram de forma significativa
para um melhor aprendizado do conteúdo proposto.
REFERÊNCIAS ALMOULOUD, S.A.A. Fundamentos da Didática da Matemática. Paraná: Ed.UFPR, 2007. 218 p. ANDRINI, Álvaro. Praticando Matemática, 6º Ano. São Paulo:Editora do Brasil,2012. ARTIGUE, M. Engenharia Didática. In: BRUN, J. (org.). Didáticas das Matemáticas.
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