os construtores de templos - os mormons e a maçonaria

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    Dedico esta compilao ao Pai Celestial, o GrandeArquiteto do Universo.Ao Profeta Joseph Smith, um homem que atendeuao chamado daquele que justo e perfeito.A meu pai terreno, Joaquim Pinto de Oliveira (inmemorian), um maom sem avental, um homem

    onde no existe dolo.A minha querida me, uma mulher de virtudes.A Rosa, minha compreensvel companheiraeterna, que sem ela a escada de Jac continuariasendo um sonho.Aos irmos de sangue e fraternidade, JoelGuimares, Antonio Guimares, Manoel Guimares, Francisco Guimares, PauloGuimares e a toda Loja Manica Humanidadee Concrdia, minha casa azul.Ao meu compreensvel e iluminado amigo Jocy

    Alves dos Santos, um incansvel na busca pelaverdade, um homem de mente aberta, um maomque ainda no foi iniciado.

    Aos manos (LDS/Freemason) Adelmar pelaslongas horas de dilogo, que muito adicionou a meuconhecimento, Abdias Flauber pela ajudadesprovida de interesses financeiros ao ceder aimagem de capa deste livro.A todos que nunca desistiram de buscar por maisluz e verdade (conhecimento).A todas as pessoas que se despem do preconceito, edas falsas verdades, e de forma inocente e sem prjulgamentos buscam aprender.

    OS CONSTRUTORES DE TEMPLOS

    by Cesstre Guimares de Oliveira

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    ... se houver qualquer coisa virtuosa, amvel, deboa fama ou louvvel, ns a procuraremos.

    (13 Regra de F).Abusando da sntese, e de forma despretensiosa,estarei a explicar a histria, tudo ser analisado luz da verdade, com o principal intuito dedesvincular fato de fico. A pretenso somentedesmistificar. Perguntas que para muitos parecetabu, aqui tero respostas. Questionamentos taiscomo: Quando e onde surgiu a Maonaria? Qual sua relao com a Igreja de Jesus Cristo dosSantos dos ltimos Dias? Joseph e Hyrum Smith

    eram maons? A Maonaria teve participao emsuas mortes? Brigham Young tambm o foi? AIgreja contrria associao de seus membroscom a maonaria? Caso o seja, como explicar apresena dos primeiros cinco presidentes da Igrejana Maonaria? Por que ainda hoje existem tantoslderes da Igreja no seio da Maonaria? Por que aPrimeira Presidncia no se manifestaoficialmente sobre este tema?

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    SINPSE

    O NASCIMENTO DO MORMONISMO

    E SUA RELAO COM A MAONARIA

    Em 6 de abril de 1830, Joseph Smith Jr., Oliver Cowdery, Hyrum Smith, PeterWhitmer Jr., Samuel H. Smith e David Whitmer estabeleceram de forma oficial,conforme registrado em ata, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias. Osmembros da jovem Igreja posteriormente vieram a ser reconhecidos simplesmente comomrmons, isto aconteceu em funo do Livro de Mrmon, um livro que relata aexistncia de povos que habitaram nas Amricas por voltar de 600 a.C.

    J antes mesmo da organizao da Igreja como uma instituio, os mrmons eramvitimas do preconceito descabido, motivado pela intolerncia em aceitar a

    individualidade e direito a religio to preservada pela maonaria.As novas doutrinas ensinadas e defendidas pela A Igreja de Jesus Cristo dos

    Santos dos ltimos Dias (mormonismo) eram completamente estranhas ao contextoreligioso histrico da poca. Ensinamentos como casamento plural (por alguns outros,denominado poligamia), crena em um Deus com forma humana tangvel e (que evoluiuat atingir a perfeio), possibilidade de evoluo at chegar perfeio divina, entreoutras, estas crenas eram vistas com certa reprovao por parte dos seguidores do

    protestantismo e catolicismo contemporneo dos precursores do mormonismo.No principio, estas reprovaes no passavam de simples discordncias, mais com

    o rpido crescimento da Igreja estas opinies acentuaram-se e passaram a ser ponto deorigens de conflitos fsicos e armados, entre as partes divergentes. Esta intolernciaacentuou-se com a iniciao manica de Joseph Smith Jr em 15 de maro de 1842 naLoja de Nauvoo, Illinois (EUA). Antes de Joseph vrios outros lderes da Igreja jhaviam sido iniciados na maonaria e outros, o eram at mesmo antes de ingressar na

    jovem Igreja, mas foi o ingresso de Joseph que desencadeou de forma mais acirrada adesconfiana, e conseqentemente os ataques contra os mrmons.

    Esta associao do mormonismo com a maonaria proveu munio para osinimigos de ambos. J que neste momento histrico a Maonaria vivia (ainda) uma dasmaiores perseguies j acontecida nas Amricas contra a fraternidade. Velhos inimigosda maonaria viram nesta associao, mormonismo e maonaria, uma oportunidade delivrarem-se dos seus maiores desafetos.

    Os nimos dos contrrios Maonaria encontravam-se bastante inflamados emfuno do misterioso desaparecimento de William Morgan. Este, um sujeitoinescrupuloso, que de forma maquiavlica se infiltrou entre os maons da Batvia (NY),Aps enganar alguns maons, reivindicou certos direitos que no lhe pertenciam.Morgam era casado, tinha 52 anos, e era um arteso errante, j que o mesmo no tinharesidncia fixa. Em suas andanas embora no iniciado, ele conseguiu se infiltrar namaonaria, inclusive adentrando aos segredos mais bem guardados pela ordem, este foium golpe forte na fraternidade. Em funo disto comunicados foram enviados as todasas Lojas americanas. Em um jornal de Canadaigua, cidade do estado de New York, foi

    publicado no dia 9 de agosto de 1826 o seguinte alerta: Se um homem chamadoWilliam Morgan apresenta-se como Maom na comunidade, preciso cuidado, Morgan

    esteve entre ns em maio passado e sua conduta enquanto esteve aqui e em outroslugares exige muito cuidado (...) Morgan considerado um vigarista e um homem

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    muito perigoso. Existem muitas pessoas nesta cidade que ficariam felizes em ver esseque se auto intitula capito Morgan.

    Antes de ser descoberto, Morgan foi o piv de grandes disputas dentro da ordem,mas sendo descoberto foi expulso da Loja onde se infiltrara, sendo lhe recomendadoque nada comentasse com ningum sobre maonaria. Ignorando estas recomendaes, e

    em represlia, Morgan decidiu publicar um livro onde exporia aquilo que ele chamavade segredos da Maonaria, e assim o fez.

    Fazendo contato com o coronel David C. Miller que era o editor do JornalAdvocate, na Batavia, Morgan convenceu Miller de que conseguiriam arrecada 2milhes de dlares com a venda dos livros, este valor embora seja uma quantiaexpressiva nos dias atuais, para aquele momento da histria era uma quantiaimensurvel, a ganncia logo tomou conta de ambos.

    Em anlise ao momento histrico manico americano facilmente podemosconcluir que este livreto no era motivo suficientemente forte para incomodar amaonaria da Batavia; j que, livros semelhantes ao de Morgan h muito tempo eram

    produzidos na Europa e facilmente encontrados nos Estados Unidos. Mas, assim mesmoos membros da Loja da Batavia, que entre outros membros, contava com cinco juzes, oxerife da cidade, seis mdicos e o prefeito, decidiram agir para coibir os abusos deWilliam Morgan. Na tentativa de intimid-lo, Morgan foi preso sob acusao deestelionato, e na noite do dia seguinte algum pagou sua dvida e Morgan foi liberto, enunca mais foi visto.

    William Morgan constantemente descrito como uma figura pattica, queassumiu propores hericas aps seu desaparecimento. Aproveitando-se desteacontecimento, seu pseudo scio viu em seu desaparecimento a possibilidade de vir aganhar mais dinheiro transformando o livro em febre generalizada. Este individuoimprimiu em sua grfica 50 mil folhetos anunciando o desaparecimento e possvel

    assassinato de William Morgan, onde tambm pedia informaes de seu paradeiro napossibilidade de ainda estar com vida. No panfleto em nenhuma parte era feito acusaocontra Maonaria, mas era de conhecimento geral que Morgan havia tentado se passar

    por maom, e isto irritara em muito aos membros da fraternidade. J naquele tempocirculavam as histrias fantasiosas dos terrveis castigos impostos queles quedivulgassem as prticas manicas.

    Motivados por informaes deturpadas e interesses obscuros, a opinio popularfoi conduzida por inimigos declarados da maonaria a desejar sua extino do territrioamericano. Em Pavillion a 19 quilmetros da cidade de Batvia um Pastor da IgrejaBatista em um de seus sermes acusou a Maonaria de: obscura, infrutfera,desmoralizante, blasfema, homicida, anti-republicana e crist contrria glria de

    Deus e ao bem da humanidade. Vrios boatos apareceram, explicando o sumio dofalso Maom, alguns diziam que William Morgan teve sua garganta cortada, outrosdiziam que ele havia sido empurrado nas cataratas do Nigara, sua lngua havia sidoarrancada, outros ainda diziam que ele havia sido enterrado nas areias do lago Ontrioainda em vida. Existiam tambm outras verses mais fantasiosas, destaco ainda umaque dizia que os maons haviam inclinado uma arvore at parte de suas razes ficaremfora da terra, ento Morgan foi colocado sob estas razes e a arvore foi replantada sobreseu corpo. Os inimigos da Maonaria que h muito estavam em silencio, ressurgiram detodas as partes, lderes religiosos e professores maons eram intimados a se afastaremda fraternidade sob pena de perderem seus empregos. Maons eram rejeitados como

    jurados, e constantemente eram insultados nas ruas.

    Figuras polticas que a muito haviam abraado a Maonaria, agora julgavamprudente se afastar da ordem, entre estes destaco o senador Henry Clay do Kentucky. O

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    ex-presidente dos Estados Unidos John Quincy Adams disse que: "a maonaria deveriaser abolida para sempre. Ela errada, essencialmente errada - uma semente de mal quenunca poder produzir qualquer bem. A existncia de uma ordem como essa umanodoa na moral de qualquer comunidade".

    Foi neste contexto de intolerncia e preconceitos que surgiram os mrmons, e jneste perodo era grande a quantidade de Mrmons iniciados na Maonaria, nomes deextrema relevncia para o mormonismo tais como: Joseph Smith Jr, Brigham Young,John Taylor, Willford Woodruff e Lorenzo Snow abraaram a milenar fraternidade,todos nesta mesma seqncia sucessria lideraram a Igreja por aproximadamente 71anos, e jamais negaram ou omitiram sua condio de iniciados. A crescente associaodos mrmons com a fraternidade manica levou a opinio publica declarar guerra aomormonismo e maonaria, pois na viso dos leigos as duas organizaes eram como sefosse uma s, e por isso eram ambas satnicas. O resultado de tanta campanha negativafoi trgico para ambas. Em 27 de julho de 1844 Joseph Smith Jr e seu irmo HyrumSmith (que era o Venervel Mestre da Loja de Nauvoo) foram chacinados. bom

    esclarecer que as acusaes das quais Joseph e Hyrum Smith foram vitimas, eramfalsas, j que nunca foi provada nenhuma das culpas que lhes foram imputadas.

    Neste momento de turbulncia para as duas organizaes, aqueles que combatiama fraternidade manica criam um partido poltico anti-manico, que como o nomesugere, seu principal objetivo era o fim da maonaria no territrio americano, nestaempreitada o partido lanou um candidato a presidente dos Estados Unidos da Amrica,no obtendo sucesso o partido foi perdendo foras medida que os nimos esfriavam, e

    posteriormente veio a deixar de existir.Em funo da crescente e aparente incontrolvel perseguio muitos maons

    adormeceram, em seqncias a isto vrias Lojas bateram suas colunas por todos osestados americanos, inclusive um captulo do Arco Real que deveria ser estabelecido em

    Illinois, no se concretizou por falta de homens livres e de bons costumes. Mais tambmeste momento difcil vivido pela Maonaria mostrou alguns homens convictos ecomprometidos com a ordem, homens como Daniel B. Taylor presidente da Loja deStone Creek no estado de Michigan, este bravo maom manteve literalmente acesa aschamas da Maonaria em sua hora mais negra. "Nas noites de reunio, escreveu ocronista dos maons do estado, James Fairbairn Smith, "assim que a diligncia chegavatrazendo o correio, ele ia apanhar seu jornal e dirigia-se para a loja. L chegando,acendia uma vela junto janela e sentava-se para ler. Se no viesse mais ningum, oirmo Taylor esperava at dar a hora habitual de 'fechar a loja', e ento apagava a vela,trancava a porta e ia para casa.

    Em meio a tudo isto Joseph e Hyrum Smith foram chacinados na Cadeia deLiberty no Missouri, a suspeita do envolvimento de alguns maons em suas mortes edesavenas posteriores a estes acontecimentos levaram os mrmons amomentaneamente querer se afastar da Maonaria americana, embora os iniciadosnunca tenham feito qualquer acusao formal ou informal ordem. Aps migrarem parao Oeste sob liderana do ento Presidente da Igreja (Brigham Young), os mrmonsfundaram Salt Lat City e posteriormente fizeram trs tentativas de estabelecer LojasMrmons na nova cidade. Cartas solicitando filiao a Grande Loja do Mxico, doCanad e da Inglaterra foram enviadas, mas no obtiveram autorizao de nenhuma das

    potencias, que temiam agravar o conflito j existente entre maons no mrmons e osmaons membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias. Todas as

    tentativas foram rechaadas, e finalmente os mrmons abriram mos de sua heranamanica, afastando-se silenciosamente da sublime ordem, aparentemente os algozes da

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    Maonaria e da Igreja haviam conseguido enfraquecer as relaes entre as duas maiorese mais fortes organizaes humanitrias da Amrica.

    Um longo silencio onde os lderes da Igreja no mais se manifestavam de formaoficial sobre a maonaria durou at 1984 quando Spencer W. Kimball, lder da Igreja napoca, em uma reunio com o Mestre Principal da Grande Loja do Lago Salgado (Utah)em um hotel de propriedade da Igreja afirmou: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dosltimos Dias nada tem contra qualquer organizao que pratique atos louvveis. Emcontra partida o Mestre Principal disse: A Maonaria de Salt Lat City nada tem contraA Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias.

    Este deveria ter sido o ponto final da discrdia entre as duas fraternidades, maisao longo dos tempos, os mrmons cada vez mais foram forados a se afastarem daMaonaria. Uma reaproximao de forma oficial entre as duas grandes organizaes,neste momento, ou at mesmo em momentos futuros, algo que beira os passos dodevaneio. Embora exista hoje uma quantidade expressiva de Mrmons Maons (e eusou um) espalhados pelo mundo, alguns tem se penitenciado ao ostracismo, escondendo

    dos irmos de f nossa condio de iniciados, talvez temam o mesmo preconceito doqual ns membros da Igreja temos sido vitimas por parte dos outros seguimentos docristianismo.

    Pacientemente espero pelo dia em que meus irmos mrmons compreendam que ogrande objetivo da maonaria a reconstruo do eu interior do ser humano, e que esteobjetivo se encaixa perfeitamente dentro daquilo que foi ensinado por nosso primeiroProfeta nesta nova dispensao, (Joseph Smith Jr). Pois recebemos atravs dele oensinamento que diz: ... Se houver qualquer coisa virtuosa, amvel ou louvvel, ns a

    procuraremos. (13 Regra de F).

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    INTRODUO

    Muitos tm tentado desmistificar a maonaria no meio religioso (principalmente

    cristo), ainda comum encontrar pessoas que tentam nos ligar ao satanismo ou outrasformas de perverso da s doutrina, minha inteno no fazer apologia ao sectarismoreligioso, at mesmo por que se assim procedesse estaria indo de confronto a tudoaquilo que proclamado pela maonaria. Embora acredite que a humanidade tenha umadvida com a maonaria, no estou aqui para cobr-la, s espero pelo dia em que aintolerncia, o preconceito e as injustias das quais temos sido vtimas finalmentefinalizem.

    comum encontrar pessoas no ligadas fraternidade manica que tentam

    explicar nossas prticas. Indivduos que baseados em interpretaes pessoais esuposies erradas, tem escritos numerosos livros na tentativa de proteger o mundodaquilo que chamam armadilhas de satans. Penso que por estarem ligados h umareligio, constantemente os vemos confundirem suas opinies pessoais com os dogmasdoutrinrios da f que professam. No tenho a inteno de proteger a Maonaria, atmesmo por que a ordem manica estar acima das opinies estrangeiras. Somosmilenares e continuaremos a existir independente das opinies ou pensamentosaliengenas a ordem.

    Uma das alavancas motivadoras de minha iniciativa tem sido o desejo dedemonstrar aos nossos interlocutores que esto errados em seus julgamentos, emborasejam de grande influncia eles no so detentores totalitrios da verdade, at mesmo

    por que a verdade um patrimnio da humanidade tal como a Maonaria.Lembro que h alguns anos quando foram dados os passos finais para meu

    processo de iniciao, houve uma desordem momentnea no cotidiano de minhafamlia. Desordem esta que aconteceu em funo do j falado temor do desconhecido,embora entre meus familiares j existisse um histrico de relao vivida com amaonaria, o preconceito e temor daquilo que desconhecemos se manifestou de umaforma muito forte.

    O temor de todos era que eu estivesse a ingressar em algo que contrariasse aquiloque professamos como f religiosa.

    So lembranas como estas que me levam ao passado. Ainda hoje lembro meuprimeiro contato com a maonaria, este encontro aconteceu em junho de 1984 quando

    enviei uma correspondncia ao Grande Oriente do Brasil, eu tinha muita curiosidadequanto fraternidade. At a chegada da resposta vrios meses se passaram, cheguei a

    pensar que no teria respostas para minhas interpelaes. Quando enfim um dia, emenvelope com timbre do Grande Oriente do Brasil chegou as minhas mos contendo ato esperada correspondncia.

    Na carta algum que se dizia ser secretrio, e dos grandes, me indicava um localonde eu deveria procurar algum, e este seria a pessoa que deveria dirimir todas asminhas dvidas. Chegando l, fui ensinado na forma em que um no iniciado poderiaser. Mas aquilo que eu mais desejava teve que ser adiado, meu desejo era ser um deles.Fui sincero e direto, falei de minhas aspiraes, da admirao que nutria pela ordem.Foi-me explicado que o processo era bem mais lento e criterioso que eu haviaimaginado. Fiz vrias outras tentativas, mantive contatos com vrios maons, mais meu

    projeto de torna-me um CONSTRUTOR DE TEMPLOS teve que ser adiado por vinte

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    anos, neste intervalo de tempo quatro de meus irmos sanguneos foram iniciados namaonaria. A cada um que ingressava na ordem eu me perguntava, e eu? Certas coisasem nossa vida s vezes no fazem sentido, eu no entendia o que acontecia, quando nofinal do ano de 2003 um de meus irmos chegou a mim e perguntou: Voc ainda querser maom? Claro que sim, tenho esperado por isso toda minha vida, foi a resposta.

    Ento ele disse; chegou a hora. Parecia um sonho, finalmente minha longa esperahavia finalizado. Fui iniciado no dia 27 de maro de 2004, eu e uma pessoa queposteriormente vim a reconhecer como irmo, dividimos a nsia pela espera dodesconhecido.

    Agora j iniciado, tenho me dedicado a aprender sobre maonaria, uma nova luzde conhecimento tem se estendido a mim, hoje consigo compreender com mais clarezaalgumas coisas que antes dentro da religio no faziam sentido, j que a Maonariaestimula a f e a participao dos iniciados em seus respectivos contextos religiosos. Os

    princpios de nossa fraternidade esto baseados no mesmo contexto moral que alicera averdadeira f. Todo Maom necessariamente tem que acreditar em um Ser Supremo. nosso dever nos esforarmos para vivermos moralmente conforme os padres mais altos

    de carter individual e conduta social. Por conseguinte, todo Maom preparado paracumprir as metas manicas de caridade no mais completo e amplo sentido da palavrafilantropia.

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    Deste que se tem conhecimento da existncia daMaonaria, a fraternidade tem sido vitima depreconceito e temor, principalmente daqueles quese autodenominam seguidores da religio. Estetemor, e preconceito nascem a partir das idiasdeturpadas que associam Maonaria ao satanismoe outras prticas secretas malficas as entidadesreligiosas. Lderes religiosos com intenesduvidosas, que nenhum conhecimento tem daordem manica, que na obscuridade de suaignorncia tentam explicar aquilo que noconhecem... Mas, no final de tudo a inteno somente confundir o entendimento de leigos, queesto dispostos a acreditar em qualquer coisa quelhes sejam ditas por seus lderes.Todo Maom sabe que um dos objetivos daMaonaria pegar homens bons e os tornarmelhores. Fazendo com que estes sejam homensque busquem o caminho da evoluo espiritual eintelectual, contribuindo assim com ahumanidade, e ajudando seus semelhantes atambm evolurem em suas vidas. Ainda existemmuitos que vem na Maonaria uma incgnita, eat mesmo questionam os seus verdadeirosintuitos, agindo assim eles esto a alimentar aimaginao de leigos que engrossaro as fileiras dopreconceito descabido nutridos por interpretaespessoais atravs dos sculos.(A Maonaria e o Cristianismo Trabalho deGrau por Cesstre Guimares de Oliveira LojaManica Humanidade e Concrdia n 2851)

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    MAONARIA, PRECONCEITOS E INTOLERANCIA

    Ao longo das eras do tempo a Maonaria tem acolhido homens de todas as

    convices religiosas. Impondo como a maior de todas as exigncias para se tornar ummaom, a crena na existncia do Arquiteto Supremo e na imortalidade da alma. Estacrena ns adotamos como o sinal externo e visvel de uma graa interior e espiritual. E dentro desta construo moral interna que a Maonaria trabalha para fazer tornar oshomens bons em homens melhores, construindo dentro de cada Irmo da Arte umtemplo de virtudes e realizaes ticas.

    Infelizmente, nossos propsitos so questionados pelos desinformados. Eles novem que ns maons somos homens voltados religio, somos homens invariveis que

    compreendemos em sua verdadeira essncia os preceitos da f e diariamente em nossasmetas filantrpicas vamos alm do descanso, entendemos que a filantropia tem pressa eno pode esperar. Trabalhamos dentro de suas igrejas e nas suas comunidades para amelhoria dos membros da raa humana. Na realidade, ns maons ultrapassamos as

    barreiras do sectarismo, superamos a intolerncia religiosa, abrimos mos dos dogmasirracionais que limitam os homens afastando-os do Grande Arquiteto do Universo.Posso assim dizer: Atingimos o pice almejado por todos aqueles que sonham com umafraternidade onde a pessoa mais valorizada que suas idias. A ns no interessa qualsua ideologia religiosa, exigimos sim, a crena no Grande Criador, no questionamossua ideologia poltico partidria, enquanto ela respeite o livre arbtrio, que consideradoum dom divino para todas as religies. A constituio de Anderson (que so conjuntos

    de regras aceitas pela Maonaria Universal Regular) bem clara quando diz: "Ummaom obrigado a obedecer lei moral; e se ele bem entender da arte, jamais ser umestpido ateu nem um libertino irreligioso".

    Respeitamos todas as religies, entendemos que o homem livre para adorar aoGrande Arquiteto do Universo, na forma, quando e onde quiser. Aceitamos em nossostemplos todos os livros sagrados conforme seja a religio do iniciado, no importa seeste livro a Bblia, Livro de Mrmon, Talmude, Alcoro, ou qualquer outro dosGrandes Livros da F. Entendemos que o livre arbtrio um dom concedido peloGrande Arquiteto do Universo (Deus), e como tal deve ser respeitado. A Maonariasempre dar boas-vindas a todos os homens livres e de bons costumes, no importa seso eles cristos, judeus, muulmanos, budistas, etc. No estamos preocupados em saber

    a qual religio professa f, a ns importa que verdadeiramente aspirem viver os padresde respeito liberdade, igualdade e fraternidade.

    A Maonaria universal por extenso de seus iniciados. inclusiva dos bonscostumes dentro da sociedade. Ela provedora de uma filosofia e uma Fraternidadeonde os homens bons podem se encontrar em um mesmo nvel. Ela une todos oshomens em um lao mstico de fraternidade sincera, amor mtuo, f, trabalho, e estesesto em todos os lugares unidos como construtores que trabalham por paz e harmonia,tendo como metas honrar o Criador. Este o objetivo da Maonaria. Obviamente, estesobjetivos s complementam, e em nenhum momento contradizem as convicesreligiosas ss.

    Embora seja comum observar alguns lderes religiosos manifestarempublicamente sua objeo a maonaria, proibindo ou desencorajando os membros desuas respectivas Igrejas de se associarem a ela, para surpresa de alguns, o seguimento

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    cristo com uma histria mais longa e publica de objeo Maonaria tem sido a IgrejaCatlica. As restries apresentadas pelo catolicismo incluem alegaes de que aMaonaria ensina uma religio de deismo naturalista que segundo os telogos docatolicismo, conflita com suas doutrinas. Vrios pronunciamentos oriundos dos Papas

    tem sido emitidos contra Maonaria. O primeiro Papa a se manifestar abertamentecontra a ordem foi Clemente XII, com sua Bula Papal datada de 28 de abril de 1738,que foi seguido com um novo pronunciamento feito por pelo Papa Leo XIII, que semanifestou em 15 de outubro de 1890. Em 1917 o Cdigo de Direito Cannico declarouexplicitamente que a ligao de um catlico com a Maonaria seria motivo suficiente

    para excomunho. O mesmo cdigo tornou proibido aos catlicos, leitura de qualquerlivro que defendesse a Maonaria.

    Em 1983, a igreja catlica novamente se manifestou. Desta feita, ao contrrio doanterior, a maonaria no foi nomeada de forma explicita entre as sociedades secretasque a igreja condena. Ficou dito apenas que: "Uma pessoa que se une a uma associaoque delineia contra a Igreja ser castigada com uma penalidade justa, algum que

    promova ou participe de forma pblica em tal associao ser castigado cominterdio." Esta aparente mudana de pensamento em parte foi motivada pela presenade proeminentes Maons dentro da liderana da Igreja Catlica.

    Porm, o assunto foi novamente abordado de formapreconceituosa pelo Cardeal Joseph Ratzinger (queposteriormente veio a se tornar o Papa Bento XVI), ele declarouque: O julgamento negativo da Igreja com respeito associaomanica continua inalterado, j que os princpios manicos(segundo ele) so considerados irreconciliveis com a doutrinada igreja catlica, e ento a associao com eles permanece

    proibida. O catlico que se filia a esta organizao est em srio

    estado de pecado e no dever receber a Sagrada Comunho.Sendo assim, da perspectiva catlica, ainda existe restries aosseus fiis que se juntam a Maonaria. Por sua vez a Maonarianunca contestou a participao de maons no catolicismo. Anica fala pronunciada pela GLUI (Grande Loja Unida daInglaterra) e ratificada pela maonaria espalhada pelo mundo,

    nega s afirmaes do catolicismo dizendo (e verdade) "Maonaria no religio,nem tem pretenses de substitu-las". Em contraste com as alegaes catlicas que nosacusam de racionalismo e naturalismo, as objees protestantes esto voltadas asacusaes de misticismo, ocultismo, e satanismo.

    O pesquisador maom Albert Pike citadofreqentemente por anti-maons protestantes como umaautoridade manica nestes assuntos. Porm, Pike, emboraindubitavelmente instrudo, no era um porta-voz daMaonaria, uma vez que ele era controverso at mesmo entreos Maons. O que ele escreveu s representa sua opinio

    pessoal e, alm disso, uma opinio fundamentada nas atitudese compreenses da Maonaria Sulista dos E.U.A do sculoXIX. Na verdade suas idias esto coadunadas com os

    pensamentos de sua prpria Loja Principal. Ningum nuncafalou por toda a Maonaria, somos homens livres e de bons

    costumes, e como tais agimos. A liberdade de expresso partede nosso patrimnio.

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    J a igreja anglicana da Inglaterra teve muito de seus Bispos iniciados naMaonaria, a exemplo do Arcebispo Fisher de Geoffrey. Porm, nas ultimas dcadas asrestries contra Maonaria aumentaram muito dentro do anglicanismo, talvezmotivado pela aproximao que vem acontecendo de modo crescente entre oanglicanismo e o protestantismo tradicional. O Arcebispo atual de Canterbury, Dr.

    Rowan Williams, tem manifestado sua desaprovao maonaria, embora de formadiplomtica evite causar ofensas aos maons de dentro e fora da igreja inglesa. Em 2003Dr. Rowan Williams se desculpou com os maons britnicos depois de dizer que suasconvices eram incompatveis com Cristianismo, mas, sabemos que ele limitou aascenso de maons a posies elevadas em sua diocese quando era o Bispo deMonmouth.

    A Maonaria regular no respondeu a estas afirmaes, pois consideramos queassuntos envolvendo a religio de cada um, devero ser tratados no mbito religioso(enquanto os ideais de liberdade igualdade e fraternidade forem respeitados). Pois comotodos sabem, e at mesmo j foi escrito aqui, Maonaria no religio e no se envolvenestas causas. Precisa ficar claro a todos, que a Maonaria no pretende substituirnenhuma das religies existentes no mundo, no somos seus concorrentes, pelocontrrio, somos seus colaboradores, de domnio publico a afirmativa que diz: todomaom deve ter a crena em um ser supremo, sua conscincia quem definir qualreligio ele dever seguir. No existe na Maonaria nenhum ensinamento teolgicosobre uma deidade manica.

    A intolerncia por parte das religies contra a Maonaria se estende at mesmoquelas que sofrem discriminao por parte de alguns seguidores do cristianismo, aexemplo do islamismo, l tambm encontramos idias e argumentos anti-maons.Alguns anti-maons muulmanos tem afirmado que a Maonaria surgiu para promoveros interesses dos judeus ao redor do mundo, e que seu grande objetivo reconstruir o

    Templo de Salomo em Jerusalm depois de destruir a Mesquita Al-Aqsa. Em funodisto muitos pases islmicos no permitem o estabelecimento de Lojas manicasdentro de suas jurisdies. Porm, em pases como a Turquia, Malsia, Marrocos,Lbano, Iraque e Egito temos lentamente conseguido estabelecer potencias manicas.

    Acompanhando esta onda de descriminao preconceituosa, infelizmente noposso deixar de fora A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias (osmrmons), doutrina esta da qual sou seguidor incondicional desde maro de 1990. Naverdade, eu no responsabilizo a doutrina por qualquer ato discriminatrio manifestado

    por um ou outro seguidor das idias de Jesus Cristo na atualidade. Nossos lderes namais alta escala da hierarquia mrmon nada tem dito de forma oficial deste o ano de1984 quando o Presidente Spencer W. Kimball, afirmou enfaticamente que nenhuma

    restrio existe por parte da Igreja quanto a maonaria. Penso que depois disto nenhumoutro lder tenha se manifestado sobre o assunto, por consider-lo algo resolvido. importante observar que cada um dos seguimentos religiosos aqui citados tem

    suas prprias razes para repudiar a Maonaria, mais interessante observar tambmque suas razes no coincidem, de acordo com o dogma a recusa... O que possoconcluir que a histria da humanidade continua a se repetir em ciclos de intolerncia e

    preconceitos, homens que se colocam acima do Grande Arquiteto do Universo paraarbitrar sobre assuntos que no lhes dizem respeito. Como podem os divergentes estarcertos nesta discordncia quanto maonaria, se at mesmo na hora de discordarem damilenar fraternidade eles divergem?

    Por um breve momento deixarei de lado os conflitos teolgicos e ideolgicos em

    que vivem mergulhados aqueles que se aprofundam na ignorncia para fazer um breverelato de acontecimentos ocorridos no interior do templo de Salomo. Ao mesmo tempo

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    tentarei explicar quem foi Hiram Abiff, este que para alguns ainda um eniguima,enquanto que para ns maons ele parte da explicao de quem somos.

    Dando continuidade a leitura estarei mostrando que vrios lderes de A Igreja deJesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias (Mrmons) tiveram uma intima relao deconhecimento sobre sua existncia e passagem pelo mais famoso de todos os templos.

    Antes precisa ficar claro que contrrio ao que algumas pessoas tm afirmado, noexiste nenhum conflito ideolgico, religioso ou literrio entre a Maonaria e A Igreja deJesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias. Maonaria por no ser uma religio e notentar interferir nesta temtica, em nada conflita com A Igreja de Jesus Cristo dosSantos dos ltimos Dias ou qualquer outro seguimento religioso, me sinto um cristomrmon livre para continuar minha escalada manica.

    Quando tomei a deciso de fazer esta compilao sobre a relao entre maonariae os mrmons, confesso que fiquei em dvida, meu receio era que em algummomento viesse a ser interpretado como leviano ou passional. Tenho profunda ealicerada f nas doutrinas de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias,sinto que minha f completa-se com as normas e rituais da Maonaria. Ento pensei;

    dentro de meu contexto social, sou eu no momento a pessoa mais qualificada para fazerum relato imparcial sobre a relao existente entre as duas organizaes, ento a istoque me proponho...

    Talvez algum no contextualizado com A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dosltimos Dias ou Maonaria venha a ter acesso a este trabalho, penso que algumascolocaes no ficaro claras para estes, ento minha sugesto que as dvidas quesurgirem sejam direcionadas ao meu e-mail [email protected] que terei o maior

    prazer em responder a todos os questionamentos. Peo tanto aos maons, quanto aosmrmons e a outros que vierem a ler este trabalho, pacincia e ponderao, leiadesprovido de preconceitos, esquea tudo que j foi dito sobre o assunto, e com espritodesarmado, nutridos pela f e pela razo, conclua por si s se o que est escrito verdade ou mentira.

    Espero que o deguste destas pginas ajude a dirimir dvidas, pois esta minhainteno. Fao saber a todos: se algum erro existir nesta compilao, se algumaimpresso preconceituosa, discriminadora, ou conflitante com as doutrinas de JesusCristo e ou normas da Maonaria transparecer aqui, deve ser interpretado comodificuldade de expresso deste autor. No falo em nome de A Igreja de Jesus Cristo dosSantos dos ltimos Dias, nem to pouco em nome da Maonaria, sou o nicoresponsvel por este trabalho de pesquisa, as impresses e interpretaes so minhas, edesta forma devem ser compreendidas, convido a todos que despidos de preconceitos eignorando interpretaes herdadas de escritos sensacionalistas faam a leitura, minha

    inteno to somente ser fiel aos registros, pois esta a histria, este foi o fato... Eaconteceu assim...

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    A Maonaria tem um aspecto externo visvel,consistente em seu cerimonial, doutrinas esmbolos, e acessvel somente ao maom que haja

    aprendido a usar sua imaginao espiritual e sejacapaz de apreciar a realidade velada pelo smboloexterno (...)(Dicionrio de Maonaria, Joaquim Gervsio deFigueiredo)

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    A SIMBOLOGIA MAONICA

    Penso que por vivermos em um mundo competitivo, natural aparecerem certos

    desafetos, com a Maonaria no poderia ser diferente. Acredito que o preconceitoformado a partir do medo, nascido na mente de indivduos temerosos daquilo que lhes

    parece inexplicvel. Que temem aquilo que no compreendem, seja o verdadeirocausador desta camada de nuvem negra estigmatizadora que paira sobre a mais antigade todas as fraternidades, pois o homem sempre temeu o que parece inexplicvel.

    Talvez por fazermos uso de certos rituais em nossas reunies, e tambm pormantermos um livro sagrado para a religio (uma Bblia nos pases de predominnciacrist) sobre um altar, algumas pessoas confundem Maonaria com religio, mas no .

    Isso no significa que a religio no tem nenhuma importncia para Maonaria, pelocontrrio, de extrema importncia que o iniciado tenha uma f definida. Uma pessoaque deseja ser iniciado na Maonaria regular ter que obrigatoriamente crer naexistncia de um ser supremo, ser este a quem genericamente a Maonaria chama deGrande Arquiteto do Universo. Nenhum ateu jamais ser aceito entre ns (Maonariaregular). Nossas reunies so abertas com uma orao, e todo Maom ensinado sobreesta necessidade. Aprendemos que sempre se deve orar ao divino e nele buscarorientao antes de comear um empreendimento importante. Mas isso no torna aMaonaria uma "religio."

    As primeiras alegaes que ouvimos quando nos comparam a uma religio, quechamamos a nossos locais de reunies de templos. Mas quando assim denominamos a

    estes locais, fazemos no mesmo sentido que foi utilizado pela Juza ngela Prudente,quando da inaugurao do Tribunal de Justia do Estado do Tocantins ela denominouaquela casa como "Templo da Justia". Outro motivo que nos leva a chamar nossasLojas, templos, a referncia simblica que fazemos ao Templo de Salomo. NemMaonaria nem o Tribunal de Justia do Estado do Tocantins tornam-se uma religiosomente por que as pessoas que l se renem denominam a estes locais como templo.

    Ns maons acreditamos na importncia da religiosidade. Maonaria encoraja atodo Maom, ser atuante em seu prprio contexto religioso. Maonaria ensina que, sema crena no Grande Arquiteto do Universo, um homem est s e perdido, e que sem estacrena, ele nunca alcanar seu pleno potencial.

    Mas a Maonaria no dita a uma pessoa que religio ele dever seguir ou como

    ele dever exercer sua f. Isso algo que dever ser definido entre o indivduo e oGrande Arquiteto do Universo. Essa uma funo de sua religio e no da Maonaria.Aqueles que tentam impor a Maonaria a condio de religio, algumas vezes mequestionam: Se Maonaria no religio, por que usa ritual?.

    Considero coerente quando algumas pessoas associam ritual a religio, mas estaassociao no deve ser genrica, uma vez que so utilizados rituais em vrios aspectosda vida, estes rituais so to repetidos em nosso cotidiano que s vezes nos passamdespercebidos. Um ritual somente um meio encontrado para que alguma coisa sejafeita de uma mesma forma. Na verdade a inteno a padronizao da rotina a serseguida.

    Tomando como exemplo as reunies de pais e mestres nas escolas, observei queelas iniciam com o diretor ou alguma outra pessoa chamando a ateno do grupo. Entoo grupo levado a seguir um ritual simblico de submisso, onde a pessoa que fala

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    centro das atenes. Ainda hoje tradio e rotina em certos Colgios Militares, antesdo inicio das aulas os alunos perfilados cantam o hino nacional e da bandeira. Isso umritual.

    Quase toda reunio empresarial tem uma leitura da ata da ltima reunio. Isso

    um ritual.Existem muitos rituais sociais que so praticados em nosso dia-a-dia, damos umaperto de mo para selar um acordo. Para comprar ingressos no cinema esperamos nafila e no empurramos aqueles que esto a nossa frente. Existem centenas de exemplosque literalmente so rituais.

    Maonaria faz uso de um ritual porque um modo eficiente de ensinar uma idiaimportante. Os rituais que praticamos nos lembram quem somos e onde estamos, damesma maneira que o ritual de uma reunio empresarial lembra as pessoas onde elasesto e o que esto fazendo.

    O ritual manico muito rico porque extremamente antigo. Foi desenvolvidodurante as eras do tempo para conter e expressar idias atravs dos smbolos. Volto a

    afirmar, no existe nada de anormal em fazer uso de rituais. Todos ns fazemos istodiariamente.

    Outra questo, que constantemente levantada pelos opositores da Maonaria ouso freqente que fazemos dos smbolos. Mais uma vez recorrerei ao cotidiano parademonstrar que esta prtica comum a todos, no somente a ns maons. Nossossmbolos e sinais facilitam nossa comunicao. Quando nos encontramos em umdeterminado local de transito e observamos um semforo vermelho, sabemos o quesignifica, no necessrio ler a palavra "pare." Na realidade, usamos os smbolos

    provavelmente por que o modo mais antigo de comunicao e a melhor maneira deensinar algo.

    A Maonaria usa smbolos pela mesma

    razo. O "Esquadro e o Compasso" so smbolosamplamente usados e conhecidos da Maonaria. Decerto modo, estes smbolos so um tipo de marcaregistrada para a fraternidade tal como os "arcosdourados" so para McDonald. Quando algumobserva um Esquadro e um Compasso em umedifcio, automaticamente entende que de algummodo um maom ali se fez ou faz presente. Outracoisa que posso dizer sobre a simbologia manica que o Esquadro simboliza as coisas da terra, etambm simboliza honra, integridade, veracidade, eas outras maneiras pelas quais ns devemos nos

    relacionar com as pessoas deste mundo. O Compasso simboliza as coisas do esprito, e aimportncia de uma vida espiritual bem-desenvolvida, e tambm a importncia doautocontrole. O G representa Geometria, a cincia que os antigos acreditavam revelar aglria do Grande Arquiteto do Universo e os trabalhos dele nos cus, e tambmrepresenta Deus (no cristianismo) Que deve estar no centro de todos nossos

    pensamentos e de todos nossos esforos.Os significados da maioria dos outros smbolos manicos so bvios, se

    ficarmos atentos descobriremos que todos fazem parte do cotidiano da humanidade... Omartelo ensina a importncia do autocontrole e autodisciplina. A ampulheta nos ensina

    que o tempo sempre est passando, e que sempre estamos a tomar decises importantes,que podem mudar nossos destinos e de outros.

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    Existe uma grande controvrsia por parte dos no iniciados sobre os smbolosusados por ns (maons) em nosso dia-a-dia. Algumas pessoas conseguem ver o mal emtudo que se relaciona a Maonaria, somos vitimas de escritores no iniciados que no afda fama, ou do zelo exagerado, durante dcadas tem atribudo significadoscompletamente estranhos a nossa realidade, bem verdade que a maioria destes

    escritores est de algum modo ligado a uma denominao religiosa. Contudo ainterpretao destes smbolos a partir da compreenso destes pseudo-pesquisadores notem nenhum vinculo com o real. Ao longo da histria temos presenciado diversasinterpretaes daquilo que parece ter sido dito por algum maom que no sobe seexpressar, e a partir da as interpretaes desvirtuadas surgem para atender asnecessidades destes que denominam a si prprios buscadores de conhecimentos.

    Para entender os significados de nossos smbolos, necessariamente precisamoscompreender que o simbolismo manico no representa uma nica idia, com umnico e inequvoco significado. Na verdade, os smbolos so compostos de trs formas aserem entendidas. correto dizer que estas formas esto bem prximas, mas tambmsendo coerentes devemos entender que estas formas tm significados diferentes.

    A forma que menos aceito a chamada interpretao pelo "simbolismo pessoal"no qual a interpretao tem sua origem a partir da compreenso de cada pessoa. destafonte que tem surgido aquilo que denomino de lixo, pois esta a maior fonte defantasia que tem cercado os smbolos manicos. Baseado neste contexto qualquer

    pessoa pode atribuir qualquer interpretao a qualquer smbolo, e infelizmente, muitosescritores manicos tem enveredado por este caminho.

    Em contraste a esta forma, temos a interpretao simblica que denomino deverdadeiro "simbolismo manico", esta a mais aceitvel de todas, nesta forma deinterpretao que smbolos especficos so explicados por autoridades manicasrespaldadas principalmente em nossas tradies e rituais.

    A ltima forma, esta que denomino de "simbolismo comparativo" onde asimbologia comparada aos princpios de uma ou vrias religies que o pesquisadorestar a estudar no momento, e a partir da, passa a comparar levando em conta assemelhanas e diferenas, usando como fiel sua compreenso das coisas. Note-se queesta forma de interpretao muito similar a forma do simbolismo pessoal, consideroesta a mais perniciosa de todas, ela comumente utilizada pelos escritores religiosos(principalmente protestantes) que utilizando dos artifcios da escrita fazem constantescomparaes para associar Maonaria ao malfico.

    Alguns religiosos cristos investidos de intolerncia por vezes tm acusado aMaonaria de excluir Jesus Cristo de nosso contexto. Isto surge por falta decompreenso de regras especficas da Maonaria, pois todo Maom sabe que em

    respeito diversificao religiosa em nosso seio, terminantemente proibido asdiscusses sectrias, portanto nomes como Jesus Cristo, Maom, Buda, etc., ou aindatemas partidrios polticos esto excludos de nossos trabalhos quando tratados comonicos detentores de uma verdade. Penso que as discusses ideolgicas, sejam elasreligiosas, partidrias ou quaisquer outras; so temas semelhantes a um jogomundialmente conhecido como jogo da velha neste jogo no existe um ganhador, eaps horas brincando se descobre que ambos perderam seu tempo. Assim so asdiscusses sectaristas, ao final de horas de discusso, conclui-se que tudo aponta parauma nica direo, dissenso e a diviso. E contra estas coisas todo maom deve sercontrrio. Devemos entender que na viso manica todo iniciado um irmo, isto nosentido literal da palavra.

    Os intolerantes alegam que raramente um maom se refere a Deus ou Jesus Cristo,digo a estes que deveriam buscar aprender mais sobre nosso contexto antes de falarem

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    tais coisas. A Maonaria adotou ao longo dos sculos a expresso Grande Arquiteto doUniverso em respeito diversificao religiosa existente no mundo, no segredo paraningum que as religies existentes esto em constante digladio, onde cada uma reclama

    para si o privilgio de estar certa, ento nada mais justo e perfeito do que usar umanomenclatura que sendo usada uma nica vez faa referencia a todos os seguimentos

    religiosos, sem trazer para dentro da Maonaria as disputas religiosas externas.Religiosos cristos alegam que um Maom a fazer suas oraes deveria voltar

    seus pensamentos inteiramente ao nome de Jesus Cristo. Os que a isto reclamam,deixam claras provas de seu desconhecimento do contexto maom, no sabem eles quenenhum cristo maom ou qualquer que seja o seguimento religioso est proibido pornossas leis de fazer suas oraes direcionadas aquele a quem sua f reclama comoverdadeiro. A orao feita dentro da Loja realizada de uma forma que respeite a todosos seguimentos religiosos que esto presentes. Porm nada impede um Maom (deforma individual) acrescentar mentalmente a orao o nome de Jesus Cristo.

    A Maonaria no desdenha das religies. No exclui Jesus Cristo de seu contexto.Ns maons nos reunimos sem propsitos religiosos, sendo assim, qualquer menosectria seria imprpria para o momento.

    Nenhum Maom estar impedido por nossas leis de seguir a doutrinas religiosasque sua conscincia ditar, porm, uma reivindicao nossa que todo iniciado devaacima de tudo colocar sua submisso ao Grande Arquiteto do Universo que Deus, afamlia e por ltimo a Fraternidade manica.

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    Tentar localizar o nascimento da Maonaria emalgum momento da histria, uma tarefa rdua,no existe a possibilidade de consenso at mesmo

    entre os pesquisadores Maom... Muito j sefalou. Provas cabais de um possvel nascimentona Idade Mdia, para tristeza de historiadoresconvictos, foram destronadas por documentosdatados de 914 d.C.Considero infrutfera qualquer tentativa deapontar uma data exata. A mim basta saber queestvamos presente quando os elementos foramorganizados e o primeiro planeta tomou forma,tambm estvamos presente quando as pirmidesdo Egito foram construdas. Na Torre de Babel

    nossas lnguas foram confundidas, pois tambmestvamos l. Nos artfices de Tubal Caim nossamarca ficou registrada. Quando o Profeta Amsviu a Deus junto ao muro (que construmos), maisuma vez a histria registrou nossa presena,tambm estvamos l. Colocamos a primeira pedrano Templo de Salomo e retiramos ltima.Assim a maonaria, sem inicio ou fim de dias.(... e houve luz Trabalho de Grau por CesstreGuimares de Oliveira Loja ManicaHumanidade e Concrdia n 2851)

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    A ORIGEM DA MAONARIA

    Nesta parte do livro estarei fazendo uma sinopse de fatos por mim considerados

    relevantes na histria da ordem, na verdade o que segue somente uma sntese daquiloque alguns apontam como verdade, trago para reflexo um pouco daquilo que foi

    pensado por pesquisadores da Maonaria.Qualquer um que de algum modo tenha ligao (ou no) com a maonaria j se

    perguntou: Qual sua origem, como tudo comeou? Nesta primeira parte no tenho ainteno de responder a estes questionamentos, at mesmo por que este no o objetivocentral desta compilao, apenas exponho os fatos, e caber a cada um decidir qualverso mais lhe agrada.

    No nego que a origem da Maonaria esteja completamente envolvida emmistrios para o no iniciado, seu surgimento tem sido constante tema de discussoentre pesquisadores de sua histria, nenhum outro tpico na literatura da instituio to debatido quanto este. Escritores tm atribudo diferentes origens a ordem, algunstm dito que ela nasceu nos primeiros momentos da Religio Judaica, outros afirmamter surgido na construo do Templo do Rei Salomo, e alguns outros apontam suamanh primaveril na ordem dos Cavaleiros Templrios. Ainda existem aqueles queinsistem em nos dar como bero os sindicatos dos Pedreiros Operativos da Idade Mdia,tomando como base o ano de 1717 quando foi organizada a Grande Loja da Inglaterra,estou propenso a aceitar qualquer outra teoria, mas discordo em especial desta. fatohistrico irrefutvel que a ordem j existia h muito mais tempo, os fatos e registros

    histricos comprovam isto.No sei precisar quando surgimos, nem tento explicar o que considero inexplicvel.Prefiro acreditar que somos bem mais antigos que os momentos apontados porescritores afoitos e desejosos por fama. Tenho como verdadeiras as afirmaes deJoseph Smith, Brigham Young, Heber C. Kimball e outros lderes de A Igreja de JesusCristo dos Santos dos ltimos Dias (Mrmons), eles afirmavam que a Maonaria erato velha quanto o mundo. (Dialogue A Journal of Mormon Thought -http://www.dialoguejournal.com). Aconselho aquele que ler a continuar a leitura e aofinal concluir por si s se tenho ou no razo.

    Em 1723 foi publicado em carter oficial um texto editado pela Grande Loja daInglaterra onde diz que a maonaria deu seus primeiros passos a partir das idias de um

    dos descendentes do primeiro assassino da humanidade, Lameque, o cego. Segundopesquisas feitas por alguns historiadores maons, a doutrina de Lameque foi perpetuadapor sua linhagem, chegando at o Rei Salomo, cuja histria da construo do seuTemplo serviu de personificao aos ideais sociais e espirituais da Maonaria. Porm,antes desta verso existia outra bem mais antiga, que era aceita como verdadeira.Baseado em alguns documentos antigos da Maonaria alguns tm apontado Ninrod oidealizador da Torre de Babel como nosso possvel precursor.

    Um manuscrito de origem inglesa e autor por mim desconhecido (em nenhumafonte encontrei referencias sobre quem o tenha escrito primeiro), datado de 1430, fazreferncia a Ninrod afirmando ser ele o primeiro Mestre Maom, Ninrod era filho deHam e descendente direto de No, penso que por este motivo seja comum observar queem alguns documentos anteriores a 1717 os maons s vezes so chamados de: Filhosde No. Este mesmo Ninrod apontado como o autor do que seria a base para as

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    principais leis e constituies manicas, segundo a tradio escrita, consta em velhospergaminhos que ele mesmo iniciou seus irmos enquanto supervisionava a construoda Torre de Babel. tambm atribuda a ele, pela tradio rabe a fundao de umacidade na Mesopotmia (atual Turquia), ainda hoje alguns escritores locais por vezes achamam de Trono de Ninrod, seria esta uma prova da veracidade desta lenda?.

    Tambm atribuda ao mesmo Ninrod a edificao das cidades de Nnive e Babel(Babilnia).

    Rebuscando nos textos bblicos, e em outros textos tambm antigos, cheguei concluso que a construo da Torre de Babel tinha como principal objetivo a unio dasrealidades visveis e invisveis, terrenas e divinas, assumindo o lugar de Pilar doMundo. Com a queda do primeiro homem (Ado), a raa humana agora largada em ummundo frio e sombrio iniciou desesperadamente a procura por uma forma de retornar aseu primeiro estado de pureza ednico, a inteno era reconquistar os privilgios

    perdidos junto a Deus. Vemos este desejo de ascenso expresso de modo claro naconstruo da Torre de Babel, gostaria de ressaltar aqui que o nome Ba bel, em sualiteralidade significa Porto de Deus. Alguns registros antigos afirmam que a torre eraconstituda de sete zigurates que simbolizavam as sete foras planetrias, foras estasque regeriam o destino da humanidade, permitindo desta forma, e de modo simblico acada iniciado ultrapassar as barreiras que mantm o homem separado da deidade e neletocar, voltando ento a seu antigo estado de pureza.

    Outra lenda rabe usada na tentativa de dar veracidade ao relato, diz lenda queNinrod construiu a Torre de Babel para que de seu ponto mais alto voasse at o Cu emseu carro de ouro puxado por quatro pssaros com formas humanas.

    Outros autores bem como Michael Howard e Nigel Jackson, afirmam que tallenda alegoricamente representa a queda dos anjos que inconformados com o exlio naterra esto empenhados a qualquer preo em romper as sete dimenses que os impedem

    de regressar ao seu estado celestial. Conforme alguns escritos antigos de origemjudaica, Ninrod seria descendente dos Nefilins (VideGenesisCap.6), isto explicaria seudesejo de unir a terra ao cu e sua constante luta para retornar ao paraso.

    Devemos entender que esta somente uma das muitas verses que tentamexplicar a origem da Maonaria, existem outros textos que endossam as lendas, maismesmo estes no so conclusivos ao ponto de dirimir qualquer dvida, por issochamamos estes fatos de lendas. Cabe a quem ler interpretar por sua prpria tica e a

    partir da tirar suas prprias concluses, o tema polemico, e ainda muito ser ditosobre isto. Aquele que ler deve ter conscincia que o consenso nunca vir. Pois bemsabemos que o mistrio, o oculto, o sigiloso o maior patrimnio da Maonaria. Asverses existem, escolha uma.

    Apresentando agora mais uma verso convido-o acontextualizar-se com a histria, no ano de 1096 o PapaUrbano II tencionando recuperar Jerusalm que seencontrava cativa dos seguidores de Maom convoca oscristo para uma guerra santa dando incio aomovimento religioso militar denominado historicamentede cruzadas, trs anos depois os cristos catlicosconquistam Jerusalm matando todos os habitantes. Em1118 o Rei Balduno governa absolutamente sobre acidade santa, com o estabelecimento do poder catlicosobre Jerusalm duas organizaes religiosas se

    estabelecem na cidade, uma delas eram os Hospitalrios Cavaleiros de So Joo, que tinha como principal

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    objetivo cuidar dos doentes e feridos, a outra trazia caractersticas menos humanitrias,pois se destacavam por estarem voltados para a causa militar e se auto denominavamOs Pobres Cavaleiros de Cristo e so eles os precursores do Cavaleiros Templrios,que trataremos a seguir.

    A organizao que inicialmente contava com poucos membros que eram liderados

    por um cavaleiro de Burgundian, Hughes de Payens e mais oito amigos (algunsescritores dizem ter sido seis) tomaram para si a responsabilidade de representantes daigreja crist em Jerusalm, inicialmente a inteno era proteger os peregrinos quemarchassem rumo cidade santa.

    Eles receberam de Balduno II um estbuloque ficava ao lado da mesquita de Al-Aqsa paraque l estabelecem sua seu quartel general. OLivro da Lei (Bblia) deixa claro que o lugar ondefoi construda esta mesquita era o Monte Moriah(II Crnicas 3:1), supostamente ondeanteriormente havia sido construdo o Templo deSalomo. Foi em funo do templo que estesCavaleiros receberam o nome de Templrios.

    Estes protetores dos cristos haviam feitovotos de pobreza, e adotavam em seu braso doiscavaleiros em um s cavalo, a inteno eramostrar sua absoluta pobreza, j que no tinhamdinheiro para comprar um cavalo. Os primeiros

    nove anos dos tambm chamados Commilitones Christi Templique Salomonis ou Ospobres Cavaleiros de Cristo e do Templo do Rei Salomo foram transcorridos semquase nenhum crescimento, ningum queria arrisca-se por uma causa ou uma

    organizao onde no havia ganhos reais, mais muito em breve a organizao tomarianovos rumos, seu crescimento seria fantstico. No ano de 1127 os cavaleiros vo aRoma pedir o apoio do Papa para sua causa, e l conhecem St.Bernard de Clairveaux,que era lder dos Monges Beneditinos a partir da a histria dos Pobres Cavaleiros deCristo toma novos rumos, e em breve j muito ricos contando com o apoio do Papa ede vrios homens ricos eles passam a ser denominados simplismente de CavaleirosTemplrios.

    Com a fama e dinheiro a ordem ficou conhecida, e logo se tornou umanecessidade entre aqueles que desejassem demonstrar sua fidelidade a Igreja Catlicaingressar nesta fraternidade. O respeito, a admirao e a grande riqueza destescavaleiros compunham junto com a religiosidade os atrativos que os impulsionavam a

    ingressar na ordem. A fortuna destes templrios era tamanha que chegaram ao ponto defazer emprstimos a reinos, inclusive no cristos (muulmanos). Muitos se destacaramna ordem, entre estes guerreiros da f estava o Conde de Anjou que posteriormente foicoroado Rei de Jerusalm. Observamos assim que a ordem dos Cavaleiros Templrioss foi instituda aproximadamente mil anos aps a destruio do templo de Jerusalm

    pelo exrcito romano sob a liderana de Vespasiano e seu filho Titus, dandocumprimento a profecia que dizia: no ficara pedra sobre pedra. (Mat. 24:2.)

    um fato histrico que nenhuma pedra de esquina do Templo foi quebrada e queos Cavaleiros Templrios afirmavam ser praticantes dos verdadeiros rituais ecerimnias do Templo de Salomo. Ao estudar a histria dos Cavaleiros me veio uma

    pergunta; se eles tinham registros das cerimnias e ordenanas do Templo de Salomo,

    onde obtiveram estes registros? Christopher Knight e Robert Lomas autores do livro AChave de Hiram, afirmam que os templrios trabalharam de modo incansvel na busca

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    destes registros. Eles se revezavam em escavaes arqueolgicas no local onde antesestava o templo de Salomo. E l encontraram peas arqueolgicas que lhes deu muitaluz sobre as sagradas prticas templrias. Neste momento alguns pesquisadores dizem,ter de fato iniciado a Maonaria.

    J Matthew Ramsey, pesquisador e escritor do assunto, embora concorde que a

    Maonaria tenha sua origem nos Cavaleiros Templrios aponta outro momento denascimento da Ordem. Ainda existem muitos outros pesquisadores do assunto quecalculam o surgimento da Maonaria em tempo anterior aos Templrios, mas nestemomento no os comentaremos, deixarei isto para outro projeto onde pretendo detalhartodas as teorias de surgimento da maonaria.

    Aps se estabelecer em Jerusalm (entre 1118 e 1314), e se tornarem umaorganizao poderosa e rica os Cavaleiros Templrios comearam a atrair olhares decobias para seu imenso patrimnio. Sabemos que um Templrio s se submetia asordens do Papa, inclusive alguns escritores afirmam que entre outras atribuies eleseram a guarda pessoal do Papa, sua submisso era inteiramente voltada para orepresentante de Deus, e viviam para proteger Jerusalm. Eles se comportavam em pde igualdade com os reis, at mesmo Felipe o Belo, Rei da Frana os temia. Apsalguns anos Jacques De Molay que tambm era monge catlico, assumiu a lideranados Cavaleiros Templrios com o titulo de Mestre Principal.

    O Papa de ento era Clemente V, e Phillippe OBelo era Rei da Frana. O primeiro, diga-se de passagemera um fantoche nas mos do Rei da Frana, haviachegado ao Trono de Pedro graas s armaes deFelipe o Belo que se encontrava completamente falido.De olho na fortuna dos Templrio Felipe o Belo resolveudestruir a ordem e isto faria com a ajuda de sua

    marionete o Papa Clemente V, juntos arquitetaram anica acusao que poderia destruir a ordem dos (noto) Pobres Cavaleiros de Cristo, heresia, seria esta aacusao. Como parte deste maquiavlico plano, OMestre Principal Jacques De Molay que se encontravaem Jerusalm e estava preparando mais uma expedio

    para rechaar ataques sofridos por peregrinos cristos por parte dos seguidores dareligio islmica, recebe ordem do Papa Clemente V para retornar a Frana, no que obedecido de imediato. Na chegada Jacques De Molay foi recebido com grandesdemonstraes de amizade por parte da igreja, mas em seguida o rei ordenou sua prisoe tambm a de vrios outros Cavaleiros Templrios sob acusao de vrios crimes

    hediondos. Mas as acusaes concentravam-se particularmentenas alegaes de que todos eram praticantes de rituais secretosque incluam adorao de um demnio chamado Baphomet, pisar,negar e cuspir na cruz, prticas de sodomia e homossexualismo,alm de juramentos de iniciao conspiratrios. Isto tudoaconteceu no dia 13 de outubro de 1307, vindo da a superstiode que o dia 13 um dia de azar.

    Aps serem torturados foram fossados a reconhecer umaculpa que no lhes pertencia, no cumprimento de uma ordem doArcebispo de Sens, Jacques De Molay, e outros membros daOrdem foram queimados vivos em praa publica no dia 18 de

    maro de 1314. Mas antes de sua morte Jacques De Molaydesignou Johan Marcus Larmenio como seu sucessor para o

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    oficio de Mestre Principal. Encontrei em alguns livros uma afirmao interessante,registram os autores que enquanto ardia na fogueira Jacques De Molay disse aClemente V e Felipe o belo, que antes que se completasse um ano de sua morte ele osaguardaria no tribunal dos cus para prestarem contas de seus crimes, se isto procedeno sei, mais fato histrico que no ms seguinte Clemente V veio a falecer e Felipe o

    belo seguiu o mesmo caminho sete meses depois...Em continuidade aos planos de aniquilao da ordem dos templrios Clemente V

    declarou extinta a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo ou Templrios, os membrosdesta organizao que tanta fidelidade devotaram ao lder maior do catolicismo, agoraeram pela igreja caados como feras, onde houvesse um templrio, a ordem do Papa eraque fosse entregue as autoridades eclesisticas, afim de que fossem interrogados(torturados), caso houvesse a confisso, ou no, deveriam ser mortos. Com a execuodo Mestre Principal Jacques De Molay e de vrios outros cavaleiros a organizao seviu momentaneamente desorientada. Os cavaleiros Templrios na tentativa desobreviver, se espalharam por toda Europa. Alguns dos que fugiram para Portugalassumiram o ttulo de Cavaleiros de Cristo e depois de algum tempo tiveram DomHenrique, o rei, como seu Gro Mestre. Outros Cavaleiros que fugiram para a Escciaforam acolhidos pelo Rei Robert Bruce, e l o Rei no permitiu que nenhuma forma derepreslia fosse imposta aos Templrios, talvez por isto a Esccia tenha influenciado demodo cabal a Maonaria mundial. L os Templrios se estabeleceram com o ttulo deOrdem dos Pedreiros Livres e Aceitos do Rito Escocs. Isto aconteceu no ano de 1314 etambm atesta contra a teoria que aponta o ano de 1717, como momento do nascimentoda Maonaria.

    Alguns pesquisadores tm dito que durante muito tempo a nova Ordem dosTemplrios manteve um juramento que tinha por objetivo vingar a morte de Jacques DeMolay. Mas depois da morte do Papa Clemente V parece ter sido descontinuado este

    juramento. A Ordem voltou sua ateno para alegorias e smbolos, e a analise deextensos textos da Bblia que eram utilizados como introduo em suas cerimnias.Vivendo agora na clandestinidade pouco ficou registrado sobre as atividades dos

    remanescentes dos templrios. Finalmente na noite de 24 de junho de 1717 as quatromaiores lojas manicas da Inglaterra resolveram tornar publica suas existncias, foioficialmente criada primeira Loja Principal de Londres. Hoje na maioria dos pasesonde estamos (maons) a maonaria uma organizao civil devidamente registrada emcartrios e legalizada

    Depois da criao da Loja Principal, a Maonaria se espalhou rapidamente portoda Europa, e em 1732 os maons cruzaram Atlntico rumo a Amrica. A teoria deChevalier Ramsey afirma que a Maonaria moderna teve seu bero na Sociedade dos

    Cavaleiros da Esccia sob a proteo de Robert Bruce, com o titulo de Rito EscocsAntigo e Aceito. Caso ele esteja certo entendo ento que seria coerente afirmar que tudoiniciou com a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo, contendo enxertos de prticascomuns aos antigos mistrios praticados no Egito, Caldeia, Grcia, Sumria e outrasnaes antigas. Mas, como eu disse no inicio desta compilao, estas so somentealgumas das verses apresentadas como nossa origem, o consenso no existe.

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    Cremos na coligao literal de Israel e narestaurao das Dez Tribos; que Sio (a NovaJerusalm) ser construda no continenteamericano; que Cristo reinar pessoalmente naTerra; e que a Terra ser renovada e receber suaglria paradisaca. (10 Regra de F)

    Continuarei a fazer uma obra maravilhosa nomeio deste povo, uma obra maravilhosa e umassombro. (Isaas 29:14)

    Pois estou prestes a restaurar na Terra muitascoisas relativas ao sacerdcio, diz o Senhor dosExrcitos. (D & C 127:8)

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    ORIGEM DO MORMONISMO

    Farei agora uma breve pausa no relato quanto s origens da maonaria, tratarei

    agora de detalhar as razes que culminaram com a organizao oficial de A Igreja deJesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias, mas para isto se faz necessrio retrocedermosna histria. J que os motivos que impulsionaram a reorganizao estrutural do que nsmrmons definimos como a verdadeira Igreja de Jesus Cristo (e verdade), tem suasrazes respaldadas em acontecimentos ligados a momentos imediatamente posteriores amorte de Jesus Cristo.

    Ressalto aqui uma das doutrinas de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dosltimos Dias, que diz: logo aps a morte de Jesus Cristo e seus primeiros Apstolos a

    Igreja criada a partir de seus ensinamentos iniciou um processo de decadncia j nasegunda metade do primeiro sculo da era cristo. A apostasia, expresso utilizada pelaIgreja para definir esta decadncia acentuou-se gradativamente nos anos seguintes.Conforme podemos acompanhar analisando a histria j por volta do IV sculo a Igrejacrist existente conservava muito pouco dos traos da Igreja original, com isso iniciava-se um processo que ns mrmons denominamos era das trevas ou grande apostasia. dito que com a morte dos Apstolos, os lderes locais da Igreja foram aos poucosassumindo mais autoridade. Estes lderes passaram a controlar e estabelecer as regras edoutrinas para seus domnios, sob alegao de serem eles os legtimos sucessores dosApstolos. Aos poucos, os lderes de cidades romanas de maior relevncia polticaassumiam a liderana sobre todos os outros lderes espalhados pelo Imprio Romano e

    suas respectivas regies, com esta descentralizao das idias doutrinrias. Entendo quea diversificao de prticas doutrinrias crescia medida que estes lderes passaram a sefundamentar na lgica e na retrica, afastando-se assim dos ensinamentos de JesusCristo retransmitidos pelos Apstolos.

    Logo aps a morte de Jesus Cristo, sua doutrina rapidamente se espalhou por todoo Imprio Romano levada pelos seguidores da nova f, que temendo represlias por

    parte dos lderes do judasmo buscavam novo local para se estabelecerem, estemovimento de expanso se alargou com a completa destruio do estado de Israel peloImperador Tito (no comando de 24000 soldados) no ano 70 d.C. Mais a postura doscristos em no aceitarem os padres sociais romano, e suas negativas em assumircargos polticos, como tambm engajar no exercito fez com que passassem a ser visto

    com maus olhos pelos governantes que os consideravam anti-sociais. A partir da ahistria registra momentos de extrema intolerncia e perseguio religiosa.

    Os cristos eram constantemente vitimas da intolerncia generalizada no ImprioRomano. Muito sofrimento lhes foi infligido at que em 312 d.C motivado pelo jeminente desmoronamento do j desgastado imprio e na tentativa de insuflar aunanimidade poltica o Imperador pago Constantino promulgou seu famoso dito deTolerncia onde concedia a todos o direito de adorar quem, onde e como desejassem,cancelando definitivamente as medidas do estado que visavam supresso docristianismo. vlido registrar que Constantino s veio a se tornar cristo bem prximode sua morte, e esta era mais uma tentativa sua de transformar os cristos (que nestemomento j ultrapassavam a casa dos milhares) em seus aliados. Mais a histria secularregistra que o fabuloso Imprio Romano estava com seus dias contados, sua queda erainevitvel.

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    Os povos brbaros iniciaram invases sistemticas a Europa Ocidental, e em 410d.C a capital do Imprio Romano foi saqueada por estes povos. Era o sinal claro de quea Me Loba havia finalmente cansado. Os godos, vndalos e os hunos cruzaram asfronteiras e aniquilaram as unidades do ocidente, iniciando com isso o surgimento devrios estados independentes. Os lderes polticos locais assumiam cada vez maiores

    influencia sobre suas cidades, afastando-se assim do controle de Roma. Agoradominados por um povo que no preservava o conhecimento, um povo para quem arteera sinnimo de conquista militar, o fragilizado Imprio Romano deixa de existir.Conseqentemente nos prximos sculos em vrios pases da Europa a cultura aeducao e a moral entraram em decadncia. Iniciando-se assim aquilo que a histriachama de Idade das Trevas.

    No sculo XIV surgiu por toda a Europa um movimento cultural denominadoRenascimento, este movimento preconizava um maior interesse pela cultura grego-romana, fundamentados neste movimento os artistas abandonaram o misticismo

    passando a utilizar novas tcnicas na escultura, arte e literatura. Foi esta a era daconstruo das grandes catedrais.

    Este movimento renascentista tambm foi uma poca de profundas mudanasespirituais que culminaram com o movimento religioso conhecido como Reforma.

    Neste contexto muitos nomes se destacaram, o mais famoso de todos foi MartinhoLutero. Ele nascido em Eisleben, Saxnia, no dia 10 de novembro de 1483 iniciou suacarreira estudando Direito, mas em 1505 abandonou a advocacia para se dedicar a vidareligiosa. Lutero desde sua tenra idade vivia constantes conflitos ideolgicos, pareciaatormentado pelas discrepncias existentes entre as doutrinas ensinadas pelos lderescatlicos e suas prticas. Viajando para Roma em 1510 ele deparou-se com um clerodecado e distanciado daquilo que ele imaginava ser os verdadeiros princpios do Cristo,ficou extremamente chocado com a corrupo do clero e a apatia religiosa que

    aparentemente pairava sobre as pessoas. A partir da Lutero se tornou um ferrenhocontestador do catolicismo, suas constantes crticas a religio, aos poucos se estenderampara o campo poltico. Intimado a se retratar, Lutero negou-se a obedecer a ordemPapal, para demonstrar seu descontentamento, e firmar sua negativa a esta exignciaafixou no dia 31 de outubro de 1517 suas noventa e cinco teses na porta da capela deWittenberg, nestas, ele questionava a venda de indulgncias. O Papa em represlia oexcomunga. A partir desta ao do Papado Lutero inicia de forma irreversvel a reforma

    protestante.Posterior a Lutero vrios outros reformadores foram surgindo, mais ele ainda hoje

    considerado o maior de todos. Ns membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santosdos ltimos Dias aceitamos que estes homens agiam protegidos por Deus nesta

    perigosa misso de reconstruo da verdadeira Igreja de Jesus Cristo, porm, tambmsabemos que no eram eles aqueles que deveriam conduzir a restaurao definitiva daverdade, o que eles faziam era apenas o trabalho preparatrio para o verdadeirorestaurador.

    Em continuidade a este processo de restaurao do verdadeiro evangelho de JesusCristo, a Amrica foi descoberta e colonizada, cumprindo a uma profecia de Moronium antigo profeta das Amricas, que dizia: Eis que esta uma terra escolhida equalquer nao que a habitar se ver livre da servido e do cativeiro e de todas as outrasnaes debaixo do cu, se apenas servir ao Deus da terra, que Jesus Cristo, o qual foimanifesto pelas coisas que escrevemos. (ter 2:12).

    Em minha busca por conhecimento encontrei alguns historiadores que afirmam

    serem as razes econmicas os fatores determinantes da migrao para a Amrica,penso que os que a isso afirmam esto esquecidos da questo religiosa, esquecem que a

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    busca por liberdade de culto tambm foi outro fator. Estes foram os acontecimentos queprepararam o caminho para o retorno da Igreja de Jesus Cristo a terra.

    Durante muito tempo o ensinamento surgido a partir da compreenso dosreformadores se estabeleceu na Europa e se espalhou por todo o mundo, mais ainda no

    era a restaurao da verdadeira Igreja de Jesus Cristo, um movimento de abrangnciaespiritual muito maior estava sendo preparado por Deus, movimento este que ai sim,concretizaria os planos de Deus.

    Nos Estados Unidos da Amrica em uma manh de primavera, Joseph Smith Jrum jovem de apenas 14 anos, dirigi-se a um bosque para orar. Em seu dirio pessoal eleregistrou suas dvidas, embora ainda muito garoto, ele tinha algumas inquietaesquanto religio, inconformado com as disputas dos lderes locais por adeptos, ondetodos diziam serem os verdadeiros guardies das verdades do cristianismo, lendo sua

    bblia deparou-se com uma escritura na Bblia (contida em Tiago 1:5), onde diz: Ora,se algum de vs tem falta de sabedoria, pea-a a Deus, que a todos d liberalmente eno censura, e ser-lhe- dada.

    Seguindo as instrues desta passagem bblica, Joseph retirou-se para orar. Erauma bela manh de um dia claro do ano de 1820. Conforme escreveu posteriormente emseu dirio esta seria a primeira vez em sua vida que faria uma orao em voz alta.

    Chegando ao bosque olhou ao redor para confirmar se estava completamente s,ajoelhou-se e iniciou a orao externando todos os desejos de seu corao. To logo

    proferiu as primeiras palavras, sentiu uma fora misteriosa se apoderando dele, estafora assombrosa de presena to marcante lhe travou a lngua deixando incapaz de

    balbuciar qualquer palavra. Neste momento uma intensa escurido o cercou deixandonele a impresso que morreria.

    Juntando todas as suas foras clamou a Deus que o livrasse do poder desse

    inimigo invisvel, j quase completamente dominado por esta fora do mal, e prontopara morrer ele viu um pilar de luz acima de sua cabea. Segundo suas palavras estepilar tinha um brilho mais intenso que o sol, e descia lentamente sobre ele.

    Ao ver a coluna de luz, sentiu-se livre do inimigo que o dominava, ento ele podenotar dois Personagens cujo esplendor e gloria desafiam qualquer descrio, pairandono ar, Um dos personagens lhe falou, chamando-o pelo nome, e disse, apontando parao outro: "Este Meu Filho Amado. Ouve-O!". A partir deste momento a vida de Josephsofreu mudanas radicais, perseguido por lderes religiosos e outras pessoas que otaxavam de louco, visionrio, charlato, entre outros adjetivos depreciativos. Mais nadaera suficiente para parar o jovem Joseph, como ele mesmo deixou registrado em seudirio: Tinha realmente visto uma luz e, no meio dessa luz, dois Personagens; e eles

    realmente falaram comigo; e embora eu fosse odiado e perseguido por dizer que tiverauma viso, isso era verdade; e enquanto me perseguiam, injuriando-me e afirmandofalsamente toda espcie de maldades contra mim por diz-lo, fui levado a pensar emmeu corao: Por que perseguir-me por contar a verdade? Tive realmente uma viso; equem sou eu para opor-me a Deus, ou por que pensa o mundo fazer-me negar o querealmente vi? Porque eu tivera uma viso; eu sabia-o e sabia que Deus o sabia e no

    podia neg-la nem ousaria faz-lo; pelo menos eu tinha conscincia de que, se o fizesse,ofenderia a Deus e estaria sob condenao.

    Aps muitas dificuldades e perseguies, no dia 6 de abril de 1830 a Igreja deJesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias foi oficialmente registrada, era o fimdefinitivo e oficial da era da escurido, o evangelho restaurado novamente estava sobre

    a terra.

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    uma reivindicao nossa (mrmons) que as doutrinas bsicas em que cremosesto aliceradas no fundamento de nossa f que Jesus Cristo, cremos em sermos osverdadeiros seguidores de seu evangelho.

    Diferente da Maonaria no reivindicamos nenhuma relao com os mistriosantigos do Egito, Grcia, Roma, Sria, etc. Todas as nossas tradies se baseiam

    unicamente na doutrina ensinada pelo Salvador Jesus Cristo.No somos uma seita no sentido pejorativo da palavra, e tambm no nascemos

    da vontade dos reformadores, somos a restaurao daquilo que ensinou Jesus Cristo,existimos por que esta sua vontade. Nossas crenas no foram copiadas em parte ouem todo de qualquer outro seguimento religioso ou doutrinrio, no nos baseamos emnenhuma sociedade, ou organizao alm daquilo que foi preconizado por Jesus Cristo.

    Nossas origens no esto aninhadas na Maonaria como alguns querem fazer cr, e sealguma influencia recebemos desta fraternidade, posso afirmar que assim procedemos

    por que estas influencias so originrias do autentico cristianismo, sei disso por que souconhecedor de ambas, sou Maom e membro ativo de A Igreja de Jesus Cristo dosSantos dos ltimos Dias.

    Quando compartilhamos nossa doutrina estamos a ensinar o evangelho desalvao, da mesma maneira que nos foi ensinado por nosso Deus e o Salvador JesusCristo, nossa misso propagar este evangelho na dispensao que vivemos.

    Quanto s semelhanas que alguns alegam existir entre as ordenanas do templo erituais da Maonaria, se existe, isto no evidencia de que o autentico cristianismo foicopiado. Mas to somente isto nos prov provas de que no passado, em pocas remotas,houve um encontro e posterior desencontro, onde as duas organizaes beberam de umamesma fonte de conhecimento (Templo de Salomo).

    A histria de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias vai almdaquilo que aqui registrei, para ser mais minucioso seria necessria escrever um livrosomente com este objetivo, portanto, me omitirei a fazer aqui um relato completo decomo aconteceu este processo de reconstruo da sagrada doutrina de Jesus Cristo. Se oleitor tiver interesse em se aprofundar neste assunto poder checar junto ao sitewww.lds.org.br neste endereo o processo de restaurao tratado de modo detalhado.Pois como se trata de um assunto demasiadamente longo optei por omitir uma descrioliteral nestas pginas.

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    Algumas vezes Hiram Abiff citado no AntigoTestamento como um mestre em metalurgia,enviado pelo rei de Tiro a Salomo quando daconstruo do Templo, mencionado em Reis I, 7:13-14 e em Crnicas II, 2:13-14. Em outrasverses do Antigo Testamento, ele apresentado

    como sendo Adonhiram, um coletor de impostos,conforme mencionado em II Samuel, 20:24, oucomo o superintendente dos trabalhos no MonteLbano, mencionado em I Reis, 5:14.(A Chave de Hiram Christopher Knight &Robert Lomas).

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    HIRAM ABIFF

    Desde os primrdios da histria do homem, Deus tem requerido de seus

    adoradores que construam locais sagrados para ador-lo. Dentre estes locais o templo deSalomo ocupa um lugar de destaque no entendimento tanto dos seguidores do

    judasmo como do prprio cristianismo, mais bem pouco (cristos ou no) so os quetm conhecimento da tragdia ocorrida em seu interior pouco tempo antes da conclusode sua construo. Qualquer leigo tem conscincia da grande quantidade detrabalhadores que foram convocados para trabalhar em sua construo (os historiadoresdivergem em nmeros que vo de 153.000 a 163.000). Operrios foram convocados devrios locais, mas a grande maioria era oriunda da Prsia (hoje Ir). Homens treinados

    na arte de construir foram convocados para liderar no trabalho de alvenaria, elesestavam divididos em equipes que se alternavam em turnos. Dentre estes trabalhadoresdestacarei quinze de um turno. Estes haviam sido escolhidos para liderar, mas

    percebendo eles que a construo do Templo estava em seus ltimos detalhes,cogitaram que com a finalizao da obra perderiam a oportunidade de serem instrudosquanto aos segredos de um Mestre Maom. Eles decidiram que obteriam esses segredos

    por quaisquer meios, at mesmo utilizariam de violncia se necessrio fosse. Na vsperade concretizar seus projetos, doze desses quinze recuaram, mas trs de carter maisatroz e determinado que os outros persistiram em suas mpias decises, e com este

    propsito se colocaram respectivamente nos portes sul, oeste e leste do Templo, poiseles sabiam que diariamente Hiram Abiff (o arquiteto) se retirava para l a fim de

    prestar adorao ao Grande Arquiteto do Universo.Cumprindo sua rotina e terminada as sua devoo Hiram se dirigiu ao porto sulpara sair do Templo, sendo ento abordado pelo perverso operrio que ali havia secolocado. Este lhe exigiu a revelao dos segredos de um Mestre Maom. No querecebendo uma negativa de Hiram, o agrediu de forma quase letal. valido frisar que ostrs perversos agiam unicamente motivados pela cobia gerada a partir da impacinciaem aprender tudo ao seu tempo. Ferido, sangrando e desorientado pela dor Hiram Abifftentou fugir pelos outros portes do templo, no que h seu tempo foi impedido pelosdois outros agressores, que na mesma forma ameaadora exigiram os segredos de umMestre Maom, avisando-o de que a morte seria a conseqncia de sua recusa. Mas, fiel sua obrigao Hiram replicou que esses segredos s poderiam ser compartilhados na

    presena dos trs detentores deste conhecimento, sendo eles: O prprio Hiram Abiff,Hiram rei de Tiro e o rei Salomo. Ainda ponderou que se tivessem pacincia e

    perseverana, em pouco tempo receberiam o devido conhecimento agora requerido, edisse ainda que era prefervel enfrentar a morte a ter que trair a confiana sagrada quelhe havia sido depositada.

    Tendo estas palavras como resposta e cheios de dio os traidores desferiramviolentos golpes em partes letais do Mestre. Aps consumar seu ato de violncia osalgozes de Hiram Abiff enterraram-no e fugiram. Aps algum tempo, quando foisentida sua falta, houve agitao geral entre os trabalhadores, pois tambm foi detectadoo desaparecimento do outros trs supervisores. Neste mesmo dia, os doze artfices quehaviam originalmente feito parte da conspirao vieram ao rei, e fizeram uma confissovoluntria de tudo o que eram sabedores. O rei ordenou a quinze outros operrios deconfiana que fizessem buscas a fim de localizar o Mestre, para se certificarem de que

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    ainda estava vivo ou de que havia sido morto na tentativa de extrair-lhe os segredos deseu grau exaltado. Uma data foi marcada para o retorno a Jerusalm. Agora divididosem trs grupos, partiram os operrios saindo cada equipe de busca por uma das portasdo Templo. Muitos dias se passaram em infrutferas buscas, sendo que uma das equipesretomou sem ter feito nenhuma descoberta. A segunda foi mais afortunada, porque no

    entardecer de um dia, aps ter sofrido grandes privaes e fadigas, um dos operriosque havia reclinado seu corpo para descansar, na tentativa de erguer-se tentou apia-senum arbusto que estava prximo, ento ele notou com surpresa que este saa facilmentedo solo. Num exame mais minucioso, descobriu que ali a terra havia sido recentementerevolvida, de imediato chamou a seus companheiros, e juntando seus esforos reabrirama cova e l encontraram o corpo de nosso Mestre desrespeitosamente enterrado.Cobriram-no novamente com todo o respeito e reverncia e, para marcar o lugar,enfiaram um ramo de accia na cabeceira da cova, e ento se apressaram a ir aJerusalm narrar o triste fato ao rei Salomo.

    Tomando conhecimento, o rei foi acometido de profunda tristeza, quando asemoes do rei j estavam amenizadas ele ordenou que os mesmos retornassem ecolocassem nosso Mestre em um sepulcro de acordo com seu grau e talentos exaltados,ao mesmo tempo informando-lhes que com essa inesperada morte todos os segredos deum Mestre Maom estavam perdidos. Exortou-os, portanto, a serem particularmentecuidadosos ao observar quaisquer Sinais, Atos ou Palavras que pudessem ocorrer,enquanto as ltimas homenagens aos mritos do ausente fossem feitas.

    Eles cumpriram sua tarefa com grandiosa fidelidade e ao reabrir a cova um dosoperrios, olhando em volta, observou alguns de seus companheiros numa posio que

    por respeito aos juramentos feito no posso aqui revelar. Enquanto isso, a terceiraequipe de busca, tinha redirecionado sua ateno na direo de Jopa, e estavamdiscutindo seu retorno a Jerusalm quando, passando acidentalmente pela entrada de

    uma caverna, ouviram sons de lamentao de arrependimento. Entrando na caverna paradescobrir as suas causas, encontraram trs homens que correspondiam descrio dosque haviam desaparecido, os quais, sendo acusados do assassinato, e no encontrandomais nenhuma oportunidade de fuga, fizeram uma confisso completa de sua culpa.Foram atados e levados Jerusalm, onde o rei Salomo os sentenciou quela morte quea crueldade de seu crime sem dvida merecia.

    Foi ento ordenado a quinze Companheiros confiveis que procedessem na formacerta, a fim de dar um sepultamento honroso ao Mestre Hiram Abiff. Agora revestidosde seus aventais, calados em suas luvas brancas, que simbolizavam sua inocncia, estesquinze finalmente permitiram a Hiram descansar to perto do Sanctum Sanctorumquanto lei dos israelitas permitia. J que no era possvel coloc-lo no Sanctum

    Sanctorum, porque nem mesmo o Sumo Sacerdote ali adentrava, exceto uma vez porano, e isso apenas aps muitos banhos e purificaes, no importante dia da expiao detodos os pecados, pois pela lei israelita toda a carne considerada imunda.

    Esta foi a tragdia acontecida dentro do lugar sagrado. As prticas simblicasacontecidas durante a construo do Templo. O ritual envolvendo a busca pelo corpo esepultamento de Hiram Abiff foi posteriormente agregado ritualstica manica.Talvez por isso tantos escritores tenham ficado confuso e por isso apontam o Templo doRei Salomo como local de nascimento da Maonaria, embora a tradio e registroshistricos comprovadamente mostrem a existncia de praticas manica bem mais alemdeste momento.

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    Sucedeu, pois, que no ano quatrocentos e oitentadepois de sarem os filhos de Israel da terra doEgito, no quarto ano do reinado de Salomo sobreIsrael, no ms de zive, que o segundo ms,

    comeou-se a edificar a casa do Senhor.(I Reis 6:1)... vi um pilar de luz acima de minha cabea,mais brilhante que o sol, que descia gradualmentesobre mim. Assim que pareceu, senti me livre doinimigo que me sujeitava. Quando a luz pousousobre mim, vi dois Personagens cujo esplendor eglria desafiam qualquer descrio, pairando noar, acima de mim. Um deles falou me, chamando -me pelo nome, e disse, apontando para o outro:

    Este Meu Filho Amado. Ouve O!.(Joseph Smith Histria 1:16, 17).Tera feira, dia 15, hoje oficiei como capelo nainstalao da Loja de Maons de Nauvoo, noBosque prximo ao Templo me espera o GroMestre Jonas, de Columbus, temos hoje a presenade um grande nmero de pessoas. O dia foi muitobom; todas as coisas foram feitas em ordem, e asatisfao universal foi expressa. Ao anoitecerrecebi o primeiro grau da Maonaria na Loja de

    Nauvoo, (que funcionou) em meu escritrio geral (...).(Inicio do dirio do Profeta Joseph Smith, marode 1842).

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    DE SALOMO A RESTAURAO

    Agora que aprendemos sobre a existncia e assassinato de Hiram Abiff,

    convido-vos a rompermos a barreira do tempo e nos estabelecermos por algunsmomentos no quarto ano do reinado de Salomo. Neste momen