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Os desafios da Avaliação Institucional numa Instituição Multicampi Rita de Cássia Cardozo da Luz, Jaqueline de Menezes Rosa Comissão Própria de Avaliação Coordenadoria de Processos Avaliativos Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) Campus Canoas 92.425.900 Canoas RS Brasil [email protected] [email protected] Abstract: This article presents the evolution of the institutional evaluation process, with a brief history from the year of 1998 when occurred the voluntary participation of ULBRA (Universidade Luterana do Brasil) in PAIUB (Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras) and demonstrate the significant growth in the number of respondents with the results obtained in the years of 2014 and of 2015 considering the challenges of performing Institutional Evaluation in multicampi institution. The results were possible to obtain with the process restructuration, consisting in the formation of volunteer teams and with the creation of engagement strategies involving the academic community in the state of Rio Grande do Sul and the University e-learning branch in Brazil. Resumo: Este artigo visa apresentar a evolução do processo de avaliação institucional, com um breve histórico desde o ano 1998, quando da participação voluntária da ULBRA (Universidade Luterana do Brasil) no PAIUB (Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras), bem como demonstrar o significativo crescimento do número de respondentes com os resultados obtidos nos anos de 2014 e 2015, considerando os desafios de se realizar a Avaliação Institucional numa instituição multicampi. Tais resultados foram possíveis a partir da reestruturação do processo com a formação de equipes voluntárias e a criação de estratégias de engajamento envolvendo a comunidade acadêmica nas Unidades ULBRA no Rio Grande do Sul e EAD do Brasil. 1 - Introdução Conforme consta no PDI (2013), a Universidade Luterana do Brasil, de acordo com os princípios legais e normativos, assume o compromisso permanente de rever as suas funções e o papel exercido pela Educação Superior, sua capacidade de atender as demandas de conhecimento e formação advindas do processo socioeconômico,

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Os desafios da Avaliação Institucional numa Instituição Multicampi

Rita de Cássia Cardozo da Luz, Jaqueline de Menezes Rosa

Comissão Própria de Avaliação – Coordenadoria de Processos Avaliativos

Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) – Campus Canoas

92.425.900 – Canoas – RS – Brasil

[email protected][email protected]

Abstract: This article presents the evolution of the institutional evaluation

process, with a brief history from the year of 1998 when occurred the

voluntary participation of ULBRA (Universidade Luterana do Brasil) in

PAIUB (Programa de Avaliação Institucional das Universidades

Brasileiras) and demonstrate the significant growth in the number of

respondents with the results obtained in the years of 2014 and of 2015

considering the challenges of performing Institutional Evaluation in

multicampi institution. The results were possible to obtain with the process

restructuration, consisting in the formation of volunteer teams and with the

creation of engagement strategies involving the academic community in the

state of Rio Grande do Sul and the University e-learning branch in Brazil.

Resumo: Este artigo visa apresentar a evolução do processo de avaliação

institucional, com um breve histórico desde o ano 1998, quando da

participação voluntária da ULBRA (Universidade Luterana do Brasil) no

PAIUB (Programa de Avaliação Institucional das Universidades

Brasileiras), bem como demonstrar o significativo crescimento do número

de respondentes com os resultados obtidos nos anos de 2014 e 2015,

considerando os desafios de se realizar a Avaliação Institucional numa

instituição multicampi. Tais resultados foram possíveis a partir da

reestruturação do processo com a formação de equipes voluntárias e a

criação de estratégias de engajamento envolvendo a comunidade acadêmica

nas Unidades ULBRA no Rio Grande do Sul e EAD do Brasil.

1 - Introdução

Conforme consta no PDI (2013), a Universidade Luterana do Brasil, de acordo com os

princípios legais e normativos, assume o compromisso permanente de rever as suas

funções e o papel exercido pela Educação Superior, sua capacidade de atender as

demandas de conhecimento e formação advindas do processo socioeconômico,

científico e tecnológico. E, diante de um cenário no qual a inovação e a busca de saberes

interdisciplinares configuram novas condições para o conhecimento, assume como

desafio a garantia de uma formação acadêmica sustentada na perspectiva investigativa e

problematizadora, a fim de contribuir na melhoria do impacto de seus egressos na

sociedade.

Este panorama remete desenvolver processos educativos que promovam os

estudos contemporâneos e de caráter inovador no Ensino Superior, sobretudo, quando a

Universidade almeja se constituir em um espaço de estudo, de produção e divulgação do

saber como promotor de melhor qualidade de vida. O saber, em sua abrangência e

complexidade de um processo de significação e aplicabilidade, incita considerar as

necessidades e motivações dos alunos, a utilização das tecnologias e a formação

permanente do educador (IMBERNÓN, 2000). Para tanto, a leitura de diferentes

insumos de processos avaliativos, tanto internos como externos, possibilita à

Universidade o feedback de seus processos acadêmicos.

O processo de Avaliação Institucional realizado anualmente contribui

significativamente no planejamento de ações que visam à melhoria e a qualificação dos

processos institucionais. A opinião dos acadêmicos, docentes, gestores e demais

colaboradores possibilita a proposição de ações de melhoria para minimizar os pontos

frágeis e maximizar os pontos fortes. A efetividade do processo de avaliação na

Instituição é indicadora de regularidade perante o MEC e de apoio aos processos de

desenvolvimento institucional, porque a avaliação dos agentes envolvidos oportuniza a

análise dos diferentes processos acadêmicos e administrativos. Face aos resultados

obtidos, obtém informações que alavancam estratégias de melhoria mediante os

objetivos institucionais. Além disto, a avaliação interna articulada com a avaliação

externa possibilita a implementação dos indicadores de qualidade em sintonia com a

realidade local e exigência legal. Os indicadores evidenciam as necessidades para a

consecução das finalidades educacionais, objeto de negócio, bem como a elevação dos

conceitos atribuídos pela comunidade interna e externa e, por consequência, o

reconhecimento do mercado, encantamento e fidelização dos clientes.

A Comissão Própria de Avaliação oferece instrumentos de análise,

acompanhamento e avaliação das atividades acadêmicas e administrativas, dos serviços

que subsidiam o desenvolvimento da IES e o estabelecimento de diretrizes em prol da

missão institucional. Neste sentindo, a avaliação realizada oportuniza à equipe gestora

(Reitoria, Pró-Reitorias, Diretorias, Coordenadorias e Coordenações de Ensino, de

Cursos e de Polos; professores, NDE - Núcleo Docente Estruturante) a análise dos

processos, tendo por base o Relatório final disponibilizado pela CPA, sobretudo ao que

se refere à

avaliar a Universidade como uma totalidade integrada que

permite a autoanálise valorativa da coerência entre a missão e as

políticas institucionais efetivamente realizadas, visando à

melhoria da qualidade acadêmica e o desenvolvimento

Institucional. (CONAES, 2004, p. 20).

O grande desafio dos Processos de Autoavaliação Institucional da Universidade

Luterana do Brasil, e que se está concretizando aos poucos, tem sido difundir e

consolidar a cultura da avaliação de forma igualitária em todas as unidades do Brasil,

aumentando o número de participantes respondentes em todos os segmentos,

despertando-os à conscientização sobre a importância de realizar a Autoavaliação.

Paralelo a este desafio, acompanha o planejamento e a tomada de decisões baseados nos

indicadores da AI, de modo a garantir que as não conformidades apontadas pelos

públicos pesquisados sejam solucionadas a partir da análise dos seus resultados. Assim,

a socialização dos resultados dos processos avaliativos, bem como das ações realizadas

visando corrigir as fragilidades, contribuirá para a geração de ainda mais credibilidade

aos processos avaliativos, colaborando para que o desafio seja vencido.

2 - Identificação da Instituição

A Universidade Luterana do Brasil – ULBRA é uma instituição de ensino superior

privada multicampi, confessional e comunitária, cuja Mantenedora AELBRA

(Associação Educacional Luterana do Brasil) congrega escolas de Educação Básica e

estabelecimentos de Ensino Superior.

Foi criada em 1972 como Faculdade Canoense de Ciências Administrativas, com

o Curso de Administração de Empresas. Novos cursos resultaram na criação das

Faculdades Canoenses (1974) que com o crescimento, transferiu-se, em 1981, para um

campus próprio, que hoje é o Campus da ULBRA, em Canoas, atingindo em janeiro de

1988 o status de Universidade.

A ULBRA no Rio Grande do Sul possui Campi em nove municípios: Cachoeira

do Sul, Canoas, Carazinho, Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, Santa Maria, São Jerônimo

e Torres, conforme ilustrado pela Figura 1, atendendo 24.665 alunos nos 147 cursos de

Graduação e Pós-Graduação na modalidade Presencial e mais 12.178 alunos na

modalidade de Educação a Distância de Graduação e Pós-Graduação, que para

desenvolver seus programas em EAD, conta com a qualificação e comprometimento de

80 polos em diferentes pontos do território nacional, conforme apresentado na Figura 2,

sendo que 17 deles encontram-se no Rio Grande do Sul.

Figura 1 - Abrangência da ULBRA RS

Acrescente-se, ainda, os alunos matriculados em cursos de Pós-graduação Lato

Sensu e em programas de Pós-graduação Stricto Sensu (6 mestrados e 4 doutorados).

A Associação Educacional Luterana do Brasil é mantenedora também de um

grande complexo universitário em nível nacional, responsável administrativa e

pedagogicamente por quatro Centros Universitários e dois Institutos de Ensino Superior

nos Estados do Amazonas, Goiás, Pará, Rondônia e Tocantins, com 16.195 alunos em

cursos de nível superior, conforme ilustra a Figura 2.

Figura 2 - Abrangência da ULBRA nacionalmente

3 - A evolução do Processo Autoavaliativo na ULBRA

O processo sistematizado de Autoavaliação da ULBRA teve início, quando da

participação voluntária no PAIUB (Programa de Avaliação Institucional das

Universidades Brasileiras), a partir de 1998. Em 2000 foi realizado o documento

denominado “Diagnóstico Institucional”, que identificou aspectos gerais e estruturais da

Universidade. Por meio deste diagnóstico, a Universidade fez uma reorganização

pedagógica e administrativa, implantando uma nova visão na gestão educacional. Em

janeiro de 2001, foi oficializada a Comissão Permanente de Avaliação Institucional, que

coordenou o processo interno, consolidando-o no Documento de Avaliação

Institucional.

Em 27 de abril de 2004, a ULBRA instituiu, pela Portaria nº 441/04, a Comissão

Própria de Avaliação (CPA), para sistematizar e conduzir o processo interno de

avaliação da Universidade. A criação da CPA atendeu às novas diretrizes do MEC que,

em 14 de abril de 2004, instituiu a Lei n° 10.861, criando o Sistema Nacional de

Avaliação da Educação Superior (SINAES). E, em 14 de julho de 2006, a Comissão foi

reestruturada através da Portaria nº. 564/06. O processo de Autoavaliação Institucional

de 2005 foi realizado atendendo às dez dimensões dos SINAES e seus resultados

enviados ao MEC em 2006.

Em 2009 foi reestruturada a Comissão Permanente de Avaliação Institucional e

criada a Comissão de Planejamento e Autoavaliação Institucional-COPEAI composta,

de acordo com o Art. 7º da Portaria 2.051/2004, por representantes da sociedade civil,

de professores, funcionários e alunos de cada Unidade de Ensino.

A partir das análises dos resultados dos Processos Avaliativos e de avaliações

dos ciclos dos SINAES e outros mecanismos de qualificação realizados pelo MEC, são

propostas modificações e implantadas novas soluções na Instituição. Dentre elas,

destaca-se no ano de 2014, a elaboração do Regimento Interno da Comissão Própria de

Avaliação da Universidade. O referido documento alterou a designação anterior,

COPEAI (Comissão de Planejamento e Autoavaliação Institucional), para Comissão

Própria de Avaliação – CPA da ULBRA. A composição da Comissão foi realizada a

partir de edital de candidatura e eleição dos membros dos segmentos representantes. A

ULBRA, sendo uma instituição Multicampi atuante no Rio Grande do Sul em nove

municípios (Canoas, Cachoeira do Sul, Carazinho, Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, São

Jerônimo, Santa Maria e Torres) constituiu em cada unidade uma Subcomissão CPA,

representando o núcleo local de Autoavaliação Institucional. Em 2015, concluída esta

etapa nas unidades presencial e EAD da ULBRA, a partir de eleição entre os pares, que

são membros das Subcomissões, foi constituída a Comissão Própria de Avaliação da

ULBRA, conforme Artigo 4º da Resolução nº10 de 12/06/2014, com o objetivo de

reestruturar e aprimorar todo o processo avaliativo dando suporte e orientação às

subcomissões das Unidades.

As Subcomissões de cada unidade têm suas atividades articuladas com as ações

da CPA Institucional, conforme planejamento e calendário proposto, participando

ativamente dos processos de desenvolvimento da avaliação interna. Assim sendo, as

necessidades, desenvolvimento e solicitações referentes aos processos de Avaliação

Institucional são organizadas pela Comissão Própria de Avaliação ULBRA.

O Processo de Autoavaliação da Universidade de 2015, assim como os processos

anteriores de 2013 e 2014, cujos resultados relacionados à evolução de respondentes

estão apresentados nos quadros e gráficos comparativos deste trabalho, foram realizados

nas Unidades ULBRA RS (Cachoeira do Sul, Canoas, Carazinho, Gravataí, Guaíba,

Porto Alegre, Santa Maria, São Jerônimo e Torres) e nos polos EAD de todo o Brasil.

Ambos os processos focalizaram a sua consulta aos diferentes segmentos que formam a

comunidade acadêmica em consonância com os cinco eixos que contemplam as dez

dimensões dispostas no art. 3º da Lei n° 10.861, que institui o SINAES (Sistema

Nacional de Avaliação da Educação Superior).

3.1 - Etapas da Autoavaliação

O Processo de Avaliação Institucional está dividido em quatro grandes fases:

sensibilizar, avaliar, planejar e divulgar. As etapas secundárias que permeiam as quatro

grandes fases do Processo de Autoavaliação podem ser visualizadas através da Figura 3:

Figura 3 - Etapas secundárias do processo avaliativo

3.2 – Metodologia

Os Processos de Autoavaliação Institucional ocorrem no segundo semestre de cada ano,

sendo que a fase de aplicação dos questionários em 2015 aconteceu de 8 de setembro a 9

de outubro. Participaram da avaliação de 2015 10.028 representantes dos Segmentos:

Discente, Docente, Gestores e Técnico Administrativos de uma população total de

39.856 entre todos os Segmentos, das Unidades ULBRA RS e EAD Brasil.

Para se identificar o nível de satisfação dos respondentes foi elaborado um

questionário estruturado, formado por 51 questões fechadas, onde todos os participantes

foram submetidos às mesmas alternativas de respostas, e uma questão aberta. As

questões registradas foram organizadas por Segmentos a partir dos cinco (05) eixos que

contemplam as dez (10) dimensões dispostas no art. 3º da Lei n° 10.861, que institui o

SINAES, conforme ilustrado no Quadro 1. Os instrumentos utilizaram uma escala de 5

pontos de satisfação simples. Neste modelo atribuiu-se uma pontuação de 1 a 5,

utilizando os parâmetros apresentados no Quadro 2, com cálculo de média ponderada.

Desta forma foi obtido o RM (Ranking Médio) para cada Questão, Eixo e Dimensão.

Quanto mais próximo de 5 o RM estiver, maior será o nível de satisfação dos

respondentes e quanto mais próximo de 1, menor.

DIMENSÕES

Eixo 1Planejamento

Institucional Dimensão 8 - Planejamento e Autoavaliação

Dimensão 1 - Missão e Plano de Desenvolvimento institucional

Dimensão 3 - Responsabilidade Social na Instituição

Dimensão 2 - Políticas para o Ensino, a Pesquisa e a Extensão

Dimensão 4 - Comunicação com a Sociedade

Dimensão 9 - Política de Atendimento aos Discentes

Dimensão 5 - Políticas de Pessoal

Dimensão 6 - Organização e Gestão da Instituição

Dimensão 10 - Sustentabilidade Financeira

Eixo 5Infraestrutura

Física Dimensão 7 - Infraestrutura Física

Políticas de

Gestão Eixo 4

EIXOS

Desenvolvimento

Institucional Eixo 2

Políticas

Acadêmicas Eixo 3

Quadro 1- Eixos e Dimensões considerados na Avaliação Institucional

1 Totalmente Insatisfeito(a)

2 Insatisfeito(a)

3 Parcialmente Satisfeito(a)

4 Satisfeito(a)

5 Totalmente Satisfeito(a)

MG Média Geral

AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL 2015/2

Quadro 2 - Legenda do Instrumento de Pesquisa da AI 2015/2

Todas as questões fechadas tiveram caráter obrigatório de resposta, ou seja, o

participante só poderia validar seu instrumento caso tivesse preenchido todas as

questões. Além disso, em cada formulário foi disponibilizado um espaço para críticas e

sugestões do respondente, através da questão aberta. Acredita-se que esta parte da

avaliação seja de grande importância para uma reflexão das atividades da Universidade

e o estabelecimento de ações de melhorias dos pontos destacados pela comunidade

acadêmica.

Os Instrumentos de Pesquisa utilizados nesse Processo de Avaliação

Institucional foram construídos de acordo com o perfil do Segmento participante,

diferenciados entre Aluno Graduação EAD, Aluno Graduação Presencial, Aluno Pós-

Graduação EAD, Aluno Pós-Graduação Presencial, Colaborador Técnico-

administrativo, Gestor e Professor, visando buscar dados específicos de acordo com o

segmento participante.

3.3 - Coleta de Dados

A coleta de dados se deu através de formulário eletrônico disponibilizado na plataforma

de autoatendimento, que é acessado por discentes, docentes e colaboradores técnico-

administrativos, com login de usuário CGU (Cadastro Geral ULBRA) e senha

individuais. Os formulários são elaborados e disponibilizados de acordo com o perfil do

respondente, ou seja, do Segmento que esse representa. A CPA não utiliza de

mecanismos que impeçam qualquer integrante da Comunidade Acadêmica de acessar

sistemas, plataformas, documentações ou informações, tornando a participação da AI

obrigatória. Pelo contrário, a Comissão Própria de Avaliação procura utilizar formas de

conscientização que despertem o sentimento de pertencimento nos integrantes da

Comunidade Acadêmica, levando os seus indivíduos a participarem de forma

espontânea e consciente, colaborando assim para a consolidação da Cultura da

Avaliação.

Visando viabilizar a participação de todos os indivíduos que integram os mais

distintos setores da Instituição bem como os PCDs (Pessoas com Deficiência), tanto

alunos como colaboradores, no processo avaliativo, a CPA utilizou de alternativas

específicas para esses públicos, como por exemplo, formulários impressos para os

colaboradores de alguns setores específicos da Universidade que não dispusessem de

acesso à plataforma de autoatendimento ou com inabilidade para utilizá-la, como

paisagismo, manutenção e higienização. Nesse caso a coleta de dados ocorreu numa

reunião agrupando todos esses colaboradores que foram auxiliados pelos membros da

CPA no preenchimento do instrumento. Para atendimento aos PCDs a CPA contou com

o auxílio do PPA (Programa Permanente de Acessibilidade) que disponibilizou

intérpretes e ledores para o atendimento individual a cada respondente na sede do PPA.

3.4 - Plano Amostral

Amostra Ideal: Número mínimo de respondentes calculado para a amostra ser

representativa da população considerando um erro máximo de estimação de 5% e um

índice de confiança de 95%. Erro Máximo de Estimação: Valor máximo em pesquisas

científicas: 5%. Assim, os grupos Professores, Colaboradores, Gestores, Alunos de

Graduação Presencial e Graduação EAD possuem amostras representativas de toda a

população, ou seja, para esses grupos os resultados obtidos na pesquisa podem ser

generalizados para toda a população. A amostra foi calculada segundo a fórmula e

convenção apresentados no Quadro 3.

Fórmula Convenção

n = amostra

p = proporção amostral

e = erro máximo

N = tamanho da população

z = valor tabelado (1,96) Distribuição Normal

Quadro 3 - Fórmula e Convenção para o cálculo amostral

O Quadro 4 apresenta os dados gerais das Unidades da Região Sul e EAD

relativos à População, Amostra e Respondentes, foco de análise da AI 2015.

Público PopulaçãoAmostra Mínima

Desejável

Amostra Pesquisada

RespondentesErro

Graduação Presencial 24044 378 5915 0,50%

Pós graduação presencial 621 238 81 10,20%

Graduação EAD 11386 372 2092 1,90%

Pós graduação EAD 792 259 40 15,10%

Gestores 194 129 162 3,10%

Professores 1116 286 739 2,10%

Colaboradores 1703 314 999 2,00%

Resumo do Plano Amostral

Quadro 4 - Resumo do Plano Amostral - AI 2015

4 - Apresentação dos Resultados

Este trabalho apresenta um comparativo dos dados gerais de população versus

respondentes, identificados nas Avaliações Institucionais realizadas nos três últimos

anos, para a modalidade Presencial nas Unidades do RS e EAD de todo o Brasil.

O Quadro 5 apresenta o total de população e de respondentes no Processo de

Autoavaliação Institucional dos anos 2013, 2014 e 2015. Por intermédio dos dados

apresentados nesse quadro é possível identificar um crescimento muito significativo no

período analisado.

Quadro 5 - População x Respondentes: 2013 - 2014 - 2015

O Gráfico 1 ilustra a evolução do número de respondentes em relação à

população nos anos de 2013, 2014 e 2015.

Gráfico 1 - Evolução do percentual de respondentes em relação à população

O Quadro 6 apresenta o total de população e de respondentes por Segmento no

Processo de Autoavaliação Institucional dos anos 2013, 2014 e 2015. Por meio dos

dados apresentados nesse quadro é possível identificar que os maiores percentuais de

participação encontram-se fora do Segmento Discente, ou seja, entre Gestores e

Professores em 2013 e 2014 e entre Gestores e Colaboradores em 2015, considerando a

média ponderada.

Quadro 6 - População x Respondentes por Segmento

O Quadro 7 demonstra a evolução de participação por Segmento nos três últimos

anos. O crescimento mais significativo de participação pode ser identificado na

Modalidade EAD no Segmento Alunos de Pós-Graduação, que registrou um percentual

de 915,45% de 2013 para 2014 e também o maior crescimento médio no período:

312,69%. O segundo maior crescimento foi identificado igualmente na Modalidade

EAD, 484,31% de 2013 para 2014, no Segmento Alunos de Graduação, que também

registrou a segunda maior média de crescimento no período: 292,79%. Entretanto,

ressalta-se que esses percentuais, significativos nos dois casos, são influenciados pelo

tamanho das amostras de respondentes que em 2013 eram muito baixas.

O Quadro 7 mostra ainda que de 2013 para 2014 houve um crescimento de

167,40% no número de respondentes, de 2014 para 2015 de 2,01% e de 2013 para 2015

o crescimento foi de 172,78%. Dessa forma, é possível identificar um crescimento

médio de 114,06% no período analisado.

Quadro 7 - Evolução de Participação por Segmento

O Gráfico 2 ilustra a evolução de participação nas Avaliações Institucionais de

2013, 2014 e 2015 por Modalidade de Ensino. No entanto, através das informações

apresentadas no Quadro 8 é possível identificar uma evolução mais significativa da

Modalidade EAD que apresentou uma média de 291,31% de crescimento ao ano no

período analisado.

Gráfico 2 - Evolução de Respondentes por Modalidade de Ensino

Quadro 8 - Crescimento por Modalidade de Ensino

Outros fatores também contribuíram para a qualificação do processo como um

todo, como por exemplo:

- a reformulação de diferentes instrumentos de pesquisa, a fim de atender as

necessidades legais;

- a divulgação mais expressiva dos resultados das AIs bem como a identificação

das ações concretizadas a partir dos resultados das mesmas;

- a participação dos dirigentes do DCE (Diretório Central de Estudantes) e dos

CA (Centros Acadêmicos) dos cursos nas ações desenvolvidas na fase de sensibilização;

- a realização de vários encontros de caráter reflexivo e propositivo e de

Seminários envolvendo os Segmentos representados, as subcomissões CPA, a reitoria,

pró-reitorias e diretorias de todas as Unidades RS e EAD Brasil visando o

fortalecimento da cultura da avaliação, o que foi de grande valia em virtude da

integração alcançada entre todos os setores participantes e dos resultados apresentados

tornarem-se saberes compartilhados;

- a realização de um ciclo de encontros com os NDEs, tanto presenciais quanto

EAD, com representatividade de todos os cursos, visando a continuidade do

alinhamento de metas e ações da CPA e da Instituição;

- a aproximação e integração com a Ouvidoria, para ações globais em conjunto,

aliando forças para que as necessidades comuns fossem identificadas facilitando a

elaboração de um plano de ação para a correção dos pontos frágeis e a potencialização

dos pontos fortes;

- o trabalho em alinhamento ao PPA, fundamental para que se pudesse

oportunizar a inclusão de PCDs no processo avaliativo, ou seja, a participação de

alunos, professores e demais colaboradores com algum tipo de deficiência física,

auditiva, visual ou intelectual.

5- Conclusão

Os resultados identificados quanto à evolução do número de respondentes nos processos

de Autoavaliação Institucional realizados em 2014 e 2015 são frutos do trabalho de

reestruturação desenvolvido pela CPA Institucional iniciado em 2013, cujo ápice

ocorreu em 2014 e contou com a formação de subcomissões CPA exclusivas para cada

Unidade, constituídas através de eleição democrática dos representantes de cada

Segmento que as compõem (Professores, Alunos, Colaboradores, Coordenadores,

Tutores e Sociedade Civil) e que atuaram em sinergia com a CPA Institucional, formada

por representantes dessas subcomissões.

Ficaram evidenciados o significativo aprimoramento do processo avaliativo,

com o engajamento e a participação efetiva de todas as subcomissões CPA, alinhadas ao

empenho dos participantes dos diversos grupos de trabalho dos diferentes setores e

unidades, inclusive Reitoria, Pró-reitorias, Diretorias e Gerências, o que possibilitou o

alcance desse desempenho.

A Comissão Própria de Avaliação tem em seu Plano de Ação a meta de

intensificar a atuação de seu projeto junto à comunidade acadêmica. Acredita que

quanto mais a comunidade participar, maior será o desenvolvimento de ações que

possam qualificar os objetivos da Instituição. Neste sentido, a CPA percebe que a

realização de diferentes práticas de comunicação sensibiliza e, sobretudo, envolve os

agentes participantes junto ao processo de avaliação e planejamento. Os dois processos

incitam o debate, a criação de novas estratégias voltadas à qualidade do Ensino

Superior.

Nas reuniões organizadas pela alta gestão, nos encontros do Planejamento

Estratégico, nas reuniões da CPA e suas respectivas subcomissões, a participação dos

professores e alunos, através de Conselho de Curso, bem como com as formas de

comunicação, a Instituição integra os resultados da Autoavaliação Institucional com o

processo de Planejamento e fortalece o processo avaliativo.

Conduzidos por esses resultados e pelo diagnóstico das evidências apresentadas,

a CPA ULBRA destaca a articulação dos dados resultantes do processo avaliativo na

Gestão da Instituição, nos processos de Planejamento Institucional, fortalecendo a

cultura da avaliação e, consequentemente, a busca permanente da excelência na

formação de estudantes qualificados e empreendedores.

A CPA ULBRA acredita que os resultados dessa evolução reflitam o esforço

coletivo da constante busca do desenvolvimento institucional, permeado pelo

sentimento de pertencimento ao processo de desenvolvimento através do trabalho de

aproximação e coerência entre o discurso e a prática.

6- Referências

COMISSÃO NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR.

CONAES. Diretrizes para a Avaliação das instituições de educação superior.

Brasília: Ministério da Educação, 2004.

IMBERNÓN, Francisco. Amplitude e profundidade do olhar: a educação ontem,

hoje e amanhã. In: IMBERNÓN, Francisco (org.). A educação no século XXI. Porto

Alegre: Artmed, 2000. p. 89-90.

ULBRA. Autoavaliação Institucional. Canoas, 2015.

ULBRA. Projeto Pedagógico Institucional. Canoas, 2013.