os 10 mandamentos para a sobrevivência da área de ti

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Prof. Ivan Luizio Magalhães ([email protected]) Os 10 mandamentos para a sobrevivência da área de TI “A sobrevivência não está diretamente vinculada a vantagens absolutas (capital, força, inteligência, etc.), mas a diferenciais relativos como a capacidade de responder melhor as constantes mudanças do ambiente em que se vive”. Ivan Luizio Magalhães Atualmente, assiste-se a uma crescente dependência das Organizações em relação à Tecnologia da Informação (TI), motivada pelo aumento da importância atribuída ao capital intelectual, desde a década de 1980, como forma de evidenciar e potencializar a força dos recursos não materiais (ativos intangíveis) da organização. Desde então, iniciou-se uma intensa busca por uma concepção e visão novas da Organização, objetivando a criação e extração do máximo de valor, elevando a importância e a participação dos ativos intangíveis ou intelectuais no valor total das Organizações, conforme ilustrado na Figura 1. Figura 1 – Evolução da participação dos ativos intelectuais no valor das Organizações

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Questiona-se, atualmente, a real contribuição da área de TI para o Negócio e diante disto, coloca-se a área de TI em “xeque”. Como transformar esta situação passa a ser a grande preocupação das áreas de TI de Organizações cujo foco de negócio não seja a própria TI. Neste sentido, após inúmeras discussões, observações e experiências práticas, reuni 10 mandamentos para a sobrevivência da área de TI, que descrevo a seguir com o intuito de contribuir com o estabelecimento do caminho a ser seguido pelas áreas de TI que almejam sua sobrevivências e o incremento da sua contribuição para o negócio de suas Organizações.

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Page 1: Os 10 mandamentos para a sobrevivência da área de TI

Prof. Ivan Luizio Magalhães ([email protected])

Os 10 mandamentos

para a sobrevivência da área de TI

“A sobrevivência não está diretamente

vinculada a vantagens absolutas (capital,

força, inteligência, etc.), mas a diferenciais

relativos como a capacidade de responder

melhor as constantes mudanças do

ambiente em que se vive”.

Ivan Luizio Magalhães

Atualmente, assiste-se a uma crescente dependência das Organizações em

relação à Tecnologia da Informação (TI), motivada pelo aumento da importância atribuída

ao capital intelectual, desde a década de 1980, como forma de evidenciar e potencializar

a força dos recursos não materiais (ativos intangíveis) da organização. Desde então,

iniciou-se uma intensa busca por uma concepção e visão novas da Organização,

objetivando a criação e extração do máximo de valor, elevando a importância e a

participação dos ativos intangíveis ou intelectuais no valor total das Organizações,

conforme ilustrado na Figura 1.

Figura 1 – Evolução da participação dos ativos intelectuais

no valor das Organizações

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Prof. Ivan Luizio Magalhães ([email protected])

Os ativos intelectuais (conhecimento, informações, serviços, processos, valores,

cultura organizacional, sistemas de gerenciamento, relacionamentos, etc.) também

passaram a ser encarados como elementos críticos para o estabelecimento de

diferenciais competitivos entre as Organizações, com especial destaque para o emprego

da TI, a qual suporta, armazena e potencializa todos os demais tipos de ativos intangíveis

ou intelectuais. Dada esta participação singular da TI, as áreas de Negócio passaram a

cada vez mais influenciarem as decisões e os resultados da área de TI, conforme

ilustrado na Figura 2.

Figura 2 – Influência das áreas de Negócio na área de TI

A influência das áreas de Negócio na área de TI vem aumentando com o declínio

dos prazos dos ciclos de negócio e da TI, obrigando a área de TI a cada vez mais reduzir

suas estimativas de prazo para o atendimento das demandas do Negócio. Entretanto, na

prática, devido a diversos fatores de risco (custos ocultos, porte/tamanho, complexidade,

falta de estruturação e novidade/experiência) inerentes aos projetos de TI, o que vem

ocorrendo é exatamente o contrário, conforme ilustrado no item “Ciclo real de

desenvolvimento de sistemas” da Figura 3.

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Figura 3 – Aceleração dos ciclos de negócio e da TI

Questiona-se, atualmente, a real contribuição da área de TI para o Negócio e

diante disto, coloca-se a área de TI em “xeque”. Como transformar esta situação passa a

ser a grande preocupação das áreas de TI de Organizações cujo foco de negócio não

seja a própria TI. Neste sentido, após inúmeras discussões, observações e experiências

práticas, reuni 10 mandamentos para a sobrevivência da área de TI, que descrevo a

seguir com o intuito de contribuir com o estabelecimento do caminho a ser seguido pelas

áreas de TI que almejam sua sobrevivências e o incremento da sua contribuição para o

negócio de suas Organizações.

1. Torne os Serviços de TI fáceis para os usuários das áreas de Negócio,

pense de forma enxuta.

Estruture um Catálogo de Serviços de TI escrito em linguagem de negócio e

assegure-se que ele é de fácil entendimento, agilizando a interação com os

seus clientes e usuários. Trabalhe na interface com o usuário de seus Serviços

de TI de forma a torná-los simples e de fácil utilização. Inspire-se no Google e

no iPhone da Apple.

2. Adicione valor aos clientes da sua Organização, diferenciando-se da

concorrência.

A missão da área de TI é resolver os problemas de negócio da sua

Organização, permitindo o atendimento das necessidades e expectativas dos

clientes finais, e não entregar apenas Serviços de TI aos seus usuários das

áreas de Negócio.

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Prof. Ivan Luizio Magalhães ([email protected])

3. Conheça os processos de negócio de sua organização, sempre tendo em

mente a Estratégia do Negócio.

Não foque em tarefas ou atividades individuais, tenha foco nos processos onde

as tarefas e atividades devem ser coordenadas e sincronizadas para que se

obtenha o produto final. Garanta que todos os membros da equipe da área de

TI conhecem de forma ampla os processos internos da área de TI e os

processos de negócio da Organização.

4. Seja criativo ao trabalhar os processos da área de TI, não limite-se pelo

“status quo”.

Criatividade não significa caos, ao contrário ela exige uma melhor disciplina e

ambientes controlados, que facilitem seu desenvolvimento e aplicação com

vista a garantir ganhos que a transformem em inovação e não apenas em

novidades.

5. Livre-se de sua estrutura organizacional, foque as pessoas.

Dinamismo, respeito aos líderes e times motivados não precisa de grandes e

complexas hierarquias, simplesmente de uma ampla visão do trabalho a ser

executado, espírito de equipe e foco em alcançar os objetivos estabelecidos

pelos clientes, garantindo a entrega consistente dos resultados esperados.

6. Use os indicadores para otimizar o desempenho, não para medir.

Não meça para coletar dados, mas para obter informações que suportem o

processo de tomada de decisão visando a otimização do desempenho,

mantendo-o sempre adequado aos objetivos do Negócio.

7. Entregue através, e não para os usuários de TI.

Muitas áreas de TI esquecem que os usuários dos Serviços de TI não são o

cliente. Eles são intermediários por meio dos quais a área de TI contribui para a

produção de valor para o Negócio. Oriente-se para os clientes finais de sua

organização, incrementando ao máximo a contribuição dos Serviços de TI para

o aumento da produtividade de sua Organização.

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8. Persiga os limites da eficiência, não se descuidando do aspecto

financeiro.

Estabelecer um processo de colaboração criativo com seus parceiros internos e

externos é essencial, uma vez que a área de TI demanda inúmeros produtos e

recursos para desenvolver suas atividades e entregar os Serviços de TI.

9. Integre-se à sua Organização, lembrando que o resultado é o produto de

todos.

A área de TI não é uma área isolada, mas um elemento dentro de um grande

sistema denominado Organização, que por sua vez está inserida em um

sistema denominado Mercado.

10. Não deixe de governar a TI, garantindo os resultados de sua gestão.

Assegure-se da capacidade da área de TI em entregar o valor esperado pela

Organização, garantindo-se contra investimentos duvidosos, riscos não

calculados, perdas de desempenho, custos não contabilizados e

descumprimento de regulamentações e leis.

Informação adicional

O conteúdo deste artigo é um resumo da palestra “Os 10 mandamentos para a

sobrevivência da área de TI” ministrada pelo Prof. Ivan Luizio Magalhães e promovida

pela RECRIANDO Educação e Estratégia (www.recriandoonline.com.br), compondo

juntamente com a visão de Fábrica de Serviços de TI e a metodologia IT Flex a base do

livro “Governança de TI na Prática - Uma abordagem com base no IT Framework” que se

encontra em fase de elaboração, com lançamento previsto para 2010.