os celtas e o espiritismo trecho 2

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A antiga Bretanha armoricana, na França, é uma bela região peninsular, com encostas belíssimas, famosa por vários monumentos megalíticos, como o de Carnac, utilizados pelos druidas para vários rituais entre os celtas. Segundo revelação dos espíritos, foi nessa região que Rivail, o fundador do espiritismo, teve uma encarnação como um antepassado de sua mãe, possivelmente como druida. Essa região foi, por longo tempo, um reduto dos celtas, tanto na literatura como na música. Os menires de Carnac, assim como o Stonehenge na Inglaterra, são enigmáticas construções de pedra, usadas como observatório astronômico e celebração de rituais ministrados pelos sacerdotes druidas. Fotos Reprodução

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Os Celtas e o Espiritismo Trecho 2

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  • Aantiga Bretanhaarmoricana, na Frana, uma bela regio peninsular, comencostas belssimas, famosapor vrios monumentosmegalticos, como o de Carnac,utilizados pelos druidas paravrios rituais entre os celtas.Segundo revelao dos espritos,foi nessa regio que Rivail, ofundador do espiritismo, teveuma encarnao como umantepassado de sua me,possivelmente como druida.Essa regio foi, por longo tempo,um reduto dos celtas, tanto naliteratura como na msica.

    Os menires de Carnac,assim como o Stonehengena Inglaterra, soenigmticas construesde pedra, usadas comoobservatrio astronmicoe celebrao de rituaisministrados pelossacerdotes druidas.

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    Guinevere com o SantoGraal, o Rei Arthur e uma

    representao grficamedieval ( dir) de uma

    reunio dos Cavaleiros daTvola Redonda.

    O Rei Arthur, das Brumas de Avalon, um dosmitos clticos mais conhecidos em todo o mundo.Trata-se de uma representao mtica da fase de transiodo antigo mundo celta, pago ao novo mundo, o cristo.Os Cavaleiros da Tvola Redonda, o adultrio deGuinevere, sua esposa e a busca do Santo Graal, a fim deresgatar o poder e a glria de Avalon, constituem umaformidvel epopia que ainda permanece viva no coraodos amantes do romantismo celta.

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  • Santo Graal, o clice daltima Ceia, onde o

    essnio Jos de Arimatia(no alto) teria recolhido osangue de Cristo, aps o

    golpe de misericrdiadesferido pelo legionrio

    Longinus, no Glgota. Ao lado, representao

    grfica de uma batalha dosCavaleiros Templrios.

    O cavaleiro Parcival.

    Fotos Reproduo

    AOrdem dos CavaleirosTemplrios foi umaorganizao guerreira medievalsurgida na Primeira Cruzada,cuja finalidade era proteger oscristos dos mouros aps aconquista de Jerusalm (1099),no sculo 12. Seus membrosfaziam voto de pobreza ecastidade, eram mongesguerreiros, iniciados, comamplo domnio das artesblicas. Vestiam-se com mantosbrancos estampados por umacruz vermelha de malta. Osmaons se dizem herdeiros dosTemplrios. Diz a lenda queesses monges teriam comofinalidade a proteo epreservao do Santo Graal,smbolo cltico-cristo, querepresentaria a retomada dopoder e glria da lendriaAvalon, do Rei Arthur.O cavaleiro Parcival, da TvolaRedonda, teria resgatado oclice do Cristo, que se tornariaobjeto de proteo dosTemplrios. O Santo Graal(sangue real) tambm seria adescendncia de Jesus medianteo corpo de sua esposa, MariaMadalena, lenda vinculada dinastia merovngia, cujosrepresentantes diziam-sedescendentes dos reis de Triae do Cristo. Essa dinastia surgiuna Glia (atual Frana) aotempo dos francos germnicos.

    O templrio Jacquesde Molay, o ltimoGro-Mestre daOrdem dosCavaleiros Templrios.

    Pietro Perugino - 1495

    Ferdinand Leeke

  • John William Waterhouse - 1916

    A lenda medieval deorigem cltica, Tristoe Isolda, conta a histria deum amor trgico eimpossvel entre o cavaleiroda Cornulia, Tristo e aprincesa irlandesa Isolda.Em algumas interpretaes,Tristo teria sido umcavaleiro da TvolaRedonda, do Rei Arthur,em busca do Santo Graal. um dos mitos de maiorinfluncia na culturaocidental. Segundo a lenda,o casal teria se apaixonadoaps tomarem, por acidente,uma poo mgica.

    O mito de Tristo eIsolda ganhoumais uma verso para o cinema em 2006, sob a direo do cineasta ingls Ridley Scott.

    Shakespeare foiinfluenciado pelalenda ao escrevera pea Romeu eJulieta. Ao lado,O ltimo Beijode Romeu em

    Julieta, segundo opintor italiano

    Francesco Hayez.

    Tristan and Isolda - direo de Ridley Scott - 2006

    Francesco Hayez - 1823

    Sir Edward Burne-Jones

    John Taylor - 1610

  • Bravurabells

    A canadense Loreena McKennitt e aharpa cltica, o casal australiano doDead Can Dance, os escocesesIncredible String Band com seustradicionais instrumentos medievais e airlandesa Enia: msicos empenhados noresgate da msica celta

    As bandas brasileirasTerra Celta (acima) e

    Olam Ein Sof ( dir.) seinspiram na msica celta,

    preservada por grupostradicionais como o

    escocs Bagad Arduinn,com suas gaitas de fole,

    antigo instrumentomusical muito usadopelos druidas bardos

    A s tradies clticas sobrevivem at hojeatravs da msica, tanto no trabalho demsicos tradicionais como de bandas popcontemporneas inspiradas pelo folk e ritmostribais, derivados da msica celta, que sedesenvolveu na antiga Europa Ocidental.

    Fotos Reproduo

    Vassil2 Encontro Medieval - Brasil

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  • O Dia dos Mortos,data celebrada pelosespritas do sculo 19,tem sua origem nastradies celtas, assimcomo o Halloween, nosEstados Unidos.

    As famosas Catrinas mexicanas (no alto),personagens soturnas da Festa do Dia dosMortos ( esq.). Acima, a ttrica cabea deabbora do Halloween e logo abaixo, ummomento de comemorao do Dia deFinados, em um cemitrio no Brasil.

    A mesma data celebradafestivamente no Mxico,na popular Festa do Diados Mortos, porinfluncia da culturapr-colombiana.

    Fotos Reproduo

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    10. OS PROLEGMENOS E OS CELTAS

    Nem se pe vinho novo em odres velhos; do contrrio, rompem-se os odres,

    derrama-se o vinho e os odres se perdem. Mas, pe-se vinho novo em odres novos

    e ambos se conservam. (Mateus 9:17)

    a primeira obra de Allan Kardec, O Livro dos Espri-tos, h um curioso texto de apresentao intitulado

    Prolegmenos, intermedirio entre a introduo e o livro propriamente dito. Poucos talvez tenham se dado conta da importncia desse texto, espremido entre a apresentao de Rivail e a primeira questo sobre Deus.

    Prolegmenos (ou prolegrmenos) uma palavra de origem grega (proleghmena), normalmente usada em filosofia, na literatura ou em teologia. Sua funo de-monstrar os objetivos de determinada obra, sua finalida-de e princpios gerais. Contm as noes preliminares, fundamentais para a total compreenso de determinados pressupostos, das ideias bsicas e de toda a argumenta-o que o leitor ir se deparar ao longo da leitura.

    Trata-se de uma palavra erudita, sinnimo de pre-fcio, introduo, intrito, muito usual em tratados de fi-losofia, como na conhecida obra de Immanuel Kant, Prole-gmenos a Toda a Metafsica Futura. Na teologia, notada-mente a crist, quase sinnimo de teologia fundamental, introdutria compreenso das verdades crists a respei-

    N

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    to de Deus. Na literatura, prolegmenos tem a mesma funo aplicada na filosofia, de inserir o leitor no universo literrio, potico ou mesmo apologtico que o autor pre-tenda expor.

    Portanto, no foi -toa que Rivail e os espritos pre-feriram prolegmenos a prlogo, prefcio ou intrito, dentre outros termos aplicados na apresentao de qual-quer obra. No caso, uma obra de carter filosfico, moral e tambm teolgico. Longe de ser arcaica e desatualizada, prolegmenos, apesar de inusual, uma palavra precisa, exata: sintetiza todas as ideias compiladas por Rivail e os espritos, anunciando assim ao leitor o contedo vindouro da obra.

    O Smbolo do Espiritismo - O simptico e singelo desenho de uma cepa, um ramo de uva com as frutinhas e as folhas de parreira logo no frontispcio da pgina, sur-preende, pois ao contrrio das filosofias esotricas e religi-osas, o espiritismo dispensa smbolos e paramentos. To-davia, esse desenho, provavelmente a primeira psicopicto-

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    riografia da histria do espiritismo, funciona como um smbolo dessa nova filosofia espiritualista.

    um smbolo cheio de significados, dissecados pe-los prprios autores desse fac-smile decorativo: ele o emblema do trabalho do Criador. Todos os princpios ma-teriais que podem melhor representar o corpo e o esprito nele se encontram reunidos: o corpo o ramo; o esprito a seiva; a alma, ou o esprito ligado matria o bago. O homem quintessencia o esprito pelo trabalho e tu sabes que no seno pelo trabalho do corpo que o esprito ad-quire conhecimentos. 85

    85 O Livro dos Espritos - Prolegmenos (Lake) traduo de Herculano Pires.

    No Cristianismo - Uva, parreira e vinho so sm-bolos muito importantes, tanto no cristianismo como no judasmo. Segundo o mito bblico, aps degustarem o fru-to proibido da rvore da sabedoria, Ado e Eva, ento li-bertos de sua ingenuidade intelecto-moral, esconderam sua nudez com a parreira, a folha da uva. E o primeiro milagre de Jesus de Nazar se deu nas bodas de Cana, ao operar a transformao da gua em vinho, a fim de garan-tir a alegria dos convidados. E lembremos do milagre da transubstanciao, que segundo a teologia catlica, con-verte o vinho no sangue do Cristo, do Cordeiro de Deus, ritual de consagrao ainda hoje celebrado em toda missa catlica, a fim de relembrar a sua memria, atravs do vi-nho e da stia, o corpo do Cristo.

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    Todavia, na bblia, a meno ao vinho nem sempre est vinculada alegria, celebrao. H tambm casos de perverso, associados ao sexo e a excessos de todo tipo.

    Curiosamente, Cana era o nome do filho de Cam, amaldioado por No, que ficou furioso quando soube que ele viu a sua nudez provocada pelo consumo de vinho em excesso. Os outros dois irmos, Sem e Jaf, cobriram a nu-dez do pai que, por ser lavrador, havia plantado a vinha de onde produziu o vinho, logo em seguida ao pacto celebra-do com Deus aps o dilvio. A bebedeira de No talvez tenha sido o primeiro porre da histria. (Gnesis 9:20-25). 86

    86 As citaes bblicas foram traduzidas por Joo Ferreira de Almeida.

    Depois da destruio de Sodoma e Gomorra, h um caso de incesto entre L e suas duas filhas. Preocupadas com a descendncia da famlia, as duas embebedam o pai com vinho, deitam-se com ele, cada uma delas em dias intercalados e engravidam. Dessa unio incestuosa nasce-ram Moabe e Bem-Ami. (Gnesis 19:31-36).

    Por outro lado, foi com uma taa de vinho que o sa-cerdote Melquisedeque, rei de Salem, abenoou Abrao, o grande patriarca hebreu (Gnesis 14:18-20). E conforme a descrio do profeta Isaas, Deus abenoou essa bebida co-mo vemos nesta passagem: Assim diz o SENHOR: Como quando se acha vinho num cacho de uvas, dizem: No o desperdices, pois h bno nele; assim farei por amor de meus servos e no os destruirei a todos. (Isaas 65:8).

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    Na Grcia - Na cultura grega o vinho possua um valor to importante que havia um deus a ele consa-grado: Dionsio ou Baco para os romanos, demonstrando um lado mstico de sua devoo a essa bebida. Os filso-fos gregos, alm de apreci-lo, tambm ministravam o vinho como remdio. E os simpsios gregos, cujo signifi-cado literal beber em comunho, eram reunies para se tomar vinho em salas apropriadas, com divs, onde o alegre convvio e a conversao giravam em torno de te-mas filosficos. Tais colquios eram constitudos por homens nobres e sbios, por filsofos e pensadores. A propsito, o Simpsio Brasileiro do Pensamento Esprita, surgido em Santos por iniciativa do escritor esprita Jaci Regis, realizado desde 1989, no foge ao carter primor-dial desse costume grego, pois um evento voltado ao dilogo, ao debate e reflexo no contexto da cultura esprita. E na abertura do evento, j tradio a realiza-o de um coquetel acompanhado de um bom vinho.

    uma das bebidas mais antigas da histria da Hu-manidade. A Grcia, na Antiguidade, foi um dos maiores produtores e exportadores do vinho, bastante apreciado pelos celtas.

    Na Cultura Celta - Nem s de cerveja e hidromel viviam os celtas, notrios beberres. Eles tambm aprecia-vam o vinho, consumido principalmente pela elite guer-reira e os druidas. Os prncipes da Blgica celta eram normalmente enterrados com odres de vinho, o que de-monstra que era uma mercadoria cara e de muito valor para eles.

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    Os celtas importavam o vinho dos gregos e tambm dos romanos. Resultantes de guerras intestinas, os escra-vos eram a principal moeda de troca, enquanto os celtas irlandeses preferiam troc-lo por ces ferozes.

    O barril, que at hoje serve para acondicionar o vi-nho, foi uma inveno dos celtas, grandes artfices no trato com a madeira. Os gregos e romanos, que utilizavam fr-geis nforas para transportar o vinho, adotaram definiti-vamente a tcnica dos celtas no decorrer do sculo 3 d.C.

    O vinho possua uma representao simblica de grande valor na cultura celta. Os arquidruidas utilizavam o vinho em seus rituais na floresta, junto aos carvalhos. A lenda cltica dos amantes Tristo e Isolda, que inspirou Shakespeare em Romeu e Julieta, comea com uma poo de amor depositada em uma taa de vinho. E o clice do Santo Graal, da ltima ceia de Cristo e os apstolos, tem sido objeto de mitos e lendas, desde o Rei Arthur aos Templrios, como convm antiga cultura mitolgica dos celtas. A propsito, esse povo era bem mais antigo do que os judeus e os cristos.

    Trip Filosfico - O espiritismo, mesmo no ado-tando simbologias esotricas para a compreenso de seus princpios, do entendimento do homem e do mundo, pos-sui um smbolo: a videira. Ela sintetiza trs grandes cor-rentes histricas do pensamento filosfico, o trip que ser-viu como substrato, como raiz para a rvore conceitual da filosofia kardecista: a cultura cltica, a grega e a crist, to-das elas, precursoras do espiritismo.

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    Cabe lembrar que a Confederao Esprita Pan-Americana (CEPA) tem como smbolo a videira, aquela mesma que aparece no Prolegmenos, mas com um de-sign mais arrojado. E, curiosamente, no por acaso, a a-breviatura CEPA nos remete quele singelo desenho feito pelos espritos.

    Allan Kardec colocou os cristos e os gregos como precursores do espiritismo. Se os celtas no foram inclu-dos, no foi por esquecimento, mas por falta de maiores informaes histricas e arqueolgicas desse grande povo. Tivesse o fundador do espiritismo contato com as atuais descobertas arqueolgicas, pouco desenvolvidas em seu tempo, ele certamente incluiria os celtas como pioneiros, como precursores de um conjunto de princpios como a imortalidade, a reencarnao e o desenvolvimento do ser em estgios evolutivos.

    Essas ideias muito antigas, presentes na cultura de inmeros povos da Antiguidade, especialmente entre os celtas, tomaram um novo corpo, ganharam uma feio terica baseada na experimentao, na observao dos fenmenos medianmicos. Praticamente, no h nada de novo no espiritismo, a no ser a sntese, o formato e a ma-neira de encarar e interpretar fenmenos to antigos quan-to a Humanidade. No campo do espiritualismo, o espiri-tismo representa uma superao filosfica em relao s culturas crist, grega e cltica.

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    11. APONTAMENTOS FINAIS

    Ora, esta tradio que dormitava no fundo das conscincias clticas desperta, sai da sombra dos sculos

    e se manifesta no mundo sob o nome de espiritismo. (Lon Denis)

    originalidade, a profundidade e a influncia do cel-tismo lhe granjeia o status de filosofia espiritualista.

    O espiritismo, como metfora, a reencarnao do pen-samento celta. O conceito cltico da pluralidade das e-xistncias profundamente evolucionista. Trata-se, sem exagero, da mais pura conceituao do fenmeno palin-gentico de toda a Antiguidade. Nem nos Vedas ou no Bhagavad-Gita encontramos um conceito to prximo do kardecista. O equvoco da metempsicose, certamente o resultado de uma ideologizao do sistema de castas, manchou para sempre a beleza do reencarnacionismo hindu. O que nos autoriza a afirmar que o fatalismo re-encarnatrio, a lei palingensica associada pena de talio, manifestos na expresso carma, so completa-mente estranhos ao espiritismo.

    A viso esprita da reencarnao no crmica, cltica. Ela tambm no crist, ainda que Jesus de Na-zar tenha ensinado a reencarnao, mas de forma re-servada aos seus discpulos, como um pensamento eso-trico. Pois o cristianismo, historicamente, e isto o que vale, rejeitou a reencarnao e adotou o conceito pago de ressurreio.

    A

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    O druidismo serviu de adubo filosfico, de forma-o moral e mental para os nossos diletos druidas, Allan Kardec e Lon Denis. Ambos foram beber na fonte celta, que irrigou o solo francs e europeu com seu canto filo-sfico e deixou uma tradio impregnada de beleza e lirismo.

    O respeito dignidade e aos direitos da mulher, verossmil ao kardecismo, nos leva a concluir que de brbaro o povo celta pouco tinha. Mesmo assim, fo-ram chamados de brbaros, pagos, sem a menor ceri-mnia pelos romanos e cristos. Os romanos destroa-ram a organizao celta e os cristos, deram o golpe de morte, com a perseguio ideolgica, amparada pela lei, tudo em nome do Cristo. Todavia, nenhuma civilizao da Antiguidade valorizou tanto a mulher do que a celta, justificando aquela afirmativa dos espritos de que a emancipao da mulher segue o processo da civiliza-o; sua escravizao marcha com a barbrie. 87

    As divergncias em relao verdadeira origem do pseudnimo de Denizard Rivail no devem ser motivo para se ignorar a evidente afinidade entre o celtismo e o espiritismo. O nome Allan Kardec, seja celta ou norman-

    Assim como Scrates e Jesus, os celtas no deixaram nada registrado, no entanto, influenciaram e influenciam at hoje todas as culturas. Pois o valor de uma civilizao tambm se mede pelo seu legado cultural, pelas marcas indelveis no tempo e no espao.

    87 Allan KARDEC O Livro dos Espritos, q. 822-a.

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    do, breto ou gauls, tornou-se consagrado. Ele funciona quase como sinnimo de espiritismo, a ponto deste ser conhecido tambm como kardecismo, de modo que ao denominarmos a doutrina esprita de doutrina kardecista, apenas reafirmamos a dimenso humana de Rivail e o seu verdadeiro papel na sua construo, como fundador e ela-borador de um singular sistema filosfico-espiritualista de pensamento.

    Como vimos, a tradutora de sua obra esprita, Anna Blackwell, afirmou que o nome Allan Kardec teve sua ori-gem num antepassado breto da famlia de sua me. Ela, que conheceu o casal Rivail na intimidade, frequentou sua casa e a Sociedade Parisiense de Estudos Espritas, no te-ria inventado esta informao.

    Por enquanto, no temos maiores dados biogrficos sobre a me de Rivail. Segundo Anna, era uma mulher de uma beleza admirvel. Em um estudo mais aprofundado, o levantamento de sua rvore genealgica talvez desa-guasse no antepassado citado pela tradutora inglesa.

    Todavia, ficam ainda em nossa mente as seguintes questes: E se a me de Rivail teve realmente um antigo antepassado na Idade Mdia, com o nome de Allan Kardec, presumidamente normando em sua descendncia, mas ori-ginrio da Bretanha? E se aquele Allan Kardec, normando, que teria curado o filho do conquistador Rollon, existiu realmente e tivesse sido aquele antepassado da me de Rivail? E se este antepassado, ainda que no fosse propri-amente um druida, tivesse tido contato com as reminis-

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    cncias clticas, ainda presentes na Bretanha, na Norman-dia e em todo o solo francs? No sabemos...

    Longe de desvaloriz-lo, a especulao acerca do pseudnimo Allan Kardec reafirma a dimenso humana de Rivail, desvinculando-o de qualquer mito que surja pa-ra embaar ou embaralhar a compreenso de sua trajetria como educador, pesquisador e homem de viso que foi. Sua genialidade constatada e garantida pela leitura e es-tudo de sua obra, ainda que os espritas sintam-se embria-gados pelo mito do revelador, do messias, que o transfor-mou no Codificador, no criador de um suposto sistema religioso, um formato sofisticado de cristianismo, mais co-nhecido como a religio dos espritos.

    O vnculo existencial de Denizard Rivail com o cel-tismo engrandece o espiritismo e lana uma nova luz so-bre a natureza dessa bela filosofia que, de certo modo, resgata os ensinamentos clticos, imersos em toda a obra kardequiana.

    E se ainda existissem, os druidas seriam considera-dos os primeiros ecologistas, pelo seu profundo amor e respeito natureza, aos seres e s coisas. Eles nos deixa-ram uma lio que ficou gravada nos cantos brdicos, nas trades, nos mitos e lendas de uma civilizao muito an-tiga e admirvel; no delicado e plangente som da harpa cltica, a reproduzir toda a sensao de se entranhar no meio ambiente, e tirar dali no somente o sustento, como tambm, um profundo ensinamento filosfico, um senti-do para a prpria vida.

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    PENSE Pensamento Social Esprita URL: http://www.viasantos.com/pense

    Decodificando O Livro dos Espritos URL: http://decodificando-livro-espiritos.blogspot.com

    Wikipdia - A Enciclopdia Livre URL: http://wikipedia.org

    Eugenio Lara arquiteto e designer grfico, editor do site PENSE - Pensamento Social Esprita e membro-fundador do Centro de Pesquisa e Documentao Esprita - CPDoc.