os aproveitamentos hidroagrÍcolasno baixo alentejo

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ANÁLISE REGIONAL CADERNOS TEMÁTICOS OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLAS NO BAIXO ALENTEJO Barragem de Odivelas Barragem do Roxo

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Análise Regional

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Page 1: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

ANÁLISE REGIONAL CADERNOS TEMÁTICOS

OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Barragem de Odivelas

Barragem do Roxo

Page 2: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

1

Ficha técnica

Título

Edição

Autor

Revisão de texto

Processamento de texto, quadros e gráficos

Concepção gráfica e impressão

Tiragem

- Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo I Parte

- CCDR Alentejo - Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo

- Filipe Palma

- Álvaro Azedo

- Colaboração de Rui Faustino

- Divisão de Informação e Informática da CCDR Alentejo

- 50 exemplares

Évora, Março de 2011

Page 3: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

1

Ficha técnica

Título

Edição

Autor

Revisão de texto

Processamento de texto, quadros e gráficos

Concepção gráfica e impressão

Tiragem

- Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo I Parte

- CCDR Alentejo - Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo

- Filipe Palma

- Álvaro Azedo

- Colaboração de Rui Faustino

- Divisão de Informação e Informática da CCDR Alentejo

- 50 exemplares

Évora, Março de 2011

Page 4: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

3

OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLAS NO BAIXO ALENTEJO

I PARTE

“”A melhor maneira de explicar o que é uma coisa é fazê-la”

In “Alice no País das Maravilhas”

Page 5: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

3

OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLAS NO BAIXO ALENTEJO

I PARTE

“”A melhor maneira de explicar o que é uma coisa é fazê-la”

In “Alice no País das Maravilhas”

Page 6: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

5

Índice

Apresentação

Prefácio ...

Introdução

I Aproveitamento Hidroagrícola Do Vale Do Sado

II Aproveitamento Hidroagrícola De Campilhas E Alto Sado

III Aproveitamento Hidroagrícola Do Roxo

IV Aproveitamento Hidroagrícola De Odivelas

V Aproveitamento Hidroagrícola Do Mira

Conclusões Finais

Bibliografia

............................................................................................................................ 7

........................... ........................................................................................................ 9

................................................................................................................................13

. Capítulo 1. Caracterização geral .............................................................................. 15 Capítulo 2. Ocupação cultural - Evolução das áreas regadas .................................. 15 2.1. A década de 70 do século XX ...............................................................16 2.2. A década de 90 do século XX ............................................................. . 1 7 2.3. A primeira década do século XXI ......................................................... 1 8 2.4. Conclusões ...........................................................................................19

. Capítulo 1. Caracterização geral ............................................................................... 23 Capítulo 2. Ocupação cultural - Evolução das áreas regadas .................................. 24 2.1. A década de 70 do século XX .............................................................. 25 2.2. A década de 80 do século XX .............................................................. 26 2.3. A década de 90 do século XX .............................................................. 27 2.4. A Primeira década do século XXI ......................................................... 28 2.5. Conclusões .......................................................................................... 29

. Capítulo 1. Caracterização geral ............................................................................... 33 Capítulo 2. Ocupação cultural - Evolução das áreas regadas .................................. 33 2.1. A década de 70 do século XX .............................................................. 34 2.2. A década de 80 do século XX .............................................................. 35 2.3. A década de 90 do século XX .............................................................. 36 2.4. A primeira década do século XXI ......................................................... 37 2.5. Conclusões .......................................................................................... 38

. Capítulo 1. Caracterização geral ................................................................................ 41 Capítulo 2. Ocupação cultural - Evolução das áreas regadas ................................... 42 2.1. A década de 70 do século XX ............................................................... 42 2.2. A década de 80 do século XX ............................................................... 43 2.3. A década de 90 do século XX ............................................................... 44 2.4. A primeira década do século XXI .......................................................... 45 2.5. Conclusões ........................................................................................... 46

. Capítulo 1. Caracterização geral ................................................................................ 49 Capítulo 2. Ocupação cultural - Evolução das áreas regadas ................................... 50 2.1. A década de 70 do século XX ............................................................... 50 2.2. A década de 80 do século XX ............................................................... 51 2.3. A década de 90 do século XX ................................................................ 52 2.4. A primeira década do século XXI .......................................................... 53 2.5. Conclusões ........................................................................................... 54

..................................................................................................................... 59

............................................................................................................................... 61

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Índice

Apresentação

Prefácio ...

Introdução

I Aproveitamento Hidroagrícola Do Vale Do Sado

II Aproveitamento Hidroagrícola De Campilhas E Alto Sado

III Aproveitamento Hidroagrícola Do Roxo

IV Aproveitamento Hidroagrícola De Odivelas

V Aproveitamento Hidroagrícola Do Mira

Conclusões Finais

Bibliografia

............................................................................................................................ 7

........................... ........................................................................................................ 9

................................................................................................................................13

. Capítulo 1. Caracterização geral .............................................................................. 15 Capítulo 2. Ocupação cultural - Evolução das áreas regadas .................................. 15 2.1. A década de 70 do século XX ...............................................................16 2.2. A década de 90 do século XX ............................................................. . 1 7 2.3. A primeira década do século XXI ......................................................... 1 8 2.4. Conclusões ...........................................................................................19

. Capítulo 1. Caracterização geral ............................................................................... 23 Capítulo 2. Ocupação cultural - Evolução das áreas regadas .................................. 24 2.1. A década de 70 do século XX .............................................................. 25 2.2. A década de 80 do século XX .............................................................. 26 2.3. A década de 90 do século XX .............................................................. 27 2.4. A Primeira década do século XXI ......................................................... 28 2.5. Conclusões .......................................................................................... 29

. Capítulo 1. Caracterização geral ............................................................................... 33 Capítulo 2. Ocupação cultural - Evolução das áreas regadas .................................. 33 2.1. A década de 70 do século XX .............................................................. 34 2.2. A década de 80 do século XX .............................................................. 35 2.3. A década de 90 do século XX .............................................................. 36 2.4. A primeira década do século XXI ......................................................... 37 2.5. Conclusões .......................................................................................... 38

. Capítulo 1. Caracterização geral ................................................................................ 41 Capítulo 2. Ocupação cultural - Evolução das áreas regadas ................................... 42 2.1. A década de 70 do século XX ............................................................... 42 2.2. A década de 80 do século XX ............................................................... 43 2.3. A década de 90 do século XX ............................................................... 44 2.4. A primeira década do século XXI .......................................................... 45 2.5. Conclusões ........................................................................................... 46

. Capítulo 1. Caracterização geral ................................................................................ 49 Capítulo 2. Ocupação cultural - Evolução das áreas regadas ................................... 50 2.1. A década de 70 do século XX ............................................................... 50 2.2. A década de 80 do século XX ............................................................... 51 2.3. A década de 90 do século XX ................................................................ 52 2.4. A primeira década do século XXI .......................................................... 53 2.5. Conclusões ........................................................................................... 54

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Page 8: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

APRESENTAÇÃO

A publicação do presente “Caderno Temático Alentejo Análise Regional” enquadra-se no objectivo de dar a conhecer estudos de análise regional produzidos no âmbito da CCDR Alentejo.

A actual equipa da Presidência, que iniciou funções há um ano atrás, procura desta forma reforçar a partilha e disseminação de conhecimento levado a cabo no domínio das competências da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, e bem assim de textos de reflexão estratégica, produzidos no âmbito de seminários, conferências e ciclos de estudo, que traduzem a visão e o compromisso, desta entidade regional.

A edição de "Cadernos Temáticos" conjuga-se com o lançamento da Revista “Alentejo -Análise Regional”, de periodicidade semestral, da qual editámos recentemente o primeiro número (Janeiro de 2011). Ao retomarmos a actividade editorial, uma prática que marcou a actividade da CCDRA em períodos significativos da sua história, visamos contribuir para um melhor conhecimento da realidade regional, das mudanças que se encontram em curso e das potencialidades existentes para a construção colectiva de melhores condições de criação de riqueza e de emprego, num quadro de sustentabilidade ambiental e de maior coesão social.

O estudo agora publicado, da autoria de Filipe Palma, analisa os Aproveitamentos Hidroagrícolas existentes no Baixo Alentejo¹ e decorrentes do “Plano de Rega do Alentejo”, sem incluir as áreas resultantes da instalação do EFMA (Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva). O território definido como Baixo Alentejo, no contexto deste trabalho e por opção do autor, é constituído pelos concelhos do distrito de Beja e os concelhos alentejanos do distrito de Setúbal (Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines), conforme a definição de Província da Divisão Administrativa de 1936 e que se manteve até 1959. A instalação dos respectivos perímetros de rega envolveu obras públicas de significativa dimensão, essencialmente concretizadas entre as décadas de 50 e 70 do século passado (na sequência de decisão política do início dos anos 50), e a sua área global corresponde a aproximadamente 36.000 ha, no território objecto do estudo.

O objectivo nuclear da análise foi o de caracterizar resumidamente os referidos perímetros, bem como a sua utilização, em termos de áreas regadas e respectiva ocupação por culturas, desde o início da década de 70.

No decurso de 2011 será realizado um estudo, com abordagem analítica similar, incidindo sobre a utilização das áreas englobadas pelos blocos de rega (e respectivos perímetros) que integram o Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA), numa fase em que se assiste a um aumento muito expressivo da entrada em exploração de áreas abrangidas por este empreendimento público. Deve assinalar-se que cerca de 93 % da área a beneficiar pelo EFMA se localiza na zona em estudo.

Da conjugação dos dois estudos, que podem ser também considerados como duas partes complementares de um mesmo estudo, estamos certos que resultarão indicações relevantes quanto ao futuro aproveitamento das áreas beneficiadas. Indicações relevantes nomeadamente para a formulação de medidas de política favoráveis ao pleno aproveitamento destes investimentos públicos de grande, e rara, dimensão ao nível regional.

A CCDRA contou com a colaboração das Associações de Regantes / Beneficiários dos perímetros estudados, como bem refere Filipe Palma na “Introdução” do trabalho. Enquanto

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Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 9: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

APRESENTAÇÃO

A publicação do presente “Caderno Temático Alentejo Análise Regional” enquadra-se no objectivo de dar a conhecer estudos de análise regional produzidos no âmbito da CCDR Alentejo.

A actual equipa da Presidência, que iniciou funções há um ano atrás, procura desta forma reforçar a partilha e disseminação de conhecimento levado a cabo no domínio das competências da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, e bem assim de textos de reflexão estratégica, produzidos no âmbito de seminários, conferências e ciclos de estudo, que traduzem a visão e o compromisso, desta entidade regional.

A edição de "Cadernos Temáticos" conjuga-se com o lançamento da Revista “Alentejo -Análise Regional”, de periodicidade semestral, da qual editámos recentemente o primeiro número (Janeiro de 2011). Ao retomarmos a actividade editorial, uma prática que marcou a actividade da CCDRA em períodos significativos da sua história, visamos contribuir para um melhor conhecimento da realidade regional, das mudanças que se encontram em curso e das potencialidades existentes para a construção colectiva de melhores condições de criação de riqueza e de emprego, num quadro de sustentabilidade ambiental e de maior coesão social.

O estudo agora publicado, da autoria de Filipe Palma, analisa os Aproveitamentos Hidroagrícolas existentes no Baixo Alentejo¹ e decorrentes do “Plano de Rega do Alentejo”, sem incluir as áreas resultantes da instalação do EFMA (Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva). O território definido como Baixo Alentejo, no contexto deste trabalho e por opção do autor, é constituído pelos concelhos do distrito de Beja e os concelhos alentejanos do distrito de Setúbal (Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines), conforme a definição de Província da Divisão Administrativa de 1936 e que se manteve até 1959. A instalação dos respectivos perímetros de rega envolveu obras públicas de significativa dimensão, essencialmente concretizadas entre as décadas de 50 e 70 do século passado (na sequência de decisão política do início dos anos 50), e a sua área global corresponde a aproximadamente 36.000 ha, no território objecto do estudo.

O objectivo nuclear da análise foi o de caracterizar resumidamente os referidos perímetros, bem como a sua utilização, em termos de áreas regadas e respectiva ocupação por culturas, desde o início da década de 70.

No decurso de 2011 será realizado um estudo, com abordagem analítica similar, incidindo sobre a utilização das áreas englobadas pelos blocos de rega (e respectivos perímetros) que integram o Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA), numa fase em que se assiste a um aumento muito expressivo da entrada em exploração de áreas abrangidas por este empreendimento público. Deve assinalar-se que cerca de 93 % da área a beneficiar pelo EFMA se localiza na zona em estudo.

Da conjugação dos dois estudos, que podem ser também considerados como duas partes complementares de um mesmo estudo, estamos certos que resultarão indicações relevantes quanto ao futuro aproveitamento das áreas beneficiadas. Indicações relevantes nomeadamente para a formulação de medidas de política favoráveis ao pleno aproveitamento destes investimentos públicos de grande, e rara, dimensão ao nível regional.

A CCDRA contou com a colaboração das Associações de Regantes / Beneficiários dos perímetros estudados, como bem refere Filipe Palma na “Introdução” do trabalho. Enquanto

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Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

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PREFÁCIO

“... só há a incerteza das explorações de sequeiro. Não há exploração economicamente viável,

não há população, apenas sede.Sede nos homens, sede nos animais,

sede nas plantas e sede na terra.”

António Gentil Soares BrancoLavrador Alentejano, Alcácer do Sal

1939

Na magnífica epopeia que é a evolução da espécie humana, dizem os

historiadores/antropólogos que a passagem de recolectores/caçadores para agricultores e respectiva sedentarização, terá acontecido há cerca de 10000 anos.

É do conhecimento comum que essa sedentarização se deu preferencialmente junto aos rios onde a fertilidade dos solos se casa com a disponibilidade de água doce.

Não é nosso propósito desenvolver o tema (por não termos conhecimento para tal e não ser a razão do presente trabalho), mas tão só sinalizar a importância da água no desenvolvimento da economia agrícola dos povos.

Assim foi também, ao longo dos tempos, no nosso território que hoje é Portugal, com particular acuidade no Sul onde recorrentemente as questões do povoamento e da necessidade de irrigação

Mapa 2 - Aproveitamentos Hidroagrícolas em exploração (Década de 50)

Mapa 1 - Plano de rega do Alentejo (1954)

Presidente da CCDR Alentejo, e em nome da instituição, associo-me às palavras de agradecimento escritas por Filipe Palma.

Uma palavra final para o autor², técnico experiente e conhecedor das matérias que aborda, palavra de reconhecimento pela dedicação colocada na elaboração do estudo e de estímulo quanto à continuidade da sua actividade profissional (a que é justo associar os restantes técnicos que colaboraram no estudo Rui Faustino e Álvaro Azedo).

Presidente

João de Deus Cordovil

¹ Não foram, por este motivo, incluídos na análise outros Perímetros de Rega do Alentejo como o CAIA, no Distrito de Portalegre, e a Vigia, no Distrito de Évora.

² Filipe Palma exerceu, nomeadamente, as seguintes funções directamente relevantes para o domínio em análise: Director Regional do Ambiente e Recursos Naturais (Junho de 1996 - Abril de 1998); Vogal do Conselho de Administração da EDIA (Abril de 1998 a Maio de 2000); Chefe de Projecto da estrutura técnica do PEDIZA - Programa de Desenvolvimento Integrado da Zona de Alqueva Eixo IV do “porAlentejo” (Março 2006 a Dezembro de 2009).

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Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

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PREFÁCIO

“... só há a incerteza das explorações de sequeiro. Não há exploração economicamente viável,

não há população, apenas sede.Sede nos homens, sede nos animais,

sede nas plantas e sede na terra.”

António Gentil Soares BrancoLavrador Alentejano, Alcácer do Sal

1939

Na magnífica epopeia que é a evolução da espécie humana, dizem os

historiadores/antropólogos que a passagem de recolectores/caçadores para agricultores e respectiva sedentarização, terá acontecido há cerca de 10000 anos.

É do conhecimento comum que essa sedentarização se deu preferencialmente junto aos rios onde a fertilidade dos solos se casa com a disponibilidade de água doce.

Não é nosso propósito desenvolver o tema (por não termos conhecimento para tal e não ser a razão do presente trabalho), mas tão só sinalizar a importância da água no desenvolvimento da economia agrícola dos povos.

Assim foi também, ao longo dos tempos, no nosso território que hoje é Portugal, com particular acuidade no Sul onde recorrentemente as questões do povoamento e da necessidade de irrigação

Mapa 2 - Aproveitamentos Hidroagrícolas em exploração (Década de 50)

Mapa 1 - Plano de rega do Alentejo (1954)

Presidente da CCDR Alentejo, e em nome da instituição, associo-me às palavras de agradecimento escritas por Filipe Palma.

Uma palavra final para o autor², técnico experiente e conhecedor das matérias que aborda, palavra de reconhecimento pela dedicação colocada na elaboração do estudo e de estímulo quanto à continuidade da sua actividade profissional (a que é justo associar os restantes técnicos que colaboraram no estudo Rui Faustino e Álvaro Azedo).

Presidente

João de Deus Cordovil

¹ Não foram, por este motivo, incluídos na análise outros Perímetros de Rega do Alentejo como o CAIA, no Distrito de Portalegre, e a Vigia, no Distrito de Évora.

² Filipe Palma exerceu, nomeadamente, as seguintes funções directamente relevantes para o domínio em análise: Director Regional do Ambiente e Recursos Naturais (Junho de 1996 - Abril de 1998); Vogal do Conselho de Administração da EDIA (Abril de 1998 a Maio de 2000); Chefe de Projecto da estrutura técnica do PEDIZA - Programa de Desenvolvimento Integrado da Zona de Alqueva Eixo IV do “porAlentejo” (Março 2006 a Dezembro de 2009).

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Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 12: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Apesar do seu carácter imobilista e repressivo, o regime tem contradições na sua classe dominante. Cumprindo a orientação recebida, os Serviços Hidráulicos concluem em 1957 o referido Plano que merece parecer favorável do Conselho Superior de Obras Públicas “a transformação, pela rega, do arranjo económico social da mais vasta província metropolitana, de modo a conseguir elevar-se acentuadamente a sua produção, melhorar o nível de vida da sua população e acentuar o interesse que ela tem para o desenvolvimento do país” e terminava “é de recomendar que superiormente sejam tomadas as medidas necessárias para se acelerar a execução das obras de rega...” e a homologação de Arantes e Oliveira em 1958.

No entanto, era obrigatório o parecer da Câmara Corporativa, que foi emitido em 1960, e nele são levantadas variadas reservas, nomeadamente quanto à valia económica do Plano. Não nos esqueçamos que o sector mais reaccionário do regime estava na Câmara Corporativa. Lê-se no referido parecer “... aprova o Plano sob reserva de que sejam revistos os estudos económicos dele constantes, de harmonia com as observações que deixou expresso no decurso do parecer e com orientação que a este respeito preconizou”.

Arantes e Oliveira e Ferreira Dias, ministro da Economia, não cederam e é notável como com alguns acertos, está perto de se concretizar (por volta de 2014) o Plano de Valorização do Alentejo - Rega de 170000 ha, 60 anos depois!

E assim foi possível avançar no Estado Novo com os Aproveitamentos Hidroagrícolas constantes no presente trabalho, dando alguma razão ao Príncipe de Salina em “O Leopardo”, de Luchino Visconti, a partir do romance homónimo de Giuseppe di Lampedusa “para que as coisas fiquem iguais é preciso que algo mude”.

Este trabalho é, também, uma justa homenagem a todos aqueles que, independentemente do seu posicionamento no processo produtivo (proprietários, empresários agrícolas, agricultores, técnicos, trabalhadores/proletários agrícolas), têm contribuído ao longo dos anos para a produção de riqueza e para o modelar permanente da magnífica paisagem Baixo Alentejana.

Filipe Palma

se colocaram.O objecto do trabalho decorre do chamado Plano de Valorização do Alentejo - Rega de 170000

ha determinado em 1954 por Arantes e Oliveira à data Ministro das Obras Públicas.Tal facto remete-nos para o longo período Salazarista, cujo regime de características fascistas

ficou conhecido por Estado Novo.Há pois que tentar perceber como um regime como o do Estado Novo, com o Alentejo em pleno

“sistema latifundista “, sustentáculo político do regime, promove um Plano de Rega da dimensão do que foi lançado, sabendo-se que, além do mais, já tinha avançado alguns anos antes com as Barragens do Pego do Altar (ou Salazar), em 1949, Vale do Gaio (ou Trigo de Morais) em 1951 e Campilhas em 1954, e respectivos perímetros de rega de Vale do Sado e de Campilhas.

Há pois que perceber o sistema, que na feliz definição conceptual de “latifundismo” formulada por Afonso de Barros e Sevilla-Guzman se caracteriza por:

a) Um sistema local de dominação de classe exercido pelo grupo dos latifundiários que monopolizando os meios de produção agrária, através de grande exploração agrícola, mantém a numerosa população rural sem alternativa de emprego fora da agricultura;

b) Um sistema social de controlo das instituições económicas, culturais e políticas, por parte do grupo detentor de terra;

c) Um sistema dependente de intervenção do Estado na fixação dos preços dos produtos agrícolas, da realização de obras públicas que amortecessem os efeitos do desemprego crónico;

A importância política dos grandes proprietários agrários no regime é comprovada pela presença, em 29 de Maio de 1949, de Salazar na inauguração da barragem que viria a ter o seu nome.

Conhecida a sua aversão a saídas e manifestações públicas, reconheça-se pois o relevante significado deste acto.

Esta antecipação na bacia do Sado em relação ao citado Plano de Valorização do Alentejo não nos deve surpreender uma vez que tal decorre da pressão dos grandes proprietários locais e não tem alterações significativas ao nível do processo produtivo: a monocultura cerealífera é dominante só que o cereal não é o trigo, é o arroz.

Fotografia 1 - Inauguração da Barragem do Pego do Altar (1949)

10 11

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 13: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Apesar do seu carácter imobilista e repressivo, o regime tem contradições na sua classe dominante. Cumprindo a orientação recebida, os Serviços Hidráulicos concluem em 1957 o referido Plano que merece parecer favorável do Conselho Superior de Obras Públicas “a transformação, pela rega, do arranjo económico social da mais vasta província metropolitana, de modo a conseguir elevar-se acentuadamente a sua produção, melhorar o nível de vida da sua população e acentuar o interesse que ela tem para o desenvolvimento do país” e terminava “é de recomendar que superiormente sejam tomadas as medidas necessárias para se acelerar a execução das obras de rega...” e a homologação de Arantes e Oliveira em 1958.

No entanto, era obrigatório o parecer da Câmara Corporativa, que foi emitido em 1960, e nele são levantadas variadas reservas, nomeadamente quanto à valia económica do Plano. Não nos esqueçamos que o sector mais reaccionário do regime estava na Câmara Corporativa. Lê-se no referido parecer “... aprova o Plano sob reserva de que sejam revistos os estudos económicos dele constantes, de harmonia com as observações que deixou expresso no decurso do parecer e com orientação que a este respeito preconizou”.

Arantes e Oliveira e Ferreira Dias, ministro da Economia, não cederam e é notável como com alguns acertos, está perto de se concretizar (por volta de 2014) o Plano de Valorização do Alentejo - Rega de 170000 ha, 60 anos depois!

E assim foi possível avançar no Estado Novo com os Aproveitamentos Hidroagrícolas constantes no presente trabalho, dando alguma razão ao Príncipe de Salina em “O Leopardo”, de Luchino Visconti, a partir do romance homónimo de Giuseppe di Lampedusa “para que as coisas fiquem iguais é preciso que algo mude”.

Este trabalho é, também, uma justa homenagem a todos aqueles que, independentemente do seu posicionamento no processo produtivo (proprietários, empresários agrícolas, agricultores, técnicos, trabalhadores/proletários agrícolas), têm contribuído ao longo dos anos para a produção de riqueza e para o modelar permanente da magnífica paisagem Baixo Alentejana.

Filipe Palma

se colocaram.O objecto do trabalho decorre do chamado Plano de Valorização do Alentejo - Rega de 170000

ha determinado em 1954 por Arantes e Oliveira à data Ministro das Obras Públicas.Tal facto remete-nos para o longo período Salazarista, cujo regime de características fascistas

ficou conhecido por Estado Novo.Há pois que tentar perceber como um regime como o do Estado Novo, com o Alentejo em pleno

“sistema latifundista “, sustentáculo político do regime, promove um Plano de Rega da dimensão do que foi lançado, sabendo-se que, além do mais, já tinha avançado alguns anos antes com as Barragens do Pego do Altar (ou Salazar), em 1949, Vale do Gaio (ou Trigo de Morais) em 1951 e Campilhas em 1954, e respectivos perímetros de rega de Vale do Sado e de Campilhas.

Há pois que perceber o sistema, que na feliz definição conceptual de “latifundismo” formulada por Afonso de Barros e Sevilla-Guzman se caracteriza por:

a) Um sistema local de dominação de classe exercido pelo grupo dos latifundiários que monopolizando os meios de produção agrária, através de grande exploração agrícola, mantém a numerosa população rural sem alternativa de emprego fora da agricultura;

b) Um sistema social de controlo das instituições económicas, culturais e políticas, por parte do grupo detentor de terra;

c) Um sistema dependente de intervenção do Estado na fixação dos preços dos produtos agrícolas, da realização de obras públicas que amortecessem os efeitos do desemprego crónico;

A importância política dos grandes proprietários agrários no regime é comprovada pela presença, em 29 de Maio de 1949, de Salazar na inauguração da barragem que viria a ter o seu nome.

Conhecida a sua aversão a saídas e manifestações públicas, reconheça-se pois o relevante significado deste acto.

Esta antecipação na bacia do Sado em relação ao citado Plano de Valorização do Alentejo não nos deve surpreender uma vez que tal decorre da pressão dos grandes proprietários locais e não tem alterações significativas ao nível do processo produtivo: a monocultura cerealífera é dominante só que o cereal não é o trigo, é o arroz.

Fotografia 1 - Inauguração da Barragem do Pego do Altar (1949)

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Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 14: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

INTRODUÇÃO

“... obedeçamos ao sábio incitamentoque é também o nosso anseio:

A regar! A regar!”

Salazar, 29 de Maio de 1949

Como é geralmente reconhecido, os Aproveitamentos Hidroagrícolas comportam dois aspectos distintos mas estreitamente ligados entre si, designadamente o aspecto técnico dos trabalhos a realizar e o aspecto agrícola.

O primeiro é aquele que constitui em geral a parte mais em evidência, já que compreende a construção das infra-estruturas, o segundo trata de como distribuir a água pelas terras a regar para que elas produzam colheitas com um rendimento máximo.

É sabido que o mais difícil começa quando a água chega aos campos, pois é então que se evidencia a necessidade de preparação dos agricultores para utilizar este recurso nas melhores condições, bem como evitar o desperdício e o excesso.

Ensina a experiência que a progressão do regadio, ou de superfície efectivamente regada num perímetro de rega, não depende do seu promotor (Estado ou outra entidade), mas da vontade,

iniciativa e interesse económico dos agricultores.O perímetro regado começa geralmente por ser

apenas uma pequena fracção do perímetro regável e cresce à medida que surgem os bons resultados das culturas. E este é um processo longo e com maturação lenta.

Propomo-nos pois, com este trabalho, analisar os Aproveitamentos Hidroagrícolas existentes no Baixo Alentejo e decorrentes do Plano de Valorização do Alentejo, sem EFMA (Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva), já que isso será objecto de análise na Parte II do trabalho, previsto para 2011.

O território definido como Baixo Alentejo é constituído pelos concelhos do distrito de Beja e os concelhos alentejanos do distrito de Setúbal (Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines), conforme a definição de Província da Divisão Administrativa de 1936 e que se manteve até 1959.

Neste território foram construídos entre as décadas de 50 e 70 do século passado os seguintes Aproveitamentos Hidroagrícolas que são o objecto do trabalho e que se apresentam, por ordem de antiguidade, os integrados em sistema, conforme o citado Plano:

Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sado; Aproveitamento Hidroagrícola de Campilhas e Alto

Sado; Aproveitamento Hidroagrícola do Roxo; Aproveitamento Hidroagrícola de OdivelasMapa 3 - Divisão administrativa de 1936

13

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 15: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

INTRODUÇÃO

“... obedeçamos ao sábio incitamentoque é também o nosso anseio:

A regar! A regar!”

Salazar, 29 de Maio de 1949

Como é geralmente reconhecido, os Aproveitamentos Hidroagrícolas comportam dois aspectos distintos mas estreitamente ligados entre si, designadamente o aspecto técnico dos trabalhos a realizar e o aspecto agrícola.

O primeiro é aquele que constitui em geral a parte mais em evidência, já que compreende a construção das infra-estruturas, o segundo trata de como distribuir a água pelas terras a regar para que elas produzam colheitas com um rendimento máximo.

É sabido que o mais difícil começa quando a água chega aos campos, pois é então que se evidencia a necessidade de preparação dos agricultores para utilizar este recurso nas melhores condições, bem como evitar o desperdício e o excesso.

Ensina a experiência que a progressão do regadio, ou de superfície efectivamente regada num perímetro de rega, não depende do seu promotor (Estado ou outra entidade), mas da vontade,

iniciativa e interesse económico dos agricultores.O perímetro regado começa geralmente por ser

apenas uma pequena fracção do perímetro regável e cresce à medida que surgem os bons resultados das culturas. E este é um processo longo e com maturação lenta.

Propomo-nos pois, com este trabalho, analisar os Aproveitamentos Hidroagrícolas existentes no Baixo Alentejo e decorrentes do Plano de Valorização do Alentejo, sem EFMA (Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva), já que isso será objecto de análise na Parte II do trabalho, previsto para 2011.

O território definido como Baixo Alentejo é constituído pelos concelhos do distrito de Beja e os concelhos alentejanos do distrito de Setúbal (Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines), conforme a definição de Província da Divisão Administrativa de 1936 e que se manteve até 1959.

Neste território foram construídos entre as décadas de 50 e 70 do século passado os seguintes Aproveitamentos Hidroagrícolas que são o objecto do trabalho e que se apresentam, por ordem de antiguidade, os integrados em sistema, conforme o citado Plano:

Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sado; Aproveitamento Hidroagrícola de Campilhas e Alto

Sado; Aproveitamento Hidroagrícola do Roxo; Aproveitamento Hidroagrícola de OdivelasMapa 3 - Divisão administrativa de 1936

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Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 16: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

I APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA DO VALE DO SADO

Capítulo 1

Capítulo 2

Caracterização Geral

O Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sado situa-se em parte nos terrenos marginais do curso inferior do Rio Sado e das Ribeiras de Santa Catarina e do Xarrama, no concelho do Alcácer do Sal, distrito de Setúbal, e é gerido desde 1953 pela Associação de Beneficiários do Vale do Sado (ABVS).

A sua área total beneficiada é de 9614 ha, dos quais 3443 ha correspondem a sapais não defendidos, sendo pois 6171 ha o que se considera como área beneficiada irrigável.

A água para a rega provém das albufeiras do Pego do Altar, localizada na Ribeira de Santa Catarina, e do Vale do Gaio, localizada na Ribeira do Xarrama.

Ambas as albufeiras não têm volume morto, pelo que a sua capacidade total é igual à capacidade útil, sendo respectivamente:

Pego do Altar 96 x 10 6 m3 Vale do Gaio 63 x 10 6 m3

A distribuição de água aos agricultores é efectuada por gravidade.Neste Aproveitamento Hidroagrícola encontram-se integrados duas Centrais Hidroeléctricas,

uma em Pego do Altar e outra em Vale do Gaio.

Dado tratar-se da mais antiga obra de rega do Baixo Alentejo, é necessário tecer algumas considerações prévias.

Em primeiro lugar referir que, desde 1949, a cargo da Direcção Geral dos Serviços Hidráulicos que, de forma experimental, se começou a regar neste Aproveitamento, até porque a rede de rega ainda não estava concluída na sua totalidade.

A primeira campanha, chamemos-lhe não experimental, efectuou-se em 1953, já com a gestão da Associação, o que se verifica até à actualidade.

Desde logo a adesão foi massiva e com as mesmas características que veremos nos períodos que analisaremos em pormenor.

Ocupação Cultural: evolução das áreas regadas

15

E ainda:

Aproveitamento Hidroagrícola do Mira, não integrado em sistema, totalizando um total de 36122 hectares!

O Aproveitamento Hidroagrícola do Roxo na concepção inicial também era não integrado em sistema.

Pretendemos, em linha com o que temos vindo a escrever, analisar as suas principais características, evolução cultural, evolução das áreas regadas, tudo isto sem incluir o efeito Alqueva.

Analisaremos cada um deles, desde a década de 70 do século XX, de forma a termos um conhecimento sistematizado da sua evolução e das alterações culturais verificadas. Não deixaremos de fazer uma breve referência ao que se passou em Vale do Sado e Campilhas entre as décadas de 50 e 70, uma vez que já se encontravam em exploração.

Não serão abordados no presente trabalho por estarem fora do âmbito proposto para o mesmo, questões importantes como a forma de exploração (conta própria, arrendamento ou outra) ou a estrutura fundiária (grande, média ou pequena exploração).

Este trabalho não teria sido possível sem a disponibilidade, simpatia e conhecimento dos técnicos das entidades gestoras dos Aproveitamentos, as Associações Regantes e/ou Beneficiários.

É, pois, com um profundo agradecimento e reconhecimento público pelo trabalho que vêm efectuando que saúdo estas Associações nas pessoas dos seus técnicos:

Gonçalo Lince - Associação de Beneficiários do Vale do Sado, Alcácer do Sal; Ilídio Martins - Associação de Beneficiários de Campilhas e Alto Sado, Alvalade, Santiago do

Cacém; Carlos Marques - Associação de Beneficiários do Roxo, Montes Velhos, Aljustrel; Carlos Chibeles - Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas, Ferreira do

Alentejo; Carla Lúcio - Associação de Beneficiários do Mira, Odemira.

14

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 17: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

I APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA DO VALE DO SADO

Capítulo 1

Capítulo 2

Caracterização Geral

O Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sado situa-se em parte nos terrenos marginais do curso inferior do Rio Sado e das Ribeiras de Santa Catarina e do Xarrama, no concelho do Alcácer do Sal, distrito de Setúbal, e é gerido desde 1953 pela Associação de Beneficiários do Vale do Sado (ABVS).

A sua área total beneficiada é de 9614 ha, dos quais 3443 ha correspondem a sapais não defendidos, sendo pois 6171 ha o que se considera como área beneficiada irrigável.

A água para a rega provém das albufeiras do Pego do Altar, localizada na Ribeira de Santa Catarina, e do Vale do Gaio, localizada na Ribeira do Xarrama.

Ambas as albufeiras não têm volume morto, pelo que a sua capacidade total é igual à capacidade útil, sendo respectivamente:

Pego do Altar 96 x 10 6 m3 Vale do Gaio 63 x 10 6 m3

A distribuição de água aos agricultores é efectuada por gravidade.Neste Aproveitamento Hidroagrícola encontram-se integrados duas Centrais Hidroeléctricas,

uma em Pego do Altar e outra em Vale do Gaio.

Dado tratar-se da mais antiga obra de rega do Baixo Alentejo, é necessário tecer algumas considerações prévias.

Em primeiro lugar referir que, desde 1949, a cargo da Direcção Geral dos Serviços Hidráulicos que, de forma experimental, se começou a regar neste Aproveitamento, até porque a rede de rega ainda não estava concluída na sua totalidade.

A primeira campanha, chamemos-lhe não experimental, efectuou-se em 1953, já com a gestão da Associação, o que se verifica até à actualidade.

Desde logo a adesão foi massiva e com as mesmas características que veremos nos períodos que analisaremos em pormenor.

Ocupação Cultural: evolução das áreas regadas

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E ainda:

Aproveitamento Hidroagrícola do Mira, não integrado em sistema, totalizando um total de 36122 hectares!

O Aproveitamento Hidroagrícola do Roxo na concepção inicial também era não integrado em sistema.

Pretendemos, em linha com o que temos vindo a escrever, analisar as suas principais características, evolução cultural, evolução das áreas regadas, tudo isto sem incluir o efeito Alqueva.

Analisaremos cada um deles, desde a década de 70 do século XX, de forma a termos um conhecimento sistematizado da sua evolução e das alterações culturais verificadas. Não deixaremos de fazer uma breve referência ao que se passou em Vale do Sado e Campilhas entre as décadas de 50 e 70, uma vez que já se encontravam em exploração.

Não serão abordados no presente trabalho por estarem fora do âmbito proposto para o mesmo, questões importantes como a forma de exploração (conta própria, arrendamento ou outra) ou a estrutura fundiária (grande, média ou pequena exploração).

Este trabalho não teria sido possível sem a disponibilidade, simpatia e conhecimento dos técnicos das entidades gestoras dos Aproveitamentos, as Associações Regantes e/ou Beneficiários.

É, pois, com um profundo agradecimento e reconhecimento público pelo trabalho que vêm efectuando que saúdo estas Associações nas pessoas dos seus técnicos:

Gonçalo Lince - Associação de Beneficiários do Vale do Sado, Alcácer do Sal; Ilídio Martins - Associação de Beneficiários de Campilhas e Alto Sado, Alvalade, Santiago do

Cacém; Carlos Marques - Associação de Beneficiários do Roxo, Montes Velhos, Aljustrel; Carlos Chibeles - Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas, Ferreira do

Alentejo; Carla Lúcio - Associação de Beneficiários do Mira, Odemira.

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Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 18: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

O ano de 1976 foi de rega zero, visto que não existia água armazenada nas albufeiras.A partir de 1978 e toda a década de 80, foram perdidos os registos, razão porque se retoma a

análise na década de 90 do século XX.

A década de 90 do século XX

Da análise dos números desta década destacam-se os seguintes aspectos:

a) Sempre que há dispo-nibilidade de água a cultura de arroz ultrapassa os 5200 ha;

b) O tomate já não tem neste Aproveitamento o peso que detinha na década de 70;

c) Em anos secos, como 93 e 95, teve grande expressão a cultura de girassol, por ser menos exigente em água e ter t ido a judas comunitárias significativas.

2.2

ÁREA

BENEFICIADA (ha) 6171

CULTURA (ha)

TOTAL

(ha)

%

ANO ARROZ TOMATE GIRASSOL OUTRAS

1990 5680,0 91,0 0 196,0 5967 97

1991 5600,0 180,0 0 194,0 5974 97

1992 3719,0 202,0 0 548,0 4469 72

1993 1608,0 148,0 1373,0 349,0 3478 56

1994 5324,0 212,0 0 472,0 6008 97

1995 2626,0 279,0 906,0 59,0 3870 63

1996 5393,0 82,0 0 310,0 5785 94

1997 5292,0 103,0 0 387,0 5782 94

1998 5394,0 74,0 0 435,0 5903 96

1999 5464,0 44,0 0 242,0 5750 93

MÉDIA 5299 86

Quadro 2: Culturas Anuais.

Gráfico 2 - Culturas Anuais em percentagem.

17

2.1 A década de 70 do século XX

Este Aproveitamento caracteriza-se fundamentalmente pela predominância de cultura de Arroz, e a sua maior ou menor área cultivada e consequente aumento de área de Outras Culturas está directamente relacionada com os anos hidrológicos e consequente disponibilidade de água nas

albufeiras.Desde o seu início que o arroz tem

sido a cultura por excelência dos agricultores do Vale do Sado. Por um lado, por ser a única possível em grande parte dos solos deste Aproveitamento, por outro dada a sua rentabilidade em comparação com outras culturas regadas.

A entidade gestora considera em Outras Culturas todas as culturas excluindo o arroz.

Como se vê no Quadro 1, optámos por individualizar o tomate, que confirma a relevância económica que tinha nesta década.

ÁREA

BENEFICIADA

(ha) 6171

CULTURA (ha) TOTAL (ha) %

ANO ARROZ TOMATE OUTRAS

1970 4857,0 259,0 314,0 5430 88

1971 4284,0 255,0 365,0 4904 79

1972 5077,0 326,0 154,0 5557 90

1973 5133,0 151,0 306,0 5590 91

1974 4474,0 250,0 337,0 5061 82

1975 4429,0 396,0 406,0 5231 85

1976 0 0 0 0 0

1977 5110,0 157,0 342,0 5609 91

1978 0 0 0 0 0

1979 0 0 0 0 0

MÉDIA 3738 61

Quadro 1: Culturas Anuais.

Gráfico 1 - Culturas Anuais em percentagem

16

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 19: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

O ano de 1976 foi de rega zero, visto que não existia água armazenada nas albufeiras.A partir de 1978 e toda a década de 80, foram perdidos os registos, razão porque se retoma a

análise na década de 90 do século XX.

A década de 90 do século XX

Da análise dos números desta década destacam-se os seguintes aspectos:

a) Sempre que há dispo-nibilidade de água a cultura de arroz ultrapassa os 5200 ha;

b) O tomate já não tem neste Aproveitamento o peso que detinha na década de 70;

c) Em anos secos, como 93 e 95, teve grande expressão a cultura de girassol, por ser menos exigente em água e ter t ido a judas comunitárias significativas.

2.2

ÁREA

BENEFICIADA (ha) 6171

CULTURA (ha)

TOTAL

(ha)

%

ANO ARROZ TOMATE GIRASSOL OUTRAS

1990 5680,0 91,0 0 196,0 5967 97

1991 5600,0 180,0 0 194,0 5974 97

1992 3719,0 202,0 0 548,0 4469 72

1993 1608,0 148,0 1373,0 349,0 3478 56

1994 5324,0 212,0 0 472,0 6008 97

1995 2626,0 279,0 906,0 59,0 3870 63

1996 5393,0 82,0 0 310,0 5785 94

1997 5292,0 103,0 0 387,0 5782 94

1998 5394,0 74,0 0 435,0 5903 96

1999 5464,0 44,0 0 242,0 5750 93

MÉDIA 5299 86

Quadro 2: Culturas Anuais.

Gráfico 2 - Culturas Anuais em percentagem.

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2.1 A década de 70 do século XX

Este Aproveitamento caracteriza-se fundamentalmente pela predominância de cultura de Arroz, e a sua maior ou menor área cultivada e consequente aumento de área de Outras Culturas está directamente relacionada com os anos hidrológicos e consequente disponibilidade de água nas

albufeiras.Desde o seu início que o arroz tem

sido a cultura por excelência dos agricultores do Vale do Sado. Por um lado, por ser a única possível em grande parte dos solos deste Aproveitamento, por outro dada a sua rentabilidade em comparação com outras culturas regadas.

A entidade gestora considera em Outras Culturas todas as culturas excluindo o arroz.

Como se vê no Quadro 1, optámos por individualizar o tomate, que confirma a relevância económica que tinha nesta década.

ÁREA

BENEFICIADA

(ha) 6171

CULTURA (ha) TOTAL (ha) %

ANO ARROZ TOMATE OUTRAS

1970 4857,0 259,0 314,0 5430 88

1971 4284,0 255,0 365,0 4904 79

1972 5077,0 326,0 154,0 5557 90

1973 5133,0 151,0 306,0 5590 91

1974 4474,0 250,0 337,0 5061 82

1975 4429,0 396,0 406,0 5231 85

1976 0 0 0 0 0

1977 5110,0 157,0 342,0 5609 91

1978 0 0 0 0 0

1979 0 0 0 0 0

MÉDIA 3738 61

Quadro 1: Culturas Anuais.

Gráfico 1 - Culturas Anuais em percentagem

16

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 20: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.4 Conclusões

Tanto o que é apresentado em valor absoluto, como o percentual em relação à área beneficiada, nos evidenciam que, neste Aproveitamento Hidroagrícola, desde que não estejamos em ano seco, os valores aproximam-se da totalidade da área beneficiada.

O ano de 2004 ultrapassa mesmo esse valor, visto que por vezes a Associação fornece água para fora do perímetro em períodos de não escassez do recurso.

É um Aproveitamento Hidroagrícola claramente monocultural, com pouca variação ao longo dos anos, mesmo nas outras culturas, e em que a percentagem de área regada supera a indicada nos estudos sobre esta matéria.

Sendo este Aproveitamento, daqueles que são objecto de análise, aquele onde o “arroz é rei”; é útil que se saiba que as variedades de arroz são numerosas, sendo utilizadas ao longo dos anos

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

1970

1972

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

2004

2006

2008

TOTAL ABSOLUTO (ha)

Ano

Gráfico 4 - Áreas regadas.

0

10

20

30

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70

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90

100

19

70

19

72

19

74

19

76

19

78

19

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20

00

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02

20

04

20

06

20

08

Gráfico 5 - Áreas regadas em percentagem.

19

2.3 A primeira década do século XXI

Nesta década, em que apenas os anos de 2000 e 2005 tiveram alguma escassez nas disponibilidades hídricas nas albufeiras, convém destacar:

a) Trata-se da década de maior predominância da cultura do arroz;

b) Desaparece a cultura do tomate;c) As culturas forrageiras, nomeadamente o

milho e o sorgo, ganharam algum significado.

ÁREA

BENEFICIADA

(ha) 6171

CULTURA (ha)

TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ

OUTRAS

FORRAGENS OUTRAS

2000 3625,0 157,0 790,0 4572 74

2001 5379,0 141,0 286,0 5806 94

2002 5480,0 146,0 340,0 5966 97

2003 5435,0 127,0 447,0 6009 97

2004 5720,0 112,0 442,0 6274 102

2005 3879,0 293,0 158,0 4330 70

2006 5045,0 174,0 145,0 5364 87

2007 5501,0 207,0 305,0 6013 97

2008 5276,0 53,0 255,0 5584 90

2009 5761,0 91,0 163,0 6015 97

MÉDIA 5593 91

Quadro 3: Culturas Anuais.

Gráfico 3 - Culturas Anuais em percentagem.

18

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 21: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.4 Conclusões

Tanto o que é apresentado em valor absoluto, como o percentual em relação à área beneficiada, nos evidenciam que, neste Aproveitamento Hidroagrícola, desde que não estejamos em ano seco, os valores aproximam-se da totalidade da área beneficiada.

O ano de 2004 ultrapassa mesmo esse valor, visto que por vezes a Associação fornece água para fora do perímetro em períodos de não escassez do recurso.

É um Aproveitamento Hidroagrícola claramente monocultural, com pouca variação ao longo dos anos, mesmo nas outras culturas, e em que a percentagem de área regada supera a indicada nos estudos sobre esta matéria.

Sendo este Aproveitamento, daqueles que são objecto de análise, aquele onde o “arroz é rei”; é útil que se saiba que as variedades de arroz são numerosas, sendo utilizadas ao longo dos anos

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1970

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1994

1996

1998

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2002

2004

2006

2008

TOTAL ABSOLUTO (ha)

Ano

Gráfico 4 - Áreas regadas.

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100

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Gráfico 5 - Áreas regadas em percentagem.

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2.3 A primeira década do século XXI

Nesta década, em que apenas os anos de 2000 e 2005 tiveram alguma escassez nas disponibilidades hídricas nas albufeiras, convém destacar:

a) Trata-se da década de maior predominância da cultura do arroz;

b) Desaparece a cultura do tomate;c) As culturas forrageiras, nomeadamente o

milho e o sorgo, ganharam algum significado.

ÁREA

BENEFICIADA

(ha) 6171

CULTURA (ha)

TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ

OUTRAS

FORRAGENS OUTRAS

2000 3625,0 157,0 790,0 4572 74

2001 5379,0 141,0 286,0 5806 94

2002 5480,0 146,0 340,0 5966 97

2003 5435,0 127,0 447,0 6009 97

2004 5720,0 112,0 442,0 6274 102

2005 3879,0 293,0 158,0 4330 70

2006 5045,0 174,0 145,0 5364 87

2007 5501,0 207,0 305,0 6013 97

2008 5276,0 53,0 255,0 5584 90

2009 5761,0 91,0 163,0 6015 97

MÉDIA 5593 91

Quadro 3: Culturas Anuais.

Gráfico 3 - Culturas Anuais em percentagem.

18

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 22: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

21

Fotografia 4 - Barragem Vale do Gaio

mais de 20 variedades. As alterações bastante significativas das variedades de arroz cultivadas têm que ver fundamentalmente com a procura de um aumento da produtividade e também com a satisfação das exigências por parte da indústria transformadora.

Actualmente as variedades mais utilizadas são a Albatros, Aríete e Euro.

20

Fotografia 2 - Arroz

Fotografia 3 - Arroz

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 23: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

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Fotografia 4 - Barragem Vale do Gaio

mais de 20 variedades. As alterações bastante significativas das variedades de arroz cultivadas têm que ver fundamentalmente com a procura de um aumento da produtividade e também com a satisfação das exigências por parte da indústria transformadora.

Actualmente as variedades mais utilizadas são a Albatros, Aríete e Euro.

20

Fotografia 2 - Arroz

Fotografia 3 - Arroz

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 24: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

II APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA DE CAMPILHAS E ALTO SADO

Capítulo 1

Nota prévia: Em rigor estamos perante 4 Aproveitamentos Hidroagrícolas Campilhas, Fonte Serne, Alto Sado e Monte Gato e Miguéis geridos pela Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado (ARBCAS), pelo que se optou pela análise conjunta.

Caracterização Geral

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas geridos pela ARBCAS situam-se no Baixo Alentejo, ao longo dos vales das Ribeiras de Campilhas, São Domingos e Vale Diogo, e nas margens do Rio Sado para montante da sua confluência com a Ribeira do Roxo.

A área beneficiada, que totaliza 6063 ha, distribui-se pelo Concelho de Santiago do Cacém, distrito de Setúbal, e pelos Concelhos de Odemira e Ourique, do distrito de Beja, conforme se vê no quadro seguinte:

Como se disse na nota prévia, estamos perante quatro Aproveitamentos Hidro-agrícolas cuja área beneficiada individualmente é a seguinte:

Distrito Concelho Freguesia Área

Beneficiada (ha)

Alvalade 3611 Cercal 72

Ermidas 66 Setúbal Santiago do

Cacém São

Domingos 944

Bicos 599 Odemira Vale

Santiago 65

Conceição 134 Beja

Ourique Panóias 572

6063

Aproveitamento Hidroagrícola Área Beneficiada (ha) Campilhas e São Domingos 1838

Fonte Serne 408 Alto Sado 3683

Monte Gato e Miguéis 134 6063

23

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

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II APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA DE CAMPILHAS E ALTO SADO

Capítulo 1

Nota prévia: Em rigor estamos perante 4 Aproveitamentos Hidroagrícolas Campilhas, Fonte Serne, Alto Sado e Monte Gato e Miguéis geridos pela Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado (ARBCAS), pelo que se optou pela análise conjunta.

Caracterização Geral

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas geridos pela ARBCAS situam-se no Baixo Alentejo, ao longo dos vales das Ribeiras de Campilhas, São Domingos e Vale Diogo, e nas margens do Rio Sado para montante da sua confluência com a Ribeira do Roxo.

A área beneficiada, que totaliza 6063 ha, distribui-se pelo Concelho de Santiago do Cacém, distrito de Setúbal, e pelos Concelhos de Odemira e Ourique, do distrito de Beja, conforme se vê no quadro seguinte:

Como se disse na nota prévia, estamos perante quatro Aproveitamentos Hidro-agrícolas cuja área beneficiada individualmente é a seguinte:

Distrito Concelho Freguesia Área

Beneficiada (ha)

Alvalade 3611 Cercal 72

Ermidas 66 Setúbal Santiago do

Cacém São

Domingos 944

Bicos 599 Odemira Vale

Santiago 65

Conceição 134 Beja

Ourique Panóias 572

6063

Aproveitamento Hidroagrícola Área Beneficiada (ha) Campilhas e São Domingos 1838

Fonte Serne 408 Alto Sado 3683

Monte Gato e Miguéis 134 6063

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Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 26: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.1 A década de 70 do século XX

Temos que ter bastante cuidado na análise aos números desta década, uma vez que em 1970 e 1971 apenas existe o Aproveitamento de Campilhas, a partir de 1972 o do Alto Sado e em 1979 junta-se-lhes o de Fonte Serne.

Passamos assim de 1838 ha beneficiados para 5521 ha, e por fim, no ano de 1979, para 5929 ha.

Nesta década assiste-se, em valor absoluto, ao predomínio do arroz, com excepção dos anos de seca de 1975 e 1976.

O tomate tem um peso relevante nestes Aproveitamentos Hidroagrícolas, chegando a serem regados cerca de 1000 ha com esta cultura, nos anos de 1978 e 1979.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 1838 (até 1971) 5521 (após 1972) 5929 (após 1979)

CULTURA (ha) TOTAL

(ha)

%

ANO ARROZ TOMATE OUTRAS MILHO 1970 990,5 127,7 59,2 31,8 1209 66 1971 575,9 432,5 76,4 48,3 1133 62 1972 902,2 254,9 112,6 61,0 1331 24 1973 1060,9 212,4 119,3 32,1 1425 26 1974 839,4 360,4 145,4 22,0 1367 25 1975 327,5 322,3 170,0 145,7 966 17 1976 151,6 178,6 58,0 9,6 398 7 1977 1067,8 116,0 131,6 87,6 1403 25 1978 1288,0 976,0 180,0 134,0 2578 47 1979 1540,0 1011,0 141,0 147,0 2839 48

MÉDIA 1465 35

Quadro 4 - Culturas Anuais.

Gráfico 6 - Culturas Anuais em percentagem evalor absoluto

Aos Aproveitamentos estão associadas barragens com a seguinte capacidade de arma-zenamento:

As albufeiras armazenam, pois, 136 x 10 6 m3, dos quais 129 x 10 6 m3 são volume útil. Estas albufeiras servem a agricultura mas também fornecem água para a indústria e abastecimento às populações.

As linhas de água onde se situam as barragens podem ver-se no quadro seguinte:

Ocupação Cultural: evolução das áreas regadas

Do mesmo modo que se fez anteriormente para o Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sado, também aqui o Aproveitamento Hidroagrícola de Campilhas entra em funcionamento antes do nosso período de análise, mais precisamente em 1955.

Pode-se dizer que estes primeiros anos são muito semelhantes ao que já encontrámos no Vale do Sado: adesão significativa imediata, fruto mais uma vez do claro predomínio do arroz.

O tomate tem significado, juntamente com o milho, e o seu peso cresce sempre que a escassez de água armazenada é uma realidade. Em 1968 (ano seco), a cultura do tomate é a principal cultura deste aproveitamento, superando o arroz.

Capítulo 2

Barragem Capacidade

máxima Capacidade

morta Capacidade

útil Entrada em

funcionamento

Campilhas 27 x 10 6 m3 1 x 10 6 m3 26 x 10 6 m3 1954 Fonte Serne 5 x 10 6 m3 1,5 x 10 6 m3 3,5 x 10 6 m3 1979

Monte da Rocha 104 x 10 6 m3 5 x 10 6 m3 99 x 10 6 m3 1972

Monte Gato 0,65 x 10 6 m3 0,05 x 10 6 m3 0,6 x 10 6 m3 1990 Miguéis 0,93 x 10 6 m3 0,11 x 10 6 m3 0,82 x 10 6 m3 1990

Barragem Linha de água Campilhas Ribeira de Campilhas

Fonte Serne Ribeira de Vale Diogo Monte da Rocha Rio Sado

Monte Gato Barranco do Monte Gato Miguéis Ribeira dos Miguéis

24 25

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

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2.1 A década de 70 do século XX

Temos que ter bastante cuidado na análise aos números desta década, uma vez que em 1970 e 1971 apenas existe o Aproveitamento de Campilhas, a partir de 1972 o do Alto Sado e em 1979 junta-se-lhes o de Fonte Serne.

Passamos assim de 1838 ha beneficiados para 5521 ha, e por fim, no ano de 1979, para 5929 ha.

Nesta década assiste-se, em valor absoluto, ao predomínio do arroz, com excepção dos anos de seca de 1975 e 1976.

O tomate tem um peso relevante nestes Aproveitamentos Hidroagrícolas, chegando a serem regados cerca de 1000 ha com esta cultura, nos anos de 1978 e 1979.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 1838 (até 1971) 5521 (após 1972) 5929 (após 1979)

CULTURA (ha) TOTAL

(ha)

%

ANO ARROZ TOMATE OUTRAS MILHO 1970 990,5 127,7 59,2 31,8 1209 66 1971 575,9 432,5 76,4 48,3 1133 62 1972 902,2 254,9 112,6 61,0 1331 24 1973 1060,9 212,4 119,3 32,1 1425 26 1974 839,4 360,4 145,4 22,0 1367 25 1975 327,5 322,3 170,0 145,7 966 17 1976 151,6 178,6 58,0 9,6 398 7 1977 1067,8 116,0 131,6 87,6 1403 25 1978 1288,0 976,0 180,0 134,0 2578 47 1979 1540,0 1011,0 141,0 147,0 2839 48

MÉDIA 1465 35

Quadro 4 - Culturas Anuais.

Gráfico 6 - Culturas Anuais em percentagem evalor absoluto

Aos Aproveitamentos estão associadas barragens com a seguinte capacidade de arma-zenamento:

As albufeiras armazenam, pois, 136 x 10 6 m3, dos quais 129 x 10 6 m3 são volume útil. Estas albufeiras servem a agricultura mas também fornecem água para a indústria e abastecimento às populações.

As linhas de água onde se situam as barragens podem ver-se no quadro seguinte:

Ocupação Cultural: evolução das áreas regadas

Do mesmo modo que se fez anteriormente para o Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sado, também aqui o Aproveitamento Hidroagrícola de Campilhas entra em funcionamento antes do nosso período de análise, mais precisamente em 1955.

Pode-se dizer que estes primeiros anos são muito semelhantes ao que já encontrámos no Vale do Sado: adesão significativa imediata, fruto mais uma vez do claro predomínio do arroz.

O tomate tem significado, juntamente com o milho, e o seu peso cresce sempre que a escassez de água armazenada é uma realidade. Em 1968 (ano seco), a cultura do tomate é a principal cultura deste aproveitamento, superando o arroz.

Capítulo 2

Barragem Capacidade

máxima Capacidade

morta Capacidade

útil Entrada em

funcionamento

Campilhas 27 x 10 6 m3 1 x 10 6 m3 26 x 10 6 m3 1954 Fonte Serne 5 x 10 6 m3 1,5 x 10 6 m3 3,5 x 10 6 m3 1979

Monte da Rocha 104 x 10 6 m3 5 x 10 6 m3 99 x 10 6 m3 1972

Monte Gato 0,65 x 10 6 m3 0,05 x 10 6 m3 0,6 x 10 6 m3 1990 Miguéis 0,93 x 10 6 m3 0,11 x 10 6 m3 0,82 x 10 6 m3 1990

Barragem Linha de água Campilhas Ribeira de Campilhas

Fonte Serne Ribeira de Vale Diogo Monte da Rocha Rio Sado

Monte Gato Barranco do Monte Gato Miguéis Ribeira dos Miguéis

24 25

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 28: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.3 A década de 90 do século XX

Nesta década temos em funcionamento os 4 Aproveitamentos Hidroagrícolas referenciados.A sucessão de anos secos 93/95 reflecte-se não só na área regada, mas principalmente na sua

ocupação cultural, com uma diminuição acentuadíssima do arroz, mas também do tomate e do milho.

Em sentido inverso, o girassol assume uma importância que ainda não se tinha verificado, sendo a principal cultura destes anos.

Salientem-se os seguintes factos:

a) O arroz diminui a sua importância nestes Aproveitamentos;b) O milho assume-se como a cultura emergente, nomeadamente a partir de 1996, altura em

que pela primeira vez é a principal cultura destes Aproveitamentos, assim continuando nos anos seguintes;

c) O tomate continua a ter importância, embora nesta década se verifique tendência para a diminuição da área ocupada por esta cultura.

Este gráfico mostra-nos o arroz a só ocupar 36 % de área e o milho 27%. O Girassol, pelas razões apontadas, tem um peso signi-ficativo de 20 %.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 6064 (após 1990)

CULTURA (ha) TOTAL

(ha)

%

ANO ARROZ TOMATE MILHO GIRASSOL OUTRAS 1990 2599,0 858,0 995,0 100,0 137,0 4689 77 1991 2371,0 717,0 642,0 0 288,0 4018 66 1992 2480,0 102,0 826,0 0 887,0 4295 71 1993 170,0 177,9 252,9 2027,8 350,0 2979 49 1994 865,8 329,5 196,9 2338,1 246,6 3977 66 1995 30,9 153,0 101,4 1489,0 214,4 1989 33 1996 1459,1 185,1 1462,9 885,0 222,5 4215 70 1997 1438,1 219,5 1935,6 393,3 261,7 4248 70 1998 1324,1 251,9 2369,3 375,2 397,7 4718 78 1999 1137,8 156,0 2052,7 421,4 719,0 4487 74

MÉDIA 3961 65

Quadro 6 - Culturas Anuais.

2.2 A década de 80 do século XX

Nesta década apenas o Aproveitamento Hidroagrícola de Monte Gato e Miguéis ainda não entrou em funcionamento mas o seu valor é, como sabemos, residual 134 ha.

O ano de 1983 merece destaque pela negativa, uma vez que apenas se regaram 349 ha.O tomate tem aqui um peso relevante, a que não será alheia a existência de uma fábrica nas

imediações.

O gráfico da média da década mostra-nos o arroz com 54 % penalizado, embora com um ano quase a zero (1983) e o tomate com um peso de 26 %. O milho com 13 % também merece uma referência. Nas Outras Culturas não há nenhuma que mereça uma referência especial.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 5929

CULTURA (ha) TOTAL %

ANO ARROZ TOMATE MILHO OUTRAS 1980 1133,8 79,9 58,7 78,4 1351 23 1981 908,0 905,0 99,0 134,0 2046 35 1982 638,7 163,0 77,5 49,6 929 16 1983 22,6 253,4 42,0 31,4 349 6 1984 1636,0 1597,0 0 506,0 3739 63 1985 1800,0 1340,0 172,0 220,0 3532 60 1986 1935,0 970,0 86,0 158,0 3149 53 1987 2023,0 389,0 971,0 133,0 3516 59 1988 2061,0 698,0 962,0 195,0 3916 66 1989 2469,0 657,0 990,0 294,0 4410 74

MÉDIA 2694 45

Quadro 5 - Culturas Anuais.

26 27

Gráfico 7 - Culturas Anuais em percentagem evalor absoluto

Gráfico 8 - Culturas Anuais em percentagem evalor absoluto

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 29: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.3 A década de 90 do século XX

Nesta década temos em funcionamento os 4 Aproveitamentos Hidroagrícolas referenciados.A sucessão de anos secos 93/95 reflecte-se não só na área regada, mas principalmente na sua

ocupação cultural, com uma diminuição acentuadíssima do arroz, mas também do tomate e do milho.

Em sentido inverso, o girassol assume uma importância que ainda não se tinha verificado, sendo a principal cultura destes anos.

Salientem-se os seguintes factos:

a) O arroz diminui a sua importância nestes Aproveitamentos;b) O milho assume-se como a cultura emergente, nomeadamente a partir de 1996, altura em

que pela primeira vez é a principal cultura destes Aproveitamentos, assim continuando nos anos seguintes;

c) O tomate continua a ter importância, embora nesta década se verifique tendência para a diminuição da área ocupada por esta cultura.

Este gráfico mostra-nos o arroz a só ocupar 36 % de área e o milho 27%. O Girassol, pelas razões apontadas, tem um peso signi-ficativo de 20 %.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 6064 (após 1990)

CULTURA (ha) TOTAL

(ha)

%

ANO ARROZ TOMATE MILHO GIRASSOL OUTRAS 1990 2599,0 858,0 995,0 100,0 137,0 4689 77 1991 2371,0 717,0 642,0 0 288,0 4018 66 1992 2480,0 102,0 826,0 0 887,0 4295 71 1993 170,0 177,9 252,9 2027,8 350,0 2979 49 1994 865,8 329,5 196,9 2338,1 246,6 3977 66 1995 30,9 153,0 101,4 1489,0 214,4 1989 33 1996 1459,1 185,1 1462,9 885,0 222,5 4215 70 1997 1438,1 219,5 1935,6 393,3 261,7 4248 70 1998 1324,1 251,9 2369,3 375,2 397,7 4718 78 1999 1137,8 156,0 2052,7 421,4 719,0 4487 74

MÉDIA 3961 65

Quadro 6 - Culturas Anuais.

2.2 A década de 80 do século XX

Nesta década apenas o Aproveitamento Hidroagrícola de Monte Gato e Miguéis ainda não entrou em funcionamento mas o seu valor é, como sabemos, residual 134 ha.

O ano de 1983 merece destaque pela negativa, uma vez que apenas se regaram 349 ha.O tomate tem aqui um peso relevante, a que não será alheia a existência de uma fábrica nas

imediações.

O gráfico da média da década mostra-nos o arroz com 54 % penalizado, embora com um ano quase a zero (1983) e o tomate com um peso de 26 %. O milho com 13 % também merece uma referência. Nas Outras Culturas não há nenhuma que mereça uma referência especial.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 5929

CULTURA (ha) TOTAL %

ANO ARROZ TOMATE MILHO OUTRAS 1980 1133,8 79,9 58,7 78,4 1351 23 1981 908,0 905,0 99,0 134,0 2046 35 1982 638,7 163,0 77,5 49,6 929 16 1983 22,6 253,4 42,0 31,4 349 6 1984 1636,0 1597,0 0 506,0 3739 63 1985 1800,0 1340,0 172,0 220,0 3532 60 1986 1935,0 970,0 86,0 158,0 3149 53 1987 2023,0 389,0 971,0 133,0 3516 59 1988 2061,0 698,0 962,0 195,0 3916 66 1989 2469,0 657,0 990,0 294,0 4410 74

MÉDIA 2694 45

Quadro 5 - Culturas Anuais.

26 27

Gráfico 7 - Culturas Anuais em percentagem evalor absoluto

Gráfico 8 - Culturas Anuais em percentagem evalor absoluto

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 30: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.5 Conclusões

Do gráfico 10 podemos concluir que são bem evidentes os anos de seca, onde as culturas mais consumidoras de água são altamente penalizadas. De qualquer modo, a partir dos anos 90 do século passado, com a totalidade das áreas a regar equipadas, as áreas de rega superam sempre os 4000 e mesmo os 5000 ha, excepção feita a anos secos.

Quanto ao gráfico 11, ele é bastante interessante porque confirma que nos perímetros onde predomina o arroz, a adesão faz-se de imediato e de forma massiva (anos 70 e 71), acima dos

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

1970

1972

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

2004

2006

2008

0

10

20

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80

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19

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19

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20

00

20

02

20

04

20

06

20

08

Gráfico 10 - Áreas regadas

Gráfico 11 - Áreas regadas em percentagem

2.4 A primeira década do século XXI

Nesta década assinalam-se os seguintes factos:

a) O arroz mantém relevância, mas a sua área continua a diminuir, estando praticamente confinado às áreas beneficiadas por Campilhas;

b) O milho é agora a principal cultura dos Aproveitamentos;c) O olival emerge nos últimos dois anos da década em análise, sendo mesmo em 2009 a

principal cultura do Aproveitamento, localizando-se nas áreas do Alto Sado, beneficiadas pela Barragem do Monte da Rocha;

d) O tomate tem uma ligeira recuperação em relação à década anterior e é importante realçar a elevada tecnologia associada à cultura, aplicada desde a plantação, daqui resultando elevadíssimas produções;

e) Não tendo esta década tido, neste Aproveitamento, uma acentuada escassez de água (2005/2006), o Girassol não tem importância doutros períodos;

Nas Outras Culturas referência para os Prados. As hortícolas são marginais nestes Aproveitamentos.

O gráfico mostra-nos uma ocupação cultural de 62 %, em duas culturas: o milho com 38 % e o arroz com 24 %. O tomate representa ainda 7 % e o olival, apesar de ter 6 anos a zero, já tem 6 % de peso no conjunto dos Aproveitamentos.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 6064

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO GIRASSOL PRADOS OLIVAL OUTRAS 2000 965,0 133,1 1975,6 903,9 224,5 0 330,6 4533 75 2001 1101,2 163,4 1912,9 617,5 322,3 0 918,2 5036 83 2002 1229,4 233,9 1996,5 404,6 234,8 0 846,0 4945 82 2003 1339,1 267,9 2455,0 409,3 334,3 0 539,4 5345 88 2004 1308,4 428,3 2436,6 316,9 92,0 0 749,8 5332 88 2005 439,4 363,6 1103,9 0 102,6 0 1301,7 3311 55 2006 1009,1 341,4 974,5 60,1 43,7 196,1 557,3 3182 52 2007 1239,2 388,0 1434,6 98,9 95,5 241,2 474,2 3972 65 2008 1254,8 418,8 1818,1 267,8 24,1 1116,4 323,8 5224 86 2009 1035,6 500,8 1242,5 154,5 34,8 1398,2 609,4 4976 82

MÉDIA 4585 76

Quadro 7 - Culturas Anuais.

28 29

Gráfico 9 - Culturas Anuais em percentagem evalor absoluto

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 31: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.5 Conclusões

Do gráfico 10 podemos concluir que são bem evidentes os anos de seca, onde as culturas mais consumidoras de água são altamente penalizadas. De qualquer modo, a partir dos anos 90 do século passado, com a totalidade das áreas a regar equipadas, as áreas de rega superam sempre os 4000 e mesmo os 5000 ha, excepção feita a anos secos.

Quanto ao gráfico 11, ele é bastante interessante porque confirma que nos perímetros onde predomina o arroz, a adesão faz-se de imediato e de forma massiva (anos 70 e 71), acima dos

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

1970

1972

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

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98

20

00

20

02

20

04

20

06

20

08

Gráfico 10 - Áreas regadas

Gráfico 11 - Áreas regadas em percentagem

2.4 A primeira década do século XXI

Nesta década assinalam-se os seguintes factos:

a) O arroz mantém relevância, mas a sua área continua a diminuir, estando praticamente confinado às áreas beneficiadas por Campilhas;

b) O milho é agora a principal cultura dos Aproveitamentos;c) O olival emerge nos últimos dois anos da década em análise, sendo mesmo em 2009 a

principal cultura do Aproveitamento, localizando-se nas áreas do Alto Sado, beneficiadas pela Barragem do Monte da Rocha;

d) O tomate tem uma ligeira recuperação em relação à década anterior e é importante realçar a elevada tecnologia associada à cultura, aplicada desde a plantação, daqui resultando elevadíssimas produções;

e) Não tendo esta década tido, neste Aproveitamento, uma acentuada escassez de água (2005/2006), o Girassol não tem importância doutros períodos;

Nas Outras Culturas referência para os Prados. As hortícolas são marginais nestes Aproveitamentos.

O gráfico mostra-nos uma ocupação cultural de 62 %, em duas culturas: o milho com 38 % e o arroz com 24 %. O tomate representa ainda 7 % e o olival, apesar de ter 6 anos a zero, já tem 6 % de peso no conjunto dos Aproveitamentos.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 6064

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO GIRASSOL PRADOS OLIVAL OUTRAS 2000 965,0 133,1 1975,6 903,9 224,5 0 330,6 4533 75 2001 1101,2 163,4 1912,9 617,5 322,3 0 918,2 5036 83 2002 1229,4 233,9 1996,5 404,6 234,8 0 846,0 4945 82 2003 1339,1 267,9 2455,0 409,3 334,3 0 539,4 5345 88 2004 1308,4 428,3 2436,6 316,9 92,0 0 749,8 5332 88 2005 439,4 363,6 1103,9 0 102,6 0 1301,7 3311 55 2006 1009,1 341,4 974,5 60,1 43,7 196,1 557,3 3182 52 2007 1239,2 388,0 1434,6 98,9 95,5 241,2 474,2 3972 65 2008 1254,8 418,8 1818,1 267,8 24,1 1116,4 323,8 5224 86 2009 1035,6 500,8 1242,5 154,5 34,8 1398,2 609,4 4976 82

MÉDIA 4585 76

Quadro 7 - Culturas Anuais.

28 29

Gráfico 9 - Culturas Anuais em percentagem evalor absoluto

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 32: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

60 %. Com a entrada em 72 do Aproveitamento Hidroagrícola do Alto Sado (Monte da Rocha), independentemente dos anos secos, a percentagem de área regada diminui, fruto da adesão mais lenta dos agricultores.

No entanto, a última década apresenta valores superiores aos 80 %, excepção aos anos hidrológicos secos. Com excepção do Aproveitamento de Campilhas (arroz), o milho nas duas últimas décadas e o olival, mais recentemente, são as culturas chave destes Aproveitamentos.

Como já referimos e aqui se recorda, a cultura do tomate tem perdido peso percentual, mas a sua importância económica, fruto da sua elevadíssima produtividade, não pode deixar de ser referida.

Fotografia 5 - Arroz

Fotografia 6 - Brócolos

Fotografia 7 - Corgetes

Fotografia 8 - Pessegueiros

PERÍMETRO DE REGA DE CAMPILHAS E ALTO SADO

30 31

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 33: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

60 %. Com a entrada em 72 do Aproveitamento Hidroagrícola do Alto Sado (Monte da Rocha), independentemente dos anos secos, a percentagem de área regada diminui, fruto da adesão mais lenta dos agricultores.

No entanto, a última década apresenta valores superiores aos 80 %, excepção aos anos hidrológicos secos. Com excepção do Aproveitamento de Campilhas (arroz), o milho nas duas últimas décadas e o olival, mais recentemente, são as culturas chave destes Aproveitamentos.

Como já referimos e aqui se recorda, a cultura do tomate tem perdido peso percentual, mas a sua importância económica, fruto da sua elevadíssima produtividade, não pode deixar de ser referida.

Fotografia 5 - Arroz

Fotografia 6 - Brócolos

Fotografia 7 - Corgetes

Fotografia 8 - Pessegueiros

PERÍMETRO DE REGA DE CAMPILHAS E ALTO SADO

30 31

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 34: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

III APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA DO ROXO

Capítulo 1

Capítulo 2

Caracterização Geral

O Aproveitamento Hidroagrícola do Roxo tem uma área beneficiada de 5041 ha, distribuídos da seguinte forma:

A sua exploração iniciou-se em 1969, pela Direcção Geral dos Serviços Hidroagrícola, passando no ano seguinte para a Associação de Beneficiários do Roxo, situação que se verifica até à data.

Situa-se a Norte de Aljustrel e beneficia essencialmente as terras situadas na margem direita de Ribeira do Roxo.

A água para rega é disponibilizada pela albufeira criada pela Barragem do Roxo, construída no curso superior da Ribeira do Roxo.

A albufeira do Roxo tem as seguintes capacidades:

Fornece água não só à agricultura, como às populações (Beja e Aljustrel) e indústria

Ocupação Cultural: evolução das áreas regadas

Optámos por incluir o ano de 1969 na década de 70, uma vez que sendo apenas este ano fora da década os resultados não são desvirtuados.

Distrito Concelho Freguesia Área Beneficiada

(ha)

Aljustrel São João de Negrilhos e

Aljustrel 4065

Beja Ferreira do

Alentejo Ferreira do

Alentejo 645

Setúbal Santiago do

Cacém Alvalade 331

5041

Capacidade total

Capacidade útil Capacidade

morta

96,3 x 10 6 m3 89,5 x 10 6 m3 6,8 x 10 6 m3

33

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 35: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

III APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA DO ROXO

Capítulo 1

Capítulo 2

Caracterização Geral

O Aproveitamento Hidroagrícola do Roxo tem uma área beneficiada de 5041 ha, distribuídos da seguinte forma:

A sua exploração iniciou-se em 1969, pela Direcção Geral dos Serviços Hidroagrícola, passando no ano seguinte para a Associação de Beneficiários do Roxo, situação que se verifica até à data.

Situa-se a Norte de Aljustrel e beneficia essencialmente as terras situadas na margem direita de Ribeira do Roxo.

A água para rega é disponibilizada pela albufeira criada pela Barragem do Roxo, construída no curso superior da Ribeira do Roxo.

A albufeira do Roxo tem as seguintes capacidades:

Fornece água não só à agricultura, como às populações (Beja e Aljustrel) e indústria

Ocupação Cultural: evolução das áreas regadas

Optámos por incluir o ano de 1969 na década de 70, uma vez que sendo apenas este ano fora da década os resultados não são desvirtuados.

Distrito Concelho Freguesia Área Beneficiada

(ha)

Aljustrel São João de Negrilhos e

Aljustrel 4065

Beja Ferreira do

Alentejo Ferreira do

Alentejo 645

Setúbal Santiago do

Cacém Alvalade 331

5041

Capacidade total

Capacidade útil Capacidade

morta

96,3 x 10 6 m3 89,5 x 10 6 m3 6,8 x 10 6 m3

33

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 36: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Este Aproveitamento Hidroagrícola foi implantado numa zona de cultura cerealífera de sequeiro, onde não havia tradição de culturas regadas, não tendo sido fácil a transformação social agrária.

Foi com o aparecimento de rendeiros e parceiros de outras regiões do País, para cultivarem arroz e tomate, que se trouxe algum desenvolvimento a este regadio.

A década de 70 do século XX

O tomate é aqui a principal cultura, sendo esta década praticamente bipolarizada entre o tomate e o arroz.

No entanto, além dos anos secos que aconteceram e que duma forma ou outra afectaram todos os Aproveitamentos, aqui, entre os anos 1976 e 1980, teve que proceder-se à reparação da barragem, já que foi detectada uma falha de construção que originava perdas de água e co-locava em risco a própria barragem.

Nesta década o tomate e o arroz, como se vê, re-presentam 93 % da área regada, com o tomate a chegar aos 59 %.

2.1

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 5041

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO OUTRAS 1969 490,9 1360,2 88,9 55,2 1995 40 1970 1314,2 1063,4 114,0 76,7 2568 51 1971 2028,0 1066,0 78,5 88,9 3261 65 1972 1820,5 929,5 46,0 68,1 2864 57 1973 148,0 1518,6 43,7 82,7 1793 36 1974 0 724,8 31,6 61,2 818 16 1975 16,5 738,8 12,0 43,7 811 16 1976 4,3 327,3 28,0 40,5 400 8 1977 15,3 764,1 36,4 100,0 916 18 1978 15,3 1032,3 40,5 79,6 1168 23 1979 22,0 682,9 7,5 81,4 794 16

MÉDIA 1581 31

Quadro 8 - Culturas Anuais.

Gráfico 12 - Culturas Anuais em percentagem

2.2 A década de 80 do século XX

Fruto de razões várias - anos secos, obras de reparação, reduzida capacidade de regularização inter anual - o facto é que nesta década assiste-se a uma diminuição de área regada no Aproveitamento.

O tomate mantém-se a principal cultura, emerge o milho com algum relevo e o arroz apenas nos dois últimos anos tem algum significado.

As áreas ocupadas pelo tomate e milho representam 75 % do total.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 5041

CULTURA (ha) TOTAL

(ha)

%

ANO ARROZ TOMATE MILHO GIRASSOL OUTRAS 1980 0 818,5 2,1 13,2 44,6 878 17 1981 0 122,1 0 0 33,0 155 3 1982 0,1 960,4 11,2 12,2 75,5 1059 21 1983 0 421,4 3,2 10,2 67,5 502 10 1984 0 1292,0 129,1 47,0 101,3 1569 31 1985 64,3 963,8 226,3 122,1 67,0 1444 29 1986 166,7 673,2 319,2 183,8 98,7 1442 29 1987 177,9 388 734,3 193,3 95,0 1589 32 1988 431,3 625 467,7 324,7 103,9 1952 39 1989 434,7 650,8 747,2 200,2 134,0 2167 43

MÉDIA 1276 25

Quadro 9 - Culturas Anuais.

Gráfico 13 - Culturas Anuais em percentagem

34 35

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 37: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Este Aproveitamento Hidroagrícola foi implantado numa zona de cultura cerealífera de sequeiro, onde não havia tradição de culturas regadas, não tendo sido fácil a transformação social agrária.

Foi com o aparecimento de rendeiros e parceiros de outras regiões do País, para cultivarem arroz e tomate, que se trouxe algum desenvolvimento a este regadio.

A década de 70 do século XX

O tomate é aqui a principal cultura, sendo esta década praticamente bipolarizada entre o tomate e o arroz.

No entanto, além dos anos secos que aconteceram e que duma forma ou outra afectaram todos os Aproveitamentos, aqui, entre os anos 1976 e 1980, teve que proceder-se à reparação da barragem, já que foi detectada uma falha de construção que originava perdas de água e co-locava em risco a própria barragem.

Nesta década o tomate e o arroz, como se vê, re-presentam 93 % da área regada, com o tomate a chegar aos 59 %.

2.1

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 5041

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO OUTRAS 1969 490,9 1360,2 88,9 55,2 1995 40 1970 1314,2 1063,4 114,0 76,7 2568 51 1971 2028,0 1066,0 78,5 88,9 3261 65 1972 1820,5 929,5 46,0 68,1 2864 57 1973 148,0 1518,6 43,7 82,7 1793 36 1974 0 724,8 31,6 61,2 818 16 1975 16,5 738,8 12,0 43,7 811 16 1976 4,3 327,3 28,0 40,5 400 8 1977 15,3 764,1 36,4 100,0 916 18 1978 15,3 1032,3 40,5 79,6 1168 23 1979 22,0 682,9 7,5 81,4 794 16

MÉDIA 1581 31

Quadro 8 - Culturas Anuais.

Gráfico 12 - Culturas Anuais em percentagem

2.2 A década de 80 do século XX

Fruto de razões várias - anos secos, obras de reparação, reduzida capacidade de regularização inter anual - o facto é que nesta década assiste-se a uma diminuição de área regada no Aproveitamento.

O tomate mantém-se a principal cultura, emerge o milho com algum relevo e o arroz apenas nos dois últimos anos tem algum significado.

As áreas ocupadas pelo tomate e milho representam 75 % do total.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 5041

CULTURA (ha) TOTAL

(ha)

%

ANO ARROZ TOMATE MILHO GIRASSOL OUTRAS 1980 0 818,5 2,1 13,2 44,6 878 17 1981 0 122,1 0 0 33,0 155 3 1982 0,1 960,4 11,2 12,2 75,5 1059 21 1983 0 421,4 3,2 10,2 67,5 502 10 1984 0 1292,0 129,1 47,0 101,3 1569 31 1985 64,3 963,8 226,3 122,1 67,0 1444 29 1986 166,7 673,2 319,2 183,8 98,7 1442 29 1987 177,9 388 734,3 193,3 95,0 1589 32 1988 431,3 625 467,7 324,7 103,9 1952 39 1989 434,7 650,8 747,2 200,2 134,0 2167 43

MÉDIA 1276 25

Quadro 9 - Culturas Anuais.

Gráfico 13 - Culturas Anuais em percentagem

34 35

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 38: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.3 A década de 90 do século XX

Nesta década assiste-se ao aparecimento do milho como principal cultura deste Aproveitamento, mantendo-se o tomate com significado. O peso elevado do Girassol (veja-se o ano de 1994) deve-se à seca, que em 95 levou, tal como 93, à quase não rega neste Aproveitamento. Apesar disto o arroz recupera importância.

Milho, tomate e arroz representam 70 % da área regada nesta década.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 5041

CULTURA (ha) TOTAL

(ha)

%

ANO ARROZ TOMATE MILHO GIRASSOL OUTRAS 1990 608,9 866,3 868,1 263,1 118,1 2725 54 1991 604,0 756,3 618,7 392,3 93,2 2465 49 1992 658,5 192,9 620,3 593,2 317,2 2382 47 1993 0 12,0 33,5 68,0 83,6 197 4 1994 26,0 93,2 1,3 2032,3 100,4 2253 45 1995 0 92,5 0 47,9 85,8 226 4 1996 301,7 267,7 959,7 948,5 166,7 2644 52 1997 403,1 407,8 1639,7 348,5 260,7 3060 61 1998 376,4 597,8 2568,3 468,1 418,2 4429 88 1999 370,5 767,4 2390,6 402,6 433,3 4364 87

MÉDIA 2474 49

Quadro 10 - Culturas Anuais.

Gráfico 14 - Culturas Anuais em percentagem

2.4 A primeira década do século XXI

A exemplo do que já vimos para Campilhas e Alto Sado, nos últimos 3 anos desta década surge em força o olival, transformando-o na principal cultura regada do Aproveitamento, embora no conjunto da década o milho ainda seja a principal cultura. O arroz torna-se marginal e o tomate diminui bastante a sua importância.

O milho e o olival abrangem 59 % da área de culturas regadas, enquanto o tomate já só representa 8 %.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 5041

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO GIRASSOL OLIVAL OUTRAS 2000 0 433,3 908,7 599,0 14,8 425,8 2382 47 2001 269,9 450,9 1706,1 215,6 22,2 784,0 3449 68 2002 160,1 196,1 1025,6 271,4 20,2 404,0 2077 41 2003 354,0 304,5 1505,5 780,1 21,6 797,8 3764 75 2004 334,9 338,5 1482,5 242,9 437,4 703,0 3539 70 2005 0 0 0 0 230,5 41,0 272 5 2006 0 18,3 89,5 29,5 354,5 273,3 765 15 2007 321,6 169,1 709,8 82,4 1375,6 378,1 3037 60 2008 80,8 120,3 756,1 290,9 3023,6 356,7 4628 92 2009 9,5 118,5 126,3 254,6 2027,6 372,1 2909 58

MÉDIA 2682 53

Quadro 11 - Culturas Anuais.

Gráfico 15 - Culturas Anuais em percentagem

36 37

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 39: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.3 A década de 90 do século XX

Nesta década assiste-se ao aparecimento do milho como principal cultura deste Aproveitamento, mantendo-se o tomate com significado. O peso elevado do Girassol (veja-se o ano de 1994) deve-se à seca, que em 95 levou, tal como 93, à quase não rega neste Aproveitamento. Apesar disto o arroz recupera importância.

Milho, tomate e arroz representam 70 % da área regada nesta década.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 5041

CULTURA (ha) TOTAL

(ha)

%

ANO ARROZ TOMATE MILHO GIRASSOL OUTRAS 1990 608,9 866,3 868,1 263,1 118,1 2725 54 1991 604,0 756,3 618,7 392,3 93,2 2465 49 1992 658,5 192,9 620,3 593,2 317,2 2382 47 1993 0 12,0 33,5 68,0 83,6 197 4 1994 26,0 93,2 1,3 2032,3 100,4 2253 45 1995 0 92,5 0 47,9 85,8 226 4 1996 301,7 267,7 959,7 948,5 166,7 2644 52 1997 403,1 407,8 1639,7 348,5 260,7 3060 61 1998 376,4 597,8 2568,3 468,1 418,2 4429 88 1999 370,5 767,4 2390,6 402,6 433,3 4364 87

MÉDIA 2474 49

Quadro 10 - Culturas Anuais.

Gráfico 14 - Culturas Anuais em percentagem

2.4 A primeira década do século XXI

A exemplo do que já vimos para Campilhas e Alto Sado, nos últimos 3 anos desta década surge em força o olival, transformando-o na principal cultura regada do Aproveitamento, embora no conjunto da década o milho ainda seja a principal cultura. O arroz torna-se marginal e o tomate diminui bastante a sua importância.

O milho e o olival abrangem 59 % da área de culturas regadas, enquanto o tomate já só representa 8 %.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 5041

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO GIRASSOL OLIVAL OUTRAS 2000 0 433,3 908,7 599,0 14,8 425,8 2382 47 2001 269,9 450,9 1706,1 215,6 22,2 784,0 3449 68 2002 160,1 196,1 1025,6 271,4 20,2 404,0 2077 41 2003 354,0 304,5 1505,5 780,1 21,6 797,8 3764 75 2004 334,9 338,5 1482,5 242,9 437,4 703,0 3539 70 2005 0 0 0 0 230,5 41,0 272 5 2006 0 18,3 89,5 29,5 354,5 273,3 765 15 2007 321,6 169,1 709,8 82,4 1375,6 378,1 3037 60 2008 80,8 120,3 756,1 290,9 3023,6 356,7 4628 92 2009 9,5 118,5 126,3 254,6 2027,6 372,1 2909 58

MÉDIA 2682 53

Quadro 11 - Culturas Anuais.

Gráfico 15 - Culturas Anuais em percentagem

36 37

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 40: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.5 Conclusões

A análise do gráfico 16 mostra-nos bem o quanto este Aproveitamento é penalizado pelos anos secos. Será provavelmente esta a prova mais evidente, se necessário fosse, do quanto o projecto Alqueva era necessário, em linha, aliás, com já delineado no Plano da década de 50 do século passado.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

1969

19

71

19

73

197

5

197

7

1979

1981

19

83

19

85

198

7

198

9

1991

1993

19

95

19

97

19

99

200

1

200

3

2005

2007

20

09

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

19

69

19

71

19

73

19

75

19

77

19

79

19

81

19

83

19

85

19

87

19

89

19

91

19

93

19

95

19

97

19

99

20

01

20

03

20

05

20

07

20

09

Gráfico 16 - Áreas regadas

Gráfico 17 - Áreas regadas em percentagem

O gráfico 17 mostra-nos as dificuldades porque têm passado os agricultores deste Aproveitamento, pelas razões já expressas. No entanto, nos finais dos anos 90 e toda a década actual, excepção feita aos anos secos, a adesão dos agricultores atinge valores significativos, acima dos 80 %.

O milho e o olival são as culturas actuais de referência neste Aproveitamento Hidroagrícola.

Fotografia 9 - Tomate

Fotografia 10 - Girassol

38 39

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 41: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.5 Conclusões

A análise do gráfico 16 mostra-nos bem o quanto este Aproveitamento é penalizado pelos anos secos. Será provavelmente esta a prova mais evidente, se necessário fosse, do quanto o projecto Alqueva era necessário, em linha, aliás, com já delineado no Plano da década de 50 do século passado.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

1969

19

71

19

73

197

5

197

7

1979

1981

19

83

19

85

198

7

198

9

1991

1993

19

95

19

97

19

99

200

1

200

3

2005

2007

20

09

0

10

20

30

40

50

60

70

80

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100

19

69

19

71

19

73

19

75

19

77

19

79

19

81

19

83

19

85

19

87

19

89

19

91

19

93

19

95

19

97

19

99

20

01

20

03

20

05

20

07

20

09

Gráfico 16 - Áreas regadas

Gráfico 17 - Áreas regadas em percentagem

O gráfico 17 mostra-nos as dificuldades porque têm passado os agricultores deste Aproveitamento, pelas razões já expressas. No entanto, nos finais dos anos 90 e toda a década actual, excepção feita aos anos secos, a adesão dos agricultores atinge valores significativos, acima dos 80 %.

O milho e o olival são as culturas actuais de referência neste Aproveitamento Hidroagrícola.

Fotografia 9 - Tomate

Fotografia 10 - Girassol

38 39

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 42: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Fotografia 11 - Milho

PERÍMETRO DE REGA DO ROXO

IV APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA DE ODIVELAS

Capítulo 1

Caracterização Geral

O Aproveitamento Hidroagrícola de Odivelas beneficia áreas situadas no distrito de Beja e Setúbal, num total de 6846 ha.

A fase 2 (Infraestrutura 12) resultante do EFMA não é objecto de análise no presente trabalho.

A sua exploração iniciou-se em 1974, a cargo da Direcção Geral dos Recursos Naturais e a sua gestão pela Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas (ABORO) começou apenas em 1991.

Dos referidos 6846 ha, 1731 ha têm distribuição em pressão e 5115 por gravidade.A origem da água para a área beneficiada objecto deste trabalho é a albufeira de Odivelas.A albufeira de Odivelas tem as seguintes capacidades:

Distrito Concelho Área Beneficiada

(ha)

Beja Ferreira do

Alentejo 6252

Grândola 566 Setúbal

Alcácer do Sal 28

6846

Capacidade total (m3)

Capacidade útil (m3)

Capacidade morta (m3)

96 x 10 6 m3 70 x 10 6 m3 26 x 10 6 m3

40 41

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 43: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Fotografia 11 - Milho

PERÍMETRO DE REGA DO ROXO

IV APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA DE ODIVELAS

Capítulo 1

Caracterização Geral

O Aproveitamento Hidroagrícola de Odivelas beneficia áreas situadas no distrito de Beja e Setúbal, num total de 6846 ha.

A fase 2 (Infraestrutura 12) resultante do EFMA não é objecto de análise no presente trabalho.

A sua exploração iniciou-se em 1974, a cargo da Direcção Geral dos Recursos Naturais e a sua gestão pela Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas (ABORO) começou apenas em 1991.

Dos referidos 6846 ha, 1731 ha têm distribuição em pressão e 5115 por gravidade.A origem da água para a área beneficiada objecto deste trabalho é a albufeira de Odivelas.A albufeira de Odivelas tem as seguintes capacidades:

Distrito Concelho Área Beneficiada

(ha)

Beja Ferreira do

Alentejo 6252

Grândola 566 Setúbal

Alcácer do Sal 28

6846

Capacidade total (m3)

Capacidade útil (m3)

Capacidade morta (m3)

96 x 10 6 m3 70 x 10 6 m3 26 x 10 6 m3

40 41

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 44: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Capítulo 2

2.1

Ocupação Cultural: evolução das áreas regadas

A década de 70 do século XX

O tomate é a principal cultura. Com o início da rega em 1979 nas várzeas do Sado, o arroz torna-se nesse ano a principal cultura do Aproveitamento.

A adesão ao regadio é bastante frágil.

Como se vê, nesta década o tomate é, com 69 %, a cultura dominante, seguida pelo arroz, devido às circunstâncias já referidas

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 6846

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE OUTRAS MILHO 1974 0 817,8 22,8 0 841 12 1975 75,0 848,6 38,6 106,1 1068 16 1976 70,1 664,8 9,3 65,9 810 12 1977 145,0 748,0 30,0 103,0 1026 15 1978 248,0 485,0 89,0 40,0 862 13 1979 615,0 555,0 150,0 69,0 1389 20

MÉDIA 999 15

Quadro 12 - Culturas Anuais.

Gráfico 18 - Culturas Anuais em percentagem

2.2 A década de 80 do século XX

Nesta década, o arroz torna-se a principal cultura no Aproveitamento.O tomate mantém a sua importância e o melão revela-se como cultura emergente neste

Aproveitamento, com boas produções e com dotações inferiores às principais culturas (3000 m3 ha).

Como se vê, as áreas regadas pelo arroz e tomate representam quase 80 % das áreas regadas neste território.

A adesão ao regadio continua bastante fraca, a que não é alheia a gestão do Aproveitamento ser do Estado.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 6846

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO MELÃO OUTRAS 1980 1073,0 419,0 100,0 0 103,0 1695 25 1981 1404,0 679,0 53,0 0 201,0 2337 34 1982 792,0 417,0 24,0 0 179,0 1412 21 1983 0 504,0 14,0 0 222,0 740 11 1984 1081,0 602,0 108,0 0 114,0 1905 28 1985 1235,0 580,0 141,0 0 177,0 2133 31 1986 1163,0 221,0 352,0 98,0 151,0 1985 29 1987 1098,0 173,0 560,0 193,0 188,0 2212 32 1988 1230,0 334,0 309,0 186,0 182,0 2241 33 1989 1251,0 285,0 313,0 121,0 182,0 2152 31

MÉDIA 1881 27

Quadro 13 - Culturas Anuais.

Gráfico 19 - Culturas Anuais em percentagem

42 43

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 45: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Capítulo 2

2.1

Ocupação Cultural: evolução das áreas regadas

A década de 70 do século XX

O tomate é a principal cultura. Com o início da rega em 1979 nas várzeas do Sado, o arroz torna-se nesse ano a principal cultura do Aproveitamento.

A adesão ao regadio é bastante frágil.

Como se vê, nesta década o tomate é, com 69 %, a cultura dominante, seguida pelo arroz, devido às circunstâncias já referidas

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 6846

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE OUTRAS MILHO 1974 0 817,8 22,8 0 841 12 1975 75,0 848,6 38,6 106,1 1068 16 1976 70,1 664,8 9,3 65,9 810 12 1977 145,0 748,0 30,0 103,0 1026 15 1978 248,0 485,0 89,0 40,0 862 13 1979 615,0 555,0 150,0 69,0 1389 20

MÉDIA 999 15

Quadro 12 - Culturas Anuais.

Gráfico 18 - Culturas Anuais em percentagem

2.2 A década de 80 do século XX

Nesta década, o arroz torna-se a principal cultura no Aproveitamento.O tomate mantém a sua importância e o melão revela-se como cultura emergente neste

Aproveitamento, com boas produções e com dotações inferiores às principais culturas (3000 m3 ha).

Como se vê, as áreas regadas pelo arroz e tomate representam quase 80 % das áreas regadas neste território.

A adesão ao regadio continua bastante fraca, a que não é alheia a gestão do Aproveitamento ser do Estado.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 6846

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO MELÃO OUTRAS 1980 1073,0 419,0 100,0 0 103,0 1695 25 1981 1404,0 679,0 53,0 0 201,0 2337 34 1982 792,0 417,0 24,0 0 179,0 1412 21 1983 0 504,0 14,0 0 222,0 740 11 1984 1081,0 602,0 108,0 0 114,0 1905 28 1985 1235,0 580,0 141,0 0 177,0 2133 31 1986 1163,0 221,0 352,0 98,0 151,0 1985 29 1987 1098,0 173,0 560,0 193,0 188,0 2212 32 1988 1230,0 334,0 309,0 186,0 182,0 2241 33 1989 1251,0 285,0 313,0 121,0 182,0 2152 31

MÉDIA 1881 27

Quadro 13 - Culturas Anuais.

Gráfico 19 - Culturas Anuais em percentagem

42 43

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 46: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.3 A década de 90 do século XX

A primeira nota para o facto de, a partir de 1991, serem os agricultores a gerir este Aproveitamento. Coincidência ou talvez não, as áreas regadas aumentaram substancialmente.

Mantém-se o arroz como principal cultura, mas logo seguido pelo milho, que ganha um peso que não tinha tido até à data, sendo mesmo a principal cultura na segunda metade da década.

O melão mantém-se com números interessantes e a crescer, e o tomate perde importância, por um lado devido ao preço que baixa e ao mercado internacional, bem como à falência de fábricas da indústria transformadora. De qualquer modo não existe um ascendente claro de uma cultura sobre outra.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 6846

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO GIRASSOL MELÃO OUTRAS 1990 1254,0 438,0 484,0 0 107,0 313,0 2596 38 1991 1270,0 348,0 437,0 0 223,0 506,0 2784 41 1992 1352,0 118,0 529,0 0 482,0 576,0 3057 45 1993 1259,0 95,0 365,0 717,0 420,0 179,0 3035 44 1994 1095,0 244,0 300,0 2213,0 230,0 146,0 4228 62 1995 0 179,0 273,0 1184,0 273,0 223,0 2132 31 1996 895,0 104,0 837,0 1045,0 194,0 180,0 3255 48 1997 654,0 117,0 1343,0 238,0 176,0 167,0 2695 39 1998 415,0 99,0 1706,0 436,0 260,0 543,0 3459 51 1999 345,0 102,0 1452,0 437,0 219,0 1160,0 3715 54

MÉDIA 3096 45

Quadro 14 - Culturas Anuais.

Gráfico 20 - Culturas Anuais em percentagem

2.4 A primeira década do século XXI

Temos, no que concerne a esta década, algumas considerações a tecer:a) O milho é a principal cultura da década;b) O “boom” do olival dá-se a partir de 2006, tornando-se nesses anos a principal

cultura deste Aproveitamento;c) O arroz cai para menos de metade em relação à década anterior;d) Verificam-se áreas significativas de trigo de regadio;e) O melão continua a ter importância na economia deste Aproveitamento,

nomeadamente junto dos pequenos agricultores;f) A produção de tomate torna-se marginal. No entanto, deve referir-se que houve

como que uma transferência desta cultura para a já mencionada Infraestrutura 12.

Continua a verificar-se uma grande variedade de culturas, sem o predomínio evidente de nenhuma, embora o milho e o olival sejam as únicas culturas acima dos 20 %.

O trigo de regadio tem números interessantes, pelo que o individualizámos.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 6846

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO GIRASSOL MELÃO TRIGO OLIVAL OUTRAS 2000 395,0 122,0 1209,0 642,0 185,0 847,0 0 557,0 3957 58 2001 370,0 102,0 1225,0 659,0 147,0 398,0 0 945,0 3846 56 2002 346,0 83,0 1279,0 614,0 117,0 170,0 0 778,0 3387 49 2003 320,0 93,0 1103,0 596,0 101,0 134,0 0 762,0 3109 45 2004 316,0 79,0 852,0 605,0 54,0 535,0 0 648,0 3089 45 2005 305,0 0 698,0 103 34,0 324,0 0 1604,0 3068 45 2006 260,0 5,0 574,0 6,0 27,0 0 970,0 752,0 2594 38 2007 310,0 20,0 505,0 136,0 52,0 10,0 1842,0 865,0 3740 55 2008 308,0 7,0 768,0 121,0 43,0 115,0 2203,0 1170,0 4735 69 2009 328,0 42,0 420,0 95,0 35,0 137,0 2344,0 1682,0 5083 74

MÉDIA 3661 53

Quadro 15 - Culturas Anuais.

Gráfico 20 - Culturas Anuais em percentagem

44 45

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 47: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.3 A década de 90 do século XX

A primeira nota para o facto de, a partir de 1991, serem os agricultores a gerir este Aproveitamento. Coincidência ou talvez não, as áreas regadas aumentaram substancialmente.

Mantém-se o arroz como principal cultura, mas logo seguido pelo milho, que ganha um peso que não tinha tido até à data, sendo mesmo a principal cultura na segunda metade da década.

O melão mantém-se com números interessantes e a crescer, e o tomate perde importância, por um lado devido ao preço que baixa e ao mercado internacional, bem como à falência de fábricas da indústria transformadora. De qualquer modo não existe um ascendente claro de uma cultura sobre outra.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 6846

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO GIRASSOL MELÃO OUTRAS 1990 1254,0 438,0 484,0 0 107,0 313,0 2596 38 1991 1270,0 348,0 437,0 0 223,0 506,0 2784 41 1992 1352,0 118,0 529,0 0 482,0 576,0 3057 45 1993 1259,0 95,0 365,0 717,0 420,0 179,0 3035 44 1994 1095,0 244,0 300,0 2213,0 230,0 146,0 4228 62 1995 0 179,0 273,0 1184,0 273,0 223,0 2132 31 1996 895,0 104,0 837,0 1045,0 194,0 180,0 3255 48 1997 654,0 117,0 1343,0 238,0 176,0 167,0 2695 39 1998 415,0 99,0 1706,0 436,0 260,0 543,0 3459 51 1999 345,0 102,0 1452,0 437,0 219,0 1160,0 3715 54

MÉDIA 3096 45

Quadro 14 - Culturas Anuais.

Gráfico 20 - Culturas Anuais em percentagem

2.4 A primeira década do século XXI

Temos, no que concerne a esta década, algumas considerações a tecer:a) O milho é a principal cultura da década;b) O “boom” do olival dá-se a partir de 2006, tornando-se nesses anos a principal

cultura deste Aproveitamento;c) O arroz cai para menos de metade em relação à década anterior;d) Verificam-se áreas significativas de trigo de regadio;e) O melão continua a ter importância na economia deste Aproveitamento,

nomeadamente junto dos pequenos agricultores;f) A produção de tomate torna-se marginal. No entanto, deve referir-se que houve

como que uma transferência desta cultura para a já mencionada Infraestrutura 12.

Continua a verificar-se uma grande variedade de culturas, sem o predomínio evidente de nenhuma, embora o milho e o olival sejam as únicas culturas acima dos 20 %.

O trigo de regadio tem números interessantes, pelo que o individualizámos.

ÁREA BENEFICIADA

(ha) 6846

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO GIRASSOL MELÃO TRIGO OLIVAL OUTRAS 2000 395,0 122,0 1209,0 642,0 185,0 847,0 0 557,0 3957 58 2001 370,0 102,0 1225,0 659,0 147,0 398,0 0 945,0 3846 56 2002 346,0 83,0 1279,0 614,0 117,0 170,0 0 778,0 3387 49 2003 320,0 93,0 1103,0 596,0 101,0 134,0 0 762,0 3109 45 2004 316,0 79,0 852,0 605,0 54,0 535,0 0 648,0 3089 45 2005 305,0 0 698,0 103 34,0 324,0 0 1604,0 3068 45 2006 260,0 5,0 574,0 6,0 27,0 0 970,0 752,0 2594 38 2007 310,0 20,0 505,0 136,0 52,0 10,0 1842,0 865,0 3740 55 2008 308,0 7,0 768,0 121,0 43,0 115,0 2203,0 1170,0 4735 69 2009 328,0 42,0 420,0 95,0 35,0 137,0 2344,0 1682,0 5083 74

MÉDIA 3661 53

Quadro 15 - Culturas Anuais.

Gráfico 20 - Culturas Anuais em percentagem

44 45

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 48: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.5 Conclusões

A análise gráfica mostra-nos que, apenas a partir da década de 90, a adesão ao regadio atinge números aceitáveis, a que não será indiferente a transferência da gestão do Aproveitamento para os agricultores (ABORO).

Os últimos anos são disso prova, como se vê no gráfico 23.O olival e o milho são actualmente as culturas mais relevantes neste Aproveitamento

Hidroagrícola.

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

2004

2006

2008

Gráfico 22 - Áreas regadas

0

10

20

30

40

50

60

70

8090

100

19

74

1976

1978

198

0

198

2

19

84

19

86

19

88

1990

1992

199

4

199

6

19

98

20

00

20

02

2004

2006

200

8

Gráfico 23 - Áreas regadas em percentagem

Fotografia 12 - Melão

Fotografia 13 - Trigo

46 47

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 49: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.5 Conclusões

A análise gráfica mostra-nos que, apenas a partir da década de 90, a adesão ao regadio atinge números aceitáveis, a que não será indiferente a transferência da gestão do Aproveitamento para os agricultores (ABORO).

Os últimos anos são disso prova, como se vê no gráfico 23.O olival e o milho são actualmente as culturas mais relevantes neste Aproveitamento

Hidroagrícola.

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

2004

2006

2008

Gráfico 22 - Áreas regadas

0

10

20

30

40

50

60

70

8090

100

19

74

1976

1978

198

0

198

2

19

84

19

86

19

88

1990

1992

199

4

199

6

19

98

20

00

20

02

2004

2006

200

8

Gráfico 23 - Áreas regadas em percentagem

Fotografia 12 - Melão

Fotografia 13 - Trigo

46 47

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 50: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Fotografia 14 - Olival Fotografia 15 - Tomate

PERÍMETRO DE REGA DE ODIVELAS

V APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA DO MIRA

Capítulo 1

Caracterização Geral

Comece-se por dizer que este Aproveitamento Hidroagrícola, cuja área beneficiada de 12000 ha é a maior de todo o Alentejo, tem cerca de 1300 no concelho de Aljezur, Algarve.

A área beneficiada desenvolve-se na faixa costeira, entre Vila Nova de Milfontes (Odemira) e a povoação de Rogil (Aljezur).

A sua exploração iniciou-se em 1970, a cargo da Direcção Geral dos Serviços Hidráulicos e a gestão da obra passou apenas em 1991 para a Associação de Beneficiários do Mira.

A origem da água para rega é a albufeira de Santa Clara (ou Marcelo Caetano), localizada no troço do Rio Mira, a montante de Santa Clara-a-Velha.

Esta albufeira tem as seguintes capacidades:

Esta albufeira fornece água também para abastecimento às populações e à indústria.Este Aproveitamento tem uma Central Hidroeléctrica, a Central Hidroeléctrica de Bugalheira,

localizada entre dois reservatórios existentes (Odeceixe e Milfontes).Fica a referência à pequena barragem de Corte Brique que beneficia 80 ha, sendo marginal

neste Aproveitamento.

Capacidade total Capacidade útil Capacidade morta

485 x 10 6 m3 240 x 10 6 m3 245 x 10 6 m3

48 49

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 51: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Fotografia 14 - Olival Fotografia 15 - Tomate

PERÍMETRO DE REGA DE ODIVELAS

V APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA DO MIRA

Capítulo 1

Caracterização Geral

Comece-se por dizer que este Aproveitamento Hidroagrícola, cuja área beneficiada de 12000 ha é a maior de todo o Alentejo, tem cerca de 1300 no concelho de Aljezur, Algarve.

A área beneficiada desenvolve-se na faixa costeira, entre Vila Nova de Milfontes (Odemira) e a povoação de Rogil (Aljezur).

A sua exploração iniciou-se em 1970, a cargo da Direcção Geral dos Serviços Hidráulicos e a gestão da obra passou apenas em 1991 para a Associação de Beneficiários do Mira.

A origem da água para rega é a albufeira de Santa Clara (ou Marcelo Caetano), localizada no troço do Rio Mira, a montante de Santa Clara-a-Velha.

Esta albufeira tem as seguintes capacidades:

Esta albufeira fornece água também para abastecimento às populações e à indústria.Este Aproveitamento tem uma Central Hidroeléctrica, a Central Hidroeléctrica de Bugalheira,

localizada entre dois reservatórios existentes (Odeceixe e Milfontes).Fica a referência à pequena barragem de Corte Brique que beneficia 80 ha, sendo marginal

neste Aproveitamento.

Capacidade total Capacidade útil Capacidade morta

485 x 10 6 m3 240 x 10 6 m3 245 x 10 6 m3

48 49

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 52: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Capítulo 2

2.1

Ocupação Cultural: evolução das áreas regadas

A década de 70 do século XX

A principal cultura nesta década é o milho, seguida pelo arroz.No final da década surgem com grande significado as forragens, que aliás se vão manter em

crescimento nas décadas seguintes.Tal facto deve-se à produção de bovinos da raça “limousine”, que têm aqui o seu território de

eleição em Portugal.O peso das “Outras Culturas” é sempre grande neste Aproveitamento, não só devido à sua

grandeza (12000 ha), mas também porque as condições são muito boas para o cultivo (batata branca e batata doce, hortícolas várias, etc.).

A referência ao amendoim justifica-se por ser exclusivamente cultivado na parte algarvia do Aproveitamento.

O milho e o arroz representam 69 % da área cultivada no Aproveitamento. O tomate, não tendo a importância que apresenta noutros Aproveitamentos já estudados, nomeadamente na década de arranque, representa ainda assim 7 %.

ÁREA BENEFICIADA (ha) 12000

CULTURA (ha) TOTAL (ha) %

ANO ARROZ TOMATE AMENDOIM MILHO FORRAGENS OUTRAS

1970 667,0 209,0 0 736,0 0 209,0 1821 15 1971 1287,0 104,0 0 986,0 0 610,0 2987 25 1972 1459,0 147,0 0 1236,0 0 701,0 3543 30 1973 996,0 164,0 0 1220,0 0 641,0 3021 25 1974 813,0 149,0 0 1246,0 0 508,0 2716 23 1975 747,0 416,0 65,0 1724,0 0 469,0 3421 29 1976 640,0 238,0 88,0 1928,0 0 571,0 3465 29 1977 540,0 267,0 101,0 1754,0 0 890,0 3552 30 1978 523,0 209,0 123,0 1734,0 0 963,0 3552 30 1979 415,0 290,0 211,0 1257,0 537,0 641,0 3351 28

MÉDIA 3143 26

Quadro 16 - Culturas Anuais.

Gráfico 24 - Culturas Anuais em percentagem

2.2 A década de 80 do século XX

Mantém-se o milho como principal cultura, mas agora já com as “Forragens” em claro crescimento e importância.

Mantém-se o peso das “outras culturas”, diminui o peso do arroz.O amendoim tem aqui a sua melhor década e individualizámos a cultura do Feijão não só pela

área média ocupada na década, mas também para sinalizar a extrema variedade cultural deste Aproveitamento.

O milho e as forragens abrangem 63 % de ocupação cultural, chegando aos 75 % com as outras culturas.

ÁREA BENEFICIADA (ha) 12000

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO FORRAGENS FEIJÃO AMENDOIM OUTRAS 1980 538,0 186,0 1269,0 705,0 77,0 210 435,0 3420 29 1981 433,0 93,0 1332,0 1498,0 120,0 257 424,0 4157 35 1982 652,0 197,0 1445,0 1551,0 149,0 329 509,0 4832 40 1983 546 272,0 1889,0 1767,0 163,0 480 538,0 5655 47 1984 525,0 236,0 2068,0 1111,0 131,0 773 520,0 5364 45 1985 458,0 163,0 2152,0 1087,0 120,0 808 526,0 5314 44 1986 598,0 114,0 2101,0 1021,0 101,0 595,0 603,0 5133 43 1987 452,0 0 1590,0 848,0 99,0 537,0 560,0 4086 34 1988 500,0 0 2085,0 832,0 115,0 200,0 883,0 4615 38 1989 532,0 85,0 2396,0 935,0 89,0 229,0 953,0 5219 43 MÉDIA 4780 40

Quadro 17 - Culturas Anuais.

Gráfico 25 - Culturas Anuais em percentagem

50 51

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 53: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Capítulo 2

2.1

Ocupação Cultural: evolução das áreas regadas

A década de 70 do século XX

A principal cultura nesta década é o milho, seguida pelo arroz.No final da década surgem com grande significado as forragens, que aliás se vão manter em

crescimento nas décadas seguintes.Tal facto deve-se à produção de bovinos da raça “limousine”, que têm aqui o seu território de

eleição em Portugal.O peso das “Outras Culturas” é sempre grande neste Aproveitamento, não só devido à sua

grandeza (12000 ha), mas também porque as condições são muito boas para o cultivo (batata branca e batata doce, hortícolas várias, etc.).

A referência ao amendoim justifica-se por ser exclusivamente cultivado na parte algarvia do Aproveitamento.

O milho e o arroz representam 69 % da área cultivada no Aproveitamento. O tomate, não tendo a importância que apresenta noutros Aproveitamentos já estudados, nomeadamente na década de arranque, representa ainda assim 7 %.

ÁREA BENEFICIADA (ha) 12000

CULTURA (ha) TOTAL (ha) %

ANO ARROZ TOMATE AMENDOIM MILHO FORRAGENS OUTRAS

1970 667,0 209,0 0 736,0 0 209,0 1821 15 1971 1287,0 104,0 0 986,0 0 610,0 2987 25 1972 1459,0 147,0 0 1236,0 0 701,0 3543 30 1973 996,0 164,0 0 1220,0 0 641,0 3021 25 1974 813,0 149,0 0 1246,0 0 508,0 2716 23 1975 747,0 416,0 65,0 1724,0 0 469,0 3421 29 1976 640,0 238,0 88,0 1928,0 0 571,0 3465 29 1977 540,0 267,0 101,0 1754,0 0 890,0 3552 30 1978 523,0 209,0 123,0 1734,0 0 963,0 3552 30 1979 415,0 290,0 211,0 1257,0 537,0 641,0 3351 28

MÉDIA 3143 26

Quadro 16 - Culturas Anuais.

Gráfico 24 - Culturas Anuais em percentagem

2.2 A década de 80 do século XX

Mantém-se o milho como principal cultura, mas agora já com as “Forragens” em claro crescimento e importância.

Mantém-se o peso das “outras culturas”, diminui o peso do arroz.O amendoim tem aqui a sua melhor década e individualizámos a cultura do Feijão não só pela

área média ocupada na década, mas também para sinalizar a extrema variedade cultural deste Aproveitamento.

O milho e as forragens abrangem 63 % de ocupação cultural, chegando aos 75 % com as outras culturas.

ÁREA BENEFICIADA (ha) 12000

CULTURA (ha) TOTAL

(ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO FORRAGENS FEIJÃO AMENDOIM OUTRAS 1980 538,0 186,0 1269,0 705,0 77,0 210 435,0 3420 29 1981 433,0 93,0 1332,0 1498,0 120,0 257 424,0 4157 35 1982 652,0 197,0 1445,0 1551,0 149,0 329 509,0 4832 40 1983 546 272,0 1889,0 1767,0 163,0 480 538,0 5655 47 1984 525,0 236,0 2068,0 1111,0 131,0 773 520,0 5364 45 1985 458,0 163,0 2152,0 1087,0 120,0 808 526,0 5314 44 1986 598,0 114,0 2101,0 1021,0 101,0 595,0 603,0 5133 43 1987 452,0 0 1590,0 848,0 99,0 537,0 560,0 4086 34 1988 500,0 0 2085,0 832,0 115,0 200,0 883,0 4615 38 1989 532,0 85,0 2396,0 935,0 89,0 229,0 953,0 5219 43 MÉDIA 4780 40

Quadro 17 - Culturas Anuais.

Gráfico 25 - Culturas Anuais em percentagem

50 51

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 54: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.3 A década de 90 do século XX

É nesta década que a Associação inicia a gestão do perímetro de rega.

São as “outras culturas” a maioria de área ocupada.Aqui se incluem culturas tão variadas como “Floricultura”, Hortícolas Variadas, Pomares, etc.,

dando um sinal claro do quanto este Aproveitamento é diferente dos restantes, não só pela dimensão, mas também pela variedade.

Nas culturas individualizadas os destaques continuam a ser o milho e as forragens. O arroz torna-se praticamente marginal, excepção ao ano de 1997. O amendoim desaparece, bem como o tomate.

As hortícolas sinalizadas não significa que nos restantes anos não existam; antes pelo contrário, estão em “outras culturas”.

Mesmo nos 3 anos sinalizados é possível que em “outras culturas” continuem a estar incluídas culturas hortícolas.

Outras culturas, milho e forragens abrangem 85 % das áreas ocupadas deste Aproveitamento.Duas notas ainda: a primeira para referir que no ano de 1998 a Associação não disponibilizou a

ocupação cultural final. Foi feito um cálculo (utilizado pela Associação) de 80 % sobre as áreas inscritas. A segunda nota para referir que é nesta década, a p a r t i r d e 1 9 9 6 , q u e se ultrapassam os 50 % de rega da área beneficiada.

ÁREA BENEFICIADA (ha) 12000

CULTURA (ha) TOTAL (ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO FORRAGENS HORTÍCOLAS OUTRAS 1990 461,0 91,0 1744,0 1144,0 1425,0 4865 41 1991 326,0 233,0 1546,0 1211,0 2168,0 5484 46 1992 400,0 130,0 1378,0 1305,0 2129,0 5342 45 1993 243,0 0 976,0 875,0 2428,0 4522 38 1994 231,0 7,0 843,0 857,0 2831,0 4769 40 1995 231,0 17,0 1059,0 782,0 381,0 2946,0 5416 45 1996 244,0 0 2007,0 1820,0 2286,0 6357 53 1997 2186,0 159,0 195,0 1276,0 512,0 2665,0 6993 58 1998 148,2 23,2 2428,6 1263,0 3346,0 7209 60 1999 136,0 0 2749,0 1488,0 315,0 3036,0 7724 64 MÉDIA 5868 49

2.4 A primeira década do século XXI

A diversidade cultural é de tal grandeza que não é fácil sistematizar num quadro o panorama deste Aproveitamento.

Correndo o risco de alguma imprecisão, sem afectar as áreas regadas totais das principais culturas, mostramos separadamente as hortícolas, o morango, a relva e a floricultura, em lugar de as incluir em outras culturas, dada a relevância económica que têm neste Aproveitamento, sendo grande parte das produções destinadas ao mercado externo.

Mantém-se o predomínio do milho e das forragens, bem como das outras culturas, em linha com o que dissemos anteriormente.

Apesar da diversidade cultural presente neste Aproveitamento, as culturas milho e forragens representam 59 %.

Quadro 18 - Culturas Anuais.

Gráfico 26 - Culturas Anuais em percentagem

ÁREA BENEFICIADA (ha) 12000

CULTURA (ha) TOTAL (ha) % ANO FORRAGENS HORTÍCOLAS MILHO MORANGO RELVA PROTEAS FLORICULTURA OUTRAS 2000 1477,0 388,0 2519,0 103,0 0,0 0 96,0 2457,0 7040 59 2001 1627,0 268,0 2740,0 130,0 0,0 0 156,0 2185,0 7106 59 2002 1658,0 94,0 2959,0 126,0 105,0 0 189,0 2284,0 7415 62 2003 2008,0 564,0 2825,0 110,0 111,0 0 220,0 1955,0 7793 65 2004 1828,0 326,0 3151,0 112,0 122,0 0 199,0 1529,0 7267 61 2005 2269,0 105,0 2718,0 161,0 166,0 0 21,0 2050,0 7490 62 2006 1912,0 324,0 2022,0 84,0 111,0 42,0 69,0 1462,0 6026 50 2007 1895,0 88,0 1944,0 93,0 100,0 49,0 0,0 1963,0 6132 51 2008 1717,0 107,0 1900,0 90,0 159,0 65,0 0,0 1982,0 6020 50 2009 1010,0 452,0 1422,0 137,0 208,0 97,0 49,0 2963,0 6338 53 M 6863 57

Quadro 19 - Culturas Anuais.

Gráfico 27 - Culturas Anuais em percentagem

52 53

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 55: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.3 A década de 90 do século XX

É nesta década que a Associação inicia a gestão do perímetro de rega.

São as “outras culturas” a maioria de área ocupada.Aqui se incluem culturas tão variadas como “Floricultura”, Hortícolas Variadas, Pomares, etc.,

dando um sinal claro do quanto este Aproveitamento é diferente dos restantes, não só pela dimensão, mas também pela variedade.

Nas culturas individualizadas os destaques continuam a ser o milho e as forragens. O arroz torna-se praticamente marginal, excepção ao ano de 1997. O amendoim desaparece, bem como o tomate.

As hortícolas sinalizadas não significa que nos restantes anos não existam; antes pelo contrário, estão em “outras culturas”.

Mesmo nos 3 anos sinalizados é possível que em “outras culturas” continuem a estar incluídas culturas hortícolas.

Outras culturas, milho e forragens abrangem 85 % das áreas ocupadas deste Aproveitamento.Duas notas ainda: a primeira para referir que no ano de 1998 a Associação não disponibilizou a

ocupação cultural final. Foi feito um cálculo (utilizado pela Associação) de 80 % sobre as áreas inscritas. A segunda nota para referir que é nesta década, a p a r t i r d e 1 9 9 6 , q u e se ultrapassam os 50 % de rega da área beneficiada.

ÁREA BENEFICIADA (ha) 12000

CULTURA (ha) TOTAL (ha) %

ANO ARROZ TOMATE MILHO FORRAGENS HORTÍCOLAS OUTRAS 1990 461,0 91,0 1744,0 1144,0 1425,0 4865 41 1991 326,0 233,0 1546,0 1211,0 2168,0 5484 46 1992 400,0 130,0 1378,0 1305,0 2129,0 5342 45 1993 243,0 0 976,0 875,0 2428,0 4522 38 1994 231,0 7,0 843,0 857,0 2831,0 4769 40 1995 231,0 17,0 1059,0 782,0 381,0 2946,0 5416 45 1996 244,0 0 2007,0 1820,0 2286,0 6357 53 1997 2186,0 159,0 195,0 1276,0 512,0 2665,0 6993 58 1998 148,2 23,2 2428,6 1263,0 3346,0 7209 60 1999 136,0 0 2749,0 1488,0 315,0 3036,0 7724 64 MÉDIA 5868 49

2.4 A primeira década do século XXI

A diversidade cultural é de tal grandeza que não é fácil sistematizar num quadro o panorama deste Aproveitamento.

Correndo o risco de alguma imprecisão, sem afectar as áreas regadas totais das principais culturas, mostramos separadamente as hortícolas, o morango, a relva e a floricultura, em lugar de as incluir em outras culturas, dada a relevância económica que têm neste Aproveitamento, sendo grande parte das produções destinadas ao mercado externo.

Mantém-se o predomínio do milho e das forragens, bem como das outras culturas, em linha com o que dissemos anteriormente.

Apesar da diversidade cultural presente neste Aproveitamento, as culturas milho e forragens representam 59 %.

Quadro 18 - Culturas Anuais.

Gráfico 26 - Culturas Anuais em percentagem

ÁREA BENEFICIADA (ha) 12000

CULTURA (ha) TOTAL (ha) % ANO FORRAGENS HORTÍCOLAS MILHO MORANGO RELVA PROTEAS FLORICULTURA OUTRAS 2000 1477,0 388,0 2519,0 103,0 0,0 0 96,0 2457,0 7040 59 2001 1627,0 268,0 2740,0 130,0 0,0 0 156,0 2185,0 7106 59 2002 1658,0 94,0 2959,0 126,0 105,0 0 189,0 2284,0 7415 62 2003 2008,0 564,0 2825,0 110,0 111,0 0 220,0 1955,0 7793 65 2004 1828,0 326,0 3151,0 112,0 122,0 0 199,0 1529,0 7267 61 2005 2269,0 105,0 2718,0 161,0 166,0 0 21,0 2050,0 7490 62 2006 1912,0 324,0 2022,0 84,0 111,0 42,0 69,0 1462,0 6026 50 2007 1895,0 88,0 1944,0 93,0 100,0 49,0 0,0 1963,0 6132 51 2008 1717,0 107,0 1900,0 90,0 159,0 65,0 0,0 1982,0 6020 50 2009 1010,0 452,0 1422,0 137,0 208,0 97,0 49,0 2963,0 6338 53 M 6863 57

Quadro 19 - Culturas Anuais.

Gráfico 27 - Culturas Anuais em percentagem

52 53

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 56: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.5 Conclusões

Estes gráficos sugerem-nos que, apenas a partir de meados da década de 90 do século passado, se alcançam os 50 % de área beneficiada regada, e os 60 % apenas são atingidos de forma consistente já no século XXI. Só em 1998 se ultrapassam os 7000 ha regados.

Também aqui o atraso na gestão do Aproveitamento pelos agricultores para isto contribuiu.Dadas as características da barragem e albufeira de Santa Clara e à sua elevada capacidade

de armazenamento, neste Aproveitamento não são sentidos, como nos restantes, os efeitos dos anos hidrológicos secos.

0100020003000400050006000700080009000

1970

1972

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

2004

2006

2008

TOTAL ABSOLUTO (ha)

Ano

Gráfico 28 - Áreas regadas

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

19

70

19

72

19

74

19

76

19

78

19

80

19

82

19

84

19

86

19

88

19

90

19

92

19

94

19

96

19

98

20

00

20

02

20

04

20

06

20

08

Gráfico 29 - Áreas regadas em percentagem

O milho e as forragens são as culturas dominantes, mas a já referida variedade cultural e o facto de se dirigirem quase totalmente para o mercado externo (caso, por exemplo, da relva e das proteas), faz deste Aproveitamento Hidroagrícola um caso único no panorama dos regadios do Baixo Alentejo.

Fotografia 16 - Barragem de Santa Clara

Fotografia 17 - Gado Limousine

54 55

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 57: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

2.5 Conclusões

Estes gráficos sugerem-nos que, apenas a partir de meados da década de 90 do século passado, se alcançam os 50 % de área beneficiada regada, e os 60 % apenas são atingidos de forma consistente já no século XXI. Só em 1998 se ultrapassam os 7000 ha regados.

Também aqui o atraso na gestão do Aproveitamento pelos agricultores para isto contribuiu.Dadas as características da barragem e albufeira de Santa Clara e à sua elevada capacidade

de armazenamento, neste Aproveitamento não são sentidos, como nos restantes, os efeitos dos anos hidrológicos secos.

0100020003000400050006000700080009000

1970

1972

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

2004

2006

2008

TOTAL ABSOLUTO (ha)

Ano

Gráfico 28 - Áreas regadas

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

19

70

19

72

19

74

19

76

19

78

19

80

19

82

19

84

19

86

19

88

19

90

19

92

19

94

19

96

19

98

20

00

20

02

20

04

20

06

20

08

Gráfico 29 - Áreas regadas em percentagem

O milho e as forragens são as culturas dominantes, mas a já referida variedade cultural e o facto de se dirigirem quase totalmente para o mercado externo (caso, por exemplo, da relva e das proteas), faz deste Aproveitamento Hidroagrícola um caso único no panorama dos regadios do Baixo Alentejo.

Fotografia 16 - Barragem de Santa Clara

Fotografia 17 - Gado Limousine

54 55

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 58: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Fotografia 18 - Gado Limousine

Fotografia 19 - Milho

Fotografia 20 - Proteas

PERÍMETRO DE REGA DO MIRA

Fotografia 21 - Relva

56 57

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 59: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Fotografia 18 - Gado Limousine

Fotografia 19 - Milho

Fotografia 20 - Proteas

PERÍMETRO DE REGA DO MIRA

Fotografia 21 - Relva

56 57

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 60: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

CONCLUSÕES FINAIS

Foram analisados, com a profundidade e o rigor necessários e possíveis, 40 anos dos Aproveitamentos Hidroagrícolas do Baixo Alentejo, nas suas valências, em apreço ao longo deste trabalho.

É, pois, o momento de retirar conclusões.

0100020003000400050006000700080009000

1969

1973

1977

1981

1985

1989

1993

1997

2001

2005

2009

ANO

ÁR

EA

RE

GA

DA

(ha) ARBCAS

ABORO

ABM

ABR

ABVS

Gráfico 30 - Valores globais (absolutos)

35

15

2631

61

45

25

40

25

0

65

4549 49

86

76

5357

53

91

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

ARBCAS ABORO ABM ABR ABVS

70

80

90

0

Gráfico 31 - Valores globais (percentuais)

59

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 61: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

CONCLUSÕES FINAIS

Foram analisados, com a profundidade e o rigor necessários e possíveis, 40 anos dos Aproveitamentos Hidroagrícolas do Baixo Alentejo, nas suas valências, em apreço ao longo deste trabalho.

É, pois, o momento de retirar conclusões.

0100020003000400050006000700080009000

1969

1973

1977

1981

1985

1989

1993

1997

2001

2005

2009

ANO

ÁR

EA

RE

GA

DA

(ha) ARBCAS

ABORO

ABM

ABR

ABVS

Gráfico 30 - Valores globais (absolutos)

35

15

2631

61

45

25

40

25

0

65

4549 49

86

76

5357

53

91

0

10

20

30

40

50

60

70

80

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ARBCAS ABORO ABM ABR ABVS

70

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90

0

Gráfico 31 - Valores globais (percentuais)

59

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 62: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Assim:

1. É falsa a ideia de que existe fraca utilização das áreas beneficiadas dos Aproveitamentos Hidroagrícolas. Antes de Alqueva, os anos hidrológicos são muitas vezes decisivos no sucesso ou insucesso do regadio, mas de uma maneira geral todos eles apresentaram avanços significativos na última década;

2. O Aproveitamento Hidroagrícola do Mira é o que maior diversidade cultural apresenta e, dada a sua dimensão, o que mais área rega, acima dos 7000 ha;

3. O Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sado apresenta, desde sempre, a maior adesão ao regadio, de todos os perímetros de rega estudados;

4. O arroz tem elevado significado no Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sado e no de Campilhas. Perdeu importância ou desapareceu completamente em todos os outros;

5. O olival está a tornar-se a cultura dominante nos Aproveitamentos Hidroagrícolas de Odivelas e Roxo, e também no Aproveitamento Hidroagrícola do Alto Sado dominado pela Barragem do Monte da Rocha;

6. O milho tem muitíssima importância em todos os Aproveitamentos Hidroagrícolas estudados, com excepção do Vale do Sado;

7. O tomate tem importância nos Aproveitamentos Hidroagrícolas do núcleo central (Roxo, Odivelas e Alto Sado) e desaparece ou é residual nos Aproveitamentos Hidroagrícolas dos extremos (Mira e Vale do Sado);

8. A cultura do melão tem um peso importante no Aproveitamento Hidroagrícola de Odivelas e na economia do pequeno agricultor;

9. As forragens apenas têm algum significado, e relevante, no Aproveitamento Hidroagrícola do Mira;

10. No último ano analisado foram regados mais de 25000 ha, no conjunto dos Aproveitamentos Hidroagrícolas estudados, representando 70 % do total de áreas beneficiadas. Contudo, 67 % desses 25000 ha são ocupados pelas 4 culturas dominantes: arroz, olival, milho e tomate.

BIBLIOGRAFIA

1. Rui Sanches e José Oliveira Pedro - Alqueva, Empreendimento de Fins Múltiplos EDIA, 2006;

2. Associação de Beneficiários do Vale do Sado - A Obra de Rega do Vale do Sado no Quadriénio 1955-1958;

3. Associação de Beneficiários do Vale do Sado - Relatórios Anuais;

4. Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado - Relatórios Anuais;

5. Associação de Beneficiários do Roxo - Relatórios Anuais;

6. Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas - Relatórios Anuais;

7. Associação de Beneficiários do Mira - Relatórios Anuais;

Nota - As fotografias que ilustram este trabalho foram gentilmente cedidas pelas Associações respectivas.

60 61

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 63: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Assim:

1. É falsa a ideia de que existe fraca utilização das áreas beneficiadas dos Aproveitamentos Hidroagrícolas. Antes de Alqueva, os anos hidrológicos são muitas vezes decisivos no sucesso ou insucesso do regadio, mas de uma maneira geral todos eles apresentaram avanços significativos na última década;

2. O Aproveitamento Hidroagrícola do Mira é o que maior diversidade cultural apresenta e, dada a sua dimensão, o que mais área rega, acima dos 7000 ha;

3. O Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sado apresenta, desde sempre, a maior adesão ao regadio, de todos os perímetros de rega estudados;

4. O arroz tem elevado significado no Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sado e no de Campilhas. Perdeu importância ou desapareceu completamente em todos os outros;

5. O olival está a tornar-se a cultura dominante nos Aproveitamentos Hidroagrícolas de Odivelas e Roxo, e também no Aproveitamento Hidroagrícola do Alto Sado dominado pela Barragem do Monte da Rocha;

6. O milho tem muitíssima importância em todos os Aproveitamentos Hidroagrícolas estudados, com excepção do Vale do Sado;

7. O tomate tem importância nos Aproveitamentos Hidroagrícolas do núcleo central (Roxo, Odivelas e Alto Sado) e desaparece ou é residual nos Aproveitamentos Hidroagrícolas dos extremos (Mira e Vale do Sado);

8. A cultura do melão tem um peso importante no Aproveitamento Hidroagrícola de Odivelas e na economia do pequeno agricultor;

9. As forragens apenas têm algum significado, e relevante, no Aproveitamento Hidroagrícola do Mira;

10. No último ano analisado foram regados mais de 25000 ha, no conjunto dos Aproveitamentos Hidroagrícolas estudados, representando 70 % do total de áreas beneficiadas. Contudo, 67 % desses 25000 ha são ocupados pelas 4 culturas dominantes: arroz, olival, milho e tomate.

BIBLIOGRAFIA

1. Rui Sanches e José Oliveira Pedro - Alqueva, Empreendimento de Fins Múltiplos EDIA, 2006;

2. Associação de Beneficiários do Vale do Sado - A Obra de Rega do Vale do Sado no Quadriénio 1955-1958;

3. Associação de Beneficiários do Vale do Sado - Relatórios Anuais;

4. Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado - Relatórios Anuais;

5. Associação de Beneficiários do Roxo - Relatórios Anuais;

6. Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas - Relatórios Anuais;

7. Associação de Beneficiários do Mira - Relatórios Anuais;

Nota - As fotografias que ilustram este trabalho foram gentilmente cedidas pelas Associações respectivas.

60 61

Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo Os Aproveitamentos Hidroagrícolas no Baixo Alentejo

Page 64: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO
Page 65: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO
Page 66: OS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLASNO BAIXO ALENTEJO

Barragem do Pego do Altar

Barragem de Campilhas

Barragem de Santa Clara