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Material de distribuição exclusiva à classe médica CASOS CLÍNICOS COM O USO DE OXCARBAZEPINA E RISPERIDONA NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR Dra. Aline Valente Chaves OS 6460 Bipolaridade.indd 1 14/5/2008 10:34:30

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Casos ClíniCos Com o uso de oxCarbazepina e risperidona

no TraTamenTo do TransTorno afeTivo bipolar

Dra. Aline Valente Chaves

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É uma doença comum e crônica, caracterizada por episódios de mania ou hi-pomania alternando concomitantemente com episódios de depressão. Pode também ser referida como depressão maníaca, transtorno afetivo bipolar (TAB) ou espectro bipolar.

Não existe um exame para fazer o diagnóstico, sendo este feito com base na avaliação clínica. Com o advento dos critérios operacionais e de entrevis-tas estruturadas e semi-estruturadas, a confiabilidade do diagnóstico melho-rou muito.

Há duas classificações diagnósticas principais que definem o TAB:1. Classificação de Doenças da Organização Mundial da Saúde (10ª

Edição; CiD-10)1 – Define o TAB como múltiplos episódios de mania/hipomania, ou ambos, depressão e mania/hipomania, especificando a natureza do episódio atual, como: • hipomania;• maniacomesemsintomaspsicóticos;• estadomisto;• episódiodepressivo.

2. Manual Diagnóstico e Estatístico para Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (4ª Edição; DSM-iV-TR)2 – Define a doença como a ocorrência de um simples período de elevação do humor não atribuída ao uso de substâncias ou a uma condição médica geral. Esta inclui 4 categorias no espectro bipolar:• TABtipoI:aomenosumepisódiomaníacooumisto;o transtorno

depressivo maior (TDM) não é necessário;• TABtipoII:aomenosumepisódiohipomaníacoedepressivomaior,

sem episódios maníacos ou mistos;• Ciclotimia: presença de numerosos períodos com sintomas hipo­

maníacos e numerosos períodos com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para um episódio de pres sivo maior por 2 anos pelo menos;

Dra. Aline Valente ChavesMédica colaboradora e supervisora

do Ambulatório do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas do Instituto de

Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade

de São Paulo (Gruda-IPq-HC-FMUSP).

Transtorno Afetivo Bipolar

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• TAB sem outra especificação: presença de sin­tomas maníacos que não preenchem cri té rios para TAB i, TAB ii ou ciclotimia, não requerendo a presença de sintomas de pressivos.

Aqui, ilustraremos a fenomenologia dos transtornos do humor, que leva em conta apresentações do DSM-iV-TR e CiD-10, mas vai além de suas descrições conservativas, englobando o conhecimento acumulado em pesquisas clínico-epidemiológicas sistemáticas nos últimos anos e validando a existência de um espectro bipolar amplo3.

Evidências epidemiológicas sugerem que a pre-valência durante a vida do TAB tipo i está em tor-no de 1% (variação: 0,5% a 1,6%). As evidências da prevalência do TAB ii não estão bem estabe-lecidas, mas, usando uma definição conservado-ra, acredita-se que esteja em torno de 1,5% a 2,5%. A prevalência para todo o espectro bipolar estima-se que seja em torno de 4% a 12%5. Essa ampla variação reflete diferenças nos critérios diagnósticos assim como no diagnóstico errôneo inicial.

O TAB tipo i afeta homens e mulheres na mesma fre-qüência, e o TAB tipo ii ocorre mais em mulheres.

É uma patologia em que o primeiro episódio ocorre tipicamente na segunda ou terceira década de vida, com um pico de início entre 15 e 25 anos de idade. O início antes dos 15 anos tem sido pouco estudado, e a apre-sentação da doença nesse grupo de idade pode ser atípi-ca, confundindo com outros diagnósticos como o trans-torno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou transtorno de conduta6. Já é menos provável que o início do quadro em indivíduos com mais de 60 anos tenha base genética, havendo mais possibilidade de ter causa orgânica.

Evidências genéticas e epidemiológicas sugerem que o TAB tem um componente hereditário forte e que sua prevalência não possui muita relação com variações pessoais ou adversidades sociais7. Os familiares de pri-meiro grau de pacientes bipolares têm taxas de trans-tornos do humor (inclui TAB i, TAB ii e TDM) mais significativas que os familiares do grupo sem doença psiquiátrica6.

Os fatores de risco ambientais têm um importan-te impacto no início, no curso e na expressão do TAB. Numerosos estudos têm mostrado que eventos de vida negativos ou estressantes predispõem ao início do pri-

meiro episódio e recorrência destes. Outros fatores como a privação de sono, a quebra do ritmo de vida diário (por exemplo, horário das refeições, horário de deitar-se e acordar) e a ausência do suporte das relações interpesso-ais podem também influenciar no curso da doença3.

O TAB geralmente é uma doença de toda uma vida, com uma imensa variabilidade no curso. O pri-meiro episódio pode ser manía co, hipomaníaco, mis-to ou depressivo. Os homens têm uma possibilidade maior de abrir o quadro com o estado maniforme, mas ambos os sexos possuem igual chance de manifestar o episódio index com depressão6. Recentes estudos su-gerem que a po laridade do primeiro episódio possa prever a po laridade dos episódios subseqüentes, e essa predominância tem importantes implicações clínicas e terapêuticas8.

A maioria dos indivíduos, ao longo de sua vida, relatou menos mania do que depressão. A fase ma-níaca tende iniciar-se de forma abrupta e termi-nar entre 2 semanas e 5 meses (em média 4 meses). A depressão tende a ser mais longa (em média 6 meses), mas raramente se estende por mais que 1 ano e torna-se mais comum e duradoura após a meia-idade6. Estima-se que uma larga porcentagem de pacientes com transtorno bipolar gastará no míni-mo metade de suas vidas com algum grau de sintoma-tologia depressiva.

O National Institute of Mental Health Collaborati-ve Depression Study, nos Estados Unidos, acompanhou durante 15 anos pacientes bipolares e observou que a porcentagem de semanas que sujeitos com TAB i e ii vivenciaram depressão foi de 31% e 52%, respectiva-mente. Em contraste, relataram hipomania, mania ou estado misto em 10% e 1,6% de semanas, respectiva-mente. Além do mais, estados subsindrômicos foram 3 vezes mais comuns que episódios completos.

O TAB leva a conseqüências psicossociais signi-ficativas para o paciente, podendo ter impacto de-vastador em sua vida pessoal, ocupacional e familiar. O primeiro episódio, tipicamente, ocorre entre os 15 e 21 anos, um tempo associado com o desenvolvimento educacional, profissional e social.

Comparando com pessoas saudáveis, aqueles aco-metidos com essa doença têm 2 a 3 vezes mais chance de estarem divorciados, seu status profissional está 2 vezes mais deteriorado, possuem menos qualidade de vida, além de terem sido mais detidos, presos ou conde-

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Depressão Mania/HipoMania

sintoMas funDaMentais

↓ ENERGiA ↓ HUMOR/↓ MOTiVAÇÃO irritabilidade: tudo incomoda

↓ CAPACiDADE DE SENTiR PRAZER/ALEGRiA

↓ Vibração/brilho

↑ ENERGiA – ATiVAÇÃO HUMOR iRRiTÁVEL/EUFORiA (+ rara)

Agressividade/empolgação LABiLiDADE AFETiVA

↓ CAPACiDADE DE SENTiR AFETOS NEGATiVOS/ de ter empatia com sofrimento

Lentificação De processos psíquicos aceLeração De processos psíquicos

cognição e afetiviDaDe

RACiOCÍNiO lento ↓ atenção, ↓ concentração, ↓ memória

↓ capacidade de organização e planejamento ViÉS PARA BAiXO:

PENSAMENTOS E SENTiMENTOS NEGATiVOS Avaliação distorcida da vida: atual, passada e futura ↑↑ e exagero de preocupações: ficar “minhocando”;

justificar um sintoma depressivo com outro

RACiOCÍNiO acelerado, associação de idéias, sensação de que os outros são lentos

ATENÇÃO: foco se amplifica, muda rapidamente ↓ Concentração = DiSTRAÇÃO FÁCiL;

↑ ou ↓ memória ↑↑ mudanças súbitas: idéias, planos, interesses ViÉS PARA CiMA:

PENSAMENTOS E SENTiMENTOS POSiTiVOS sonhar acordado/devaneios

psicoMotriciDaDe

iSOLAMENTO/RETRAiMENTO SOCiAL FALTA DE iNiCiATiVA/+ PARADO

↓ iMPULSOS: apatia,

inibição, indecisão

↓ LiBiDO

+ FALANTE/FALAR RÁPiDO (difícil ouvir os outros) falar palavrões/brigar “pavio curto”, pressa

DESiNiBiÇÃO SOCiAL, impaciência, intromissão ↑ Impulsos:

ABUSO DE ÁLCOOL/DROGAS ↑ GASTOS/PRESENTES (dívidas)

↑ libido: discurso erotizado/comportamento sedutor/achar-se mais bonito, desejado/paixões súbitas, excitabilidade sexual aumentada

sintoMas físicos

DORES/SiNTOMAS FÍSiCOS DiVERSOS iNSÔNiA OU HiPERSONiA/TORPOR

↑ ou ↓ apetite/peso

↓ NECESSiDADE DE SONO/FALTA DE SONO ↓ Sensibilidade à dor

Cansaço por exaustão, ferimentos por acidentesSintomas psicóticos podem ocorrer mesmo em quadros menos graves: alucinações auditivas e visuais; forte desconfiança; ↑ ↑ religiosidade, esoterismo; ideação deliróide de cunho sexual, político, paranóide. Grandiosidade deliróide: descobertas milagrosas, pessoa famosa etc.Fonte: Moreno e Moreno, 2005(4)

nados por um crime. Reconhecendo esse impacto ne-gativo, a World Health Organization identificou o TAB como a sexta principal causa de deficiência funcional em todo o mundo.

O TAB está associado com alta taxa de comorbi-dade psiquiátrica. Na verdade, é incomum encontrar um paciente bipolar que não preencha critério para no mínimo outro transtorno do DSM-iV-TR: no EUA National Comorbidity Survey, a prevalência de transtorno do eixo i entre pacientes com bipolar i foi de 93%.

As mais freqüentes comorbidades psiquiátricas são transtorno de ansiedade, abuso e dependência de álcool/substâncias e transtorno de hiperatividade e déficit de atenção, com todas estas aumentando muito a vulnera-bilidade psicossocial do paciente. A comorbidade tanto do eixo i quanto ii está associada com início precoce da doença como piora de seu curso9.

Também há forte associação de TAB com pato-logias clínicas como obesidade (21% a 32%) e so-brepeso (58%), sendo decorrentes não só de trans-tornos alimentares, mas também de inatividade, hipotireoidismo subclínico e ganho de peso como

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efeito colateral de algumas drogas, principalmente antipsicóticos. Outras doenças como diabetes melito tipo 2, enxaqueca e doenças cardiovasculares ocor-rem mais nos portadores de TAB que na população em geral10.

Em razão da complexidade da doença bipolar e da variabilidade de características clínicas e de curso, não há um tratamento único ou uma combinação de tratamen-tos que funcione para todos os pacientes. Sua abordagem desafia até os médicos psiquiatras mais experientes.

Teoricamente os tratamentos que corrigem a fisio-patologia subjacente da mania e depressão melhora-riam todos os sinais e sintomas associados às mudanças patológicas do humor; entretanto, até o momento, não dispomos desses tratamentos. Por outro lado, há vários princípios gerais que auxiliam na abordagem da doença, no planejamento, no manejo clínico e no tratamento.

O foco da intervenção difere de acordo com a fase da doença e o estado de humor que prevalece. Na fase aguda, o objetivo é a estabilização do episódio em ativi-dade, com remissão completa, sendo esta definida como um completo retorno para seu nível basal de funciona-mento e ausência de sintoma. Na fase de manutenção, o tratamento visa evitar as recorrências das fases e, ao mesmo tempo, trabalhar com estratégias que maximi-zem o funcionamento do paciente e minimizem os sin-tomas resistentes e efeitos colaterais das medicações.

Diretrizes para o tratamento do TAB têm sido pro-duzidas para fornecer um guia estruturado das muitas opções terapêuticas existentes. Embora específicas para o tratamento do TAB tipo i, elas podem ser úteis como guias para o tratamento de todo o espectro bipolar. Assim, facilitam o trabalho do médico psiquiatra, organizando o conhecimento científico e a experiência clínica em reco-mendações seqüenciadas de tratamento11.

Uma das questões que envolve o tratamento des-sa patologia é que, enquanto um tratamento específico pode ser efetivo para o manejo de determinado conjunto de sintomas, pode não ser efetivo para outros conjuntos de sintomas. Então, o tratamento tem de ser feito separa-damente para cada tipo de episódio (mania, hipomania e depressão) e fase da doença (aguda e de manutenção).

Uma coleção de agentes farmacológicos é utilizada na fase aguda e de manutenção da doença, sendo esse uso fundamentado em evidências de estudos clínicos.

Alguns desses agentes são: lítio, anticonvulsivantes, an-tipsicóticos, antidepressivos e benzodiazepínicos.

A seguir, abordaremos com mais detalhes duas des-sas drogas:• Risperidona: é também efetiva. Há evidências

de possuir efeito antidepressivo quando usada em altas doses ou sem estabilizador de humor. Tem propriedades antimaníacas com doses baixas e em combinação com agentes estabilizadores. Essa medicação tem perfil de efeito colateral favorável.

• Oxcarbazepina: sua eficácia foi estabelecida a partir de estudos controlados na mania e alguns casos na profilaxia do TAB, sugerindo possível eficácia semelhante à da carbamazepina (CBZ)12. Está particularmente indicada em respondedores à car ba mazepina que tiveram a CBZ contra-indicada por rash cutâneo, pois a maioria deles tolerará a oxcarbazepina (OXC). Também pode ser usada em com binação com outras drogas de primeira linha na mania/hipomania como segunda linha de tratamento medicamentoso. Dado seu benigno perfil de efeito colateral, tem sido uma droga de grande interesse clínico, e alguns estudos abertos su gerem seu uso como adjuvante13.

PrognósticoUm tratamento efetivo para o transtorno afetivo bipo-lar permanece um grande desafio. Mesmo com a dis-ponibilidade do tratamento medicamentoso, muitos pacientes com essa enfermidade vivenciam freqüentes episódios de humor, sintomatologia residual significa-tiva assim como disfuncionabilidade. Estudos epide-miológicos mostram que 29% dos indivíduos com TAB tentam suicídio pelo menos uma vez na vida e em torno de 10% a 15% destes cometem suicídio.

Dadas as conseqüências negativas desta doença para o paciente assim como para familiares, amigos e para a sociedade, há a clara necessidade de uma ade-quada intervenção. Essa intervenção, quando precoce, tem um potencial para modificar o curso latente da doença, reduzindo sua morbidade e sua mortalidade (incluindo suicídio).

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Behavioral Disorders: Clinical Description and Diagnostic Guidelines (cddg-10). Geneva: WHO; 1993.

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10. Beyer J, Kuchibhatla M, Gersing K et al. Medical comorbity in a bipolar outpatient clinical population. Neuropsychopharmacol 2005; 30:401-4.

11. Fountoulakis KN, Vieta E, Sanchez-Moreno J, Kaprinis SG, Goikolea JM, Kaprininis GS. Treatment guidelines for bipolar disorder: a critical review. J Affect Disord 2005; 86:1-10.

12. Ghaemi SN, Ko JY, Katzow JJ. Oxcarbamazepine treatment of refrac-tory bipolar disorder: a retrospective chart review. Bipolar Disorder 2002; 4:70-4.

13. Benedetti A, Lattanzi L, Pini S et al. Oxcarbamazepine as add-on treat-ment in patients with bipolar manic, mixed or depressive episode. J Affect Disord 2004;79:273-7.

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Caso ClíniCocom o uso de risperidona

Transtorno afetivo bipolar fase atual mistaHistória pregressaIdentificação:CVA, 17 anos, sexo masculino, estudan-te, branco, solteiro, natural e procedente de São Paulo.

Paciente com história de ter sido na infância uma criança bem esperta, questionadora, inquieta, hiperati-va, com realização de várias atividades em seu tempo livre, pois jogava futebol, nadava, aprendia a jogar xa-drez, estudava línguas e em tudo isso se destacava como um dos melhores. Durante as aulas na escola, conversa-va bastante, mas mesmo assim tirava excelentes notas, sendo considerado um menino com Qi elevadíssimo, confirmado com testes.

Por vezes, os pais eram chamados à escola porque ele se envolvia em brigas com os colegas da mesma idade, que o respeitavam bastante. Era um líder nato, sempre o centro das atenções.

Aos 13 anos de idade, seu comportamento mudou e CVA passou a mostrar-se mais quieto, isolando-se das pessoas, e muito apegado à mãe, inclusive não dormin-do sozinho por medo. Seu sono era bem agitado e o paciente tinha o costume de ir para cama sempre muito tarde, não menos que 2 horas da manhã. Seu rendimen-to escolar caiu e aparentemente não existiam motivos para ele agir desse modo.

A família inicialmente acreditava que essa mudança devia-se à idade e por 2 anos o paciente manteve-se assim, com fases em que mostrava discreta melhora.

História atualPorém, aos 15 anos, começou a apresentar crises caracte-rizadas por palpitação no peito, sudorese, tontura, medo de que algo muito ruim pudesse lhe acontecer e muita ansiedade. Foi levado ao psicólogo que orientou psicote-rapia, ioga e o encaminhou para um médico homeopata, o qual lhe introduziu medicação. Sem melhora, associa-ram-se ao quadro tristeza, angústia, desânimo, muitos medos, choro fácil, compulsão alimentar (ganhou 15 kg num período de 6 meses), sintomas obsessivo-compulsi-vos como lavar as mãos e cuspir inúmeras vezes ao dia, pois tinha receio de contaminar-se. Além desses sinto-mas, apresentava muita dificuldade no colégio.

Hipótese diagnóstica inicialAos 16 anos, o paciente foi levado a um psiquiatra que levantou a hipótese de depressão com sintomas ansiosos.

Conduta terapêutica inicialForam introduzidos, à noite, fluvoxamina, 50 mg, e clonazepam, 1 mg. Com esse tratamento, após 2 se-manas, o paciente começou a sentir-se mais dispos-to, sem tristeza, voltou a conversar mais e apresentou diminuição das compulsões. Aumentou-se, então, a dose para 100 mg do antidepressivo e manteve-se o benzodiazepínico. O paciente apresentou-se no mês seguinte muito falante, com postura arrogante, irri-tado, bem inquieto, negando sintomas depressivos, com persistência dos sintomas ansiosos, até mesmo tendo piora. O médico resolveu aumentar a dose da fluvoxamina para 150 mg e introduzir ácido valpróico, 750 mg/dia. inicialmente parecia que o quadro es-tava igual, mas com o passar dos dias houve piora. A mãe, em desespero, levou-o em outro psiquiatra, para o qual relatou que o filho apresentava-se agita-do, explosivo, brigando muito com as irmãs, chegando até mesmo a agredi-las. Dormia apenas 3 horas por noite mesmo com a medicação, e algumas vezes ma-nifestava muita tristeza, e outras, muita ira, com choro, pensamentos rápidos e com conteúdo obsessivo. Falava muito e com muita rapidez e possuía comportamento hiper-sexualizado (discurso erotizado e masturbação explícita). Começou a consumir álcool abusivamente, pois isso, segundo ele, acalmava-o. Além disso, apre-sentava comportamento autolesivo (batia a cabeça na parede, cutucava a pele, mordia-se) e possuía pensa-mentos de morte (pensou em se jogar do décimo andar diversas vezes).

Investigação diagnósticaAo exame, CVA mostrava-se desalinhado, bem inquieto, ansioso, com atenção espontânea aumentada, lábil, com pressão no falar e discurso com conteúdo negativista e obsessivo, achando que a morte era a solução, sem alte-ração de sensopercepção e crítica presente. A hipótese le-vantada foi de transtorno afetivo bipolar fase atual mista.

Conduta terapêutica atualOrientaram-se a suspensão da fluvoxamina e o au-mento do clonazepam para 4 mg/dia e do ácido

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valpróico para 1,0 g/dia e introduziu-se a risperido-na na dose de 2 mg/dia. Também foram solicitados, além de vigilância constante, exames laboratoriais de controle.

Após 1 semana, o paciente estava sentindo-se me-lhor e conseguindo dormir e não estava mais se machu-cando e pensando em morte. Queixou-se de cefaléia inicial e cansaço pelo corpo. Na segunda semana, apre-sentou melhora significativa que, segundo o paciente, foi em torno de 80%. Otimizou-se a dose do ácido val-próico para 1.250 mg/dia e, de acordo com os exames, diminuiu-se o clonazepam para 2 mg/dia e manteve-se a risperidona. Também foi orientado a fazer terapia

cognitivo-comportamental. Num período de 1 mês e meio, o paciente estava assintomático.

ConclusãoHá vários estudos que mostram efetividade da risperido-na na mania aguda, enquanto no estado misto os estudos ainda são escassos, não sendo possível afirmar se a me-lhora se deve à risperidona ou às medicações associadas.

A Associação Americana de Psiquiatria recomenda, como tratamento de primeira linha na mania severa, o uso do lítio ou do valproato associado a um antipsicótico. O caso acima ilustra a melhora do paciente quando essa medicação foi administrada.

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Caso ClíniCocom o uso de oxcarbazepina

Transtorno afetivo bipolar episódio atual hipomaníaco

História pregressaIdentificação: CHC, 37 anos, casado, empresário, ca-tólico, natural de Salvador, procedente de São Paulo.

Paciente conta que há cerca de 2 anos começou a apresentar um quadro de dores abdominais associado a alterações do hábito intestinal. Na época, procurou gastroenterologista, que lhe receitou medicações sinto-máticas e solicitou uma bateria de exames, os quais não apresentaram alterações. Entretanto, as dores persistiam e ainda associaram-se também dores de cabeça e mus-culares em membros. O paciente ficava cada vez mais preocupado por achar que estava piorando e pelo fato de não se descobrir nada em seus exames, exceto uma hi-pertrigliceridemia leve, para a qual foram recomendadas apenas dieta e atividade física. Também tinha muita difi-culdade para dormir, mas suspeitava que era por conta de todas essas preocupações.

História atualHá 1 ano, procurou psiquiatra e relatou a este ainda muita irritabilidade, pavio curto, inquietação a ponto de não conseguir assistir a um filme até o final. Tinha bri-gas freqüentes com a esposa e os filhos, hiperatividade, era compulsivo por trabalho e queria fazer e resolver muitas coisas ao mesmo tempo. Sentia-se muito “ener-gizado”, impulsivo, chegando a tomar decisões com conseqüente prejuízo.

Conduta terapêutica inicialAcredita que seu comportamento mudou após sofrer uma grande decepção com um de seus sócios, pois sempre fora mais tranqüilo, tendo como única alteração que se lembra uma depressão após a perda de um irmão

mais velho, a qual foi tratada com fluoxetina, 20 mg/dia, apresentando melhora.

Nega uso de álcool e drogas ou de medicação. Não possui patologias clínicas e desconhece problemas psi-quiátricos em sua família. Entretanto, tem uma tia que toma remédio para os “nervos”.

Investigação diagnósticaAo exame, mostrava-se com bom contato, ansioso, com mo-mentos demonstrando irritabilidade, falando alto e rápido, com pensamento organizado, inquietação, crítica presente e atenção espontânea aumentada.

Conduta terapêutica atualRecebeu o diagnóstico de transtorno afetivo bipolar, episódio atual hipomaníaco e foi introduzida oxcarba-zepina (OXC), 600 mg/dia, associada a clonazepam, 2 mg/dia, assim como solicitada uma série de exames. Em 15 dias, retornou relatando boa melhora de seu quadro, queixando-se de sonolência com progressiva melhora após a primeira semana, além de manutenção de alguns sintomas como irritabilidade e inquietação. Suspendeu-se o benzodiazepínico e aumentou-se a dose da OXC para 900 mg/dia. Nas consultas subseqüentes, esta medicação alcançou a dose de 1.200 mg/dia, perío-do em que o paciente não referia mais queixas.

ConclusãoEmbora existam poucos estudos controlados com a oxcarbazepina, sugere-se que ela apresente a mesma eficácia da carbamazepina e com menor potencial de interação medicamentosa. Em vários estudos controla-dos com esta última droga, o efeito antimaníaco foi ob-servado após uma a duas semanas. Outros estudos, sem controle, sugerem o papel dessa medicação em ciclagem rápida e estados mistos, mas ainda requerem confirma-ção. No caso clínico abordado, mostra-se uma resposta antimaníaca com o uso da oxcarbazepina.

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OLEPTAL (oxcarbazepina). Registro MS nº 1.0525.0027. Uso Adulto. Composição e Apresentações: Oleptal 300: cada comprimido revestido contém 300 mg de oxcarbazepina; Oleptal 600: cada comprimido revestido contém 600 mg de oxcarbazepina. Embalagens contendo 30 comprimidos. Indicações: tratamento de crises parciais (envolvendo os subtipos simples, complexas e crises parciais evoluindo para crises com generalização secundária) e crises tônico-clônicas generalizadas. Droga anti-epiléptica de 1ª linha como monoterapia ou terapia adjuvante. Oleptal pode substituir outras drogas anti-epilépticas quando o tratamento usado não for suficiente para o controle da crise. Contra-indicações: não deve ser usado em pacientes com conhecida hipersensibilidade à oxcarbazepina ou a qualquer componente da formulação. Precauções e Advertências: pacientes que tiveram reações de hipersensibilidade à carbamazepina devem ser informados que podem apresentar reações de hipersensibilidade com Oleptal. Se ocorrerem sinais e sintomas sugestivos destas reações, o tratamento deve ser imediatamente descontinuado. Têm sido observados níveis séricos de sódio abaixo de 125 mmol/L, os quais devem ser medidos antes do início e durante o tratamento em pacientes com patologias renais preexistentes associadas a baixos níveis de sódio ou em pacientes tratados com drogas depletoras de sódio. Estas precauções devem ser especialmente aplicadas em pacientes idosos. Em caso de retenção de líquidos ou piora da condição cardíaca, o nível sérico de sódio deve ser avaliado. Se for observado hiponatremia, a restrição de água é uma medida importante. Pacientes com distúrbios preexistentes de condução devem ser cuidadosamente acompanhados. Oleptal pode tornar os contraceptivos hormonais menos efetivos, recomendando-se o uso de métodos contraceptivos adicionais. Uso de álcool em combinação ao Oleptal, pode ocasionar efeito sedativo aditivo. Oleptal deve ser descontinuado gradualmente para minimizar o potencial aumento na freqüência das crises. Gravidez e lactação: a oxcarbazepina pode causar graves defeitos natais (p.ex, fenda palatina) quando administrada durante a gestação. Se ocorrer gravidez durante o tratamento com Oleptal ou se houver necessidade de se iniciar o tratamento com Oleptal durante a gravidez, o benefício potencial do fármaco deve ser cuidadosamente avaliado contra seus riscos potenciais de malformações fetais. Estes cuidados são particularmente importantes durante os 3 primeiros meses de gravidez. Em mulheres em idade fértil, Oleptal deve ser administrado como monoterapia, sempre que possível. Antes e durante a gravidez é recomendada a suplementação de ácido fólico. Distúrbios hematológicos têm sido relatados. Vitamina K1 pode ser administrada como uma medida preventiva durante as últimas semanas de gravidez e para os récem-nascidos. A oxcarbazepina e seu metabólito ativo (MHD) são excretados no leite materno. Portanto, Oleptal não deve ser administrado durante a amamentação. Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos e/ou operar máquinas: pacientes devem ser avisados de que suas habilidades físicas ou mentais necessárias para dirigir ou operar máquinas podem estar prejudicadas. Interações Medicamentosas: a oxcarbazepina e seu metabólito ativo MHD podem ter interação com fenobarbital, fenitoína, carbamazepina, lamotrigina, ácido valpróico, viloxazina, antagonistas da diidropiridina cálcica e contraceptivos orais. Reações Adversas: as mais comuns foram: fadiga, astenia, tontura, cefaléia, sonolência, agitação, amnésia, apatia, ataxia, concentração prejudicada, confusão, depressão, instabilidade emocional, náusea, vômito, constipação, diarréia, dor abdominal, hiponatremia, acne, alopecia, erupção cutânea, diplopia, vertigem e distúrbios de visão (visão borrada). Posologia: a dose diária deve ser dividida em 2 tomadas, com ou sem alimentação. A dose pode ser aumentada dependendo da resposta clínica do paciente. Adultos: Monoterapia e tratamento adjuvante: a dose inicial é de 600 mg/dia (8-10 mg/Kg/dia), divididos em 2 doses. O efeito terapêutico satisfatório é observado com 600 a 2.400 mg/dia. A dose pode ser elevada através de aumentos de 600 mg/dia, em intervalos semanais da dose inicial até atingir a resposta clínica desejada. No hospital, sob controle médico, têm sido atingidos aumentos de até 2.400 mg/dia durante 48 horas. Doses diárias acima de 2.400 mg não foram sistematicamente estudadas em ensaios clínicos. Há experiência limitada com doses até 4.200 mg. Pacientes com insuficiência hepática: na insuficiência leve a moderada não é necessário ajuste de dose. Oleptal não foi estudado em pacientes com insuficiência hepática grave. Pacientes com insuficiência renal: nestes pacientes (“clearance” de creatinina < 30 mL/min) o tratamento deve ser iniciado com a metade da dose usual, ou seja 300 mg/dia e aumentada lentamente para atingir a resposta clínica necessária. Pacientes idosos: não é necessária nenhuma recomendação especial de dose porque as doses terapêuticas são individualmente ajustadas. (Jan 08). Venda Sob Prescrição Médica. Só pode ser vendido com retenção de receita. Produto de Controle Especial C1. “AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.”

RESPIDON (risperidona). Registro MS nº 1.0525.0003. Uso Adulto. Composições e Apresentações: cada comprimido contém 1 mg, 2m g ou 3 mg de risperidona. Embalagens com 20 comprimidos. Indicações: tratamento das psicoses esquizofrênicas agudas e crônicas, e de outros distúrbios psicóticos nos quais os sintomas positivos e /ou negativos são proeminentes. RESPIDON também alivia outros sintomas afetivos associados à esquizofrenia. Contra-indicações: pacientes com conhecida hipersensibilidade à risperidona ou aos componentes de sua fórmula. Precauções e Advertências: hipotensão ortostática: RESPIDON deve ser usado com cautela em pacientes com doença cardiovascular; a dose deve ser adaptada gradualmente como recomendada. A dose deve ser reduzida em caso de hipotensão. RESPIDON deve apresentar um risco menor do que os neurolépticos clássicos na indução de discinesia tardia. Se sinais e sintomas de discinesia tardia aparecerem, todos os medicamentos antipsicóticos devem ser interrompidos. A possibilidade de ocorrência de síndrome neuroléptica maligna com RESPIDON não pode ser descartada. Neste caso, RESPIDON deve ser interrompido. Pacientes idosos e com insuficiência renal ou hepática: recomenda-se que nestes pacientes as doses iniciais e os subseqüentes aumentos das doses deverão ser reduzidos pela metade. Doença de Parkinson: deve-se ter cuidado quando se prescreve RESPIDON devido à possibilidade teórica de deterioração do estado destes pacientes. Recomenda-se cuidado no tratamento de pacientes epilépticos. Evitar a ingestão excessiva de alimentos devido ao risco de ganho de peso. A segurança de RESPIDON para uso durante a gestação em seres humanos não foi estabelecida. RESPIDON só deve ser usado durante a gestação se os benefícios forem mais importantes que os riscos. Não se sabe se RESPIDON é eliminado no leite materno. Os pacientes devem ser desaconselhados de dirigir e operar máquinas até que sua susceptibilidade individual ao novo medicamento seja conhecida. Interações Medicamentosas: a dose deve ser reavaliada e, se necessário, diminuída no caso de uma suspensão do uso de carbamazepina ou de outros indutores de enzimas hepáticas. Fenotiazínicos, antidepressivos tricíclicos e alguns betabloqueadores podem aumentar as concentrações plasmáticas da risperidona. Fluoxetina pode aumentar a concentração plasmática de risperidona. Reações adversas: geralmente é bem tolerado. As mais freqüentes são: insônia, agitação, ansiedade e cefaléia. Em alguns casos podem ocorrer sintomas extrapiramidais, geralmente de leve intensidade e reversíveis com a redução das doses e /ou a administração de medicação antiparkinsoniana. Posologia: Adultos: atingir uma dose de 3 mg, 2 vezes ao dia, progressivamente, em 3 dias. Todos os pacientes devem começar o tratamento clínico com 1 mg, 2x/dia. A dose deve ser aumentada a 2 mg, 2x/dia no segundo dia, e 3 mg, 2x/dia no terceiro dia. A dose habitual ideal é de 2 a 4 mg, 2x/ dia. Doses acima de 5 mg, 2x/dia, não se mostraram superiores em eficácia às doses mais baixas, e podem provocar mais sintomas extrapiramidais. Idosos e pacientes com doença renal ou hepática: a dose inicial recomendada é de 0,5 mg, 2x/dia. Esta dose pode ser ajustada com aumentos de 0,5 mg, 2x/dia, a 1-2 mg, 2x/dia. Crianças: falta experiência do uso em crianças menores de 15 anos. Transferência de outros antipsicóticos para RESPIDON: é recomendável que seja feita uma descontinuação gradativa do tratamento anterior. A manutenção de medicamentos antiparkinsonianos deve ser periodicamente reavaliada. (Jan 08). Venda sob prescrição médica. Só pode ser vendido com retenção da receita. Produto de controle especial C1. “AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO”.

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