os climas e a vegetaÇÃo brasileira

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CURSO PEDRO GOMES- GEOGRAFIA DO BRASIL PROFESSOR JUANIL PREPARATRIO MILITAR TEMA: OS CLIMAS E A VEGETAO BRASILEIRA 1- O clima no Brasil A principal caracterstica do clima do Brasil, considerando sua posio geogrfica, a tropicalidade. Por isso, as praias ensolaradas, de guas mornas, durante o ano todo, atraem turistas, porm em algumas regies, como os estados do Sul do pas, faz muito frio e chega a cair neve. 1.1- A influncia da tropicalidade: O territrio brasileiro estende-se desde 5 16 LN at 33 45 LS e localiza-se em grande parte em baixas latitudes. As regies localizadas nesta faixa climtica apresentam algumas caractersticas que encontramos no territrio brasileiro como se observa no quadro a seguir. Devido a sua posio, a quantidade de luz solar (insolao) recebida pelas vrias regies do pas no uniforme. Nas reas prximas a linha do Equador, a incidncia de luz solar mais ou menos constante durante o ano todo, por isso a poucas diferenas na durao dos dias e das noites nas quatro estaes do ano. Porm nas regies subtropicais, os dias so mais longos no vero e no inverno as noites duram mais. Essa uma das explicaes para o horrio de vero, cuja a aplicao tem o objetivo de economizar energia eltrica no Brasil. 1.2 Elementos do clima: Entre os principais elementos do clima, que combinados, determinam o clima brasileiro, esto o comportamento das chuvas, das temperaturas e da circulao das massas geral de ar. 1.2.1 - O mecanismo das massas de ar: Devido a sua posio geogrfica tropical, com exceo da parte localizada abaixo do trpico de Capricrnio, onde a massa polar atlntica tem papel de destaque nos meses mais frios, est sob a influencias da ZCIT (zona de convergncia intertropical). O Brasil sofre influncia de praticamente todas as massas de ar que atuam na Amrica do Sul, exceto as que tem origem no oceano Pacfico (oeste), cuja a influncia limitada pela cordilheira dos Andes que barra sua passagem para o interior do continente. Por ter 92% de seu territrio na zona tropical e estar localizada no hemisfrio sul, onde s massas lquidas (oceano e mares) ocupam maior espao do que massas slidas (terras), o Brasil influenciado predominantemente pelas massas de ar quente e mido. (figura) 1.2.2 - Massa equatorial continental (mEc): Originria da Amaznia ocidental rea de baixa latitude e muitos rios mEc uma massa de ar quente, mida e instvel. a que exerce maior influncia no Brasil: Atinge todas as regies durante o vero no hemisfrio sul, provocando chuvas. Na Amaznia provoca altas temperatura e elevados ndices pluviomtrico. Durante o inverno, sua ao fica restrito a Amaznia ocidental 1.2.3 - Massa tropical atlntica (mTa): originria do Atlntico sul de ar quente mida. Formadora dos ventos alsios de sudeste, atua na faixa litornea brasileira, que se estende da regio Sul regio Nordeste, e praticamente constante durante o ano inteiro. Durante o inverno, a mTa encontra nica massa de ar frio do Brasil, a mPa (massa polar atlntica). Esse encontro provoca chuvas frontais no litoral nordestino, por isso comum ouvirmos noticias sobre chuvas que castigam Macei, Salvador e Recife no ms de julho principalmente. No litoral da regio Sudeste e Sul, o encontro dessa massa com reas elevadas, provocam as chuvas orogrficas ou de montanha. 1.2.4 - Massa Polar Atlntica (mPa) - A mPa, origina-se no oceano Atlntico, aos sul da Argentina, entre 30 a 60 de latitude , tem o ar frio e mido e atua principalmente no inverno, dividindo em trs ramos separados pela orientao do relevo brasileiro: Os dois primeiros refere-se ao corredor de plancies interiores brasileiros, que esto cercadas por reas de maiores altitudes, como os Andes (no oeste) e as serras brasileiras (no leste), permitindo o avano da mPa sobre essas reas mais baixas do relevo. O primeiro ramo sobe atravs do vale do rio Paran, atingindo a regio Sul, e com ele chegam os ventos frios, como o minuano e o pampeiro, causando a formao de granito, geada e at neve nas serras catarinense e gachas. O segundo ramo, tambm consequncia das baixas altitudes da rea central do territrio brasileiro, permitindo o avano dessa massa de ar frio e mido que chega atingir a Amaznia ocidental e provoca que brusca de temperaturas, por alguns dias, no Mato Grosso, Rondnia e Acre. o fenmeno da friagem.

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O terceiro ramo refere-se ao avano da mPa pelo litoral brasileiro, do sul ao Nordeste. No Nordeste oriental (litoral), provoca chuvas frontais. 1.2.5 - Massa tropical continental (mTc) - Originria da depresso do Chaco (Paraguai), em uma zona de elevadas temperaturas e pouca umidade, uma massa de ar quente e seco. No Brasil atua no sul da regio Centro-Oeste, no oeste da regio Sul e Sudeste, onde ocorrem longos perodos de tempo quente e seco. Tambm provoca um bloqueio atmosfrico que impede a chegada das massas de ar frio, quase sempre nos meses de junho quando ocorrem dias com temperaturas mais altas, chamados de veranicos 1.2.6 - Massa equatorial atlntica (mPa) - Massa de ar quente e mido, a mEa origina-se prximo do arquiplago portugus dos Aores, na frica. Formadora de ventos alsio de nordeste, atua, principalmente, durante a primavera e o vero no litoral das regies Norte e Nordeste. Conforme avana pelo interior do pas, essa massa vai perdendo umidade, por isso no causa chuvas significativas na poro norte do litoral nordestino. 1.3 - Distribuio das chuvas no Brasil O Brasil apresenta mdia anual de chuvas em torno de 1000 mm, apesar disso, essa no se distribuem de modo uniforme por toda extenso. Os trechos de maior pluviosidade esto localizados no noroeste da Amaznia, litoral sul da Bahia e a serra do Mar, em seu trecho paulista, que recebem mais de 2000 mm de chuvas. Como exemplo podem ser citadas as localidades de Belm (PA), com 20204 mm; Itaranqu (AM), 3496 mm; e Bertioga (SP), com 4000 mm. Os lugares menos chuvosos esto localizados no Serto nordestino, com totais abaixo da mdia do pas, como as localidades de Cabaceiras (PB), 331 mm, Areia Branca (RN), 588 mm, nesse ltimo, o baixo ndice pluviomtrico favorece a existncia de salinas. O restante, ou seja, a maior parte do territrio brasileiro est na faixa entre 1000 e 2000 mm de chuvas. Abaixo do paralelo 20 LS, onde o clima subtropical, tem como caracterstica a uniformidade das chuvas ao longo do ano. 1.4- Temperaturas: Em quase 95% do nosso territrio temos mdias trmicas superiores a 18C, como decorrncia da tropicalidade. Entretanto, o comportamento das temperaturas est sujeito influncia de outros fatores alm da latitude: a altitude, a continentalidade e correntes martimas. 2- Os fatores do clima Brasil Diversos fatores podem modificar o comportamento dos elementos que caracterizam o clima brasileiro. 2.1 - Altitude: Quanto maior for a altitude mais frio ser. Mas somente a influncia da altitude, isolada de outros fatores , no muito marcante no Brasil, porque 95% do relevo brasileiro est a menos de 1 200 m de altitude. Campos do Jordo em So Paulo e as serras gachas e catarinense, com altitudes acima de 1 200 m, so excees. O morro da Igreja, localizado no municpio de Urubici, em Santa Catarina apresenta as menores temperaturas brasileiras por reunir os fatores altitude e latitude ao elemento climtico, no caso a massa de ar polar atlntica. 2.2 - Latitude - Esse fator influencia o clima no Brasil porque o territrio brasileiro apresenta 40 de Variao latitudinal. Nas altas latitudes, as temperaturas so baixas e a amplitude trmicas so maiores. Portanto as cidades prximas a linha do Equador (Regio Norte) tem amplitude trmicas menores e temperaturas mais altas do que as cidades do Sul e Sudeste devido as diferenas de latitudes entre elas. 2.3 - Continentalidade e maritimidade Quanto menor a distancia em relao ao mar, isto , a maritimidade, menor a amplitude trmica de uma cidade, porque a proximidade do mar torna as temperaturas mais estveis. Isto ocorre em funo do efeito regulador de carter trmico que as guas do oceano exercem sobre as terras prximas. Ex. A cidade de Santos (SP), possui menor amplitude trmica que as cidades de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 2.4- Correntes martimas O Brasil sofre a influencia de duas correntes martimas quentes: a corrente do Brasil (no sentido sul) e a corrente das Guianas (no sentido norte), que contribuem para existncia de climas quentes. 2.5- Classificao climtica brasileira - Optamos pela classificao climtica de Strahler por estar baseada na circulao e na atuao de massas de ar que determinam o clima do Brasil. 2.5.1- Climas controlados por massas de ar equatoriais e tropicais.

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a) Clima equatorial mido: Clima determinado pela massa equatorial continental (mEc). Sua principal rea de ocorrncia a Amaznia. Tem como caractersticas: elevada taxa de umidade, pela presena dos rios e da vegetao da regio, e altas temperaturas, por encontrar-se em baixa latitude. As chuvas so constantes e abundantes (chegam a ultrapassar 2500 mm anuais), resultado da conveco ou Asceno vertical do ar e consequentemente resfriamento e condensao. Apresenta tambm baixa amplitude trmica anual (a menor do Brasil), inferior a 4C e mdias trmicas anuais elevadas, que variam pouco, de 25 C a 28 C.

b) Clima litorneo mido Abrange a faixa da costa do Nordeste e do Sudeste e sofre a influncia da massa tropical atlntica (mTa). Apresenta caractersticas como chuvas concentradas no inverno, que variam de 1500 mm a 2000 mm durante o ano, e mdias trmicas elevadas. No inverno ocorre o encontro da mTa (de ar quente e mido) e a mPa (de ar frio e mido) provoca chuvas frontais. Durante o vero, tanto no Sudeste como no Nordeste, o encontro da mTa com as reas mais elevadas como o planalto da Borborema (no Nordeste) e as serras do Mar e Mantiqueira (no Sudeste), provoca chuvas orogrficas. c) Clima tropical continental o clima mais representativo do Brasil, por isso chamado de tropical tpico. Abrange reas do Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste. Apresenta duas estaes bem definidas: 1. Vero: estao chuvosa, provocada pela massa equatorial continental (mEc) e pela massa tropical atlntica (mTa) entre os meses de outubro a maro. 2. Inverno: estao seca. Nessa poca a mEc se retrai, deixando o espao para atuao de outras massas de ar: a mPa e a mtc. A massa polar aproveita o corredor formado pelas terras baixas da regio Centro-Oeste e atinge a poro sul da Amaznia, quando a temperatura pode chegar a 10C. Amplitudes trmicas anuais elevadas , devido a influncia da continentalidade.

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d) Clima tropical semirido Caracterstico do Serto nordestino e do norte de Minas Gerais. As massas que atuam para ocorrncia desse tipo de clima so a tropical atlntica (mTa) e a equatorial continental (mEc). Quando chega ao interior do nordeste, a mTa j umidade, pois barreiras montanhosas impedem a passagem das chuvas, que caem no litoral. o clima brasileiro com menor ndice pluviomtrico anual. Esse fator provoca estiagem e irregularidade na distribuio das chuvas, que se concentram em alguns meses do ano. O ndice de chuva chega as vezes ser inferior a 500 mm. As mdias trmicas anuais so elevadas Climas controlados por massas de ar tropicais e polares e) Clima tropical de altitude Localiza-se nas reas de maior altitude da regio Sudeste. Sofre grande influencia anual da massa tropica atlntica (mTa), que mida. No inverno a massa polar atlntica (mPa) responsvel pelas baixas temperaturas e pelas geadas que costumam ocorrer nessa poca. Diferencia-se do clima tropical tpico ou continental por apresentar maior ndice de pluviomtrico anual (acima de 1700 mm), veres menos quentes e invernos mais frios. f) Clima subtropical mido Representativo do Sul do Brasil, dominado pela massa tropical atlntica (mTa), mas sofre grande influncia da massa polar atlntica (mPa) no inverno. Apresenta o segundo maior ndice pluviomtrico anual (em torno de 2500 mm), s perde para o clima equatorial mido. Tem as estaes bem definidas e chuvas bem distribudas durante o ano. No inverno so constante as ondas de frio, a formao de geadas e chuvas de granizo. Pode ocorrer neve nas reas de maior altitude como na regio de So Joaquim, em Santa Catarina. 3.0 - Domnios morfoclimticos e biomas do Brasil Na dcada de 1960, o geografo Aziz Nacib AbSaber reuniu as principais caractersticas do relevo e do clima das regies brasileiras para formar, com os demais elementos naturais da paisagem, o que chamou de domnios morfoclimticos e provncias fitogeogrficas do Brasil como se observa no mapa. 1. Domnio Amaznico: Caracterizado por relevo de terras baixas, clima equatorial quente e mido durante todo o ano, pela bacia amaznica e floresta equatoriais. tpico da regio Norte. 2. Domnio do Cerrado. Caracterizado por planalto com chapades sedimentares, pela vegetao de cerrados e matas galerias, pelo clima tropical continental com duas estaes bem marcadas, uma chuvosa no vero e outra seca, no inverno. tpico da regio Centro-Oeste 3. Domnio dos Mares de morros. Embora se estenda do sul at o nordeste do pas, sua rea principal corresponde regio dos planaltos e serras do Sudeste,

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onde o clima tropical criou reas mamelonares, que so formas de relevo com elevaes arredondadas. A floresta tropical que recobria encontra-se quase totalmente devastada pelo homem. 4. Domnio da Caatinga. Caracterizado por depresses delimitadas por planaltos ou chapadas, pelo clima semirido e pela vegetao de caatinga. tpico do Serto nordestino. 5. Domnio da Araucria. Caracterizada pela floresta de araucria e pelos planaltos do sul do pas, de clima subtropical. 6. Domnio das pradarias. Tpico do estado do Rio Grande do Sul, caracterizado por vegetao rasteira, coxilhas e vegetao herbcea. tambm chamado de pampa ou campanha gacha. Os domnios so separados por reas de transio, com caractersticas comuns a dois ou mais domnios. Em um domnio podemos e conhecer vrios ecossistemas e biomas predominantes. Por exemplo, no domnio do cerrado, h o predomnio do bioma terrestre savnico (cerrado), mas aparece outros tipos de vegetao como a caatinga e as matas galerias ou ciliares. 3.1 - Os bioma brasileiros Segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovveis (Ibama), no Brasil encontramos sete biomas, 49 ecorregies e incontveis ecossistemas, em virtude da dimenso continental e da grande variao geomorfolgica e climtica do pas. So seis biomas terrestres e um envolvendo a regio martima (Zona Costeiro ou Litornea). Destaca-se ainda a zona de transio, a Mata dos Cocais. Os biomas abrangem vrios ecossistemas, por isso, podemos classificar os biomas brasileiros em: Amaznia (ecorregies amaznicas) Cerrados (ecorregies do cerrado) Caatinga (ecorregies da caatinga) Mata Atlntica (ecorregies da mata atlntica) Pantanal (ecorregies do pantanal) Campos Sulinos (ecorregies dos campos sulinos) Bioma Costeiro (ecorregies dos manguezais, restingas e das vegetaes de dunas). a) Amaznia: Equivale a 35%da reas florestais do planeta. Alm do Brasil, atinge terras de diferentes pases (Bolvia, Colmbia, Peru, Equador, Suriname, Venezuela) e o territrio da Guiana Francesa. Esse bioma abrange a Amaznia Legal, (criada em 1966) com as terras do Maranho, Par, Tocantins, 2 Amap, Amazonas, Acre , Roraima, Rondnia e Mato Grosso uma rea de 4,9 milhes de km . A maior parte da Amaznia composta de floresta latifoliada, com as seguintes caractersticas: perene, heterognea, densa e higrfitas. Em relao ao relevo e s margens dos rios, a floresta amaznica apresenta trs nveis distintos:

1) Mata de Igap- permanentemente alagada , junto aos rios, com rvores que chegam a atingir 20 metros de altura. (Vitria-rgia) 2) Mata de Vrzea- alagada durante as cheias, cujas as rvores caractersticas so a seringueira e a imbaba e o cacaueiro.

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Mata de terra firme constitui a maior parte da floresta (75%) e no atingida pelas guas. Suas rvores chegam a medir 30 a 50 metros de altura com destaque para o caucho e a castanheira. O clima desse ecossistema predominante equatorial mido. um dos locais mais chuvosos do planeta. Situada em reas de terras baixas. O solo de baixo ndice de nutrientes, no entanto o solo recebe grande quantidade de matria orgnica originria da prpria floresta e, graas a fatores fsicos (climtico) e qumico, formam-se a, um ciclo de nutriente responsvel pela exuberncia da floresta. drenada pela maior bacia hidrogrfica do mundo (bacia Amaznica), apresentando uma enorme biodiversidade. Como o ambiente quente e mido, a floresta e o grande numero de rios so responsveis pela formao da massa equatorial continental (quente e mida) que atua sobre quase todo o clima do pas durante o vero. A floresta Amaznica apresenta espaos ou clareiras, onde encontramos vegetao rasteira como s campos de Roraima, na ilha de Maraj, nos vales do rio Trombeta e no Amap. Nessa rea comum palmeiras como o aa, o muriti e murici. A regio tem sido alvo de projetos agropecurios, incentivado pelo governo, desde a dcada de 1940, e que intensificaram na dcada de 1970. Para implantao desses projetos os mtodos mais utilizados foram a derrubada e a queimada das matas nativas. A degradao da regio no causada apenas por desmatamentos e queimadas, mas tambm por Projetos de minerao (ferro, bauxita, cassiterita), garimpos sem fiscalizao, construo de rodovias e de usinas hidreltricas etc. b) Mata Atlntica Desde 1500 esse bioma vem sendo destrudo pelo homem para a construo de cidades e para o uso agrcola de suas terras. Originalmente a mata Atlntica se estendia desde o Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. Em funo do desmatamento, principalmente a partir do sculo XX, encontra-se hoje extremamente reduzida, sendo uma das florestas tropicais mais ameaadas do globo. Apesar de reduzida a poucos fragmentos, na sua maioria descontnuos, a biodiversidade de seu ecossistema uma dos maiores do planeta. A rea original era 1.315.460 km, 15% do territrio brasileiro. Atualmente o remanescente 102.012 km, 7,91% da rea original. A mata Atlntica no uma floresta uniforme. Podemos distinguir as florestas pluviais montanas ou midas de encosta (800 a 1700 m) e a floresta pluvial baixo-montana (do nvel do mar a 800 m). Diferencia da floresta Amaznica por localizar-se em regies de maior altitude. Possui vrios tipos de climas como: tropical mido, tropical de altitude e subtropical mido. A maior amplitude trmica desse climas favorece a presena de uma biodiversidade maior que a Amaznia, sendo a de maior biodiversidade do pas. Abrange terras das bacias hidrogrficas dos rios Paraba do Sul, Doce, Jequitinhonha e So Francisco. Destacam-se espcies vegetais como jequitib, Cedro, Pau-rosa, ips, o pau-brasil, angicos entre outros tantos. Cerca de 70% da populao brasileira habita esse bioma, onde esto localizados as grandes cidade e os grandes complexo industriais brasileiros. c) Caatinga Tpica do Polgono das Secas (Serto do Nordeste e do norte de Minas Gerais), a Caatinga um bioma de clima semirido, solo pouco profundo e pedregoso, com chuvas escassas e mal distribudas durante 0o ano. Mata branca, na lngua tupi (Kaa= mata e tinga =branca), enquandra nas formaes arbustivas, com rvores pequenas e arbustos espaados , onde comum a presena de cactceas. Por ser um bioma onde predomina a escassez de gua , a caatinga apresenta espcies de xerfitas, isto , adaptadas a seca: elas perdem as folhas, que diminui a transpirao e com isso protegem da falta de gua. Suas razes so profundas e ramificadas e alcanam o lenol fretico , que fica mais profundo na poca da seca. Devido ao clima muitos rios desse ecossistema so temporrios (desaparecem na estao seca) O relevo formado por planaltos e depresses. As espcies vegetais comum na caatinga so: o mandacaru, o juazeiro e o xique xique. 2 o nico bioma exclusivamente brasileiro ocupando cerca de 734 478 km . Sua biodiversidade pouco conhecida, estima-se que tenha 932 espcie de plantas, 380 das quais exclusivas da caatinga. Nas reas prximas serras, principalmente no agreste, ocorrem as chuvas de relevo ou orogrfica, formado verdadeiros osis de fertilidade chamados de brejos, onde so produzidos alimentos e frutas.

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d) Cerrado considerado o segundo mais extenso bioma do Brasil, superado apenas pelo amaznico. Originalmente ocupava uma 25% do territrio brasileiro, distribudos entre as regies Centro-Oeste (onde predominante), Nordeste e Sudeste. A vegetao de cerrado est associada ao clima tropical tpico, com uma estao chuvosa e outra seca. Caracteriza-se pela associao de espcie vegetais diferentes: pequenas rvores retorcidas e arbustos em seu extrato superior misturam-se vegetao rala e rasteira composta de gramneas em seu extrato inferior.

O cerrado corresponde a vegetao de savana. Estende-se por variadas forma de relevo, que vo de depresses e chapadas sedimentares aos planaltos. Seu solo muito cido e necessita correo para o uso agrcola. muito aproveitado para o cultivo de soja em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e para o caf em Minas Gerais. So exemplos de espcie vegetais do cerrados: pequizeiro, lixeira, barbatimo, o pau-santo, a gabiroba, o ara, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indai. Ocupa uma rea drenada por importantes bacias hidrogrfica, tais como: bacia do Paran, Paraguai, Amaznica e Tocantins-Araguaia. A expanso da agropecuria, os garimpos, a construo de rodovias e de cidades e a expanso urbana so os maiores impactos provocados pela ao humana, que reduziram os ecossistemas em pequenas manchas distribudas por alguns estados brasileiros. A o Parque Nacional da Chapada dos Guimares (MT), a chapada dos Veadeiros e o Parque Nacional das Emas em Gois, pertencem ao bioma cerrado. e) Pantanal O bioma Pantanal apresenta espcies de quase todos os biomas brasileiros: caatinga, campos, florestas tropicais e cerrado. 2 Ocupa terras do Paraguai, da Bolvia e 140 km s no Brasil (estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), constituindo-se na maior plancie alagvel do planeta com altitudes que variam entre 100 e 200 metros, banhada pelo rio Paraguai e seus afluentes. A alternncia das estaes determina o ritmo da vida no Pantanal durante a poca das chuvas (novembro-abril) as guas cobrem cerca de 2/3 da regio, pois o fato, pois o fato de esta ser cercada por montanhas, aliada as baixas altitudes dificultam o escoamento das chuvas. A poca da vazante comea e maio deixando uma camada de hmus sobre o solo. De maneira geral seu solo so pobre com excesso de sal, que refora a teoria que o Pantanal j foi mar. Reserva Mundial da Biosfera, as maiores ameaas conservao do Pantanal, so a criao extensiva de gado, o plantio de soja no seu entorno, os garimpos ilegais e a mais polmica obra da regio: Hidrovia Paraguai-Paran. f) Mata de Araucria Tambm conhecida como mata dos pinhais, a floresta aciculifoliada ocupava as regies mais altas da regio Sul, principalmente no estado do Paran. Formao vegetal aberta e esparada possui poucas espcies , com predomnio de pinheiros que aparecem associado a erva-mate, ao cedro, e a imbuia. O clima tpico dessa floresta o subtropical Do ponto de vista geomorfolgico, ocupa terrenos dos planaltos e chapadas da bacia do Paran, por onde ocorrem afluentes desse rio. Calcula-se que apenas 5% da mata dos Pinhais estejam preservadas. A retirada da madeira , para produo de mveis e de papel-jornal, e a agropecuria so os principais fatores de sua devastao acentuada g) Campos sulinos So formaes vegetais em que predominam a vegetais em que predominam a vegetao herbcea, comum em reas planas e climas subtropical. No sul do pas, a vegetao constituda por campos limpos ou estepes midas. De modo geral estes campos no apresentam rvores, apenas arbusto esparsos e dispersos. A rea de ocorrncia dos campos no sul do Brasil chamada de pampa e estende do Rio Grande do Sul, at a Argentina e o Uruguai. Os campos sulinos esto diretamente ligados a agropecuria (cultivos de cereais e criao de gado)

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h) Biomas das zonas costeira Os bioma do litoral esto ligados existncia de solos arenosos e salinos, apresentando-se bastante danificados pelo homem. So ele: os manguezais e os biomas psamfilos. E virtude da grande extenso do nosso litoral, os ecossistemas que se repetem ao longo da costa apresentam espcies diferentes por causa da diversidade de caractersticas climticas e geolgicas existente. Podemos dividir esquematicamente o nosso litoral e seus principais ecossistemas em: 1. Litoral amaznico estende-se da foz do rio Oiapoque ao rio Parnaba e caracteriza-se por manguezais e matas de vrzea de mar. 2. Litoral nordestino comea no delta do Parnaba e vai at o Recncavo Baiano. Nesse trecho temos mangues, recifes, dunas, restinga e matas. 3. Litoral vai do Recncavo Baiano at So Paulo. rea muito povoada, onde a serra do mar chega bem perto do oceano. O ecossistema mais importante o das matas de restingas, alm de mangues. 4. Litoral do sul estende-se do Paran at o arroio Chu, no Rio Grande do Sul. Esse trecho marcado pela presena de banhado o litoral gachos e no Paran e em Santa Catarina, ainda so encontrados mangues. i) Manguezais Os manguezais so tpicos de regies tropicais. No Brasil, abrangem trechos que se estendem desde Santa Catarina at o Amap. Esses ecossistemas possuem caractersticas especiais: se por um lado no possuem grande variedade de vegetais, por outro so considerados um viveiro de animais, graas grande quantidade de matria orgnica neles existente. Como esto localizados no ponto de encontro das guas dos rios com o mar, possuem solos salinos e vegetais halfilos e higrofilos. Na maioria dos mangues, as extremidades das razes dos vegetais ficam descobertas, retirando o oxignio do ar atmosfrico. Essas razes areas so denominadas pneumatforos. j) Biomas psamfilos Vegetao herbcea que se desenvolve nas dunas, praias e restingas, em solo salgado e arenoso. As restinga so cordes arenosos originado por correntes do mar paralelo costa e de formao recente. Podem ter formas variadas como barras e plancies. As dunas so montes de areia formada nas praias pelo vento. A escassez de gua e de nutrientes torna difcil a adaptao de plantas e animais nesse ambiente. k) Uma vegetao de transio A mata dos Cocais uma rea de transio entre o bioma Caatinga e a Amaznia. Aparece principalmente no maranho e no Piau e em parte dos estados do Cear, Rio Grande do Norte e Tocantins. classificada como vegetao florestal, mas, na verdade constitui uma vegetao secundria, pelo seu acentuado desmatamento. Na mata dos Cocais destacam-se duas palmeiras muito importante para a economia da regio: o babau e a carnaba. A carnaba tambm conhecida como rvore da vida ou "rvore da providncia , porque dela tudo se aproveita.

Bibliografia: Almeida, Lcia Marina Alves Fronteiras da Globalizao/ Lucia Marina Alves De Almeida, Trcio Barbosa Rigolin. So Paulo: tica, 2010

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