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Os Caminhos Sobrenaturais Kris Vallotton & Bill Johnson Realeza Kris Vallotton da Realeza EDIÇÃO REVISADA E ATUALIZADA

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www.bvbooks.com.br

Os Caminhos Sobrenaturais da Realeza revela sua verdadeira identidade como um filho do Rei dos reis – herdeiro real do eterno Reino de Deus.

Bill Johnson e Kris Vallotton denunciam a “mentalidade de mendigo” que muitos cristãos têm e apresenta sua herança real através do ato definitivo da redenção de Cristo.

Como um membro da família real de Deus você pode:• Partilhar do poder da graça do rei e de sua misericórdia• Pensar e agir com a autoridade dele• Revelar as qualidades reais para as futuras gerações• Promover a honra e a humildade – com confiança• Cultivar seu amor pelos outros

As experiências sobrenaturais e pessoais do autor o convencerá de seu próprio status real e o inspirará a reivindicar do seu Pai – o Rei dos reis – o presente de sua herança.

Teste do Príncipe e Escravo – Somos filhos e filhas do Próprio Deus; portanto, não somos “escravos” no reino, mas “príncipes” e “prince-sas”. John Maxwell (Developing the Leader Within You. Nashville, Thomas Nel-son Publishers, 1993) projetou este teste para ajudá-lo a crescer nos atributos da realeza, que foram definidos e discutidos ao longo deste livro. Seja honesto com você mesmo e veja quem você é.

Os Caminhos Sobrenaturais

Kris Vallotton& Bill Johnson

Bill Johnson, o autor bem-sucedido de The Supernatural Power of a Transformed Mind (O Poder Sobrenatural de uma Mente Transformada), já compartilhou os seus sólidos conhe-cimentos bíblicos com milhares de pessoas em todo o mundo.

Kris Vallotton é o fundador da Bethel School of Super-natural Ministry em Redding, Califórnia. Ele colidera a igreja Bethel Church com Bill Johnson. Ele é autor de Developing a Supernatural Lifestyle (Desenvolvendo um Estilo de Vida So-brenatural) e de Basic Training for the Prophetic Ministry (Trei-namento Básico para o Ministério Profético). Kris e Kathy estão casados há 31 anos e têm quatro filhos e sete netos.

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daRealeza

EDIÇÃO REVISADAE ATUALIZADA

Os Caminhos Sobrenaturais da

Realeza

PorKris Vallotton

&Bill Johnson

A mensagem que este livro contém é tão potente que pode incitar uma revolução de pensamento, coração e ação no Cor-po de Cristo! Temos experimentado uma Reforma na Igreja, mas agora é hora de uma Invasão Real se iniciar. O objetivo de Kris Valloton é demolir a “mentalidade escrava” e impulsio-nar os verdadeiros cristãos avante em direção à verdadeira fé, poder e impacto. O Sobrenatural Caminho para a Realeza vai transformar sua vida!

– James W. GollCofundador da Encounters Network; Autor de A arte perdida da intercessão,

The Seer e The Coming Prophetic Revolution

Kris Valloton é uma das pessoas mais memoráveis que já conheci. Esperava que este livro fosse marcante, como de fato o é. É impossível identificar as fronteiras entre sua vida, sua mensagem e sua missão. Em Kris Valloton, todas as três se fundem numa impressionante e bela aventura. O leitor se-guramente terá aqui uma experiência de mudança de vida. Aproveite!

– Jack TaylorPresidente do Dimensions Ministries em Melbourne, Flórida.

O Sobrenatural Caminho para a Realeza está destinado a se tornar um clássico e é bem oportuno em um mundo em que há pouco pelo que ter esperança. O livro está repleto de uma esperança capaz de transportar alguém das trevas da aflição para o seu destino... é uma leitura indispensável.

– Dr. Myles MunroeCEO, Ministério Bahamas Faith; Autor de Redescobrindo O Reino

Kris Valloton é um pastor com um dom profético inco-mumente poderoso. Ele também é um amigo – um amigo de Deus, um amigo para Heidi e para mim, e um íntimo, e inten-samente estimado, amigo para os estudantes da escola de mi-nistério e para os famintos que buscam a Deus de toda parte que têm experimentado a alegria de serem tocados por Deus através do coração de Kris.

Aqueles que lerem este livro serão movidos para as profun-dezas de seu ser pela revelação do amor de Deus trazida por Kris de uma forma como nunca a entenderam. Ele desvenda o verdadeiro evangelho que eleva os redimidos à condição de filho e à realeza, trazendo nesse processo vida ao coração que foi sufocado pelo peso da rejeição e da opressão.

– Rolland e Heidi Baker

Ministérios Iris

Uau! O inimigo realmente vai odiar este livro! Isso me faz amar O Sobrenatural Caminho para a Realeza ainda mais! Uma vez mais, o mestre na arte de contar histórias, Kris Valloton, juntamente com Bill Jonhson são verdadeiramente bem-suce-didos em mostrar através das Escrituras que, no momento em que se recebe a Cristo, não foi apenas comprado para si algum pedaço de terra, Deus simplesmente lhe confia a fazenda toda – e isso nem mesmo foi pedido a Ele. Tudo é seu! Sem que saiba disso, você é o rei, o CEO, o chefe em sua herança do Reino, com todos os benefícios que o diabo espera que você não descubra. Esse livro vai ensiná-lo a viver a vida abundante que Deus pla-nejou de antemão para você, bastando apenas abraçá-la.

–Steve Shultz

The Elijah List www.elijahlist.com

Os Caminhos Sobrenaturais da

Realeza

PorKris Vallotton

&Bill Johnson

bvbooks

VALLOTTON, Kris; JOHNSON, Bill. Os Caminhos Sobrenaturais da Realeza. bvbooks 2018.

ISBN 978-85-8158-176-7

1ª edição Março | 2015

2ª edição Maio | 2018

Impressão e Acabamento

Categoria Vida Cristã

bvbooksBV Films Editora Eireli.

Rua Visconde de Itaboraí, 311 Centro | Niterói | RJ | 24.030-090

55 21 2127-2600 | www.bvbooks.com.br

Editor rEsponsávEl

Claudio Rodrigues

AdAptAção CApA E diAgrAmAção

Laércio Filho

trAdução

Lara FreitasFernanda Mello

Caio AmorimRoseli Lima

rEvisão tExtuAl

Evelyn Rodrigues

Edição publicada sob permissão contratual com Destiny Image.

Originally published in the USA by Shippensburg, PA USA. The Supernatural Ways of Royalty by Kris Vallotton and Bill Johnson. Copyright 2006 – Bill Johnson e Kris Vallotton – USA

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9610/98. É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu todo ou em parte, por quaisquer meios, sem o devido con-sentimento por escrito.

As passagens bíblicas utilizadas nesta obra foram, majorita-riamente, da Bíblia King James Fiel 1611 (BKJ), salvo indica-ção específica. Todos os direitos reservados.

Os conceitos concebidos nesta obra não, necessaria-mente, representam a opinião da bvbooks, selo editorial BV Films Editora Eireli. Todo o cuidado e esmero foram empregados nesta obra; no entanto, podem ocorrer fa-lhas por alterações de software e/ou por dados contidos no original. Disponibilizamos nosso endereço eletrônico para mais informações e envio de sugestões: [email protected]

Todos os direitos em língua portuguesa reservados à bvbooks Editora © 2015.

Impresso no Brasil | Printed in Brazil

Dedicatória

Dedico este livro a todos os Santos do mundo que, como José, estão tentando encontrar seu caminho

da prisão para o palácio.

Então, Samuel contou ao povo a conduta do rei, e a escreveu em um livro, e o colocou diante do Senhor. E Samuel despediu todo o

povo, cada homem para a sua casa.(1 Samuel 10:25)

Sumário

Prefácio por Bill Johnson ..............................................................13Reconhecimentos ..........................................................................15Introdução .....................................................................................17

PARTE 1:NOSSO CHAMADO REAL

Capítulo 1:Os Apuros da Escravidão ..............................................................23Capítulo 2:Mendigos do Castelo ou Príncipes do Palácio ..............................27Capítulo 3:Masmorras e Dragões ...................................................................43Capítulo 4:Um Nivelamento Real (por Bill Johnson ) ....................................57Capítulo 5:Lagartos no Palácio .......................................................................69Capítulo 6:Treinando para Reinar ..................................................................83Capítulo 7:Adivinhe Quem Vem Para o Jantar? ............................................97

PARTE IIINTRODUZINDO OS ATRIBUTOS DA REALEZA

Capítulo 8:

Super-Heróis no Santuário ................................................111

Capítulo 9:O Caminho Até o Topo .......................................................119Capítulo 10:Honra: A Estrada de Tijolos Amarelos ..............................133Capítulo 11:A Realeza Anseia por Estar Junta .....................................149Capítulo 12:Defendendo os Decretos do Rei ........................................163Capítulo 13:Os Cães da Ruína guardam as Portas do Destino ............181

PARTE IIIINTRODUZINDO A AUTORIDADE E A RESPONSABILIDADE DA REALEZA

Capítulo 14:O Serviço Secreto de Sua Majestade .................................201Capítulo 15:Passando o Bastão (por Bill Johnson) ...............................217Capítulo 16:Construindo Alianças Estratégicas com Aliados Celestiais ...............................................................235Capítulo 17:Preservando o Planeta ......................................................249

Prefácio

Ao longo da história, grandes movimentos de Deus aba-laram nações inteiras. Cada derramamento do Espírito

acrescentou percepções e experiências necessárias que ajuda-ram a restaurar a Igreja ao seu propósito eterno. No entanto, junto à nova paixão e às conversões em massa, Deus sempre acrescentou outro fator: um novo elemento de ofensa. Pare-ce ser o caminho de Deus. É a Sua maneira de separar o casual do apaixonado, os famintos dos satisfeitos. Para o desespera-do “todo amargo é doce”. Deus está forjando o Seu povo à Sua semelhança com o fogo do avivamento.

O derramamento do Espírito sempre traz uma maior cons-ciência da nossa pecaminosidade. Alguns dos maiores hinos de confissão e arrependimento foram escritos durante esses períodos. A revelação do nosso pecado e indignidade é, po-rém, apenas metade da equação necessária. A maioria dos avi-vamentos não passa desse ponto e, portanto, não consegue sustentar um movimento de Deus até que ele se torne um es-tilo de vida. É difícil construir algo substancial a partir de algo negativo. A outra metade da equação é o quão santo Ele é ao nosso favor. Quando se percebe isso, nossa identidade muda e nossa fé abraça o propósito de nossa salvação. Em algum momento, temos de ir além de simplesmente sermos “peca-dores salvos pela graça”. À medida que aprendermos a viver a partir de nossa posição em Cristo, realizaremos as maiores

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façanhas de todos os tempos. O que uma geração pode reali-zar a partir dessa revelação está muito além da compreensão.

Os Caminhos Sobrenaturais da Realeza é uma resposta a tal clamor do coração – um clamor erguido pela igreja, pelo próprio Deus, e até mesmo pela natureza (veja Rm 8). Kris Vallotton nos leva a uma viagem extremamente excitante através do seu testemunho e das frescas revelações das Escri-turas que tornaram isso possível. Poucos trilharam esse ca-minho antes. Alguns o rejeitaram com medo de se tornarem orgulhosos, tendo escolhido a imaturidade perpétua como re-sultado disso. Muito do que se deseja na vida é encontrado na tensão entre realidades conflitantes. Assim, para os fracos na fé, a confiança parece ser arrogância. A fé deve se elevar além do padrão aceito para se tornar em um estilo de vida que represente com precisão o vitorioso Filho de Deus. Devemos confiar mais na capacidade de Deus em nos guardar do que confiamos na capacidade do diabo em enganar.

Kris e eu temos andado juntos em aliança por quase 28 anos. Tenho assistido essa revelação transformadora do ho-mem e tenho visto a graça curadora de Deus sendo derrama-da sobre uma vida quebrantada. Hoje, Kris serve o Corpo de Cristo como um homem extraordinariamente dotado, um testemunho vivo da força de Deus sendo “aperfeiçoada na fraqueza”.

Este livro é uma leitura necessária para todos que dese-jam ir além do status quo, além do estilo de vida confortável procurado por muitos. Este livro nos treina para a eternida-de, agora.

– Bill JohnsonAutor de Quando o Céu Invade a Terra

Reconhecimentos

Mãe – Obrigado por me amar durante os tempos difíceis e por sempre acreditar em mim.

Bill Derryberry – Sua vida é uma inspiração para mim. Seu amor me trouxe plenitude.

Nancy – Você ajudou a tornar meus sonhos realidade.Danny, Dann, Charlie, Steve e Paul – Vocês ajudaram a

moldar minha vida, minhas ideias e meu destino. Obrigado.Vanessa e Allison – Obrigado pelas centenas de horas que

vocês se entregaram a este trabalho. Este livro nunca teria acontecido sem o talento e o apoio de vocês.

Time Bethel – Uau! Vocês são incríveis! É um privilégio servir com todos vocês.

Bill e Beni – Todos precisam de amigos como vocês, que es-tendem sobre a graça em tempos difíceis e que veem bondade nos anos escuros. Estou em dívida com vocês pelo resto da mi-nha vida. Vocês dois alteraram o curso da história da minha fa-mília. Bill, obrigado por escrever este primeiro livro comigo.

Earl – Embora você tenha ido para casa, sua vida continua através de mim. Obrigado por me adotar. Sou eternamente grato pela herança.

Kathy – Você é a mulher dos meus sonhos!

Introdução

Indigentes a Príncipes O Conto de Um Rei.

A escravidão é relegada aos filhos de um deus menor. É a condição de escravos que ainda têm de descobrir sua li-

berdade no outro lado do rio do batismo e ainda se encon-tram presos pelo príncipe negro da tortura e do tormento. É ele que os leva a uma vida de pobreza, dor e depressão através de um jogo diabólico de ilusão. Ele espera conseguir esconder sua verdadeira identidade para sempre. Esse mal príncipe ali-menta seus cativos com as venenosas rações da religião, con-vencendo-os de que vão saciar a fome de suas almas por jus-tiça. Esses escravos, de olhos vendados pelo próprio pecado, pensam que estão trabalhando pela própria liberdade e se es-forçam para pavimentar o caminho para fora da prisão com ti-jolos construídos a partir do barro de lodo da justiça própria. No entanto, sem saber, eles estão construindo suas próprias câmaras de morte tijolo por tijolo. Pior ainda, dentro da mes-ma escuridão eles dão à luz filhos, gerando, por fim, legados de escravidão a partir da mentalidade de desesperança.

No entanto, em uma colina lá longe, um Cordeiro que vi-rou Leão desceu a esse campo de extermínio através do por-tal do Gólgota. Forçando Sua entrada pelas portas do inferno,

18 Os Caminhos Sobrenaturais da Realeza

Ele enfrentou o príncipe das trevas na mãe de todas as ba-talhas. Com três cravos e uma coroa de espinhos, o Capitão do Exército derrotou o diabo, desarmando eternamente suas armas de destruição: o pecado, a morte, o inferno e a sepul-tura. O pecado não pôde seduzi-Lo, a morte não pôde derro-tá-Lo, o inferno não pôde mantê-Lo e a sepultura não pôde segurá-Lo. Com testemunhas oculares e guerreiros a serviço, Ele foi levantado da superfície da terra. O planeta estremecia para liberar seus cativos enquanto o Céu trovejava por receber seu tesouro. Eles não estavam esperando apenas a redenção das almas resgatadas, mas a coroação dos filhos que estavam para ser revelados. Pois, pelo Seu sangue, o Santo do Resplen-dor comprou podres e esfarrapados pecadores, recriando-nos como Seus justos, Santos reis em exercício.

Não somos apenas soldados da cruz; somos herdeiros do trono. A natureza divina permeia nossa alma, transforma nossas mentes, transplanta nossos corações e transfigura nossos espíritos. Fomos feitos para sermos vasos de Sua gló-ria e veículos de Sua luz.

Talvez sejamos mais bem exemplificados pela linda filha que vai subir ao trono através do casamento, porque ela está noiva do Príncipe da Paz. A Câmara Nupcial está sendo cons-truída, a festa está sendo preparada e a Noiva está se apron-tando. Alternativamente, podemos ser chamados Filhos de Deus, Noiva Comprometida, Sacerdócio Real, Menina dos Seus Olhos e uma Nova Criação, mas, acima de tudo, uma coisa é certa: nós temos cativado o coração do nosso Amado. Ardendo de desejo, Ele montou em Seu cavalo branco, reuniu uma comitiva majestosa e está fazendo Seu caminho em dire-ção ao planeta!

Entretanto, de volta à terra, o povo de Deus está se er-guendo e começando a brilhar nesta presente escuridão. Seu Exército Real está espalhando a glória do Rei sobre toda a terra enquanto tomamos o domínio deste planeta de volta do derrotado. Equipados com a luz do Pai, Seus filhos estão

Introdução 19

encontrando o tesouro enterrado no coração dos homens, que antes estava coberto por rochas de ofensa, espinhos de traição e relíquias de religião. Armados com o poder do Es-pírito Santo e comissionados a representar o Filho do Rei, estamos curando os enfermos, ressuscitando os mortos e de-salojando demônios. Como resultado, escravos estão se tor-nando príncipes e o reino deste mundo já está se tornando o Reino do nosso Deus!

Parte 1: Nosso Chamado Real

Capítulo 1

Os Apuros da Escravidão

A terra não pode suportar quando um escravo se torna rei sobre ela

Tudo começou em um dia reluzente de verão no primei-ro ano do novo milênio, quando Nancy, minha assisten-

te pessoal, entrou em meu escritório parecendo bastante per-turbada. Depois de uma conversa curta decidi arriscar per-guntar-lhe o que a estava incomodando. Nancy tem uma re-putação de dizer a verdade. Com seu olhar penetrando minha alma, ela disse: “Às vezes você diz coisas que ferem os sen-timentos das pessoas. Você é importante para as pessoas ao seu redor, e parece completamente inconsciente do quanto as pessoas valorizam o que pensa delas. Você está devastan-do as pessoas com suas palavras.” Ela continuou, lembrando--me de um comentário que tinha feito anteriormente. Acha-va que estava sendo engraçado, mas, ao invés disso, aparen-temente eu tinha feito dela a minha última vítima. Pedi-lhe desculpas, mas, honestamente, eu realmente não pensei mui-to naquilo. Afinal, pensei, Nancy é muito sensível e eu tinha fica-do acostumado a ser “mal compreendido” a maior parte da minha vida. Dei prosseguimento ao meu dia e praticamente esqueci--me da nossa conversa.

Naquela noite, ao ir para a cama e adormecer, eu tive um sonho. No sonho, uma voz repetia esta passagem das Escritu-ras: “Por três coisas se inquieta a terra; e por quatro que ela não consegue suportar: Pelo servo, quando reina” (Pv 30:21-22a).

24 Os Caminhos Sobrenaturais da Realeza

Às três da manhã, eu acordei me sentindo tonto, mas com um profundo sentimento de pesar. Sentei-me contra a cabeceira e tentei reunir meus pensamentos.

Então, ouvi o Senhor, que também parecia triste, pergun-tar-me: “Você sabe por que a terra não pode suportar quando um escravo se torna rei sobre ela?”

“Não”, eu disse: “Mas tenho a sensação de que Você vai me dizer.”

O Senhor continuou: “Um escravo nasce na insignificância. Enquanto cresce, ele aprende com a vida que não tem qual-quer valor e que suas opiniões realmente não importam. Por-tanto, quando se torna um rei, ele é importante para o mundo em torno de si, mas ainda se sente insignificante em seu rei-no interior. Em consequência disso, ele não mede suas pala-vras ou a maneira como se comporta. Ele acaba por destruir as pessoas que é chamado a liderar. Você, meu filho, é um es-cravo que se tornou um rei.”

Através das primeiras horas da manhã, o Senhor começou a me ensinar sobre a minha identidade de príncipe. Ele me levou a vários trechos das Escrituras e me mostrou o quão importan-te é que Seus líderes se portem como príncipes e princesas, por-que somos filhos e filhas do Rei. O primeiro exemplo que Ele me mostrou foi o de Moisés. Ele me perguntou: “Você sabe por que Moisés teve que ser criado na casa de Faraó?”

Eu respondi: “Não.”“Moisés nasceu para liderar a libertação dos israelitas da

escravidão. Moisés teve que ser criado na casa de Faraó para que pudesse aprender a ser um príncipe e não ter uma men-talidade de escravo. Um líder que é escravo internamente não pode libertar aqueles que estão na escravidão exterior. Os primeiros 40 anos da vida de Moisés foram tão importantes quanto os 40 anos que passou no deserto.”

Quando o Senhor disse isso foi aberta para mim uma porta para a experiência de Moisés. Comecei a imaginar o que deve

Os Apuros da Escravidão 25

ter sido para ele ser criado como um filho do rei. Ele sempre devia estar certo de que era importante. Ele devia estar acos-tumado a ter as pessoas prestando atenção ao que ele dizia e fazia. Ele devia ter se acostumado a ser aceito e amado. Estou certo de que todos riam de suas piadas, mesmo quando elas não eram engraçadas!

Por Moisés saber que era importante, ele tinha confiança. Vi que, sem essa confiança, ele provavelmente nunca se senti-ria capacitado a fazer qualquer coisa para ajudar seus irmãos hebreus. Na verdade, se ele tivesse sido criado como um es-cravo poderia nunca ter-lhe ocorrido fazer qualquer coisa a respeito da injustiça que percebeu. Como um príncipe e um hebreu, o contraste entre a sua situação e a deles criou um conflito em sua alma a respeito do qual ele tinha que fazer algo. Era injusto ele ser bem tratado e eles não. Eles também eram importantes.

Infelizmente, quando tentou intervir para ajudá-los pela primeira vez, a mentalidade de escravos deles os impediu de entender de onde ele havia sido enviado. Ele pensou que eles mereciam ser tratados como ele era, mas eles pensaram que ele estava apenas tentando ser importante quando realmen-te não era: “Quem fez de você um príncipe?” As mentalidades estavam em completo conflito.

Quanto mais eu pensava sobre o tipo de pessoa que Moi-sés devia ter sido, mais via o tipo de pessoa que podemos ser quando somos ensinados que somos importantes e quando não somos inseguros sobre quem somos. Também percebi que não era como Moisés. Como vou descrever no próximo capítulo, não cresci com a ideia de que eu era importante. Isso me levou a desenvolver um conjunto de comportamentos que alguém como Moisés provavelmente nunca teria apresenta-do. Mesmo depois que eu fui salvo, muitos desses comporta-mentos ficaram por perto. Vi que o confronto de Nancy era sobre mais do que simplesmente ela ser sensível e eu ser mal interpretado, que foi o jeito que quis interpretar. Era sobre

26 Os Caminhos Sobrenaturais da Realeza

fazer coisas que sempre fiz, mas que já não são consistentes com o que Deus diz que eu sou.

Mais importante, vi que se continuasse a fazer essas coi-sas iria, finalmente, como o Senhor tinha dito, destruir as pessoas que estava tentando liderar. Sabia que esse confron-to seria provavelmente um dos muitos que viriam na estra-da para sair da escravidão e entrar na minha identidade como um príncipe. Também sabia que se não começasse a andar por esse caminho isso custaria tremendamente não apenas para mim, mas também para aqueles ao meu redor.

Este livro compartilha as experiências e revelações que o Senhor tem usado para me ensinar como deixar a escravidão para trás e pensar, agir e andar na autoridade e no poder do meu chamado real e sacerdotal. Haja vista que essa formação começou quando eu estava em uma posição de liderança em minha igreja, o Senhor deixou claro que o que estava apren-dendo não era só para me transformar, mas para me equipar para ajudar a promover uma cultura de realeza ao meu re-dor. Isso resultou em ter o privilégio de supervisionar uma escola de ministério, onde o objetivo principal é ensinar aos crentes como andar como príncipes e princesas. Antes de co-meçarmos a escola, o Senhor me disse: “Eu quero que você en-sine aos alunos como se comportar na presença da realeza. Eles são chamados à realeza, para influenciar, e para gover-nar e reinar. Como precursores, vou fazer de vocês um povo de influência.”

O objetivo deste livro é compartilhar a revelação que o Se-nhor me deu e que agora repasso aos meus alunos e às igrejas que supervisiono. Oro para que, enquanto vem comigo nesta jornada, você descubra sua própria identidade como um prín-cipe ou princesa e comece a experimentar de todos os benefí-cios de viver no palácio do Rei!

Capítulo 2

Mendigos do Castelo ou Príncipes do Palácio

Você sempre vai reproduzir ao seu redor o ambiente que cultiva dentro de si.

– Sofrendo a Perda –

Nos meses seguintes ao meu encontro com Nancy, desco-bri que as raízes da mentalidade escrava poderiam ser

rastreadas por todo o caminho de volta à minha concepção. As circunstâncias do meu nascimento e da minha educação me levaram a acreditar em mentiras sobre mim mesmo que me afastaram da realidade da minha identidade em Cristo.

Minha mãe liderava as líderes de torcida do ensino médio e meu pai era a estrela dentre os jogadores de futebol quando eles se apaixonaram um pelo outro. Foi um caso de amor de conto de fadas até que minha mãe ficou grávida de mim fora do casamento. Era década de 1950, época em que a sociedade via a imoralidade com olhos muito piores que hoje. Quando o meu avô (pai da minha mãe) descobriu que ela estava grávida, renegou tanto a minha mãe quanto o meu pai, apesar de eles terem fugido e casado antes de eu nascer.

Um ano depois, meu pai surpreendeu meu avô surgindo na porta dos fundos de sua casa. Antes de o meu avô ter a chance de mandá-lo embora, meu pai caiu de joelhos e implorou por seu perdão. Meu avô o perdoou naquela manhã, mas nenhum deles sabia do desastre que viria em breve.

28 Os Caminhos Sobrenaturais da Realeza

Dois anos mais tarde, apenas um ano após a minha irmã nascer, meu pai estava pescando quando uma enorme tem-pestade veio de repente e virou o barco. Meu pai salvou meu tio, levando-o para a margem, e depois voltou para recupe-rar o barco. Ele nunca mais voltou. Meu pai se afogou naque-la noite tempestuosa em 1958. Naquela mesma noite, uma equipe de busca e salvamento foi organizada para encontrar meu pai. Por volta da meia-noite, meu avô o retirou da parte inferior da represa Anderson. A minha vida e a vida da minha família foram mudadas para sempre.

A morte do meu pai criou um profundo sentimento de per-da e de medo do abandono em minha alma. Logicamente, crianças de três anos de idade não entendem qual é o signifi-cado da palavra morte. Tudo o que sabia era que ele tinha ido embora e eu temia que minha mãe viesse a ser a próxima. Por muitos anos depois disso, levantava-me várias vezes ao lon-go da noite e andava até o quarto da minha mãe, verificando se ela ainda estava lá. Anos mais tarde, ela me disse que fre-quentemente acordava e me encontrava em pé ao lado da sua cama, apenas olhando para ela.

– Da Tragédia ao Lixo –Minha mãe se casou de novo duas vezes. Nosso primei-

ro padrasto entrou em nossas vidas quando eu tinha cin-co anos de idade. Ele deixou claro para a minha irmã e para mim que ele se casou com a minha mãe, e nós éramos apenas a bagagem que veio junto com o prêmio. Para piorar a situa-ção, ele era um alcoólatra violento. A brutalidade tornou-se um modo de vida para nós. As regras de casa para a sobrevi-vência eram: “Calem a boca e fiquem fora do caminho.” Meu padrasto costumava dizer: “Crianças são para serem vistas, não ouvidas.” Seu ponto era claro: “Você não é importante, ninguém se preocupa com você, e ninguém dá a mínima para o que você pensa.”

Mendigos do Castelo ou Príncipes do Palácio 29

Mesmo quando ficávamos fora de problemas, ainda não sa-bíamos com que tipo de humor ele estaria. Uma vez, enquan-to estava bêbado, ele me segurou com uma mão, puxou minha calça para baixo, e começou a me bater com a fivela do cinto. O sangue começou a correr por ambas as minhas pernas. Mi-nha mãe, gritando e chorando, finalmente conseguiu me levar para longe dele.

Além de ser fisicamente abusivo, meu padrasto parecia ter uma agenda para nos livrar de todas as nossas memórias do meu pai real. Ele era muito ciumento com relação ao amor da minha mãe, e vinha nos atormentar quando ela nos mostra-va qualquer carinho. Destruiu todos os pertences do nosso pai e nos proibia de ver qualquer um dos parentes do nosso pai. Olhando para trás, posso ver que o diabo o estava usando para destruir nossas identidades. Minha mãe finalmente se divorciou dele quando eu tinha 13 anos de idade.

Quando eu tinha 15 anos, minha mãe voltou a se casar no-vamente. Miseravelmente, as regras da casa permaneceram as mesmas. A violência continuava e a sobrevivência depen-dia de que todas nós, as crianças, nos tornássemos invisíveis e permanecêssemos imperceptíveis.

Infelizmente, sei que o que experimentei ao crescer é mui-to comum. As circunstâncias podem ser diferentes, mas aque-les de nós que experimentaram o abandono e o abuso em nossa juventude, mesmo que isso tenha sido simplesmente o ter nascido de “forma prematura” como eu fui, interioriza-mos a mensagem de que somos vergonhosos, não desejados e insignificantes. O resultado dessas mentiras é que podemos desenvolver padrões de comportamento que são projetados para nos proteger de um mundo hostil. Porque já experimen-tamos ataques nos níveis mais fundamentais da nossa iden-tidade, pensamos que temos que fazer o que for preciso para matar a dor e, simplesmente, sobreviver.

30 Os Caminhos Sobrenaturais da Realeza

Uma das minhas táticas de sobrevivência foi desenvolver um senso de humor sarcástico. Meu humor girava em tor-no de trazer as pessoas para baixo e fazer com que se sentis-sem estúpidas e insignificantes. Claro que, normalmente, não percebia que estava fazendo com que elas se sentissem mal, mas, inconscientemente, pensava que destruir a autoestima das outras pessoas me ajudaria a me sentir melhor comigo mesmo. Eu brincava com as pessoas sobre suas deficiências, pensando que estava apenas sendo engraçado, mas cada riso custava a alguém um pedaço de seu coração.

Mesmo tendo encontrado Cristo aos 18 anos, passaram--se muitos anos antes que eu começasse a tratar a minha baixa autoestima. Como resultado, meu comportamento con-tinuou e eu ainda não tinha ideia do quanto estava devastan-do as pessoas com o meu humor. Deveria ter compreendido isso, porque eu era a principal vítima do meu próprio humor. Frequentemente, fazia das minhas falhas a força das minhas próprias piadas. Eu tinha ficado acostumado a me sentir mal comigo mesmo por um longo tempo. A cultura da dor aprisio-nou a minha alma dentro de mim, mas o Senhor estava deter-minado a me ajudar a fugir dessa prisão.

– Aprendendo a Amar a Si Mesmo –Quando Nancy me confrontou sobre os danos que meu hu-

mor estava causando, percebi que não era apenas uma chama-da para despertar para o fato de que eu estava machucando as pessoas. A maior revelação, para mim, foi a de que as pessoas valorizavam o que eu tinha a dizer. Sempre acreditei no que o meu padrasto tinha plantado em mim: as pessoas realmente não se importavam com o que eu pensava ou dizia. A consta-tação de que eu tinha valor iniciou o processo de desenrai-zamento das mentiras a meu respeito nas quais acreditava e me ajudou a descobrir quem eu realmente era. Deus havia me chamado de príncipe, e percebi que o encontro com Nancy e

Mendigos do Castelo ou Príncipes do Palácio 31

a interação que tive com o Senhor seria apenas o primeiro de muitos passos que Deus usaria para me levar para fora da mi-nha prisão e para dentro do Seu palácio.

Eu tive outro encontro, cerca de um ano mais tarde, que se tornou o próximo passo na minha jornada para fora da escra-vidão. Tudo começou em uma noite fria de inverno de um do-mingo de dezembro. Cheguei atrasado à igreja e, quando abri a porta da frente do edifício, o vento quase arrancou a por-ta de suas dobradiças. A reunião de oração já estava em anda-mento quando entrei no local. Cerca de cem pessoas estavam orando apaixonadamente, por isso tentei me mover sem fa-zer barulho de modo a não perturbar a reunião. Ao que passei pela porta, Bill, nosso líder sênior, cumprimentou-me. Ele ti-nha o sorriso mais estranho de todos no rosto. Ele me entre-gou algo que estava dobrado ao meio. Fiquei confuso com sua expressão enquanto olhava para o pedaço de papel. Finalmen-te, percebi que era um cheque, mas meus olhos incrédulos lu-tavam para comunicar o montante ao meu cérebro. Enquanto ficava claro para mim, comecei a gritar: “Alguém acabou de me dar três mil dólares! Ei, pessoal, alguém acabou de me dar TRÊS MIL DÓLARES!”’

Bill, rindo histericamente, disse: “É melhor você olhar para o cheque novamente!” Olhei para o cheque de novo e percebi que nele estava, de fato, escrito TRINTA MIL DÓLARES! Eu quase desmaiei.

Comecei a saltar para cima e para baixo, gritando: “Trinta mil dólares! Alguém acabou de me dar TRINTA MIL DÓLA-RES!” Estava tão atordoado que, durante vários minutos, mal podia falar. Olhei para a assinatura e percebi que nem sabia quem era a pessoa que tinha me dado o dinheiro. Esse mistério definitivamente engrossava o enredo e trazia mais entusiasmo.

Muitos dias se passaram antes de eu finalmente descobrir a identidade do homem benevolente. Ele era novo em nos-so círculo de comunhão e tinha participado de uma classe em

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que eu tinha ensinado anteriormente naquele mesmo ano. Uma noite, enquanto orava, ele sentiu o Senhor dizer-lhe para me dar uma parte de sua herança.

Escrevi-lhe um cartão para expressar minha gratidão, mas a coisa mais estranha aconteceu em seguida. Evitei esse ho-mem completamente durante vários meses depois de ele ter me dado esse presente inacreditável.

Primeiramente, o que eu estava fazendo não era tão ób-vio, mas, com o passar do tempo, tornou-se mais evidente. Eu o via em uma determinada sala da igreja, virava e andava em outra direção.

Em uma ocasião, corri para o banheiro dos homens, pergun-tando-me se conseguiria chegar lá a tempo e, assim que entrei no banheiro, notei que ele estava lá. Ele estava de costas para mim e não tinha me visto, então eu corri para fora. Tive que correr todo o caminho até o outro lado do edifício para encon-trar outro banheiro. Enquanto estava correndo ao redor do pré-dio, um pensamento me ocorreu: “Algo está errado comigo!” Eu realmente não tinha a menor ideia de por que estava me com-portando de forma tão estranha, e isso me incomodou.

Quando fui para a cama naquela noite, eu não conseguia dormir. Estava frio e escuro, e o vento estava uivando. Parecia que eu estava lá desde sempre. Fiquei olhando para o relógio, esperando o dia amanhecer, me mexendo, me virando e pon-derando sobre o porquê de eu estar me comportando de modo tão peculiar. Eu não conseguia tirar o meu pobre comporta-mento de fora da minha cabeça. Minha mente voltou-se para as outras vezes ao longo dos anos em que eu tive os mesmos sentimentos em relação a outras pessoas que me valorizaram de uma forma especial. Pensei sobre quantos desses relacio-namentos eu tinha sabotado ao não permitir que as pessoas me amassem. Percebi que amava presentear as pessoas, mas nunca gostava de receber delas. Ainda assim, o meu compor-tamento não fazia sentido.

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Finalmente, em desespero, busquei o Senhor em oração: “Senhor, você sabe o que está errado comigo?”

“Sim,” Ele respondeu imediatamente.“O que é?” Perguntei com cautela.“Você realmente quer saber?” Ele perguntou.Essa foi uma pergunta reveladora. Estava realmente bas-

tante nervoso sobre descobrir o que havia de errado comi-go, porque eu tinha vivido na negação por um longo tempo. John Maxwell certa vez disse: “As pessoas mudam quando se machucam tanto que têm de mudar, aprendem o suficiente a ponto de quererem mudar, ou recebem o suficiente para se-rem capazes de mudar.” Reconheci que estava me machucan-do tanto que precisava mudar!

“Sim, eu quero, Senhor,” eu respondi.Jesus disse: “O problema é que você não se ama o suficiente

para se sentir digno de trinta mil dólares. Você está com medo de que, se aquele cara generoso viesse a conhecê-lo, ele se arrepende-ria de ter-lhe dado o dinheiro. É por isso que não quer que ele che-gue perto.”

Minha ansiedade foi crescendo. Eu já não podia negar que precisava de ajuda. Perguntei: “O que devo fazer?”

“Aprenda a amar a si mesmo tanto quanto Eu o amo. Quando o fizer, você vai esperar que as pessoas o amem mais à medida que elas começarem a conhecê-lo melhor!” Ele respondeu.

Estava atordoado. Não podia acreditar no que era a raiz do meu problema. Até esse ponto, o amor que não tinha por mim mesmo nunca tinha sido exposto assim. Eu sabia que os ou-tros me amavam (especialmente minha esposa e filhos), e eu sabia que o Senhor me amava. Não tinha percebido que eu não me amava.

Através daquela experiência, aprendi que sempre que al-guém nos valoriza mais do que valorizamos a nós mesmos tendemos a sabotar nosso relacionamento com essa pessoa.

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Secretamente, não queremos que elas cheguem perto o sufi-ciente para saberem que não somos tão bons quanto elas pen-sam que somos.

Da minha observação como pastor, um dos melhores exemplos disso são os adultos solteiros que estão procu-rando uma companhia e não conseguem encontrar a “pes-soa certa” ou alguém “suficientemente bom”. Muitas dessas pessoas têm problemas em ir além da amizade com o sexo oposto e, quando a amizade começa a quebrar os limites ex-teriores de seus corações, entrando no átrio interior de suas almas, elas começam a fazer coisas para destruir o relaciona-mento. Elas têm medo de que seu amado venha a olhar pro-fundamente dentro delas e veja as imperfeições que estão convencidas de que ele verá. É com o tempo que aprendemos a amar a nós mesmos da maneira que Deus nos ama e a nos vermos com os olhos de nosso Pai.

– Nunca o Suficiente –Há outra mentira que impede os escravos de experimen-

tarem a verdade de sua identidade em Cristo. Mencionei anteriormente que, quando se é treinado para se sentir insig-nificante, você desenvolve habilidades de sobrevivência para tentar evitar a dor dessa realidade. Um escravo se utiliza de habilidades de sobrevivência, porque acredita que a vida é um grande mundo de “cada um por si”. Essa mentalidade de po-breza é o principal atributo de um escravo. Quer um escravo tenha experimentado a pobreza em suas finanças ou no amor e na afirmação, todos os escravos têm a crença comum de que nunca haverá o suficiente para eles. Eles vivem no medo, lu-tando com a sensação de que o poço está prestes a secar.

Deus nunca teve a intenção de que vivêssemos na pobre-za em qualquer área de nossas vidas. A Bíblia está cheia de promessas de provisão de Deus para o Seu povo. Salomão dis-se: “Eu fui jovem, e agora eu sou velho; ainda assim eu não vi

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o justo abandonado, nem a sua semente mendigando o pão.” (Sl 37:25). Jesus deixou isso ainda mais claro quando disse:

Por isso eu vos digo: Não vos preocupeis pela vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que a comida, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu; pois elas não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celeste as alimenta. Não sois vós muito melhores do que elas? Mas quem de vós, com suas preocupações, poderá acrescentar um côvado à sua estatura? E quanto as vestes, por que vos preocupeis? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam; e eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, vestiu--se como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vestirá muito mais a vós, Oh pequena fé? Portanto, não fiqueis cuidadosos, dizendo: O que comeremos ou o que beberemos, ou com que nos vestiremos? (Porque todas estas coisas os gentios buscam). Porquanto vosso Pai celeste sabe que necessitas de todas estas coisas. Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não fiqueis cui-dadosos, pois, com o amanhã, porque o amanhã cuidará de si mesmo. Suficiente é ao dia o seu próprio mal. (Mt 6:25-34).

– As Aventuras de Eddie –Quando minha esposa, Kathy, e eu adotamos o nosso fi-

lho Eddie, vi em primeira mão como a mentalidade de po-breza pode conduzir as pessoas a viverem em uma realidade que as cega tragicamente para a prosperidade que Deus pre-tende dar-lhes. Eddie cresceu na pobreza material, mas suas atitudes e comportamento tipificam a mentalidade de sobre-vivência que pode ser vista em pessoas que crescem em lares financeiramente estáveis, mas experimentam a escassez em outras áreas de suas vidas.

36 Os Caminhos Sobrenaturais da Realeza

Em 1990, começamos a trabalhar com o Departamento de Condicional do Condado de Trinity, em Lewiston, California. O Departamento ordenou a todas as crianças que estavam em liberdade condicional em Lewiston que viessem ao nosso gru-po de jovens. Duas vezes por semana jogávamos basquete-bol e voleibol e, no intervalo, eu pregava para eles. Eddie era um jovem de 14 anos de idade que vinha toda semana. A mãe e o pai de Eddie eram ambos viciados em drogas, de modo que Eddie foi largado para se erguer por conta própria. Ele era um garoto alto, de pele morena e cabelos castanhos. Embora não estivesse em liberdade condicional, ele gostava de jogar basquete com a gente. Ele frequentava os projetos junto com as crianças rudes, mas geralmente era muito calado. Pouco a pouco chegamos a conhecê-lo.

Cerca de um ano depois que conhecemos Eddie, decidimos tentar adotá-lo. Fizemos algumas pesquisas e descobrimos que havia duas maneiras de ganhar a custódia dele. Podería-mos convencer seus pais divorciados a assinarem a custódia para nós ou poderíamos ir ao tribunal e lutar por ele. Decidi-mos tentar convencer seus pais.

Levei Eddie ao apartamento de sua mãe, como tinha feito muitas vezes antes (ele costumava ficar com a gente aos fins de semana), mas dessa vez fui até a porta com ele. Meu cora-ção estava disparado e percebi que não havia luzes acesas lá dentro. Pensei que ninguém estava em casa, mas enquanto Eddie forçava para abrir a porta eu podia ver uma figura sen-tada no chão, encolhida perto do canto da sala escura. Era a sua mãe. Não havia móveis e era nojento além de qualquer descrição. A sala estava congelando. Soube mais tarde que eles não tinham eletricidade há meses.

Sua mãe estava obviamente passando por uma “ressaca” depois do êxtase da droga. Ela estava tremendo, com seus olhos imóveis em círculos pretos profundos, e seu cabelo em-baraçado e fibroso. Ela olhou para mim e perguntou: “O que você está fazendo aqui?”

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“Eu quero a custódia do seu filho,” eu disse, nervoso.Ela olhou para Eddie, que estava segurando as lágrimas:

“Ok, você pode ficar com ele!” Ela disse, baixando a voz em vergonha enquanto assinava os papéis da custódia.

Saímos de lá e dirigimos para Lewiston para falar com o pai de Eddie. O ambiente no carro estava tranquilo, enquanto mi-nha mente era inundada pelas imagens do que tinha acaba-do de ver. Meu coração estava pesado e partido. Perguntei-me quantos “Eddies” mais haveria lá fora no mundo. Eu só podia esperar o melhor quando imaginava como o seu pai seria.

Cerca de 30 minutos depois, chegamos à casa de seu pai. Parecia uma casa típica de usuários de drogas. O jardim da frente estava recheado de carros antigos e lixo. Quando nos aproximamos da porta da frente, meu coração disparou e vi que a porta já tinha sido aberta. Eddie entrou na minha frente e eu o segui. Enquanto entrávamos na casa, notei que havia vários homens e mulheres sentados no chão. Alguns outros estavam deitados em sofás. A sala estava cheia de fu-maça. Um homem pequeno e forte, coberto de tatuagens, estava olhando para nós.

Ele disse, com voz irritada: “O que você quer?” Eu mal con-seguia encontrar palavras, meu coração parecia estar batendo fora do meu peito.

“Eu quero a custódia do seu filho”, eu soltei.Ele olhou para Eddie, que estava envergonhado, e disse:

“Você quer viver com ele?” Ele perguntou.“Sim,” respondeu Eddie.“Tudo bem, pode me dar os papéis que vou assiná-los!” Ele

rabiscou sua assinatura em letras grandes e jogou os papéis de volta para mim.

Partimos imediatamente. Fiquei contente de sair de lá sem arrumar briga, e Eddie estava animado para começar sua nova vida.

38 Os Caminhos Sobrenaturais da Realeza

O ano seguinte foi repleto de muitas risadas e um monte de lágrimas enquanto Eddie se ajustava ao seu novo estilo de vida. Pouco a pouco, começamos a reconhecer as característi-cas da mentalidade de pobreza em Eddie. Isso, obviamente, tinha sido formado em seu coração durante sua dura infância.

Jantamos juntos como família na maior parte do tempo. Enquanto comíamos nossas refeições, Eddie mantinha o olho no alimento que sobrava. Sempre havia muito, mas Eddie pa-recia preocupado que fosse faltar. Quando as tigelas eram esvaziadas em cerca da metade delas, ele enchia o prato nova-mente e, em seguida, escondia comida em torno do seu pra-to e em seu guardanapo. O resto de nós apenas fingia que não percebia, mas isso nos deixava tristes.

O primeiro Natal de Eddie com a gente foi emocionante. Aprendemos que ele realmente nunca tinha tido um Natal, porque sua mãe vendia todos os presentes que ele recebia para adquirir drogas. Decidimos ir ao extremo e encher as crianças de presentes. Gastamos centenas de dólares e distribuímos o dinheiro igualmente entre todos eles. Havia tantos presentes que mal podíamos ver a árvore.

Finalmente, o dia de Natal veio e sentamos juntos para abrir os presentes. A família toda estava tendo uma explosão de alegria ao assistir Eddie abrir os presentes. Ele era como uma criança pequena. O único problema era que ele não dei-xava ninguém pegar seus presentes uma vez que eles fossem abertos. Mais tarde, à noite, depois do jantar, Eddie sussur-rou algo no ouvido de Kathy. Kathy preparou meias para cada uma das crianças e as encheu de pequenos presentes. Jason e Eddie tinham histórias em quadrinhos em suas meias. O úni-co problema era que ela tinha colocado acidentalmente qua-tro livros na de Jason e apenas dois na de Eddie. Eddie queria saber por que Jason recebeu mais do que ele.

Eddie sempre estava com medo de que não teria o sufi-ciente. Um espírito de pobreza geralmente conduz escravos

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a desenvolverem uma mentalidade de sobrevivência. O medo da falta é baseado em mentiras e, até que essas mentiras se-jam quebradas, as pessoas não conseguem reconhecer a pro-visão de Deus em suas vidas. Quando Eddie se tornou parte da nossa família, tinha tudo o que precisava e queria. Sua ve-lha vida se foi. Contudo, até que deixasse de acreditar naque-las mentiras ele não conseguiria relaxar e aproveitar a vida com a gente. Felizmente, Eddie está livre de sua velha men-talidade. Ele tem crescido para ser um jovem incrível e se for-mou na faculdade (Estamos muito orgulhosos dele).

Escravos têm uma mentalidade de pobreza. Eles sempre acham que seus recursos são limitados. Acreditam que quan-do alguém recebe algo isso tira um pouco da provisão que po-deria ser deles. Supõem que a bênção de alguém traz um custo para eles.

A história do filho pródigo em Lucas 15 ilustra esse ponto com clareza. Tendo desperdiçado sua herança, o filho mais novo chegou em casa em busca de refúgio. Seu pai estava tão animado em vê-lo que fez uma festa. Ele estava guardan-do o novilho gordo para tal ocasião, e, finalmente, era hora de comemorar. Todos foram à festa, exceto o irmão mais ve-lho; que ficou fora no campo. Quando seu pai não viu o ir-mão mais velho na festa, ele foi procurá-lo. Ele o encontrou lá fora, sozinho.

“Por que não está vindo para comemorar?” O pai perguntou.O irmão mais velho gritou: “Você deu-lhe o vitelo gordo,

mas nem sequer me deu uma cabra!”Seu pai estava atordoado. Ele olhou para o seu filho, focan-

do em sua alma com os olhos de um pai amoroso, e disse: “Eu dei a ele o novilho gordo, mas você possui a fazenda” (resumo de Lucas 15:11-31).

Por que raios o irmão mais velho saiu à espera de seu pai para que lhe desse uma cabra quando ele possuía a fazenda intei-ra? Ele falhou em reconhecer que era um filho e não um servo.

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A revelação da nossa verdadeira identidade irá destruir o espírito de pobreza em nossas vidas. Até que isso aconteça, vamos continuar a pensar que há limites sobre o que pode-mos ter. Como resultado, ficamos com ciúmes de quem rece-be algo que não temos. Isso transborda para todos os aspectos de nossas vidas, incluindo trabalho, amigos e posições dentro da igreja.

– Um Reino de Finanças –Infelizmente, a maioria de nós na igreja ainda está pensan-

do como o irmão mais velho. Perdemos de vista o fato de que não apenas trabalhamos na fazenda. Somos filhos e filhas do Dono, e o nosso pai tem muito! Acredito que essa revelação vai mudar totalmente a nossa forma de pensar e planejar o nosso futuro. A maioria de nós ainda está olhando para a nos-sa provisão (o que o nosso extrato bancário diz) para ajudar a determinar a nossa visão e, portanto, estamos vivendo den-tro dos limites de nossas possibilidades em vez de vivermos pautados em Suas bênçãos.

Por exemplo, se estamos construindo um novo edifício, ar-gumentamos que devemos desistir de algum outro projeto para cobrir o custo. No entanto, temos sido chamados a viver além da razão e muito além das fronteiras das nossas pró-prias habilidades. Se não podemos fazer mais do que meros homens, então não vamos dizer aos outros que somos uma parte da igreja de um Deus vivo. Temos de realizar mais do que o Elk’s Club1 se vamos chamar Deus de nosso pai. Isso nos obriga a viver pela fé na provisão de Deus. Quando confiamos diariamente em Deus como nosso provedor, então vamos usufruir dos recursos do Céu (Sei que existe uma real necessi-dade de verdadeira mordomia no Corpo de Cristo, mas muito

1 Espécie de instituição de caridade americana (N.T.).

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do que é chamado mordomia na Igreja é simplesmente medo que se disfarçou de sabedoria).

Paulo disse isso melhor: “O meu Deus, suprirá todas as vossas necessidades, segundo as suas riquezas, em glória, por Cristo Jesus” (Fl 4:19). Entendeu? Ele disse: “Deus suprirá to-das as vossas necessidades, segundo as suas riquezas, em gló-ria”. Ele não está me suprindo conforme a minha necessidade, mas segundo as Suas riquezas.

Muitas vezes eu perguntei às pessoas o que elas faziam para ganhar a vida. Algumas delas disseram: “Eu vivo pela fé.” Eu aprendi ao longo dos anos que essa declaração normal-mente significa: “Eu não tenho um emprego. Eu dependo de pessoas que fazem doações ao meu ministério.” A crença im-plícita é que as pessoas que recebem um salário não precisam crer em Deus para o seu sustento. Essa ideologia é problemá-tica. Se pararmos de viver pela fé quando começarmos a rece-ber uma renda regular, então reduziremos a nossa provisão à nossa capacidade de fazer acontecer ao invés de confiar na ca-pacidade do Senhor em prover.

A mentalidade de escravo pode ser encontrada em todos os níveis da sociedade e em todas as esferas da vida. A con-ta bancária de uma pessoa não traz qualquer indicação de que ela está experimentando a provisão de Deus ou não. Uma pes-soa pode ter um monte de coisas, mas ainda assim sentir-se insegura e temer que algo possa acontecer-lhe e ela venha a perder tudo. Quando escravos adquirem dinheiro ou coisas, eles tendem a extrair sua identidade disso. A verdade é que o homem não é medido pelo que ele tem, mas pelo que o tem. Algumas pessoas possuem casas, mas às vezes parece que as casas possuem pessoas.

Quando vivemos apenas para obter coisas, ou trabalha-mos tanto que não temos tempo para os relacionamentos importantes que temos em nossas vidas, eu me pergunto se nós temos coisas ou se elas nos têm. O que vejo é que há uma

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diferença entre ser rico e ser próspero. As pessoas prósperas se recusam a serem reduzidas aos seus respectivos saldos fi-nanceiros e suas riquezas não as têm. Elas não se preocupam com o dinheiro, porque sabem que sempre haverá o suficien-te. A autoestima das pessoas ricas está diretamente ligada ao “demonstrativo de Lucros e Perdas” delas. Elas gastam uma grande quantidade de energia, seja perseguindo o dinheiro, seja tentando mantê-lo. Não quero dizer que não devamos ter grandes hábitos de trabalho. Só quero dizer que os príncipes não trabalham por dinheiro, mas, ao invés disso, eles traba-lham para Deus.

Quando um pobre recebe uma grande quantidade de di-nheiro, a pergunta que precisa ser respondida é: “Deus ga-nhou uma fortuna ou perdeu um homem?” Pobres muitas vezes perdem de vista suas prioridades quando recebem di-nheiro, mas príncipes não extraem sua identidade a partir do que têm, porque sabem que a sua identidade não depen-de de seu desempenho ou de suas posses. Príncipes possuem coisas, mas nunca deixam que as coisas os possuam. O resul-tado é que eles são capazes de experimentar a vida sem as preocupações que Jesus lhes prometeu e são livres para bus-car primeiro o reino, sabendo que tudo de que precisam lhes será acrescentado.

A terra prometida dos príncipes está cheia das bênçãos do Pai. Ele quer derramar o Seu amor em nós, derramar Suas bênçãos em nós, e dar mais do que podemos conter. Os Sal-mos colocam isso de uma forma melhor: “Louvai ao Senhor. Abençoado é o homem que teme ao Senhor, que se delei-ta grandemente em seus mandamentos. Sua semente será poderosa sobre a terra; a geração dos retos será abençoada. Fartura e riquezas estarão em sua casa, e sua justiça dura para sempre” (Sl 112:1-3).

Continua...

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